Exercício * Em duplas, * Pergunte para a pessoa sobre uma experiência vivida que ela associa à liberdade. * A partir dos conceitos que vimos: liberdade, angústia, responsabilidade, escolha, discuta sobre a experiência relatada pela pessoa com quem formou dupla. As relações * Ser no mundo * Consciência como consciência de algo * Consciência como consciência de algo que tem consciência * Consciência como consciência de alguém que também tem consciência de mim como alguém * Reconhecimento * Ser com os outros As relações * Eu vejo algo * Eu vejo alguém * Eu vejo alguém me ver * Eu vejo uma pessoa ver que a vejo * Vejo a mim mesma sendo vista * Vejo a mim mesma sendo vista por alguém que eu vejo que me vê * Sujeito * Objeto * Quem sou eu quando vejo a mim mesma em posição de objeto para alguém que me vê As relações As relações As relações Fica Caladinha- Bonde do Tigrão
Mãos para o alto novinha
Por quê? Porque hoje tu tá presa Mãos para o alto novinha Por quê? Porque hoje tu tá presa E agora eu vou falar dos seus direitos. Teu direito de sentar. Teu direito de quicar. Teu direito de sentar. De quicar de rebolar. Você também tem o direito. De ficar caladinha. Fica caladinha. Fica caladinha. “Ninguém nasce mulher: torna- se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade (...). Somente a mediação de outrem pode constituir um indivíduo como um Outro” (Beauvoir, 1949, p. 9). “Entre meninas e meninos, o corpo é, primeiramente, a irradiação de uma subjetividade, o instrumento que efetua a compreensão do mundo: é através dos olhos, das mãos e não das partes sexuais que apreendem o universo” (Beauvoir, 1949, p. 9). “O destino que a sociedade propõe tradicionalmente à mulher é o casamento. Em sua maioria, ainda hoje, as mulheres são casadas, ou o foram, ou se preparam para sê- lo, ou sofrem por não o ser”. “A evolução econômica da condição feminina está modificando profundamente a instituição do casamento: este vem-se tornando uma união livremente consentida por duas individualidades autônomas; as obrigações dos cônjuges são recíprocas; o adultério é para as duas partes uma denúncia do contrato; o divórcio pode ser obtido por uma ou outra das partes em idênticas condições. A mulher não se acha mais confinada na sua função reprodutora, apresenta-se como uma experiência voluntariamente assumido”
(Beauvoir, 1949, p. 165).
“O código francês não mais inclui a obediência entre os deveres da esposa, e toda cidadão tornou-se eleitora; essas liberdades cívicas permanecem abstratas quando não se acompanham de uma autonomia econômica. (...) Foi pelo trabalho que a mulher cobriu em grande parte a distância que a separava do homem; só o trabalho pode assegurar-lhe uma liberdade concreta”
(Beauvoir, 1949, p. 165).
“Não se deve entretanto acreditar que a simples justaposição do direito de voto a um ofício constitua uma perfeita libertação: hoje o trabalho não é a liberdade. Em sua maioria, os trabalhadores são hoje explorados”
(Beauvoir, 1949, p. 297).
“A mulher que se liberta economicamente do homem nem por isso alcança uma situação moral, social e psicológica idêntica à do homem. (...) O fato de ser uma mulher coloca hoje problemas singulares perante um ser humano autônomo”
(Beauvoir, 1949, p. 297).
“O privilégio de que o homem detém, e que se faz sentir desde sua infância, está em que sua vocação de ser humano não contraria seu destino de homem. Seus êxitos sociais lhe dão prestígio, ele não se divide. Ao passo que à mulher, para que realize sua feminilidade, pede-se que se faça objeto, isto é, que renuncie suas reivindicações de sujeito. É esse conflito que caracteriza singularmente a situação da mulher libertada”
(Beauvoir, 1949, p. 297).
“O privilégio de que o homem detém, e que se faz sentir desde sua infância, está em que sua vocação de ser humano não contraria seu destino de homem. Seus êxitos sociais lhe dão prestígio, ele não se divide. Ao passo que à mulher, para que realize sua feminilidade, pede-se que se faça objeto, isto é, que renuncie suas reivindicações de sujeito. É esse conflito que caracteriza singularmente a situação da mulher libertada”
(Beauvoir, 1949, p. 297).
“A perspectiva que adotamos é a da moral existencialista. Todo sujeito coloca-se concretamente através de projetos; só alcança sua liberdade pela constante superação; não há outra justificação da existência presente senão sua expansão para um futuro indefinidamente aberto”.
(Beauvoir, 1949, p. 22-23).
“Um existente não é senão o que faz; o possível não supera o real, a essência não precede a existência: em sua pura subjetividade o ser humano não é nada”.
(Beauvoir, 1949, p. 303).
“Ora, o que define de maneira singular a situação da mulher é que, sendo como todo ser humano, uma liberdade autônoma, descobre-se e escolhe- se num mundo em que os homens lhe impõe a condição do Outro” (Beauvoir, 1949, p. 23). “Como pode realizar-se um ser humano dentro da condição feminina? Que caminhos lhe são abertos? Quais conduzem a um beco sem saída? Como encontrar a independência no seio da dependência? Que circunstâncias restringem a liberdade da mulher, e quais pode ela superar? São essas questões fundamentais que desejaríamos elucidar” (Beauvoir, 1949, p. 24). “A pessoa não cria o mundo, ela só consegue desvela-lo através das resistências que esse mundo lhe impõe; a vontade só se define suscitando obstáculos; é por meio da contingência, da facticidade que alguns obstáculos se deixam vencer, outros não” (p. 29) Simone de Beauvoir “As memórias de Simone de Beauvoir fazem dela uma das maiores cronistas intelectuais do século XX, bem como uma de suas fenomenólogas mais dedicadas. Página a página, ela observa sua experiência, expressa o espanto por estar viva, presta atenção nas pessoas e se entrega a seu apetite por tudo que encontra” (Bakewell, 2017, p. 319). “É apenas enquanto estrangeiro, enquanto livre, que o outro se desvela como outro; e amá-lo autenticamente é amá-lo em sua alteridade e nesta liberdade por meio da qual ele escapa” (p. 49) “O outro não me pede nada; ele não é um vazio que eu teria que preencher, não posso descobrir nele nenhuma justificação pronta de mim mesma”(p. 49) “O que chamamos de vitalidade, de sensibilidade, de inteligência, não são qualidades prontas, mas uma maneira de se lançar no mundo e de desvelar o ser” (p. 40).