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Maria Vanessa La Torre Cubas

Análise Numérica do Comportamento de


Pavimentos Constituídos de Lajes Lisas de
Concreto Protendido
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012305/CB

Dissertação de Mestrado

Dissertação apresentada como requisito parcial para


obtenção do título de Mestre pelo Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Civil da PUC-Rio.

Orientador: Prof. Giuseppe Barbosa Guimarães


Co-Orientador: Profa. Elisa Dominguez Sotelino

Rio de Janeiro
Fevereiro de 2012
Maria Vanessa La Torre Cubas

Análise Numérica do Comportamento de


Pavimentos Constituídos de Lajes Lisas de
Concreto Protendido

Dissertação apresentada como requisito parcial para


obtenção do título de Mestre pelo Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Civil da PUC-Rio. Aprovada
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012305/CB

pela Comissão Examinadora abaixo assinada.

Prof. Giuseppe Barbosa Guimarães


Orientador
Departamento de Engenharia Civil – PUC-Rio

Profa. Elisa Dominguez Sotelino


Co-Orientadora
Departamento de Engenharia Civil – PUC-Rio

Prof. Ney Augusto Dumont


Departamento de Engenharia Civil – PUC-Rio

Profa. Claudia Maria Oliveira Campos


Universidade Federal Fluminense

Prof. José Eugênio Leal


Coordenador Setorial
do Centro Técnico Científico – PUC-Rio

Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 2012


Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total
ou parcial do trabalho sem autorização da universidade, da
autora e do orientador.

Maria Vanessa La Torre Cubas


Graduada em Engenharia Civil pela Universidade Nacional
de Cajamarca no Peru em 2008. Na PUC-Rio desenvolveu
seu trabalho de mestrado com ênfase em concreto
protendido.

Ficha Catalográfica
La Torre Cubas, María Vanessa
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012305/CB

Análise numérica do comportamento de pavimentos


constituídos de lajes lisas de concreto protendido / Maria
Vanessa La Torre Cubas; orientadores: Giuseppe B.
Guimarães, Elisa D. Sotelino. − Rio de Janeiro: PUC,
Departamento de Engenharia Civil, 2012.

159 f.: il. (color.); 30 cm

Dissertação (mestrado) – Pontifícia Universidade


Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Engenharia
Civil, 2012.

Incluí bibliografia

1. Engenharia civil – Teses. 2. Lajes lisas. 3. Análise


paramétrica. 4. Concreto protendido. 5. Elementos finitos.
I. Guimarães, Giuseppe B. II. Sotelino, Elisa D. III.
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Departamento de Engenharia Civil. IV. Título.

CDD: 624
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Dedico este trabalho em memória da minha


grande amiga, Silvia Urteaga.
Agradecimentos

A Deus, nosso Pai criador, por ter me proporcionado esta grande oportunidade na
minha vida, sempre me amparando em todos os momentos difíceis da vida.

Aos meus queridos pais, Fernando e María Elena, aos meus irmãos Eduardo,
Lorena, Victoria e Nena pelo apoio incondicional durante toda minha vida. A toda
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minha família pela confiança depositada em mim.

Aos professores Giuseppe Barbosa e Elisa Sotelino pela orientação, apoio,


paciência e, sobretudo pela confiança demonstrada durante a realização deste
trabalho.

A todos meus grandes amigos que fiz no Rio em especial à Nathaly e Eliot pela
companhia, e pelos estímulos nas horas mais difíceis.

Aos colegas do curso de Pós-Graduação, pela valiosa troca de conhecimentos e


amizade, a Luis Fernando, Fabrício, Elvis, Bárbara, Javier, Diego, Marcia, Mario
e tantos outros cuja omissão aqui não os torna menos importantes.

A CAPES pelo auxílio financeiro durante o curso de mestrado.


Resumo
Cubas, Vanessa La Torre; Guimarães, Giuseppe Barbosa (Orientador);
Sotelino, Elisa Dominguez (Co-Orientador). Análise numérica do
comportamento de pavimentos constituídos de lajes lisas de concreto
protendido. Rio de Janeiro, 2012. 159p. Dissertação de Mestrado -
Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica do Rio
de Janeiro.

Lajes lisas de concreto protendido com cordoalhas engraxadas não aderentes


têm sido empregadas em pavimentos de edificações com frequência nos últimos
anos. Essa solução estrutural é ideal quando se tem uma distribuição regular dos
pilares. Além disso, sabe-se que lajes de concreto protendido oferecem vantagens
técnicas sobre a solução tradicional em concreto armado, principalmente para
vencer vãos maiores e onde muitas vezes se exigem seções mais esbeltas. O
objetivo desta dissertação é estabelecer critérios práticos para o projeto de lajes
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lisas protendidas, maciças ou nervuradas, visando ao atendimento dos critérios


relativos ao estado limite de utilização. Com este propósito, um estudo
paramétrico foi realizado no qual foram analisados as tensões nas regiões de
introdução das forças de protensão e a influência da rigidez dos pilares na
retenção da protensão. A investigação foi conduzida por meio de modelagens em
elementos finitos, empregando elementos do tipo casca para as lajes e elementos
tipo viga para os pilares. No caso das lajes nervuradas, suas mesas foram
representadas por elementos casca e as nervuras por elementos viga levando em
conta a excentricidade entre seus centros geométricos.

Palavras-chave
Lajes Lisas; Análise Paramétrica; Concreto Protendido; Elementos Finitos.
Abstract
Cubas, Vanessa La Torre; Guimarães, Giuseppe Barbosa (Advisor);
Sotelino, Elisa Dominguez (Co-Advisor). Numerical Analysis of the
Behavior of Flat Slabs Prestressed Concrete Floors. Rio de Janeiro,
2012. 159p. MSc. Dissertation – Departamento de Engenharia Civil,
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Concrete flat slabs prestressed with unbounded greased strands have been
used in building floors over the last years. This structural solution is ideal when
the columns are regularly distributed. In addition, it is known that prestressed
floors have some technical advantages when compared to the traditional solution
in reinforced concrete, mainly in cases of large spans and when lighter elements
are required. The objective of the present work is to propose practical criteria for
the design of flat slab prestressed concrete floors, for the cases of uniform
thickness slabs and waffle slabs, aiming at complying with serviceability limit
state. A parametric study was carried out to analyze the stress distribution in
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prestressing load introduction zones and the influence of the columns in retaining
prestressing loads. The investigation was conducted using finite element models
in which shell and frame elements were used to represent the slabs and the
columns. For the case of waffle slabs, flanges and webs were modeled with shell
and frame elements, respectively, taking into consideration the eccentricity
between these two elements.

Keywords
Flat Slab; Parametric Analysis; Prestressed Concrete, Finite Elements.
Sumário

1.Introdução............................................................................................. 18
1.1. Generalidades.................................................................................. 18
1.2. Motivação da Pesquisa.................................................................... 19
1.3. Objetivos.......................................................................................... 20
1.3.1. Objetivo Geral................................................................................ 20
1.3.2. Objetivos Específicos.................................................................... 20
1.4. Organização do Trabalho................................................................. 21

2.Pesquisa Bibliográfica......................................................................... 23
2.1. Considerações Gerais sobre a Protensão....................................... 23
2.1.1. Exemplo Numérico Ilustrativo........................................................ 25
2.2. Vantagens das Lajes Protendidas.................................................... 28
2.3. Tipos de Lajes Protendidas.............................................................. 29
2.3.1. Lajes Lisas..................................................................................... 29
2.3.2. Lajes Nervuradas...........................................................................30
2.4. Sistemas de Protensão.................................................................... 31
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2.4.1. Protensão com Aderência............................................................. 31


2.4.2. Protensão Sem Aderência............................................................. 32
2.5. Arranjo de Cabos de Protensão....................................................... 34
2.5.1. Traçado dos Cabos em Elevação..................................................34
2.5.2. Distribuição dos Cabos em Planta.................................................35
2.6. Protensão como carga externa equivalente..................................... 37
2.7. Valores Representativos da Força de Protensão............................. 38
2.8. Estado Limites e Verificação da Tensão.......................................... 39
2.8.1. Estado Limite de Serviço............................................................... 39
2.8.2. Estado Limite Último...................................................................... 41
2.9. Consideração do Efeito da Rigidez dos Pilares............................... 43
2.9.1. Coeficiente de Rigidez dos Pilares................................................ 43
2.9.2. Análise do Pré-Esforço Axial na Laje............................................ 44
2.10. Método dos Elementos Finitos........................................................ 46
2.10.1. Formulação Baseada em Deslocamentos................................... 46
2.10.2. Modelagem de uma Laje como Grelha........................................ 49
2.10.3. Modelagem da Laje Protendida Usando Elementos Finitos........ 50
2.11. Programas de Computador para Análise de Estruturas.................. 52
2.11.1. SAP2000...................................................................................... 53

3.Modelagem de Lajes por Elementos Finitos..................................... 56


3.1. Estudo de Convergência para a Definição da Malha de Elementos
Finitos........................................................................................................57
3.1.1. Laje de Referência.........................................................................57
3.1.2. Modelagem por Elementos Finitos................................................ 57
3.1.3. Resultados do Estudo de Convergência....................................... 58
3.2. Modelagem dos Pilares como Apoios.............................................. 61
3.2.1. Laje de Referência.........................................................................61
3.2.2. Solução Analítica da Equação Diferencial das Placas.................. 61
3.2.3. Modelagem com Elementos Finitos...............................................65
3.2.3.1 Pilar modelado como uma restrição pontual................................. 65
3.2.3.2 Pilar modelado com varios apoios................................................. 67
3.3. Considerações sobre a Modelagem de Lajes Nervuradas.............. 69
3.3.1. Laje de Referência.........................................................................69
3.3.2. Modelagem da Laje....................................................................... 70
3.3.2.1 Modelo 1: Laje modelada sem considerar excentricidade............ 70
3.3.2.2 Modelo 2: Laje modelada considerando excentricidade ............. 71
3.3.2.3 Modelo 3: Laje modelada com elementos sólidos......................... 71
3.3.3. Estudo das Tensões...................................................................... 72

4.Metodologia da Análise Numérica...................................................... 74


4.1. Estudo Numérico de Lajes Maciças................................................. 75
4.1.1. Distribuição das Tensões sem Influência dos Pilares................... 76
4.1.2. Estudo das Tensões com Influência dos Pilares........................... 91
4.1.3. Cálculo Simplificado das tensões.................................................. 96
4.2. Estudo Paramétrico de Lajes Nervuradas........................................ 97
4.2.1. Distribuição das Tensões sem Influência dos Pilares................... 98

5.Exemplo De Aplicação e Análise dos Resultados..........................114


5.1. Caso 1 - Cálculo das Tensões em Lajes Maciças......................... 115
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5.1.1. Cálculos através de Processos Simplificados............................. 117


5.1.2. Cálculos por Meio da Análise de Elementos Finitos................... 122
5.2. Caso 2 - Cálculo das tensões em Lajes Nervuradas..................... 127
5.2.1. Estudo da estrutura usando elementos tipo casca......................131
5.2.2. Estudo da estrutura usando elementos tipo viga........................ 132
5.2.3. Comparação dos resultados........................................................ 134

6.Considerações Finais........................................................................ 139


6.1. Conclusões..................................................................................... 140
6.2. Sugestões para Trabalhos Futuros................................................ 142

Referências Bibliográficas................................................................... 143

Anexo A Equações no Mathcad...........................................................145


A.1. Placa com Carregamento distribuído.............................................. 145
A.2. Placa sujeita a carga concentrada...................................................146
A.3. Placa com carga distribuída em um retângulo parcial..................... 147

Anexo B Tensões para Laje Nervurada.............................................. 148

Anexo C Coeficiente ϕ......................................................................... 149

Anexo D Memória de cálculo................................................................150

Anexo E Tensões para os Modelos de Viga e Casca.........................158


Lista de Figuras

Figura 2. 1 – Princípios básicos do projeto de concreto protendido [3]. ... 17


Figura 2.2 – Dados da viga de concreto protendido [4]. .......................... 18
Figura 2.3 – Lajes lisas sem capitéis, The Concrete Centre [3]. .............. 23
Figura 2.4 – Lajes nervuradas em uma direção (a) e em duas direções
(b). The Concrete Centre [3]..................................................................... 23
Figura 2.5 – Lajes nervuradas apoiadas em faixas maciças de concreto
protendido................................................................................................ 24
Figura 2.6 – Sistema aderente antes do lançamento do concreto. The
concrete Center. [3].................................................................................. 25
Figura 2.7 – Sistema não aderente antes do lançamento do concreto
The concrete Center. [3]........................................................................... 26
Figura 2.8 – Traçado vertical dos cabos em uma viga continua [13]........ 27
Figura 2.9 – Disposição dos cabos de protensão em planta. ................... 28
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Figura 2.10 – Distribuição dos cabos ao longo dos suportes [1]. ............. 28
Figura 2.11 – Concentração de cabos nas regiões das faixas dos
apoios [10]................................................................................................. 29
Figura 2.12 – Separação de força do cabo em componentes axial (P) e
transversal (Wb)........................................................................................ 30
Figura 2.13 – Cálculo da protensão necessária [9] .................................. 31
Figura 2.14 – Diagrama de esforços em uma seção protendida no
estado limite último [13]............................................................................ 35
Figura 2.15 – Barra biengastada [14] ....................................................... 36
Figura 2.16 – Barra engastada-rotulada [14] ............................................ 37
Figura 2.17 – Perda de pré-esforço axial devido à rigidez do pilar [13] .... 38
Figura 2.18 – Ação devido à flexão e ação de membrana para
elementos usados para modelar lajes protendidas [1].............................. 40
Figura 2.19 – Campos de deslocamentos considerados na modelagem
de uma laje por grelha [15]....................................................................... 43
Figura 2.20 – Pedaço de laje sujeita a ações de flexão e de membrana
[1]............................................................................................................. 44
Figura 2.21 – Pedaço de laje sujeita a ações de flexão e de membrana
[1]............................................................................................................. 45
Figura 2.22 – Orientação do elemento Viga [16]. ..................................... 48
Figura 3.1 – Modelo com elementos tipo Casca e considerando
excentricidade entre apoios e plano médio da laje................................... 52
Figura 3.2 – Deslocamento (em cm) do centro da laje para os
diferentes níveis de discretização............................................................ 53
Figura 3.3 – Geometria da laje de referência. .......................................... 55
Figura 3.4 – Geometria da laje de referência. .......................................... 56
Figura 3.5 – (a) Placa com carregamento uniformemente distribuído, (b)
Placa com carga concentrada (c) Placa com carga uniforme em um
retângulo parcial (c).................................................................................. 57
Figura 3.6 – Geometria da laje de referência. .......................................... 57
Figura 3.7 – Tensões e deformada do modelo de laje com pilar central
modelado como uma restrição pontual..................................................... 59
Figura 3.8 – Comparação do momento respeito á solução analítica........ 60
Figura 3.9 – Comparação da reação do pilar respeito á solução
analítica ................................................................................................... 60
Figura 3.10 – Deformada do modelo da laje com pilar modelado por
vários apoios............................................................................................. 61
Figura 3.11 – Comparação do momento para o pilar modelado como
apoio pontual e como vários apoios simulando um pilar de 50cmx50cm 62
Figura 3.12 – Laje nervurada com carregamento de protensão aplicado
em faixas de concreto de largura 125 cm................................................ 63
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Figura 3.13 – Seção transversal A-A da laje nervurada. .......................... 64


Figura 3.14 – Representação da laje nervurada modelada sem
considerar a excentricidade entre nervura e laje...................................... 64
Figura 3.15 – Representação do Modelo 2 da laje nervurada
considerando excentricidade................................................................... 65
Figura 3.16 – Representação do Modelo 3 da laje nervurada modelada
usando elementos sólidos........................................................................ 65
Figura 3.17 – Representação dos eixos locais dos elementos [18].......... 66
Figura 3.18 - Tensões no topo da laje nervurada para os diferentes
modelos.................................................................................................... 67

Figura 4.1 – Laje de referência para o modelo 1. ..................................... 72


Figura 4.2 – Distribuição de tensões para carregamento de protensão
aplicado em uma faixa de 2,5m............................................................... 72
Figura 4.3 – Relação entre a tensão máxima, mínima e a tensão gerada
pela força de protensão para as seções A e B......................................... 74
Figura 4.4 – Laje de referência para o modelo 2. ..................................... 74
Figura 4.5 – Distribuição de tensões para carregamento de protensão
aplicado em uma faixa de 2,5m................................................................ 75
Figura 4.6 – Distribuição de tensões nas seções A, B e C para uma
largura de faixa de protensão de L/4 (a), L/8 (b), L/20 (c) e L/40 (d)....... 76
Figura 4.7 – Relação entre a tensão máxima, mínima e a tensão
gerada pela força de protensão para as seções A, B e C........................ 78
Figura 4.8 – Laje de referência para o modelo 3. ..................................... 78
Figura 4.9 – Distribuição de tensões na deformada para carregamento
de protensão aplicado em uma faixa de 2,5m.......................................... 79
Figura 4.10 – Distribuição de tensões nas seções A, B e C para uma
largura de faixa de protensão de L/4 (a), L/8 (b), L/20 (c) e L/40 (d)....... 80
Figura 4.11 – Relação entre a tensão máxima, mínima e a tensão
gerada pela força de protensão............................................................... 81
Figura 4.12 – Laje de referência para o modelo 4................................... 82
Figura 4.13 – Distribuição de tensões nas seções A, B e C para uma
largura de faixa de protensão de L/4 (a), L/8 (b), L/20 (c) e L/40 (d)....... 83
Figura 4.14 – Relação entre a tensão mínima e a tensão máxima
(exterior e na continuidade da laje)........................................................... 84
Figura 4.15 – Deformada e diagrama de cortante para laje de rigidez à
flexão nula (a), laje de rigidez à flexão intermediária (b) e laje
infinitamente rígida(c)............................................................................... 87
Figura 4.16 – Curva de tendência que relaciona o fator de rigidez entre
lajes e pilares (G) e o coeficiente aproximado de rigidez (K)................... 89
Figura 4.17 – Protótipo dos pórticos laje-pilar .......................................... 90
Figura 4.18 – Laje de referência para o modelo 5. ................................... 93
Figura 4.19 – Seção transversal A-A da laje nervurada. .......................... 93
Figura 4.20 – Distribuição de tensões para carregamento de protensão
aplicado em uma faixa de 2,5m................................................................ 94
Figura 4.21 – Relação entre a tensão máxima, mínima e a tensão
gerada pela força de protensão para as seções A e B............................ 95
Figura 4.22 – Laje de referência para o modelo 6. ................................... 96
Figura 4.23 – Distribuição de tensões para carregamento de protensão
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aplicado em uma faixa de 2,5m.................................................................96


Figura 4.24 – Distribuição de tensões nas seções A, B e C para uma
largura de faixa de protensão de L/4 (a), L/8 (b), L/20 (c) e L/40 (d)....... 97
Figura 4.25 – Relação entre a tensão máxima, mínima e a tensão
gerada pela força de protensão para as seções A, B e C........................ 99
Figura 4.26 – Laje de referência para o modelo 7.................................. 100
Figura 4.27 – Distribuição de tensões nas seções A, B e C para uma
largura de faixa de protensão de L/4 (a), L/8 (b), L/20 (c) e L/40 (d)...... 101
Figura 4.28 – Relação entre a tensão máxima, mínima e a tensão
gerada pela força de protensão.............................................................. 102
Figura 4.29 – Laje de referência para o modelo 8.................................. 103
Figura 4.30 – Distribuição de tensões nas seções C, D e E para
diferentes larguras de faixas de protensão............................................. 104
Figura 4.31 – Relação entre a tensão máxima, mínima e a tensão
gerada pela força de protensão para as seções C e D...........................105
Figura 4.32 – Comparação da tensão entre lajes maciças e nervuradas
para uma faixa de L/4 na seção B.......................................................... 106
Figura 4.33 – Comparação da tensão entre lajes maciças e nervuradas
para uma faixa de L/8 na seção B.......................................................... 107
Figura 4.34 – Comparação da tensão entre lajes maciças e nervuradas
para uma faixa de L/20 na seção B........................................................ 107
Figura 4.35 – Comparação da tensão entre lajes maciças e nervuradas
para uma faixa de L/40 na seção B........................................................ 108
Figura 5.1 – Planta de forma destacando as faixas onde a força de
protensão é aplicada............................................................................... 112
Figura 5.2 – Pórticos de uma das faixas exteriores. ............................... 113
Figura 5.3 – Seções e pontos de controle das tensões. ......................... 116
Figura 5.4 – Configuração deformada da estrutura, modelada no
programa SAP2000................................................................................. 119
Figura 5.5 – Desenho das tensões calculadas no programa SAP2000
para as seções A, B C e D..................................................................... 122
Figura 5.6 – Tensões obtidas dos cálculos simplificados e do SAP2000
para todos os pontos de control.............................................................. 122
Figura 5.7 – Detalhe das nervuras e da faixa de concreto da laje
analisada. (dimensões em cm) .............................................................. 123
Figura 5.8 – Planta de forma do pavimento em estudo.......................... 124
Figura 5.9 – Traçado do cabo e representação da força equivalente de
protensão................................................................................................ 125
Figura 5.10 – Planta de armação. Distribuição em planta dos cabos de
protensão. .............................................................................................. 126
Figura 5.11 – Distribuição das tensões S11 (a) e S22 (b) no topo da
laje, em kN cm/cm...................................................................................128
Figura 5.12 – Seção transversal de seção T da laje nervurada..............128
Figura 5.13 – Forças internas e momentos no elemento tipo viga
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(Frame) [18]............................................................................................ 129


Figura 5.14 – Configuração deformada da estrutura usando elementos
tipo casca (a) e elementos tipo viga (b).................................................. 130
Figura 5.15 – Comparação dos deslocamentos na seção A para
ambos os modelos................................................................................. 131
Figura 5.16 – Tensões S11 no topo (a) e na base (b) da laje na seção
A para os modelos com elementos tipo viga e tipo casca...................... 133
Figura 5.17 – Tensões S22 no topo (a) e na base (b) da laje na seção
B para os modelos com elementos tipo viga e tipo casca...................... 134
Lista de Tabelas

Tabela 2.1 – Diferenças dos sistemas de protensão aderente e não


aderente [9].............................................................................................. 30
Tabela 2.2 - Taxa de espessura do bloco de compressão [13].................39

Tabela 3.1 – Deslocamento (cm) do ponto central para os diferentes


níveis de discretização.............................................................................. 56
Tabela 3.2 - Quadro comparativo dos deslocamentos respeito ao
deslocamento convergido......................................................................... 57
Tabela 3.3 –Reação no pilar e momentos fletores obtidos com
modelagem do pilar por uma restrição pontua.......................................... 63
Tabela 3.4 – Quadro comparativo das reações e momentos no centro
da laje e a 50cm do centro quando é modelado por vários apoios........... 65

Tabela 4.1 – Propriedades mecânicas do concreto.................................. 72


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Tabela 4.2 – Relação entre a tensão máxima, mínima e a tensão


gerada pela força de protensão............................................................... 75
Tabela 4.3 – Relação entre a tensão máxima, mínima e a tensão
gerada pela força de protensão............................................................... 79
Tabela 4.4 – Quadro Resumo de relação entre fator de rigidez entre
lajes e pilares (G) e o coeficiente aproximado de rigidez (K) ................... 90
Tabela 4.5 – Valores do coeficiente aproximado de rigidez (K) para
diferentes relações de rigidez (G) ........................................................... 91
Tabela 4.6 – Relação entre a tensão máxima, mínima e a tensão
gerada pela força de protensão............................................................... 96
Tabela 4.7 – Relação entre a tensão máxima, mínima e a tensão
gerada pela força de protensão.............................................................. 100

Tabela 5.1 – Força na laje e no pilar (kN) para análise dos pilares C1
e C9.........................................................................................................115
Tabela 5.2 – Quadro arranjado para a obtenção das forças retidas nos
pilares......................................................................................................116
Tabela 5.3 – Resultado das Tensões obtidas numericamente para
determinados pontos de controle............................................................ 119
Tabela 5.4 – Quadro comparativo das forças obtidas numericamente
e do SAP2000 com referência à forca retida em cada pilar....................121
Tabela 5.5 – Quadro comparativo dos valores das tensões calculadas
com o método simplificado com o SAP...................................................122
Tabela B.1 – Tensões da laje nervurada para os modelos considerando
excentricidade (Offset), sem considerar excentricidade e modelo com
sólidos..................................................................................................... 149

Tabela C.1 – Quadro Resumo do coeficiente ϕ calculado para lajes


maciças para diferentes larguras da faixa de protensão........................ 150
Tabela E.1 – Quadro resumo das tensões calculadas para a seção
A e B para os modelos de viga e casca, no topo e base da laje............ 159

Lista de Símbolos
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Letras Romanas Maiúsculas

A, Ac Área da seção analisada


C Compressão da laje
E Módulo de elasticidade do concreto
F, Fx, Fy, Fz Forças
Fpt Componente transversal da força de protensão
G Fator
I Inércia da seção transversal
Ip Inércia do pilar
IL Inércia da laje
K rigidez da estrutura
L Comprimento do vão
LL Comprimento da laje
LP Comprimento do pilar
M Momento fletor
Mg1 Momento fletor referente ao peso próprio
Mq Momento fletor referente à carga acidental
Mp Momento fletor referente à força de protensão
M(max) Momento máximo resistente
Mx, My, Mz Esforços
Nx, Ny, Nxy Forças Axiais
P Força de protensão
Ps Pré-esforço axial
Pt Força nos cabos de protensão
Pv Força nos elementos verticais
Pcu Esforço de compressão
Q carga concentrada no balanço
S11 Tensões na face 1 do elemento na direção 1
S22 Tensões na face 2 do elemento na direção 2
T Torção
Tt Tração da armadura passiva
Tp Tração da armadura ativa
U Deslocamento da estrutura
Vx, Vy Forças de cisalhamento
W, W1, W2 módulo de flexão (I/y)
Wb Componente Transversal devido à curvatura dos
cabos
X força na barra
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Letras Romanas Minúsculas

a Largura da laje
b Largura da seção transversal
e excentricidade
f força
f’ci , f’c , fck Resistência à concreto
f1,f2 Flecha do cabo
fcu Esforço de compressão
fsb Esforço da armadura passiva
g peso próprio
h Altura
k rigidez do elemento
l1,l2,l3 Vão
q Carga acidental distribuída
u , u1, u2, u3 Deslocamentos
y1 Distância do centro de gravidade do concreto a face
inferior
da seção transversal
y2 Distância do centro de gravidade do concreto a face
superior da seção transversal
w Deslocamento transversal
Letras Gregas

ϕ Coeficiente
β Taxa de espessura do bloco de compressão
Ɛ Deformação
δ Deslocamento
θx, θy Rotações
σ Tensão
σ1g1, σ2g1 Tensão referente ao peso próprio.
σ1q, σ2q Tensão referente à carga acidental.
σmax Tensão máxima
σmin Tensão mínima
σprot Tensão de protensão
σmed Tensão media
ʋ Coeficiente de Poisson

Lista de Abreviaturas

ACI American Concrete Institute


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CG Centro de Gravidade
ELS-W Estado limite de abertura de fissuras
ELS-D Estado limite de descompressão
ELS-F Estado limite de formação de fissuras
GDL Graus de liberdade
MEF Método dos Elementos Finitos
NBR Norma Brasileira Registrada
PTI Post Tensioning Institute
PUC-Rio Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
1.
Introdução

1.1.
Generalidades

Projetar corretamente lajes protendidas pode contribuir significativamente


para a economia e a estética das edificações. Como resultado, esse tipo de laje
tem sido empregado com frequência nos pavimentos de edificações nos últimos
anos, graças a um número considerável de experiências feitas pelo mundo e a
novas concepções arquitetônicas. Lajes protendidas com cordoalhas engraxadas
têm sido executadas mostrando o excelente desempenho desta tecnologia. Além
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disso, as lajes de concreto protendido oferecem vantagens técnicas sobre a solução


tradicional em concreto armado, principalmente no controle de fissuras e grandes
deformações para as cargas de serviço, e pela facilidade para vencer vãos maiores
com seções mais esbeltas.
Com o intuito de fornecer critérios práticos para o projeto desses
pavimentos, foi realizada uma análise numérica do comportamento de pavimentos
constituídos de lajes lisas de concreto protendido e os resultados são apresentados
neste trabalho. Foram analisadas as tensões, geradas pela componente longitudinal
da força de protensão (interpretada como um carregamento externo equivalente),
em determinados pontos de controle.
Numa primeira etapa do estudo foi realizada uma análise do comportamento
geral das tensões em lajes maciças e nervuradas sem considerar a influência dos
pilares. A otimização das tensões provenientes da parcela P/A será a través de um
coeficiente que represente melhor estas tensões. O coeficiente  relaciona as
tensões máximas e mínimas nas zonas de regularização das tensões no interior das
lajes com a tensão de protensão aplicada na ancoragem. Na segunda etapa foi
incluída a contribuição da rigidez dos pilares, para o mesmo estudo, avaliando a
força retida nos pilares na sua contribuição na distribuição das tensões.
19

Foi utilizado o programa computacional SAP 2000 para desenvolver


modelos de elementos finitos, utilizando elementos tipo casca para modelar a laje,
o qual considera forças no plano nos locais onde a protensão é aplicada, e também
considera a contribuição das colunas que são modeladas usando elementos tipo
viga. Os resultados do comportamento das tensões atuantes, geradas pelo efeito da
protensão como carregamento externo equivalente, são mostrados proporcionando
uma comparação entre a solução de programa de computador, muitas
vezes utilizado na prática, e a solução encontrada nos cálculos simplificados.
Programas de computador comerciais bastante utilizados atualmente tendem
a modelar o pilar como apoios pontuais, e as lajes são modeladas utilizando
elementos mais simples do tipo grelha ou viga. Assim foi realizado um exemplo
para um sistema de lajes nervuradas com diferentes elementos na sua modelagen
no programa computacional SAP2000. Primeiramente, as mesas e faixas, onde a
protensão é aplicada, foram representadas por elementos tipo casca e as nervuras
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por elementos tipo viga levando em conta a excentricidade entre seus centros
geométricos. Em seguida foi desenvolvido outro modelo, que se trata de uma
solução de, relativamente, simples implementação computacional, onde todo o
sistema é modelado com elementos tipo viga. Verificou-se o comportamento das
tensões nas lajes lisas nervuradas de concreto protendido, analisando a influência
da componente longitudinal devida à protensão.

