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Oficina de Psicologia
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O que é a perturbação da ansiedade generalizada?
Diagnóstico
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preocupação; a diferença está nesta quantidade: para lá de um determinado limite é
disfuncional e perturbador do normal funcionamento de uma pessoa.
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Perspectiva do modelo dimensional
Extrema
preocupação
/ ansiedade
Sem
preocupação
/ ansiedade
Com Perturbação da
Sem Perturbação da Ansiedade Generalizada Ansiedade Generalizada
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Percentagem de casos
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Perceber para mudar
Como o tema central da Perturbação da Ansiedade Generalizada é a preocupação
excessiva ou incontrolável sobre os acontecimentos quotidianos, é sobre este aspecto
que o processo de intervenção que vamos fazer se vai centrar. As situações restantes
que o preocupam (claro que o preocupam...) vão melhorando à medida que o nível de
preocupação seja controlado e nivelado para uma frequência considerada normal.
E
difícil, tornar-se consciente de uma sensação física, ler F
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se o meu filho tivesse um acidente?”; “E se o meu
contrato não for renovado?”; “O que é que eu faço se
chumbar?”; “E se eu não tenho vocação para isto?”; “O
que é que me vai acontecer se não conseguir pagar a
prestação da casa?”. Consegue identificar quais são as
suas perguntas “E se...?” mais frequentes?
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Toda a intervenção vai ser baseada na capacidade para controlar os seus níveis de
preocupação. Como sabemos que os pensamentos e as emoções se influenciam mutuamente,
ao ser capaz de controlar os seus pensamentos de preocupação, irá sentir-se genericamente
menos ansioso. Ou seja, vai ficar bem!
Resumindo
Situação
E se...?
Preocupação
Ansiedade
Desmoralização
Exaustão
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Reconhecimento da incerteza e exposição comportamental
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Quando as pessoas aprendem a tolerar a incerteza, começam a preocupar-
se menos. Porquê? Porque a preocupação é uma tentativa de considerar
todas as potenciais eventualidades numa situação futura. Ou seja, é uma
tentativa de reduzir a incerteza, pensando sobre todos os possíveis
resultados para uma dada situação. Se uma pessoa deixar de ser
intolerante à incerteza, já não há necessidade de se envolver numa
actividade mental prolongada de preocupação excessiva.
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Manifestações da intolerância à incerteza
Há várias coisas que as pessoas com PAG fazem, ou para aumentar a sua sensação de
certeza (estratégias de aproximação), ou para evitar, de todo, situações incertas
(estratégias de evitamento). Seja o que for que façam, basicamente gastam muito
tempo e energia a tentar eliminar a incerteza a todo o custo.
Estratégias de aproximação:
Querer fazer tudo sozinho, sem delegar tarefas nos outros
Exemplo: Fazer todas as tarefas domésticas por não ter a certeza que, se outra
pessoa as fizer, vão ficar bem feitas
Procurar muita informação antes de fazer alguma coisa
Exemplos: ler muita documentação sobre um assunto; questionar várias
pessoas sobre a mesma coisa; procurar muito antes de se decidir sobre um
presente para alguém
Questionar-se sobre uma decisão que já tomou, por já não ter a certeza se foi a
melhor decisão
Procurar tranquilização (colocar questões aos outros para que nos sosseguem)
quanto aos nossos actos
Verificar e voltar a fazer as coisas várias vezes por já não se ter a certeza se
foram bem feitas
Exemplo: Voltar a ler os e-mails várias vezes antes de os enviar para se
certificar que não contêm erros
Sobre-proteger os outros, fazendo coisas por eles (por exemplo, a membros da
família e crianças)
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Estratégias de evitamento
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Resumindo
Situação
Desmoralização
Exaustão
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Reavaliação da utilidade da preocupação
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Preocupar-se ajuda a encontrar soluções para os problemas
Trata-se de todas as crenças que se baseiam no facto de que a preocupação ajuda a
resolver problemas e a encontrar soluções melhores, de que aumenta o estado de
alerta ou de preparação para a acção, de que contribui para uma reacção mais
pensada ou mais eficiente e de que ajuda a evitar os problemas.
