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MANUAL OPERACIONAL

REDE DE EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE


Manual da Rede de Educação para a Diversidade

Presidência da República
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

I REDE DE EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE ................................................................... 6

1.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 6


1.2. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 6
1.3. PÚBLICO-BENEFICIÁRIO ..................................................................................................... 6

II PROGRAMA DE FORMAÇÃO PARA A DIVERSIDADE ....................................................... 7

2.1. EXECUÇÃO ....................................................................................................................... 8


2.2. OPORTUNIDADES DE FORMAÇÃO DA REDE ............................................................................ 8

III O PROGRAMA NO ÂMBITO DA UAB: ESTRATÉGIA DE EXECUÇÃO ............................. 10

3.1. DAS PROPOSTAS DE CURSOS ............................................................................................ 10


3.2. DAS DIRETRIZES BÁSICAS PARA ELABORAÇÃO E OFERTA DOS CURSOS .................................... 10
3.3. DAS PARCERIAS .............................................................................................................. 10
3.4. DA TUTORIA ................................................................................................................... 11
3.5. DA CONSTRUÇÃO DOS CONTEÚDOS .................................................................................... 11
3.6. DO MATERIAL DIDÁTICO .................................................................................................... 12
3.7. DA GESTÃO DOS CURSOS .................................................................................................. 12
3.8. DA AVALIAÇÃO E DO MONITORAMENTO .............................................................................. 12
3.9. DO PROJETO DE GESTÃO DO PORTAL DA REDE DE EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE .................. 13
3.10. ETAPAS PARA IMPLEMENTAÇÃO DOS PROJETOS ................................................................. 13

IV CURSO DE EDUCAÇÃO NA DIVERSIDADE E CIDADANIA ............................................. 15

4.1. APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 15


4.2. CONTEXTUALIZAÇÃO ........................................................................................................ 15
4.3. OBJETIVOS ..................................................................................................................... 16
4.4. PÚBLICO-BENEFICIÁRIO ................................................................................................... 16
4.5. ESTRUTURA DO CURSO .................................................................................................... 16
4.5.1. METODOLOGIA ............................................................................................................. 16
4.5.2. CARGA-HORÁRIA.......................................................................................................... 16
4.5.3. MÓDULOS E CONTEÚDO ................................................................................................. 17
4.5.4. CONSTRUÇÃO DOS CONTEÚDOS ..................................................................................... 19
4.5.5. CERTIFICAÇÃO ............................................................................................................. 19
4.5.6. MATERIAL DIDÁTICO IMPRESSO E OUTRAS MÍDIAS .............................................................. 19

V CURSO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA DIVERSIDADE............................. 21

5.1. APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 21


5.2. CONTEXTUALIZAÇÃO ........................................................................................................ 21

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5.3. OBJETIVOS ..................................................................................................................... 22
5.4. PÚBLICO-BENEFICIÁRIO ................................................................................................... 23
5.5. ABRANGÊNCIA ................................................................................................................ 23
5.6. ESTRUTURA DO CURSO .................................................................................................... 23
5.6.1. METODOLOGIA ............................................................................................................. 23
5.6.2. CARGA-HORÁRIA.......................................................................................................... 23
5.6.3. MÓDULOS E CONTEÚDO ................................................................................................. 24
5.6.4. CERTIFICAÇÃO ............................................................................................................. 25
5.6.5. MATERIAL DIDÁTICO IMPRESSO E OUTRAS MÍDIAS .............................................................. 25

VI CURSO DE EDUCAÇÃO DO CAMPO .............................................................................. 27

6.1. APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 27


6.2. CONTEXTUALIZAÇÃO ........................................................................................................ 27
6.3. OBJETIVOS ..................................................................................................................... 27
6.4. PÚBLICO-BENEFICIÁRIO ................................................................................................... 28
6.5. ABRANGÊNCIA ................................................................................................................ 28
6.6. ESTRUTURA DO CURSO .................................................................................................... 28
6.6.1. METODOLOGIA ............................................................................................................. 28
6.6.2. CARGA-HORÁRIA.......................................................................................................... 29
6.6.3. MÓDULOS E CONTEÚDO ................................................................................................. 29
6.6.4. CERTIFICAÇÃO ............................................................................................................. 30
6.6.5. MATERIAL DIDÁTICO IMPRESSO E OUTRAS MÍDIAS .............................................................. 31

VII CURSO DE EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS................................. 32

7.1. APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 32


7.2. CONTEXTUALIZAÇÃO ........................................................................................................ 32
7.3. OBJETIVOS ..................................................................................................................... 33
7.4. PÚBLICO-BENEFICIÁRIO ................................................................................................... 33
7.5. ABRANGÊNCIA ................................................................................................................ 34
7.6. ESTRUTURA DO CURSO .................................................................................................... 34
7.6.1. CARGA HORÁRIA .......................................................................................................... 34
7.6.2. MÓDULOS E CONTEÚDO ................................................................................................. 35
7.6.3. CONSTRUÇÃO DOS CONTEÚDOS ..................................................................................... 35
7.6.4. MATERIAL IMPRESSO E OUTRAS MÍDIAS ........................................................................... 36

VIII CURSO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........................................................................... 37

8.1. APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 37


8.2. CONTEXTUALIZAÇÃO ........................................................................................................ 37
8.3. OBJETIVOS ..................................................................................................................... 39
8.4. PÚBLICO-BENEFICIÁRIO ................................................................................................... 39
8.5. ABRANGÊNCIA ................................................................................................................ 39

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8.6. ESTRUTURA DO CURSO .................................................................................................... 40
8.6.1. CARGA HORÁRIA .......................................................................................................... 40
8.6.2. ESTRUTURA SUGESTIVA PARA OS MÓDULOS..................................................................... 41
8.6.3. CONSTRUÇÃO DOS CONTEÚDOS ...................................................................................... 41
8.6.4. MATERIAL IMPRESSO E OUTRAS MÍDIAS ............................................................................ 43
8.7. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 43

IX CURSO DE EDUCAÇÃO INTEGRAL E INTEGRADA ....................................................... 44

9.1. APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 44


9.2. CONTEXTUALIZAÇÃO ........................................................................................................ 44
9.3. OBJETIVOS ..................................................................................................................... 45
9.4. PÚBLICO-BENEFICIÁRIO ................................................................................................... 46
9.5. ABRANGÊNCIA ................................................................................................................ 46
9.6. ESTRUTURA DO CURSO .................................................................................................... 46
9.6.1. METODOLOGIA ............................................................................................................. 46
9.6.2. CARGA HORÁRIA .......................................................................................................... 46
9.7. MÓDULOS E CONTEÚDO ................................................................................................... 47
9.8. CONSTRUÇÃO DOS CONTEÚDOS ......................................................................................... 49
9.9. CERTIFICAÇÃO ................................................................................................................ 50
9.10. REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 50

X CURSO DE GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA........................................................ 52

10.1. APRESENTAÇÃO ............................................................................................................ 52


10.2. CONTEXTUALIZAÇÃO ...................................................................................................... 52
10.3. PÚBLICO-BENEFICIÁRIO.................................................................................................. 54
10.4. OBJETIVOS ................................................................................................................... 54
10.5. ESTRUTURA DO CURSO .................................................................................................. 54
10.5.1. CARGA HORÁRIA ........................................................................................................ 54
10.5.2. ORGANIZAÇÃO DOS MÓDULOS ...................................................................................... 54

XI CURSO DE FORMAÇÃO DE TUTORES .......................................................................... 57

11.1. APRESENTAÇÃO ............................................................................................................ 57


11.2. CONTEXTUALIZAÇÃO ...................................................................................................... 57
11.3. OBJETIVOS ................................................................................................................... 57
11.4. PÚBLICO-BENEFICIÁRIO.................................................................................................. 58
11.5. ESTRUTURA DO CURSO .................................................................................................. 58
11.5.1. METODOLOGIA ........................................................................................................... 58
11.5.2. CARGA-HORÁRIA ........................................................................................................ 59
11.5.3. MÓDULOS E CONTEÚDO ............................................................................................... 59
11.5.4. MATERIAL DIDÁTICO IMPRESSO E OUTRAS MÍDIAS ............................................................ 59

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

I REDE DE EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE

1.1. Introdução

O Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização


e Diversidade (Secad), em parceria com a Secretaria de Educação a Distância (Seed) e a
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (Capes), institui a Rede de
Educação para a Diversidade (Rede) com ações a serem implementadas por instituições de
educação superior públicas e confessionais.

O objetivo da Rede de Educação para a Diversidade (Rede) é estabelecer grupo permanente de


instituições de educação superior dedicadas (i) à formação inicial e continuada, presencial e
semipresencial, de profissionais da educação básica; (ii) à produção de material didático-
pedagógico específico; e (iii) à produção de pesquisa aplicada sobre gestão de ensino,
metodologias e práticas pedagógicas de inserção dos temas da diversidade nos sistemas de
ensino no País.

A implementação da Rede articula os sistemas de ensino estaduais e municipais para inclusão dos
temas da diversidade nas práticas de ensino das redes públicas e privadas de educação básica no
Brasil. Promove, ainda, em parceria com as organizações não-governamentais nacionais e
internacionais a produção de conteúdos e o desenvolvimento de metodologias educacionais que
integram as temáticas da diversidade.

As temáticas da diversidade contemplam a educação de jovens e adultos, a educação do campo, a


educação integral, a educação escolar indígena, a educação ambiental, a educação patrimonial, a
educação para os Direitos Humanos, a educação das relações étnico-raciais, de gênero e
diversidade sexual, entre outros.

O MEC, oferecendo suporte técnico e financeiro, atua como coordenador do Programa de


Formação para a Diversidade, cuja implementação se dá pela adesão de instituições de educação
superior, com a participação de organizações governamentais e não-governamentais e das
Secretarias de Educação dos Estados, Municípios e Distrito Federal.

1.2. Objetivos

São atribuições da Rede de Educação para a Diversidade:


• ampliar as oportunidades de formação de educadores e gestores educacionais para a
educação básica;
• ofertar cursos nas modalidades de extensão, aperfeiçoamento e especialização no âmbito do
Programa de Formação para a Diversidade;
• elaborar metodologias e conteúdos específicos;
• fomentar o desenvolvimento de projetos pelos núcleos de pesquisa das instituições de
educação superior nos temas e áreas da diversidade;
• fomentar e avaliar a inserção dos temas da diversidade nos programas de educação e
sistemas de ensino;
• estabelecer normas para o funcionamento e certificação dos cursos ofertados.

1.3. Público-Beneficiário

• Professores de Educação Básica e outros profissionais da educação dos sistemas de ensino;


• Pesquisadores nas áreas da diversidade;
• Gestores dos sistemas de ensino federal, estaduais e municipais.

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II PROGRAMA DE FORMAÇÃO PARA A DIVERSIDADE

Destinados a professores, outros profissionais da educação básica, e educadores, em geral, os


programas de formação têm como objetivo auxiliar os educadores a vencer os desafios de inserção
das temáticas da diversidade no cotidiano da sala de aula.

Os programas de formação são oferecidos nas seguintes modalidades:


• Formação Inicial
a. Modalidade presencial (Licenciaturas)
b. Modalidade semipresencial (Licenciaturas – UAB)
• Formação Continuada
a. Modalidade presencial
b. Modalidade semipresencial

Os cursos de formação continuada podem ser desenvolvidos nas modalidades de cursos de


extensão, com carga horária de 30 a 120h; cursos de aperfeiçoamento, com carga horária mínima
de 180h; e cursos de especialização, com carga horária igual ou superior à 360h.

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2.1. Execução

Os programas de formação são implementados por meio de parcerias da Secad com outras
secretarias e estruturas do Governo Federal.

Para a formação a distância, destaca-se a parceria com o Sistema Universidade Aberta do Brasil
(UAB), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes), a Secretaria
de Educação à Distância (Seed) e a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM).

As instituições interessadas em participar de propostas para o Programa de Formação para a


Diversidade deverão seguir os seguintes trâmites:

• Inscrever-se na Rede de Educação para a Diversidade via internet pelo acesso


http://portal.mec.gov.br/secad/ ou http://uab.mec.gov.br/
• Apresentar proposta para os editais da Rede de Educação para a Diversidade, cujos objetos
podem ser para:
a. produção de conteúdos para cursos e materiais didático-pedagógicos;
b. oferta de cursos de formação;
c. elaboração de estudos e pesquisas;
d. apoio aos centros ou núcleos de estudos nos temas da diversidade.

2.2. Oportunidades de Formação da Rede

As instituições de educação superior poderão participar de um ou mais editais da Rede de


Educação para a Diversidade, obedecendo aos critérios estabelecidos nos editais.

Tabela 1, abaixo, apresenta as oportunidades de propostas para o Programa de Formação para a


Diversidade por áreas temáticas e tipos de formação que estarão disponíveis em 2008.

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Tabela 1 – Programa de Formação para a Diversidade

Formação Inicial Formação Continuada


Áreas
Semi-Presencial Presencial Semi-Presencial Presencial

UAB Outros UAB Outros

Educação de Edital para Curso Edital N. 1 Edital para Cursos


Jovens e Adultos de Extensão de Secad/UAB de Educação de
Alfabetizadores Jovens e Adultos
Edital N.2 Secad/
Educação do Edital N. 1 Edital N. 1 Saberes-da-Terra
ProCampo/
Campo Secad/UAB Secad/UAB Curso de Extensão
Licenciatura
Edital de Edital Curso de
Edital N. 1
Educação Integral descentralização Extensão para
Secad/UAB
para IES Escola Aberta
Edital de Edital de
Educação Licenciatura à
descentralização descentralização
Quilombola Distância via UAB
para IES para IES

Educação Edital do ProLind


Indígena Licenciatura

Educação das Resolução


Edital N. 1
Relações Étnico- UniAfro
Secad/UAB
Raciais Curso de Extensão

Educação Edital N. 1 Edital N. 1


Ambiental Secad/UAB Secad/UAB

Gênero e
Edital N. 1
Diversidade na
Secad/UAB
Escola
Educação na Edital de
Edital N. 1
Diversidade e descentralização
Secad/UAB
Cidadania para IES
Educação para Edital de Edital de
os Direitos descentralização descentralização
Humanos para IES para IES

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III O PROGRAMA NO ÂMBITO DA UAB: ESTRATÉGIA DE EXECUÇÃO

3.1. Das propostas de cursos

As propostas de cursos de formação continuada a distância nas modalidades de extensão,


aperfeiçoamento e especialização a serem ofertados por instituições de educação superior nos
pólos municipais de apoio presencial da UAB devem obedecer às diretrizes do Sistema
Universidade Aberta do Brasil e às diretrizes dos cursos. Serão ofertados os seguintes cursos:

• Curso de Educação na Diversidade e Cidadania, carga-horária 180h;


• Curso de Educação de Jovens e Adultos na Diversidade, carga-horária 180h;
• Curso de Educação do Campo, carga-horária 360 h (3 módulos de 120h);
• Curso de Educação para as Relações Étnico-Raciais, carga-horária 180h;
• Curso de Educação Ambiental, carga-horária 180h.
• Curso de Educação Integral e Integrada, carga-horária 180h.
• Curso de Gênero e Diversidade na Escola, carga-horária 200h.
• Curso de Formação de Tutores, carga-horária 40h.

3.2. Das diretrizes básicas para elaboração e oferta dos cursos

Os projetos de curso devem seguir as diretrizes estabelecidas para cada curso, disponível neste
documento. Os projetos podem apresentar propostas para a oferta de cursos já elaborados, como
é o caso do Curso Gênero e Diversidade Sexual, ou para a elaboração e oferta de cursos. Os
requisitos e critérios para cada projeto de curso são específicos de cada área, entretanto, como
todos os cursos fazem parte da Rede de Educação para a Diversidade (Rede), propõe-se que as
IES articulem-se entre si, por intermédio da Rede, para otimizar a oferta, ampliar a capacidade de
implementação a nível nacional dos cursos, e estabelecer regras e procedimentos para
reconhecimento de módulos e certificação dos cursos.

A Rede propõe o desenvolvimento de um sistema integrado de oferta onde um Curso Básico — o


Curso Educação na Diversidade e Cidadania, de 180h —, possa ser considerado e reconhecido
como pré-requisito para a certificação em nível de especialização para todas as áreas específicas.

Assim, a proposta de um curso de Especialização deve indicar a implementação do Curso Básico


(180h) mais um Curso Específico (Educação Ambiental, Educação de Jovens e Adultos, etc). Um
cursista poderá concluir o curso de aperfeiçoamento em Educação na Diversidade e Cidadania
(180h), e uma vez concluído um curso de aperfeiçoamento em outra área (180h) poderá receber
um certificado de Especialização em Educação na Diversidade com ênfase em uma área
específica. Devem ser incorporadas aos projetos, adequações de carga-horária e de conteúdo
necessárias para atender aos requisitos legais da certificação em nível de especialização.

As IES selecionadas serão convidadas a compor um Comitê Acadêmico da Rede para


estabelecer o regimento e normas para reconhecimento e certificação no âmbito da Rede.

3.3. Das Parcerias

O Programa de Formação para a Diversidade no âmbito do Sistema da Universidade Aberta do


Brasil conta com os seguintes parceiros:
• Fundo Nacional da Educação (FNDE),
• Instituições de Educação Superior (IES),
• Organismos Internacionais,
• Secretaria de Educação a Distância (Seed),
• Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad),
• Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM),

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• Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes),


• Secretarias de Educação Estaduais e Municipais

Cabe ao FNDE o auxílio financeiro para pagamento das bolsas aos professores pesquisadores,
supervisores e tutores e para o desenvolvimento dos projetos. As IES são responsáveis pela
elaboração dos conteúdos, seleção e formação dos tutores, implementação e supervisão dos
cursos. Os organismos internacionais contribuem com apoio para elaboração de material didático-
pedagógico e assistência técnica aos projetos. Cabe à Secad e à Seed, juntamente com a Diretoria
da UAB/Capes, a inserção dos cursos da Rede de Educação para a Diversidade no Sistema
Universidade Aberta (UAB). Cabe às Secretarias estaduais e municipais a identificação da
demanda de formação inicial e continuada dos profissionais de educação dos sistemas de ensino e
sua articulação com as instituições de educação superior na realização dos projetos de formação.

