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Apendicite aguda

INTRODUÇÃO: Apendicite é definida como um processo


inflamatório agudo e purulento, decorrente na maioria das vezes
da dificuldade de drenagem do conteúdo apendicular, com
aumento de volume do apêndice vermiforme e alterações
circulatórias (isquemia). Ë a causa mais comum de abdômen
agudo cirúrgico.

OBJETIVO: dissertar sobre apendicite aguda.

RESULTADOS: Apesar dos avanços tecnológicos em exames


complementares, a história clínica e o exame físico são as
principais armas para se fazer o diagnóstico. Assim, muitas
vezes, exames complementares são solicitados para excluir a
possibilidade de estarmos de frente a uma outra doença. Além
do mais, é possível existir pacientes com apendicite aguda
detentores de uma propedêutica laboratorial e imagenológica
normais. O paciente normalmente relata dor de início no
epigástrio, de pequena intensidade, associada a náuseas,
vômitos, febre. Com o passar do tempo, ela irá se localizar na
fossa ilíaca direita, evidenciando um quadro de irritação
peritonial. Ao exame físico observa-se hiperestesia cutânea,
defesa muscular involuntária e a prova de descompressão súbita
fica evidente se existe acometimento do peritônio parietal.
CONCLUSÃO: Após um diagnóstico precoce, mostra-se
necessário um tratamento oportuno no qual a apendicectomia
mostra-se de escolha.

Descritores: Apendicite. Cirurgia. Abdome agudo.

causas exógenas -etiologia

Intoxicação pelo chumbo

A intoxicação pelo chumbo (Saturnismo) se faz por maneira crônica por inalação,
contato, ou por via digestiva, sendo mais comum a primeira forma. Esta moléstia é
relativamente freqüente na industria automobilística, de tintas e baterias para
automóveis. O quadro clínico é caracterizado por anemia, por dores abdominais em
cólicas, náuseas e vômitos, às vezes astenia e surtos diarréicos. Nas crises agudas
a palpação superficial e profunda do abdome é extremamente, embora existam
sinais de irritação peritoneal. Os ruídos hidroaéreos podem estar aumentados. O
exame físico geral revela palidez cutâneo mucosa, ausência de febre, tendência a
hipertensão arterial e presença de linha azul de Burton nas gengivas. O quadro
clínico lembra abdome agudo obstrutivo alto, desde que não se encontre distensão
abdominal, e o vômito é precoce e abundante. O diagnóstico exato pode ser obtido
dentro de dias, já que as dosagens de chumbo no sangue (acima de 0,08mg/100ml
é indicativo de intoxicação) e de clorprofirina III na urina demandam alguns dias.
Assim, apenas uma boa anamnese, principalmente sob o ponto de vista
profissional, pode permitir uma suspeita diagnóstica correta. O tratamento da fase
aguda, principalmente das cólicas, se faz com antiespamódios aos quais se pode
associar gluconato de cálcio por via endovenosa.
Intervenções de enfermagem

Sem culpa diagnosticada os cuidados de enfermagem são limitados, uma vez q depende da
avaliação médica. Podendo, portanto, se limitarem a facilitar a pessoa nas tarefas da vida
diária, realizar recordação e orientações porquê repouso e ingesta de líquidos. Mas o médico
pode realizar cirurgia, laparotomia investigadora, e deslindar a culpa, logo os cuidados de
enfermagem serão aos curativos da feriad com certeza , seguir as orientações médica; cada
paciente tem uma determinada caracteristica e não existe uma regra universal para cuidados
de enfermagem, bom censo, originalidade , ajuda muito na hora de elaborar cuidados: se
voce já chegou ao diagnostico de abdomem agudo, é porque o paciente já passou pelo
medico.

Doença de Crohn
Doença de Crohn
Aviso médico
Classificação e recursos externos

A Doença de Crohn pode afectar o íleo, o cólon, ou ambos (ileocólon).


