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Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos

Recursos Naturais Renováveis - IBAMA

Audiência Pública
IMPACTOS AMBIENTAIS DO ESTALEIRO E BASE NAVAL PARA
CONSTRUÇÃO DE SUBMARINOS CONVENCIONAIS E DE
PROPULSÃO NUCLEAR SOBRE A COMUNIDADE
PESQUEIRA E O BOTO CINZA

DILIC – DIRETORIA DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL


Processo nº 02001.001671/2009-50
Mangaratiba/RJ
27/08/2015
Histórico do Processo
11/03/2009 - Abertura do Processo no IBAMA
16/06/2009 - IBAMA Encaminha TR para elaboração do EIA/RIMA
30/06/2009 - Publicação de Solicitação de LP
14/09/2009 - Checagem e Aceite do EIA/RIMA pelo IBAMA
11 e 12 /11/09 - Realização de Audiências Públicas nos Municípios:
Itaguaí: 11/11/2009
Mangaratiba 12/11/2009
30/03/2010 - Apresentação das “Informações Complementares ao
Diagnóstico Ambiental do Meio Biótico”.
05/04/2010 – Elaboração do Parecer Técnico nº 063/2010-
COTRA/CGTMO/DILIC/IBAMA.
09/04/2010 – Emissão Licença Prévia com validade de 02 anos.
17/06/2010 – Protocolização do PBA para Análise pelo IBAMA.
Histórico do Processo
07/07/2010 – Solicitação de LI para toda a estrutura do estaleiro e base naval
excetuando-se deste pedido as edificações do Centro Radiológico.
30/07/2010 - Elaboração do Parecer Técnico nº 116/2010-
COTRA/CGTMO/DILIC/IBAMA.
05 /08/2010 – Emissão da LI nº 711/2010 com validade de 4 anos
30/09/2010 – Retificação da LI nº 711/2010
07/10/2010 – Emissão da ASV nº 465/2010
11/03/2011 - Emissão da ASV nº 514/2010(sondagens para abertura do túnel)
Encaminhamento de relatórios - Frequência dependente de cada programa
aprovado no Âmbito da LI nº 711/2010 (Retificação)
15/04/2014 - Solicitação de Renovação da LI nº 711/2010 (Retificação)
25/09/2014 – Emissão da ASV nº 941/2014 (Via litorânea, rota de fuga)
04/12/2014 – Emissão da LI nº 1031/2014 (Linhas de Transmissão)
04/12/2014 – Emissão da ASV nº 969/2014 (para implantação das torres e
respectivos acessos)
Histórico do Processo
15/04/2014 - Solicitação de Renovação da LI nº 711/2010 (retificação)
25/09/ 2014 – Desconcentração do LAF para SUPES/RJ/NLA
 08/12/2014 - Reunião Marinha, Odebrecht e Analistas Ambientais do NLA.
12/02/2015 – Ofício COGESN -MB solicitação de Prorrogação para Entrega
do Relatório Final Consolidado e Alterações nos Programas
16/04/ 2015 – Realização de Vistoria Técnica Na Área da EBN
20/04/2015 – Recebimento do Relatório Anual 2014 – Consolidado e Pedidos
de Alteração.
Atualmente estão em análise os Relatórios Relatórios com vistas à renovação
da LI 711/2010 (retificação).
27/08/215 – Audiência Publica – Ministério Público Federal / Procuradoria
da República no Estado do Rio de Janeiro.
Configuração Atual do Empreendimento

1 – Base Naval
2 – Estaleiro de Construção Área Sul
3 – Estaleiro de Manutenção
4 – Complexo Radiológico
5 – Área Norte
(Fotos: Technonews, Ano IV-nº 22 -2014-2015)
Impactos Ambientais Identificados no EIA
Fase de Instalação do Estaleiro e Base Naval