3.4. Da Tutoria

Entre os profissionais necessários em um curso que utiliza a modalidade de EaD, destaca-se o


papel do tutor. Cabe ao tutor estimular a autoconfiança, a independência na tomada de decisões, a
iniciativa, a inovação e a criatividade para organizar a aprendizagem. No papel de mediador, o
tutor procura manter as discussões focadas no assunto proposto para o grupo de alunos, usando
diferentes ferramentas (fórum, chat, lista de discussão etc). Ele deve mediar os alunos para que
possam resolver seus problemas de aprendizagem.

Cabe à instituição proponente realizar chamada pública e contratar tutores para o


acompanhamento e implementação dos cursos, mantendo uma média de 1 (um) tutor para cada
35 (trinta e cinco) cursistas. O número de tutores varia em função do número de cursistas. Entre as
características essenciais do tutor, estão o domínio do conteúdo técnico-científico e a habilidade
para estimular o interesse e iniciativa do cursista como agente de seu próprio aprendizado.

A escolha dos tutores deve considerar a capacidade técnica do candidato, seu conhecimento sobre
o tema do curso e seu domínio de informática.

A instituição deve estabelecer carga horária semanal de trabalho para a dedicação das atividades
de tutoria, sem prejuízo das atividades presenciais a serem realizadas excepcionalmente aos finais
de semana, conforme o cronograma de cada curso. Além disso, cabe às IES, por meio dos
professores-pesquisadores e supervisores, promover a formação dos tutores em seminários
regionais presenciais com o objetivo de introduzir o ambiente virtual de aprendizagem do curso e
orientá-los em suas atividades.

3.5. Da construção dos conteúdos

Para a construção dos conteúdos dos cursos pelas IES está prevista a realização de um Seminário
da Rede de Educação para a Diversidade, que contará com a participação da Secad, Seed, UAB e
outras Secretarias.

Neste seminário, pretende-se:


• abordar os parâmetros para elaboração dos conteúdos: conceitos e temas geradores
(comum para todo o território nacional) e temas específicos por região;
• definir o formato das apostilas EaD;
• conhecer a plataforma Moodle e os instrumentos pedagógicos que podem ser inseridos;
• discutir os critérios de seleção de tutores e coordenadores;
• planejar o seminário de formação dos tutores;
• validar os municípios escolhidos e planejar uma comunicação oficial para os gestores
municipais;
• definir os critérios para escolha dos cursistas específicos para cada curso;
• definir um sistema de monitoramento e avaliação único para todas as IES;

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• discutir processos de certificação e reconhecimento dos cursos.

3.6. Do material didático

O material didático em EAD deve ser concebido com base nos princípios da interação, da
problematização, da resolução de problemas e da cooperação. Na elaboração do material didático
devem ser considerados os objetivos a serem alcançados pelos cursistas. Esses objetivos devem
orientar a construção do texto e das atividades e possibilitar a avaliação da aprendizagem.

A partir dos objetivos, o texto deverá ser estruturado de forma que conceitos sejam desenvolvidos,
paulatinamente. Recomenda-se considerar o objeto da aprendizagem e os conhecimentos prévios
do público-beneficiário dos cursos para se produzir um texto básico, que possibilite a relação
autônoma do cursista com esse material. Esse processo pode ser facilitado com o uso de imagens,
clips, links da internet, e outros recursos tecnológicos para salientar os pontos propostos no texto.

O material didático-pedagógico em EAD deve apresentar como principais características:


linguagem leve e acessível, linguagem dialógica, metodologia de estudo de resolução de
problemas e linguagem recursiva. A apresentação do curso em moodle deve incluir outras mídias,
tais como, vídeo, links da internet, clips, etc, e proporcionar uma visualização agradável, atrativa e
leve.

A Rede de Educação para a Diversidade fornecerá um layout padrão para os módulos dos cursos
a ser utilizado pelas instituições de educação superior na produção do material didático-
pedagógico.

3.7. Da gestão dos cursos

A equipe gestora central do curso é composta pela Secad, Seed e Capes-UAB. O FNDE será
responsável pelo pagamento direto dos tutores e será também o responsável pela
descentralização dos recursos para as IFES responsáveis. Cabe à IFES responsável o
desenvolvimento do curso na plataforma Moodle.

A Secad realizará dois seminários nacionais:


• Seminário da Rede de Educação para a Diversidade: Criação Temática e Tutorial.
• Seminário da Rede de Educação para a Diversidade: Ambiente Virtual.

As instituições proponentes deverão realizar Seminário Regional de formação dos tutores para o
curso, focalizando nos conteúdos específicos e nas atividades de coordenação e tutoria EAD. Os
tutores poderão, também, ser qualificados para a tutoria pelo Curso de Formação de Tutores:
Orientação Pedagógica em Educação a Distância do Programa Anual de Capacitação
Continuada do Sistema UAB e será coordenado pela Capes-UAB.

Para os cursos de 180h, cada IES será responsável pela realização de três encontros presenciais
estaduais/regionais com os cursistas: o primeiro, para a implementação do módulo introdutório à
plataforma e ao curso; o segundo, para uma avaliação formativa da implantação do curso, e um
encontro final para avaliação e conclusão do curso, a serem realizados, preferencialmente, nos
pólos de apoio presencial da UAB.

3.8. Da Avaliação e do Monitoramento

A avaliação dos projetos dar-se-á em duas instâncias: a primeira, pela avaliação institucional do
Programa Formação para a Diversidade implementada pela Secad, em parceria com a Seed e a
Capes-UAB, e a segunda, pela avaliação do projeto pela instituição ofertante.

A avaliação institucional do Programa. É obrigatória a participação das instituições proponentes


no sistema de avaliação e monitoramento do Programa de Formação para a Diversidade no âmbito

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da Rede de Educação para a Diversidade. O sistema de avaliação e monitoramento do Programa


de Formação para a Diversidade estabelecerá referências de linha de base para os projetos.

A avaliação abordará as características dos cursistas, tutores, supervisores e coordenadores de


curso; seu conhecimento tecnológico e conhecimento prévio sobre as temáticas, o processo de
implementação dos cursos, a eficiência dos cursos (retenção, conclusão), grau de satisfação dos
cursistas, e o resultado final dos cursos (taxa de graduação).

A avaliação também abordará uma avaliação de gestão e de processos, que inclui a forma de
financiamento ou repasse de recursos, os procedimentos administrativos, a coordenação da Secad
e sua relação com a instituição contratada.

O sistema de acompanhamento dar-se-á mediante relatórios parciais sobre a implantação dos


cursos contendo várias informações, por exemplo, quantidade de acesso à plataforma, nº de
telefonemas, participação em fóruns, nº de solicitações de esclarecimentos de dúvidas, etc. Podem
também ser acrescido de entrevistas com os supervisores, tutores e responsáveis pedagógicos da
instituição contratada e com a equipe responsável da Secad.

Avaliação do projeto. A instituição ofertante deverá elaborar plano de avaliação para o curso a
ser aprovado pela Secad. Recomenda-se que a instituição aplique instrumentos para checar o grau
de aprendizagem e absorção de conteúdo por parte dos alunos. Essa avaliação deverá analisar os
resultados do projeto para saber a efetividade do curso, sendo essa de responsabilidade das
instituições que participam desse.

Toda a documentação e informação produzida para monitoramento e avaliação deve ser


encaminhada formalmente à Secad, inclusive com a base cadastral de todos os envolvidos no
processo (tutores, cursistas, supervisores, coordenadores, etc).

3.9. Do projeto de gestão do portal da rede de educação para a diversidade

A Rede de Educação para a Diversidade prevê a implantação de um portal onde ficarão


armazenados os arquivos de imagens, referências, dos cursos da diversidade. Esse ambiente
virtual deve servir como uma comunidade virtual para a discussão das questões da Rede e da
diversidade, em geral.

O projeto deve contemplar proposta para os seguintes itens:


• Gestão do Portal;
• Manutenção dos conteúdos do Portal;
• Manutenção das Atividades do Portal;
• Coordenação das Comunidades de Aprendizagem para os Cursos oferecidos;
• Manutenção de central de atendimento aos cursistas da rede da diversidade;

3.10. Etapas para implementação dos projetos

1. Cadastramento na Rede
• As instituições proponentes cadastram seus núcleos de pesquisa na Rede de Educação para a
Diversidade no sítio eletrônico http://portal.mec.gov.br/secad/

2. Apresentação de Projeto
• As instituições proponentes cadastram seus projetos na Rede de Educação para a Diversidade
no sítio eletrônico http://portal.mec.gov.br/secad/
• Os projetos são selecionados, conforme edital, e os resultados publicados no D.O.U.
convocando as IES a apresentarem a documentação ao FNDE para contratação.

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3. Apresentação de Documentação ao FNDE


• As instituições selecionadas encaminham documentação ao FNDE para firmar os convênios
dos projetos.

4. Participação no Seminário da Rede de Educação para a Diversidade


• As instituições selecionadas participam de Seminário em Brasília com o objetivo de esclarecer
dúvidas, conhecer os procedimentos da Rede, estabelecer Comissão Acadêmica da Rede, entre
outros.

5. Cadastramento no Sistema de Bolsas do FNDE - SGB


• As instituições selecionadas cadastram os professores-pesquisadores e supervisores no SGB

6. Preparação do Projeto de Curso


• As instituições selecionadas elaboram os cursos propostos.

7. Seleção de Tutores e outros colaboradores


• As instituições selecionadas elaboram edital para seleção de tutores, e compõem equipe para
implementação do curso.

8. Cadastramento no Sistema de Bolsas do FNDE - SGB


• As instituições selecionadas cadastram os tutores no SGB

9. Preparação do ambiente do curso


• As instituições selecionadas preparam o curso no ambiente virtual (moodle, ou outro)

10. Participação no Seminário da Rede de Educação para a Diversidade: Ambiente


Virtual
• As instituições selecionadas participam em Seminário para apresentarem o curso em ambiente
virtual (moodle, ou outro)

11. Revisão final dos conteúdos, do ambiente do curso, e do material impresso


• As instituições selecionadas fazem os últimos ajustes do curso em ambiente virtual e no
material a ser impresso (papel e CD/DVD).

12. Publicação do material impresso


• As instituições selecionadas encaminham as matrizes do material para a publicação e
distribuição do material pelo MEC.

13. Apresentação de declaração das Instâncias Superiores da IES autorizando a oferta e


certificação do curso
• As instituições selecionadas encaminham documento atestando a oferta e certificação curso.

14. Matrícula
• As instituições selecionadas matriculam os prospectivos alunos nos cursos.

15. Oferecimento do Curso


• As instituições selecionadas confirmam a matrícula dos cursistas e oferta do curso. Durante a
implementação do curso, para os cursos de 180h, as instituições promoverão os seminários
presenciais do curso:
a. 1o Seminário Presencial do Curso: Introdução ao Curso, normas e funcionamento;
b. 2o Seminário Presencial do Curso: Avaliação Formativa;
c. 3o Seminário Presencial do Curso: Avaliação Final do curso.

16. Avaliação do projeto


• As instituições selecionadas avaliam o projeto e elaboram relatório final à Secad.

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

IV CURSO DE EDUCAÇÃO NA DIVERSIDADE E CIDADANIA

4.1. Apresentação

O Curso de Educação na Diversidade e Cidadania é um curso de formação continuada de


professores de educação básica, com carga horária de 180h distribuído em módulos. Ofertado na
modalidade semipresencial, por meio do sistema da Universidade Aberta do Brasil, o curso visa
formar professores e profissionais da educação capazes de compreender os temas da diversidade
e introduzi-los transversalmente na prática pedagógica da escola.

4.2. Contextualização

A educação é um direito humano fundamental. O acesso ou não a esse direito atua ora como
causa ora como conseqüência da pobreza e exclusão social. O Brasil apresenta uma elevada
desigualdade social, com um padrão de desenvolvimento excludente histórico. Até o final do século
do século XX, as políticas de desenvolvimento social do país, em particular aquelas da área da
educação, eram direcionadas ao atendimento da maioria da população. Esta se concentra nas
áreas urbanas, onde também se encontram, predominantemente, as indústrias, escolas, postos de
saúde e outros equipamentos sociais. Essa concentração de serviços públicos tem favorecido a
exclusão social, o acesso restrito à educação, saúde e trabalho. Outros fatores determinantes da
exclusão social de grande importância estão associados ao padrão cultural da sociedade brasileira
onde prevalecem discriminações de natureza racial, étnica, de gênero e tantas outras,
configurando verdadeiros obstáculos aos processos de mobilidade social.

A Educação, como mecanismo de transmissão e reprodução do conhecimento tem um papel


fundamental na disseminação de informação sobre as questões tratadas pelos temas da
diversidade cujo eixo fundador baseia-se na garantia dos direitos fundamentais e na dignidade
humana, condições essenciais para o enfrentamento das desigualdades e para a promoção da
mobilidade social. Por isso, o Ministério da Educação tem orientado suas políticas de estado para
incidir nos excluídos a partir de uma ótica da promoção dos direitos humanos e no reconhecimento
dos diversos saberes das diferentes populações.

A proposta do curso de formação “Educação na Diversidade” visa promover o debate sobre a


educação como um direito fundamental, que precisa ser garantido a todos e todas sem qualquer
distinção, promovendo a cidadania, a igualdade de direitos e o respeito à diversidade sociocultural,
étnico-racial, etária e geracional, de gênero e orientação afetivo-sexual e às pessoas com
necessidades especiais. A formação e a qualificação de professores para a inserção dos temas da
diversidade têm como uma de suas atribuições promover, transversalmente ao currículo escolar,
temas como os direitos humanos, a educação ambiental, a diversidade étnico-racial e a demandas
específicas de indígenas, afro-brasileiros, pessoas com necessidades especiais, questões de
gênero e diversidade de orientação afetivo-sexual. Esses professores e profissionais da educação
têm como principal desafio garantir a efetividade do direito à educação a todos e cada um dos
brasileiros, estabelecendo políticas e mecanismos de participação e controle social que assegurem
aos grupos historicamente desfavorecidos condições para sua emancipação e afirmação cidadã.

O curso de formação continuada a distância, objeto dessa proposta, envolve 240h de formação
distribuídas em módulos temáticos que abrangem um largo espectro dos temas da diversidade e
visa formar professores e outros profissionais da educação da rede de ensino de educação básica
para a promoção e compreensão da educação como direito fundamental e estratégia para a
promoção do desenvolvimento humano das diversas populações, para a inclusão de saberes
diversos e enfrentamento de todo o tipo de discriminação e preconceito. O curso visa também
proporcionar o estabelecimento de uma rede de colaboração virtual para a discussão e
compartilhamento de informações e aprendizagem sobre práticas pedagógicas inclusivas na
escola.

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

4.3. Objetivos

• Introduzir a abordagem da Educação na diversidade com o reconhecimento das diversas


populações e temáticas a serem tratadas;
• Apresentar conceitos sobre as diversas populações e temáticas da diversidade;
• Desenvolver processos e metodologias de introdução desses conceitos na educação básica;
• Desenvolver e manter uma rede de colaboração virtual para a discussão e compartilhamento
de informações sobre práticas pedagógicas inclusivas na escola;
• Oferecer seminários e palestras virtuais sobre os temas da diversidade.
• Possibilitar a formação continuada por meio das redes de discussão dos diversos cursos de
formação para a diversidade oferecidos no âmbito da Rede de Educação para a Diversidade.

4.4. Público-Beneficiário

O perfil desejado é amplo, mas focaliza nos profissionais da educação que atuam diretamente ou
indiretamente com a prática educacional da escola, inclusive:
• Professores atuando na educação básica com formação mínima em nível médio;
• Outros profissionais da educação básica atuando na escola com formação mínima em nível
médio.
• Gestores educacionais responsáveis por coordenação de currículos pedagógicos, formação de
professores e diretores, avaliação educacional, e
• outros públicos interessados.

As instituições públicas devem observar o princípio constitucional de gratuidade e de igualdade de


condições de acesso ao ensino (Art. 206, CF).

4.5. Estrutura do Curso

4.5.1. Metodologia

A metodologia será desenvolvida de forma semipresencial com encontros presenciais e a distância


a partir da interatividade do tutor com os cursistas, via internet, por meio de ambiente colaborativo
Moodle, tendo o Portal da Rede de Formação para a Diversidade e o Portal do Professor como
referências para o desenvolvimento das atividades do curso.

O curso deve ser desenvolvido no formato modular para possibilitar a flexibilização de sua oferta
em vários estados e por várias instituições, assim como, a integração de seus conteúdos com
outros cursos ofertados no âmbito da Rede de Educação para a Diversidade.

O curso deve propor o desenvolvimento de uma Comunidade de Trabalho e Aprendizagem em


Rede – CTAR. Essa comunidade deve ser gerenciada por meio da liderança e motivação dos
tutores e/ou coordenadores de curso. Os tutores acompanharão os cursistas que poderão formar
grupos de estudo a fim de facilitar a leitura, a compreensão e a elaboração de novos textos de
maneira virtual na Comunidade de Trabalho e Aprendizagem em Rede.

O curso deve propor uma metodologia fundamentada na proposta de desenvolvimento de um


percurso de aprendizagem. Este percurso se inicia com um diagnóstico da realidade onde os
cursistas vivem; seguindo de aprofundamento teórico-conceitual das temáticas mencionadas até a
conclusão com um projeto de intervenção local ou trabalho de final de curso desenvolvido pelo
cursista durante o curso.

Os trabalhos selecionados poderão ser disseminados por meio do Portal da Rede de Formação
para a Diversidade e o Portal do Professor.

4.5.2. Carga-Horária

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

O curso poderá compor um total de 180 horas com duração média de 6 meses, sendo no mínimo
de 25% da carga horária presencial.

4.5.3. Módulos e Conteúdo

O quadro abaixo apresenta uma distribuição sugestiva de módulos, carga-horária e conteúdos a


serem tratados no curso, seguido de lista de tópicos por módulo a serem abordados pelo curso.