A doença de Crohn é uma doença crónica inflamatória intestinal, que atinge
geralmente o íleo e o cólon (mas pode afectar qualquer parte do tracto gastrointestinal).
Muitos danos são causados por células imunológicas que atacam uma ou mais partes
dos tecidos do tubo digestivo, mas não há certeza de etiologia autoimune. Os sintomas e
tratamentos dependem do doente, mas é comum haver dor abdominal, diarreia, perda de
peso e febre. Actualmente não há cura para esta doença, no entanto os tratamentos
permitem alívio dos sintomas e melhoria de qualidade de vida.

A doença de Crohn é uma das principais doenças inflamatórias intestinais. A outra é a


colite ulcerosa, que difere em vários detalhes. Muitos acreditam que a doença de Crohn
e a Colite ulcerosa são duas manifestações extremas de um mesma patologia intestinal
subjacente.

Índice
• 1 Epidemiologia
• 2 Etiologia
• 3 Sintomas
• 4 Diagnóstico
• 5 Tratamento e dieta
• 6 Prognóstico

Epidemiologia
A doença existe no mundo todo, porem com grandes variações regionais de prevalência.
É mais comum em caucasianos, sendo mais frequente na Inglaterra, EUA e países
escandinavos. Nos EUA, é mais comum nos judeus do que nos não-judeus. Ocorre em
qualquer idade, sendo mais prevalente de 20 a 40 anos e ligeiramente mais comum no
sexo feminino. Estudos epidemiológicos bem conduzidos mostram aumento de sua
incidência nos últimos anos, o que não pode ser atribuído apenas ao aprimoramento dos
meios de diagnóstico. A prevalência da doença nos EUA é de 7 casos por 100.000
indivíduos, na Europa, na África do Sul e na Austrália a prevalência encontra-se em
torno de 0,9-3,1 casos por 100.000 indivíduos, e na América do Sul e na Ásia a
prevalência encontra-se em torno de 0,5-0,8 casos por 100.000 indivíduos.

Etiologia
A etiologia é ainda oficialmente desconhecida. No entanto supõe-se que seja resultado
de hiperactividade intestinal do sistema imunitário digestivo por acção de factores
ambientais com tendência genética.

Julga-se que esse factor ambiental será provavelmente um vírus ou bactéria que
desencadeia uma reacção inflamatória descontrolada e inapropriada nas paredes do
intestino, que se torna depois independente do agente inicial. A doença cursa com
formação de granulomas, uma forma de defesa especifica do sistema imunitário contra
algumas bactérias intracelulares ou fungos. Uma teoria que tem sido suportada em
alguns estudos ultimamente é a de que o agente desencadeador seja o Mycobacterium
avium-complexo. Contudo é importante frisar que apesar de possivelmente
desencadeada por um agente infeccioso, a doença é devida a uma desregulação das
defesas do próprio indivíduo devido a factores genéticos (alguns genes do MHC) e não
será causada pelo micróbio. Em individuos sem essa susceptibilidade, esse
microorganismo nunca causa a doença.

Mas alguns fatores predisponentes estariam associadas: Tabagismo, Fatores


Ambientais, Fatores Alimentares, Infecções Pré-Existentes e Hereditariedade. Estuda-
se também uma possível relação entre a doença e fatores de fundo psicológico (já que o
indivíduo possui o problema, mas pode manifestá-lo ou não).

Sintomas
A doença afecta qualquer porção do tracto gastrointestinal, mas é mais comum no íleo
terminal e colon. Aí ocorre formação de granulomas e inflamação em sectores distintos,
intercalados de forma bem delimitada por outros completamente saudáveis (ao contrário
das lesões difusas na colite ulcerosa-CI).

Imagem de endoscopia mostrando um cólon com úlcera serpiginosa, um achado


clássico da doença de Crohn

A doença progride com alguns períodos sintomáticos interrompidos por outros sem
sintomas. Pode progredir continuamente com deterioração das lesões, ou ser não
progressiva, com regeneração das regiões atingidas entre as crises. Metade dos doentes
apresenta lesões em ambos ileo e colon, enquanto 25% apresentam-nas limitadas ao
colon.