1.2.
Motivação da Pesquisa

Atualmente, edifícios residenciais, comerciais e industriais têm utilizado as


lajes planas como sistema estrutural para os seus pisos. Lajes planas com uso de
cordoalhas engraxadas e plastificadas, por sua extrema facilidade de aplicação,
tornaram-se muito utilizadas. Pode-se observar que o uso destes pavimentos é
bastante difundido no mundo. No Brasil, o número crescente de obras executadas
testemunha a veracidade das razões em favor desta moderna e interessante
solução. Por isso, torna-se indispensável o conhecimento mais aprofundado de
estruturas com a utilização da protensão não aderente.
20

O conhecimento sobre a quantificação das solicitações e o comportamento


de lajes protendidas, infelizmente, é bastante escasso, sendo necessário um maior
esclarecimento quanto à grandeza e distribuição de tensões neste tipo de
pavimentos, usando métodos de cálculo simplificados que ajudem à sua
compreensão. Por essas afirmações, surge a necessidade de contribuir com os
estudos de cálculo envolvendo as lajes protendidas apresentados neste trabalho, e
que de alguma maneira poderia facilitar a verificação das tensões pelos projetistas.

1.3.
Objetivos

1.3.1.
Objetivo Geral

Esta dissertação tem como objetivo geral estabelecer critérios práticos para
cálculo de lajes lisas protendidas, maciças ou nervuradas, através do método
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simplificado por comparação com resultados numéricos das tensões obtidas


através de uma análise linear elaborada com o emprego do método dos elementos
finitos, visando fornecer subsídios para a definição dos critérios de projeto e
contribuir com informações e conclusões que possam ser adotadas como
parâmetros de projeto, ou direcionar projetistas para o uso adequado das lajes
lisas.

1.3.2.
Objetivos Específicos

Investigar, através da uma análise numérica o comportamento das tensões


em lajes lisas de concreto protendido com cordoalhas não aderentes, analisando a
influência da tensão gerada pela componente de pré-compressão no plano da laje e
a contribuição dos pilares no cálculo dessas. Estabelecendo uma metodologia para
o cômputo da tensão em lajes protendidas não aderentes.
Verificar se o comportamento das lajes protendidas é adequadamente
simulado pela modelagem com elementos tipo viga, que é amplamente utilizado
atualmente, através de uma comparação de resultados numéricos com a
modelagem usando elementos tipo casca, ambos fornecidos pelo programa
computacional SAP2000[18].
21

1.4.
Organização do Trabalho

Esta dissertação está dividida em seis capítulos.

Capítulo 1: INTRODUÇÃO - é o capítulo onde se apresenta o tema da


dissertação, a motivação da mesma, os objetivos principais e específicos e o
conteúdo da dissertação.

Capítulo 2: PESQUISA BIBLIOGRÁFICA - buscando estabelecer uma


fundamentação teórica adequada são pesquisados conceitos relacionados com os
sistemas estruturais e tipos de lajes envolvidas no estudo, os tópicos mais
relevantes sobre protensão, como os sistemas de protensão e traçado dos cabos.
Apresenta-se também uma revisão da bibliografia sobre o efeito da rigidez dos
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pilares na força de protensão, o método dos elementos finitos em relação com as


lajes protendidas, assim como o programa computacional utilizado.

Capítulo 3: MODELAGEM POR ELEMENTOS FINITOS DE LAJES –


este capítulo apresenta um estudo sobre a modelagem de lajes protendidas,
maciças e nervuradas, onde foram feitos diversos modelos visando selecionar o
nível de discretização necessário para convergência, bem como os tipos de
elementos finitos mais adequados a serem utilizados no desenvolvimento da
dissertação.

Capítulo 4: METODOLOGIA DA ANÁLISE NUMÉRICA – neste capítulo,


descreve-se a metodologia proposta para os estudos desenvolvidos nesta pesquisa
e apresentam-se os modelos a serem utilizados para a análise de lajes maciças e
nervuradas, assim como os cálculos simplificados para o cômputo da tensão
sugerido no presente trabalho.
22

Capítulo 5: EXEMPLO DE APLICAÇÃO E ANÁLISE DOS


RESULTADOS – neste capítulo são apresentados dois exemplos práticos.
Primeiro, uma laje maciça, onde as tensões máximas e mínimas, geradas pela
força de protensão, são calculadas para seções críticas através de uma análise
numérica usando a metodologia apresentada no capítulo 4. Em seguida, a mesma
laje é modelada no SAP2000, via Método dos Elementos Finitos (MEF),
fornecendo assim, uma análise comparativa dos resultados do calculo das tensões.
Segundo, um sistema de lajes nervuradas é modelado para um carregamento
equivalente no Sap2000 empregando diferentes elementos na sua modelagem. São
apresentados e analisados os resultados obtidos das análises numéricas, através de
tabelas e gráficos comparativos.

Capítulo 6: CONCLUSÕES – No sexto e ultimo capítulo, estão reunidas as


considerações finais, as conclusões e sugestões para trabalhos futuros.
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2.
Pesquisa Bibliográfica

O processo de protensão é um tema explorado em muitos artigos, teses e


dissertações atuais. O Post-Tensioning Institute tem publicado sobre este assunto
muitos artigos, dentre eles, “Design Fundamentals of Post-tensioned Concrete
Floors” [1], onde são discutidos os principais métodos utilizados no projeto
de lajes. Atualmente, o método mais empregado é o da carga equivalente, método
introduzido por Lin [2], no qual a protensão é vista como um carregamento
aplicado. A carga aplicada é dividida em componentes que causam flexão
e aqueles que causam pré-compressão. Os componentes do carregamento devido à
protensão que causam flexão na laje determinam os momentos e cortantes normais
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na laje. A pré-compressão devido ao pré-esforço nas ancoragens é adicionada


ás tensões oriundas dos momentos fletores devido ao carregamento vertical.

Neste capítulo, será apresentada a pesquisa bibliográfica com os tópicos


necessários para uma melhor compreensão e conhecimento no que diz respeito a
lajes protendidas, maciças e nervuradas.

2.1.
Considerações Gerais sobre a Protensão

A protensão é um artifício que consiste em introduzir numa estrutura um


estado prévio de tensões internas, a traves de uma armadura previamente
tracionada, que se opõem, até limites desejados, às tensões provocadas por cargas
externas, a fim de melhorar sua resistência ou seu desempenho, perante as
solicitações atuantes. A protensão elimina ou reduz a tensões de tração induzidas
pelas cargas externas, evitando a fissuração excessiva.
A seção de concreto é verificada no Estado Limite de Serviço para garantir
que tanto a tensões de compressão e de tração encontrem-se dentro dos limites
aceitáveis dados nas normas vigentes.
24

Na aplicação do Método dos Elementos Finitos (MEF), as seções de


projeto são selecionadas pelo engenheiro calculista com base na sua experiência e
na sua observação da solução gráfica na tela resultante da aplicação do método de
cálculo. Um bom ponto de partida é verificar na face dos apoios e no meio do
vão.
Os princípios básicos do projeto em concreto protendido podem ser
simplesmente entendidos ao considerar a distribuição de tensões em uma
seção de projeto sob a ação de forças ou cargas aplicadas externamente.
A Figura 2.1 ilustra a simplicidade da teoria básica. Em essência,
o processo implica verificação da distribuição de tensões sob a ação combinada de
ambos a protensão e a carga aplicada, em todas as posições ao longo da viga, a
fim de garantir que tanto a compressão e tração são mantidas dentro dos
limites indicados nos padrões do projeto.
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a) Considere uma viga com uma força P c) A distribuição das tensões de flexão da viga
aplicada em cada extremidade ao é calculada a partir de M/W, onde M é o
longo da linha central da viga momento de flexão e W o módulo de seção.
P P
-M/W

Compressão
-P/A

Esta força gera uma tensão


tração
de compressão uniforme P/A,
+M/W
onde A é a área transversal.
0
b) Considere a carga vertical w d) Ao combinar são obtidas tensões geradas pela
aplicada ao longo da viga e pré-compressão e a carga aplicada
o correspondente diagrama Neste exemplo já não há tração assumindo que
de momentos desta. a magnitude P foi escolhida corretamente.
w
-P/A -M/W -P/A - M/W

+ =
M (max)
+M/W -P/A + M/W
0 0 0

Figura 2. 1 – Princípios básicos do projeto de concreto protendido [3].


O projeto de um membro protendido pode ser considerado em duas
operações distintas: cálculo de momentos e cálculo de tensões. O cálculo
dos momentos é muito importante principalmente no caso de vãos contínuos; uma
vez que os momentos tenham sido obtidos, as tensões em seções críticas são
obtidas a partir da eq. (2.1), equação simples de flexão.

(2.1)
25

onde
P é a força de protensão
A é a área da seção transversal de concreto
M é o momento fletor causado pelo carregamento externo
W é o módulo de flexão (I/y)
e é a excentricidade
O acoplamento da pré-compressão e as forças de restrição na laje são um
subproduto da formulação de elementos finitos. Os dois conjuntos de ações são
combinados automaticamente na solução.

2.1.1.
Exemplo Numérico Ilustrativo

No texto de “Fundamentos Do Concreto Protendido” [4] mostra de modo


numérico o antes citado. Consideremos uma viga de concreto, simplesmente
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apoiada, com dimensões conforme mostra a Figura 2.2, sujeita às seguintes ações:
 peso próprio g = 3,75 kN/m
 carga acidental q = 34,6 kN/m
 força de protensão P = -600 kN

q
0,375
g
CG
0,75

0,325
CG
0,05

7m
0,20

Figura 2.2 – Dados da viga de concreto protendido [4].

As tensões as quais a peça esta submetida são dadas pela equação 2.1

-P/A Pe/W2 -M/W 2 -P/A + Pe/W2- M/W2

-P/A -Pe/W1 M/W1 -P/A - Pe/W1+ M/W1


26

Os cálculos descritos a seguir são efetuados considerando-se o concreto


como material homogêneo e de comportamento elástico-linear.
i. Características geométricas e mecânicas da seção transversal,

ii. Esforços solicitantes e tensões normais no meio do vão


a. Tensões referentes ao peso próprio
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b. Tensões referentes à carga acidental

(na borda superior)

c. Tensões referentes à força de protensão


27

iii. Combinação de ações


a. Estado em vazio (referente à força de protensão e ao peso próprio)
+6,4 -1,23 +5,17

CG

-14,4 +1,23 -13,17

b. Estado em serviço
+5,17 -11,30 -6,13 MPa

CG
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-13,17 +11,30 -1,87 MPa

iv. Análise dos resultados


 Observa-se que pode ocorrer que no estado em vazio a seção
transversal esteja mais solicitada que no estado em serviço. Portanto
é necessário que haja uma verificação cuidadosa de todas as fases de
solicitação da peça.
 Variando-se a intensidade e a excentricidade da força de protensão,
obtêm-se os efeitos desejados.
 É preciso que sejam verificadas as seções ao longo do vão (não
apenas as mais solicitadas pelo carregamento externo), procurando-
se, na medida do necessário, variar os efeitos da protensão.
 Uma verificação como essa realizada nos exemplos numéricos é útil
para a análise da estrutura nas condições de serviço. É sempre
necessário que sejam feitas também verificações dos estados limites
últimos.
28

2.2.
Vantagens das Lajes Protendidas

Lajes protendidas têm inúmeras vantagens se comparadas às lajes de


concreto armado. The Concrete Centre na sua publicação “Post-tensioned
Concrete Floors” [3] explica esses benefícios:

 Grandes vãos: Uma das principais vantagens do concreto


protendido é que permite projetar vãos maiores que no concreto
armado.
 Seções mais esbeltas: Laje de concreto protendido fornece espessura
mínima para qualquer solução para cargas e vãos típicos. Ou seja,
desencadeando outras vantagens como menor peso próprio da
estrutura e menor altura total do edifício.
 Flexibilidade: O concreto protendido pode ser trabalhado com
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geometria irregular, incluindo curvas. Assim, uma grande


flexibilidade de layout pode ser alcançada.
 Distribuição de serviços: Serviços mecânicos e elétricos são
elementos caros na construção, com significativos custos de
manutenção e substituição. Lajes protendidas geralmente oferecem
uma zona de distribuição de serviços livre de vigas, diminuindo
assim as interferências.
 Aberturas: Lajes de concreto protendido podem
acomodar aberturas sem muita dificuldade. Furos
menores raramente apresentam problemas, pois podem ser
facilmente formados entre os cabos.
 Velocidade de construção: Concreto protendido é altamente
compatível com programas de construção acelerados. Reduz o
congestionamento de reforço, o que torna mais fácil a colocação
de concreto.
 Grande área para lançamento de concreto: Lajes protendidas são
mais finas que lajes de concreto e por isso uma área maior pode ser
vertido para o mesmo volume de concreto.
29

 Deflexão: A deflexão muitas vezes rege os critérios de projeto,


especialmente quando grandes vãos são usados. Em certa medida a
deflexão da laje pode ser controlada variando-se o pré-esforço.
 Construção livre de fissuras: Construção livre de fissuras pode ser
fornecida projetando toda a laje à compressão sob cargas normais de
trabalho.
 Adaptabilidade: Mercados e práticas de trabalho estão em constante
mudança, por isso faz sentido considerar um material que pode
acomodar necessidades de mudança ou ser adaptado com o mínimo
esforço.
 Redução do uso de materiais: O Concreto Protendido possui uma
forma estrutural eficiente, o que otimiza o uso de concreto
e utiliza aço de alta qualidade para os cabos.
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2.3.
Tipos de Lajes Protendidas

Nas lajes protendidas os principais esquemas estruturais adotados são as


lajes lisas, com ou sem aumento de seção (capitéis) na região dos pilares e as lajes
nervuradas, apoiada ou não em faixas maciças de concreto da mesma espessura da
laje.

2.3.1.
Lajes Lisas

As lajes lisas (Figura 2.3) são lajes de espessura uniforme, apoiadas


diretamente sobre pilares, sem a existência de vigas para transmitir as cargas
destas aos mesmos, possibilitando assim pavimentos com tetos lisos, que vêm
sendo cada vez mais utilizados em edificações.
A espessura de uma laje lisa (flat plate) é geralmente controlada pelas
exigências de deflexão e/ou punção em torno do pilar.
 A NBR 6118: 2007 [5] recomenda uma espessura mínima de 16 cm
para lajes lisas.
 O ACI 318-05 [6] recomenda: L/h≤42 para lajes de piso.
30

 Segundo PTI Post-tensioning Institute [7] a esbeltez deve ser: 40


≤L/h ≤45.

Figura 2.3 – Lajes lisas sem capitéis, The Concrete Centre [3].

2.3.2.
Lajes Nervuradas
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Segundo a NBR 6118: 2007 [5]: “Lajes nervuradas são as lajes moldadas no
local ou com nervuras pré-moldadas, cuja zona de tração para momentos positivos
está localizada nas nervuras entre as quais pode ser colocado material inerte”.
Lajes nervuradas em uma direção (ribbed slab), Figura 2.4 (a), são as lajes
constituídas por uma série de vigas solidarizadas entre si pela mesa e que
fornecem uma estrutura muito flexível capaz de acomodar aberturas. Para
grandes vãos, lajes reticulares (waffle slab) é uma opção muito eficiente capaz de
suportar altas cargas, Figura 2.4 (b). A principal desvantagem com este tipo de
lajes é que é necessário "entrelaçar" os cabos de pré-esforço.

(a) (b)

Figura 2.4 – Lajes nervuradas em uma direção (a) e em duas direções (b). The
Concrete Centre [3].
31

No Brasil, tem sido bastante utilizado o sistema estrutural constituído de


lajes nervuradas de concreto armado apoiadas em faixas maciças de concreto
protendido, como mostra a Figura 2.5.

Figura 2.5 – Lajes nervuradas apoiadas em faixas maciças de concreto protendido.

Segundo o PTI [7], a esbeltez recomendada para vigas protendidas é: no


caso de vãos contínuos, L/h=30; e no caso de um só vão: L/h=26.
Lajes nervuradas fazem uso do concreto e do aço da forma mais eficiente
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representando uma boa economia não só de material, mas de tempo. Diminui


também a quantidade de escoramento durante o tempo de cura.

2.4.
Sistemas de Protensão

2.4.1.
Protensão com Aderência

Na protensão aderente os cabos são colocados dentro de bainhas metálicas


contínuas que são injetadas com uma calda de cimento após os cabos serem
tensionados, criando a aderência entre o concreto e os cabos. Pode ser executada
por duas maneiras:
 com aderência inicial, em que a peça é concretada envolvendo uma
armadura previamente tracionada e ancorada em dispositivos
externos;
 com aderência posterior , em que a protensão é aplicada sobre uma
peça de concreto após do endurecimento do concreto e a aderência é
processada posteriormente através de uma calda de cimento após a
aplicação da força de protensão e ancoragem dos cabos por meio de
dispositivos mecânicos.
32

Figura 2.6 – Sistema aderente antes do lançamento do concreto. The concrete


Centre. [3].

2.4.2.
Protensão Sem Aderência

A protensão sem aderência é realizada com armadura pós-tracionada, isto é,


a armadura ativa é tracionada sobre uma peça de concreto já endurecido.
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O cabo ou cordoalha de aço permanece livre para se mover de forma


independente do concreto. Em certos sistemas de protensão sem aderência, a
armadura ativa é colocada em dutos formados por dutos metálicos ou de plástico.
No caso da cordoalha engraxada, ou seja, cordoalhas não aderentes, o aço fica
dentro de bainhas plásticas envolvidas por uma camada de fluido lubrificante
pastoso e são ancoradas nas extremidades por meio de cunhas. Nesse tipo de
protensão ainda há a possibilidade de trocar os cabos em uma futura manutenção.
A protensão sem aderência com cordoalhas engraxadas plastificadas oferece
como principais vantagens: [8]:
 reduz bastante as perdas por atrito ao longo dos cabos, resultando
em uma maior força efetiva de protensão.
 ancoragens individuais minimizam as tensões concentradas
diminuindo as armaduras de fretagem.
 com a cordoalha engraxada obtém-se uma maior excentricidade
do cabo, o que resulta em uma maior eficiência da protensão.
33

Figura 2.7 – Sistema não aderente antes do lançamento do concreto. The concrete
Centre. [3].

Algumas das mais relevantes características básicas dos sistemas de


protensão aderente e não aderente estão na Tabela 2.1 a seguir.

Tabela 2.1 – Diferenças dos sistemas de protensão aderente e não aderente [9].

SISTEMA ADERENTE SISTEMA NÃO ADERENTE


Usa bainha metálica para até quatro Sem bainha metálica. As cordoalhas
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cordoalhas por bainha, em trechos de vêm de fabrica com graxa e bainha


6m com luvas de emenda e vedação. plástica contínua.
O manuseio é feito com quatro O manuseio é feito com uma
cordoalhas ao mesmo tempo cordoalha por vez (próximo de 0,89
(aproximadamente 3,2 kg/m). kg/m).
Concretagem cuidadosa para evitar Concretagem sem maiores cuidados.
danos à bainha metálica (abertura da Bainha plástica é resistente aos
costura helicoidal). trabalhos de obra.
Usa macaco de furo central que Usa macaco de dois cilindros que se
precisa ser enfiado pela ponta da apoia na cordoalha junto à face do
cordoalha concreto.
A protensão é feita em quatro níveis A protensão é feita em uma só
de pressão hidráulica, seguidas das elevação de pressão, pois não há
respectivas leituras de alongamento, retificação da cordoalha (bainha
correção da tabela e medida da perda justa).
por acomodação da ancoragem.

Exigem lavagem das cordoalhas por Lavagem desnecessária.


dentro para a diluição de eventual
pasta de cimento.
A água deve ser retirada por ar Medida desnecessária.
comprimido antes da injeção, para
não haver diluição da pasta.
Pasta de injeção, feito com Medida desnecessária.
misturador elétrico. A injeção é feita
por bomba elétrica.
34

2.5.
Arranjo de Cabos de Protensão

2.5.1.
Traçado dos Cabos em Elevação

De um modo geral, o ideal é que os esforços provocados pela protensão


variem proporcionalmente aos esforços externos. Isso pode ser conseguido se o
traçado dos cabos acompanharem o diagrama de momentos fletores produzidos
pelo carregamento externo.
A Figura 2.8 (a) é uma viga de três vãos contínuos com um balanço em uma
extremidade. O carregamento é composto por cargas predominantemente
concentradas sobre o balanço e o vão 1-2, e de cargas uniformemente distribuídas
sobre os outros dois vãos 2-3 e 3-4. Figura 2.8 (b) mostra um possível perfil do
cabo. No balanço e no vão 1-2, onde as cargas são concentradas, o perfil é
composto por linhas retas. Nos vãos 2-3 e 3-4 os perfis são parabólicos. O perfil é
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simétrico no vão 2-3 e seu ponto mais baixo é na metade do vão. No vão 3-4, o
perfil é assimétrico, e o comprimento b, a distância entre o apoio ao ponto mais
baixo, não é conhecido, neste caso.
Um cabo não pode ser dobrado em ângulos agudos, todos os cantos do perfil
são arredondados com parábolas, como nos suportes 2 e 3, e na metade do vão 1-
2. Em estágios preliminares de projeto, o perfil é muitas vezes simplificado como
mostra a Figura 2.8 (c).

1 2 3 4
(a)

(b) (c)

Figura 2.8 – Traçado vertical dos cabos em uma viga continua [13].

O traçado do cabo se inicia reto em função dos dispositivos de ancoragem.


Nas extremidades, as ancoragens devem ser colocadas no centro de gravidade da
laje afim de não introduzir momentos fletores em uma região em que estes
esforços não ocorrem por ação das cargas gravitacionais.
35

2.5.2.
Distribuição dos Cabos em Planta

Uma característica especial em projetos de lajes protendidas é que a


distribuição dos cabos no plano interno da laje não deve afetar sua resistência.
Uma boa disposição dos cabos em planta permite que os esforços, mesmo em
direções diferentes da laje, sejam suportados.

(a) (b)
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(c)
Figura 2.9 – Disposição dos cabos de protensão em planta.

O arranjo (a) da Figura 2.9 mostra a disposição dos cabos em faixas através
da linha dos pilares em uma direção e uniformemente distribuída em outra
direção. Este layout pode ser usado para lajes maciças e lajes nervuradas e é o
arranjo mais comumente usado. Oferece as vantagens que os furos através da laje
podem ser facilmente acomodados na fase de construção, pois ele não exige
entrelaçamento dos cabos em diferentes direções, já que não se cruzam em seus
pontos altos ou baixos, com exceção de dois cabos distribuídos ao longo dos
suportes, como mostra a Figura 2.10.

Figura 2.10 – Distribuição dos cabos ao longo dos suportes [1].


36

O arranjo (b) mostra uma faixa de cabos em uma direção, e uma


combinação de faixa e distribuição de cabos na outra direção. Este fornece maior
capacidade de absorção das tensões de cisalhamento em torno dos pilares. Uma
avaliação cuidadosa de larguras de fissuras e deflexão é necessária com este
arranjo.
O arranjo (c) mostra faixas e cabos distribuídos em ambas as direções, são
adequadas para lajes reticulares, mas pode ser empregada para outras lajes,
dependendo dos requisitos de projeto. A desvantagem deste esquema é que ele
requer “entrelaçamento" dos cabos. É adequado para lajes maciças, onde a
espessura mínima da laje é exigida.
Os esforços em um painel de laje concentram-se nas regiões das faixas dos
apoios (Figura 2.11). Dessa forma, é recomendável que essas regiões apresentem
uma maior concentração de cabos. O ACI 423 [10] apresenta a seguinte
recomendação para a distribuição dos cabos em planta:
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Faixa dos pilares: 65 a 75% dos cabos


Faixa central: 35 a 25% dos cabos.

Figura 2.11 – Concentração de cabos nas regiões das faixas dos apoios [10].

Distribuição dos cabos concentrando nas faixas dos pilares


A NBR 6118/2007 [5] recomenda que quando se utilizem cabos
concentrados em faixas sobre os pilares, as larguras dessas faixas não ultrapassem
b+3,5h para cada lado do eixo do pilar.
onde:
b é a largura do pilar na direção da largura da faixa;
h é a espessura da laje.
37

2.6.
Protensão como carga externa equivalente

A protensão é aplicada através um conjunto de cargas externas


equivalentes. O carregamento é dividido em componentes que causam flexão
e aquelas que causam compressão. Os componentes da carga aplicada, devido à
curvatura dos cabos que causam flexão determinam os momentos e cortantes
normais na laje. A força de protensão nas extremidades que causam compressão é
sobreposta sobre as tensões obtidas a partir da análise à flexão.
Na Figura 2.12, a força P ao longo da viga é a componente de
compressão axial devido à protensão e o carregamento Wb representa a
componente transversal que causa flexão. A substituição destes cabos por
forças permite que a estrutura seja tratada como uma viga simples sem protensão.
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Figura 2.12 – Separação de força do cabo em componentes axial (P) e transversal


(Wb)
38

2.7.
Valores Representativos da Força de Protensão

Para o equilíbrio estático, o momento no médio do vão produzido pela


excentricidade do cabo deve ser igual ao momento produzido pela carga
uniformemente distribuída equivalente devida à curvatura do cabo. Para as
estruturas usuais pode ser usada a formulação simplificada apresentada a seguir
para o cálculo da força de protensão [9]:

Balanço: (2.2)

Vão interno: (2.3)

Vão externo: (2.4)

Onde:
P: esforço de protensão
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Q: carga concentrada no balanço


q: carga distribuída
f: flecha
O cabo é envolto de modo que sua carga equivalente atua em direção oposta
às cargas devido ao peso próprio e sobrecargas. Para efeito de cálculo, em geral
costuma-se desprezar o efeito da inversão da curvatura dos cabos sobre os pilares
adotando-se um perfil simplificado como indicado pela Figura 2.13.

Figura 2.13 – Cálculo da protensão necessária [9]


39

Para estruturas com protensão total ou limitada deverá ser tomada a força de
protensão do vão mais crítico para que sejam satisfeitas as condições de serviço
pertinentes em todos os pontos da estrutura.
Em lajes com vãos desproporcionais, pode ser conveniente não aplicar a
mesma força de protensão em todos os vãos. Nestes casos, pode-se ter em alguns
vãos uma quantidade maior de cabos.
Com relação à flecha dada aos cabos nos vãos, podem ser adotados
basicamente dois procedimentos [9]:
a) Adotar para o vão mais crítico um traçado que utiliza as excentricidades
máximas, em função do cobrimento mínimo, calculando a força de protensão
necessária; e para os demais vãos, calcular as excentricidades necessárias para
obter o mesmo valor de protensão.
b) Adotar para todos os vãos a excentricidade máxima e calcular a protensão
para o vão mais crítico.
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A segunda possibilidade é a mais usual por aproveitar mais os cabos,


implica em um carregamento equilibrado diferente em cada vão.