Módulo Qtde Horas Sub-Módulos/Conteúdos


• 8 horas – Presencial (Moodle e
Comunidade Virtual de Aprendizagem)
Módulo 1 - Conceitual
• 8 horas – Presenciais (EAD + A
EAD e Ferramenta 20 horas
diversidade na educação brasileira)
Moodle
• 4 horas – A distância (EAD + A
diversidade na educação brasileira)

• 16 horas – Educação como Direito


Módulo 2 - Introdução Fundamental
Conceitual para a • 16 horas – Educação na diversidade e
48 horas
Educação na as diferentes populações
Diversidade e Cidadania • 16 horas – Educação na diversidade e
os temas da diversidade

• 10 horas – Educação de Jovens e


Adultos
Módulo 3 –
• 10 horas – Educação do Campo
Educação para 48 horas
• 10 horas – Educação Indígena
Populações Específicas
• 10 horas – Educação Quilombola
• 8 horas – Encontro presencial

• 10 horas – Educação Ambiental na


prática educacional
• 10 horas – Educação para o
reconhecimento do Gênero e a
Módulo 4 –
Diversidade Sexual
Educação de Temas 48 horas
• 10 horas – Educação das Relações
Específicos
Étnico-Raciais
• 10 horas – Educação Especial na
perspectiva da Educação Inclusiva
• 8 horas – Encontro presencial
Módulo 5 – Avaliação
24 horas • Seminários Locais
(Presencial)

TOTAL 180 horas (48 h presenciais e 136 horas a distância)

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Tópicos por módulo:


• Módulo 1: Introdução do curso (40h) – Encontro Presencial I
a. Conceito de EAD
b. Ferramenta Moodle e Portais do Curso.
c. Comunidade de Trabalho- Aprendizagem em Rede – CTAR, Instituições e Redes.
d. Avaliação do módulo
• Módulo 2 - Introdução Conceitual para a Educação na Diversidade e Cidadania
e. Conceitos de diversidade
f. O direito de aprender de todos e de cada um: os sujeitos.
g. Dignidade humana e cidadania.
h. Inclusão e qualidade da educação
• Módulo 3 – Educação para Populações Específicas
a. Unidade 1: Sujeitos e saberes da Educação de Jovens e Adultos
i. Educação de Jovens e Adultos na Diversidade.
ii. Direito de Aprender de todos e de cada um: Gênero, Raça, Etnia, Diversidade
Sexual em EJA.
iii. Temas da Atualidade: Educação Ambiental, Educação de Idosos, Educação
Especial, Educação Patrimonial, Cultura da Paz.
iv. EJA como espaço facilitador de múltiplas aprendizagens.
b. Unidade 2: Sujeitos e Saberes da Educação do Campo
i. Políticas de Educação do Campo (Histórico dos movimentos sociais;
Heterogeneidade e as características sócio-político-economicas do campo)
ii. Abordagens teórico-pedagógicas da educação do campo
iii. Concepções didático-pedagógicas da educação do campo
iv. Organização curricular e prática pedagógica da educação do campo.
c. Unidade 3: Sujeitos e Saberes da Educação Indígena
d. Unidade 4: Sujeitos e Saberes da Educação Quilombola
e. Unidade 5: Encontro Presencial II: Seminário de Avaliação Formativa
• Módulo 4 – Educação de Temas Específicos
a. Unidade 1: Educação Ambiental na prática educacional
i. Patrimônio Material e Imaterial da Humanidade
ii. Educação Ambiental e suas políticas no Brasil (Políticas Estruturantes; A
prática da Educação Ambiental no Brasil)
iii. Questões Ambientais da atualidade (Biomas e Culturas: Contextualização
Regional e Local das questões ambientais)
b. Unidade 2: Educação para as questões de Gênero e Diversidade Sexual
i. Gênero e Orientação Sexual (Conceitos e definições, Sexo, Gênero e
Identidade: problematizações)
ii. Práticas e Normas de Gênero (Gênero e Identidade de Gênero, Gênero e
hierarquizações sociais)
iii. Orientação Sexual e Identidade de Gênero (Heteronormatividade, Violências
de Gênero: Sexismo e Homofobia)
iv. Pedagogias da Sexualidade no ambiente escolar (Escola e produção de
corpos, sujeitos e identidades, Práticas e Normas de Gênero na escola:
Sexismo e Homofobia nas rotinas, currículos, materiais e outras práticas
escolares, Experiência de enfrentamento do Sexismo e da Homofobia nas
escolas)
c. Unidade 3: Educação das Relações Étnico Raciais – Os afrodescendentes, os
indígenas, os ciganos
i. Discriminação, preconceito racial e comportamento social.
ii. Histórico das questões do Movimento Negro e dos Quilombolas no Brasil;
Histórico da educação indígena; Outros grupos étnicos; A migração dos grupos
hispânicos e a inclusão nos sistemas educacionais brasileiros.
iii. Relações Raciais na Escola: Currículo e responsabilidades; Fiscalizando a tv,
o livro didático e escola: a mensagem oculta do racismo.
d. Unidade 4: Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

i. Princípios e marcos legais da educação inclusiva


ii. Contextualização histórica da Educação Especial
iii. Estratégias de ensino inclusivas para alunos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
iv. Acessibilidade como fator de inclusão
• Módulo 5 – Avaliação
a. Unidade 1: Elaboração de Trabalho Final do Curso (a distância)
b. Unidade 2: Encontro Presencial II: Seminário de Avaliação

4.5.4. Construção dos Conteúdos

A construção curricular deve ter como eixo estruturante o “Direito de Aprender de todos e de cada
um”, concepção originária da discussão do campo da educação para os Direitos Humanos, mas
sem perder a perspectiva do desenvolvimento humano do campo da Educação. Esse direito à
educação, que engloba os conceitos de dignidade humana, respeito às diferenças, e
reconhecimento dos saberes distintos, deve ser discutido tendo como base os temas da
diversidade organizados em “os saberes das populações” (EJA, Campesina, Quilombola, Indígena,
etc) e temas da atualidade (educação ambiental, gênero e diversidade sexual, a inclusão das
pessoas com necessidades especiais, etc), contempladas nas diretrizes curriculares e legislação
educacional e profissional pertinentes, tendo em vista a formação científica e considerando, ainda,
o desenvolvimento de habilidades e atividades formativas. A organização de um currículo, além de
relacionar disciplinas acadêmicas, deve articular temas decisivos para a formação.

É fundamental que a construção curricular seja compatível com os princípios de flexibilidade


(abertura para a atualização de paradigmas científicos, diversificação de formas de produção de
conhecimento, e desenvolvimento da autonomia do aluno) e interdisciplinaridade (estabelecimento
de conexões entre diferentes disciplinas e diferentes áreas de conhecimento). O currículo deve
incluir atividades inerentes a educação da distância (chats, trabalhos asincronicos e encontros
sincronizados, trabalho individual, sítios da web, clips) e promover o seu uso. Na composição do
currículo, a seguinte composição dever ser considerada como diretriz para elaboração do currículo
do curso:

4.5.5. Certificação

Curso de Extensão. Para que o cursista obtenha o certificado do curso no nível de extensão, este
deverá cursar o Módulo I obrigatoriamente, e outros módulos que somem um total de 60 horas, no
mínimo.

Curso de Aperfeiçoamento. Para que o cursista obtenha o certificado do Curso no nível de


aperfeiçoamento deverá cursar todos os módulos previstos no curso, totalizando no mínimo 180
horas. Devem ser feitas as adequações de carga-horária e de conteúdo necessárias para atender
aos requisitos legais da certificação em nível de aperfeiçoamento.
O Curso Básico é pré-requisito para a certificação em nível de especialização em outras áreas.

4.5.6. Material Didático impresso e outras mídias

O material proposto será composto de 5 (cinco) apostilas (módulos de 1 a 5), seu conteúdo e
formatação deverão ser específicos para linguagem EaD e irão relacionar teoria e prática de
maneira integrada à plataforma utilizada. A linguagem e o projeto gráfico deverão ser concebidos
para atrair e motivar os cursistas na utilização de diferentes mídias, o material permitirá interagir
numa seqüência didática dos módulos.

Em relação a outras mídias, seu detalhamento e integração no curso se darão simultaneamente à


elaboração dos conteúdos e às possibilidades tecnológicas do ambiente virtual de aprendizagem.

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As apostilas serão enviadas por correio para os tutores e estes farão a distribuição aos
participantes. Além das apostilas poderão ser distribuídas outras publicações da SECAD aos
tutores e às bibliotecas das redes de ensino locais envolvidas.

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

V CURSO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA DIVERSIDADE

5.1. Apresentação

O Curso de Educação de Jovens e Adultos na Diversidade é um curso de formação continuada de


professores de educação básica, com carga horária de 180h. Ofertado na modalidade a distância
por meio do sistema da Universidade Aberta do Brasil, o curso possui 40h presenciais, e visa
formar professores e profissionais da educação capazes de compreender os saberes e as
estratégias metodológicas da educação de jovens e adultos, assim como os temas da diversidade
para introduzi-los transversalmente na prática pedagógica da escola.

5.2. Contextualização

O curso de Educação de Jovens e Adultos na Diversidade, consideradas as especificidades da


realidade brasileira, em particular no que se refere às políticas públicas educacionais de educação
de jovens e adultos (EJA), propõe desenvolver um programa de formação continuada para
professores e outros profissionais da educação que atuam na EJA, com o objetivo de garantir
oferta qualificada de educação de jovens e adultos para atender ao preceito constitucional da
educação como um direito de todo cidadão e dever do Estado (Constituição da República
Federativa do Brasil).

A inscrição desse direito na Constituição foi produto dos movimentos políticos e sociais que
lutaram por essa garantia constitucional e dos que entendem sua importância e necessidade no
mundo contemporâneo ao considerar os impactos negativos subjetivos da educação sobre os
indivíduos, quando esse direito não é garantido ou o é de modo incompleto ou irregular.

Os números da exclusão educacional de jovens e adultos demonstram que 67 milhões de


brasileiros (Censo IBGE 2000) acima de 15 anos tem menos de oito anos de estudo e que destes -
cerca de 14 milhões - sequer sabem ler e escrever. Entre os que se incluem na faixa etária de15 a
24 anos de idade temos 11 milhões que possuem menos de oito anos de estudos e 839 mil que
não são alfabetizados.

Tendo essa realidade como pano de fundo, para o desenvolvimento de um processo educacional
sistêmico e universal, é fundamental que o MEC identifique oportunidades de melhoria do ensino
da EJA nas redes estaduais e municipais de educação e proponha medidas preventivas e
corretivas, com vistas à consecução das metas educacionais estabelecidas no Plano Plurianual de
Educação (2008-2011). Um dos problemas já detectados é a falta de formação ou a formação
precária dos quadros de profissionais que atuam diretamente na educação formal, particularmente
na alfabetização e na educação de jovens e adultos.

Nesse sentido, essas diretrizes para o curso de Educação de Jovens e Adultos na Diversidade, a
ser oferecido nos níveis de Aperfeiçoamento e Extensão, marcam uma iniciativa da SECAD, por
meio da Diretoria de Políticas de Educação de Jovens e Adultos, de promover a formação
continuada de professores e gestores da educação da rede pública que atuam na modalidade de
EJA e de alfabetizadores populares que atuam no Programa Brasil Alfabetizado, por meio da
constituição de uma Comunidade de Trabalho/Aprendizagem em Rede na Diversidade - CTARD a
partir da matrícula em grupos de 2, 3 ou de 4 cursistas por escola, secretaria de educação ou
instituição formadora.

O curso oportunizará aos cursistas tomar conhecimento da localidade onde vivem e a partir daí
elaborar um projeto de intervenção local com base nos diagnósticos produzidos em preparação à
VI CONFINTEA. O projeto de intervenção local deverá também, de acordo com o nível cursado,
auxiliar no aprofundamento dos conceitos pertinentes à diversidade e a interlocução pedagógica
com os diversos parceiros: Secretarias Municipais de Educação; Secretarias Estaduais de
Educação; Universidades; Fóruns de EJA, movimentos sociais e demais parceiros nessa demanda.

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

Sobre o conteúdo do curso, essas diretrizes propõem uma organização modular de conteúdos para
fortalecer o conhecimento dos professores e outros profissionais de educação sobre as questões
de EJA. Pretende-se, também, levar em conta as discussões relativas à economia solidária; ao
desenvolvimento sustentável; aos direitos humanos; à orientação sexual e gênero, bem como às
políticas voltadas às pessoas com necessidades educacionais especiais; à juventude, às políticas
de leitura e inclusão digital, uma vez que essas temáticas estão transversalmente ligadas à política
para educação de jovens e adultos desenvolvida pela SECAD.

O Curso de Educação de Jovens e Adultos na Diversidade será a distância e conterá 180 horas de
formação distribuídas em módulos temáticos referentes à Educação de Jovens e Adultos.

O curso visa contribuir para a demanda de formação continuada de professores e gestores da


educação das redes pública e particular que atuam no sistema de EJA municipal ou Estadual e/ou
alfabetização de jovens, adultos e idosos, e alfabetizadores populares que atuam no Programa
Brasil Alfabetizado. Contemplará questões relevantes que, em muitos casos, não estão previstas
no currículo da formação inicial.

Para o ingresso no curso de Educação de Jovens e Adultos na Diversidade, em nível de


Aperfeiçoamento, será exigida conclusão de nível superior e cumprimento de 180 horas
programadas. A universidade ofertante poderá apresentar proposta para a oferta do Curso de
Educação na Diversidade e Cidadania, em articulação com o Curso de Educação de Jovens e
Adultos na Diversidade, ou outro. Nesse caso, a universidade poderá propor um Curso de
Especialização em Educação na Diversidade e Cidadania com ênfase em Educação de Jovens e
Adultos. Caso o cursista conclua mais 180 horas em outros módulos poderá solicitar certificado de
Especialização.

Para professores e profissionais de educação sem curso superior completo o curso de Educação
de Jovens e Adultos na Diversidade concederá certificado de Extensão. Para o ingresso nesse
nível será necessário que o cursista tenha concluído o ensino fundamental.

Para execução do curso de Educação de Jovens e Adultos na Diversidade em todos os níveis,


será utilizada a plataforma MOODLE, a qual proporcionará um espaço de orientação acadêmica e
interatividade entre cursistas-tutores-professores. A plataforma moodle utiliza a tecnologia Internet
e permite a concepção, administração e desenvolvimento de cursos a distância, projetos
colaborativos e outras formas de apoio a distância e ao processo ensino-aprendizagem, o que
atende às especificidades propostas pelos cursos. Concomitantemente, o Portal Fóruns EJA Brasil
será também referência para o acervo multimídia virtual da produção existente nas temáticas,
acrescida da produção de conhecimento coletivo gerado ao longo dos cursos.

5.3. Objetivos

O Curso Educação de Jovens e Adultos na Diversidade tem como objetivo principal a formação
continuada de professores e outros profissionais da educação das redes pública e particular que
atuam na Educação de Jovens e Adultos e de alfabetizadores populares que atuam no Programa
Brasil Alfabetizado e criar condições para a construção local de uma educação contextualizada de
acordo com suas especificidades e constituição da Comunidade de Trabalho/Aprendizagem em
rede na Diversidade -CTARD.

Essa formação visa:


• Ampliar os fundamentos teóricos e práticos que permeiam os conceitos de diversidade na
Educação de Jovens e Adultos;
• Debater a Intersetorialidade da EJA
• Promover a discussão acerca das especificidades dos sujeitos da EJA;
• Discutir a EJA no Brasil e no mundo partindo do contexto histórico;
• Apresentar e discutir a legislação em vigor que normatiza a EJA;

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• Discutir aspectos pedagógicos específicos da EJA no exercício da diversidade;


• Discutir as estratégias didático-pedagógicas para a EJA
• Conceber a EJA como espaço facilitador de múltiplas aprendizagens;
• Articular o debate acerca da relação EJA e o mundo do trabalho;
• Discutir o processo de desenvolvimento da leitura e da construção da escrita pelos sujeitos
• da EJA e das linguagens multimídia;
• Entender a EJA no Sistema Nacional de Educação: gestão, recursos e financiamento
• Apresentar e discutir os instrumentos de avaliação das políticas públicas de EJA;
• Constituir grupos permanentes de intervenção local como elos da CTARD

5.4. Público-Beneficiário

Professores, alfabetizadores, gestores e outros profissionais da educação dos sistemas de ensino,


que atuam na alfabetização de jovens e adultos e na Educação de Jovens e adultos.

As instituições públicas devem observar o princípio constitucional de gratuidade e de igualdade de


condições de acesso ao ensino (Art. 206, CF).

Consideramos como prioritário o público-beneficiário localizado nos estados da Região Nordeste,


nos estados do Acre, Pará e Tocantins (Região Norte) e no Vale do Jequitinhonha, Vale do Mucuri,
norte e nordeste do estado de Minas Gerais (Região Sudeste), quando possível.

5.5. Abrangência

Prioritariamente os municípios que apresentem taxa de analfabetismo igual ou superior a 25%


localizados em todos os estados da Região Nordeste, nos estados do Acre, Pará e Tocantins
(Região Norte); e no Vale do Jequitinhonha, Vale do Mucuri, norte e nordeste de Minas Gerais
(Região Sudeste).

5.6. Estrutura do Curso

5.6.1. Metodologia

A metodologia será desenvolvida de forma semipresencial com encontros presenciais e a distância


a partir da interatividade do tutor com os cursistas, via internet, por meio de ambiente colaborativo
Moodle, tendo o Portal Fóruns EJA Brasil, o Portal da Rede de Formação para a Diversidade e o
Portal do Professor como referências para o desenvolvimento das atividades do curso. Os tutores
acompanharão os cursistas que poderão formar grupos de estudo a fim de facilitar a leitura, a
compreensão e a elaboração de novos textos de maneira virtual na Comunidade de Trabalho e
Aprendizagem em Rede na Diversidade - CTARD, buscando concretizar uma proposta de
educação apoiada na pedagogia da autonomia, como defendia o educador Paulo Freire.
O curso deve propor uma metodologia fundamentada na proposta de desenvolvimento de um “per-
curso” de aprendizagem. Este “per-curso“ se inicia com um diagnóstico da realidade onde os
cursistas vivem; seguindo de aprofundamento teórico-conceitual das temáticas mencionadas até a
conclusão com um projeto de intervenção local desenvolvido pelo cursista durante o curso.

