Você está na página 1de 2

Os Apologistas

Tendo a Igreja necessidade de defender-se de ataques internos e externos e ensinamentos falsos ou


espúrios (heresias) no que se refere à sã doutrina, especialmente da salvação pela Graça e da
divindade de Jesus e da Trindade, surgiram homens que se levantavam para fazer a defesa da fé cristã.
Esses homens ficaram conhecidos como apologistas , pois eram estudiosos da Palavra, cultos e
conhecedores dos ensinos dos apóstolos, além de grandes oradores, tais como APOLO.
Os ataques internos vinham do judaísmo e dentre os próprios cristãos, que queriam impor aos novos
convertidos partes da Lei;
Os ataques externos vinham dentre os pagãos, que diziam que os cristãos eram ateus, comiam
criancinhas, praticavam incesto e eram incultos.

Alguns Apologistas

Justino, “O Mártir” (100 A 165 d.C), através do conceito do Logos mostrou ao imperador e aos romanos
como os cristãos seguiam os melhores princípios da sabedoria grega; Foi perseguido e martirizado por
causa das suas defesas;

Clemente de Alexandria (150 a 215 d.C) , escreveu vários tratados e foi mestre de Orígenes;

Tertuliano, de Cartago (155 a 220 d.c), defendeu a Trindade e a encarnação do Logos

Orígenes, de Alexandria (185 a 254 d.C)

Fé desde criança, era polêmico e se expunha aos perigos em praça pública; a mãe teve que esconder
suas roupas para não sair à rua em confronto com os perseguidores do pai;
estudava a Palavra com diligência e amor (hermenêutica e exegese). Foi aluno de Clemente; com 18
anos tornou-se diretor de uma Escola de Fé;

As Heresias
1. Arianismo
Por volta de 319 d.C Ário, um presbítero de Alexandria, começou a propagar que só existia um Deus
verdadeiro, o "Pai Eterno", princípio de todos os seres. O Cristo-Logos havia sido criado por Ele antes
do tempo como um instrumento para a criação, pois a divindade transcendente não poderia entrar em
contato com a matéria. Cristo, inferior e limitado, não possuía o mesmo poder divino, situando-se entre o
Pai e os homens.

Arianismo
Ário dizia que Cristo não se confundia com nenhuma das naturezas (Pai e homens) por se constituir em
um semi-deus. Ário afirmava ainda que o Filho era diferente do Pai em substância. Essa ideia ligava-se
ainda ao antigo culto dos heróis gregos, dentre os quais para ele Cristo sobressaía com o maior.
Como meio de difusão mais abrangente de suas ideias, fê-lo sob a forma de canções populares.

Gnosticismo
Os gnósticos acreditavam que a matéria fosse má e negavam que Deus fora seu criador;
Acreditavam que se chegava a Deus por meio do Conhecimento (gnose) e que Jesus não era nem
Deus, nem homem, mas havia recebido o Cristo no batismo;
Outros acreditavam que Jesus aparecera em forma humana, mas desprovido de carne. Essa heresia
rejeitava a doutrina apostólica da participação de Cristo nos sofrimentos humanos e da redenção
realizada na cruz.

Marcionismo
Para Marcião (+- 160 d.C) o mundo e o homem foram criados por Jeová, de índole vingativa e que o Pai
(de Jesus Cristo), todo amor, enviara seu Filho para salvar o homem da ira de Jeová;
Era antijudaísta, não aceitava o Antigo Testamento e só aceitava o evangelho de Lucas e as cartas de
Paulo.
Montanismo
Montano da Frígia, em torno de 155 d.C, com suas auxiliares Priscila e Maximila, anunciavam o fim do
mundo e a volta iminente de Cristo;
Pregavam um rigorismo moral: jejum perpétuo, proibiam o casamento, pregavam o martírio,
minimizavam o papel dos bispos;
Montanose dizia a encarnação do Espírito Santo e chegava a batizar em “Nome do Pai, do Filho e de
Montano”.

Neoplatonismo
Escola filosófica fundada em Alexandria que trazia uma concepção de Deus como sendo o “Um: “Ele é
Singular, Indivisível, Transcendente e Impassível. A matéria provém de emanações do “Um”;
O homem, combinação de alma e corpo tem como destino a união com Ele, despojando-se de toda a
individualidade;
Opunha-se à fé cristã da trindade e da vontade do Pai de relacionar-se com seus filhos.

Maniqueismo
Fundado pelo babilônio Mani (216 a 276 d.C) era um sistema eclético que combinava elementos cristãos
e orientais. Era dualista, considerando o Bem e o Mal como princípios ulteriores;
O espírito do homem, preso à matéria má, necessitava de um ascetismo rigoroso, inclusive o sexual,
para ser liberto;
O celibato era louvável e havia uma casta sacerdotal, composta por pessoas “perfeitas” que
“santificavam” as demais.

Modalismo (Sabelianismo)
Ensinava que não havia Três Pessoas e uma Essência Divina, mas uma Pessoa Divina que manifestou-
se de três maneiras diferentes: como Pai, Filho e Espírito Santo.
Sabélio era um dos seus principais expoentes

Ebionistas
Judeus cristãos: criam que Jesus foi o homem que, havendo cumprido plenamente a vontade de Deus,
tornou-se o Messias;
Para eles a Lei estava em vigor e a salvação dependia exclusivamente da sua observância.

Monarquianismo
Ensinava que Jesus fora um mero homem a quem o Logos habitou e o revestiu de poder no batismo

Como a Igreja reagiu aos hereges


A Igreja possuía dois tipos de ministros:
1) Ordinários: pastores e diáconos, eleitos pelas congregações;
2) Extraordinários: apóstolos, profetas e mestres, que eram os enviados:
Com o surgimento das heresias a Igreja, além dos apologistas, teve que reagir basicamente com três
soluções:
O Desenvolvimento Hierárquico;
A formação do Cânon;
O Símbolo Apostólico (Credo de Nicéia).

Você também pode gostar