2.8.
Estado Limites e Verificação da Tensão

2.8.1.
Estado Limite de Serviço

Na protensão, até que os cálculos sejam realizados, não está claro se o


estado de serviço ou de resistência máxima, ou ambos, são críticos. Portanto, no
estado de serviço as verificações de tensões e deformação são partes essenciais do
projeto. No estado de serviço, as tensões no concreto são obrigadas a estarem
dentro dos limites especificados na compressão e na tração.
Na protensão parcial deve ser respeitado o estado limite de abertura de
fissuras (ELS-W), sendo o procedimento adotado semelhante ao utilizado nas
verificações de concreto armado. Para estruturas com protensão limitada deve ser
respeitado o estado limite de formação de fissuras (ELS-F) para a combinação
frequente de carregamento e o estado limite de descompressão (ELS-D) para a
combinação de carregamento quase permanente. Já os elementos estruturais com
40

protensão completa devem atender ao ELS-F para a combinação rara e o ELS-D


para a combinação frequente.
O ACI 423 [10] recomenda limites para tensão admissível em membros
fletidos de concreto protendido:
Para laje com protensão não aderente a tensão média de compressão na laje
deve estar no intervalo entre 0,86 MPa e 3,5 MPa.
 Tensões no concreto no ato da protensão (após perdas iniciais), em
MPa:
 compressão na zona de momento negativo
 compressão na zona de momento positivo
 tração (com armadura passiva)
 tração p/ fck=30 MPa, fckj=20 Mpa
 Tensões no concreto em serviço no ELS-F (após as perdas no
tempo), em MPa:
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 compressão na zona de momento negativo


 compressão na zona de momento positivo
 tração (com armadura passiva)
 tração p/ fck=30 MPa, fckj=20 Mpa

sendo f’c a resistência à compressão do concreto especificada e f’ci a


resistência à compressão do concreto na idade “i” dias.
O ACI 318 [6] exige uma pré-compressão média mínima de 0,9 MPa em
duas direções ortogonais da laje, após a consideração de todas as perdas de
protensão.
Recomenda-se na prática o valor máximo de 2,0 MPa para a pré-compressão
média [8].
41

2.8.2.
Estado Limite Último

No cálculo de peças de concreto protendido, o dimensionamento é feito


considerando os estados limites de serviço (ELS) e, posteriormente, são
verificados os estados limites últimos (ELU). Para a verificação dos estados
limites últimos são aplicados os coeficientes de ponderação tanto sobre as cargas
como sobre as resistências, obtendo-se assim seus valores de cálculo.
O dimensionamento da armadura passiva no concreto protendido é feito
semelhantemente ao utilizado para peças de concreto armado. No estágio de
ruptura, a armadura protendida funciona de maneira idêntica à armadura das peças
de concreto armado, com a seção transversal trabalhando no estádio III. A
diferença principal consiste no pré-alongamento da armadura protendida, ou seja,
a deformação do aço devido à protensão. O alongamento da armadura ativa
devido à flexão da peça deve ser somado ao pré-alongamento, ou alongamento
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inicial.
O estado limite último corresponde a uma condição em que a estrutura não
pode ser mais utilizada, por ter sofrido colapso ou deformações plásticas
excessivas. O cálculo no estado limite último por flexão pode ser feito
considerando as seguintes hipóteses [12]:

 As deformações das fibras são proporcionais à sua distância ao eixo


neutro, ou seja, as seções planas permanecem planas até a ruptura.
 A intensidade e a posição da resultante dos esforços que atuam na
região comprimida do concreto podem ser deduzidas de um
diagrama de tensões simplificado. Os diagramas mais utilizados são
o parábola-retângulo e o retangular equivalente.
 Após a fissuração, a resistência à tração do concreto é totalmente
desprezada.
 Sob influência das solicitações, as armaduras ficam sujeitas às
mesmas deformações unitárias médias que o concreto adjacente no
caso da protensão aderente.
42

A força de tração total, em todos os cabos e armadura passiva, deve ser igual
à força total de compressão no concreto. A forma do diagrama de tensão de
compressão é normalmente simplificada para um retângulo. A Figura 2.14 mostra
um diagrama típico de tensão em um membro protendido.
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Figura 2.14 – Diagrama de esforços em uma seção protendida no estado limite


último [13]

Para o bloco de compressão retangular, ACI 318 [6] especifica que:


 a tensão de concreto na face de compressão será 0,003.
 o diagrama retangular de tensão será para tensão média de
0,85f'c.
 a espessura do diagrama retangular de compressão será tomado a
β1 vezes a espessura do eixo neutro. Tabela 2.2 dá os valores de
β1 para diferentes resistências cilíndricas.
 Resistência à tração do concreto é ignorada.

Tabela 2.2 - Taxa de espessura do bloco de compressão [13].

f'c 30 35 40 45 50 55 N/mm²
β1 0,85 0,81 0,77 0,73 0,69 0,65
43

2.9.
Consideração do Efeito da Rigidez dos Pilares

Nos edifícios os elementos horizontais são geralmente ligados


monoliticamente aos apoios, sejam eles pilares ou muros. Devido a esse fato, parte
da força de protensão é absorvida por esses apoios reduzindo a força de
compressão efetiva atuante na laje. Neste ponto da pesquisa é realizada uma
revisão da bibliografia sobre o efeito dos elementos verticais na força de
protensão.

2.9.1.
Coeficiente de Rigidez dos Pilares

Barra biengastada
Considere-se a barra engastada em ambas as extremidades como
representado na Figura 2.15. Pelo método dos deslocamentos, se impõe o
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deslocamento transversal unitário em sua extremidade esquerda, mantendo-se


nulos os demais deslocamentos nodais, quando então ocorrem as forças relativas
X1 a X4. A força X3 vale:

(2.5)

X2

d2=1

X1 X3
L
Figura 2.15 – Barra biengastada [14]

Barra engastada e rotulada


Considere-se uma barra engastada em uma de suas extremidades e rotulada
na outra extremidade, como representado na Figura 2.16. A esta barra se impõe
deslocamento transversal unitário em sua extremidade engastada, mantendo-se
nulos os demais deslocamentos nodais. A força X3 vale:

(2.6)
44

X2

d1=1

X1 X3

Figura 2.16 – Barra engastada-rotulada [14]

2.9.2.
Análise do Pré-Esforço Axial na Laje

Para um piso normal, apoiado em pilares, a diferença entre a força no cabo e


a compressão no concreto pode ser bastante significativa no caso de paredes
rígidas ou pilares de elevada rigidez.
O pré-esforço axial (Ps) é igual à diferença entre a força nos cabos (Pt) e a
força retida por parte dos elementos verticais (Pv) (eq. 2.7). A tensão média no
concreto é agora menor do que teria sido se os elementos verticais não tivessem
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rigidez, portanto, a força no cabo é ligeiramente superior.


(2.7)
Na publicação “Post-Tensioned Concrete Floors” [13] pode-se encontrar
um exemplo do acima citado. Considere-se o pórtico de um vão, como o
representado na Figura 2.17 (a). Para simplificar, assume-se que as dimensões dos
pilares são iguais, engastadas na parte inferior e com liberdade para girar no topo.
Se os pilares apenas fornecem restrição na vertical e a laje está livre para
deslizar na horizontal, então se apresentaria um deslocamento de largura δ entre a
viga e uma dos pilares por causa do encurtamento da viga, Figura 2.17 (b). Para
fechar este deslocamento é necessária a cortante Pv, como mostrado na
Figura 2.17 (c). Cada pilar desloca-se uma distância δ/2 sob a força Pv.

(2.8)

(2.9)
45

Igualando 2.8 e 2.9, e isolando Pv:

(2.10)

Onde:

(2.11)

Iv=Momento de inércia do pilar


Ac=Área da secção transversal da viga
Kr é um fator adimensional que relaciona a deformação de uma viga em
compressão com o pilar em flexão. O módulo de elasticidade Ec se cancela,
assumindo que os pilares e a laje têm o mesmo concreto.
Para o pórtico da Figura 2.17 (d), onde a viga é apoiada em uma parede
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muito rígida em uma extremidade e em um pilar na outra, apenas o pilar desvia-


se, portanto:

(2.12)

No caso de dois vãos iguais de comprimento L cada um, Figura 2.17 (e), o
pilar central permanece inalterado. O pórtico é, portanto, equivalente
a Figura 2.17 (d) e a eq. (2.12) é aplicável.

Pv
H

L
(a) (b) (c)

L L L
(d) (e)

Figura 2.17 – Perda de pré-esforço axial devido à rigidez do pilar [13]


46

O momento no pilar devido ao encurtamento do comprimento da


viga atua em oposição ao gerado pelas cargas verticais, e o efeito é que em
estruturas protendidas os momentos no pilar são geralmente mais baixos do que
em concreto armado. O momento resultante da força horizontal pode
causar fissuras de flexão na laje ou de cisalhamento.
A perda na componente axial da força de protensão pode ser
minimizada através do posicionamento dos membros rígidos verticais, próximos
do meio da laje, ou de tal maneira que eles ofereçam a menor resistência ao
encurtamento da laje.
Elementos verticais, sendo muito eficientes para resistir às forças
laterais, podem absorver uma parcela significativa da força de pré-esforço se
forem mal posicionadas.

2.10.
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Método dos Elementos Finitos

2.10.1.
Formulação Baseada em Deslocamentos

No método dos elementos finitos (MEF) formulado com base em


deslocamentos, uma estrutura complexa é discretizada em pedaços menores e
mais simples (elementos). Cada elemento é formulado para capturar o
comportamento local da estrutura, e para obter a distribuição das tensões e
deformações e o campo de deslocamentos em todos os pontos de conexão entre
elementos (nós).
No método geral de análise por elementos finitos, as equações de equilíbrio
são satisfeitas apenas nos graus de liberdade (GDL) dos nós dos elementos.
Portanto, todos os esforços externos são substituídos por carregamentos
equivalentes aplicados nos GDL dos nós. Em geral, a condição de compatibilidade
de deslocamentos (e para alguns elementos também rotações) é satisfeita, pois
deslocamentos/rotações nodais são interpoladas usando funções de forma
polinomiais que são contínuas e por que elementos vizinhos compartilham nós (ou
GDL) que possuem valores de deslocamentos/rotações únicos.
47

Um elemento estrutural comumente usado em análise estrutural é o


elemento de casca. Este elemento será usado para ilustrar os passos básicos da
formulação do MEF baseada em deslocamentos. Fundamentalmente, o elemento
de casca é uma combinação de dois outros elementos: elemento de placa e
elemento de membrana. As forças internas que são desenvolvidas nos nós do
elemento de placa correspondem à resposta devida à flexão devida à aplicação de
carregamentos aplicados na direção transversal ao elemento. Estes esforços são
Mx, My e Fz, como mostra a Figura 2.18. O elemento de membrana, por outro
lado, representa a resposta de alongamento e encolhimento do elemento devido a
forças aplicadas no plano do elemento. Neste caso estas forças são Fy e Fx,
também ilustrados na Figura 2.18 [1].

ELEMENTO

My
Fy
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Mx
NÓ Fz Fx

(a) Ação devido a flexão (b) Ação de membrana


Figura 2.18 – Ação devido à flexão e ação de membrana para elementos usados
para modelar lajes protendidas [1].

Para cada elemento é desenvolvida uma relação entre os


deslocamentos/rotações dos nós e a forças aplicadas nestes. Estas relações são
expressas pela seguinte equação:

{f} = [k] {u} (2.13)


Onde:
{f} é o vetor de forças/momentos aplicados nos GDL dos nós para nós do
elemento,
{k} é a matriz de rigidez do elemento
{u} é o vetor de deslocamento/rotações para os nós do elemento a serem
calculados.
48

Para satisfazer a condição de equilíbrio, a soma das forças e momentos dos


elementos que compartilham um nó deve ser igual ao carregamento externo
aplicado naquele nó. Além disso, o deslocamento de um nó comum a dois ou mais
elementos deve ser o mesmo para todos os elementos. Estes dois critérios
permitem as relações de equilíbrio individuais para cada elemento e sejam
combinadas formando um sistema de equações globais que tem a seguinte forma:

{F} = [K] {U} (2.14)


onde:
{F} é o vetor de forças/momentos externamente aplicados nos nós da
estrutura.
{U} é o vetor de deslocamentos/rotações dos GDL da estrutura a serem
calculados,
[K] é a matriz de rigidez da estrutura.
As condições de contorno que em geral consistem de
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deslocamentos/rotações prescritas, são impostas através da eliminação das


equações correspondentes a elas. Uma vez que isto é feito o sistema de equações
global pode ser solucionado para a obtenção dos deslocamentos e rotações nodais.
Os deslocamentos no interior do elemento são assumidos com um
polinômio. Na formulação do elemento de casca adotada pelo programa
SAP2000, que é usado neste trabalho, o seguinte polinômio de quarto grau com
coeficientes constantes [1] é usado para interpolar o deslocamento transversal.
w = a1 + a2 x + a3y + a4x² + a5xy + a6y² + a7x³ + a8x²y + a9xy² + a10y³ +
a11x³y + a12xy³ (2.15)
O comportamento de flexão da placa é formulado com base na teoria de
Kirchhoff para elementos de placa finos. Portanto, os graus de liberdade são
associados com as rotações nodais θx e θy e são obtidos através da diferenciação
do deslocamento transversal w. O resultado são os polinômios do terceiro grau
abaixo:
θx = a3 + a5xy + 2ª6y + a8x² + 2a9xy + 3a 10y² + a11x3 + 3a12xy²
θy = a2+2a4x +a5y+ 3a7x²+2a8xy+ a9y² + 3a11x²y + a12y³
(2.16)
49

Usando o polinômio assumido de interpolação de deslocamentos e as


propriedades do material do elemento, os deslocamentos e tensões dentro do
elemento são relacionados com as forças e deslocamentos nos nós.
O vetor de deformações é determinado através da diferenciação do vetor
de deslocamentos da seguinte forma:

(2.17)

O vetor de tensões é determinado a partir do vetor de deformações


usando as relações constitutivas como mostra a equação abaixo:
(2.18)
onde [E] é a matriz de constantes elásticas do material.
A energia interna total no elemento é dada por:
(2.19)
Enquanto a energia externa total (devida ao carregamento aplicado ao
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elemento) é dada por:


(2.20)
onde,
{f} são as ações externas aplicadas aos nós do elemento
{u} são os deslocamentos dos nós associados com as ações {f}

2.10.2.
Modelagem de uma Laje como Grelha

O comportamento de uma laje pode ser aproximando através de sua


modelagem como grelha. Esta é uma técnica bastante simples de fácil
compreensão e utilização. Os programas computacionais que utilizam esse
processo de análise são, em geral, simples de manusear.
A modelagem consiste na divisão da laje em faixas representadas por vigas
nas direções principais da laje formando assim uma estrutura do tipo grelha.
Observa-se na Figura 2.19, em cada nó da grelha existem três graus de liberdade
por nó, ou seja, duas rotações (θx e θy) e uma translação no eixo z. Note que estes
graus de liberdade (GDL) correspondem aos GDL de uma placa.
50

ELEMENTO DE LAJE ELEMENTO DE GRELHA


X X

y
y (x,y) w(x,y)
x
x (x,y)

w
Y Y

Z Z

Figura 2.19 – Campos de deslocamentos considerados na modelagem de uma laje


por grelha [15].

Em uma laje protendida além do carregamento transversal ao seu plano,


existe também um carregamento equivalente que atua no plano da laje. A
modelagem por grelha não é capaz de representar tal carregamento, pois só
considera o deslocamento transversal w.

2.10.3.
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Modelagem da Laje Protendida Usando Elementos Finitos

Os programas que usam método dos elementos finitos para a análise de lajes
protendidas são capazes de capturar os efeitos das cargas que
atuam tanto transversalmente como no plano da laje. Cargas permanentes e
variáveis agem na direção transversal à laje, enquanto as forças decorrentes da
protensão são agem no plano da laje.
Para lajes protendidas a interação das ações de flexão e de membrana é
justificada. A Figura 2.20 mostra um pedaço de uma laje sujeita a estas ações. Em
cada face da peça cortada, existem cinco ações.
Ações de flexão:
 Momentos fletores em torno dos eixos y e x: My e Mx
 Momento de torção: Mxy
 Forças de cisalhamento nas faces de elemento perpendiculares aos
eixos x e y: Vx e Vy
Ações de membrana:
 Forças axiais ao longo dos eixos x e y: Nx e Ny
 Forças de cisalhamento no plano da laje (plano xy): Nxy
51

Y
X
qxy

nxy
mx
nxy

ny
nx
vy mxy
mxy my
vx

Figura 2.20 – Pedaço de laje sujeita a ações de flexão e de membrana [1].

Em métodos de projeto tradicionais de concreto armado e protendido a


armadura de lajes é calculada considerando apenas os efeitos dos momentos
fletores Mx e My. O efeito do momento de torção Mxy, não é geralmente
considerado nestes cálculos.
As forças cortantes Vx e Vy, geralmente não são críticas no projeto de lajes
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de concreto devido que o comprimento e a largura, são muito maiores que a


terceira dimensão (espessura). As forças cortantes no plano xy, Nxy, são
computadas, mas geralmente não são usadas no cálculo da maioria dos
sistemas de laje.
Nx e Ny são as cargas axiais, devido ao pré-esforço. Para garantir um
desempenho satisfatório da laje, essas ações são controladas através de
verificações de tensão.
Programas de elementos finitos usados por projetistas estruturais como SAP
2000 e STAAD.Pro oferecem elementos de casca quadrilaterais lineares (4 nós)
para a modelagem de lajes. O nível de discretização da malha de elementos
finitos determina o nível de precisão dos resultados, i.e. quanto menor o tamanho
dos elementos, mais precisa a solução obtida.
Em lajes de espessura uniforme, a resposta da laje à flexão pode ser
considerada independente das forças de membrana, particularmente sob carga de
serviço. Por esta razão, em muitas análises, as ações de flexão e membrana em
lajes, são computadas separadamente e as respostas são sobrepostas para
obtenção das tensões finais.
52

Em alguns casos, a localização do plano médio de uma placa pode variar ao


longo de uma de suas dimensões como no caso de lajes nervuradas onde faixas da
laje sem nervura são necessárias para a aplicação da protensão (Figura 2.21).
Neste caso, as forças de membrana e as forças de flexão são inter-relacionadas.
Este acoplamento de momentos fletores e forças axiais ocorrem em quase todos os
sistemas de lajes protendidas e deve ser corretamente incluídos na análise e
projeto.
MR
ML

PR
PL ZL
ZR

Figura 2.21 – Pedaço de laje sujeita a ações de flexão e de membrana [1].

2.11.
Programas de Computador para Análise de Estruturas
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Análises simplificadas usando programas que consideram lajes protendidas


como uma grelha é muitas vezes utilizada em escritórios de cálculo estrutural.
Com o aumento de popularidade de programas de elementos finitos, hoje em dia
muitos optam por usar este tipo de análise mais sofisticada para o
dimensionamento de tais lajes. A disponibilidade de diversos programas de
elementos finitos, que se tornam cada vez mais fácil de usar, permite efetuar, a
baixo custo, uma análise mais rigorosa destas lajes.
Os programas de elementos finitos disponíveis no mercado são capazes de
lidar com uma grande variedade de formas geométricas: a seção pode ser
retangular ou com nervuras; a laje pode ter faixa maciça de concreto (drop panel)
ou uma mudança de seção perto dos apoios; e redistribuição de momentos pode
ser considerada. Muitas vezes o método de balanceamento de carga, onde o perfil
do cabo é transformado em uma força axial e uma carga equivalente agindo
normal ao eixo membro é usado quando o projetista opta por utilizar tais
programas.
53

Geralmente, os programas que utilizam analogia de grelhas não são capazes


de lidar com a dispersão do componente axial de protensão em tal caso, as tensões
nas seções críticas, permitindo a dispersão, pode ter que ser verificado
manualmente, ou as tensões admissíveis para um programa pode ser modificado
para se adequar ao caso particular.

2.11.1.
SAP2000

O programa SAP2000 é um programa de análise estrutural da Computers


and Strutures, Inc. internacionalmente conhecido para a modelagem de estruturas
utilizando o método dos elementos finitos. Trata-se de uma ferramenta poderosa
que permite análises estáticas lineares e não-lineares, bem como análises
dinâmicas. Possui também uma biblioteca rica de elementos finitos (incluindo
vigas, cascas, sólidos, etc.) permitindo assim a modelagem de diversos tipos de
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estruturas. Nesta pesquisa foi utilizado o programa computacional SAP2000


versão 14.1.0.
Para simplificar a sua utilização o programa SAP2000 se limita a oferecer
apenas elementos lineares como vigas com dois nós, elementos planos
triangulares com 3 nós ou quadriláteros com 4 nós, e elementos sólidos com 8
nós.

Elemento de Casca (Shell)

O elemento tipo casca oferecido pelo programa SAP 2000 é um elemento


genérico que pode ser é utilizado para modelar cascas, membranas e placas em
estruturas bidimensionais ou em três dimensões. Pode ser empregado na
modelagem de lajes, shear walls, vigas e pilares.
Cada elemento casca pode ter 3 ou 4 nós. Os tipos de carregamento que
podem ser aplicados no elemento tipo Casca são: gravidade, cargas
uniformemente distribuídas em qualquer direção e forças concentradas. As
tensões, forças internas e momentos são calculados nos pontos de Gauss do
elemento e extrapolados para os nós.
54

O elemento tipo casca possui uma formulação que combina separadamente


as forças de membrana e os esforços de flexão de placas. Possui seis graus de
liberdade por nó: três graus de liberdade à translação (u1, u2, u3) e três graus de
liberdade à rotação (θ1, θ 2, θ 3). [16]
As forças de membrana são determinadas a partir de uma formulação
isoparamétrica que considera componentes de rigidez à translação no plano do
elemento e componentes de rigidez à rotação na direção normal ao plano do
elemento.
A formulação para a determinação dos esforços de flexão considera
componentes de rigidez à rotação da placa e componentes de rigidez à translação
na direção normal ao plano do elemento. O programa permite a utilização da
formulação de Kirchoff para placas finas, que desconsidera a deformação por
corte, ou a formulação de Mindlin/Reissner para placas espessas, que leva em
conta tal deformação.
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Elemento de Viga (Frame)

O elemento tipo Viga do programa SAP 2000 é um elemento de viga


tridimensional com seis graus de liberdade por nó: três graus de liberdade à
translação (u1, u2, u3) e três graus de liberdade à rotação (θ1, θ 2, θ 3). Da mesma
forma que o elemento de casca, a formulação deste elemento é tal que os efeitos
de flexão e de tensão são considerados separadamente e depois superpostos.
Portanto, o elemento pode ser utilizado para modelar vigas, pilares, treliças e
grelhas tanto em estruturas planas como espaciais.
O elemento é tem uma única dimensão e pode ser visualizado como uma
linha reta conectada por dois pontos (i,j). Cada elemento possui seu próprio
sistema de coordenadas local (1, 2, 3) para a definição das propriedades dos
materiais e de sua seção transversal, do carregamento a ser aplicado e para a
interpretação dos resultados da análise. Os eixos locais possuem uma relação com
os eixos globais da estrutura (X, Y e Z), conforme pode ser observado na Figura
2.22.
55

2
Z 3

Y i 1 j

Figura 2.22 – Orientação do elemento Viga [16].

O elemento permite a aplicação de cargas de gravidade em qualquer direção,


cargas concentradas, cargas distribuídas e cargas devidas a mudanças de
temperatura.
A formulação do elemento viga inclui a determinação dos esforços de flexão
biaxial nos planos 1-2 (M2) e 1-3 (M3), torção (T), da força axial (P) e das forças
de cisalhamento nos planos 1-2 (V2) e 1-3 (V3), a partir da integração das tensões
ao longo da seção. Estes esforços são determinados nas extremidades de cada
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elemento e em seções ao longo do comprimento com localizações escolhidas pelo


usuário.
3.
Modelagem de Lajes por Elementos Finitos

Este capítulo apresenta um estudo sobre a modelagem de lajes protendidas,


maciças e nervuradas, que faz parte da análise paramétrica de pavimentos
constituídos por ditas lajes, que é discutida mais adiante no capítulo 4.
Para obter modelos confiáveis e precisos de lajes foram preparados diversos
modelos de lajes maciças e nervuradas usando o programa de análise estrutural
SAP2000. Estes modelos foram desenvolvidos com a finalidade de selecionar o
nível discretização necessário para convergência bem com os tipos de elementos
finitos mais adequados a serem utilizado.
A partir desses estudos, concluiu-se que elementos tipo casca são
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adequados para modelar a mesa e a faixa de concreto onde é aplicada a protensão,


e elementos viga são satisfatórios para modelar as nervuras da laje. Quanto à
modelagem dos pilares optou-se por simulá-los como um apoio aplicado em um
único ponto correspondendo ao centro do pilar uma vez que foram obtidos
resultados satisfatórios tanto em termos de momento como de reação quanto
comparados com a solução analítica. Foi também concluído que a discretização da
malha usando elementos com tamanho típico de 25 cm produziram resultados
adequados e, portanto, será usada no estudo paramétrico das tensões que são
descritos no capítulo 4.
57

3.1.
Estudo de Convergência para a Definição da Malha de Elementos
Finitos

3.1.1.
Laje de Referência

A laje em estudo é uma laje lisa maciça (10m x10m) com 20 cm de


espessura apoiada diretamente sobre pilares. O carregamento adotado é um
carregamento uniformemente distribuído de 7,7 kN/m², que representa a soma das
cargas permanentes e variáveis. No programa SAP2000 encontra-se a opção “shell
uniform load”, que é uma opção pré-definida para este tipo de carregamento.
As propriedades mecânicas do concreto para este estudo são:
 Resistência característica à compressão:
 Módulo de elasticidade E:
 O coeficiente de Poisson.
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As análises realizadas em todos os estudos a seguir correspondem ao estádio


I, ou seja, para concreto não fissurado e comportamento elástico linear,
considerando os deslocamentos diretamente proporcionais ao carregamento
aplicado.

3.1.2.
Modelagem por Elementos Finitos

Realizou-se um estudo de convergência para definir o nível adequado de


refinamento da malha de elementos finitos. É importante frisar que foram
consideradas malhas constituídas por elementos tipo casca bem como malhas
constituídas por elementos sólidos. Inicialmente, adotaram-se malhas menos
refinadas, com elementos típicos de 100 cm de lado. Gradativamente, as malhas
foram sendo mais refinadas e os deslocamentos obtidos em pontos de controle
selecionados foram observados. A malha com maior refinamento considerada
neste estudo possuía elementos com dimensão típica de 10 cm de lado.
Para realização do estudo de convergência bem como a seleção do tipo de
elemento finito apropriado, optou-se por modelar inicialmente uma laje maciça
apoiada por pilares nos seus quatro cantos. Neste estudo os pilares foram
simulados como um apoio pontual. Três tipos de modelos foram considerados:
58

 Laje modelada usando elementos casca sem consideração da


excentricidade (Offset) entre o plano médio da laje e os apoios.
 Laje modelada usando elementos casca, considerando excentricidade entre
o plano médio da laje e os apoios (Offset).
 Laje modelada usando elementos sólidos com os apoios localizados em
sua posição real.
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Figura 3.1 – Modelo com elementos tipo Casca e considerando o excentricidade


entre apoios e plano médio da laje e com elementos de 25cm de lado.

3.1.3.
Resultados do Estudo de Convergência

Iniciou-se o estudo de convergência com uma malha grosseira dividindo a


laje em 10 x10 elementos, tanto no eixo X como no eixo Y. Subsequentemente
foram feitos refinamentos dividindo-se a laje em 20x20, 40x40, 60x60, 80x80,
100x100 e 120x120 elementos em cada eixo. Os deslocamentos analisados foram
os máximos encontrados no centro da laje. Quando elementos sólidos foram
usados, os maiores deslocamentos foram na face inferior do elemento foram
usados já que os deslocamentos na face superior foram praticamente os mesmos
que na face inferior. A Tabela 3.1 mostra os resultados de deslocamentos no
centro da laje dos modelos descritos acima para as diferentes discretizações. A
Figura 3.2 ilustra estes resultados.
59

Tabela 3.1 – Deslocamento (cm) do ponto central para os diferentes níveis de


discretização.

Deslocamento (cm)
Elemento
típico (cm) Sem Com
Sólidos
excentricidade excentricidade
100.00 -10.11 -6.85 -6.10
50.00 -10.20 -7.31 -6.96
25.00 -10.23 -7.65 -7.51
16.67 -10.23 -7.82 -7.73
12.50 -10.23 -7.92 -7.87
10.00 -10.23 -8.00 -7.97
8.33 -10.23 -8.05 -8.05

Deslocamentos
-10.5
-10.0
Deslocamento (cm)

-9.5
-9.0
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-8.5
-8.0 Sem offset
-7.5 Com offset
-7.0 Sólidos
-6.5
-6.0
100.00

50.00

25.00

16.67

12.50

10.00

8.33

Elemento típico (cm)

Figura 3.2 – Deslocamento (em cm) do centro da laje para os diferentes níveis de
discretização.

Os modelos usando elementos de casca que não consideram a


excentricidade (Offset) entre o plano médio da placa e os apoios, o deslocamento
tende a convergir mais rápido. No entanto, é importante notar que este modelo é
uma simplificação da estrutura real, já que no problema real a laje não é apoiada
no seu plano médio. De fato, pode-se observar que este modelo produz maiores
deslocamentos (~27%) do que os obtidos pelos outros dois modelos (Tabela 3.1 e
Figura 3.2). Portanto a desconsideração da excentricidade entre a placa e os
apoios resulta em uma estrutura bem mais flexível do que a real.
60

Pode-se concluir, portanto, que na modelagem de uma placa apoiada por


pilares a consideração da excentricidade entre a placa e os apoios (Offset) é muito
importante para a obtenção de resultados confiáveis.
Observe-se na Figura 3.2 que a partir da laje com malha de 25 cm os
deslocamentos apresentam pouca variação ao serem modeladas com
excentricidade ou com elementos sólidos. A partir desta discretização a
modelagem pode ser feita considerando dita excentricidade, já que modelo com
sólidos requer mais tempo de execução.
Na Tabela 3.2 observa-se que a convergência é obtida a partir da laje
discretizada em elementos típicos de 8.3 cm, a qual tem um deslocamento no seu
ponto médio de -8.05cm nos modelos que consideram excentricidade e com
elementos sólidos. Com este valor pode ser feita uma comparação dos
deslocamentos para todos os modelos das lajes, como mostrado na Tabela 3.2,
onde a laje com elementos típicos de 25 cm tem uma diferença de 5% com
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respeito à solução convergida.