5.6.2. Carga-Horária

Nível de Aperfeiçoamento: 180 horas


Nível de Extensão: Mínimo de 60 horas

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5.6.3. Módulos e Conteúdo

Sugestão de Módulo Conteúdos


Módulo 1
-Conceito de EAD - • Ferramenta Moodle e Portais do Curso
Ferramenta Moodle • CTAR
-Comunidade de • Ferramenta Moodle e CTAR
Trabalho-Aprendizagem • Avaliação do módulo
em Rede (CTAR)
• Educação de Jovens e Adultos na Diversidade
• Direito de Aprender de todos e de cada um: Gênero, Raça,
Módulo 2 Etnia, Diversidade Sexual
- Sujeitos da EJA • Temas da Atualidade: Educação Ambiental, Educação de
Idosos, Educação Especial, Educação Patrimonial
• EJA como espaço facilitador de múltiplas aprendizagens
• Intersetorialidade da EJA
• EJA no Brasil e no mundo a partir do contexto histórico;
• A identidade do educador e do educando de Educação de
Jovens e Adultos;
• Cidadania;
• As relações entre sociedade/educação/escola/trabalho;
Módulo 3 • As relações fundamentais do processo de trabalho docente:
- EJA sujeito/objeto/construção de conhecimento; teoria/prática;
conteúdo/forma; ensino/aprendizagem; educador/educando;
educando/educando;
• Processo de construção da língua oral e escrita na
alfabetização de jovens e adultos (como os alfabetizadores e
alfabetizandos ensinam e aprendem);
• Mudança na vida dos sujeitos após o processo de
alfabetização; Experiências em EJA
• Avaliação do Módulo
• Legislação Federal;
• Desenvolvimento histórico das políticas públicas e
educacionais no
Módulo 4 Brasil;.
- Legislação e Políticas • A educação na ordem constitucional brasileira.
Públicas em Educação; • A LDB e as políticas para a EJA
• A estrutura curricular didática e administrativa da EJA;
- Instrumentos de - • PCNs nacionais para EJA, Resoluções do CNE
Avaliação das políticas • EJA no Sistema Nacional de Educação: gestão, recursos e
públicas de EJA financiamento
• A formação dos profissionais da educação em EJA
• Avaliação do Módulo.

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

• estratégias didático-pedagógicas para a EJA


• O currículo de EJA: a proposta de ensino e aprendizagem e
registro/ avaliação da aprendizagem.
• Concepções sobre alfabetização/EJA e suas respectivas
metodologias;
• A prática pedagógica escolar enquanto prática social.
Módulo 5 • A organização da dinâmica da prática pedagógica: o
- Aspectos pedagógicos processo do planejamento e a formação continuada em
da EJA; grupo. Metodologias de formação de leitores e práticas
sociais de leitura e linguagens multimídia
• Função social da leitura e da escrita da matemática e outros
campos do conhecimento;
• Metodologias de formação de escritores e práticas sociais da
escrita e linguagens multimídia
• Avaliação do Módulo.
• Economia Solidária articulada com outras políticas públicas
que tenham foco na elevação da escolaridade, alfabetização
Módulo 6 e educação de jovens e adultos;
- EJA e o mundo do • Mundo do trabalho e currículo de EJA
trabalho; • Mundo do trabalho como eixo gerador da produção de outros
conhecimentos;
• Avaliação do Módulo.
Módulo 7
- Transformando a • Construção de um Projeto de Intervenção Local – PIL pelos
realidade: Projeto participantes, como síntese de suas aprendizagens ao longo
Integrado e Participativo do Curso.
em Educação na • Avaliação do módulo
Diversidade.

5.6.4. Certificação

Curso de Extensão. Para que o cursista obtenha o certificado do curso no nível de Extensão,
deverá cursar os Módulo I, mais outro módulo que some 60 horas.

Curso de Aperfeiçoamento. Para que o cursista obtenha o certificado do Curso no nível de


Aperfeiçoamento poderá optar por módulos que somem 180 horas, sendo obrigatório cursar o
Módulo 1, que é introdutório e se destina a apresentar o conceito de EAD; a Ferramenta Moodle; e
a CTAR. O total mínimo de horas exigido será de 180 horas.

Serão realizados ao menos dois seminários nos pólos, onde os participantes se reunirão para a
avaliação do ”per-curso”, orientação para elaboração dos Projetos de Intervenção Local (PIL) e
apresentação dos projetos, possibilitando, assim, troca de informações entre os cursistas.

Curso de Especialização. Para o cursista que conclua o curso de Aperfeiçoamento e mais outros
módulos, por exemplo, do Curso Básico de Educação na Diversidade e Cidadania, totalizando 360
horas, poderá solicitar certificado de Especialização.

5.6.5. Material Didático impresso e outras mídias

Os professores responsáveis pela elaboração do material didático serão denominados Professores


Pesquisadores.

O material proposto será composto de 7 (sete) apostilas (módulos de 1 a 7), seu conteúdo e
formatação deverão ser específicos para linguagem EaD e irão relacionar teoria e prática de

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

maneira integrada à plataforma utilizada. A linguagem e o projeto gráfico deverão ser concebidos
para atrair e motivar os cursistas na utilização de diferentes mídias, o material permitirá interagir
numa seqüência didática dos módulos.

Em relação a outras mídias, seu detalhamento e integração no curso se darão simultaneamente à


elaboração dos conteúdos e às possibilidades tecnológicas do ambiente virtual de aprendizagem.

As apostilas serão enviadas por correio para os tutores e estes farão a distribuição aos
participantes. Além das apostilas poderão ser distribuídas outras publicações da SECAD aos
tutores e às bibliotecas das redes de ensino locais envolvidas.

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

VI CURSO DE EDUCAÇÃO DO CAMPO

6.1. Apresentação

O Curso de Formação em Educação do Campo no âmbito do Sistema Universidade Aberta do


Brasil – UAB - é um curso de formação continuada para professores, gestores e técnicos que
atuam em escolas rurais, com carga horária total de 420 horas, distribuídas em 6 módulos, nesta
não computado o tempo de estudo individual ou em grupo, sem assistência docente.

6.2. Contextualização

As Diretrizes Operacionais para a Educação Básica das Escolas do Campo 1 foram aprovadas em
2001 pelo Conselho Nacional de Educação, e refletem um conjunto de preocupações conceituais e
estruturais presentes historicamente nas reivindicações dos movimentos sociais do campo. Dentre
elas, o reconhecimento e valorização da diversidade das populações do campo, a formação
diferenciada de professores, a possibilidade de diferentes formas de organização da escola, a
adequação dos conteúdos às peculiaridades locais, a utilização de práticas pedagógicas
contextualizadas, da gestão democrática, de tempos pedagógicos diferenciados e a promoção,
através da escola, do desenvolvimento sustentável e do acesso aos bens econômicos, sociais e
culturais.

Faz-se necessário formar profissionais para responder às especificidades do campo e atender à


demanda de educação básica. Segundo dados do IBGE, em 2006, existiam 31.294 milhões de
pessoas vivendo no campo. No que se refere à escolaridade, enquanto na zona urbana a
população de 15 anos ou mais apresenta uma escolaridade média de 7,3 anos, na zona rural esta
média corresponde a 4 anos. Esta situação requer, além de política de expansão da rede de
escolas públicas que ofertem todas as etapas da educação básica no campo, a correspondente
oferta de trabalho docente com formação adequada.

Desta forma, o Ministério da Educação, por intermédio da Secretaria de Educação Continuada


Alfabetização e Diversidade, ao considerar as questões relativas à educação do campo e a
situação desigual a que a população do campo historicamente tem sido submetida, propõe o
desenvolvimento de um curso de formação continuada para os profissionais com atuação em
educação do campo.

O curso busca contribuir para a melhoria da qualidade do ensino oferecido nas áreas rurais
brasileiras, em consonância às necessidades culturais, aos direitos sociais e à formação integral
das crianças, jovens e adultos do campo - agricultores familiares, ribeirinhos, extrativistas,
pescadores artesanais, assentados da reforma agrária, acampados, caiçaras, quilombolas, dentre
outros.

6.3. Objetivos

O objetivo é ampliar o acesso à formação continuada para profissionais com atuação na educação
do campo, visando contribuir para a oferta de uma educação do campo contextualizada às
realidades de suas populações, de qualidade e em conformidade com as diretrizes para as escolas
do campo.

A formação visa:
Promover formação teórica e prática sobre educação do campo;
Oferecer formação continuada em educação do campo para o conjunto de professores,
técnicos e gestores que atuam nos sistemas públicos e nas escolas do campo;

1
Parecer 36/2001, da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, aprovado em 04/12/2001, e
Resolução CNE/CEB n° 1, de 3 de abril de 2002.

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

Ampliar, por intermédio da EAD, o acesso às tecnologias educacionais no campo.

6.4. Público-Beneficiário

Preferencialmente professores, técnicos e gestores dos sistemas de ensino, que atuam na


educação do campo.

As instituições públicas devem observar o princípio constitucional de gratuidade e de igualdade de


condições de acesso ao ensino (Art. 206, CF).

Os projetos podem responder a toda a demanda ou a demanda regional/estadual dependendo da


capacidade institucional da instituição proponente. O público a ser considerado está descrito no
quadro abaixo:

Tutores
. Número Descrição Cursistas (em média 30 alunos
por tutor)

Municípios 4.475 3 Gestores 13.425 447


Rurais
Estados 27 Unidades 10 Técnicos 270 9
Federativas
Conselhos 27 1 Representante 27 1
Estaduais
Conselhos 3.000 1 Representante 3.000 100
Municipais
Total 16.722 557

6.5. Abrangência

O curso pretende atingir:


1. Todas as prefeituras municipais que possuem escolas do campo que possibilitarem
algum tipo de acesso à internet banda larga, seja na própria Secretaria de Educação,
em Pólos da Universidade Aberta do Brasil (UAB), Núcleos Tecnológicos de Educação
(NTE) ou Pontos de Cultura com computadores disponíveis para usuários da rede de
ensino durante cerca de 90 (noventa) minutos/dia;
2. Prioritariamente, em municípios de baixo IDEB e de Territórios da Cidadania;
3. Os professores, gestores e técnicos selecionados deverão estar em exercício nos
sistemas públicos estaduais ou municipais com atuação nas escolas do campo.

6.6. Estrutura do Curso

6.6.1. Metodologia

A metodologia será desenvolvida de forma semipresencial com encontros presenciais e a distância


a partir da interatividade do tutor com os cursistas, via internet, na plataforma Moodle. O curso terá
como portais de referência para o desenvolvimento das atividades, o portal da Rede de Educação
para a Diversidade e o portal do Professor. Os tutores acompanharão os cursistas que poderão
formar grupos de estudo a fim de facilitar a leitura, a compreensão e a elaboração de novos textos
de maneira virtual na Comunidade de Trabalho e Aprendizagem em Rede.

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

O curso estará disponível também offline via material impresso e multimídia.


A metodologia do curso contemplará o desenvolvimento de um percurso individual de
aprendizagem, no qual o aluno compõe a sua trajetória mediante opção pelos módulos da
formação. Dessa forma, o aluno poderá qualificar-se em nível de extensão (mínimo de 60h),
aperfeiçoamento (mínimo de 180h) ou especialização (360h ou mais).

6.6.2. Carga-Horária

O curso poderá compor um total de 420 horas com duração média de 12 meses, sendo no mínimo
30% da carga horária de cada módulo presencial.

6.6.3. Módulos e Conteúdo

A estrutura do curso compõe-se pelos seguintes módulos e sugestão de conteúdos:

Módulo Qtde Horas Sub-Módulos

Módulo 1 - Conceitual 20h *16 horas – Presenciais (EAD + Introdução à Educação


EAD e Ferramenta do Campo)
Moodle
4 horas – A distância (Moodle)

Concepções e conceitos de Educação do Campo.


Educação do Campo. Desenvolvimento Sustentável.
Trabalho e Educação.

Características sociais, políticas e econômicas do campo


brasileiro. Heterogeneidade e características sociais,
Módulo 2 – 120h políticas, econômicas e culturais das populações do
Introdução à campo.
Educação do Campo
Educação do Campo como direito humano no contexto
da política de desenvolvimento com igualdade social.

Movimentos sociais do campo. História e lutas pela


Educação do Campo (Encontros e Conferências)

Políticas de Educação do Campo (Diretrizes e Programas


em andamento).

Fundamento e princípio da Educação do Campo.


Trabalho como princípio educativo. Pesquisa como
princípio formativo. Escola formadora do ser humano
articulada com um projeto de emancipação humana.

Módulo 3 – Práticas 120h Concepções de desenvolvimento e aprendizagem que


Pedagógicas em subsidiam a educação do campo.
Educação do Campo
Organização do trabalho pedagógico, práticas
pedagógicas em sala de aula e na comunidade. Práticas
pedagógicas em classes multisseriadas. Planejamento e
Avaliação.

Organização curricular da Educação do Campo:


formação por área de conhecimento e
interdisciplinaridade.

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

Organização da Educação Nacional. Competências e


responsabilidades dos entes federados com a Educação
do Campo. Conselho de Educação no âmbito dos
sistemas.

Políticas de Educação do Campo (Diretrizes e Programas


em andamento).

Módulo 4 – 120h Gestão educacional: Financiamento e gestão


Gestão Educacional orçamentária da educação do campo; Gestão de
no Campo recursos materiais (relação da infraestrutura escolar e
condições de funcionamento das escolas para a
qualidade do ensino); gestão democrática; gestão
pedagógica da educação escolar no campo.

Gestão de pessoas nos sistemas de ensino e nas escolas


do campo: formação e valorização dos profissionais da
educação na LDB e nas diretrizes e metas do PNE.

Avaliação de políticas educacionais no campo.


Sistemas de Avaliação e Monitoramento da Educação do
Campo.
Módulo 5 –
Transformando a
realidade: Projeto Construção de um projeto de intervenção local pelos
20h
Integrado e participantes, trabalho de final de curso.
Participativo da
Educação no Campo

Módulo 6 (Presencial) 20h Seminários Locais de avaliação ao longo do curso

Total 360h

O módulo 2 é pré-requisito para os outros módulos.

Os tempos presenciais deverão ocorrer durante todo o curso, como espaço de reflexão sobre os
conteúdos e elaboração de projetos de pesquisa a serem desenvolvidos nas escolas.

Os módulos 5 e 6 serão realizados com o objetivo de orientar os projetos de intervenção local


(trabalho de final de curso) e a avaliação dos educandos.

6.6.4. Certificação

O cursista deverá se qualificar para a formação em nível de extensão, aperfeiçoamento ou


especialização, segundo a legislação e normas vigentes.

O cursista poderá compor a sua trajetória individual de aprendizagem escolhendo os módulos de


focalização—Introdução à Educação do Campo; Práticas Pedagógicas ou Gestão Educacional—,
de 100 h, complementando a carga-horária com os módulos obrigatórios 1, 5 e 6.

Desse modo, o cursista poderá qualificar-se para o recebimento de certificados de


aperfeiçoamento em Educação do Campo nas áreas de Introdução à Educação do Campo;
Práticas Pedagógicas ou Gestão Educacional.

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

O cursista poderá completar a carga-horária mínima de 360h de modo a, se portador de curso


superior, pleitear certificado de especialização em Educação do Campo.

Para os cursistas sem formação superior que concluírem com sucesso o mínimo de 60h de
formação, deverá ser concebido certificado de extensão.

6.6.5. Material Didático Impresso e outras mídias

Os professores responsáveis pela elaboração do material didático serão denominados


Professores-Pesquisadores. O material proposto será composto de 7 (sete) apostilas (módulos 1 a
7). Seu conteúdo e formatação deverão ser específicos para linguagem EaD e relacionar teoria e
prática de maneira integrada à plataforma utilizada. A linguagem e o projeto gráfico deverão ser
concebidos para atrair e motivar os cursistas na utilização de diferentes mídias, seguindo o padrão
da Rede de Educação para a Diversidade.

Em relação a outras mídias, o material deve integrar os recursos das tecnologias educacionais
(imagens, sons, clips, etc) e seu detalhamento e integração no curso se darão simultaneamente à
elaboração dos conteúdos e às possibilidades tecnológicas do ambiente virtual de aprendizagem.

As apostilas serão enviadas por correio para os tutores e estes farão a distribuição aos
participantes. Além das apostilas poderão ser distribuídas outras publicações da Secad aos tutores
e às bibliotecas das redes de ensino locais envolvidas.

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

VII CURSO DE EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS

7.1. Apresentação

O Curso de Educação para as Relações Étnico-Raciais visa qualificar os profissionais da educação


para atender às determinações das Leis N. 11.645/2008, Lei N. 10639/2003 e Lei N. 9394/1996
para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura
Afro-Brasileira e Indígena”.

É um curso de formação continuada de professores de educação básica, com carga horária de


180h distribuído em módulos. Ofertado na modalidade a distância por meio do sistema da
Universidade Aberta do Brasil, o curso possui 40h presenciais e 140h a distância, e visa formar
professores e profissionais da educação capazes de compreender os temas da educação
ambiental e introduzi-los transversalmente na prática pedagógica da escola. A duração média
prevista é de 5 (cinco) meses.

7.2. Contextualização

Na última década, o debate sobre a dinâmica das relações raciais na sociedade brasileira e as
ações afirmativas tem se ampliado na esfera pública. Nesse sentido, o momento atual mostra-se
promissor para redimensionar as ações voltadas à superação das desigualdades entre negros/as e
brancos/as e potencializar um comprometimento manifesto do Estado brasileiro, que é signatário,
desde 1968, de vários tratados e convenções internacionais voltadas para o enfrentamento e a
eliminação da discriminação racial.1 2

Os indicadores educacionais, em particular, expõem com nitidez a intensidade e o caráter


estrutural do padrão de discriminação racial no Brasil. Ao longo do século XX observa-se um
contínuo aumento dos níveis de escolaridade média dos brasileiros(as), no entanto a diferença de
escolaridade média entre brancos/as e negros/as se mantem perversamente estável entre as
gerações. De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (IBGE, 2000),
a escolaridade média de um jovem negro com 25 anos de idade gira em torno de 6,1 anos de
estudo; um jovem branco da mesma idade tem cerca de 8,4 anos de estudo. O diferencial é de 2,3
anos. Apesar da escolaridade de brancos e negros crescer de forma contínua ao longo do século,
a diferença de 2,3 anos de estudo entre jovens brancos e negros de 25 anos de idade é a mesma
observada entre os pais desses jovens. E, de forma assustadoramente natural, 2,3 anos de estudo
é a diferença entre os avós desses jovens.