Os sintomas mais comuns são diarreia e dor abdominal, geralmente à volta do umbigo
na região mais baixa à direita (muitas vezes confundida com a apendicite),
acompanhada de náuseas e vómitos acompanhados de febre moderada, sensação de
distensão abdominal piorada com as refeições, perda de apetite e peso (podem provocar
atraso de desenvolvimento e problemas de crescimento em adolescentes), mal-estar
geral e cansaço. Nas fezes pode haver eliminação de sangue, muco ou pus. Outras crises
que poderão aparecer, apesar de serem raras, são crises respiratórias em que a pessoa
esta sempre com ataques violentos de tosse, principalmente durante a noite. A pessoa
não consegue dormir deitada e com a força da tosse, por vezes vomita e fica com faltas
de ar pouco prolongadas. Este episódio costuma demorar sensivelmente uma semana,
dependendo dos casos.

Em alguns casos pode haver aftas, artralgias, eritema nodoso, inflamação nos olhos
(conjuntivite secundária), problemas nos vasos sanguíneos (tromboses ou embolias) e
deficiência de ferro, vitamina B12 e ácido fólico.

As complicações são possiveis com a repetição das crises: artralgias ou artrite, em


alguns casos, abcessos e fístulas (comunicações anormais que facilitam infecções),
obstruções intestinais (devido à inflamação ou aderências de partes inflamadas dos
intestinos e à fibrosação durante as cicatrizações), cálculos vesiculares (devido a má
reabsorsão intestinal dos sais biliares). São ainda comuns as fissuras e abcessos anais.

Menos frequentemente, pode ocorrer sangramento, perfuração intestinal com peritonite.


O cancro do colon é raro ao contrário do que ocorre na Colite ulcerosa.

Como dito acima, estudam-se fatores de ativação que levam à manifestação da doença.
Há indivíduos que a possuem, mas nunca a manifestam. Há indivíduos que a
manifestam uma única vez na vida. Podem ocorrer diversas situações.

Crohn se caracteriza por seus diferentes períodos. Pode estar em atividade (quando
surgem os sintomas); ou pode estar inativa, ou remissiva (quando os sintomas cessam).

Diagnóstico
O diagnostico por imagem normalmente é feito com tomografia contrastada
(endovenoso e oral juntos), normalmente o paciente acometido mostrara desde
inflamacoes, espessamento, estenoses e massas tumorais ( Nos casos onde a inflamacao,
se tornou cancerigena) . O transito intestinal, onde, o paciente toma Bario. um tipo de
contraste em que o corpo nao faz absorcao do mesmo, durante de 2 a varias horas tiram-
se varios RX, com isso eles conseguem apenas descobrir se existe um bloqueio no
intestino (a marioria dos medicos hoje em dia, quase nem acreditam em transito
intestinal pois é muito falso-negativo). Mas a melhor forma de confirmacao é a
colonoscopia, onde uma camera ira filmar como esta tudo internamente, desde do reto
ate aproximadamente 20 cm adentro do ileo terminal, mas muitas vezes a colonoscopia
pode aparentemente estar normal, mas na biopsia o paciente pode se surpreender com
ileite, colite e retite, mostrando que todo o intestino esta inflamado. Mas como a doenca
de Crohn tem um diagnostico muito complicado, normalmente quando voce esta com
suspeita de doenca gastrointestinais, os medicos necessarimente pedira todos esses
exames e mais muitos.

Dois exames de sangue, ASCA e p-ANCA, podem ser usados no diagnóstico da doença,
mas não são confirmatórios e são limitados devido ao seu custo elevado. Análises ao
sangue permitem ainda verificar se há anemia (que pode indicar sangramento no
intestino), e se há uma alta taxa de glóbulos brancos (sinal de infecções algures no
corpo). A Tomografia computadorizada é também útil, assim como as biópsias.

A distinção com a colite ulcerosa e a eliminação de possíveis diagnósticos alternativos


como gastrenterites bacterianas ou parasitárias são importantes na escolha de
tratamentos.
Tratamento e dieta
O tratamento depende da localização, severidade da doença, complicações e resposta
aos tratamentos anteriores. Pretende-se reduzir a inflamação, corrigir deficiências
nutricionais e aliviar os sintomas. O tratamento pode incluir medicação, complementos
nutricionais, cirurgia ou a combinação das três. Os fármacos mais usados são
imunodepressores como aminosalicilatos, corticosteróides. A cirurgia com excisão das
regiões mais afectadas melhora o prognóstico dos casos mais graves.