Tabela 3.2 - Quadro comparativo dos deslocamentos respeito ao deslocamento


convergido.

Deslocamento (cm)
Malha (cm) Com %
excentricidade diferença
100.00 -6.85 14.95%
50.00 -7.31 9.25%
25.00 -7.65 5.00%
16.67 -7.82 2.95%
12.50 -7.92 1.65%
10.00 -8.00 0.72%
8.33 -8.05 0.00%

Conforme o observado para os deslocamentos das lajes com os diferentes


modelos, a laje com discretização de malha de 25 cm considerando uso de
excentricidade tem uma diferença de 5% comparada com a solução convergida, e
não requer muito tempo de execução no SAP2000 e, portanto, será usada no
estudo paramétrico das tensões.
61

3.2.
Modelagem dos Pilares como Apoios

Nesta segunda etapa, a modelagem dos pilares é avaliada. Em particular,


deseja-se saber o efeito da inclusão das dimensões dos pilares no modelo nos
resultados.

3.2.1.
Laje de Referência

Foi adotada uma laje lisa de 10x10m, com 20 cm de espessura, com as


mesmas propriedades mecânicas e carregamento da laje do estudo anterior.
A laje é apoiada diretamente sobre pilares localizados nos quatro cantos da
laje e um pilar central, como se mostra a Figura 3.3.
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5.0

5.0

5.0 5.0

Figura 3.3 – Geometria da laje de referência.

3.2.2.
Solução Analítica da Equação Diferencial das Placas

A equação de Lagrange válida para materiais em regime elástico linear para


uma placa retangular simplesmente apoiada de dimensões a e b (Figura 3.4)
submetida a um carregamento bisenoidal distribuído sobre toda a superfície é
dado pela equação 3.1.

4w 4w  4 w po x y
 2   sen sen (3.1)
x 4
x y
2 2
y 4
D a b
62

po

x
a

Figura 3.4 – Geometria da laje de referência.

Na análise de uma placa qualquer, uma carga p(x,y) qualquer pode ser
desenvolvida a através de uma Série de Fourier infinita, com a expressão:
 
mx ny
p mn   p mn sen sen dxdy (3.2)
n 1 n 1 a b
onde
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4
b a
mx ny
p mn   
ab 0 0
p( x, y ) sen
a
sen
b
dxdy (3.3)

A solução geral da Equação Geral de Lagrange, desenvolvida em séries de


Fourier para um carregamento qualquer para placas retangulares simplesmente
apoiadas é dado por:
 
Pmn mx ny
w( x, y )   sen sen (3.4)
m 1 n 1  D(4 m2
a2
 )n2
b2
2
a b
m² n²
Pmn (  )
b² sen mx sen ny
 
m x ( x, y )   a² (3.5)
 ( a 2  bn2 )
2 m2 2 2
m 1 n 1 a b
n² m²
Pmn (  )
a ² sen mx sen ny
 
m y ( x, y )   b² (3.6)
m 1 n 1  ( a2  b2 )
2 m2 n2 2 a b
 
Pmn mx ny
m xy ( x, y )  (1   ) sen sen (3.7)
 ( ma  bn )
2 2 2 2
m 1 n 1 2 2
a b
Esta solução geral é desenvolvida por Hennrichs [17] para os seguintes
casos particulares de lajes retangulares:
 Figura 3.5 (a). Laje retangular sujeita a carregamento uniformemente
distribuído.
 Figura 3.5 (b). Laje sujeita a uma carga concentrada central.
63

 Figura 3.5 (c). Laje sujeita a carga uniformemente distribuída


aplicada em um retângulo parcial.

Figura 3.5 – (a) Placa com carregamento uniformemente distribuído, (b) Placa com
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carga concentrada (c) Placa com carga uniforme em um retângulo parcial (c)

È obtido um deslocamento máximo ω1 no meio do vão da laje para o


carregamento uniformemente distribuído, Figura 3.5 (a), logo é obtido ω2 para a
mesma laje, mas agora com uma carga concentrada no meio do vão, Figura 3.5
(b).
Na superposição de efeitos, Figura 3.6, iguala-se ambas as equações ω1=
ω2, define-se o valor da carga concentrada P, para a qual o deslocamento central
fosse nulo. Por tanto a reação de apoio (carga concentrada P), em função do
deslocamento ω1 é dada por a equação 3.8:

1 ( x, y ) 4 abD
P (3.8)
m n
sen sen
4  a b .sen mx sen ny
2 2
m n a b
( 2  2 )2
m n

a b
q

Figura 3.6 – Geometria da laje de referência.


64

As soluções da laje com apoio pontual foram desenvolvidas, utilizando o


programa Mathcad, em séries de Fourier com 19 termos a partir da equação geral
de Lagrange para os casos dos carregamentos necessários para a solução do
problema, conforme mostra o Anexo A. Substituindo as dimensões e propriedades
da laje em estudo bem como o valor do carregamento adotado para os casos
particulares, obtêm-se os seguintes resultados:
 Deslocamento e momento no centro da placa para carregamento
uniformemente distribuído, Figura 3.5 (a):
 ω1 = 1.602 cm, m1 = 34.073 kN.m/m.
 Deslocamento e momento no centro da placa sujeita a carga
concentrada aplicada no centro da placa, Figura 3.5 (b):
 ω2 = 1.638 cm, m2 = -92.896 kN.m/m.
 Deslocamento e momento no centro da placa com carga distribuída em
um retângulo parcial (para simular as dimensões do pilar de
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50cmx50cm), Figura 3.5 (c):


 ω2 = 1.638 cm, m2 = -87.049 kN.m/m.
Portanto por superposição de efeitos o momento fletor no ponto central da
laje, com pilar simulado como carga pontual, submetido a carregamento
distribuído é mx=my=(m2–m1)=–58.823 kN.m/m e para pilar de simulado como
carregamento distribuído num retângulo parcial é mx=my=(m2–m1)=–52.976
kN.m/m.
Destes resultados da solução analítica conclui-se que modelar o pilar como
um apoio é razoável, devido a que a diferença destes valores é de 10 %.
Com estes resultados poderão ser avaliados modelos empregando elementos
finitos com o pilar modelado como um apoio pontual e simulando o pilar com
vários apoios e comparar com os resultados obtidos para a teoria das placas. A
finalidade é definir, para futuros modelos, se estes modelos podem ser feitos com
o pilar simulado como um único apoio.
65

3.2.3.
Modelagem com Elementos Finitos

A laje descrita acima foi modelada utilizando elementos tipo Casca


considerando a excentricidade dos apoios usando a opção Offset, já que, como
visto anteriormente, este tipo de modelo produz bons resultados. Inicialmente,
considerou-se uma malha menos refinada, e após um estudo de convergência
chegou-se a um nível de refinamento com elementos típicos de 25 cm que produz
resultados, para a reação do pilar modelado como um único ponto, com uma
precisão de 0.37% respeito à solução analítica e de 2.53% nos momentos.

3.2.3.1.
Pilar modelado como uma restrição pontual

O pilar central é modelado como um apoio em um único ponto, como ilustra


a Figura 3.7, tal que a translação vertical é restringida.
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Figura 3.7 – Tensões e deformada do modelo de laje com pilar central modelado
como uma restrição pontual

A Tabela 3.3 e as Figuras 3.8 e 3.9 apresentam os resultados obtidos pelo


modelo descrito acima. Em particular ela apresenta, para os vários níveis de
refinamento da malha, o valor da reação do pilar central e o momento fletor obtido
no centro da laje e em um ponto a 25 cm do centro. Este valor obtido a 25 cm foi
de modo a verificar melhor as tensões, já que na modelagem os momentos
negativos tendem crescerem com a redução da seção do pilar, essa tendência
afirma que os momentos para cargas concentradas tendem ao infinito.
66

Tabela 3.3 –Reação no pilar e momentos fletores obtidos com modelagem do pilar
por uma restrição pontual.

Solução Elementos Finitos % erro


Elemento
Carga Momento
Típico Carga Momento (kN.m/m)
(kN) (kN.m/m)
(cm) (kN)
No centro a 25 cm No centro a 25 cm
100 262.93 -64.04 -53.08 4.92% -8.87% 9.77%
50 270.91 -84.73 -61.57 2.03% -44.04% -4.68%
25 275.51 -104.72 -57.33 0.37% -78.02% 2.53%
16.67 277.47 -116.31 -58.96 -0.34% -97.72% -0.24%

Momento
-117
-107
Momento (kN.m/m)

-97
-87 a 25 cm
-77 No centro
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-67 Analítico
-57
-47
100

16.67
50

25

Elemento típico (cm)

Figura 3.8 – Comparação do momento respeito á solução analítica.

Reacão no pilar central


282

277
Carga (kN)

272
Elementos Finitos
267 Solução Analitica

262
16.67
50

25
100

Elemento típico (cm)

Figura 3.9 – Comparação da reação do pilar respeito á solução analítica.


67

Analisando a Tabela 3.3, indica que os valores dos momentos tomados no


centro da laje respeito á solução analítica tem um erro de até 97.7% no caso da
malha mais refinada, os momentos negativos tendem a crescer significativamente
no centro da laje quanto mais refinada seja a malha, não entanto os momentos
tomados a 25 cm do centro da laje não diferem muito da solução analítica pelo
contrário malha mais refinada melhora os resultados. A diferença destes
momentos para uma malha refinada com elementos típicos de 25 cm respeito à
solução analítica é de 2.5%, uma malha ainda mais refinada como aquela com
elementos típicos de 16.67 cm chega praticamente a convergir com a solução
analítica.
No caso da reação no pilar para o modelo com elementos típicos de 25 cm
tem uma porcentagem de erro de 0.37%, no caso do modelo com elementos de
16.67cm este porcentagem é de 0.34%. Pode ser visto que não representou uma
melhora significativa (0.03%), por outro lado, aumenta o tempo de execução.
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3.2.3.2.
Pilar modelado com varios apoios.

Adotou-se a malha de 25 cm, a qual, para os exemplos de pilar modelado


como um ponto apresentou bons resultados. Para a mesma malha, foi estudado o
pilar de seção 50x50 cm, simulado com apoio com restrições na vertical:

Figura 3.10 – Deformada do modelo da laje com pilar modelado por vários apoios.
68

A Tabela 3.4 apresenta as reações, momentos no centro da laje e a 50 cm do


centro, modelado com vários apoios simulando um pilar de 50cm x 50cm.

Tabela 3.4 – Quadro comparativo das reações e momentos no centro da laje e a


50cm do centro quando é modelado por vários apoios.

Solução Elementos Finitos % erro


Secão do
pilar u/v Carga Momento (kN.m/m) Carga Momento (kN.m/m)
(kN) No centro a 50 cm (kN) No centro a 50 cm
50/50 288.2 -60. 80 -40.27 4% -15% 24%

Na Figura 3.11 pode-se ver a variação dos momentos no plano central da


laje, para o pilar simulado como uma única restrição pontual e para o pilar
simulado com restrições em vários pontos considerando suas dimensões. Para
ambos os modelos os momentos têm um comportamento similar na laje perto da
face do pilar.
O modelo do pilar como apoio pontual tem-se um pico de esforço no centro
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da laje, mas nos nós próximos do centro, como mostrado na Tabela 3.3, fornecem
resultados satisfatórios para reações e momentos negativos, usando elementos
típicos de 25 cm, com uma precisão de 0.37% 2.53% respectivamente. No entanto
o pilar modelado com vários apoios fornece erro de 4% e 24% na reação e
momento respectivamente. Conclui-se, portanto que a modelagem dos pilares
pode ser feita simulando o pilar como um único apoio.

-120 Gráfico dos Momentos


-110
-100
-90
-80
Momemto (kN.m/m)

-70 Pilar como


-60 varios
-50 apoios
Pilar como
-40
apoio
-30 pontual
-20
-10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0
10
20
30
Figura 3.11 – Comparação do momento para o pilar modelado como apoio pontual
e como vários apoios simulando um pilar de 50cmx50cm.
69

3.3.
Considerações sobre a Modelagem de Lajes Nervuradas

3.3.1.
Laje de Referência

A estrutura em estudo é uma laje nervurada de quatro painéis de 10mx10m,


com 20 cm de espessura, a qual tem as mesmas propriedades mecânicas usadas
nos estúdios descritos acima.
As propriedades mecânicas do concreto para o presente estudo são:
 Resistência característica à compressão:
 O módulo de deformação longitudinal E:
 O coeficiente de Poisson.
A análise é feita considerando a protensão aplicada como carga equivalente
nas faixas de concreto, a largura destas faixas corresponde a um oitavo do
comprimento do vão (L/8). A laje encontra-se submetida só a uma força
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equivalente de protensão P de 2500 kN. As Figuras 3.12 e 3.13 mostram a


geometria de dita laje.

1.25
P P

10 7.50

2P 2P
2.50

10 7.50

P P
L/8=1.25

L=10m 10

Figura 3.12 – Laje nervurada com carregamento de protensão aplicado em faixas


de concreto de largura 125 cm.
70

0.80
P 0.25 0.20
0.14
1.25

Figura 3.13 – Seção transversal A-A da laje nervurada.

3.3.2.
Modelagem da Laje

Os pilares, para o estudo da laje de referência, foram modelados como uma


única restrição pontual. Foram desenvolvidos três modelos. Nos dois primeiros
modelos a laje é modelada usando elementos de casca com seis graus de
liberdade por nó e as nervuras por elementos de viga também com seis graus de
liberdade por nó, três graus de liberdade à translação (u1, u2, u3) e três graus de
liberdade à rotação (θ1, θ2, θ3).
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3.3.2.1.
Modelo 1: Laje modelada sem considerar excentricidade (Offset).

No modelo 1 a mesa e faixas de concreto são discretizadas com elementos


de casca e nervuras com elemento de viga. Neste modelo a excentricidade entre o
centro da nervura e o centro da mesa da laje bem como das faixas de concreto não
foi considerada, como mostra a Figura 3.14.

Figura 3.14 – Representação da laje nervurada modelada sem considerar a


excentricidade entre nervura e laje.
71

3.3.2.2.
Modelo 2: Laje modelada considerando excentricidade (Offset):

O modelo 2 utiliza os mesmos tipos de elementos finitos que o Modelo 1. A


diferença é que neste modelo a excentricidade (Offset) entre nervuras e a mesa e a
faixa de concreto é considerada, como mostra a Figura 3.15.

Figura 3.15 – Representação do Modelo 2 da laje nervurada considerando


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excentricidade.

3.3.2.3.
Modelo 3: Laje modelada com elementos sólidos:

Neste modelo tanto as nervuras, a laje e as faixas de concreto foram


modeladas com elementos tridimensionais sólidos de oito nós, cada nó possui três
graus de liberdade à translação (u1,u2,u3) e não possui graus de liberdade à
rotação.

Figura 3.16 – Representação do Modelo 3 da laje nervurada modelada usando


elementos sólidos.
72

3.3.2.4.
Estudo das Tensões

A análise foi feita na seção A-A mostrada na Figura 3.12 que está localizada
a 2.4 m dos apoios da esquerda da figura. Nesta seção foram tomadas as tensões
normais S11 (kN/cm²) no topo da laje, que são aqueles que ocorrem na face 1 do
elemento e na direção 1, onde a força foi aplicada. Assim a tensão S11 atua na
direção paralela ao eixo local 1 como indica a Figura 3.17.
As tensões avaliadas foram as tensões decorrentes no topo da laje. No
SAP2000 os esforços internos são relatados, através de tabelas, nos nós dos
elementos. No caso dos elementos sólidos as tensões internas foram tomadas nos
nós da face superior dos elementos.
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Figura 3.17 – Representação dos eixos locais dos elementos [18].

Na Figura 3.18 as tensões S11 são plotadas (as tensões S11 estão indicadas
no Anexo B). Observa-se que para o modelo 2 que considera a excentricidade e
para o modelo 3 que usa elementos sólidos os resultados de tensões são muito
semelhantes. No entanto, para o modelo 1, que desconsidera a excentricidade, as
tensões obtidas nas faixas de concreto onde a força de protensão é aplicada não
são bem representadas.
73

Distribuição de Esforços no Topo da Laje

10
12
14
16
18
20
0
2
4
6
8
0.0
-0.1
-0.2
-0.3
Tensão (kN/cm²)

-0.4 Modelo 1
-0.5 Modelo 2

-0.6 Modelo 3

-0.7
-0.8
-0.9
-1.0
Comprimento da Laje (m)
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Figura 3.18 - Tensões no topo da laje nervurada para os diferentes modelos.

A partir deste estudo, pôde-se determinar que os modelos de casca que


consideram a excentricidade entre seus elementos e os modelos que utilizam
elementos sólidos produzem resultados semelhantes. Portanto, conclui-se que
ambos os modelos são capazes de simular o comportamento das tensões em lajes
nervuradas adequadamente. Devido ao seu menor custo computacional, o modelo
que será adotado para estudos paramétricos desenvolvidos nesta dissertação será o
modelo que usa elementos de casca e viga para simular laje e nervuras
respectivamente e que considera a excentricidade entre as componentes da laje.
4.
Metodologia da Análise Numérica

Neste capítulo são apresentados tópicos referentes ao método utilizado para


a realização do trabalho, com a finalidade de alcançar os objetivos descritos no
item 1.3, que visa à analise das tensões em lajes lisas de concreto protendido.
Foi empregado o programa computacional SAP 2000 V.14, o qual usa o
método dos elementos finitos que adequadamente desenvolvido é capaz de
mostrar o comportamento de lajes lisas e nervuradas com grande precisão. Utiliza
elementos tipo casca (Shell) para modelar o sistema de laje que considera as
translações no plano onde são aplicadas as forças de protensão. Além disso,
também considera a contribuição dos pilares que são modeladas usando elementos
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tipo viga (Frame).


A análise realizada neste capítulo avalia a relação das tensões máximas e
mínimas com a tensão de protensão através coeficientes (ϕ) que ajudem na
otimização do cálculo simplificado das tensões nas zonas de regularização das
mesmas, conforme será visto nos exemplos do capítulo 5, fornecendo critérios
práticos para o projeto de pavimentos.
Foram criados modelos de lajes lisas e nervuradas com determinados
números de painéis e diferentes larguras da faixa de concreto, onde a força de
protensão é aplicada, sendo possível encontrar os valores da relação de tensões (ϕ)
nos diferentes pontos de análise na laje.
Adotaram-se, como parâmetros de comparação, os valores das tensões
normais S11(kN/cm²), os quais surgem na face 1 perpendiculares à direção do
plano de corte a ser analisado e na direção do eixo local 1, onde a força foi
aplicada, como indica a Figura 3.17.
Os parâmetros a serem avaliados são aqueles que permitem obter a relação
entre tensão máxima (σmax) e tensão de protensão (σp), que será chamado de ϕmax e
a relação da tensão mínima (σmin) respeito à tensão de protensão (σp) que será
chamado de ϕmin . A tensão de protensão empregada no presente estudo, tanto para
lajes maciças como nervuradas, é 1 kN/cm².
75

(4.1)

(4.2)

Os resultados obtidos foram dispostos em forma de tabelas e gráficos, com a


intenção de melhorar a visualização da distribuição das tensões para os diferentes
modelos. Nessa análise numérica, considerou-se que as lajes estivessem no
estádio I, ou seja, para concreto não fissurado e comportamento elástico linear.

4.1.
Estudo Numérico de Lajes Maciças

A laje em estudo é uma laje maciça de 20 cm de espessura apoiada


diretamente sobre pilares. As propriedades mecânicas como a resistência
característica à compressão (fck), o módulo de deformação longitudinal do
concreto (E) e o coeficiente de Poisson (ʋ) são apresentados na Tabela 4.1.
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Tabela 4.1 – Propriedades mecânicas do concreto.

Parâmetro Valor

A análise é feita considerando a protensão como carga externa equivalente


aplicada em faixas de concreto. A largura destas faixas está relacionada com o
comprimento do vão (L=10m). A largura das faixas adotadas neste estudo são L/4,
L/8, L/20 e L/40. O carregamento adotado é aquele que gera uma tensão de
protensão (σP) de 1 kN/cm² para cada largura de faixa a ser avaliado. Portanto, as
forças de protensão aplicadas são 5000 kN, 2500kN, 1000 kN e 500 kN
respectivamente . O carregamento é aplicado como carga pontual nos nós dos
elementos do tipo casca.
Os modelos foram gerados e processados com o programa SAP2000. Foi
utilizada uma malha com elementos típicos de 25 cm x 25 cm do tipo casca. Os
pilares, na primeira parte do estudo, foram modelados com uma única restrição
pontual, e na segunda parte foram simulados com elementos tipo viga, como
definido no capítulo 3.
76

Os estudos preliminares concentraram-se na análise da distribuição das


tensões causadas pela componente longitudinal da força de protensão que atua no
plano da laje. Inicialmente, a análise é feita sem considerar a rigidez da flexão dos
pilares. Em seguida, foram analisados vários casos com pilares de diferente
rigidez a flexão.

4.1.1.
Distribuição das Tensões sem Influência dos Pilares

O objetivo desta etapa do estudo é obter um coeficiente  que relacione as


tensões máximas e mínimas, nas zonas de regularização das tensões, com a tensão
de protensão aplicada para diferentes larguras de faixa de concreto. Para isso três
seções da laje foram avaliadas. A primeira delas, a seção A, se encontra a 2,5m
do ponto de aplicação de cargas, as outras duas, seções B e C, a 5m e 10m
respectivamente.
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Utilizando o programa SAP2000 foram desenvolvidos quatro modelos de


sistemas estruturais com as mesmas características de material e geometria, que só
diferem no número de painéis empregados.
Trata-se de uma estrutura com vão típico de 10 m submetida à tensão de
protensão de 1 kN/cm². Torna-se importante salientar que, em todos os modelos, o
carregamento a ser aplicado na estrutura é o carregamento equivalente da força de
protensão sem considerar seu peso próprio. Nestes modelos preliminares são
estudadas lajes nas quais não é considerada a influência da contribuição dos
pilares na distribuição de tensões. Para isso, os pilares são modelados como
apoios com restrição na translação z e liberdade na translação x, y, assim como
todas as rotações livres. Os pavimentos são mostrados no desenho da Figura 4.1
para um painel típico de laje.
77

4.1.1.1.
Modelo 1 - Laje com painel isolado típico

Trata-se de uma laje isolada a qual é submetida a tensões de protensão para


diferentes larguras de faixa de concreto. Obtêm-se tensões máximas e mínimas
nas seções A, B e C, as quais são relacionadas através de um coeficiente (ϕ) com a
tensão de protensão aplicada na ancoragem.
A B C

P P

10.0

Y
L/4=2.5
P P
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L=10.0

Figura 4.1 – Laje de referência para o modelo 1.

Na Figura 4.2 são ilustradas a distribuição das tensões S11 da laje obtidas
para o carregamento de protensão de 5000 kN aplicado em uma faixa de 2,5m, e
as condições de contorno empregadas para permitir o efeito de Poisson, em sua
modelagem.

Figura 4.2 – Distribuição de tensões para carregamento de protensão aplicado em


uma faixa de 2,5m.
78

São apresentadas na Tabela 4.2 as tensões mínimas e máximas e sua relação


com a tensão da protensão () para as diferentes larguras de faixas nas seções A,
B e C.

Tabela 4.2 – Relação entre a tensão máxima, mínima e a tensão gerada pela força
de protensão.

Tensões (kN/cm²)
Faixas Seção
σmin/ σmax φmax φmin
A-A 0.09 1.03 0.10
L/4 B-B 0.24 0.87 0.21
C-C -0.04 1.04 -0.04
A-A 0.00 0.78 0.00
L/8 B-B 0.06 0.54 0.03
C-C -0.04 1.03 -0.04
A-A -0.03 0.38 -0.01
L/20 B-B -0.01 0.24 0.00
C-C -0.05 1.04 -0.05
A-A -0.04 0.20 -0.01
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L/40 B-B -0.03 0.12 0.00


C-C -0.06 0.80 -0.05

Os valores da Tabela 4.2 são plotadas na Figura 4.3 a seguir, mostram-se as


equações para a obtenção do coeficiente ϕ calculado em função da largura da
faixa de protensão para as seções A e B.

Seção A
1.2

1.0

0.8
=σ/σp

0.6 σmax/σp
σmin/σp
0.4

0.2

0.0
0 1 2 3
-0.2
Largura faixa de protensão
79

Seção B
1.0

0.8

0.6
=σ/σp
σmax/σp
0.4 σmin/σp

0.2

0.0
0 1 2 3
-0.2
Largura faixa de protensão

Figura 4.3 – Relação entre a tensão máxima, mínima e a tensão gerada pela força
de protensão para as seções A e B.

4.1.1.2.
Modelo 2 - Dois painéis de laje
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As características do modelo 2 são as mesmas do modelo anterior, onde foi


acrescentando um painel contínuo. O esquema do modelo está representado na
Figura 4.4. Foi modelada a metade da laje, como mostra a Figura 4.5. Nos pilares
foram restritas as translações u3 e na metade da laje foram restritas as translações
u1 e u3.
A B C

P P

10.0

P X
P

L=10.0 10.0

Figura 4.4 – Laje de referência para o modelo 2.


80

A Figura 4.5, apresenta a distribuição das tensões S11 da laje quando


aplicado um carregamento de protensão de 5000 kN em uma faixa de concreto de
largura de 2,5m.

Figura 4.5 – Distribuição de tensões para carregamento de protensão aplicado em


uma faixa de 2,5m.
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Para uma melhor visualização foram traçados diagramas de distribuição de


tensões S11 no longo das seções A, B e C, para diferentes larguras de faixa,
obtidos a partir dos resultados da modelagem. O intuito deste modelo é verificar a
uniformidade da distribuição das tensões a uma distância determinada do
comprimento da laje, como pode ser visualizado na Figura 4.6.
81

A B C
Smax=-1 Smax=-0.702 Smax=-0.52

Smin=-0.128 Smin=-0.342 Smin=-0.48

(a)
A B C

Smax=-0.41 Smax=-0.261
Smax=-0.758

Smin=-0.021 Smin=-0.133 Smin=-0.236

(b)
A B C

Smax=-0.375 Smax=-0.177 Smax=-0.105


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Smin=+0.001 Smin=-0.045
Smin=-0.094

(c)

A B C

Smax=-0.199 Smax=-0.090 Smax=-0.053

Smin=+0.002 Smin=-0.021 Smin=-0.047

(d)

Figura 4.6 – Distribuição de tensões nas seções A, B e C para uma largura de faixa
de protensão de L/4 (a), L/8 (b), L/20 (c) e L/40 (d).

Os resultados do coeficiente ϕ estão apresentados na Tabela 4.3 e na Figura


4.7, o qual apresenta os valores das tensões máximas e mínimas com relação à
tensão de protensão para as seções A, B e C.
82

Tabela 4.3 – Relação entre a tensão máxima, mínima e a tensão gerada pela força
de protensão.

Tensões (kN/cm²)
Faixas Seção
σmin/ σmax φmax φmin
A-A 0.13 1.00 0.13
L/4 B-B 0.49 0.70 0.34
C-C 0.93 0.52 0.48
A-A 0.03 0.76 0.02
L/8 B-B 0.32 0.41 0.13
C-C 0.90 0.26 0.24
A-A 0.00 0.37 0.00
L/20 B-B 0.25 0.18 0.04
C-C 0.89 0.10 0.09
A-A -0.01 0.20 0.00
L/40 B-B 0.23 0.09 0.02
C-C 0.89 0.05 0.05

Seção A
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1.20

1.00

0.80
=σ/σp

σmax/σp
0.60
σmin/σp
0.40

0.20

0.00
0 1 2 3
-0.20

Largura faixa de protensão

Seção B
0.80

0.60
=σ/σp

0.40
σmax/σp
0.20 σmin/σp

0.00
0 1 2 3

Largura faixa de protensão


83

Seção C
0.60

=σ/σp
0.40

σmax/σp
0.20
σmin/σp

0.00
0 1 2 3

Largura faixa de protensão


Figura 4.7 – Relação entre a tensão máxima, mínima e a tensão gerada pela força
de protensão para as seções A, B e C.

4.1.1.3.
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Modelo 3 - Quatro painéis de lajes contínuas

Outro modelo foi feito acrescentando dois painéis na estrutura, com a


finalidade de avaliar as tensões mínimas e máximas no centro de cada painel e na
continuidade dos painéis das lajes. A laje de referência pode ser visualizada na
Figura 4.8.

P P

10.0

2P 2P

10.0

P X
P

L=10.0 10.0

Figura 4.8 – Laje de referência para o modelo 3.


84

A Figura 4.9 apresenta a distribuição das tensões S11 da laje para um


carregamento equivalente de protensão de 5000 kN em uma faixa de 2,5m
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Figura 4.9 – Distribuição de tensões na deformada para carregamento de


protensão aplicado em uma faixa de 2,5m.