ATIVIDADE PESQUEIRA BOTO-CINZA


Alteração da Qualidade da Água
Remobilização de Metais Pesados no Ambiente Aquático
Aumento da Turbidez da Água
Alteração da Comunidade de Bentos
Modificação da Assembléia de Peixes Local
Aumento de Ruído sobre a Fauna Aquática
Aumento do Tráfego Náutico
Redução de Área Marinha
Medidas e Programas Relacionados
Fase de Instalação do Estaleiro e Base Naval
INTERVENÇÕES IMPACTOS MEDIDAS
Alteração da Qualidade da Água
Aterro Subprojeto de
Hidráulico Remobilização de Metais Pesados Monitoramento de
Qualidade de Água
Aumento da Turbidez da Água
Dragagem
Bacia de Subprojeto de
Evolução Alteração da Comunidade de Bentos Monitoramento da Biota
Aquática
Modificação da Assembléia de
Dragagem do Peixes Local Projeto de Fortalecimento
Canal de da Pesca Artesanal
Acesso Aumento de Ruído sobre a Fauna
Aquática Projeto Formação de mão-
Construção do Aumento do Tráfego Náutico de-obra
Enrocamento
Redução de Área Marinha Projeto de
Desenvolvimento de
Alternativa Econômica
Monitoramentos da Biota Aquática

PLANO BÁSICO AMBIENTAL - PBA


Fases de Instalação e Operação
1.Projeto de Controle da Qualidade Ambiental
1.1 Subprojeto de Monitoramento da Qualidade da Água
1.2 Subprojeto de Monitoramento das Correntes Marítimas
1.3 Subprojeto de Monitoramento da Biota Aquática

Monitoramento de Metais Pesados na Macroalga Padina


gymnospera nas Adjacências do Empreendimento.
Monitoramento da Estrutura e Composição Específica das
Comunidades Bentônicas Nas Adjacências Do
Empreendimento.
Monitoramento da Qualidade Ambiental Utilizando a
Assembléia de Peixes.
Monitoramento do Pescado.
Caracterização e Medição do Ruído Ambiental Antrópico
Sobre de População de Sotalia guianensis.
Boto-cinza (Sotalia guianensis)

m
Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Diagnóstico Ambiental

1. Baseado em dados de monitoramento realizados pera UFRRJ no período de


1994 a 2007.
2. Em 93 cruzeiros realizados no período somente a espécie de cetáceo Sotalia
guianensis foi a encontrada na Baía de Sepetiba.
3. A espécie utiliza as áreas mais externas da baía (área de influencia indireta –
AII do empreendimento), preferencialmente na área do canal de acesso ao porto
de Itaguaí.
4. Identificados grupos de 150 a 200 indivíduos com registro de filhotes em todos
os grupos.
5. Na área de influencia direta - AID do empreendimento não houve avistamento
de golfinhos de forma sistematizada. Há registro de avistamento de indivíduos
como mãe e filhote, pares ou tríade de juvenis.
Boto-cinza (Sotalia guianensis)

EBN

(EIA EBN, 2009)


Boto-cinza (Sotalia guianensis)

m Prevista: Fases de maiores níveis de geração de ruído antrópico


Duração
- Dragagem (início 05/01/2011- término 02/2012 + remanescentes em 10 e 12/2012)
- Construção do enrocamento (conclusão em 12/2013)

Execução do Monitoramento: Instituto Boto Cinza

1. Objetivos:
Determinação do decaimento sonoro dos ruídos produzidos pela dragagem
Comparação dos sinais sonoros produzidos durante a dragagem e na sua ausência.
Carcaterização do sinal sonoro subaquático durante a construção de enrocamento.
Monitoramento do padrão de atividade, residencia e uso do habitat do boto-cinza
frentes às atividades de dragagem e construção de enrocamentos.
Boto-cinza (Sotalia guianensis)
2.Metodologia
Transecções de medição acustica realizada de agosto de 2011 a
m fevereiro de 2014
Boto-cinza (Sotalia guianensis)

Transecções de medição acustica realizada de maio de 2013 e fevereiro de


m 2014 durante a instalação do enrocamento.

Mapa com pontos de transecções definidas a partir da área Mapa com pontos de transecções definidas a partir da área
de instalação do enrocamento, ente Julho e Outubro de de instalação do novo enrocamento, ente Julho e Outubro
2013. RF circulos de 1 a 3 e RE de 4 a 6. de 2013. RF circulos de 1 a 3 e RE de 4 a 6.
Boto-cinza (Sotalia guianensis)

Caracterização do Padrão de Atividade, residência e uso de habitat pelos botos.


m
Boto-cinza (Sotalia guianensis)

3.Resultados
m
Monitoramento dos Ruídos Gerados pelas Atividades:

70 saídas para gravação subaquática entre AGO/11 e FEV/14

Ruído emitido não ultrapassou 1km de distancia da fonte emissora

Ruído médio durante dragagem e enrocamento foi de 118 dB

+ 18,65 dB no ambiente a 250m de distância da atividade de dragagem

+15,78 dB no ambiente a 500m de distância da instalação do enrocamento

Ruído médio durante a dragagem e instalação do enrocamento foi de 118 dB a 1km
de distancia.