Não é possível predizer quando ocorrem os sintomas e regressões; um doente necessita


de consultas regulares e vigilância médica.

Algumas pessoas sofrem de intolerância alimentar, muitas vezes à lactose, comida


picante, chocolate, álcool, café, leguminosas e especiarias; assim, o regime alimentar
deve ser individualizado. Através de Dietoterapia, pretende-se manter ou aumentar o
peso através dos hidratos de carbono de absorção rápida, mas também de gorduras
numa quantidade bem tolerada.

Os fármacos do grupo dos aminosalicilatos são usados com algum sucesso no seu
controle, mas menos que com a colite ulcerosa. Para além destes são usados
corticosteroides, imunossupressores (azatioprina) e mais recentemente ´medicamentos
biológicos (Infliximab e Adalimumab).

O controle dos sintomas com a medicação adequada pode prolongar o período de


inativade ou mesmo anular os períodos de atividade. Há casos em que o paciente passou
a não tomar mais remédios, apenas controlando sua doença com a dieta, depois de
tratado com os medicamentos corretos.

Em alguns casos o paciente pode necessitar de ser submetido a uma intervenção


cirurgica

Prognóstico
A maioria dos casos é moderado e controlado pela medicação e a vida normal é
possivel. A taxa de mortalidade é de 15% em 30 anos com a doença. No entanto pode
ser muito debilitante para alguns outros, sem provocar a morte

Quadro Clinico

QUAIS SÃO OS SINTOMAS QUE A DOENÇA DE CROHN APRESENTA?

Em muitos casos a doença desenvolve-se e produz muitos sintomas que não são
característicos. Dores estomacais inexplicáveis e diarréia são os primeiros sintomas descritos,
entretanto, um súbito ataque com uma aguda e severa dor na "boca do estômago" é também
possível. Além da dor, que lembra uma caimbra, diarréias ocorrem na maior parte das pessoas
afetadas pela doença. Febre também ocorre irregularmente e os enfermos reclamam de perda
de peso e de apetite.

Sintomas inexplicáveis que frequentemente ocorrem no ataque da doença não indicam


diretamente a doença de Crohn e podem passar até mesmo anos para que o médico encontre
o diagnóstico correto. Evidência de inflmação crônica do intestino pode ser obtida em
laboratório de patologia, através de biópsia e pela identificação de sinais de inflamação não
específica. O ataque simultâneo de dor abdominal, diarréia e febre, com sintomas em
articulações, inflamação na pele ou inflamação recorrente nos olhos também podem ser sinais
de Crohn, assim como a presença de fístulas anais. O curso da doença é contínuo. A doença
de Crohn é intermitente, sendo interrompida por intervalos mais ou menos longos de pouca ou
nenhuma sintomatologia.

QUAIS SÃO OS DISTÚRBIOS NÃO INTESTINAIS DE CROHN?

Só recentemente descobriu-se que a doença de Crohn não afeta exclusivamente o


intestino.

Em uma alta percentagem de casos, outros órgão apresentam sintomatologia da doença.


Muitas vezes esses sintomas podem não ser relatados ao médico; por esta razão os pacientes
portadores da doença devem estar atentos a alterações em sua pele, articulações e olhos, para
que o relato das mesmas alerte o médico sobre as possíveis conexões com a doença
inflamatória intestinal.

Alterações no pâncreas, órgão que secreta as enzimas digestivas, raramente podem ocorrer.
Outros pacientes desnvolvem distúrbios do trato respiratório, no sistema nervoso e no aparelho
renal. Algumas vezes diversos órgãos estão envolvidos na doença. Em muitos pacientes,
poucos sintomas tornam-se predominantes, tornando mais difícil o correto diagnóstico da
doença crônica inflamatória intestinal.

Observações clínicas apoiaram o pressuposto de que os vários distúrbios apresentados têm


uma causa comum, mas que esta causa é encontrada na doença intestinal, sendo, isso sim,
um distúrbio do sistema imunológico.