Apesar de poder haver alguma verdade nisto, o facto é que, mesmo que níveis baixos
de preocupação possam, por vezes, ser úteis na geração de soluções para problemas,
níveis elevados de preocupação interferem com o processo de tomada de decisão,
porque a preocupação faz-nos ver todas as formas pelas quais as nossas soluções
podem fracassar, o que torna difícil optar por uma solução e ficar tranquilo.
Exemplos:
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Estar preocupado motiva para a acção
Trata-se de crenças do género: “Se eu me preocupar com o exame, vou estudar mais”
ou “Se eu me preocupar com a minha avaliação de desempenho, vou trabalhar mais e
melhor”.
O problema com esta crença refere-se à confusão entre preocupação e atenção. Ter
em atenção a necessidade de estudar ou de ser eficiente no trabalho pouco tem a ver
com estar preocupado com estes temas. Aliás, estar muito preocupado com alguma
coisa, normalmente, leva à inactividade por causa das reacções emocionais negativas
que estão associadas à preocupação, o que é muito evidente em comportamentos de
procrastinação (adiar a execução de uma acção) ou evitamento. Ou seja, o efeito
costuma ser o oposto do desejado.
Exemplos:
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Preocupar-se é uma protecção contra emoções negativas
Trata-se de uma categoria de crenças que reflecte a ideia de que se nos preocuparmos
por antecipação sobre um acontecimento potencialmente negativo, se ele vier a
acontecer, conseguiremos evitar sentirmo-nos desiludidos, tristes ou culpados. É um
pouco como pôr dinheiro a render no Banco: se acontecer aquilo de que temos medo,
como já “investimos” energia negativa nisso, vamos sentir-nos menos afectados. Este
tipo de raciocínio coloca-nos numa posição em que temos de nos preocupar
constantemente, não vá o Diabo tecê-las.
Infelizmente, quando acontecem situações negativas, não há diferenças entre o que
sentem as pessoas que se preocuparam pouco ou nada com essa eventualidade, e as
pessoas que se preocuparam muito. Não há nada que nos possa preparar para
realidades negativas, por isso não vale a pena senti-las duas vezes: por antecipação,
preocupando-nos com a sua possibilidade, e após terem acontecido (se vierem a
acontecer, claro!).
Exemplos:
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O próprio acto de se preocupar pode impedir resultados negativos
São crenças relativas à ideia de que, se nos preocuparmos, conseguiremos mais
facilmente, evitar consequências negativas. Dito de outra forma, que o acto de se
preocupar é responsável por acontecerem coisas boas ou não acontecerem coisas
más, o que constitui quase uma lógica mágica, denominada de fusão
pensamento/acção. Enfim, “desmembrando” esta crença, olhando para ela com
atenção, todos concordaremos que bem nos podemos preocupar com o facto de o
avião poder cair, mas não será por isso, seguramente, que aumenta ou diminui a
probabilidade de um acidente aéreo, certo? A não ser que trabalhemos na
Manutenção...
Além disso, há um outro problema com esta crença, que se chama atenção selectiva:
ao acreditarmos que preocuparmo-nos, por exemplo, com um exame, faz com que
tenhamos boas notas, vamos ter atenção e guardar os exemplos de todas as vezes em
que tivemos boas notas. Ou seja, procuramos todos os exemplos e indícios que
confirmam aquilo que acreditamos (fiarmo-nos na memória é meio caminho andado
para distorcermos a realidade...) e ignoramos ou menosprezamos os factos que
demonstram o contrário.
Exemplos:
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Ser um indivíduo preocupado reflecte um traço de personalidade positivo
Significa que se acredita que, ao preocupar-se, demonstra ser uma pessoa atenta, que
se importa com os outros, responsável ou consciencioso. Mas, se encontramos
pessoas que se preocupam muito menos, e podem ser descritas com estas
características, então ser preocupado e boa pessoa não são aspectos que se
relacionem entre si.
Exemplos:
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manter níveis elevados de preocupação, sem qualquer benefício por isso – muito antes
pelo contrário.