Foram plotados diagramas da distribuição das tensões S11 para diferentes


larguras de faixa ao longo das seções A, B e C, as quais podem ser visualizadas na
Figura 4.10.
85

A B C
Smax=-1.01 Smax=-0.73 Smax=-0.55

Smin=-0.14 Smin=-0.36 Smin=-0.47

Smax=-0.6 Smax=-0.49
Smax=-0.83

(a)
A B C

Smax=-0.44 Smax=-0.29
Smax=-0.77

Smin=-0.04 Smin=-0.15 Smin=-0.23

Smax=-0.56 Smax=-0.32 Smax=-0.24

(b)
A B C

Smax=-0.38 Smax=-0.19 Smax=-0.12


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Smin=-0.01 Smin=-0.05 Smin=-0.09

Smax=-0.26 Smax=-0.13 Smax=-0.1

(c)
A B C

Smax=-0.20 Smax=-0.10 Smax=-0.06

Smin=-0.003 Smin=-0.03 Smin=-0.04

Smax=-0.06 Smax=-0.05
Smax=-0.13

(d)

Figura 4.10 – Distribuição de tensões nas seções A, B e C para uma largura de


faixa de protensão de L/4 (a), L/8 (b), L/20 (c) e L/40 (d).

Observa-se na Figura 4.10 que as tensões que surgem nos lados extremos da
laje são maiores que as tensões que surgem na continuidade da laje, em
aproximadamente 15%. Os valores calculados do coeficiente ϕ para as seções A,
B e C são apresentados na Figura 4.11.
86

Seção A
1.20

1.00
σmin/σp
=σ/σp
0.80
σmax int/σp
0.60 σmax ext/σp
0.40

0.20

0.00
0 1 2 3
Largura faixa de protensão

Seção B
0.80

0.60 σmin/σp
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=σ/σp

σmax int/σp
0.40
σmax ext/σp

0.20

0.00
0 1 2 3
Largura faixa de protensão

Seção C
0.60
=σ/σp

0.40

σmin/σp
0.20 σmax int/σp
σmax ext/σp

0.00
0 1 2 3
Largura faixa de protensão

Figura 4.11 – Relação entre a tensão máxima, mínima e a tensão gerada pela força
de protensão.
87

4.1.1.4.
Modelo 4 - Seis painéis de lajes contínuas

Com a finalidade de avaliar as tensões mínimas e máximas no centro e na


continuidade da laje para mais painéis foi realizado outro modelo com seis
painéis. A laje de referência é mostrada na Figura 4.12.
A B C

P P

10.0

2P 2P

10.0
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2P 2P

10.0

P X
P

L=10.0 10.0

Figura 4.12 – Laje de referência para o modelo 4.

A distribuição das tensões S11 é apresentada na Figura 4.13 para as


diferentes larguras de faixas nas seções A, B e C.
88

A B C
Smax=-1.01 Smax=-0.74 Smax=-0.56

Smin=-0.14 Smin=-0.36 Smin=-0.47

Smax=-0.61 Smax=-0.50
Smax=-0.84

(a)
A B C

Smax=-0.44 Smax=-0.30
Smax=-0.77

Smin=-0.03 Smin=-0.14 Smin=-0.22

Smax=-0.33 Smax=-0.25
Smax=-0.57

(b)

A B C
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Smax=-0.38 Smax=-0.19 Smax=-0.13

Smin=-0.01 Smin=-0.06 Smin=-0.09

Smax=-0.26 Smax=-0.13 Smax=-0.10

(c)

A B C

Smax=-0.20 Smax=-0.10 Smax=-0.06

Smin=-0.003 Smin=-0.03 Smin=-0.046

Smax=-0.07 Smax=-0.05
Smax=-0.13

(d)

Figura 4.13 – Distribuição de tensões nas seções A, B e C para uma largura de


faixa de protensão de L/4 (a), L/8 (b), L/20 (c) e L/40 (d).

A Figura 4.14 apresenta os valores do coeficiente ϕ para as seções A, B e C.


Pode-se observar que as tensões máximas e mínimas nas continuidades da laje
possuem valores muito próximos independentemente do numero de painéis. As
equações do coeficiente ϕ são praticamente iguais aos do modelo 3.
89

Seção A
1.2

1.0
σmin/σp
=σ/σp
0.8
σmax int/σp
0.6
σmax ext/σp
0.4

0.2

0.0
0 1 2 3

Largura faixa de protensão

Seção B
0.8

0.6 σmin/σp
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=σ/σp

σmax int/σp
0.4 σmax ext/σp

0.2

0.0
0 1 2 3

Largura faixa de protensão

Seção C
0.6

0.5
=σ/σp

0.4 σmin/σp
0.3 σmax int/σp

0.2 σmax ext/σp

0.1

0.0
0 1 2 3

Largura faixa de protensão


Figura 4.14 – Relação entre a tensão mínima e a tensão máxima (exterior e na
continuidade da laje).
90

Deste primeiro estudo para lajes maciças pode-se conferir o princípio de


Saint Venant, o qual afirma que, em uma seção, a uma distância determinada do
comprimento da laje a distribuição das tensões é praticamente uniforme. Isso pode
ser notado nos gráficos da distribuição das tensões nos modelos (Figuras 4.6, 4.10
e 4.13), onde se observa que a tensão a partir da seção C já é uniforme em todos
seus pontos, com valores próximos à tensão média total aplicada, para todos os
casos independentemente da largura de aplicação da protensão. Isso pode também
ser verificado para a mesma seção na Tabela 4.3, onde o valor da razão entre
tensão máxima e a tensão mínima é próximo a um, devido à uniformidade das
tensões. Na seção C, no caso das lajes contínuas a tensão máxima exterior (tensão
máxima que surge nos extremos das lajes) difere da tensão máxima interior
(tensão máxima que surge na continuidade das lajes) em aproximadamente 14%,
independentemente do número de painéis. As tensões mínimas são praticamente
as mesmas também independentemente do número de painéis acrescentado para
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todos os modelos. A diferença entre tensões máximas e mínimas na seção C é de


aproximadamente 20%.
Desta parte do estudo obtiveram-se equações para calcular o coeficiente 
para lajes maciças protendidas. Os valores para o coeficiente  estão apresentados
no Anexo C. O gráfico ilustrado na Figura 4.3 fornece valores de  para modelos
de laje isolada. O gráfico da Figura 4.7 fornece valores de  para laje de dois
painéis, a qual tem uma diferença mínima (~6%) com relação aos gráficos da
Figura 4.11 e 4.14 que fornecem valores de  para lajes de painéis contínuos.
Devido a esta mínima diferença pode-se usar as equações da Figura 4.11
para o cálculo do coeficiente  para qualquer quantidade de painéis que possua a
estrutura, já que o acréscimo de painéis faz uma diferença mínima na obtenção do
parâmetro .
Segundo o estudado, o coeficiente  tem aplicação nas seções próximas à
aplicação da carga de protensão, já para seções mais afastadas, como a seção C, as
tensões são uniformes e não ficam afetadas por este coeficiente.
91

4.1.2.
Estudo das Tensões com Influência dos Pilares

4.1.2.1.
Coeficiente Aproximado de Rigidez (K)

Nesta segunda etapa estuda-se a influência da rigidez dos pilares sobre as


tensões nas lajes. Para tanto, é feita uma análise da relação da rigidez entre lajes e
pilares, com a finalidade de obter a força de protensão (F) retida em cada pilar e a
partir desta relação fazer uma nova avaliação das tensões na laje levando em conta
a forca (P) que passa para a laje descontando a forca F. Para isso tem que ser
calculada a força F retida nos pilares a qual é regida pela equação 4.3 a seguir.

(4.3)

onde:
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K é o coeficiente de rigidez
δ é o deslocamento do topo do pilar
E é o módulo de elasticidade.
IP é o momento de inércia do pilar.
LP é o comprimento do pilar.

Como foi visto no capítulo 2, existem duas possibilidades para o valor do


coeficiente de rigidez (K) as quais dependem das condições de contorno adotadas
nos pilares. As condições de apoio podem simular o caso de uma laje com
extremidades engastadas, cujo coeficiente K é 12, ou uma laje simplesmente
apoiada, com K igual a 3.
O coeficiente de rigidez K será vinculado, através de uma equação, com um
novo parâmetro (G) o qual relaciona a rigidez entre lajes e pilares, como mostrado
na eq. 4.4 a seguir:

(4.4)

onde:
LL é a distância entre pilares.
IL é o momento de inércia para diferentes rigidezes de lajes.
E é o módulo de elasticidade.
92

O cálculo de tal equação que relaciona o coeficiente de rigidez K e o


parâmetro de rigidez entre lajes e pilares G é detalhado nos parágrafos seguintes.
Com a ajuda do programa Ftool são modelados pórticos com diferentes
relações de rigidez laje-pilar, como mostrado na Figura 4.15. Um mesmo
carregamento equivalente de protensão de 100 kN é aplicado a cada pórtico.
Impõe-se restrição à translação x e a rotação z simulando a metade da estrutura.
Os modelos são feitos com a mesma rigidez do pilar e variando a rigidez de laje.
Para cada modelo é obtido seu respectivo fator G, com a equação 4.4.
A Figura 4.15, ilustra três modelos de pórticos com diferente relação de
rigidez. Na Figura 4.15 (a) têm-se uma laje praticamente sem rigidez à flexão
quando comparado com a rigidez dos pilares. Nota-se que quase toda a força axial
é retida nos pilares. Observa-se na Tabela 4.4 que o fator de rigidez laje-pilar G é
praticamente 0 e seu coeficiente aproximado de rigidez K para esta relação de
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rigidez é 3, aproximando-se do caso de uma laje simplesmente apoiada.


O inverso ocorre na Figura 4.15 (c), onde a laje é muito mais rígida que os
pilares. Devido à alta rigidez da laje grandes deslocamentos são impedidos, bem
como impede a rotação da viga como um corpo rígido. Vê-se, na configuração
deformada, que os nós da viga não sofrem rotações, ou seja, que não existem
rotações do topo e da base. Isso pode ser conferido na Tabela 4.4, onde para um
fator G igual a 48 o coeficiente aproximado de rigidez é 11,78. Deste modo
aproxima do caso de uma laje com extremidades engastadas. Nesta mesma figura
observa-se que uma quantidade mínima de força de protensão fica retida nos
pilares.
93

Figura 4.15 – Deformada e diagrama de cortante para laje de rigidez à flexão nula
(a), laje de rigidez à flexão intermediária (b) e laje infinitamente rígida(c).

Observa-se como os diagramas das cortantes dos pilares podem ser


alterados, de um comportamento bi-engastado para um engastado-rotulado, com a
variação da rigidez entre os elementos estruturais. Pode-se concluir então que
quanto menor a rigidez da laje ou maior a rigidez do pilar maior quantidade da
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forca aplicada ficará retida no pilar.

Tabela 4.4 – Quadro Resumo de relação entre fator de rigidez entre lajes e pilares
(G) e o coeficiente aproximado de rigidez (K).

pilar laje L
L pilar I laje I pilar F K
laje δ (cm) G
b h b h (cm) (cm) (cm) (kN) Ftool
(cm)
25 50 500 100 1000 300 41666667 260417 0.001 0.227 48.00 11.77
25 50 100 100 1000 300 8333333 260417 0.004 1.062 9.60 11.01
25 50 80 100 1000 300 6666667 260417 0.005 1.301 7.68 10.92
25 50 150 50 1000 300 1562500 260417 0.005 1.115 1.80 8.77
25 50 100 50 1000 300 1041667 260417 0.008 1.501 1.20 7.88
25 50 83 50 1000 300 867708 260417 0.009 1.705 1.00 7.52
25 50 50 50 1000 300 520833 260417 0.016 2.399 0.60 6.39
25 50 500 20 1000 300 333333 260417 0.004 0.527 0.38 5.46
25 50 1 1 1000 300 0.0833 260417 1.336 96.67 0.00 3.00

A Tabela 4.4 apresenta valores de deslocamento (δ) no topo do pilar e força


cortante (F) retida em cada pilar, obtidos no programa Ftool, para modelos de
pórticos com diferente valor de G. É obtida uma relação entre este fator e o
coeficiente de rigidez aproximada K. Todos os pontos calculados, para tal relação
nos diferentes valores de relação relativa de rigidez laje-pilar, são plotados na
Figura 4.16, assim é obtida a equação 4.5, a qual reflete estes valores da relação
de rigidez.
94

(4.5)
Como se pode ver na Tabela 4.5 esta equação é válida para G0,03, para os
quais os valores de K são maiores a 3 (caso engastado-rotulado) e para valores de
G7,5, para os quais os valores de K são menores a 12 (caso biengastado).

Tabela 4.5 – Valores do coeficiente aproximado de rigidez (K) para diferentes


relações de rigidez (G).

G K=7.235G^0.2081 K=7.2.G^0.25
10.00 11.7 12.8
9.00 11.4 12.5
8.00 11.2 12.1
7.50 11.0 11.9
7.00 10.8 11.7
6.00 10.5 11.3
5.00 10.1 10.8
4.00 9.7 10.2
3.00 9.1 9.5
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2.00 8.4 8.6


1.80 8.2 8.3
1.20 7.5 7.5
1.00 7.2 7.2
0.60 6.5 6.3
0.03 3.5 3.0

Tendência da relação G e K
14
13
Coeficiente de rigidez (K)

12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Fator de rigidez entre lajes e pilares (G)

K Ftool K=7.2.G^0.25

Figura 4.16 – Curva de tendência que relaciona o fator de rigidez entre lajes e
pilares (G) e o coeficiente aproximado de rigidez (K).
95

4.1.2.2.
Valor da Força retida nos pilares (F)

Com o valor de K é possível calcular que porcentagem da força de


protensão aplicada (P) fica retida nos pilares dependendo da sua rigidez. A força F
é calculada para cada pilar nas lajes analisadas.
Para pilares com rigidez baixa ou media o deslocamento axial δ da laje é
calculado no pilar analisado multiplicando a força de protensão P e a rigidez axial
da laje, como mostra a equação 4.6.

(4.6)

Onde:
P é a componente longitudinal da força de protensão.
L é a distância de influência da força de protensão na laje analisada.
E é o módulo de elasticidade.
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A é a área da seção da laje.


 LL , IL
P

Lp , Ip

Figura 4.17 – Protótipo dos pórticos laje-pilar

Com os valores do deslocamento δ e o coeficiente K, é calculado o valor da


força F retida em cada pilar em análise, conforme a equação 4.3. Transcrita em
baixo.

Para pilares com grande rigidez a força F foi submetida a um processo


iterativo de fácil execução com o intuito de garantir uma distribuição adequada de
forças. Esta aproximação sucessiva consiste em obter um primeiro deslocamento
δ1, que fornece uma força F naquele pilar, esta nova força F é utilizada em um
novo cálculo do deslocamento δ1 e, portanto é gerado um novo valor para F.
Assim o processo é repetido até convergir. Isso será visto mais adiante através de
um exemplo no capitulo5.
96

4.1.3.
Cálculo Simplificado das tensões

Uma vez obtido o coeficiente ϕ e a força F retida em cada pilar, podem ser
calculadas as tensões máximas e mínimas em determinados pontos da laje.
Nas seções onde as tensões a serem avaliadas ficam perto do ponto de
aplicação de carga o coeficiente ϕ é utilizado. Nestas seções também é usada a
tensão de protensão (σp).
A tensão de protensão (σp) relaciona a componente longitudinal da força de
protensão P e a seção transversal da laje (Ap) onde é aplicada dita força. Para o
cálculo das tensões nos diferentes pontos de análise basta multiplicar a tensão de
protensão (σp) com o coeficiente ϕ.

σ (4.7)

A força P, é a forca que passa na laje em cada ponto de análise descontando


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a força retida nos pilares.


Nas outras seções o coeficiente ϕ não tem efeito, devido ao fato de que as
tensões já são uniformes, conforme visto no item 4.1.1. Aqui é empregada a
tensão media (σm) que relaciona a força total Pt aplicada na estrutura entre a
área transversal total da laje (At).
σ (4.8)
97

4.2.
Estudo Paramétrico de Lajes Nervuradas

Da mesma maneira como foi feito o cálculo do coeficiente ϕ para lajes


maciças é realizado o cálculo do coeficiente para lajes nervuradas.
A laje em estudo é uma laje nervurada bidirecional, com vão típico de 10m
e nervuras de 20 cm de altura solidarizadas a uma mesa de 5 cm de espessura
apoiada diretamente sobre os pilares. A geometria típica do painel da laje está
representada na Figura 4.18 no modelo 1 e a geometria da seção está representada
na Figura 4.19. As propriedades mecânicas do concreto são as mesmas usadas no
estudo de lajes maciças.
Os modelos foram gerados e processados com o programa SAP2000. Foi
utilizada uma malha com elementos típicos de 25 cm x 25cm. Os pilares foram
modelados como uma única restrição pontual, com restrição na translação z e
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liberdade na translação x, y e todas as rotações. Foram utilizados elementos tipo


casca para modelar a mesa e a faixa de concreto e elementos do tipo viga para
simular as nervuras. Na modelagem é considerada a excentricidade (Offset) entre
nervuras e a mesa e a faixa de concreto conforme visto no capítulo 3.
Assim como para o caso de laje maciça analisa-se a distribuição das tensões,
sem influência da contribuição dos pilares, causadas só pela componente
longitudinal da força de protensão que atua no plano da laje, a qual gera uma
tensão de protensão de 1 kN/cm² para cada largura de faixa avaliado. As tensões
são avaliadas nas mesmas seções usadas na avaliação de lajes maciças no início
deste capítulo.
98

4.2.1.
Distribuição das Tensões sem Influência dos Pilares

Nesta parte do estudo são avaliadas as tensões para os mesmos casos


estudados em lajes maciças. São obtidos coeficientes (ϕ) que relacionam as
tensões máximas e mínimas com a tensão de protensão aplicada. É realizada a
mesma análise comparativa usada para lajes maciças com o intuito de avaliar o
comportamento das tensões neste tipo de lajes e mostrar uma comparação com os
coeficientes obtidos nos diferentes modelos. Assim, no programa SAP2000 foram
modelados quatro sistemas estruturais com as mesmas características de material e
geometria e que só diferem no número de painéis empregados.

4.2.1.1.
Modelo 5. Laje com painel isolado típico

O primeiro modelo trata-se de um painel isolado típico de laje nervurada de


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10m x 10m, a geometria do modelo é apresentado nas Figuras 4.19 e 4.20.


A B C

P P

10.0

P P
L=10.0

Figura 4.18 – Laje de referência para o modelo 5.

0.80
P 0.25 0.20
0.14
1.25

Figura 4.19 – Seção transversal A-A da laje nervurada.


99

Observe-se na Figura 4.20 que a distribuição das tensões na seção B, gerada


pelo carregamento de 5000 kN aplicada em uma faixa de 2,5, têm a mesma
configuração encontrada na análise das lajes maciças.

Figura 4.20 – Distribuição de tensões para carregamento de protensão aplicado em


uma faixa de 2,5m.
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A relação entre as tensões máximas e mínimas do modelo, assim como sua


relação com a tensão de protensão, está indicada na Tabela 4.6 e ilustrada na
Figura 4.21. Verifica-se que a tendência do coeficiente ϕ é igual ao das lajes
maciças, e isso está refletido nos resultados mostrados na Tabela 4.6.

Tabela 4.6 – Relação entre a tensão máxima, mínima e a tensão gerada pela força
de protensão.

Tensões (kN/cm²)
Faixas Seção
σmin/ σmax φmax φmin
A-A 0.13 0.79 0.10
L/4 B-B 0.18 0.77 0.14
C-C -0.03 0.79 -0.03
A-A -0.02 0.68 -0.01
L/8 B-B -0.01 0.59 -0.01
C-C -0.03 0.79 -0.02
A-A -0.07 0.42 -0.03
L/20 B-B -0.08 0.37 -0.03
C-C -0.03 0.78 -0.02
A-A -0.09 0.27 -0.02
L/40 B-B -0.10 0.28 -0.03
C-C -0.02 0.74 -0.02
100

Seção A
1.2

1.0

0.8
=σ/σp

0.6
σmin/σp
0.4
σmax/σp
0.2

0.0
0 1 2 3
-0.2
Largura faixa de protensão

Seção B
1.0

0.8
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σmin/σp
0.6
=σ/σp

σmax/σp
0.4

0.2

0.0
0 1 2 3
-0.2
Largura faixa de protensão

Figura 4.21 – Relação entre a tensão máxima, mínima e a tensão gerada pela força
de protensão para as seções A e B.
101

4.2.1.2.
Modelo 6 - Dois painéis de laje

É acrescentando um painel de laje para verificar a distribuição das tensões


na continuidade dos painéis na seção C. A forma do modelo 6 está representada na
Figura 4.22.
A B C

P P

10.0

P P
L=10.0 10.0
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Figura 4.22 – Laje de referência para o modelo 6.

Na Figura 4.23 pode-se conferir a uniformidade da distribuição de tensões


na metade da estrutura (seção C) para um carregamento equivalente de protensão
de 5000 kN aplicado em uma faixa de 2,5 m de largura.

Figura 4.23 – Distribuição de tensões para carregamento de protensão aplicado em


uma faixa de 2,5m.

A Figura 4.24 ilustra melhor a distribuição das tensões nas seções A,B, e C
para diferentes larguras de faixa onde a força de protensão é aplicada.
102

A B C
Smax=-0.82 Smax=-0.70 Smax=-0.73

Smin=-0.18 Smin=-0.35 Smin=-0.52

(a)

A B C
Smax=-0.75 Smax=-0.52 Smax=-0.58

Smin=-0.05 Smin=-0.17 Smin=-0.32

(b)
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A B C
Smax=-0.47 Smax=-0.30 Smax=-0.39

Smin=-0.00 Smin=-0.08 Smin=-0.17

(c)
A B C
Smax=-0.31 Smax=-0.19 Smax=-0.26

Smin=+0.01 Smin=-0.04 Smin=-0.11

(d)

Figura 4.24 – Distribuição de tensões nas seções A, B e C para uma largura de


faixa de protensão de L/4 (a), L/8 (b), L/20 (c) e L/40 (d).
103

Para ilustrar a relação das tensões máximas, mínimas e a tensão de


protensão, apresenta-se a Figura 4.25 onde são plotadas as tensões da Tabela 4.7
para a obtenção das equações do coeficiente ϕ.

Tabela 4.7 – Relação entre a tensão máxima, mínima e a tensão gerada pela força
de protensão.

Tensões (kN/cm²)
Faixas Seção
σmin/ σmax φmax φmin
A-A 0.23 0.82 0.18
L/4 B-B 0.51 0.70 0.35
C-C 0.72 0.73 0.52
A-A 0.06 0.75 0.05
L/8 B-B 0.33 0.52 0.17
C-C 0.54 0.58 0.32
A-A 0.00 0.47 0.00
L/20 B-B 0.27 0.30 0.08
C-C 0.44 0.39 0.17
A-A -0.02 0.31 -0.01
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L/40 B-B 0.24 0.19 0.04


C-C 0.41 0.26 0.11

Seção A
1.20

1.00

0.80
=σ/σp

0.60
σmin/σp
0.40
σmax/σp
0.20

0.00
0 1 2 3
-0.20
Largura faixa de protensão
104

Seção B
0.80

0.60
=σ/σp

0.40 σmin/σp
σmax/σp
0.20

0.00
0 1 2 3
Largura faixa de protensão

Seção C
0.80
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0.60
=σ/σp

0.40 σmin/σp
σmax/σp
0.20

0.00
0 1 2 3
Largura faixa de protensão
Figura 4.25 – Relação entre a tensão máxima, mínima e a tensão gerada pela força
de protensão para as seções A, B e C.
105

4.2.1.3.
Modelo 7 - Quatro painéis de lajes contínuas

Outro modelo é feito acrescentando dois painéis na estrutura, com a


finalidade de avaliar as tensões mínimas e máximas no centro e na continuidade
dos painéis das lajes. Este modelo é ilustrado na Figura 4.26.
A B C

P P

10.0

2P 2P
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10.0

P P
L=10.0 10.0

Figura 4.26 – Laje de referência para o modelo 7.

A Figura 4.27 apresenta a distribuição das tensões no plano da laje para as


seções A, B e C para diferentes larguras de faixa onde a força de protensão é
aplicada. Na seção C, diferente dos modelos em lajes maciças, as tensões ainda
não são tão uniformes por isso que é realizado mais um modelo acrescentando
painéis de laje na direção X, como será visto posteriormente.
106

A B C
Smax=-0.82 Smax=-0.73 Smax=-0.72

Smin=-0.20 Smin=-0.38 Smin=-0.55

Smax=-0.69 Smax=-0.61
Smax=-0.76

(a)
A B C
Smax=-0.75 Smax=-0.56 Smax=-0.58

Smin=-0.07 Smin=-0.20 Smin=-0.33

Smax=-0.50 Smax=-0.43 Smax=-0.60

(b)
A B C
Smax=-0.48 Smax=-0.33 Smax=-0.39
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Smin=-0.02 Smin=-0.09 Smin=-0.18

Smax=-0.31 Smax=-0.25 Smax=-0.37

(c)

A B C
Smax=-0.31 Smax=-0.21 Smax=-0.27

Smin=0.00 Smin=-0.05 Smin=-0.11

Smax=-0.20 Smax=-0.15 Smax=-0.25

(d)

Figura 4.27 – Distribuição de tensões nas seções A, B e C para uma largura de


faixa de protensão de L/4 (a), L/8 (b), L/20 (c) e L/40 (d).

Pode-se ver que são geradas tensões máximas nos extremos da laje e na
continuidade, bem como tensões mínimas no centro dos painéis da laje. Os
valores do coeficiente ϕ são apresentados na Figura 4.28.
107

Seção A
1.00

0.80 σmin/σp
σmax int/σp
=σ/σp
0.60
σmax ext/σp
0.40

0.20

0.00
0 1 2 3
Largura faixa de protensão

Seção B
0.80
σmin/σp
0.60 σmax int/σp
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=σ/σp

σmax ext/σp
0.40

0.20

0.00
0 1 2 3
Largura faixa de protensão

Seção C
0.80

0.60
=σ/σp

0.40 σmin/σp
σmax int/σp
0.20
σmax ext/σp

0.00
0 1 2 3
Largura faixa de protensão

Figura 4.28 – Relação entre a tensão máxima, mínima e a tensão gerada pela força
de protensão.
108

4.2.1.4.
Modelo 8 - Seis painéis de lajes contínuas

Com o intuito de avaliar a distribuição de tensões para um maior numero de


painéis e conferir a uniformidade das mesmas, foram acrescentados dois painéis e
avaliadas duas novas seções, como mostrado na Figura 4.29.
A B CD E

P P

10.0

2P 2P

10.0
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P P
L=10.0 10.0 10.0

Figura 4.29 – Laje de referência para o modelo 8.

Neste modelo foram analisadas mais duas seções, a Figura 4.30 ilustra, para
as diferentes larguras de faixas de protensão, a distribuição das tensões para as
seções C, D e E. Na seção D, que fica a 60 cm da seção C, já pode-se ver uma
distribuição de tensões mais uniforme.
109

C D E
Smax=-0.66 Smax=-0.64 Smax=-0.64

Smin=-0.58 Smin=-0.59 Smin=-0.60

Smax=-0.70
Smax=-0.67 Smax=-0.64

(a)
C D E
Smax=-0.49 Smax=-0.47 Smax=-0.45

Smin=-0.37 Smin=-0.38 Smin=-0.39

Smax=-0.53 Smax=-0.49 Smax=-0.46


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(b)

C D E
Smax=-0.29 Smax=-0.27 Smax=-0.26

Smin=-0.19 Smin=-0.20 Smin=-0.20

Smax=-0.32 Smax=-0.29 Smax=-0.26

(c)

C D E
Smax=-0.18 Smax=-0.17 Smax=-0.15

Smin=-0.11 Smin=-0.12 Smin=-0.12

Smax=-0.21 Smax=-0.18 Smax=-0.15

(d)
Figura 4.30 – Distribuição de tensões nas seções C, D e E para diferentes larguras
de faixas de protensão.
110

Na Figura 4.31 são apresentadas as equações para a obtenção do coeficiente ϕ,


para as seções C e D.

Seção C
0.80

0.60
=σ/σp

0.40 σmin/σp
σmax int/σp
0.20
σmax ext/σp

0.00
0 1 2 3
Largura faixa de protensão

Seção D
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0.80
σmin/σp
0.60 σmax int/σp
=σ/σp

σmax ext/σp
0.40

0.20

0.00
0 1 2 3

Largura faixa de protensão

Figura 4.31 – Relação entre a tensão máxima, mínima e a tensão gerada pela força
de protensão para as seções C e D.