Os cientistas concordam que os achados secundários mais comuns em vários órgãos, podem
ser o resultado do distúrbio envolvendo o sistema imunológico, o psiquê dos pacientes e o
próprio tratamento medicamentoso.

O PAPEL DO SISTEMA IMUNOLÓGICO

A ciência ainda não sabe qual a exata razão pela qual algumas pessoas desenvolvem o mal de
Crohn. Entretanto, existe uma evidência crescente de que a predisposição genética, fatores
ambientais e o sistema imunológico possam estar envolvidos.

O aparelho digestivo possui uma superfície de contato muito grande, de aproximadamente


250m2. Esta área é importante para absorção dos alimentos e água ingeridos. Por causa deste
contato com substâncias exógenas, o trato digestivo possui um grande número de células do
sistema imunológico que, dentre outras funções, defendem nosso organismo da invasão de
substâncias estranhas que acompanham os alimentos.

A barreira imunológica mais importante no intestino, é representada por um tipo de


imunoglobina, a lg A, que possui funções diferentes da lg G encontrada no sangue.

Estudos científicos têm mostrado que na doença inflamatória intestinal ativa crônica, a
proporção entre lg A e lg G, muda a favor dessa última, na parede intestinal. Enquanto a lg A
normalmente mantém antígenos distante das paredes do intestino, a lg G não possui esta
capacidade, permitindo a ligação de antígenos ao tecido intestinal, podendo contribuir para a
inflamação intestinal.
Além disso, a lg G, combinada com antígenos e anticorpos, forma "complexos imunes" que
podem ser transportados a outros órgão do corpo causando processos inflamatório distantes
do intestino.

DEBILITAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO

Alterações circulatórias e pequenas oclusões vasculares no sistema nervoso são


extremamente no mal de Crohn. Os efeito da perda de grande volume de líquidos e eletrólitos
ocasionada pela diarréia podem afetar o fluxo sangüíneo.

Também é possível que o sistema nervoso dos pacientes possa ser afetado pela carência de
vitamina B, pelo fato de sua absorção intestinal ser insuficiente durante o ataque da doença
inflamatória.

Em casos de pacientes que foram submetidos a cirurgia para a remoção de parte do intestino,
a absorção de outras vitaminas como A, E, D e K também pode ser afetada.

Polineuropatia tem sido observada em pacientes com Crohn. Ela reduz a sensibilidade da
região nervosa afetada, podendo causar dor e atividade reflexa reduzida.

Caso um tratamento a longo prazo com metronidazol (antibiótico) seja necessário por causa da
intensidade do Crohn, distúrbios nervoso podem ocorrer. Este farmaco liga-se a vitamina B e,
deste modo, polineuropatias podem ocorrer, com dores nas mãos e pés com perda de reflexos
musculares. Estes sintomas normalmente são reduzidos com a descontinuidade do
metronidazol.

DESORDENS ARTICULARES

Reumatismo e doença de Crohn podem ter efeito recíproco: a inflamação reumática nas
articulações pode acompanhar a doença; por outro lado, a administração anti-reumática pode
exacerbar a doença de Crohn.

Nestes casos, a cooperação entre médicos de diferentes especialidades é requerida.

Um distúrbio do sistema imunológico tem sido correlacionado como causa desta inflamação
reumática.

De acordo com os últimos estudos, a permeabilidade intestinal a compostos antigênicos está


aumentada na doença de Crohn, e estes complexos imunológicos causam dor nas grandes
articulações dos braços e das pernas, assim como da parte baixa da coluna vertebral, e isto
ocorre em 25% dos pacientes. Essas inflamações são descritas como artite. Os tendões e
cartilagens também podem estar envolvidos neste processo doloroso.

A conexão estreita entre intestino e inflamação das articulações torna-se clara durante o
tratamento. Uma melhora nos sintomas reumáticos freqüentemente ocorre em conexão com o
sucesso do tratamento e melhoria da atividade inflamatória intestinal.

DISTÚRBIOS NOS OLHOS

Inflamações no olhos ocorrem em um grande número de pacientes portadores da doença de


Crohn.