“...a operação de dragagem e enrocamento aumentam a intensidade sonora no


ambiente, entretanto, o ruído médio durante as atividades de dragagem e
enrocamento na AID do empreendimento não ultrapassou 118 dB em até 1km de
distância, o que não causaria nenhum dano auditivo permanente ou temporário
aos botos - cinzas...só é observado quando os animais são expostos a ruídos
acima de 160 dB (Hildebrand, J. A. 2005)...”
(Relarório Instituto Boto Cinza, 2014 p. 70)
Boto-cinza (Sotalia guianensis)

3.Resultados
m
Monitoramento das Atividades dos Botos-Cinza na AID

74 dias de monitoramento

Percurso total de 2.735km

144 Grupos de botos observados (18% na AID e 82% AII)

Para o período de dragagem foi registrado um menor número de avistamentos de
botos (n=62), comparado com o período sem dragagem (n=82), contudo foi
avaliado que esta diferença não foi significativa.

“Um dos maiores problemas que o aumento do ruído sonoro poderia trazer é o
deslocamento dos botos de áreas prioritárias de alimentação, descanso e
socialização, o que não foi observado. No presente monitoramento foi possível
observar que os botos não deixaram de frequentar as áreas de influência direta e
indireta do empreendimento e apresentaram o mesmo padrão de distribuição e
atividade comportamental observado em outros estudos realizados na Baía de
Sepetiba (Flach et al. 2008a; Dias et al. 2009).”

(Relarório Instituto Boto Cinza, 2014 p. 70)


Boto-cinza (Sotalia guianensis)

3.Resultados
m

“A comparação entre o período na presença de atividade de dragagem e o


período na ausência de atividade de dragagem, não identificou diferenças
significativas na frequência de atividade comportamental, tamanho médio de
grupo e área de utilização. O monitoramento das atividades dos botos permitiu
identificar que as áreas de influência direta das atividades do EBN são
utilizadas prioritariamente para forrageio e deslocamento de pequenos grupos
de botos, corroborando com estudos anteriores (Flach et al. 2008a; Dias et al.
2009). Já a fotoidentificação permitiu verificar que são poucos os indivíduos
que utilizaram exclusivamente a área de influência direta do
empreendimento durante o monitoramento, e que esses botos apresentaram
baixo índice de fidelidade individual e baixa taxa de residência.”

(Relarório Instituto Boto Cinza, 2014 p. 71)


Comunidade Pesqueira Artesanal

PLANO BÁSICO AMBIENTAL - PBA


Fases de Instalação e Operação
3. Projeto Institucional
Subprojeto 5 - Abrangencia Local

Ações 1 – Fortalecimento da Pesca Artesanal e da Maricultura.

Ações 3 – Educação Ambiental para Comunidade


Considerações Gerais sobre os Programas de Educação
Ambiental (PEA) e de Fortalecimento da Pesca
Artesanal.

Programa de Educação Ambiental – PEA - A demanda pela implementação


de PEAs no contexto do licenciamento ambiental está embasada na Lei da
Política Nacional de Educação Ambiental (Lei 9.795/99) e no Decreto nº
4.281/02, que o regulamenta. Este Decreto explicita, em seu artigo 6º a
obrigatoriedade de serem implementados programas de educação
ambiental integrados às atividades de “(…) licenciamento e revisão de
atividades efetivas ou potencialmente poluidoras,” dentre outras.

A IN 02/2012 do IBAMA define as bases técnicas para a elaboração de


PEAs no contexto do licenciamento ambiental e coloca, como sujeitos
prioritários das ações educativas, os grupos sociais em situação de maior
vulnerabilidade socioambiental impactados pelo empreendimento objeto do
licenciamento, sem prejuízo de outros grupos sociais.
Considerações Gerais sobre os Programas de Educação
Ambiental e de Fortalecimento da Pesca Artesanal.