A ausência da cultura afro-brasileira, africana e indígena nos currículos escolares marca seu
comprometimento com uma cultura e ideologia homogeinizadora, que tem historicamente negado
e/ou reprimido os valores e as tradições dos afro-brasileiros e dos demais grupos discriminados da
sociedade brasileira. É uma engrenagem a serviço da manutenção das estruturas vigentes,
constituindo-se, desse modo, em um terreno fértil para que os/as estudantes brancos/as, negros/as
e indígenas, homens e mulheres, adultos e crianças reforcem preconceitos e ideologias racistas
adquiridos na escola e em outras instituições socializadoras, como a família.
No intuito de trabalhar para a concretização de ações voltadas à superação das desigualdades
entre negros e brancos, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9394/96) foi alterada pela
Lei 10.639/2003 e Lei N. 9394/1996 que instituiu como obrigatórios o ensino da história e cultura

2
Os Tratados de Direitos Humanos garantem direitos aos indivíduos; estabelecem as obrigações do Estado em relação
aos direitos; criam mecanismos para monitorar a observância dos Estados em relação às suas obrigações e permitem
que os indivíduos busquem compensações pela violação dos seus direitos. O Brasil é signatário da Declaração Universal
dos Direitos Humanos, Convenção da ONU sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (l968),
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (1966), Convenção III da OIT sobre Discriminação no Emprego e na
Profissão (1968) e, mais recentemente, da Carta da III Conferência Mundial Contra o Racismo, a Discriminação Racial,
Xenofobia e Intolerâncias Correlatas (2001).

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

da África, dos afro-brasileiros e dos indígenas, reforçando a função da escola de promover o


respeito e a valorização da diversidade brasileira.

A formação continuada, objeto dessa proposta, visa capacitar professores e gestores da rede de
ensino de educação básica brasileira para atender as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação das Relações Étnico-Raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira,
contidos no Parecer 003/2004 elaborados pelo CNE, que regulamenta a alteração trazida pela Lei
10639/2003 à Lei 9394/1996, nos seus artigos 26, 26A e 79B. O citado Parecer 003/2004 buscou
traçar orientações curriculares nacionais para os diversos níveis da educação brasileira. A
pluralidade cultural é um dos temas transversais sugeridos por esse material, que representou, à
época, uma tentativa de evidenciar as diferenças culturais e raciais, com a perspectiva de integrá-
las ao currículo, dialogando com as antigas reivindicações do movimento negro.

Segundo o decreto 2494/98 a Educação a distância é uma forma de ensino que possibilita a auto-
aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados,
apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e
veiculados pelos diversos meios de comunicação. O aprendizado em EaD envolve
comprometimento, argumentação e busca. Vale ressaltar que é preciso ter continuidade nesse tipo
de aperfeiçoamento, ocorrendo dessa forma a agregação de novos conteúdos, o que leva a uma
atualização dos professores.
A EaD apresenta algumas vantagens organizacionais, tais como:
• o aumento da capacidade de vagas para atender a um número muito maior de pessoas,
• rapidez na atualização de currículos para atender a uma demanda crescente de novos
conhecimentos e tecnologias,
• redução na alocação de recursos financeiros.

Para os cursistas também existem algumas vantagens em oferecer cursos de formação de


professores na modalidade EaD, pois este possui um processo de aprendizagem mais flexível,
onde o cursista pode estudar em sua própria casa ou na própria escola que leciona. O curso EaD
também possibilita maior interação com colegas de outras cidades e estados do país por meio da
viabilização de redes de professores que discutem os temas estudados.
Devemos levar ainda em consideração, o tamanho da demanda por esse tipo de formação que só
poderá ser atendida com a conjunção de várias metodologias e estratégias de formação. A
modalidade EaD apresenta um potencial enorme estimado de atendimento à 70% da demanda
nacional.

7.3. Objetivos

Realizar formação continuada a distância para capacitação de professores e gestores em


educação da rede de educação básica brasileira, para atendimento das Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o ensino de História e Cultura
Afro-Brasileira.

Essa formação visa:


• Introduzir e aprofundar a discussão da temática da Educação para as Relações Étnico-
Raciais (ERER);
• Capacitar gestores e professores nos conteúdos das Diretrizes Curriculares Nacionais
para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira.
• Qualificar gestores para incluir a temática das relações étnico-raciais (cultura afro-
brasileira e indígena) nos programas de formação da educação estadual;
• Qualificar gestores e professores para inclusão da temática nos projetos político-
pedagógicos das escolas;
• Proporcionar a inclusão digital de gestores, professores e jovens.

7.4. Público-Beneficiário

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

Preferencialmente, 2000 gestores e potencialmente 160 mil (cento e sessenta mil) professores do
Ensino Fundamental (1a a 9a séries e ensino médio) das redes de ensino, e outros públicos
interessados.

As instituições públicas devem observar o princípio constitucional de gratuidade e de igualdade de


condições de acesso ao ensino (Art. 206, CF).

7.5. Abrangência

O curso pretende atingir gestores das secretarias estaduais e municipais (109 maiores municípios
brasileiros e os prioritários do IDEB) e de no mínimo 3 (três) professores de cada escola
selecionada de acordo com as seguintes condições:
• Escolas cujos entes federados tenham manifestado adesão ao “Compromisso Todos pela
Educação”.
• 60% do total das escolas devem estar localizadas na capital e 40% no interior, prioritariamente,
em municípios de baixo IDEB (olhar Quadro 2).

Os professores selecionados deverão ter algum tipo de acesso à internet banda larga, seja na
própria escola, em Pólos da Universidade Aberta do Brasil (UAB), Núcleos Tecnológicos de
Educação (NTE) ou Pontos de Cultura com computadores disponíveis para usuários da rede de
ensino durante cerca de 90 (noventa) minutos/dia (ver Quadro 2).

Essas condições foram colocadas para que se pudessem priorizar aquelas escolas que estão
participando do Plano de Ações Articuladas.

A definição de matrícula de três profissionais da educação por escola visa criar um grupo de
trabalho em cada escola que possa ativamente participar da Comunidade de Aprendizagem do
curso e estabelecer mecanismos para disseminação e integração da escola como um todo no
processo de aprendizagem das temáticas da ERER.

7.6. Estrutura do Curso

7.6.1. Carga horária

O curso está planejado para ter um total de 180 horas, sendo 40 horas presencias e 140 horas na
modalidade EaD com duração média de 5 meses numa distribuição de 36 horas-aula/mês que
resulta numa dedicação média de 90 minutos/dia. A estrutura do curso é divida com os seguintes
módulos:

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7.6.2. Módulos e Conteúdo

Módulo Qtde Horas Sub-Módulos/Conteúdos

• 8 horas – Presencial (Moodle)


Módulo 1 - • 8 horas – Presenciais (EAD + ERER-A Lei 10639
Conceitual EAD e 20 horas e a diversidade na escola brasileira)
Ferramenta Moodle • 4 horas – A distância EAD + ERER-A Lei 10639 e
a diversidade na escola brasileira)

• 16 horas - A LDB, Lei 10639/03, a Lei N.


9394/1996, o Parecer 03/2004 e a Resolução
01/2004 do CNE; Discriminação, preconceito racial
e comportamento social;
Módulo 2 -
• 16 horas – Histórico do Movimento Negro no
Introdução
48 horas Brasil; Da declaração de Durban até a Lei
Conceitual para a
10639/03; A divida social do Brasil para com o
ERER
Negro após o 13 de maio;
• 16 horas - Relações Raciais na Escola: Currículo e
responsabilidades; Fiscalizando a tv, o livro
didático e escola: a mensagem oculta do racismo;

• 12 horas – A África como berço da humanidade.


Módulo 3 –
• 12 horas – A Geografia Africana: diversidade
O Ensino da
regional e correntes migratórias.
História da África 48 horas
em debate. • 12 horas – A presença mulçumana e européia no
continente: aspectos gerais.
• 12 horas – Presencial (Avaliação Formativa)

• 16 horas - A participação africana e indígena na


formação cultural brasileira.
Módulo 4 –
• 16 horas - A escravidão brasileira e a resistência
História e Cultura 48 horas
negra: os quilombos e a regionalidade;
Afro-brasileira
• 16 horas -: O papel dos africanos e indígenas na
construção socioeconômica do Brasil;
Módulo 5 –
• Seminários Locais presenciais realizados nos
Avaliação 16 horas
pólos regionais.
(Presencial)

TOTAL 180 horas (48 h presenciais e 136 horas a distância)

Os Seminários Locais para Avaliação – Módulo 5 – serão realizados nos pólos onde os
participantes se reunirão para a apresentação de projetos desenvolvidos nas escolas, que devem
ser em forma de planos de curso, atividades interdisciplinares, os planos de unidades temáticas.
Esses seminários devem possibilitar a troca de informações entre os projetos desenvolvidos. Além
da avaliação dos participantes, será realizada uma avaliação de resultado, quando será aplicado
um questionário para verificar o grau de satisfação e aceitabilidade do cursista em relação ao
curso.

7.6.3. Construção dos Conteúdos

Os conteúdos dos blocos serão discutidos juntamente com Instituições Superiores de Ensino
parceiras, a Seed e a Secad em um seminário de desenvolvimento do curso a distância que

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chamaremos de Seminário da Rede de Educação para a Diversidade com número de participantes


definidos a partir de:
• 02 profissionais da IES selecionada;
• 01 profissional da área de Educação para as relações étnico-raciais de cada uma das IES
parceiras, 1 (um) profissional da área tecnológica e os demais integrantes da equipe de
coordenação da SECAD.
A proposta é trabalhar com as IES parceiras, sendo prioritariamente selecionadas IES para
representar as regiões do país, quando possível.

Nesse seminário, pretende-se:


• Abordar os parâmetros conceituais e temas geradores (comum para todo o território
nacional) para elaboração dos conteúdos, assim como os temas específicos por região;
• Definir o formato das apostilas EaD;
• Conhecer a plataforma Moodle e os instrumentos pedagógicos que podem ser inseridos;
• Discutir os critérios de seleção de tutores e coordenadores;
• Planejar o seminário de formação dos tutores;
• Validar os municípios escolhidos, a escola como unidade de análise e planejar uma
comunicação oficial para todos os diretores;
• Definir os critérios para escolha dos cursistas (professores e gestores);
• Definir um sistema de monitoramento e avaliação único para todos os estados.

7.6.4. Material Impresso e Outras Mídias

Os professores responsáveis pela elaboração do material didático serão denominados de


Professores Pesquisadores.
Num total de 5 (cinco) apostilas (módulos de 1 a 5 ), seu conteúdo e formatação são específicos
para linguagem EaD e irão relacionar teoria e prática de maneira integrada à plataforma utilizada.
A linguagem e o projeto gráfico serão concebidos para atrair e motivar o aluno e, na utilização de
diferentes mídias, o material permite interagir numa seqüência didática dos módulos.

Em relação a outras mídias, seu detalhamento e integração no curso se darão simultaneamente à


elaboração dos conteúdos e às possibilidades tecnológicas do ambiente virtual de aprendizagem.

As apostilas serão enviadas por correio para os tutores e estes farão a distribuição aos
participantes. Além das apostilas, poderão ser distribuídas outras publicações da SECAD, aos
tutores e às bibliotecas das escolas envolvidas, funcionando como complementares ao curso e
servindo de referências para trabalhar os conteúdos.

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VIII CURSO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

8.1. Apresentação

O Curso de Educação Ambiental é um curso de formação continuada de professores de educação


básica, com carga horária de 180h distribuído em módulos. Ofertado na modalidade a distância por
meio do sistema da Universidade Aberta do Brasil, o curso possui 40h presenciais, e visa formar
professores e profissionais da educação capazes de compreender os temas da educação
ambiental e introduzi-los transversalmente na prática pedagógica da escola.

8.2. Contextualização

O programa Vamos Cuidar do Brasil com as Escolas é a política de Educação Ambiental do


Ministério da Educação implementada pela Coordenação-Geral de Educação Ambiental da
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (CGEA/DEDC/SECAD). Iniciada
em 2004, essa política parte de uma visão sistêmica baseada em um círculo virtuoso que contém
quatro ações estruturantes para Educação Ambiental numa perspectiva de prática pedagógica
integrada, contínua, permanente e transversal a todas as disciplinas, nas diversas modalidades de
ensino, conforme figura abaixo.

Presencial:
Formação Continuada
Material didático

Tecnologias
Difusa: II CNIJMA Inclusão Digital
Conferências na Escolas Iniciação Científica
Mobilização

Coletivos Jovens
Ações transformadoras
Protagonismo juvenil
Com-Vidas

Esse processo começou em 2003 com a I Conferência Nacional Infanto-Juvenil para o Meio
Ambiente (CNIJMA) coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com o Ministério da
Educação, considerado o início das ações dessa política. Como ação difusa, a I CNJMA teve como
público preferencial alunos do segundo ciclo do Ensino Fundamental e jovens de movimentos
sociais de meio ambiente. Em 2004, a nova gestão da CGEA deu continuidade a este percurso
retribuindo às escolas que participaram da I CNIJMA um curso de formação continuada para
professores e alunos, numa abordagem de Educação Formativa na modalidade presencial. Nesses
cursos, foram focadas as estratégias estrurantes dessa política como a formação de Comissões de

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

Meio Ambiente e Qualidade de Vida (Com-Vidas) nas escolas, exercícios de elaboração de


projetos de trabalho com temas socioambientais nas escolas que agreguem a comunidade e uma
linha de fomento para implantar projetos com estas características denominado Projeto Chico
Mendes. Além de adensar conteúdos, o sistema de Educação Ambiental prevê a inserção
tecnológica de alunos e professores, sendo designado aos primeiros o programa Ciências de Pés
no Chão e aos segundos, a formação na modalidade de Educação a Distância (EaD).

Entre 2004 e 2005, O Processo Formativo do Programa Vamos Cuidar do Brasil com as Escolas,
formou cerca de 2.686 (dois mil seiscentos e oitenta e seis) profissionais de secretarias de
Educação estaduais (SEDUCs) e municipais (SEMEDs), ONGs, universidades, coletivos jovens
(CJ) e do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA). Para trabalhar com professores de
4.000 (quatro mil) municípios de todos os estados, regiões, biomas e estratos sociais do País, foi
adotado o livro Consumo Sustentável: manual de educação 3 , sendo um programa interdisciplinar e
transversal em relação ao currículo escolar. Para trabalhar com os alunos, os jovens formadores
dos coletivos jovens (CJ) utilizaram a publicação Formando Com-vida e Construindo a Agenda 214 ,
praticando a metodologia de Oficinas de Futuro para a construção da Comissão de Meio Ambiente
e Qualidade de Vida (Com-Vida). Em 2005, estas escolas foram estimuladas a participar do
processo da II CNIJMA e do Projeto Chico Mendes.

Neste ano, dando continuidade ao percurso do círculo virtuoso, foi introduzida uma nova edição da
formação continuada de professores e alunos, ao mesmo tempo em que se prepara a III CNIJMA
de 2008, agora no âmbito da Rede de Educação para a Diversidade. A Rede de Educação para a
Diversidade é uma iniciativa do Ministério da Educação que visa criar uma rede nacional de
instituições de educação superior dedicadas à disseminação dos temas da diversidade nas redes
de ensino públicas e privadas de educação básica no País por meio de formação inicial e
continuada pelos cursos do Sistema Universidade Aberta do Brasil – UAB. A Formação
Continuada de Professores, quando proposta regional e desenvolvida conjuntamente por grupos
diversificados da sociedade, como Organizações Não-Governamentais (ONGs), universidades e
secretarias de educação, empodera os atores sociais, fortalecendo, assim, políticas locais de
educação ambiental (Trajber, R. & Sorrentino, M, 2007).

Com o apoio de uma educação ambiental crítica, participativa e emancipatória, possibilitamos o


empoderamento das comunidades locais e propiciamos também subsídios para o sempre falado,
mas tão difícil, exercício da transversalidade, da inter e transdisciplinaridade, das questões
ambientais nas disciplinas escolares. Pode-se assim gerar uma atitude responsável e
comprometida da comunidade escolar com as questões socioambientais locais e globais, bem
como enfatizar a melhoria da relação ensino-aprendizagem.

Com esse processo em mente é que se detalha neste documento as diretrizes do curso de
formação em Educação Ambiental para professores e outros profissionais da educação que nesse
ano será na modalidade à distância (EaD). Segundo Wickert (2004), a EaD apresenta maneiras
próprias de execução, porém obedece à concepção geral de educação que se transforma à
medida que se modificam as visões humanas no mundo. Com esse tipo de metodologia
educacional, atende-se um maior número de professores que se encontram distantes geográfica e
temporalmente, além de também responder às demandas de um novo perfil de professor que exige
modificações no ambiente educacional.

Segundo o decreto n. 2494/98, a Educação a distância é uma forma de ensino que possibilita a
auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados,
apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e
veiculados pelos diversos meios de comunicação. O aprendizado em EaD envolve
comprometimento, argumentação e busca. Vale ressaltar que é preciso ter continuidade nesse tipo

3
Consumo Sustentável: Manual de Educação. Brasília: Consumers International/ MEC/MMA/Idec. 2005, 160p.
4
Maiores informações acesse o sítio do Ministério da Educação – www.mec.gov.br – Seção de Educação
Ambiental.

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

de aperfeiçoamento, ocorrendo dessa forma a agregação de novos conteúdos, o que leva a uma
atualização dos professores.

A EaD apresenta algumas vantagens organizacionais, tais como:


• o aumento da capacidade de vagas para atender a um número muito maior de pessoas;
• rapidez na atualização de currículos para atender a uma demanda crescente de novos
conhecimentos e tecnologias;
• redução na alocação de recursos financeiros;
• Já para os cursistas existem algumas vantagens em oferecer cursos de formação de
professores na modalidade EaD;
• processo de aprendizagem é mais flexível;
• o cursista pode estudar em sua própria casa ou na própria escola que leciona;
• maior interação com colegas de outras cidades e estados do país.