As mais comuns são conjuntivite, inflamação parcial ou completa da esclerótica (parte branca
globo ocular), inflamação da Íris, inflamação da membrana intermediária do globo ocular e
inflamação da retina.
A inflamação da esclerótica ou da Íris é comumente associada a doença de Crohn e pode
ocorrer acompanhando ou não um ataque agudo da doença.

O tratamentos dos distúrbios oculares inclui colírios a base de cortizona e o tratamento efetivo
da doença inflamatória intestinal.

Os distúrbios oculares, na doença de Crohn, muito provavelmente são causados por uma
reação tipo antígeno – anticorpo.

Ë importante, tanto para o paciente quanto para o médico, considerar a possibilidade do


envolvimento ocular na doença de Crohn, assim os primeiros sintomas surjam, o paciente já
receba imediatamente o tratamento oftálmico necessário.

ALTERAÇÕES DA PELE NA DOENÇA DE CROHN

Mudanças na pele e na mucosa ocorrem em ao redor de 40% dos pacientes com Crohn.
Lesões avermelhadas dolorosas, que em muitos casos são observadas antes das
manifestações intestinais da doença, podem ser importantes indicações do mal de Crohn; estas
podem parecer na mucosa bucal ou na região anal.

Os dermatologistas chamam estas alterações de inflamações granulomatosas em função de


características das células do sistema imunológico presentes nesses locais.

Elas são particularmente comuns ao redor de fístulas e em locais onde ocorra fricção cutânea,
como mamas e virilha. Sem conexão direta com o trato intestinal, as reações granulomatosas
também podem ocorrer nos lábios e na bochecha, com dores muito fortes nas bordas da
língua.

Muitas das alterações epidérmicas parecem estar associadas com a perda ou a reduzida
absorção de vitaminas e de oligoelementos, que ocorrem em função da diarréia, que causa
perda de sangue e fluidos. Por exemplo, a inflamação da língua (glossite),pode ser resultante
de um quadro anêmico.

Transtornos semelhantes ao eczema na região bucal são atribuídos à carência de zinco, que é
um importante oligoelemento para a defesa endógena A deficiência do zinco também ocasiona
atraso no processo de cura. Quando a função de defesa da pele é danificada pode ocorrer uma
invasão por fungos (monília).

O FIGADO, A VESÍCULA BILIAR E O PANCRÊAS NA DOENÇA DE CROHN.

Em casos muitos raros, tanto o fígado quanto a vesícula podem ser envolvidos na doença. Este
envolvimento é evidenciado em laboratório pelo nível elevado de enzimas hepáticas no sangue.

Proliferações celulares nodulares conhecidas como granulomas também podem se


desenvolver no tecido hepático, do mesmo modo como são evidenciadas na mucosa intestinal.

Em casos muito raros, os anticorpos presentes no Crohn podem também reagir com a
superfície dos ductos biliares. Isto causa uma inflamação não especifica dos ductos(colangite),
causando constrição como resultado da inflamação. Neste caso, a bile retida pode produzir
pedras na vesícula, e em decorrência, o sintoma de cólica da vesícula biliar pode surgir.

Problemas com o pâncreas são raros mas também podem ocorrer na doença de Crohn. Alguns
fármacos utilizados para tratar a doença de Crohn (sulfasalazina, mesalazina)podem
desencadear uma inflamação pancreática(pancreatite).

Alem disso, a pancreatite aguda pode ser produzida pela própria inflamação intestinal.
O motivo disso é que a doença de Crohn pode provocar mudanças no duodeno; com o
pâncreas produz importantes enzimas digestivas, que são secretadas para o duodeno através
de um ducto muito pequeno, se este ducto estiver inflamado ou bloqueado, as secreções
digestivas poderão congestionar o pâncreas.

As alterações nas enzimas digestivas são observadas em alguns pacientes com Crohn e são
atribuídas a distúrbios digestivos do intestino inflamado ou mesmo aos efeitos no sistema
imunológico.

DISTÚRBIOS PSICOLÓGICOS NA DOENÇA DE CROHN.