Constata-se novamente o principio de Saint Venant no caso das lajes


nervuradas No modelo 8, a partir da seção D, que só fica a 0,6m da seção C (ou
seja, uma distância pequena) estudada em lajes maciças, as tensões mostram uma
distribuição uniforme, conforme a Figura 4.30. A diferença entre tensões máximas
e mínimas na seção C é de aproximadamente 27%, e na seção D é de 20%,
ficando as tensões mais uniformes como no caso das lajes maciças.
111

Com relação à seção C, nos modelos de lajes contínuas a tensão máxima


exterior difere da tensão máxima interior em aproximadamente 21%, entretanto na
seção D esta diferencia é de 6%. As tensões mínimas têm uma diferença de
aproximadamente 5% entre os modelos.
Obtêm-se três gráficos que ajudaram na escolha do coeficiente . O
primeiro deles é o gráfico da Figura 4.21 que fornece valor de  para modelo de
laje isolada. O gráfico da Figura 4.25 fornece valores de  para laje de dois
painéis. O gráfico da Figura 4.28 fornece valores de  para laje de quatro painéis,
o qual tem uma diferença de aproximadamente 16% em comparação com os
valores da Figura 4.33 do modelo 8.
O coeficiente  tem aplicação nas seções próximas à aplicação da carga de
protensão, já para seções mais afastadas, como a seção D, as tensões são
uniformes.
Nas Figuras 4.32, 4.33, 4.34 e 4.35 ilustra-se, para a seção B, a comparação
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dos resultados da análise das tensões das lajes maciças e nervuradas para as faixas
L/4, L/8, L/20 e L/40 respectivamente.

Comparação nas lajes para L/4


10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9

0.2
0.1
0.0
-0.1
Tensão (kN/cm²)

-0.2
-0.3 -0.36
-0.4
-0.38
-0.5
-0.6
-0.60
-0.61 -0.73
-0.7
-0.8
-0.9 L/4 Nervurada
-1.0 L/4 Maciça
-1.1
-1.2
Comprimento da laje (m)

Figura 4.32 – Comparação da tensão entre lajes maciças e nervuradas para uma
faixa de L/4 na seção B.
112

Comparação nas lajes para L/8

10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0.2
0.1
0.0
-0.1 -0.15
-0.2
Tensão (kN/cm²)

-0.3 -0.32 -0.20


-0.44
-0.4
-0.5 -0.43
-0.6 -0.55
-0.7
L/8 Nervurada
-0.8
L/8 Maciça
-0.9
-1.0
-1.1
-1.2
Comprimento da laje (m)

Figura 4.33 – Comparação da tensão entre lajes maciças e nervuradas para uma
faixa de L/8 na seção B.
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Comparação nas lajes para L/20


10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9

0.2
0.1
0.0 -0.05
-0.1 -0.13
-0.09 -0.19
-0.2
Tensão (kN/cm²)

-0.3 -0.24
-0.4 -0.33
-0.5
L/20 Nervurada
-0.6
L/20 Maciça
-0.7
-0.8
-0.9
-1.0
-1.1
-1.2
Comprimento da laje (m)

Figura 4.34 – Comparação da tensão entre lajes maciças e nervuradas para uma
faixa de L/20 na seção B.
113

Comparação nas lajes para L/40

10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0.2
0.1
0.0 -0.06 -0.03
-0.1
-0.10
-0.05
-0.2 -0.15
Tensão (kN/cm²)

-0.3
-0.20
-0.4
-0.5
-0.6 L/40 Nervurada
-0.7 L/40 Maciça
-0.8
-0.9
-1.0
-1.1
-1.2
Comprimento da laje (m)

Figura 4.35 – Comparação da tensão entre lajes maciças e nervuradas para uma
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faixa de L/40 na seção B.

Este capítulo apresentou diversas análises numéricas, pelo método de


elementos finitos para o estudo da distribuição de tensões nas lajes maciças e
nervuradas a fim de obter um coeficiente que facilite a obtenção das tensões
próximas ao ponto de aplicação da forca de protensão onde as tensões não são
uniformes.
A partir dos quadros e das figuras apresentadas, avalia-se a distribuição de
tensões das lajes nervuradas, para posteriormente compará-lo com a laje maciça
correspondente aos mesmos modelos. Constata-se que os resultados do coeficiente
ϕ utilizando lajes nervuradas forneceram resultados com uma percentagem
mínima de diferença (4%) em relação aos obtidos nos modelos de lajes maciças.
5.
Exemplo De Aplicação e Análise dos Resultados

Visando uma melhor compreensão do exposto no capítulo anterior, são


apresentados dois exemplos de aplicação relacionados ao cálculo de lajes
protendidas.
O primeiro exemplo trata de uma laje maciça onde as tensões são
computadas mediante cálculos simplificados e depois são comparadas com as
tensões calculadas com o programa SAP2000. No segundo exemplo, foi analisado
um pavimento de lajes nervuradas. As tensões são calculadas modelando a laje no
programa SAP2000 usando elementos tipo casca para a modelagem da mesa e as
faixas de concreto onde é aplicada a protensão, considerando todas as cargas
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equivalentes de protensão incluído as componentes no plano da laje. O mesmo


exemplo é modelado usando elementos tipo viga, o qual, ao igual que os
elementos tipo casca, têm seis graus de liberdade e permite a aplicação de cargas
de gravidade em qualquer direção, cargas concentradas e cargas distribuídas. É
feita uma verificação pela comparação das tensões em determinados pontos de
controle dos diferentes modelos empregados.
As propriedades mecânicas do concreto são as mesmas utilizadas no estudo
dos modelos nos capítulos 3 e 4:
 Resistência característica à compressão: fck = 35 Mpa
 O módulo de deformação longitudinal E: E = 28160 MPa
 O coeficiente de Poisson. ʋ = 0,2
A análise estática da estrutura dos exemplos é para concreto não fissurado e
comportamento elástico linear.
115

5.1.
Caso 1 - Cálculo das Tensões em Lajes Maciças

Para a análise das lajes do exemplo, foram adotadas duas abordagens


diferentes. Primeiro, as lajes foram analisadas através de cálculos
simplificados, com ajuda de planilhas Excel a fim de manipular facilmente os
parâmetros usados, com procedimentos já descritos no capítulo 4. Segundo, as
lajes foram analisadas usando o programa de análise de estruturas SAP2000 para
criar modelos estruturais de forma rápida. A comparação entre estas duas
análises irá fornecer um meio para verificar o projeto do exemplo apresentado, e
determinar assim melhores resultados para a realização de uma análise semelhante
para lajes nervuradas.
A estrutura em questão é uma laje lisa protendida com 0,20 m de espessura,
apoiada em pilares de 2,75m de comprimento e com rigidez variável. O
carregamento para a laje tem apenas um componente a ser analisado que é a
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componente longitudinal da força de protensão P de 3000 kN distribuído em


faixas de 2,50m (L/4) nos extremos e em uma faixa central de 5,00m. A geometria
da estrutura é mostrada na Figura 5.1.
No exemplo a seguir será avaliado com o método simplificado descrito no
capítulo 4, onde primeiramente serão feitos cálculos simplificados e,
posteriormente, o pavimento será analisado com o método dos elementos finitos
no programa SAP2000.
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aplicada.
A B C D

8.00

12.00
10.00
C9
25x150
C10
25x25
C11
25x25
C12
25x75 10.00
P

2.50
5.00
2P

5.00
C5 C6 C7 C8
50x25 25x75 75x25 25x125

5.00
C1 C2 C3 C4

2.50
P
25x125 25x25 25x125 25x25

8.00
5.00

10.00

Figura 5.1 – Planta de forma destacando as faixas onde a força de protensão é


116
117

5.1.1.
Cálculos através de Processos Simplificados

5.1.1.1.
Cálculo da Força de Protensão Retida em Cada Pilar (F)

Para conseguir uma apropriada aproximação das tensões nos pontos de


análise, é necessário calcular a quantidade de força de protensão que passa para a
laje no ponto a ser analisado. Para isso, precisa-se saber a força F retida em cada
pilar, que se encontra em função do deslocamento δ e do coeficiente K, como
mostra a equação 4..
Para a laje apresentada será descrita a metodologia usada para a obtenção de
tal força no pilar C9, que tem dimensões 0.25m x 1.50m. O pilar C9 é um dos
pilares mais próximos ao ponto de aplicação da força de protensão e tem uma
rigidez elevada comparado com os demais pilares.
O primeiro coeficiente calculado é o coeficiente G, que relaciona a rigidez
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laje-pilar de acordo com as características geométricas do pilar e da laje, segundo


a equação 4.4 transcrita em baixo.

Onde:

LL , IL
P

Lp , Ip
275 cm

C9 C10 C11 C12


1200c m 800 cm 1000 cm 1000 cm

L=4000 cm

Figura 5.2 – Pórticos de uma das faixas exteriores.


B C
118

Na obtenção do coeficiente K, usa-se a equação 4.5. Como visto no capítulo


4, a equação é válida quando o valor do coeficiente G está no intervalo de
0,03G7,5. Como o valor de G é menor a 0,03, adota-se para este coeficiente o
valor de 3. O deslocamento axial δ é calculado multiplicando a componente
longitudinal da força de protensão com a rigidez axial da laje usando a equação
4.6 transcrita em baixo.

onde
P = 3000 kN
L = 4000m
E = 2816
A =10000 m²
Com o deslocamento 0,43 cm, para uma força P de 3000 kN, é obtido um
valor de força que passa na laje Pi. Com este valor, é obtido um novo valor de
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deslocamento δi, o qual gera uma nova força de retenção da protensão no pilar Fi.
Desta forma, inicia-se um processo iterativo com a finalidade de obter a força
mais aproximada retida no pilar F, portanto, obter a força que passa na laje no
ponto de análise.
A seguinte tabela mostra os valores de δi, Pi, Fi para o processo iterativo nos
pilares C1 e C9. Note-se que a convergência é mais rápida para o pilar C1, o qual
tem rigidez menor. Para o pilar C9 foram necessárias mais três iterações.

Tabela 5.1 – Força na laje e no pilar (kN) para análise dos pilares C1 e C9.

Pilar C1 Pilar C9
Força Força Pilar Força Laje Força Pilar
δ δ
Laje (kN) (kN) (kN) (kN)
3000 533 0.43 3000 1217 0.43
2296 539 0.33 1783 723 0.25
2461 578 0.35 2277 924 0.32
2422 569 0.34 2076 842 0.29
2431 533 0.35 2158 875 0.31
2429 570 0.35 2125 862 0.3
2430 570 0.35 2138 867 0.3
- - - 2133 865 0.3
- - - 2135 866 0.3
- - - 2134 866 0.3
119

Com os valores do deslocamento δ e o coeficiente K, é calculado o valor da


força F retida no pilar em análise. Por tanto, pode-se obter a força P que passa na
laje. A Tabela 5.2 mostra o resumo do processo descrito acima para todos os
pilares do exemplo.

Tabela 5.2 – Quadro arranjado para a obtenção das forças retidas nos pilares.

LL LP P L Força (kN)
Pilar IL (cm) IP (cm) δ G K
(cm) (cm) (kN) (cm) Pilar Laje
C1 1000 275 2430 4000 333333 4069010 0.35 0.0 3.0 570 2430
C2 800 275 2430 3000 333333 32552 0.26 3.5 9.9 11 2418
C3 500 275 2430 2200 333333 7031250 0.19 0.0 3.0 542 1876
C4 1700 275 2430 1700 333333 32552 0.15 1.7 8.2 5 1871
C5 1000 275 6000 4000 666667 65104 0.43 2.8 9.3 35 5965
C6 1200 275 6000 3000 666667 878906 0.32 0.2 4.6 177 5788
C7 800 275 6000 1800 666667 97656 0.19 2.3 8.9 23 5766
C8 1000 275 6000 1000 666667 7031250 0.11 0.0 3.0 304 5461
C9 1200 275 2134 4000 333333 7031250 0.30 0.0 3.0 866 2134
C10 800 275 2134 2800 333333 32552 0.21 3.5 9.9 9 2125
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C11 1000 275 2134 2000 333333 32552 0.15 2.8 9.3 6 2119
C12 1000 275 2134 1000 333333 878906 0.08 0.1 4.1 37 2082

Como era de se esperar, aqueles pilares com elevada rigidez são os que
absorvem maior quantidade da força de protensão.

5.1.1.2.
Valor do Coeficiente de Relação de Tensões ()

Como foi apresentado no capítulo 4, o coeficiente  relaciona as tensões


máximas e mínimas com as tensões de protensão. Este coeficiente tem influência
somente em determinado comprimento da laje, como é o caso da seção A do
presente exemplo (seção próxima ao ponto de aplicação de carga). Os valores
destes coeficientes foram obtidos com as equações mostradas na Figura 4.11 para
a seção B no caso de quatro painéis de laje.
ϕ max ext = 0,73
ϕ max int = 0,60
ϕ min = 0,36
120

5.1.1.3.
Cálculo das Tensões nos Pontos de Análise (σi)

Adotaram-se, como parâmetros de comparação, os valores das tensões em


cinco pontos de controle em cada seção indicada na Figura 5.3.

A B C D

T9 T10 T11 T12


FAIXA EXTERNA

t5 t6 t7 t8
FAIXA INTERNA

T5 T6 T7 T8
FAIXACENTRAL

FAIXA INTERNA
t1 t2 t3 t4

FAIXA EXTERNA
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T1 T2 T3 T4

Figura 5.3 – Seções e pontos de controle das tensões.

Tensões na Seção A

Nesta seção por se encontrar próximo da aplicação da protensão, a tensão de


análise é a tensão de protensão σp a qual é afetada pelo coeficiente . As tensões
podem ser avaliadas com a equação 5.1. Estas tensões são a tensão máxima
exterior no ponto de controle T9 na faixa externa, a tensão mínima t5 na faixa
interna e a tensão máxima interior no ponto de controle T5.

(5.1)

O ponto de controle para avaliação da tensão máxima exterior T9 encontra-


se próximo da aplicação da força de protensão e tem próximo a ele um pilar com
elevada rigidez. Foi necessário o processo iterativo detalhado na Tabela 5.1 para
o cálculo da força retida no pilar onde a força de protensão P, obtida do processo
iterativo, neste ponto de controle é 2134 kN.
A tensão de protensão , que é a tensão gerada pela força de protensão P
descontando a contribuição dos pilares distribuída na faixa de 2,5m, é
multiplicada por o coeficiente ϕ para obter a tensão no ponto de controle T9:
121

O ponto de controle para avaliação da tensão máxima interior T5 também


encontra- se próximo da aplicação da força de protensão, mas este pilar tem uma
rigidez menor comparada com o pilar C9.

σ
O ponto de avaliação t5, onde surge a tensão mínima, encontra-se na
metade do painel entre o pilar C9 e C5. Este ponto de controle é um ponto médio
das tensões de protensão dos pontos de controle T9 e T5 afetado pelo coeficiente
ϕmin.
σ σ
σ
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σ σ
Portanto, as tensões mínimas t1 à t8 vão depender das tensões máximas
calculadas, que se encontram nas faixas externa e central.

Tensões na Seção B-B

A partir desta seção as tensões já não têm mais influência do coeficiente ,


devido ao fato de que as tensões a partir desta seção são uniformes. A tensão em
análise será então, a tensão média , que é a tensão gerada pela força de
protensão, descontando a contribuição dos pilares, entre a área de influência desta
força. As tensões a serem avaliadas nesta seção são as tensões nos pontos de
controle T6, t6, T10.

Assim como foram encontradas as tensões na seção A e B, foram calculadas


as demais tensões nos outros pontos de controle, como ilustra a Tabela 5.3.
122

Tabela 5.3 – Resultado das Tensões obtidas numericamente para determinados


pontos de controle.

Força σ
Ptos de Área Prot Área Laje σp σmed
Faixa (kN)  calculada
controle (cm²) (cm²) (kN/cm²) (kN/cm²)
Laje (kN/cm²)
T1 2430 5000 10000 0.732 0.49 -0.36
EXTERNA

T2 2418 5000 10000 1.0 0.24 -0.24


T3 1876 5000 10000 1.0 0.19 -0.19
T4 1871 5000 10000 1.0 0.19 -0.19
t1 0.358 0.54 -0.19
INTERNA

t2 1.0 0.27 -0.27


t3 1.0 0.24 -0.24
t4 1.0 0.23 -0.23
T5 5965 10000 20000 0.600 0.60 -0.358
CENTRAL

T6 5788 10000 20000 1.0 0.29 -0.29


T7 5766 10000 20000 1.0 0.29 -0.29
T8 5461 10000 20000 1.0 0.27 -0.27
t5 0.358 0.512 -0.183
INTERNA

t6 1.0 0.25 -0.25


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t7 1.0 0.25 -0.25


t8 1.0 0.24 -0.24
T9 2134 5000 10000 0.732 0.427 -0.312
EXTERNA

T10 2125 5000 10000 1.0 0.21 -0.21


T11 2119 5000 10000 1.0 0.21 -0.21
T12 2082 5000 10000 1.0 0.21 -0.21

Observa-se na Tabela 5.3, como era de se esperar, as tensões nos pontos de


controle da seção A mostram picos nas tensões máximas das faixas exteriores que
vão se uniformizar nas outras seções.

5.1.2.
Cálculos por Meio da Análise de Elementos Finitos

Nesta etapa os cálculos foram realizados através do programa de cálculo


estrutural SAP2000, que utiliza o método dos elementos finitos. Nele foi
modelado o pavimento idêntico ao analisado anteriormente pelo método
simplificado. Os resultados obtidos nesta etapa ajudam a fornecer uma
comparação com os obtidos por cálculos simplificados, e verificar se os resultados
são aproximados.
123

As lajes projetadas no programa SAP2000 foram modeladas com elementos


casca de 25cmx25cm e com elementos viga para os pilares, como foi visto no
capítulo 3. As condições de contorno, adotadas no extremo direito, têm restringido
a translação em X e a rotação em Y, simulando a continuidade da estrutura. A
protensão é modelada como um carregamento nodal de 3000 kN nos nós das
faixas de 250cm.
O programa SAP2000, funciona por meio de uma série de comandos
específicos que incluem a definição de materiais, geometria da estrutura, apoio e
ligações, condições de contorno, definição da malha e os valores de carga
equivalente. O modelo de elementos finitos é mostrado na Figura. 5.4.
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Figura 5.4 – Configuração deformada da estrutura, modelada no programa


SAP2000.

Da modelagem com elementos finitos encontra-se a força cortante retida em


cada pilar e verificam-se na Tabela 5.4 que os valores da força na laje são
inferiores na análise feita com o método simplificado aos obtidos com o programa
SAP2000. A força calculada para os pilares interiores como a pilar C5, C6, C7 e
C8 são muito próximos aos encontrados no SAP2000. Em geral, a diferença
encontrada entre a análise com cálculos simplificados com o SAP200 é de
aproximadamente 4%.
124

Tabela 5.4 – Quadro comparativo das forças obtidas numericamente e do SAP2000


com referência à forca retida em cada pilar.

% de P retida no Força P que passa à


bxh P cal/
Pilar pilar Laje (kN)
(cmxcm) P SAP
SAP Calculada Calculada SAP
C1 25x125 4% 5% 2430 2467 0.98
C2 25x25 0% 0% 2418 2457 0.98
C3 25x150 3% 5% 1876 2058 0.91
C4 25x25 0% 0% 1871 2053 0.91
C5 50x25 0% 0% 5965 5977 1.00
C6 25x75 1% 1% 5788 5860 0.99
C7 75x25 0% 0% 5766 5844 0.99
C8 25x150 2% 3% 5461 5657 0.97
C9 25x150 6% 7% 2134 2266 0.94
C10 25x25 0% 0% 2125 2257 0.94
C11 25x25 0% 0% 2119 2251 0.94
C12 25x75 0% 0% 2082 2216 0.94

Da análise da Tabela 5.4, os pilares C1 e C9 que tem elevada rigidez e, que


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estão próximos da aplicação da força absorvem aproximadamente 4% da força de


protensão total aplicada e os demais com rigidez baixa absorvem apenas 1% desta
força, aproximadamente.
Observa-se também que os pilares C3 e C9 têm a mesma rigidez, mas não
recebem o mesmo carregamento, já que o pilar C3 encontra-se mais afastado e
parte da força de protensão foi absorvida pelos outros pilares. Assim o pilar C9
que fica mais próximo da área de aplicação da força absorve praticamente o
dobro.
Quanto às tensões, discrepâncias entre resultados dos cálculos
simplificados e no SAP são resumidas na Tabela 5.5. Das análises feitas, afirma-
se que os resultados dos cálculos simplificados que apresentaram maiores
diferenças comparados com o SAP2000 são nos pontos de controle das faixas
externas da laje.
125

Tabela 5.5 – Quadro comparativo dos valores das tensões calculadas com o
método simplificado com o SAP.

Pontos de Tensão (kN/cm²) σ calc /


Faixa %diferença
avaliação Calculada SAP σ SAP
T1 -0.36 -0.33 1.1 7%
EXTERNA
T2 -0.24 -0.30 0.8 19%
T3 -0.19 -0.23 0.8 19%
T4 -0.19 -0.24 0.8 22%
t1 -0.19 -0.21 0.9 6%
INTERNA

t2 -0.27 -0.27 1.0 0%


t3 -0.24 -0.25 1.0 4%
t4 -0.23 -0.24 0.9 5%
T5 -0.36 -0.36 1.0 1%
CENTRAL

T6 -0.29 -0.26 1.1 10%


T7 -0.29 -0.26 1.1 12%
T8 -0.27 -0.25 1.1 11%
t5 -0.18 -0.20 0.9 9%
INTERNA

t6 -0.25 -0.26 1.0 3%


t7 -0.25 -0.26 1.0 4%
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t8 -0.24 -0.26 0.9 6%


T9 -0.31 -0.28 1.1 10%
EXTERNA

T10 -0.21 -0.25 0.8 15%


T11 -0.21 -0.26 0.8 20%
T12 -0.21 -0.26 0.8 20%

Analisando o quadro, observa-se que as tensões calculadas para a seção A,


seção próxima da aplicação da protensão, têm uma mínima diferença com as
tensões obtidas no SAP2000, de 7%. Nas outras seções B, C e D a diferença foi
de, aproximadamente, 10%, 12% e 13%, respectivamente. Assim, mesmo os
pilares das faixas internas apresentaram melhores resultados quando comparados
com as tensões obtidas no SAP2000 (~5%). As maiores diferenças encontradas
foram nos pontos de controle das faixas externas.
As tensões obtidas no SAP2000 são desenhadas na Figura 5.5 para uma
melhor visualização destas. Semelhante ao caso do cálculo simplificado, as
tensões são mais uniformes em seções afastadas do ponto de aplicação de carga.
126

A B C D

Smax=-0.283 Smax=-0.251 Smax=-0.264 Smax=-0.261

Smin=-0.201 Smin=-0.258 Smin=-0.260 Smin=-0.255

Smax=-0.363 Smax=-0.262 Smax=-0.258 Smax=-0.245

Smin=-0.207 Smin=-0.265 Smin=-0.249 Smin=-0.243

Smax=-0.322 Smax=-0.30 Smax=-0.233 Smax=-0.239

Figura 5.5 – Desenho das tensões calculadas no programa SAP2000 para as


seções A, B C e D.

Com a finalidade de comparar os resultados obtidos, foram traçados os


diagramas das tensões para todos os pontos de controle representados na Figura
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5.6. Os cálculos da tensão com processos simplificados apresentam, em sua


maioria, picos superiores de tensão que nos cálculos no SAP2000. Pode-se dizer
que o cálculo simplificado é mais conservador.

Grafico Comparativo de Tensões


0.00
t1
t2
t3
t4

t5
t6
t7
t8
T1
T2
T3
T4

T5
T6
T7
T8

T9
T10
T11
T12

-0.05

-0.10
Tensão(kN/cm²)

-0.15 Tensão
calculada
-0.20 Tensão
SAP
-0.25

-0.30

-0.35

-0.40
Pontos de Controle

Figura 5.6 – Tensões obtidas dos cálculos simplificados e do SAP2000 para todos
os pontos de controle.
127

5.2.
Caso 2 - Cálculo das tensões em Lajes Nervuradas

O sistema estrutural do segundo exemplo consiste de um pavimento (de uma


estrutura real) em laje lisa protendida armada em duas direções, com nervuras de
18 cm de altura solidarizadas a uma mesa de 5 cm de espessura. Os detalhes das
nervuras e a planta de forma podem ser visualizados nas Figuras 5.7 e 5.8.

5.0

23.0 18.0

120.0 10.25 60.0

Figura 5.7 – Detalhe das nervuras e da faixa de concreto da laje analisada.


(dimensões em cm).

O concreto tem resistência característica à compressão fck=35MPa, módulo


de deformação longitudinal E=26160 MPa e coeficiente de Poisson ʋ=0,2.
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Para a modelagem deste exemplo foi utilizado o programas computacional


SAP2000 V.14. A laje em questão é analisada pelo MEF (método de elementos
finitos). Foram feitas duas modelagens para simular o comportamento da
estrutura. No primeiro modelo as mesas e faixas, onde a protensão é aplicada,
foram representadas por elementos tipo casca e as nervuras por elementos tipo
viga levando em conta a excentricidade entre seus centros geométricos. O
segundo modelo, se trata de uma solução de, relativamente, simples
implementação computacional, onde todo o sistema é modelado com elementos
tipo viga. As análises e cálculos resultarão na determinação das tensões para
determinada seção (seção A e B mostradas na Figura 5.8). A comparação
entre estes conjuntos de cálculos irá fornecer um meio de verificação das tensões.
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473

C29 C35
30X30
20X70

C30 C31
30X30 C32
20X50 20X50 C33 C34
20X70 20X70
516

560
C23 C24 C25 C26 C27
20X70 20X70 20X70 20X70 20X70
C22
20X50

C28
20X50
466

V13 120X23
V17 120X30

443
V12 14X80

C14 C15 C18 C19 C20


30X30 20X70

V5 120X23
20X70 20X70 251X20
C13
20X50 V8 14X40
C16 C17
20X70 20X70

C21
20X50

V9 14X40

Figura 5.8 – Planta de forma do pavimento em estudo.


V714X40
C9 C10 C11
20X70 20X70 20X100 C12
V6 14X40 20X100

907
998

V1 60X23
V11 14X80
120X30

V2 120X23
V4 120X23

V3 120X23
V14 14X80

V10 14X80
V19

V16 14X40
V18 14X40

C1 C2 C3 C4 C5 V15 14X80
30X30 30X30 30X30 30X30 30X30
C6 C7 C8
30X30 251X20 30X30
780 780 780 780 780 982
128
129

A presente análise considerada os carregamentos equivalentes gerados pela


protensão apenas. Os cabos de protensão estão agrupados em faixas de 1.2 m em
uma direção (direção Y) e distribuídos na direção perpendicular às faixas (direção
X). As lajes apoiam-se diretamente sobre os pilares e são rigidamente ligados a
elas. A distribuição dos cabos pode ser visualizada na Figura 5.10.
Foi calculado o carregamento equivalente para os cabos de protensão
aplicado, a memória de cálculo do carregamento equivalente encontra-se no
Anexo D.
Como visto no item 2.6 do capitulo 2, o carregamento equivalente atuante
na laje, que simula a protensão, é composto pelas seguintes parcelas:
 forças equivalentes ascendentes sobre a laje, devido aos cabos
distribuídos (Wx) e aos cabos concentrados nas faixas (Wy),
 força descendente devido à componente vertical da força de
protensão (Fz).
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 força devido à compressão axial nas nervuras (Fx) e nas faixas (Fy),
Os cabos têm a geometria de uma parábola com o seu ponto mais baixo no
meio do vão. Os dados das excentricidades dos cabos são fornecidos na planta de
armação na Figura 5.10. Cada cordoalha proverá uma força de 120 kN. A Figura
5.9 ilustra o traçado típico dos cabos de protensão em elevação.

Fz

0.04
Fy Fy
f1 f2
0.13m f3 0.13m
0.04 0.19 0.06 0.19 0.04

w (kN/m2)

7.27 m 4.56 m 7.27 m

Figura 5.9 – Traçado do cabo e representação da força equivalente de protensão.


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F7A:8 Cabos
14.85m
F6:18 Cabos
F4:10 Cabos F5:14 Cabos 13m
12.6m 12.25m e=13
e=19 e=4
F3:16 Cabos
e=9
e=9

21.3m e=19 e=4


F2:12 Cabos

e=9
e=19 e=4
20.65m

e=9
F1:8 Cabos e=19 e=4

e=9
19.9m e=4
e=19

e=9
e=4
e=13

e=19
e=19
e=19

e=19

e=19

e=19
e=19

e=13
e=9 e=4 e=13 U1A:20 Cabos
1c/n 11.05m

e=4
e=4
e=4

e=4
e=4
e=4
e=4
e=4

e=19
e=19
e=19

e=19
e=19
U2:15 Cabos e=19 e=4 e=19 e=4 e=19 e=4
e=4 e=19 e=4 e=4 e=19
e=19

1c/n 49.6m e=13 e=13


e=19

e=4

e=4
e=4
e=13

e=6
e=4
e=4
U3: 2 Cabos
1c/n 28.95m e=13 e=4 e=19 e=4 e=19 e=4 e=19 e=4 e=13
e=13

e=13

e=13
e=19

e=19
e=19
e=19

e=4
e=4
e=4
U4:8 Cabos
e=4

1c/n 22.75m e=13 e=4 e=19 e=4 e=19 e=4 e=13 e=19

e=13
U5:8 Cabos U6:58 Cabos
e=4 e=19 e=4 e=19 e=4 e=19 e=4 e=13

e=4
1c/n 28.95m e=13 3c/n 10.65m

e=13
e=13
e=13

e=13
F9:5 Cabos
e=13

5m
F7:10 Cabos
25.2m

Figura 5.10 – Planta de armação. Distribuição em planta dos cabos de protensão.