Mesmo sendo um curso a distância, não será possível atingir todos os professores do quadro,
sendo dessa forma interessante que o curso de educação ambiental constitua parte dos cursos da
Rede de Formação para a Diversidade possibilitanto, assim, sua replicação em outras
oportunidades para que mais professores possam estar participando desse tipo de formação em
Educação Ambiental.

8.3. Objetivos

Realizar uma formação continuada em Educação Ambiental para professores do segundo ciclo do
Ensino Fundamental (5a a 8a séries) e outros profissionais de educação.

Essa formação visa:


• Adensar conteúdos de Educação Ambiental;
• Proporcionar a inclusão digital de professores e jovens;
• Estimular as escolas para participar das estratégias estruturantes das políticas de
educação ambiental do MEC (III CNIJMA e Projeto Chico Mendes).

8.4. Público-Beneficiário

• Formação de 10.800 (dez mil e oitocentos) professores do segundo ciclo do Ensino


Fundamental (5a a 8a séries) da rede pública estadual e municipal em 4.000 (quatro mil) escolas e
1200 (hum mil e duzentos) outros professores e profissionais da educação da demanda social;
• outros públicos interessados.

As instituições públicas devem observar o princípio constitucional de gratuidade e de igualdade de


condições de acesso ao ensino (Art. 206, CF).

8.5. Abrangência

O curso pretende atingir entre 2 (dois) e 3 (três) professores de cada uma das 4.000 (quatro mil)
escolas que tenham o segundo ciclo do Ensino Fundamental completo de acordo com as seguintes
condições:
• Escolas cujos entes federados tenham manifestado adesão ao “Compromisso Todos pela
Educação”;
• 40% do total das escolas devem estar localizadas na capital e 60% no interior, prioritariamente,
em municípios de baixo IDEB (olhar Quadro 2);

Os professores selecionados deverão ter algum tipo de acesso à internet banda larga, seja na
própria escola, em Pólos da Universidade Aberta do Brasil (UAB), Núcleos Tecnológicos de
Educação (NTE) ou Pontos de Cultura com computadores disponíveis para usuários da rede de
ensino durante cerca de 90 (noventa) minutos/dia (olhar Quadro 2).

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

Essas condições foram colocadas para que se pudesse priorizar aquelas escolas que estão
participando do Plano de Ações Articuladas do Ministério da Educação.

8.6. Estrutura do Curso

8.6.1. Carga horária

O curso está planejado para ter um total de 180 horas, sendo 40 horas presencias e 140 horas na
modalidade EaD com duração média de 5 meses numa distribuição de 36 horas-aula/mês que
resulta numa dedicação média de 90 minutos/dia. O curso deverá conferir um certificado de
aperfeiçoamento em educação ambiental para participantes portadores de diploma de ensino
superior, e certificado de extensão para participantes com nível médio completo.

A estrutura do curso é divida com os seguintes módulos:

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

8.6.2. Estrutura Sugestiva para os Módulos

Módulo Quantidade de Sub-Módulos


Horas

Módulo 1 - 24 horas 16 horas – Presenciais (EAD + EA)


Conceitual EAD e
Ferramenta Moodle 8 horas – A distância (Moodle)

16 horas – Políticas estruturantes de Educação


Ambiental
Módulo 2 - 48 horas
Educação Ambiental 16 horas – Um olhar sobre a Educação Ambiental no
Brasil

16 horas – Biomas e Bacias e Cultura: Contextualização


Regional em Educação Ambiental 

12 horas – Água

Módulo 3 - Temas 48 horas 12 horas – Mudanças climáticas


Geradores
Mudanças 12 horas – Biodiversidade
Ambientais Globais
12 horas – Energia e Mobilidade

Módulo 4 – A Módulo 4 – B
Módulo 4 44 horas
Projetos de Pesquisa Coletivos Jovens

Módulo 5 – Avaliação
16 horas Seminários Locais 
(Presencial)

Os Seminários Locais para Avaliação – Módulo 5 serão realizados nos pólos onde os participantes
se reunirão para a apresentação dos projetos desenvolvidos nas escolas. Esses seminários devem
possibilitar a troca de informações, por exemplo, entre os projetos de Conferência na Escola. Além
da avaliação dos participantes, será realizada uma avaliação de resultado, quando será aplicado
um questionário para verificar o grau de satisfação e aceitabilidade do cursista em relação ao
curso.

8.6.3. Construção dos conteúdos

Os conteúdos dos blocos serão construídos juntamente com Instituições Superiores de Ensino
Federais (IFES) parceiras e a SECAD em um seminário que chamaremos de Seminário da Rede
de Educação: Criação Temática e Tutorial com 40 (quarenta) participantes, sendo 3 (três)
profissionais da área de Educação Ambiental de cada uma das IES parceiras, 1 (um) profissional
da área tecnológica e os demais integrantes da equipe de coordenação da SECAD. A proposta é
trabalhar com 7 (sete) IES parceiras, sendo duas delas responsáveis pela região Norte, duas pela
região Nordeste e uma IES responsável por cada uma das demais regiões do país . A distribuição
das IES pelos estados conforme pode ser observado no quadro a seguir:


Neste item, prevê-se que cada universidade desenvolverá um conteúdo específico tratando da problemática
ambiental em sua região. Dessa forma, serão 7 tópicos onde o cursista poderá se matricular na sua região e ainda escolher
uma outra no Ambiente Virtual de Aprendizagem.

Os Seminários Locais serão presenciais e divididos por pólos regionais.

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

Quadro 2. Divisão dos estados, número de escolas, cursistas e tutores.

Nº de
Nº de Nº de
escola
Escolas escola no Nº de Nº de
IES Estados nas
por interior cursistas Tutores
capitais
Estado (60%)
(40%)

AC 39 11 17
RR 22 7 11
IFES RO 46 18 27 651 22
Norte
AP 17 7 10
AM 109 44 65
MA 300 120 180
IFES Norte PA 195 78 117 1869 63
PI 128 51 77
CE 332 132 200
IFES Nordeste RN 77 31 46 1467 49
PB 80 32 48
PE 143 57 86
IFES Nordeste AL 53 32 21 1623 54
SE 45 18 27
BA 300 120 180
ES 60 20 40
MG 364 145 219
3108 104
IFES Sudeste SP 429 172 257

RJ 183 73 110
GO 137 55 82
IFES DF 17 17 0
996 33
Centro-oeste MT 122 49 73
TO 56 22 34
MS 57 22 35
IFES Sul PR 159 63 96
2259 75
SC 145 58 87
RS 392 157 235
3991 1611 2380 11.973 400

Nesse seminário pretende-se:

• abordar os parâmetros para elaboração dos conteúdos:


o conceituais e temas geradores (comum para todo o território nacional)
o temas específicos por região onde entram as discussões dos biomas, bacias
hidrográficas e culturas.
• definir o formato das apostilas EaD;

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

• conhecer a plataforma Moodle e os instrumentos pedagógicos que podem ser inseridos;


• discutir os critérios de seleção de tutores;
• planejar o seminário de formação dos tutores;
• validar os municípios escolhidos, a escola como unidade de análise e planejar uma
comunicação oficial para todos os diretores;
• definir os critérios para escolha dos cursistas (professores e jovens);
• definir um sistema de monitoramento e avaliação único para todos os estados.

8.6.4. Material impresso e outras mídias

As IES serão responsáveis pela elaboração do material didático.Num total de 4 (quatro) apostilas
(módulos de 1 a 4 ), seu conteúdo e formatação são específicos para linguagem EaD e irão
relacionar teoria e prática de maneira integrada à plataforma utilizada. A linguagem e o projeto
gráfico foram concebidos para atrair e motivar o aluno e, na utilização de diferentes mídias, o
material permite interagir numa seqüência didática dos módulos.

Em relação a outras mídias, seu detalhamento e integração no curso se darão simultaneamente à


elaboração dos conteúdos e às possibilidades tecnológicas do ambiente virtual de aprendizagem.

As apostilas serão enviadas pelo correio para os tutores e estes farão a distribuição aos
participantes (professores da rede pública e membros dos Coletivos Jovens).

Além das apostilas, poderão ser distribuídas outras publicações da SECAD, aos tutores e às
bibliotecas das escolas envolvidas, como:
• Formando Com-Vida - Construindo Agenda 21 na Escola.
• Passo a Passo para a Conferência de Meio Ambiente na Escola: vivendo a diversidade na
escola.
• Mudanças ambientais globais.

Estas publicações serão complementares ao curso e servirão de referências bibliográficas para


trabalhar os conteúdos.

8.7. Referências

Brasil, Decreto N. 2.494, de 10 de fevereiro de 1998.

Mello. S. S. & Mendonça, P. R. Avaliação final das ações de educação ambiental na Floresta
Nacional dos Tapajós. Programa piloto para a proteção das florestas tropicais do Brasil.
Projeto de apoio ao manejo florestal sustentável na Amazônia – Promanejo Cooperação
técnica alemã – GTZ Componente IV/ IBAMA 2007.

Trajber R. & Sorrentino, M. Políticas de Educação Ambiental do Órgão Gestor Vamos cuidar do
Brasil : conceitos e práticas em educação ambiental. Coordenação: Soraia Silva de Mello,
Rachel Trajber. – Brasília: Ministério da Educação, Coordenação Geral de Educação
Ambiental: Ministério do Meio Ambiente, Diretoria de Educação Ambiental: UNESCO,
2007.

Wickert, M. L. S. o Futuro da Educação a Distância no Brasil. Pós-graduação em Educação a


Distância. CEAD/UnB. 2004

Universidade Aberta do Brasil - UAB. Disponível em: http://www.uab.mec.gov.br/cursopiloto.php.


Acesso em: 15 de outubro de 2007.

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

IX CURSO DE EDUCAÇÃO INTEGRAL E INTEGRADA

9.1. Apresentação

O Curso de Educação Integral e Integrada é um curso de formação continuada de professores de


educação básica, composto de dois ciclos de formação, com carga horária total de 220h. O ciclo
principal é composto de 180h e abrange a temática da educação integral e integrada. O ciclo
complementar opcional de 80h proporciona uma formação específica para os conteúdos e
instrumentos de políticas dos Programas Mais Educação e Programa Saúde na Escola, ambos
parte integrante da concepção de educação integral e integrada. Ofertado na modalidade a
distância por meio do sistema da Universidade Aberta do Brasil, o curso é semipresencial com
atividades desenvolvidas nos pólos de apoio presenciais da UAB, visa formar professores e
profissionais da educação capazes de compreender e implementar programas de educação
integral e integrada nas práticas pedagógicas das escolas de educação básica no País.

9.2. Contextualização

Um dos desafios contemporâneos da educação brasileira é a ampliação do tempo, dos territórios e


das oportunidades educacionais nas escolas para garantir e qualificar a aprendizagem dos alunos
na perspectiva da Educação Integral/Integrada. Neste sentido, as atividades para além das 4 horas
diárias previstas no ensino regular devem articular com o projeto pedagógico das escolas e
atender aos múltiplos aspectos da educação integral, tais como as ações complementares à
escola, ações comunitárias, arte e educação, esporte e educação, atendimento individualizado a
cada aluno, atendimento a crianças em situação de risco, entre outras.

A Constituição Federal (Art. 208, Art. 227 e Art. 228) assegura a obrigatoriedade do ensino
fundamental e gratuito e a Lei 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB),
determina a obrigatoriedade do ensino fundamental gratuito e o aumento progressivo da jornada
escolar para o regime de tempo integral (artigos 34 e 87): “A jornada escolar no ensino
fundamental incluirá pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo
progressivamente ampliado o período de permanência na escola. [...] § 2º. O ensino fundamental
será ministrado progressivamente em tempo integral, a critério dos sistemas de ensino”; ao mesmo
tempo que reconhece e valoriza iniciativas de instituições que desenvolvem, em conjunto com as
escolas, experiências extra-escolares (LDB, art. 3, item 10) e também o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA, julho de 1990) que enfatiza de forma exemplar o direito da criança e do
adolescente à proteção e desenvolvimento integral.

O ensino em dois turnos também integra as ações previstas no Plano de Desenvolvimento da


Educação (PDE), o qual prevê que a formação do estudante seja feita, além da escola, com a
participação da família e da comunidade. O PDE tem cerca de 30 ações, que se subdividem em
mais de 72 atividades, todas voltadas à melhoria da qualidade da educação básica.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou, em junho, a Lei nº 11.494/2007,
que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). O novo fundo atende toda a educação
básica, da creche ao ensino médio. Está em vigor desde janeiro de 2007 e se estenderá até 2021.
O Fundeb substitui o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do ensino fundamental e de
Valorização do Magistério (Fundef), que vigorou durante dez anos (1997-2006).

Esse Fundo garante um aporte de recursos para sistemas de ensino que implementem a educação
em tempo integral. Para o ensino fundamental em tempo integral, o sistema receberá 25% a mais
de recursos do que receberia para o ensino fundamental regular, e 30% a mais para o ensino
médio em tempo integral.

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

Outro marco legal para a implementação de ações no âmbito da educação integral encontra-se na
Portaria Normativa Interministerial nº 17 (abril, 2007), a qual instituiu o Programa Mais Educação
com o objetivo de fomentar a educação integral de crianças, adolescentes e jovens, por meio de
atividades articuladas ao projeto de aprendizagem desenvolvido pela escola nas áreas de
educação ambiental, esportes, cultura e lazer, congregando ações conjuntas dos ministérios da
Educação (MEC), Cultura (MinC), Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Esporte
(ME) e Ciência e Tecnologia (MCT).

No panorama internacional, pode-se dizer que, até o momento, não há um consenso formado em
torno do conceito e da noção de “educação integral”. A nomenclatura “educação integral” é pouco
utilizada para se referir a uma nova concepção educacional. Comumente utilizada por pensadores
(educadores, filósofos, psicólogos, sociólogos e antropólogos) de uma maneira generalizada, a
“educação integral” ora se refere à integração dos saberes em seus diferentes aspectos e
abordagens, destacando a questão política e social da educação, ora compreendendo as
concepções morais e filosóficas da integralidade holística do ser humano. A idéia de “integralidade”
na educação em seus aspectos políticos, sociais e culturais talvez seja a de maior influência nos
países da América Latina.

No Brasil, a formulação de uma concepção sobre a educação integral acontece desde o início do
século XX, como conseqüência de uma reestruturação da escola para responder aos desafios da
sociedade moderna e democrática. A esperada reformulação da escola está associada à
valorização de atividades e experiências voltadas para a reflexão sobre a estrutura política,
econômica e social de sua comunidade local e, ao mesmo tempo, cada vez mais globalizada. A
idéia de escola integral está intimamente associada à formulação de uma escola de tempo integral.
As primeiras propostas de escola de tempo integral foram aquelas de Anísio Teixeira e de outros
educadores de sua geração, especialmente nas décadas de 1950 e 1960. Na década de 1980 a
discussão em torno do tema é reacendida a partir da implantação dos CIEPs (Centros Integrados
de Educação Pública) no estado do Rio de Janeiro.

O conceito tradicional encontrado para a educação integral considera o sujeito em sua condição
multidimensional, não apenas na sua dimensão cognitiva, como também na compreensão de um
sujeito em sua dimensão biopsicossocial, isto é, que é um ser corpóreo e está inserido num
contexto de relações político-sociais e ambientais. A aprendizagem acontece ao longo de toda a
vida em diferentes contextos: na família, na escola, na cidade; em espaços formais e informais.
Falar sobre uma escola de tempo integral implica considerar a questão da variável tempo, com
relação à ampliação da jornada escolar, e a variável espaço, na perspectiva da relação da escola
com outras instituições, equipamentos públicos e políticas sociais para a construção de territórios
educadores para além dos muros escolares. No entanto, é preciso entender, também, que tempo e
espaços escolares devem ser pensados com novas oportunidades para a aprendizagem e a
reapropriação de espaços de sociabilidade e comunicação com a comunidade local, regional e
global.

Dessa forma, a educação integral também responde aos objetivos gerais da Educação para os
Direitos Humanos e Cidadania, estes voltados à melhoria da qualidade de ensino visando a
preparação dos jovens para a inclusão social e o respeito à diversidade e à democracia.

9.3. Objetivos

O curso objetiva formar gestores e professores do Ensino Básico nos pressupostos teóricos e
práticos da Educação integral/Integrada, alunos dos cursos de graduação e outros profissionais de
educação, para o desenvolvimento e implementação de programas de educação integral nas
escolas.

A formação visa:
• promover a discussão sobre Educação Integral/Integrada nos ambientes escolares;
• incorporar conteúdos de Educação Integral/Integrada nos currículos universitários;

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

• estimular as escolas e demais profissionais da educação para participar da construção de


estratégias pedagógicas e de gestão intersetorial para a implementação da Educação
Integral/Integrada;
• promover e estimular pesquisas e produção de novas tecnologias e materiais didáticos para a
implementação da Educação Integral/Integrada;
• preparar os profissionais da educação nos conteúdos e instrumentos de execução dos
Programas Mais Educação e Programa Saúde na Escola.

9.4. Público-Beneficiário

Preferencialmente, dez mil professores do Ensino Básico das redes públicas estaduais e
municipais atuando em 5.000 (cinco mil) escolas, 7.000 (sete mil) alunos de graduação na área de
educação, 2.000 (dois mil) gestores (municipais e estaduais) da área de educação e outras áreas
afins e 1.000 (um mil) profissionais da educação (diretores, coordenadores, agentes sociais não
governamentais, voluntários, etc.), perfazendo um total de 20.000 (vinte mil) alunos, e outros
públicos interessados.

As instituições públicas devem observar o princípio constitucional de gratuidade e de igualdade de


condições de acesso ao ensino (Art. 206, CF).