No caso do licenciamento de empreendimentos localizados em áreas


marinhas e costeiras, as atividades de pesca, notadamente a artesanal, são,
habitualmente, as mais impactadas. Nesse sentido, os PEAs demandados no
contexto dos licenciamentos conduzidos pela COPAH/IBAMA, sempre (ou
quase sempre) terão, dentre os sujeitos de sua ação educativa, grupos de
pescadores, ainda que não exclusivamente.

Já Programa de Fortalecimento da Pesca Artesanal, está voltado à


mitigação e/ou compensação (não confundir com a compensação ambiental
prevista na Lei nº 9.985/2000) de impactos sofridos por esta categoria de
trabalhadores. É demandado sempre que se verifica que as atividades de
implantação ou operação dos empreendimentos afetam a atividade
pesqueira, seja pela perda dos espaços de vida e trabalho daquelas
comunidades, seja pela perda de produtividade decorrente das atividades
de implantação ou operação do empreendimento.
Programa de Fortalecimento da Pesca
Artesanal do EBN.

Proposto como medida mitigadora ao impacto referente ao aumento da


turbidez da água (pela realização de dragagens) e pelo aumento do tráfego
marinho em áreas próximas às utilizadas por pescadores e maricultores da
região bem como à criação de uma área de exclusão permanente.

Escopo do programa - Dentre outras atividades, o programa previa ações


voltadas à melhoria da infraestrutura de processamento e comercialização
do pescado na perspectiva de agregação de valor e auxilio na formalização
das embarcações e dos pescadores.

Em função de um impacto específico decorrente das dragagens e


derrocamentos, verificou-se a necessidade de viabilizar a um pequeno
grupo de pescadores, mecanismos de acesso às suas áreas de pesca. Com as
atividades de dragagem estes pescadores teriam que traçar um percurso
muito maior que o usual, inviabilizando suas atividades (embarcações
pequenas, com pouca autonomia).
Programa de Fortalecimento da Pesca
Artesanal do EBN.

Inicialmente, aventou-se a utilização de traineiras da Marinha que


rebocariam essas embarcações no percurso de ida e volta durante a
duração das dragagens.

Posteriormente, por demanda da Associação dos Pescadores da Ilha da


Maré – APAIM, o empreendedor consultou o IBAMA sobre a possibilidade
de alteração da condicionante alterando a proposição de fornecimento de
transporte (através de traineiras) para as áreas de pesca, para a concessão
de embarcações para 39 associados da APAIM.

Antes que o IBAMA se manifestasse conclusivamente em relação a tal


demanda, o Instituto foi informado sobre a instauração de conflitos entre
pescadores contemplados e não contemplados;
Programas de Fortalecimento da Pesca
Artesanal.

Após consulta à legislação vigente, e à área responsável pela gestão de


recursos pesqueiros do IBAMA, o IBAMA posicionou-se contrário à
concessão das embarcações, por considerar que:
Com a doação das embarcações, ocorreria um aumento significativo na
frota pesqueira da localidade;
Poderia ocorrer um aumento do esforço de pesca de espécies já
sobrexplotadas;
Conforme a Instrução Normativa nº 15 do IBAMA de 21/05/2009 a
substituição de embarcações somente poderia se dar em casos de sinistros
devidamente comprovados;
Programas de Fortalecimento da Pesca
Artesanal.

Por fim, tendo em vista o estágio em que se encontravam as atividades de


dragagem, o IBAMA concordou, excepcionalmente, com a alternativa de
indenização aos pescadores efetivamente afetados pela atividade de
dragagem, sem prejuízo das demais ações previstas no escopo do programa.

Ressalte-se a excepcionalidade desta alternativa uma vez que a orientação


que é dada em relação às medidas mitigadoras e compensatórias aponta
para a proposição ações de caráter coletivo e não individual. Nesse sentido
o pagamento de compensações individuais a cada um dos pescadores
afetados revestiu-se de um caráter de excepcionalidade em função das
circunstâncias e necessidades daquele momento.
Thomaz Miazak de Toledo
Diretor de Licenciamento Ambiental Mariana Graciosa Pereira
dilic@ibama.gov.br Coordenadora de Licenciamento de Portos,
Aeroportos e Hidrovias
(61) 3316-1392

Marcus Vinicius Leite Cabral de


Melo
Coordenador Geral de Transportes, Silvania Medeiros
Mineração e Obras Civis
Superintendente Estadual - SUPES/RJ
(61) 3316-1293
(21) 3077-4292

OBRIGADA

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