130
131

5.2.1.
Estudo da estrutura usando elementos tipo casca.

Como é sabido, o SAP2000 é um software de análise de estrutura que usa o


Método dos Elementos Finitos (MEF). A mesa e as faixas de concreto, onde a
protensão é aplicada, foram modeladas com elementos de casca, com espessuras
correspondentes às alturas da mesa e das faixas, respectivamente. Os pilares e as
nervuras foram simulados com elemento de viga, conforme modelo definido no
Capítulo 3. As cordoalhas foram aplicadas nas faixas de concreto e em cada
nervura como um conjunto de cargas equivalentes.
O estudo foi avaliado para a seção A e B da laje, que se encontram paralelas
ao eixo Y e X respectivamente. As tensões calculadas são as tensões S11 no topo
da laje. Para as tensões na base da laje, no caso das nervuras, o programa fornece
valores de Força axial e Momentos com os quais é possível obter as tensões. É
importante que se solicite ao programa uma resposta sem suavização dos
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resultados nos elementos. Assim é possível avaliar a qualidade da malha através


da existência de descontinuidades, como na diferença de localização do plano
médio da mesa e da faixa de protensão. Observa-se na Figura 5.11 que não há o
efeito de serrilhado proeminente. Assim pode-se afirmar que não é preciso refinar
mais a malha.

(a)
132

(b)

Figura 5.11 – Distribuição das tensões S11 (a) e S22 (b) no topo da laje, em kN
cm/cm.

5.2.2.
Estudo da estrutura usando elementos tipo viga.
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Os elementos tipo viga são usados para fornecer rigidez à tração ou


compressão, flexão ou torção entre dois nós. A análise de vigas em duas
dimensões utilizando o método do elemento finito é idêntica à análise da matriz de
estruturas. A determinação da matriz de rigidez baseia-se na definição das funções
de forma que satisfazem as equações diferenciais e as condições de contorno, é
assim que para simular o comportamento da estrutura nesta modelagem são
usados estes elementos.
O uso dos elementos tipo viga é mais simples, quando comparado aos
demais métodos numéricos, principalmente quando aplicado à programação. As
lajes nervuradas são consideradas como pequenas vigas longitudinais e
transversais de seção T, Figura 5.12, neste caso, a malha utilizada vai apresentar
as nervuras.
60
6,9

5
16,1

18

10,25

Figura 5.12 – Seção transversal de seção T da laje nervurada


133

As forças internas no elemento viga (Frame) são o resultado da integração


das tensões na seção transversal do elemento. As forças internas são mostradas na
Figura 5.13 e são:
P, força axial.
V2, força cisalhante no plano 1-2.
V3, força cisalhante no plano 1-3.
T, torção.
M2, momento de flexão no plano 1-3 no sentido do eixo 2
M3, momento de flexão no plano 1-2 no sentido do eixo 3
Conhecendo a força axial e o momento da como resultado as tensões nas
seções analisadas para o topo e base da estrutura.

(5.1)

Onde
M é o momento fletor causado pelo carregamento externo equivalente
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I é a inércia
P é a força axial
A é a área transversal
EIXO 2

EIXO 3
P
T
V2
EIXO 2
EIXO 1

M3
M3

EIXO 3

V2

EIXO 2 M2
EIXO 1

V3
V3

EIXO 3

M2

Figura 5.13 – Forças internas e momentos no elemento tipo viga (Frame) [18].
134

5.2.3.
Comparação dos resultados

Uma avaliação dos cálculos é a análise da configuração deformada da


estrutura para examinar se o resultado é coerente com o que se espera na
realidade. Na Figura 5.14 pode-se visualizar o modelo da configuração deformada
da laje modelada com elementos finitos tipo casca (a) e tipo viga (b).
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(a)

(b)

Figura 5.14 – Configuração deformada da estrutura usando elementos tipo casca


(a) e elementos tipo viga (b).
135

Estas configurações são semelhantes entre os dois programas, mostrando-se


o modelo com elementos finitos mais flexível. Na Figura 5.15 encontram-se
plotados os valores dos deslocamentos calculados para a seção A (a) e a Seção B
(b) para ambas as análises.

Deslocamentos na seção A
4.50
4.00
Deslocamentos (cm)

3.50
3.00
2.50
2.00 VIGA
1.50 CASCA
1.00
0.50
0.00
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0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26
Comprimento do eixo Y (m)

(a)

Deslocamentos na seção B
3.00

2.50
Deslocamento (cm)

2.00

1.50
VIGA
1.00 CASCA

0.50

0.00
0 10 20 30 40 50
Comprimento do eixo X (m)

(b)

Figura 5.15 – Comparação dos deslocamentos na seção A para ambos os modelos.


136

Os maiores deslocamentos acontecem na seção A, na zona que tem maior


quantidade de cabos de protensão e que está predominantemente submetida à
tração. As diferenças dos deslocamentos nesta seção são próximas entre os dois
modelos. A maior diferença encontra-se no final da seção perto do balanço. O
deslocamento máximo para o modelo com elementos viga é 3.84 cm. e para
elementos casca 4.16 cm. Na seção B as diferenças dos deslocamentos são
também muito semelhantes entre os dois modelos, exceto no quinto vão onde os
deslocamentos com elementos cascas são bem menores do que os deslocamentos
com elementos viga.
As Figuras 5.16 e 5.17 apresentam resultados das tensões obtidas no topo e
na base da laje para as seções A e B, modelando a laje com elementos tipo casca e
modelando todo o sistema com elementos tipo viga.
Das figuras apresentadas observam-se claramente as tensões no topo da laje
a tração e na base da laje a compressão. Em forma geral estas tensões são muito
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semelhantes para ambos os modelos. Na seção B no topo da laje, o último vão


apresenta pequenas compressões para ambos os modelos.
Na seção A o modelo com elemento casca tem valores de tensões maiores
que os modelos tipo viga, tanto no topo como na base da laje. O oposto acontece
com a seção B, onde as maiores tensões acontecem na laje modelada com
elementos tipo viga.
A maior diferença entre os dois modelos observa-se na seção B, na zona das
faixas de concreto onde é aplicada a protensão. No topo da laje, na modelagem
com elementos viga mostram nessas faixas picos de tensões muito mais elevadas
que o modelo com casca.
Na base da laje apresenta, para a mesma seção e nas mesmas faixas,
apresenta compressões mais elevadas que o modelo de casca. Na modelagem com
elementos cascas estas tensões foram pegas na base dos elementos, mas nas zonas
das nervuras, neste mesmo modelo, as tensões da base foram pegas das nervuras
(elementos tipo vigas). O quadro resume das tensões calculadas para ambos os
modelos encontra-se no Anexo E.
137

Tensões no topo da laje na Seção A


1.40

1.20
Tensões (kN/cm²)
1.00

0.80

0.60
Tipo Viga
0.40
Tipo Casca
0.20

0.00
0 5 10 15 20 25
-0.20
Comprimento da laje (m)

(a)
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Tensões na base da laje na Seção A


0.00
0 5 10 15 20 25
Tensões (kN/cm²)

-0.50

-1.00

-1.50
Tipo Viga
-2.00 Tipo Casca

-2.50

-3.00
Comprimento da laje (m)

(b)

Figura 5.16 – Tensões S11 no topo (a) e na base (b) da laje na seção A para os
modelos com elementos tipo viga e tipo casca.
138

Tensões no topo da laje na Seção B


0.60
0.50
Tensões (kN/cm²)
0.40
0.30
0.20
0.10 Tipo Viga
0.00 Tipo Casca
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
-0.10
-0.20
-0.30
Comprimento da laje (m)

(a)
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Tensões na base da laje na Seção B


0.20
0.00
Tensões (kN/cm²)

0 10 20 30 40 50
-0.20
-0.40
-0.60
-0.80 Tipo Viga
-1.00 Tipo Casca

-1.20
-1.40
-1.60
Comprimento da laje (m)

(b)

Figura 5.17 – Tensões S22 no topo (a) e na base (b) da laje na seção B para os
modelos com elementos tipo viga e tipo casca.
6.
Considerações Finais

Este trabalho apresentou tópicos relacionados a lajes protendidas, maciças e


nervuradas. A proposta do trabalho de dissertação pesquisou o comportamento de
tais lajes. Para isso, durante o estudo, foram desenvolvidos modelos diferentes,
capazes de representar o comportamento desse tipo de estrutura. Os parâmetros
para a análise elástica linear foram às tensões em determinados pontos de
controle. Para a modelagem foi utilizado o Método dos Elementos Finitos usando
o programa computacional SAP2000.
Na atualidade existem programas comerciais para analise de lajes
protendidas, onde o cabo é modelado no programa, mais seu acesso se torna muito
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restrito pelo alto investimento financeiro necessário à sua aquisição. Dessa forma,
foi modelada a protensão como um carregamento equivalente, uniformemente
distribuído, que fornecem resultados satisfatórios para análise dos pavimentos.
O objetivo da dissertação foi estabelecer critérios práticos para cálculo de
lajes lisas protendidas, maciças ou nervuradas, através do método simplificado,
visando fornecer subsídios para a definição dos critérios de projeto e contribuir
com informações e conclusões que possam ser adotadas como parâmetros de
projeto, ou direcionar projetistas para o uso adequado das lajes lisas.
Na primeira parte do estudo tratou-se de uma avaliação das tensões para
lajes maciças através de um cálculo simplificado, com ajuda de planilhas, e
cálculo por elementos finitos, com ajuda do programa. Estudaram-se parâmetros
como o coeficiente ϕ, que ajuda na otimização das tensões e a influência dos
elementos verticais, como os pilares, no calculo destas.
Um segundo estudo foi apresentado para um sistema de lajes nervuradas.
Para o cálculo do coeficiente ϕ, que facilita a obtenção das tensões próximas ao
ponto de aplicação da força de protensão, foram realizados diversos modelos pelo
Método de Elementos Finitos para o estudo da distribuição de tensões.
140

No segundo exemplo o objetivo é a verificação da adequada modelagem na


simulação do comportamento de uma laje protendida nervurada. Foram avaliadas
tensões para uma estrutura de pavimentos de lajes protendidas nervuradas por
meio da modelagem com o Método dos Elementos Finitos, usando o programa
SAP2000. Para estabelecer uma comparação foram usados dos tipos de elementos
para a modelagem. Primeiro optou-se por modelar a mesa e faixas de concreto
com elementos tipo casca e as nervuras com elementos tipo viga. Outra
modelagem é feita simulando toda a estrutura com elementos tipo viga.

6.1.
Conclusões

Concluiu-se que elementos tipo casca (shell) são adequados para modelar a
mesa e a faixa de concreto onde é aplicada a protensão, e elementos tipo viga
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(frame) são satisfatórios para modelar as nervuras da laje, levando em conta a


excentricidade entre seus centros geométricos. Quanto à modelagem dos pilares
optou-se por simulá-los como um apoio aplicado em um único ponto
correspondendo ao centro do pilar uma vez que foram obtidos resultados
satisfatórios tanto em termos de momento como de reação quanto comparados
com a solução analítica. Foi também concluído que a discretização da malha
usando elementos com tamanho típico de 25 cm produziram resultados adequados
e, portanto, foram usados no estudo paramétrico das tensões.
As tensões obtidas com o procedimento simplificado foram satisfatórias em
comparação com os resultados obtidos com a modelagem no programa
computacional SAP2000. Através dos estudos realizados e pelos exemplos
analisados, pode-se afirmar que com a aplicação dos coeficientes encontrados (ϕ)
e considerando a influência dos pilares, de uma maneira muito simples,
encontram-se resultados bons para a estimativa dos valores das tensões máximas e
mínimas. Com base nos gráficos e tabelas obtidos, foi observado também que o
método apresentado é apropriado para lajes maciças. Em geral, o método
simplificado fornece valores para tensões superiores às fornecidas pelo programa
SAP2000, que é uma solução a favor da segurança.
141

A partir dos quadros e das figuras apresentadas, consegue-se avaliar a


distribuição de tensões das lajes nervuradas, para posteriormente fazer uma
comparação com a laje maciça correspondente. Constata-se que os resultados do
coeficiente ϕ utilizando lajes nervuradas fornecem resultados semelhantes aos
obtidos nos modelos de lajes maciças.
Por fim, conseguiu-se estabelecer critérios práticos para o projeto de lajes
lisas protendidas, maciças ou nervuradas, através de uma metodologia pratica e
simplificada, visando fornecer subsídios para o calculo estrutural de maneira
confiável.
No segundo exemplo de lajes nervuradas verificaram-se as deformações
entre estes as duas modelagens, mesmo existindo muitas variáveis envolvidas. Na
análise dos deslocamentos, a modelagem com elementos de casca apresentou
valores superiores aos da modelagem com elementos viga, tornando-se mais
flexível. Em geral o comportamento dos modelos foi muito semelhante para
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ambos os programas.
Cabe ressaltar que no SAP 2000 além das forças transversais a laje também
esta submetida a forças axiais aplicadas próximas da seção de análise. Os maiores
deslocamento foram localizados na zona com maior quantidade de cabos de
protensão, para ambos os modelos.
Foram também avaliadas as tensões nas regiões superior e inferior da laje
para duas seções, considerando dois tipos de modelagem. Na análise destas,
observou-se que os resultados dos esforços obtidos na análise com elementos tipo
viga apresentaram resultados próximos aos resultados que fornecem a modelagem
com elementos tipo casca. As diferenças localizam-se na seção B, nas faixas de
concreto, onde na modelagem com elementos viga apresentam tensões mais
elevadas que para a modelagem com elementos do tipo casca.
142

6.2.
Sugestões para Trabalhos Futuros

Visando dar continuidade da pesquisa é sugerido:

 adotar uma alternativa mais pratica para a obtenção dos valores do


coeficiente ϕ através da elaboração de tabelas para diferentes faixas
da faixa maciça onde é aplicada a protensão.
 estúdios futuros da estrutura no regime plástico, já que o presente
estúdio foi realizado para a estrutura com comportamento elástico
lineal.
 estudo mais aprofundado da modelagem da região maciça (faixas
onde a protensão é aplicada), simulada com elementos casca, e sua
ligação com as nervuras, simuladas com elementos viga.
 avaliação dinâmica da estrutura
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 realização de um estúdio experimental, a fim de se verificar se os


coeficientes obtidos seriam os mesmos calculados pela metodologia
do presente trabalho.
Referências Bibliográficas

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Post-Tensioned Concrete Floors. 1. ed. Post-Tensioning
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Universidade De São Paulo Escola De Engenharia De São
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Carlos, São Carlos, 2005. 110p.


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Básicos. 4. ed. Universidade Federal de Viçosa, 1998.
144

[12] ESTECHE P.; DAVID G. Estudo de Modelos para Projeto


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Dissertação de Mestrado, Departamento de Engenharia Civil
– Universidade Federal de Santa Catarina.
[13] KHAN, S.; WILLIAMS, M. Post-Tensioned Concrete
Floors. Great Britain: Butterworth Heinemann. 1995. 312pg.
[14] SORIANO, L.; LIMA, S.; Analise de Estruturas. Volume I. 2.
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Sul.
[17] HENNRICHS, C. Estudos sobre a Modelagem de lajes
planas de concreto Armado. Florianópolis, 2003.
Dissertação de Mestrado, Departamento de Engenharia Civil
– Universidade Federal de Santa Catarina.
[18] Computers and Structures, Inc., CSI Analysis Reference
Manual For SAP2000, ETABS, and SAFE. Berkeley,
California, 2008.
145

Anexo A
Equações no Mathcad

Cálculos feitos no Mathcad para a obtenção de w, mx e my para o caso de


placa com carregamento distribuído, sujeita a carga concentrada e com carga
distribuída em um retângulo parcial.
A.1.
Placa com Carregamento Distribuído

fck  35
Ec  4760 fck
4
Ec  2.816 10
  0.2
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012305/CA

Ec 4
G  G  1.173 10
2 ( 1  )
h  0.2

3
h 4
D  1000Ec D  1.956 10

12 1  
2 
p  7.71

x  5 y  5
a  10 b  10

 sin  m   x   sin  n    y  
19 19     
w   100 16
p    a  b 
 6 
   2
w  1.602
  D  m  1 n 1  n2 2
m n   
m

 b2 2 
 a 

  n 2 m2   
     sin  m   x   sin  n    y  
19 19  b2 2
a   
a  b 
mx  16  
 
p
mx  34.073
 4 2
   m1 n 1  n 2 m2 
m n   
 2 2
b a 
 n 2  m2 
     sin  m   x   sin  n    y  
 b2 2   
  a
  
19 19
 a   b 
my   16 
 
p
my  34.073
 4 2
   m1 n 1 n 2 2
m n  
m

 2  2
b a 
146

A.2.
Placa Sujeita a Carga Concentrada

fck  35
Ec  4760 fck
4
Ec  2.816 10
  0.2
Ec
G  4
2 ( 1  ) G  1.173 10

h  0.2
3
h
D  1000Ec
 
4
2 D  1.956 10
12 1  

p  276.535

x  5 y  5
a  10 b  10
  5   5
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012305/CA

19
       x  y 
19  sin  m     sin  n        sin  m     sin  n     
    a  b    a  b 
 
p
w  100 4
 4  2
   a b  D  m  1 n  1  n 2 m2 
  
 b 2 a2 
 
w  1.638

  n 2 m2   
     sin  m      sin  n        sin  m   x   sin  n   y  
19 19  b2 2   a  b    a  b 
mx  4   a 
 
p
 2  2
  a b  m  1 n  1  n 2 m2 
  
 b 2 a2 
 
mx  92.896

 n 2  m2   
     sin  m      sin  n         sin  m   x   sin  n   y  
19 19  b2 2 
a   
a  b    a  b 
my   4  
 
p
 2  2
  a b  m  1 n  1  n2 m2 
  
 b 2 a2 
 
my  92.896
147

A.3.
Placa com Carga Distribuída em um Retângulo Parcial

fck  35
Ec  4760 fck 
4
Ec  2.816 10
  0.2
Ec
G  4
2 ( 1  ) G  1.173 10
h  0.2
3
h 4
D  1000Ec D  1.956 10
12  1   
2

p  277.897

x  5 y  5
a  10 b  10
  5
  5
v  0.5
u  0.5

      
19  sin  m     sin  n        sin  m  
u   v    x  y 
19   sin  n    2 b     sin  m   a   sin  n    b  
  a  b    2 a         
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012305/CA

 
 
p
w  100 16
 6  2
   u v D  m  1 n  1  n 2 m2 
m n    
 b 2 a2 
w  1.638  

  n 2 m2   
     sin  m      sin  n         sin  m   u   sin  n    v     sin  m   x   sin  n    y  
19 19  b2 2   a  b    2 a   2 b     a  b 
mx  16   a 
 
p
 4  2
   u v  m  1 n  1  n2 2
m n   
m

 2 2
b a 
mx  87.049

 n 2  m2   
     sin  m      sin  n         sin  m   u   sin  n    v     sin  m   x   sin  n    y  
19 19  2 2    a  b    2 a   2 b     a  b 
my   16  b a 
 
p
 4  2
   u v  m  1 n  1  n2 2
m n   
m

 2 2
b a 
my  87.049
148

Anexo B
Tensões para Laje Nervurada

Tabela B.1 – Tensões da laje nervurada para os modelos considerando


excentricidade (Offset), sem considerar excentricidade e modelo com sólidos.
Sem offset Com offset Solidos
Comp (m)
Top Bott Med Top Bott Med Top Bott Med
0.0 -0.83 -0.83 -0.83 -0.78 -0.88 -0.83 -0.76 -0.86 -0.81
0.3 -0.75 -0.75 -0.75 -0.69 -0.80 -0.75 -0.69 -0.78 -0.73
0.6 -0.66 -0.66 -0.66 -0.62 -0.72 -0.67 -0.61 -0.70 -0.65
0.9 -0.58 -0.58 -0.58 -0.53 -0.65 -0.59 -0.53 -0.64 -0.59
1.3 -0.50 -0.50 -0.50 -0.46 -0.53 -0.49 -0.46 -0.29 -0.37
1.7 -0.37 -0.37 -0.37 -0.33 -0.36 -0.35 -0.37 -0.21 -0.29
2.6 -0.18 -0.18 -0.18 -0.17 -0.18 -0.17 -0.18 -0.09 -0.14
3.4 -0.10 -0.10 -0.10 -0.10 -0.10 -0.10 -0.10 -0.05 -0.08
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012305/CA

4.2 -0.07 -0.07 -0.07 -0.07 -0.07 -0.07 -0.07 -0.04 -0.05
5.0 -0.06 -0.06 -0.06 -0.07 -0.06 -0.06 -0.06 -0.03 -0.05
5.8 -0.08 -0.08 -0.08 -0.09 -0.07 -0.08 -0.08 -0.04 -0.06
6.6 -0.13 -0.13 -0.14 -0.13 -0.12 -0.13 -0.12 -0.06 -0.13
7.4 -0.23 -0.23 -0.24 -0.20 -0.21 -0.21 -0.21 -0.10 -0.21
8.3 -0.43 -0.43 -0.43 -0.36 -0.40 -0.38 -0.40 -0.22 -0.38
9.1 -0.58 -0.58 -0.58 -0.49 -0.72 -0.60 -0.49 -0.70 -0.59
9.4 -0.60 -0.60 -0.60 -0.51 -0.74 -0.62 -0.51 -0.70 -0.60
9.7 -0.62 -0.62 -0.62 -0.52 -0.75 -0.63 -0.51 -0.71 -0.61
10.0 -0.62 -0.62 -0.62 -0.52 -0.75 -0.64 -0.52 -0.72 -0.62
10.3 -0.62 -0.62 -0.62 -0.52 -0.75 -0.63 -0.51 -0.71 -0.61
10.6 -0.60 -0.60 -0.60 -0.51 -0.74 -0.62 -0.51 -0.70 -0.60
10.9 -0.58 -0.58 -0.58 -0.49 -0.72 -0.60 -0.49 -0.70 -0.59
11.3 -0.56 -0.56 -0.56 -0.48 -0.60 -0.54 -0.46 -0.39 -0.43
11.7 -0.43 -0.43 -0.43 -0.36 -0.40 -0.38 -0.40 -0.24 -0.32
12.6 -0.23 -0.23 -0.23 -0.20 -0.21 -0.20 -0.21 -0.12 -0.17
13.4 -0.13 -0.13 -0.14 -0.13 -0.12 -0.13 -0.12 -0.06 -0.13
14.2 -0.08 -0.08 -0.09 -0.09 -0.07 -0.09 -0.08 -0.04 -0.09
15.0 -0.06 -0.06 -0.07 -0.07 -0.06 -0.07 -0.06 -0.03 -0.07
15.8 -0.07 -0.07 -0.07 -0.07 -0.07 -0.08 -0.07 -0.04 -0.08
16.6 -0.10 -0.10 -0.11 -0.10 -0.10 -0.11 -0.10 -0.06 -0.11
17.4 -0.18 -0.18 -0.20 -0.17 -0.18 -0.19 -0.18 -0.10 -0.19
18.3 -0.37 -0.37 -0.37 -0.33 -0.36 -0.35 -0.37 -0.23 -0.30
18.8 -0.50 -0.50 -0.50 -0.46 -0.53 -0.49 -0.46 -0.15 -0.31
19.1 -0.58 -0.58 -0.58 -0.53 -0.65 -0.59 -0.53 -0.64 -0.59
19.4 -0.66 -0.66 -0.66 -0.62 -0.72 -0.67 -0.61 -0.70 -0.65
19.7 -0.75 -0.75 -0.75 -0.69 -0.80 -0.75 -0.69 -0.78 -0.73
20.0 -0.83 -0.83 -0.83 -0.78 -0.88 -0.83 -0.76 -0.86 -0.81
149

Anexo C
Coeficiente ϕ

Tabela C.1 – Quadro Resumo do coeficiente ϕ calculado para lajes maciças para
diferentes larguras da faixa de protensão.

MODELO 1 MODELO 2 MODELO 3 MODELO 4


Faixas Seção
φmax φmin φmax φmin φmax ext φmax int φmin φmax ext φmax int φmin
A-A 1.03 0.10 1.00 0.13 1.01 0.83 0.14 1.01 0.84 0.14
L/4 B-B 0.87 0.21 0.70 0.34 0.73 0.60 0.36 0.74 0.61 0.36
C-C 1.04 -0.04 0.52 0.48 0.55 0.49 0.47 0.56 0.50 0.48
A-A 0.78 0.00 0.76 0.02 0.77 0.56 0.04 0.77 0.57 0.03
L/8 B-B 0.54 0.03 0.41 0.13 0.44 0.32 0.15 0.44 0.33 0.14
C-C 1.03 -0.04 0.26 0.24 0.29 0.24 0.23 0.30 0.25 0.23
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012305/CA

A-A 0.38 -0.01 0.37 0.00 0.38 0.26 0.01 0.38 0.26 0.01
L/20 B-B 0.24 0.00 0.18 0.04 0.19 0.13 0.05 0.19 0.13 0.06
C-C 1.04 -0.05 0.10 0.09 0.12 0.10 0.09 0.13 0.10 0.09
A-A 0.20 -0.01 0.20 0.00 0.20 0.13 0.00 0.20 0.13 0.00
L/40 B-B 0.12 0.00 0.09 0.02 0.10 0.06 0.03 0.10 0.07 0.03
C-C 0.80 -0.05 0.05 0.05 0.06 0.05 0.04 0.06 0.05 0.05
150

Anexo D
Memória de Cálculo

Neste anexo é apresentada a memória de cálculo do carregamento


equivalente de protensão.
DIREÇÃO X
Zona 1 Faixa 1
Espessura da laje: 0.23 m Espessura da laje:
Largura nervura: 0.6 m Largura faixa
Número de cabos: 3 Número de cabos:
Força de protensão: P= 360 kN Força de protensão:

Fz= 13.2 kN Fz= 13.2 kN F1= 75.4 kN


Fx Fx
θ1 f1 θ1 Fy f1
0.13 m 0.04 m 0.13 0.04
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012305/CA

ω1= 4.48 kN/m² 53.06 kN/m²

L= 9.82 m 5.60 m

f1= 0.13-0.04 f1= 0.09 m f1=f3=


ω1= (8*0.09*360)/(9.82^2*0.6) ω1= 4.48 kN/m² Σω= 26.40 kN f2
θ1= (4*0.09)/(9.82) θ1= 0.037 ω1=
Fv= P*θ1 Fz= 13.2 kN ΣFz= 26.40 kN ω2=
Fx= P Fx= 360 kN Fx= 360 kN ω3=

θ1= (4*0.13-(0.19+0.02-0.13))/(5.6)=
Zona 2 y 4 θ2= (4*0.13+(0.19+0.02-0.13))/(5.6)=
Espessura da laje: 0.23 m θ3= (4*0.15)/0.06=
Largura nervura: 0.6 m θ4= (4*0.13+(0.19+0.02-0.13))/(9.07)=
Número de cabos: 1 θ5= (4*0.13-(0.19+0.02-0.13))/(9.07)=
Força de protensão: P= 120 kN

F1= 6.8 kN 19.7 kN F3= 20.9 kN 26.0 kN 11.4 kN


Fx Fx Faixa 2
θ1 f1 0.02 f2 θ3 θ3 f3 θ4 f4 θ6 Espessura da laje:
0.13 0.04 0.19 0.04 0.04 0.19 0.13 m Largura faixa
3.42 kN/m² 4.47 kN/m² 4.47 kN/m² 9.72 kN/m² Número de cabos:
Força de protensão:
7.80 m 7.80 m 7.80 m 4.6 m F1=

f1=f4= (0.19+0.02+0.13)/2)-0.04 f1=f4= 0.13 m Fy= 1440 kN


f2=f3= 0.19+0.02-0.04 f2=f3= 0.17 m 0.02 m
0.09 m
ω1= (8*0.13*120)/(7.8^2*0.6) ω1= 3.42 kN/m² ω1= 16.00 kN 302.96 kN/m²
ω2= (8*0.17*120)/(7.8^2*0.6) ω2= 4.47 kN/m² ω2= 20.92 kN
ω3= (8*0.17*120)/(7.8^2*0.6) ω3= 4.47 kN/m² ω3= 20.92 kN 0.98 m
ω4= (8*0.13*120)/(4.6^2*0.6) ω4= 9.72 kN/m² ω4= 26.98 kN
Σω= 84.83 kN f1=
151