9.5. Abrangência

O curso pretende atingir, pelo menos, 2 (dois) professores de cada uma das 5.000 (cinco mil)
escolas da rede pública de ensino (estadual ou municipal) e, pelo menos, 3 (três) gestores das
áreas de educação, assistência social, esporte, cultura, planejamento e outras secretarias afins em
todas as regiões do País, com ênfase nas áreas de vulnerabilidade e baixo IDEB, os quais
respondam aos seguintes condições:
• escolas cujos entes federados tenham pactuado com o “Compromisso Todos pela Educação”;
• 40% do total das escolas devem estar localizadas na capital e 60% no interior, prioritariamente,
em municípios de baixo IDEB.
Todos os candidatos deverão ter algum acesso à internet banda larga, seja na própria escola, em
Pólos da Universidade Aberta do Brasil (UAB), Núcleos Tecnológicos de Educação (NTE) ou
Pontos de Cultura com computadores disponíveis para usuários da rede de ensino durante cerca
de 60 (sessenta) minutos/dia.

9.6. Estrutura do Curso

9.6.1. Metodologia

A metodologia será desenvolvida de forma semipresencial com encontros presenciais e a distância


a partir da interatividade do tutor com os cursistas, via internet, na plataforma Moodle. O curso terá
como portais de referência para o desenvolvimento das atividades, o portal da Rede de Educação
para a Diversidade e o portal do Professor. Os tutores acompanharão os cursistas que poderão
formar grupos de estudo a fim de facilitar a leitura, a compreensão e a elaboração de novos textos
de maneira virtual na Comunidade de Trabalho e Aprendizagem em Rede.

O curso estará disponível também offline via material impresso e multimídia. A metodologia do
curso contemplará o desenvolvimento de um percurso individual de aprendizagem, no qual o aluno
compõe a sua trajetória mediante opção pelos módulos da formação. Dessa forma, o aluno poderá
qualificar-se em nível de extensão (mínimo de 40h), aperfeiçoamento (mínimo de 180h) ou
especialização (360h ou mais).

9.6.2. Carga horária

O curso de educação integral e integrada está planejado para ter um total de 220 (duzentas e
vinte) horas, sendo que o ciclo obrigatório apresenta 180 (cento e oitenta) horas e o ciclo

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

complementar é composto por 2 (dois) módulos opcionais de 40 (quarenta) horas cada um, a
saber: Programa Mais Educação e o Programa Saúde na Escola.

O ciclo obrigatório está sub-dividido em 8 (oito) módulos de 20 a 36 horas de trabalho a distancia


ou presencial nos pólos de apoio presencial, que proporcionam uma formação em nível de
aperfeiçoamento. A implementação desse ciclo terá uma duração média de 6 meses, sugerindo-se
uma distribuição de 30 horas-aula/mês que resulta numa dedicação média de 60 minutos/dia.

O ciclo complementar é composto de dois módulos de formação, Programa Mais Educação e o


Programa Saúde na Escola. O módulo Programa Mais Educação está planejado para 40 horas de
carga-horária, sendo que 36 (trinta e seis) horas a distancia e 4 (quatro) horas presenciais.

A conclusão do módulo Programa Mais Educação deverá proporcionar uma certificação em nível
de extensão com carga-horária de 64 horas. (Ciclo Obrigatório, Módulo I, com 24h mais Ciclo
Complementar, Programa Mais Educação, 40h, totalizando 64h).

Recomenda-se que a implantação desse módulo ocorra durante três meses, com
aproximadamente 20 (vinte) horas mensais distribuídas em torno de 1 hora e 30 minutos/dia.

O módulo Programa Saúde na Escola está planejado para 40 (quarenta) horas, sendo que 32
(trinta e duas) horas deverão ser implementadas na modalidade presencial e 8(oito) horas na
modalidade a distância. Este módulo deverá ser implementado durante quatro dias consecutivos,
com aulas presenciais, seguidos de (8) oito horas para acompanhamento da formação durante até
duas semanas após a conclusão da parte presencial do módulo.

O curso deverá conferir um certificado de aperfeiçoamento em educação integral para participantes


portadores de diploma de ensino superior que completarem a carga horária total do curso (ciclo
obrigatório) de 180h, e certificados de extensão para participantes, com nível médio completo.

Além dessa certificação, os participantes que finalizarem apenas ciclo complementar de 40


(quarenta) horas acrescidas de mais 24 horas do 1º módulo do ciclo básico, completarão um total
de 64 (sessenta e quatro) horas e receberão um certificado de Extensão.

9.7. Módulos e Conteúdo

Os quadros a seguir apresentam a sugestão de distribuição de módulos, carga-horária e conteúdo


a ser trabalhado por ciclo:

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

Quadro 1 Estrutura do Curso


Ciclo Obrigatório

Módulo Carga Sub-Módulos


Horária

I - Conceitual: Educação Aberta e a 24 h/a 16 horas – Presenciais (EaD + E Integral)


Distância e Ferramenta Moodle
4 horas – Comunidades Virtuais

4 horas – A distância (Moodle)

II – Desenvolvimento da Educação 20 h/a 10 horas – Contextualização Histórica


Integral no Brasil
8 horas – Marcos Legais

2 horas – Avaliação on line

III - Educação Integral e Integrada: 20 h/a 10 horas – Educação Integral Conceitos e


Reflexões e Apontamentos Definições

8 horas – Experiências, Programas e


Políticas da Educação Básica Brasileira

2 horas – Avaliação on line

IV - Políticas Pedagógicas 20 h/a 10 horas – Educação Integral e a Escola

8 horas – Novos Saberes

2 horas – Avaliação on line

V - Políticas Públicas 20 h/a 10 horas – Gestão de Políticas Públicas e


Intersetorialidade

8 horas – Gestão compartilhada

2 horas – Avaliação on line

VI – A Escola e a Cidade 20 h/a 18 horas. – As possibilidades das Cidades


Educadoras

2 horas – Avaliação on line

VII - Educação Integral como Arranjo 20 h/a 10 horas – A Formação de Redes Sociais
Educativo Local em Função dos Processos Educativos

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

8 horas – Experiências Exitosas

2 horas – Avaliação on line

VIII – Projeto de Pesquisa 36 h/a 20 horas – Elaboração de Projetos de


P i
8 horas – Atendimento (orientação)
individual – Presencial

8 horas – Relatório – Avaliação Final do


Curso (Presencial)

TOTAL 180 h/a

Quadro 2 Estrutura do Curso


Ciclo Complementar

Módulo Carga Horária Sub-Módulos

Programa Mais Educação 40 h 36 horas – Apresentação do Programa Mais


Educação e os projetos e ações
interministeriais do Programa.
4 horas – Presenciais
Programa Saúde na Escola 40 h 32 horas – Apresentação do Programa
Saúde na Escola e os projetos e ações
interministeriais do Programa – (presencial)
8 horas – acompanhamento online

Os encontros presenciais locais serão realizados nos pólos da Universidade Aberta onde os
participantes se reunirão para a apresentação do curso, para a orientação de elaboração de
projetos de pesquisa nas escolas e/ou comunidades locais, para os Seminários Regionais dos
Programas Mais Educação e Saúde na Escola e também para a apresentação do relatório final
(Avaliação Final do Curso), quando será aplicado um questionário para verificar o grau de
satisfação e aceitabilidade do cursista em relação ao curso.

9.8. Construção dos conteúdos

Caberá a cada proponente a construção específica dos conteúdos de cada módulo. Para tanto, os
proponentes de três seminários: de desenvolvimento de conteúdos a distância, para o desenho
dos cursos para professores e gestores das redes de ensino (Rede de Formação para a
Diversidade) e de um seminário de capacitação de coordenadores para o curso a ser ofertado.

Uma vez elaborado o curso, as instituições de educação superior participantes do processo de


elaboração ofertarão o curso para atender a demanda de formação nos temas da diversidade.

A Descrição do curso que poderá ser ofertado com base na diretriz do curso proposto (com todos
os componentes curriculares, respectivos ementários e demais componentes pedagógicos do
curso), bem como a indicação do quantitativo de vagas a serem oferecidas. Caberá, também, um
cronograma completo de execução do curso proposto prevendo, em particular, as etapas de
aprovação interna na instituição de ensino, realização da seleção de alunos e início do curso.

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

9.9. Certificação

O módulo I do ciclo obrigatório é pré-requisito para todos os outros módulos da formação, pois é
módulo introdutório que se destina a apresentar o conceito de EAD, a ferramenta Moodle, a
Comunidade Virtual de Aprendizagem, e o programa dos cursos a serem desenvolvidos.

Curso de Extensão. Para que o cursista obtenha o certificado do curso no nível de Extensão,
deverá cursar os Módulo I do ciclo obrigatório (24h), mais outros módulos de no mínimo 40h
perfazendo um total de 64h, nesta não computado o tempo de estudo individual ou em grupo, sem
assistência docente.

Curso de Aperfeiçoamento. Para que o cursista obtenha o certificado do Curso no nível de


aperfeiçoamento poderá optar pelo ciclo obrigatório de 180 horas, sendo optativo a conclusão dos
módulos do ciclo complementar. O total mínimo de horas exigido será de 180 horas, nesta não
computado o tempo de estudo individual ou em grupo, sem assistência docente.

Serão realizados ao menos dois seminários nos pólos, onde os participantes se reunirão para a
avaliação do percurso do aluno, orientação para elaboração dos Projetos de Intervenção Local ou
Trabalho de Final de Curso e apresentação dos projetos, possibilitando, assim, troca de
informações entre os cursistas.

Curso de Especialização. Para o cursista que conclua o curso de Aperfeiçoamento e mais outros
módulos ou Cursos da Rede de Educação para a Diversidade, totalizando 360 horas e os
requisitos da legislação pertinente, poderá solicitar certificado de Especialização.

9.10. Referências

ALMEIDA, L.R.S. Pierre Bordieu: A transformação social no contexto de “A Reprodução”. INTER-


AÇÃO. Revista da Faculdade de Educação, Editora da UFG, Goiânia, v. 30, n. 1, p. 139-
155, 2005.

ALVES, Rubem, DIMENSTEIN, Gilberto. Fomos Maus Alunos. Campinas: Papirus, 2003.

ALVES, Rubem. Aprendiz de Mim: um Bairro Que Virou Escola. Campinas:Papirus, 2004.

ARENDT, H. A crise na educação. In: Entre o passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva, 1979.

ARROYO, Miguel G. O direito ao tempo de escola. Cadernos de Pesquisa, s.l., n. 65, p. 3-10,
1988.

ARROYO, Miguel G. Avaliação de programas de capacitação de profissionais para a educação


rural. In: Capacitação de profissionais da educação: perspectivas para avaliação. Belo
Horizonte: FAE/IRHJP, 1987

BOURDIEU, Pierre. A reprodução. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1992.

BOURDIEU, Pierre. Escritos de Educação. Petrópolis: Vozes, 1998.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Aqui é onde eu moro, aqui nós vivemos”. Brasília/DF: Programa
Nacional de Educação Ambiental/MMA, 2005.

BRAYNER, F.H.A. Ensaios de Crítica Pedagógica. Campinas: Autores Associados, 1995.

CAVALIERI, A. M. V. Educação Integral: uma nova identidade para a escola brasileira? Educação
e Sociedade, Campinas, v. 23, n. 81, p. 247-270, dez. 2002.

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

CAVALIERI, A. M. V. e COELHO, L. M. C. Educação Brasileira e(m) Tempo Integral. Petrópolis:


Vozes, 2002.

CHARLOT, Bernard. Da relação com o saber: Elementos para uma teoria. Porto Alegre: Artmed,
2000.

COELHO, L. M. Escola pública de horário integral. Revista Presença Pedagógica, maio/jun. 1997,
n. 15. Disponível em: <http://www.editoradimensao.com.br/revistas/revista15.htm>. Acesso
em: 20 fev. 2006.

COELHO, L. M. Escola pública de horário integral: um tempo (fundamental) para o ensino


fundamental. Disponível em: <http://www.educacaoonline.pro.br/>. Acesso em: 20 fev.
2006.

GONÇALVES, Sergio A. Reflexões sobre educação integral e escola de tempo integral. Disponível
em: www.unirio.br/cch/neephi/reflexões_sobre_educação_integra1.htm - 96k -. Acessado
em 28 de agosto de 2007.

GUARÁ, I. Educação integral. Articulação de projetos e espaços de aprendizagem.


2005. Disponível em: <http://www.cenpec.org.br/modules/xt_conteudo/index.php?id=46>. Acesso
em: fev. 2006.

MOLL, Jaqueline. Histórias de Vida, História de Escola: Elementos para uma pedagoia das
cidades. Petrópolis:Vozes, 2000.

MOLL, Jaqueline. A Cidade Educadora como possibilidade – apontamentos. TOLEDO, Leslie;


FLORES, Maria Luiza r.; CONZATTI, Marli (Orgs). A Cidade Educadora: A experiência de
Porto Alegre, São Paulo: Cortez, 2004

MOLL, Jaqueline. (org.) Múltiplos alfabetismos: diálogos com a escola pública na formação de
professores. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2005

MORIN, Edgar. Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro, São Paulo: Editora Cortez,
2000.

NUNES, C. Anísio Teixeira: a poesia da ação. Revista Brasileira de Educação, São Paulo, n. 16, p.
5-18, abr. 2001.

SEMINÁRIO NACIONAL TECENDO REDES PARA EDUCAÇÃO INTEGRAL/CENPEC – Centro de


Estudos em Educação, Cultura e Ação Comunitária. São Paulo, 2006.

TEIXEIRA, Anísio. Educação não é privilégio. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Brasília,
v.70, n.166, 1989.

TRILLA, J.. La educación fuera de la escuela: Ámbitos no formales y educación social Barcelona:
Ariel, 1993.

UAB - Universidade Aberta do Brasil. Disponível em:


http://www.uab.mec.gov.br/cursopiloto.php. Acesso em: 15 de outubro de 2007.

WICKERT, M. L. S. o Futuro da Educação a Distãncia no Brasil. Pós graduação em Educação a


Distância. CEAD/UnB. 2004

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

X CURSO DE GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA

10.1. Apresentação

O Curso de Gênero e Diversidade na Escola foi ofertado em um projeto piloto em 2006, resultado
de uma articulação entre diversos ministérios (Secretaria Especial de Políticas para Mulheres,
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e o Ministério da Educação), o
British Council (órgão do Reino Unido atuante na área de Direitos Humanos, Educação e Cultura) e
o Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (CLAM/IMS/UERJ).

O Ministério da Educação está recebendo propostas de instituições para a oferta de novas turmas
para o Curso de Gênero e Diversidade na Escola. O material do curso está disponível no sítio
eletrônico < http://www.presidencia.gov.br/spmulheres/ >

O curso apresenta uma carga horária de 180h distribuída em cinco módulos. Para efeito de
determinação de carga-horária, o Módulo I equivale a 25 horas-aula; os Módulos II, III e IV, a 30
horas-aula cada; e o Módulo V a 25 horas-aula. Além do total dessas 140 horas aula on-line, serão
considerandos também 40 horas de atividades presenciais, que serão desenvolvidas em três
etapas. Os módulos, com exceção do último são subdivididos em unidades.

10.2. Contextualização

A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres - PR e o Ministério da Educação através das


Secretarias de Educação a Distância e a Secretaria de Educação Continuada Alfabetização e
Diversidade têm como principal objetivo ao apresentar o curso Gênero e Diversidade na Escola
oferecer aos educadores e às educadoras da rede pública do Ensino Básico uma noção de
respeito e valorização da diversidade, que conduza ao respeito aos direitos humanos. A escolha
dos temas específicos a serem trabalhados - gênero, orientação sexual e relações étnico-raciais,
bem como a decisão de seu tratamento conjunto, parte do entendimento de que os fenômenos se
relacionam de maneira complexa, e que é necessária a formação de profissionais de educação
preparados/as para lidar com esta complexidade e com novas formas de vivências culturais. De
modo mais geral, as metas que orientam este curso estão expressas nos seguintes documentos:
i. Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial, de 2003.
ii. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (Lei 9.294, de 20 de dezembro
de 1996), em específico seu artigo 26-A, que determina a obrigatoriedade do ensino da
História e Cultura Afro-brasileira e Africana nos currículos da Educação Básica (Lei
10.639, de 09 de janeiro de 2003);
iii. Plano Nacional de Política para as Mulheres.
iv. Programa Brasil sem Homofobia, Programa de Combate à Violência e à Discriminação
contra GLTTB e Promoção da Cidadania Homossexual, de março de 2004.

O Ministério da Educação e a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, parceiros neste


projeto atuam também em parceria com estados, municípios e a sociedade civil na implementação
de políticas públicas em educação para:
• a valorização da diversidade étnico-racial e o combate ao racismo;
• a promoção da eqüidade de gênero;
• o combate a qualquer forma de discriminação social.

A oferta do curso enquadra-se numa ação de política pública mais geral, neste caso, voltada para
a formação de professores de Educação Básica. Com esta ação, as Secretarias envolvidas
atendem ao que estabelece a Constituição Federal em seus artigos 1º, 3°, 4º e 5º.

Além do que é determinado constitucionalmente, o Brasil é signatário de inúmeras declarações


internacionais, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, da Declaração e do
Programa de Ação da Conferência Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

Discriminações Correlatas (Durban, África do Sul, 8/9/2001) da Convenção sobre a Eliminação de


Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher – CEDAW, entre outras.

Todos estes documentos partem da concepção de que não bastam normas que visem à garantia
de direitos sem que haja a educação das pessoas para isso, a formação em valores e conceitos.
Portanto, definem ações necessárias no campo da educação formal e informal. A promoção de
políticas educacionais públicas de enfrentamento ao preconceito e à discriminação demanda, de
um lado, medidas de ampliação do acesso e melhoria da qualidade do atendimento aos grupos
historicamente discriminados – negros, indígenas, mulheres, homossexuais, entre outros. De outro,
são necessárias ações que visem educar a sociedade para o respeito e a valorização da
diversidade e para o combate à discriminação.

Historicamente, tanto a formação acadêmica como a formação de educadores/as em exercício não


têm incorporado a diversidade, tampouco contemplado o debate dos temas. Ao participarem deste
curso de formação nas temáticas de gênero, relações étnico-raciais e orientação sexual, os/as
profissionais obterão instrumentos para refletir a respeito desses temas e incorporar em suas
práticas pedagógicas ações que também levem a comunidade escolar a uma reflexão a cerca da
diversidade, bem como constituir possibilidades para o enfrentamento da discriminação.

