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18 de Abril de 2018
Casamento no exterior tem validade no Brasil?
O brasileiro que casa no exterior, passa a carregar o estado civil de casado, e não
poderá, ao retornar ao Brasil, casar novamente com outra pessoa sem antes
proceder com o divórcio. Caso se declare solteiro, incorrerá na prática de crime de
falsidade ideológica (art. 299, Código Penal), e ainda, se casar novamente,
omitindo seu matrimônio internacional, configurará crime de bigamia (art. 235,
Código Penal).
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18/4/2018 Casamento no exterior tem validade no Brasil?
Art. 299 Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele
devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da
que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou
alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e
reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular.
Art. 235 Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:
Pena reclusão, de dois a seis anos.
Não suficiente, será um matrimônio impedido e nulo (art. 1.521, VI e 1.548, II,
ambos do Código Civil).
Art. 1.521. Não podem casar:
VI as pessoas casadas;
Art. 1.548. É nulo o casamento contraído:
II por infringência de impedimento.
Art. 1.544. O casamento de brasileiro, celebrado no estrangeiro, perante as
respectivas autoridades ou os cônsules brasileiros, deverá ser registrado
em cento e oitenta dias, a contar da volta de um ou de ambos os
cônjuges ao Brasil, no cartório do respectivo domicílio, ou, em sua falta, no
1º Ofício da Capital do Estado em que passarem a residir.
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18/4/2018 Casamento no exterior tem validade no Brasil?
a) Formulário de Registro de Casamento devidamente preenchido e assinado
pelo (a) declarante, o (a) qual deverá ser o/um cônjuge de nacionalidade
brasileira;
b) Certidão local de casamento;
c) Pacto antenupcial, se houver. Neste caso, apresentar o original e, quando
julgado necessária pela Autoridade Consular, a tradução oficial para o
português ou inglês;
d) Documento brasileiro comprobatório da identidade do (s) cônjuge brasileiro
(s): passaporte, RG, CPF, carteira de identidade profissional ou CNH;
e) Documento comprobatório da nacionalidade brasileira do (s) cônjuge (s)
brasileiro (s): certidão de nascimento, passaporte, ou certificado de
naturalização;
f) No caso de cônjuge estrangeiro (a), passaporte ou documento de identidade
válido e certidão de registro de nascimento, emitidos por órgão local
competente;
g) No caso de cônjuge estrangeiro, declaração, assinada perante a Autoridade
Consular ou com firma reconhecida perante as autoridades locais, da parte
estrangeira de que nunca se casou e se divorciou de um (a) brasileiro (a) antes
do atual casamento;
h) No caso da existência de casamento anterior de qualquer dos cônjuges, deve
se apresentar: se divorciado, certidão de casamento com averbação de
divórcio, ou se viúvo, certidão de óbito;
Art. 1.640. Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará,
quanto aos bens entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial.
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18/4/2018 Casamento no
Se de fato em sua certidão de casamento exterior
não tem validade
constar no Brasil?patrimonial, o
um regime
casal deve comunicar à embaixada ou o consulado brasileiro, a fim de que expeçam
uma certidão complementar declarando qual será o critério de partilha dos bens.
Por óbvio que não pensamos em um divórcio no ato do casamento, entretanto, a
escolha de um regime de bens é uma garantia de segurança ao casal e seu futuro.
Imagine, como proceder com um eventual divórcio se não se sabe qual bem fica
para quem?
Além disso, o aspecto sucessório também deve ser levado em consideração, o viúvo
(a) será, em grande parte dos casos, herdeiro. Não obstante, poderá até ser meeiro,
isto é, aquele que leva metade do patrimônio. Tudo a depender do regime de bens
escolhido pelo casal e do pacto antenupcial eventualmente redigido.
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Fontes:
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