Somente nos anos recente os pesquisadores tem estabelecido uma ligação entre alterações
nervosas e respostas psicológicas.

Certos nervos do sistema vegetativo (que controlam funções independentes de nossa vontade
e essenciais para a vida) tem efeito inibitório ou estimulador no sistema imunológico.
Pesquisadores notaram que as células nervosas do cérebro não somente regulam o sistema
imunológico mas, informações originadas do sistema imunológico alcançam os nervos e o
cérebro

Um eixo importante de formação e regulação hormonal vai do cérebro às glândulas drenais.


Corticoides, insulina, hormônios do crescimento e hormônios sexuais são regulados e
estimulados da mesma forma.

A reação do tipo antígeno-anticorpo é também influenciada por um sistema parecido com este,
e estimula o sistema imunológico a aumentar a produção de glicocorticoides. Ocorre então uma
contra reação endógena à imunização. As citokinas, que são importantes na trasmissão da
informação entre as células inflamatórias (linfócitos e monócitos),são também envolvidas neste
processo. A extensão e duração da reação imune é também regulada via controle da resposta
imune endógena.

Esses mecanismos são de difícil entendimento para o paciente, e para sua compreensão e ele
deve solicitar o auxilio de seu medico.

De qualquer forma, um objetivo de grande interesse cientifico, são as respostas do sistema


imunológico humano ao stress psicológico. Os estudos nestes campos voltam-se para as
pessoas que sofrem de depressão, com a perda de seus padrões de vida ou que tenham sido
expostas a outros tipos severos de stress psicológico.

A ligação entre o cérebro e o processo imunológico envolve uma rede muito complexa de
fatores bioquímicos, neurohormonais e componentes imunológicos, os quais afetam tanto o
sentido de emotividade quanto o sistema imunológico do paciente com Crohn.

Por isso, em muitos casos, o ataque da doença inflamatória é exacerbada pelo stress
psicológico, e, muitas vezes, o tratamento do problema psicológico permite uma melhora na
sintomatologia da inflamação intestinal. Discussões psicoterapêuticas, relaxamento,
psicoterapia individual ou grupal, e treinamento podem melhorar os sintomas físicos e as
condições gerais dos pacientes.

CONVIVENDO COM A DOENÇA DE CROHN

As doenças inflamatórias intestinais crônicas, que incluem a doença de Crohn e a colite


ulcerativa, são entidades clínicas cujas causas não foram ainda conclusivamente identificadas.
Por esta razão, medicamentos que tratem a causa ainda não estão disponíveis. Aliança
terapêutica entre médico e paciente é caracterizada pela experiência subjetiva da doença que o
paciente possui e o conhecimento e a experiência do médico que o trata. Não é infrequente a
diferença entre os objetivos do tratamento para o médico e a sensação subjetiva do paciente.
Todos os pacientes atravessam longos períodos nos quais a doença é melhor aceita, tolerada,
e controlada, assim como outros períodos estressantes, nos quais, muitas vezes eles crêem
perder a capacidade para lutar contra a enfermidade. Até que melhores métodos de tratamento
estejam disponíveis, o tratamento médico limita-se à melhoria da sintomatologia e da qualidade
de vida dos pacientes. Uma dieta adequada, um grande número de diferentes fármacos, assim
como o tratamento psicológico e cirúrgico, fazem parte de um amplo espectro de métodos
disponíveis para os médicos.

Entretanto, quaisquer que sejam os caminhos preconizados pelo médico, desde os métodos
mais conservadores até mesmo uma necessidade cirúrgica, é essencial que eles sejam
decidido sem uma franca cooperação médico-paciente.

A formação de grupos de auto-ajuda é particularmente importante. Ë onde os pacientes


encontrarão outras pessoas com o mesmo tipo de problema, trocarão experiência, aconselhar-
se-ão em relação ao comportamento, dieta e muito mais.

O médico, a família e o grupo de auto-ajuda são parte de um círculo social fechado dos
pacientes com Crohn. Discussões intensas sobre a compreensão da doença, assim como as
estratégias de tratamento, tornam mais fácil ao paciente conviver com a doença e sua
compreensão pelo seu círculo social.

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