É por isso que convém revermos estas coisas em que se habituou a acreditar sobre a
utilidade da preocupação, e substitui-las por crenças mais realistas, adaptadas e
indutoras de bem-estar. Nomeadamente, depois de quebrar estes seus hábitos
mentais, vamos ajudá-lo a praticar soluções activas que se configurem como
alternativas verdadeiramente úteis à preocupação sobre os assuntos.
E como é que isso se faz? Bem, com paciência, sem dúvida. Os hábitos, os de raciocínio
incluídos, mudam-se com muita persistência. E com uma certa dose de técnica, claro,
como tudo na vida.
Experimente colocar-se as seguintes questões para cada uma das crenças que
identificou como suas, adaptando os desafios abaixo aos exemplos pessoais que
recolheu anteriormente. Dê-lhes respostas, pense em situações suas que contrariem
essas crenças e anote a sua versão pessoal de contra-argumentação, para que a possa
repetir para si próprio, de cada vez que se sentir a entrar em velhos hábitos de
raciocínio.
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1. Preocupar-me ajuda-me a resolver problemas
Exemplo: Preocupar-me com este tema profissional, vai fazer-me conseguir encontrar a melhor
solução
Possíveis desafios:
a. Resolve mesmo os problemas a preocupar-se com eles, ou limita-se a ruminar sobre o
assunto, percorrendo-os mentalmente, vezes sem conta?
b. Preocupar-se leva-o a resolver os problemas ou a ficar tão ansioso que vai adiando a
resolução do problema, podendo, mesmo, chegar a evitar resolvê-lo?
c. Estará a confundir um pensamento (preocupação) com uma acção (resolução de
problema)?
Possíveis desafios:
a. Conhece alguém que tenha um bom desempenho profissional, e que não ande sempre
preocupado com as coisas?
b. Não estará a confundir preocupação com atenção? Ou seja, será possível,
simultaneamente, querer ter sucesso profissional e não se preocupar com isso?
c. O facto de se preocupar melhora realmente o seu desempenho? Há consequências
negativas como resultado da sua preocupação excessiva com o trabalho? (por
exemplo: dificuldades de concentração, problemas de memória, ansiedade intensa)
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3. A preocupação protege-me de emoções negativas
Exemplo: Se me preocupar com a possibilidade de o meu filho contrair uma doença grave, vou
estar melhor preparado se isso vier a acontecer.
Possíveis desafios:
a. Já alguma vez aconteceu alguma coisa negativa sobre a qual se tenha preocupado
antes? Como é que se sentiu? Achou que esteve melhor protegido da tristeza ou da
dor que esse acontecimento causou?
b. Será que, ao preocupar-se com coisas que possam nunca vir a acontecer, não
aumenta, na realidade, as suas emoções negativas, aqui e agora?
Possíveis desafios:
a. Já alguma vez teve uma má nota num exame, apesar de se ter preocupado com essa
possibilidade?
b. Será que a regra que estabeleceu para a preocupação (preocupação = bons resultados;
não preocupação = maus resultados) é baseada em provas reais da sua vida, ou será
um pressuposto seu? Por exemplo, será possível que só se lembre dos exames que lhe
correram bem e com os quais andou preocupado, e que se tenha esquecido dos que
lhe correram mal e com os quais andou igualmente preocupado?
c. Esteve mesmo despreocupado relativamente a exames que lhe correram mal, ou isto
é apenas uma recordação sua que reconstruiu desta forma?
d. Consegue testar esta teoria? Por exemplo, pode registar os seus níveis de
preocupação antes de todos os exames e depois compará-los com as notas que tem?
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5. A preocupação é um traço positivo da personalidade
Exemplo: Preocupar-me com os meus filhos demonstra que sou um bom pai.
Possíveis desafios:
a. Que mais é que faz que demonstra ser um bom pai? Só se consegue definir como bom
pai pela preocupação que tem com os seus filhos?
b. Conhece outros que considere bons pais, mas que não se preocupam excessivamente?
c. Já teve algumas reacções negativas, de amigos ou família, por se preocupar demais? Já
alguém considerou isso como um traço negativo de personalidade? Por exemplo, os
seus filhos alguma vez se queixaram que os sufoca ou é “chatinho”? Ou os seus
amigos, por vezes, não o levam a sério, por acharem que se preocupa demais?
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Desmoralização
Exaustão
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