Nos últimos anos, o Estado brasileiro tem promovido uma série de medidas visando ao
enfrentamento, por meio da educação, de todas as formas de discriminação e à constituição de
uma cultura dos direitos humanos. Educar para a diversidade não significa apenas reconhecer as
diferenças, mas refletir sobre as relações e os direitos de todos/as.

A escola é o espaço sócio cultural em que as diferentes identidades se encontram, se constituem,


se formam e se produzem, portanto, é um dos lugares mais importantes para se educar com vias
ao respeito à diferença. Daí a importância de se formarem professores e professoras,
orientadores/as pedagógicos/as, gestores/as e demais profissionais da educação básica quanto
aos conteúdos específicos das relações de gênero, étnico-raciais e da diversidade de orientação-
sexual, para que saibam trabalhar com seus alunos e alunas o tema da diversidade em suas
variadas formas e transversalmente.

No ano de 2006 o Governo Federal ofereceu o curso Gênero e Diversidade em um projeto piloto,
resultado de uma articulação entre diversos ministérios (Secretaria Especial de Políticas para
Mulheres, Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e o Ministério da
Educação), o British Council (órgão do Reino Unido atuante na área de Direitos Humanos,
Educação e Cultura) e o Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos
(CLAM/IMS/UERJ).

Do projeto piloto participaram seis municípios: Niterói e Nova Iguaçu – RJ, Maringá – PR,
Dourados – MS, Porto Velho – RO e Salvador – BA, municípios que foram selecionadas
obedecendo a diversos critérios como: territorialidade, municípios com diferentes perfis, tamanhos
e localização. Foi considerada também a articulação político-institucional previamente existente
com agentes locais, tanto do poder público como da sociedade civil, coordenadorias de mulheres e
organismos executivos de promoção da igualdade racial.

Participaram do curso 1.200 profissionais de educação, sendo duzentos em cada município. Além
de professores/as também participaram gestores/as, equipes diretivas da escola, orientação e
coordenação pedagógica.

Os/as professores/as on-line ou tutores foram selecionados/as entre profissionais com bom
domínio prévio na área de conhecimento dos módulos e com alguma familiaridade com as
tecnologias de trabalho virtual. Foram convocados pós-graduandos/as e/ou pós-graduados/as nas
áreas afins de conhecimento. A tutoria recebeu uma capacitação realizada em duas etapas: uma
presencial e uma à distância sendo esta última com a utilização do ambiente e-Proinfo, ambiente
também utilizado para a realização do curso Gênero e Diversidade na Escola.

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

A coordenação acadêmica foi realizada pelo Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos


Humanos - CLAM/UERJ

10.3. Público-Beneficiário

• Professores e outros profissionais dos sistemas de ensino, e outros públicos interessados.

As instituições públicas devem observar o princípio constitucional de gratuidade e de igualdade de


condições de acesso ao ensino (Art. 206, CF).

10.4. Objetivos

• Realizar uma formação continuada em Gênero Raça/Etnia e Orientação Sexual para


professores/as da Educação Básica e outros profissionais de educação.

O curso visa também:


• Contribuir para a promoção da inclusão digital através de conteúdos transformadores das
culturas discriminatórias de gênero, racial étnica e de orientação sexual no país.
• Desenvolver a capacidade dos/as professores/as da Educação Básica da rede pública de
compreender e posicionar-se diante das transformações políticas, econômicas e socioculturais que
requerem o reconhecimento e o respeito à diversidade sociocultural do povo brasileiro e dos povos
de todo o mundo – o reconhecimento de que negros e negras, índios e índias, mulheres e
homossexuais, dentre outros grupos discriminados, devem ser respeitados/as em suas
identidades, diferenças e especificidades, porque tal respeito é um direito social inalienável.
• Contribuir para a formação de profissionais em educação, em especial professores/as da
Educação Básica, capazes de produzir e estimular a produção dos alunos e de alunas nas
diferentes situações do cotidiano escolar, de forma articulada à proposta pedagógica e a uma
concepção interacionista de aprendizagem.
• Elaborar propostas concretas para utilização dos acervos culturais existentes nos diferentes
contextos escolares no desenvolvimento de atividades curriculares nas diferentes áreas do
conhecimento;
• Desenvolver estratégias de formação do/a professor/a pesquisador/a, de autoria e de leitura
crítica no aproveitamento dos diferentes recursos pedagógicos, das diferentes mídias.
• Incentivar a produção de materiais didáticos de apoio pelos próprios alunos/as dos cursos e o
intercâmbio de tais materiais e experiências bem sucedidas, (bem como dificuldades enfrentadas)
entre os cursistas.

10.5. Estrutura do Curso

10.5.1. Carga Horária

O curso está desenvolvido para 180 horas sendo dividido em cinco módulos. Para efeito de
determinação de carga-horária, o Módulo I equivale a 25 horas-aula; os Módulos II, III e IV, a 30
horas-aula cada; e o Módulo V a 25 horas-aula. Além do total dessas 140 horas aula on-line, serão
considerandos também 40 horas de atividades presenciais, que serão desenvolvidas em três
etapas. Os módulos, com exceção do último são subdivididos em unidades.

10.5.2. Organização dos módulos

O curso Gênero e Diversidade na Escola foi desenvolvido de modo a permitir o debate transversal
sobre as temáticas de gênero, sexualidade e orientação sexual e relações étnico-raciais. Para
tanto, foi estruturado em cinco módulos, quatro deles temáticos.O primeiro faz concomitantemente
a iniciação na metodologia de aprendizagem a distância e a iniciação no tema. Importa observar
aqui a intenção de promover o debate articulado dos diversos fenômenos estudados – a
discriminação de gênero, étnico-racial e por orientação sexual. A correlação entre os assuntos,

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

feita no texto, foi facilitada por meio de referências textuais e hyperlinks, permitindo que o/a
cursista transitasse entre os temas.

O curso foi estruturado nos Módulos e Unidades a seguir destacadas:

Módulo Sub-Módulos/Conteúdos

UNIDADE 1: ORIENTAÇÕES
• Projeto
• Metodologia
• Cronograma
• Avaliação
• Ambiente e-ProInfo
Módulo 1 - Abertura UNIDADE 2: DIVERSIDADE
• Apresentação
• Uma definição de cultura
• A diversidade cultural
• Etnocentrismo, estereótipo e preconceito
• Dinâmica cultural e respeito e valorização da diversidade
• O ambiente escolar em face dos temas tratados
UNIDADE 1: GÊNERO: UM CONCEITO IMPORTANTE PARA O CONHECIMENTO DO MUNDO
SOCIAL
• Apropriação cultural da diferença sexual
• Importância da socialização na família e na escola
• Construção social da identidade adolescente/juvenil e suas marcas de gênero
• Diferenças de gênero na organização social da vida pública e privada
UNIDADE 2: A IMPORTÂNCIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NA LUTA CONTRA AS
DESIGUALDADES DE GÊNERO
• Discriminação de gênero no contexto da desigualdade social e étnico-racial
• A importância dos movimentos sociais
• A contribuição dos estudos de gênero
Módulo 2 - Gênero
• A permanência da violência de gênero
• Participação feminina no mercado de trabalho: indicador preciso da desigualdade de
gênero

UNIDADE 3: GÊNERO NO COTIDIANO ESCOLAR


• Escola como espaço de eqüidade de gênero
• O gênero na docência
• Diferenças de gênero no cotidiano escolar
• Sucesso e fracasso escolar através de um enfoque de gênero
• Práticas esportivas construindo o gênero
• Gênero no currículo escolar

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

UNIDADE 1: SEXUALIDADE: DIMENSÃO CONCEITUAL, DIVERSIDADE, DISCRIMINAÇÃO


• Sexualidade, sociedade e política
• A noção moderna de sexualidade
• O corpo e a sexualidade
• Identidade de gênero e orientação sexual
• Orientação sexual: desejos, comportamentos e identidades sexuais
• O combate à discriminação sexual
UNIDADE 2: SAÚDE, SEXUALIDADE E REPRODUÇÂO
• As experiências e as visões dos/as jovens sobre saúde, sexualidade e temas afins,
como diversidade sexual, direitos sexuais e reprodutivos, gravidez, desejo, prazer,
Módulo 3 Sexualidade e afeto, Aids e drogas, a partir do recorte de gênero, étnico-racial e de classe.
Orientação Sexual • Os limites e as possibilidades das propostas educativas no âmbito escolar focadas na
saúde, na reprodução e na sexualidade
• A importância de ações conjuntas de diferentes instituições do governo, de empresas e
da sociedade civil na construção de ações educativas e assistenciais relativas à saúde,
à sexualidade e à reprodução

UNIDADE 3: SEXUALIDADE NO COTIDIANO ESCOLAR


• Diversidade sexual na escola
• Controle sobre o gênero e a sexualidade a partir de jogos e brincadeiras
• Espaços formais de educação sexual na escola
• Diferentes fontes de informação sobre sexualidade

UNIDADE 1: NOÇÕES DE RAÇA, RACISMO E ETNICIDADE


• Os conceitos de raça, racismo e etnicidade
• Sistemas de classificação de cor e raça em uma perspectiva comparada: as diferenças
nas classificações raciais entre Brasil e Estados Unidos
• A relação entre as classificações raciais e as formas de racismo
• A inter-relação entre raça, sexualidade, etnia e gênero
UNIDADE 2: DESIGUALDADE RACIAL
• Raça, gênero e desigualdades: alguns dados
Módulo 4 Relações
Étnico-Raciais
• As especificidades da desigualdade étnico-racial no cenário das desigualdades no
Brasil
• Estereótipos, preconceito e discriminação racial
UNIDADE 3: IGUALDADE ÉTNICO-RACIAL TAMBÉM SE APRENDE NA ESCOLA
• “Escola Sem Cor” em um país de diferentes raças e etnias
• Estereótipos e preconceitos étnico-raciais no currículo escolar
• Do combate ao racismo à promoção da igualdade étnico-racial
• O que muda com a Lei n° 10.639/2003
• As Diretrizes Curriculares para a educação das relações étnico-raciais

• Elaboração do Memorial
Módulo 5 Avaliação • Produção e apresentação do trabalho final
• Realização da auto-avaliação

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XI CURSO DE FORMAÇÃO DE TUTORES

11.1. Apresentação

O Curso Formação de Tutores: Orientação Pedagógica em Educação a Distância faz parte do


Programa Anual de Capacitação Continuada do Sistema UAB e será coordenado pela
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. É um curso de formação
continuada de profissionais de educação básica, na modalidade de Curso de Extensão, com carga
horária de 40h, para profissionais da educação que queiram atuar na educação a distância, na
função de tutores ou coordenadores de cursos. O objetivo do curso é proporcionar o
desenvolvimento das habilidades associadas à função de tutoria, tais como, familiaridade com as
ferramentas tecnológicas, habilidades de motivação e desenvolvimento de trabalho asincrônico, via
chats, acompanhamento de cursistas a distância e supervisão do desenvolvimento do trabalho do
curso.

11.2. Contextualização

A implementação de programas federais demanda formação específica de profissionais da


educação a nível estadual e municipal em todo o País. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, nº 9.394/96 (LDB) ao estabelecer que no prazo máximo de dez anos "somente serão
admitidos professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço"
(art.87, parágrafo 4º), e posteriormente o Plano Nacional de Educação (PNE) indicam a
necessidade de formação também de professores para possibilitar o atendimento das metas do
plano. Resposta à enorme demanda de formação só poderá ser oportunizada com a utilização de
tecnologias educacionais e formação na modalidade a distância.

Desta forma, faz-se necessário a formação de corpo de profissionais com habilidades específicas
da Educação à Distância (EAD) para atuarem como tutores e coordenadores de cursos,
contribuindo, também, para o próprio desenvolvimento educacional, social e político desses
profissionais que poderão atuar com qualidade nas formações na modalidade de EAD.

Face à demanda e à preocupação, não somente com o aspecto quantitativo, mas, principalmente,
com o aspecto qualitativo dessa formação, evidencia-se a necessidade de ampliação dessa
iniciativa, elaborando-se projetos para a criação de cursos que sejam oferecidos na modalidade de
Educação à Distância (EAD). A EAD amplia a dimensão espaço - temporal do ensino presencial,
possibilitando que mais pessoas tenham acesso ao ensino superior público e à formação
continuada, importante, formação para a atualização dos professores e profissionais de gestão em
exercício.

11.3. Objetivos

O Curso Formação de Tutores: Orientação Pedagógica em Educação a Distância tem como


objetivo principal a formação continuada de profissionais da educação para atuarem como tutores
de cursos de EAD e criar condições para a ampliação de formação continuada a nível nacional por
meio do Sistema Universidade Aberta do Brasil.

Essa formação visa:


• Promover a discussão acerca das especificidades da EAD, de seus modelos de gestão e
aprendizagem;
• Discutir a atividade de tutoria e a formação e consolidação de comunidades virtuais;
• Criar uma comunidade virtual para troca de experiências de tutores da Rede de Educação para
a Diversidade

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

11.4. Público-Beneficiário

Preferencialmente, professores e técnicos em assuntos educacionais, coordenadores de pólos,


tutores presenciais e a distância, participantes do Sistema UAB, e outros públicos interessados.

As instituições públicas devem observar o princípio constitucional de gratuidade e de igualdade de


condições de acesso ao ensino (Art. 206, CF).

11.5. Estrutura do Curso

11.5.1. Metodologia

Os conteúdos das disciplinas estarão disponíveis aos alunos no sitio da Rede de Educação para a
Diversidade. O curso deve possibilitar aos cursistas uma preparação básica para atuarem como
tutores em EAD. O curso será acompanhado por uma coordenação pedagógica, tutores na
proporção de 1 para cada 25 alunos, e supervisor da ferramenta online. Durante o curso haverá
encontros presenciais, para que os alunos possam tirar dúvidas diretamente com o professor da
disciplina, para realização das avaliações presenciais e um seminário final, para a socialização dos
trabalhos de conclusão do curso.

Para a realização do curso serão preparados ambientes virtuais onde serão previstas a realização
de atividades síncronas e assíncronas, assim como serão disponibilizadas informações pertinentes
ao curso, literatura para aprofundamento entre outros e atendendo as especificidades de cada
disciplina.

A coordenação pedagógica do curso orientará os professores e alunos para que o material


disponibilizado na página atenda, da melhor forma, os requisitos para uma pedagogia de um
trabalho a distância através da Internet. Também caberá ao Coordenador manter intercâmbio com
os alunos e professores, de modo a avaliar continuamente o curso.

Os tutores colaborarão para que as atividades propostas pelos professores sejam realizadas e
também subsidiarão os professores no que se refere às dificuldades encontradas pelos alunos no
decorrer da disciplina. Eles colaborarão para que os alunos tirar dúvidas sobre a navegação no
ambiente do curso e colaborarão com a equipe de desenvolvimento tecnológico no que diz respeito
a problemas de navegação e/ou acesso que porventura surgirem durante a realização do curso.

Os tutores deverão ser Especialistas em Orientação Pedagógica em EAD ou Mestrando em


Educação. O professor receberá da coordenação pedagógica do curso as orientações necessárias
para elaborar seus seminários, bem como sobre a dinâmica do curso e sobre as possibilidades
pedagógicas que o ambiente oferece.

As avaliações serão realizadas de acordo com os Planos de Ensino de cada um dos professores
responsáveis pelas disciplinas. Estes serão submetidos á aprovação do Colegiado do Curso de
acordo com as normas vigentes na IES e deverão atender aos critérios de no mínimo uma
avaliação presencial e cada professor deverá apresentar, no Plano, estratégia para recuperação
dos conteúdos por parte dos alunos que não conseguiram acompanhar as atividades de acordo
com o cronograma, base, fixado para o Curso.

Os tutores, assim como a secretaria do Curso, subsidiarão a coordenação pedagógica do curso no


sentido de informar continuamente a situação dos alunos visando uma ação para que se evite a
evasão.

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

11.5.2. Carga-horária

O Curso de Formação de Tutores: Orientação Pedagógica em Educação a Distância será


organizado em 5 (cinco) unidades de 8h perfazendo um total de 40h de formação.

11.5.3. Módulos e Conteúdo

O Curso está organizado nas seguintes unidades: 1 - Gestão e Processos de Aprendizagem e


Avaliação em EAD (8h); 2 – Produção de Material Didático e o uso das Mídias em EAD (8h); 3 –
Construção de Comunidades Virtuais na EAD (8h); 4 - Tutoria em Educação a Distância (8h); 5 –
Prática de Tutoria (8h), perfazendo um total de 40h de formação.

Carga-
Curso Conteúdo
horária

Gestão e Processos de Aprendizagem e Avaliação em EAD


Política de educação a distância no Brasil, a construção de
projetos, como espaço político de aprendizagem, e seu
gerenciamento.
8h
Processos de aprendizagem por meio da utilização das
tecnologias de comunicação e informação. Ação pedagógica
e duas determinações. Avaliação na modalidade a distância:
tendências teórico-metodológicas.

Produção de Material Didático e o uso das Mídias em EAD


Tecnologias de comunicação, suas possibilidades para o
8h processo ensino-aprendizagem, e a produção e avaliação de
Módulo material didático para EAD.
Formação de Tutores EAD Objetos de aprendizagem: conceitos e possibilidades.

Construção de Comunidades Virtuais na EAD


Liderança e participação na construção de comunidades
8h virtuais de EAD.
Gestão de comunidades virtuais, questões éticas e de
direitos autorais.

Tutoria em Educação a Distância


8h A mediação pedagógica entre o professor e o aluno da
Educação a Distância.

8h Trabalho Final de Curso


Relatório de Prática de Tutoria

Total 40h

11.5.4. Material Didático Impresso e outras mídias

As IES elaboração material didático para o curso. O material proposto será composto de 1 (uma)
apostila (unidades 1 a 5). Seu conteúdo e formatação deverão ser específicos para linguagem EaD
e relacionar teoria e prática de maneira integrada à plataforma utilizada. A linguagem e o projeto
gráfico deverão ser concebidos para atrair e motivar os cursistas na utilização de diferentes mídias,
seguindo o padrão da Rede de Educação para a Diversidade. Em relação a outras mídias, o
material deve integrar os recursos das tecnologias educacionais (imagens, sons, clips, etc).

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