θ1= (4*0.13-(0.19+0.02-0.13))/(7.8)= 0.0564 F1= P*θ1 F1= 6.8 kN ω1=


θ2= (4*0.13+(0.19+0.02-0.13))/(7.8)= 0.0769 F2= P*(θ2+θ3) F2= 19.7 kN ω2=
θ3= (4*17)/7.8= 0.0872 F3= 2P*θ3 F3= 20.9 kN ω3=
θ4= (4*0.13+(0.19+0.02-0.13))/(4.6)= 0.1297 F4= P*(θ3+θ4) F4= 26.0 kN ω4=
θ5= (4*0.13-(0.19+0.02-0.13))/(4.6)= 0.0951 F5= P*θ5 F5= 11.4 kN
ΣFz= 84.83 kN
Fx= P Fx= 120 kN θ1= (0.12+(0.19+0.02-0.09))/(0.975)=
θ2= (4*0.17)/5.6=
θ3= (4*0.17)/4.41=
Zona 3 θ4= (4*0.13+(0.19+0.02-0.13))/(9.09)=
Espessura da laje: 0.23 m θ5= (4*0.13-(0.19+0.02-0.13))/(9.09)=
Largura nervura: 0.6 m
Número de cabos: 1
Força de protensão: P= 120 kN
Faixa 3
F1= 6.8 kN 19.7 kN F3= 23.4 kN 6.5 kN Espessura da laje:
Fx Fx Largura faixa
θ1 f1 0.02 f2 θ3 θ4 f3 θ5 Número de cabos:
0.13 0.04 0.19 0.04 0.19 0.04 0.13 m Força de protensão:
3.42 kN/m² 4.47 kN/m² 5.05 kN/m²
F1=
7.80 m 7.80 m 6.42 m Fy
0.02 m
f1=f3= (0.19+0.02+0.13)/2)-0.04 f1=f3= 0.13 m 0.09 m
f2 0.19+0.02-0.04 f2 0.17 m 125.39 kN/m²
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012305/CA

ω1= (8*0.13*120)/(7.8^2*0.6) ω1= 3.42 kN/m² ω1= 16.00 kN 1.75 m


ω2= (8*0.17*120)/(7.8^2*0.6) ω2= 4.47 kN/m² ω2= 20.92 kN
ω3= (8*0.13*120)/(6.42^2*0.6) ω3= 5.05 kN/m² ω3= 19.44 kN f1=
Σω= 56.36 kN f2=f3=
θ1= (4*0.13-(0.19+0.02-0.13))/(7.8)= 0.0564 F1= P*θ1 F1= 6.8 kN f4=
θ2= (4*0.13+(0.19+0.02-0.13))/(7.8)= 0.0769 F2= P*(θ2+θ3) F2= 19.7 kN
θ3= (4*0.17)/7.8= 0.0872 F3= P*(θ3+θ4) F3= 23.4 kN ω1=
θ4= (4*0.13+(0.19+0.02-0.13))/(6.4)= 0.1075 F4= P*θ5 F4= 6.5 kN ω2=
θ5= (4*0.13-(0.19+0.02-0.13))/(6.4)= 0.0545 ΣFz= 56.36 kN ω3=
Fx= P Fx= 120 kN ω4=

Zona 5
Espessura da laje: 0.23 m
Largura nervura: 0.6 m
Número de cabos: 1
Força de protensão: P= 120 kN

6.8 kN 19.7 kN 20.9 kN 20.9 kN 20.9 kN 20.7 kN 9.3 kN


Fx
f1 θ2 0.02 θ3 f3 θ3 f4 θ3 θ3 f5 θ3 θ4 f6 θ5
0.13 0.04 0.19 0.19 0.19 0.19 0.09 f7
3.42 kN/m² 4.47 kN/m² 4.47 kN/m² 4.47 kN/m² 4.47 kN/m² 3.32 kN/m²

7.80 m 7.80 m 7.80 m 7.80 m 7.80 m 9.82 m


152

f1=f6= (0.19+0.02+0.13)/2)-0.04 f1=f6= 0.13 m


f2=f3=f4=f5= 0.19+0.02-0.04 f2=f3=f4=f5= 0.17 m
f7= (0.13+0.09)/2)-0.04 f7= 0.07 m
ω1= (8*0.13*120)/(7.8^2*0.6) ω1= 3.42 kN/m² ω1= 16.00 kN
ω2= (8*0.17*120)/(7.8^2*0.6) ω2= 4.47 kN/m² ω2= 20.92 kN
ω3= (8*0.17*120)/(7.8^2*0.6) ω3= 4.47 kN/m² ω3= 20.92 kN
ω4= (8*0.17*120)/(7.8^2*0.6) ω4= 4.47 kN/m² ω4= 20.92 kN
ω5= (8*0.17*120)/(7.8^2*0.6) ω5= 4.47 kN/m² ω5= 20.92 kN
ω6= (8*(0.13+0.07)*120)/(9.8^2*0.6) ω6= 3.32 kN/m² ω6= 19.55 kN
Σω= 119.24 kN
θ1= (4*0.13-(0.19+0.02-0.13))/(7.8)= 0.0564 F1= P*θ1 F1= 6.77 kN
θ2= (4*0.13+(0.19+0.02-0.13))/(7.8)= 0.0769 F2= P*(θ2+θ3) F2= 19.69 kN
θ3= (4*0.17)/7.8= 0.0872 F3= 2P*θ3 F3= 20.92 kN
θ4= (4*0.13+(0.19+0.02-0.13))/(9.8)= 0.0611 F4= 2P*θ3 F4= 20.92 kN
θ5= (4*0.13-(0.19+0.02-0.13))/(9.8)= 0.0448 F5= 2P*θ3 F5= 20.92 kN
θ6= (4*0.07-(0.13-0.09))/(9.8)= 0.0244 F6= P*(θ3+θ4+θ6) F6= 20.73 kN
θ7= (4*0.07+(0.13-0.09-0.02))/(9.8)= 0.0326 F7= P*(θ5+θ7) F7= 9.29 kN
ΣFz= 119.24 kN
Fh= P Fh= 120 kN

Zona 6
Espessura da laje: 0.23 m
Largura nervura: 0.6 m
Número de cabos: 1
Força de protensão: P= 120 kN
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012305/CA

10.5 kN 20.9 kN 20.9 kN 20.9 kN 20.7 kN 9.3 kN


Fx Fx
0.02 θ1 f1 θ1 θ1 f2 θ1 θ1 f3 θ1 θ1 f4 θ1 θ2 f5 θ3 0.02 cm
0.19 0.04 0.04 0.19 0.19 0.09 0.04 0.13 cm
4.47 kN/m² 4.47 kN/m² 4.47 kN/m² 4.47 kN/m² 3.32 kN/m²

7.80 m 7.80 m 7.80 m 7.80 m 9.82 m

f1=f2=f3=f4= 0.19+0.02-0.04 f1=f2=f3=f4= 0.17 m


f5= (0.19+0.02+0.13)/2)-0.04 f5= 0.13 m
f6= ((0.09+0.13)/2)-0.04 f6= 0.07 m
ω1= (8*0.17*120)/(7.8^2*0.6) ω1= 4.47 kN/m² ω1= 20.92 kN
ω2= (8*0.17*120)/(7.8^2*0.6) ω2= 4.47 kN/m² ω2= 20.92 kN
ω3= (8*0.17*120)/(7.8^2*0.6) ω3= 4.47 kN/m² ω3= 20.92 kN
ω4= (8*0.17*120)/(7.8^2*0.6) ω4= 4.47 kN/m² ω4= 20.92 kN
ω5= (8*(0.13+0.07)*120)/(9.82^2*0.6) ω5= 3.32 kN/m² ω5= 19.55 kN
Σω= 103.24 kN
F1= P*θ1 F1= 10.46 kN
θ1= (4*0.17)/7.8= 0.0872 F2= 2P*θ1 F2= 20.92 kN
θ2= (4*0.13+(0.19+0.02-0.13))/(9.8)= 0.0611 F3= 2P*θ1 F3= 20.92 kN
θ3= (4*0.13-(0.19+0.02-0.13))/(9.8)= 0.0448 F4= 2P*θ1 F4= 20.92 kN
θ4= (4*0.07-(0.13-0.09))/(9.8)= 0.0244 F5= P*(θ1+θ2+θ4) F5= 20.73 kN
θ5= (4*0.07+(0.13-0.09))/(9.8)= 0.0326 F6= P*(θ3+θ5) F6= 9.29 kN
ΣFz= 103.24 kN
9.287169043 Fx= P Fx= 120 kN
153

DIREÇÃO Y
Faixa 1
Espessura da laje: 0.23 m
Largura faixa 0.6 cm
Número de cabos: 8
Força de protensão: P= 960 kN

F1= 75.4 kN 232.9 kN F3= 200.9 kN F4= 39.2 kN

Fy f1 0.02 f2 f3 Fy
0.13 0.04 0.19 0.06 0.19 0.04 0.13 m
53.06 kN/m² 97.83 kN/m² 20.23 kN/m²

5.60 m 4.43 m 9.07 m

f1=f3= (0.19+0.02+0.13)/2)-0.04 f1=f3= 0.13 m


f2 0.19+0.02-0.06 f2 0.15 m
ω1= (8*0.13*960)/(5.6^2*0.6) ω1= 53.06 kN/m² ω1= 178.29 kN
ω2= (8*0.15*960)/(4.43^2*0.6) ω2= 97.83 kN/m² ω2= 260.05 kN
ω3= (8*0.13*960)/(9.07^2*0.6) ω3= 20.23 kN/m² ω3= 110.08 kN
Σω= 548.41 kN
θ1= (4*0.13-(0.19+0.02-0.13))/(5.6)= 0.0786 F1= P*θ1 F1= 75.4 kN
θ2= (4*0.13+(0.19+0.02-0.13))/(5.6)= 0.1071 F2= P*(θ2+θ3) F2= 232.9 kN
θ3= (4*0.15)/0.06= 0.1354 F3= P*(θ3+θ4) F3= 200.9 kN
θ4= (4*0.13+(0.19+0.02-0.13))/(9.07)= F4= P*θ5
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012305/CA

0.0739 F4= 39.2 kN


θ5= (4*0.13-(0.19+0.02-0.13))/(9.07)= 0.0408 ΣFz= 548.41 kN
Fy= P Fy= 960 kN

Faixa 2
Espessura da laje: 0.23 m
Largura faixa 1.20 m
Número de cabos: 12
Força de protensão: P= 1440 kN
F1= 529.3 kN 396.9 kN F3= 317.1 kN F4= 69.7 kN

Fy= 1440 kN Fy
0.02 m θ2 f2 θ2 θ3 f3 θ3 θ4 f4 θ5
0.09 m 0.19 0.19 0.04 0.19 0.04 0.13 m
302.96 kN/m² 52.04 kN/m² 83.92 kN/m²
15.10 kN/m²
0.98 m 5.60 m 4.41 m 9.09 m

f1= (0.19+0.02-0.09) f1= 0.12 m


f2=f3= 0.19+0.02-0.04 f2=f3= 0.17
f4= (0.19+0.02+0.13)/2)-0.04 f4= 0.13 m
ω1= (2*0.12*1440)/(0.975^2*1.2) ω1= 302.96 kN/m² ω1= 354.46 kN
ω2= (8*0.17*1440)/(5.6^2*1.2) ω2= 52.04 kN/m² ω2= 349.71 kN
ω3= (8*0.17*1440)/(4.41^2*1.2) ω3= 83.92 kN/m² ω3= 444.08 kN
ω4= (8*0.13*1440)/(9.09^2*1.2) ω4= 15.10 kN/m² ω4= 164.75 kN
Σω= 1313.01 kN
θ1= (0.12+(0.19+0.02-0.09))/(0.975)= 0.2462 F1= P*(θ1+θ2) F1= 529.3 kN
θ2= (4*0.17)/5.6= 0.1214 F2= P*(θ2+θ3) F2= 396.9 kN
θ3= (4*0.17)/4.41= 0.1542 F3= P*(θ3+θ4) F3= 317.1 kN
θ4= (4*0.13+(0.19+0.02-0.13))/(9.09)= 0.0660 F4= P*θ5 F4= 69.7 kN
θ5= (4*0.13-(0.19+0.02-0.13))/(9.09)= 0.0484 ΣFz= 1313.01 kN
Fy= P Fy= 1440 kN
154

Faixa 3
Espessura da laje: 0.23 m
Largura faixa 1.20 m
Número de cabos: 16
Força de protensão: P= 1920 kN

F1= 496.5 kN 529.2 kN F3= 422.8 kN F4= 92.9 kN


Fy Fy
0.02 m θ1 θ2 f2 f2 θ2 θ3 f3 θ3 θ4 f4 θ5
0.09 m 0.19 0.04 0.19 0.19 0.04 0.13 m
125.39 kN/m² 69.39 kN/m² 111.89 kN/m²
20.14 kN/m²
1.75 m 5.60 m 4.41 m 9.09 m

f1= (0.19+0.02-0.09) f1= 0.12 m


f2=f3= 0.19+0.02-0.04 f2=f3= 0.17
f4= (0.19+0.02+0.13)/2)-0.04 f4= 0.13 m

ω1= (2*0.12*1920)/(1.75^2*1.2) ω1= 125.39 kN/m² ω1= 263.31 kN


ω2= (8*0.17*1920)/(5.6^2*1.2) ω2= 69.39 kN/m² ω2= 466.29 kN
ω3= (8*0.17*1920)/(4.41^2*1.2) ω3= 111.89 kN/m² ω3= 592.11 kN
ω4= (8*0.13*1920)/(9.09^2*1.2) ω4= 20.14 kN/m² ω4= 219.67 kN
Σω= 1541.38 kN

θ1= (0.12+(0.19+0.02-0.09))/(1.75)= F1= P*(θ1+θ2)


PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012305/CA

0.1371 F1= 496.5 kN


θ2= (4*0.17)/5.6= 0.1214 F2= P*(θ2+θ3) F2= 529.2 kN
θ3= (4*0.17)/4.41= 0.1542 F3= P*(θ3+θ4) F3= 422.8 kN
θ4= (4*0.13+(0.19+0.02-0.13))/(9.09)= 0.0660 F4= P*θ5 F4= 92.9 kN
θ5= (4*0.13-(0.19+0.02-0.13))/(9.09)= 0.0484 ΣFz= 1541.38 kN
Fy= P Fy= kN
Faixa 4
Espessura da laje: 0.23 m
Largura faixa 1.20 m
Número de cabos: 10
Força de protensão: P= 1200 kN

F1= 267.4 kN 298.4 kN F3= 110.0 kN


Fy Fy
0.02 m θ1 θ2 f2 θ2 θ3 f3 θ4
0.09 m 0.19 0.04 0.19 0.13 m
40.98 kN/m² 44.96 kN/m² 45.14 kN/m²

2.42 m 5.50 m 4.80 m

f1= (0.19+0.02-0.09) f1= 0.12 m


f2= 0.19+0.02-0.04 f2= 0.17 m
f3= (0.13+0.02+0.19)/2)-0.04 f3= 0.13 m
ω1= (2*0.12*1200)/(2.42^2*1.2) ω1= 40.98 kN/m² ω1= 119.01 kN
ω2= (8*0.17*1200)/(5.5^2*1.2) ω2= 44.96 kN/m² ω2= 296.73 kN
ω3= (8*0.13*1200)/(4.8^2*1.2) ω3= 45.14 kN/m² ω3= 260.00 kN
Σω= 675.74 kN
θ1= (0.12+(0.19+0.02-0.09))/(2.42)= 0.0992 F1= P*(θ1+θ2) F1= 267.4 kN
θ2= (4*0.17)/5.5= 0.1236 F2= P*(θ2+θ3) F2= 298.4 kN
θ3= (4*0.13+(0.19+0.02-0.13))/(4.8)= 0.1250 F3= P*θ4 F3= 110.0 kN
θ4= (4*0.13-(0.19+0.02-0.13))/(4.8)= 0.0917 ΣFz= 675.74 kN
Fy= P Fy= 1200 kN
155

Faixa 9
Espessura da laje: 0.23 m
Largura faixa 1.2 cm
Número de cabos: 5
Força de protensão: P= 600 kN

48.4 kN 48.4 kN
Fy
f1 Fy f4= 0.13-0.04 f4= 0.09 m
0.04 0.13 m Fy= P Fy= 600 kN
18.10 kN/m²

4.46 m
ω1= (8*0.09*600)/(4.46^2*1.2) ω1= 18.10 kN/m² ω1= 96.86 kN
θ1= (4*0.09)/4.46= 0.0807 F1= P*θ1 F1= 48.4 kN
F2= P*θ1 F2= 48.4 kN
ΣFz= 96.86 kN
Faixa 5
Espessura da laje: 0.23 m
Largura faixa 1.20 m
Número de cabos: 14
Força de protensão: P= 1680 kN

F1= 337.6 kN 546.4 kN F3= 245.6 kN


Fy
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012305/CA

Fy
0.02 m θ1 θ2 f2 θ2 θ3 f3 θ4
0.09 m 0.19 0.04 0.19 0.13 m
32.81 kN/m² 65.29 kN/m² 160.70 kN/m²

3.20 m 5.40 m 3.01 m

f1= (0.19+0.02-0.09) f1= 0.12 m


f2= 0.19+0.02-0.04 f2= 0.17 m
f3= (0.13+0.02+0.19)/2)-0.04 f3= 0.13 m

ω1= (2*0.12*1680)/(3.2^2*1.2) ω1= 32.81 kN/m² ω1= 126.00 kN


ω2= (8*0.17*1680)/(5.4^2*1.2) ω2= 65.29 kN/m² ω2= 423.11 kN
ω3= (8*0.13*1680)/(3.01^2*1.2) ω3= 160.70 kN/m² ω3= 580.47 kN
Σω= 1129.58 kN

θ1= (0.12+(0.19+0.02-0.09))/(3.2)= 0.0750 F1= P*(θ1+θ2) F1= 337.6 kN


θ2= (4*0.17)/5.4= 0.1259 F2= P*(θ2+θ3) F2= 546.4 kN
θ3= (4*0.13+(0.19+0.02-0.13))/(3.01)= 0.1993 F3= P*θ4 F3= 245.6 kN
θ4= (4*0.13-(0.19+0.02-0.13))/(3.01)= 0.1462 ΣFz= 1129.58 kN
Fy= P Fy= 1680 kN
156

Faixa 6
Espessura da laje: 0.23 m
Largura faixa 1.20 m
Número de cabos: 18
Força de protensão: P= 2160 kN

F1= 406.0 kN F2= 702.6 kN 315.7 kN


Fy Fy
0.02 m θ1 θ2 f2 θ2 θ3 f3
0.09 m 0.19 0.04 0.04 0.13 m
28.84 kN/m² 83.95 kN/m² 206.62 kN/m²

3.87 m 5.40 m 3.01 m

f1= (0.19+0.02-0.09) f1= 0.12 m


f2= 0.19+0.02-0.04 f2= 0.17 m
f3= ((0.19+0.02+0.13)/2)-0.04 f3= 0.13 m
ω1= (2*0.12*2160)/(3.87^2*1.2) ω1= 28.84 kN/m² ω1= 133.95 kN
ω2= (8*0.17*2160)/(5.4^2*1.2) ω2= 83.95 kN/m² ω2= 544.00 kN
ω3= (8*0.13*2160)/(3.01^2*1.2) ω3= 206.62 kN/m² ω3= 746.31 kN
Σω= 1424.27 kN

θ1= (0.12+(0.19+0.02-0.09))/(3.87)= 0.0620 F1= P*(θ1+θ2) F1= 406.0 kN


θ2= (4*0.17)/5.4= F2= P*(θ2+θ3)
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012305/CA

0.1259 F2= 702.6 kN


θ3= (4*0.13+(0.19+0.02-0.13))/(3.01)= 0.1993 F3= P*θ4 F3= 315.7 kN
θ4= (4*0.13-(0.19+0.02-0.13))/(3.01)= 0.1462 ΣFz= 1424.27 kN
Fy= P Fy= 2160 kN
Faixa 7
Espessura da laje: 0.23 m
Largura faixa 1.20 m
Número de cabos: 10
Força de protensão: P= 1200 kN

F1= 212.2 kN 336.4 kN F3= 257.2 kN F4= 52.9 kN


Fy Fy
0.02 m θ1 θ2 f2 θ2 θ3 f3 θ3 θ4 f4 θ5
0.09 m 0.19 0.19 0.04 0.19 0.04 0.13 m
10.70 kN/m² 46.81 kN/m² 69.93 kN/m² 10.44 kN/m²

4.74 m 5.39 m 4.41 m 9.98 m

f1= (0.19+0.02-0.09) f1= 0.12 m


f2=f3= 0.19+0.02-0.04 f2=f3= 0.17
f4= (0.19+0.02+0.13)/2)-0.04 f4= 0.13 m

ω1= (2*0.12*1200)/(4.735^2*1.2) ω1= 10.70 kN/m² ω1= 60.82 kN


ω2= (8*0.17*1200)/(5.39^2*1.2) ω2= 46.81 kN/m² ω2= 302.78 kN
ω3= (8*0.17*1200)/(4.41^2*1.2) ω3= 69.93 kN/m² ω3= 370.07 kN
ω4= (8*0.13*1200)/(9.98^2*1.2) ω4= 10.44 kN/m² ω4= 125.05 kN
Σω= 858.72 kN
θ1= (0.12+(0.19+0.02-0.09))/(4.735)= 0.0507 F1= P*(θ1+θ2) F1= 212.2 kN
θ2= (4*0.17)/5.39= 0.1262 F2= P*(θ2+θ3) F2= 336.4 kN
θ3= (4*0.17)/4.41= 0.1542 F3= P*(θ3+θ4) F3= 257.2 kN
θ4= (4*0.13+(0.19+0.02-0.13))/(9.98)= 0.0601 F4= P*θ5 F4= 52.9 kN
θ5= (4*0.13-(0.19+0.02-0.13))/(9.98)= 0.0441 ΣFz= 858.72 kN
Fy= P Fy= 1200 kN
157

Faixa 7A
Espessura da laje: 0.23 m
Largura faixa 1.20 m
Número de cabos: 8
Força de protensão: P= 960 kN

F1= 124.4 kN F2= 55.5 kN


Fy Fy
0.02 m θ1 θ2 f2 θ3
0.09 m 0.19 0.04 0.13
8.56 kN/m² 14.39 kN/m²

4.74 m 7.61 m

f1= (0.19+0.02-0.09) f1= 0.12 m


f2= (0.19+0.02+0.13)/2)-0.04 f2= 0.13 m

ω1= (2*0.12*960)/(4.735^2*1.2) ω1= 8.56 kN/m² ω1= 48.66 kN


ω2= (8*0.13*960)/(7.605^2*1.2) ω2= 14.39 kN/m² ω2= 131.28 kN
Σω= 179.94 kN

θ1= (0.12+(0.19+0.02-0.09))/(4.735)= 0.0507 F1= P*(θ1+θ2) F1= 124.4 kN


θ2= (4*0.13+(0.19+0.02-0.04))/(7.605)= 0.0789 F2= P*θ3 F2= 55.5 kN
θ3= (4*0.13-(0.19+0.02-0.04))/(7.605)= 0.0579 ΣFz= 179.94 kN
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012305/CA

Fy= P Fy= 960 kN


158

Anexo E
Tensões para os Modelos de Viga e Casca

Tabela E.1 – Quadro resumo das tensões calculadas para a seção A e B para os
modelos de viga e casca, no topo e base da laje.

TENSÕES (kN/cm²) NA SEÇÃO A TENSÕES (kN/cm²) NA SEÇÃO B


Tipo Viga Tipo Casca Tipo Viga Tipo Casca
X (m) X (m)
σ sup σ inf σ sup σ inf σ sup σ inf σ sup σ inf
0.30 0.75 -1.43 0.75 -1.56 0.30 0.05 -1.16 0.03 -1.09
1.13 0.36 -1.90 0.58 -1.86 1.35 0.08 -0.89 0.03 -0.78
1.73 0.18 -2.12 0.44 -2.09 1.95 0.08 -0.64 0.04 -0.56
2.33 0.08 -2.26 0.34 -2.29 2.55 0.06 -0.44 0.04 -0.39
2.93 0.02 -2.36 0.27 -2.46 3.15 0.04 -0.30 0.03 -0.29
3.53 0.01 -2.43 0.23 -2.59 3.75 0.03 -0.23 0.02 -0.24
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012305/CA

4.13 0.01 -2.49 0.21 -2.69 4.35 0.03 -0.22 0.02 -0.24
4.73 0.02 -2.53 0.19 -2.76 4.95 0.04 -0.26 0.01 -0.30
5.33 0.04 -2.57 0.18 -2.81 5.55 0.07 -0.37 0.02 -0.40
5.93 0.05 -2.60 0.18 -2.83 6.15 0.10 -0.56 0.03 -0.56
6.53 0.06 -2.61 0.18 -2.83 6.75 0.15 -0.79 0.05 -0.72
7.13 0.06 -2.61 0.17 -2.81 7.95 0.28 -1.00 0.10 -0.68
7.73 0.06 -2.60 0.16 -2.79 9.15 0.14 -0.80 0.03 -0.69
8.33 0.05 -2.58 0.16 -2.75 9.75 0.08 -0.57 0.00 -0.52
8.93 0.04 -2.54 0.14 -2.71 10.35 0.04 -0.38 -0.02 -0.35
9.53 0.04 -2.49 0.13 -2.64 10.95 0.02 -0.26 -0.04 -0.24
10.13 0.03 -2.43 0.11 -2.54 11.55 0.00 -0.20 -0.05 -0.20
10.73 0.03 -2.35 0.10 -2.41 12.15 0.00 -0.21 -0.05 -0.22
11.33 0.04 -2.25 0.09 -2.28 12.75 0.00 -0.27 -0.04 -0.30
11.93 0.05 -2.15 0.08 -2.16 13.35 0.02 -0.42 -0.02 -0.45
12.53 0.07 -2.05 0.07 -2.07 13.95 0.06 -0.67 0.02 -0.66
13.13 0.07 -1.96 0.04 -2.02 14.55 0.12 -0.96 0.07 -0.86
13.73 0.06 -1.88 0.01 -1.97 15.75 0.33 -1.19 0.17 -0.86
14.33 0.03 -1.79 -0.02 -1.92 16.95 0.13 -0.97 0.08 -0.85
14.93 0.00 -1.70 -0.04 -1.83 17.55 0.05 -0.67 0.02 -0.65
15.53 -0.04 -1.60 -0.06 -1.72 18.15 0.01 -0.42 -0.02 -0.44
16.13 -0.07 -1.52 -0.07 -1.59 18.75 -0.01 -0.26 -0.05 -0.29
16.73 -0.09 -1.45 -0.07 -1.49 19.35 -0.01 -0.18 -0.06 -0.21
17.33 -0.11 -1.41 -0.08 -1.44 19.95 -0.01 -0.16 -0.06 -0.20
17.93 -0.11 -1.41 -0.07 -1.45 20.55 0.00 -0.19 -0.06 -0.23
18.53 -0.11 -1.44 -0.07 -1.53 21.15 0.01 -0.29 -0.04 -0.32
19.13 -0.09 -1.47 -0.06 -1.65 21.75 0.04 -0.45 -0.02 -0.45
159

19.73 -0.08 -1.50 -0.04 -1.75 22.35 0.08 -0.64 0.01 -0.57
20.33 -0.06 -1.50 -0.02 -1.80 23.55 0.21 -0.79 0.07 -0.53
20.93 -0.05 -1.45 0.02 -1.77 24.75 0.09 -0.65 0.03 -0.56
21.53 -0.02 -1.33 0.08 -1.64 25.35 0.06 -0.47 0.00 -0.44
22.13 0.02 -1.17 0.15 -1.42 25.95 0.04 -0.32 -0.01 -0.33
22.73 0.09 -0.94 0.25 -1.13 26.55 0.03 -0.23 -0.02 -0.25
23.73 0.38 -0.46 0.48 -0.68 27.15 0.03 -0.20 -0.03 -0.22
27.75 0.04 -0.21 -0.03 -0.25
28.35 0.04 -0.27 -0.02 -0.32
28.95 0.05 -0.41 0.00 -0.45
29.55 0.08 -0.63 0.04 -0.63
30.15 0.13 -0.89 0.09 -0.79
31.35 0.29 -1.10 0.15 -0.78
32.55 0.12 -0.86 0.06 -0.76
33.15 0.06 -0.59 0.00 -0.57
33.75 0.03 -0.36 -0.03 -0.47
34.35 0.00 -0.23 -0.06 -0.26
34.95 -0.01 -0.17 -0.08 -0.20
35.55 -0.02 -0.18 -0.08 -0.21
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012305/CA

36.15 -0.02 -0.27 -0.06 -0.30


36.75 0.00 -0.46 -0.03 -0.47
37.35 0.05 -0.76 0.02 -0.71
37.95 0.15 -1.11 0.10 -0.94
39.15 0.47 -1.34 0.23 -0.95
40.30 0.18 -1.13 0.05 -1.00
40.90 0.07 -0.77 -0.04 -0.74
41.50 -0.01 -0.44 -0.10 -0.45
42.10 -0.05 -0.21 -0.15 -0.20
42.70 -0.08 -0.07 -0.18 -0.04
43.30 -0.09 0.00 -0.20 0.06
43.90 -0.10 0.02 -0.21 0.08
44.50 -0.12 0.00 -0.21 0.05
45.10 -0.13 -0.07 -0.21 -0.05
45.70 -0.14 -0.21 -0.20 -0.22
46.30 -0.13 -0.43 -0.17 -0.47
46.90 -0.11 -0.74 -0.13 -0.77
47.50 -0.06 -1.07 -0.08 -1.03
48.61 0.10 -1.31 0.06 -1.16

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