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Matemática Financeira
“Um dólar na sua mão hoje é mais valioso do que um dólar amanhã.”
• A motivação para o conceito de valor temporal do dinheiro é que se admite que é sempre
possível obter um rendimento a partir da disponibilidade de uma quantia em dinheiro.
• Você aceitaria receber BRL1.000,00 hoje ao custo de ter que pagar BRL1.050,00 daqui a
um ano?
2
O valor temporal do dinheiro
• Suponha que você tenha acesso a uma conta bancária que pague juros de 𝑟 = 7% ao ano.
• Você poderia aceitar a proposta, receber e investir os BRL1.000,00 hoje nessa conta
bancária e, ao fim do ano, ter BRL1.070,00 em sua conta.
• Com esses BRL1.070,00 você seria capaz de pagar os BRL1.050,00 devidos e ainda
obteria um lucro de BRL20,00.
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Valor Futuro
• Valor Futuro é o valor que uma quantia de dinheiro terá no futuro, se investido a uma
determinada taxa de juros por um determinado período.
• Considere a quantia de dinheiro dada por 𝑪𝟎 , a taxa de juros anual dada por 𝒓 e o período
de tempo em anos dado por 𝒕. O Valor Futuro de 𝑪𝟎 é dado por:
𝑡
𝑉𝐹 𝐶0 = 𝐶𝑜 (1 + 𝑟)
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Valor Futuro (exemplo)
• Calcule o valor futuro de $100 em dois anos a uma taxa de juros de 7% ao ano.
5
O valor temporal do dinheiro
• De outra maneira, poderíamos perguntar qual quantia de dinheiro hoje seria necessária
para gerar os BRL1.050,00 devidos daqui a um ano.
1.050,00
𝑥= = 981,31
(1 + 7%)
• Portanto, concluímos que seria necessário ter aproximadamente BRL981,31 hoje para
gerar os BRL1.050,00 devidos daqui a um ano.
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Valor Presente
• Valor Presente é a quantia de dinheiro necessária hoje, para que, investido a uma
determinada taxa de juros, por um determinado período, se obtenha determinado valor.
• Considere o valor a ser obtido dado por 𝑪𝒕 , a taxa de juros anual dada por 𝒓 e a o período
de tempo em anos dado por 𝒕. O Valor Presente de 𝐶𝑡 é dado por:
𝐶𝑡
𝑉𝑃 𝐶𝑡 =
(1 + 𝑟)𝑡
7
Valor Presente (exemplo)
• Calcule o valor presente de $114,49 daqui a dois anos a uma taxa de juros de 7% ao ano.
8
Taxa e fator de desconto
• A taxa de juros usada para descontar o fluxo de caixa é comumente chamada de taxa de
desconto.
• Podemos também trabalhar com o conceito de fator de desconto para calcular o valor
presente.
1
• A expressão do fator de desconto é dada por: 𝐹𝐷𝑡 = .
(1 + 𝑟)𝑡
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Regras básicas
10
Avaliando uma sequência de fluxo de caixa
• A maior parte das oportunidades de investimentos possui diversos fluxos de caixa que
ocorrem em diferentes pontos no tempo.
• Um investimento pode, então, ser caracterizado por uma sequência de fluxo de caixa,
𝐶𝐹𝑡 𝑇𝑡=1 , que define as entradas e saídas de caixa no tempo desse investimento.
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Diagrama de fluxo de caixa
• Suponha que você esteja emprestando $10.000,00 hoje e que você será pago em duas
parcelas anuais de $6.000,00:
12
Valor Presente: múltiplos fluxos de caixa
• Como os valores presentes de diferentes quantias, em diferentes posições no tempo são
expressos todos em valores atuais, podemos somá-los para encontrar o valor presente de
um determinado fluxo de caixa.
• Seja 𝐶𝐹𝑡 𝑇𝑡=1 o fluxo de caixa - positivo ou negativo – gerado por um determinado
investimento.
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Valor Presente: múltiplos fluxos de caixa (exemplo)
15
Valor Presente: múltiplos fluxos de caixa (exemplo)
𝑇
𝐶𝐹𝑡
𝑉𝑃 =
(1 + 𝑟)𝑡
𝑡=1
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Valor Presente Líquido
• Em particular, quando subtraímos o custo inicial do investimento do valor presente dos
seus fluxos de caixa, obtemos o que chamamos de Valor Presente Líquido
• Seja 𝐶𝐹𝑡 𝑇𝑡=1 o fluxo de caixa gerado por um determinado investimento que tem custo
inicial 𝐶0 < 0.
𝑇
𝐶𝐹𝑡
𝑉𝑃𝐿 = 𝑡
+ 𝐶0
(1 + 𝑟)
𝑡=1
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Valor Presente Líquido (exemplo)
19
Perpetuidade
• Uma perpetuidade é um título que paga, em intervalos determinados, um cupom fixo para
sempre.
∞
𝐶 𝐶
𝑉𝑃 = 𝑡
=
(1 + 𝑟) 𝑟
𝑡=1
𝐶 𝐶
1 + 𝑟 𝑉𝑃 = 𝐶 + + 2
+⋯
(1 + 𝑟) (1 + 𝑟)
𝐶 𝐶 𝐶
𝑉𝑃 = + 2
+ 3
+⋯
(1 + 𝑟) (1 + 𝑟) (1 + 𝑟)
−
𝑟 𝑉𝑃 = 𝐶
𝐶
⟹ 𝑉𝑃 =
𝑟
21
Perpetuidade (exemplo)
22
Perpetuidade (exemplo)
23
Perpetuidade postergada
• Uma perpetuidade postergada é um título que paga a partir de determinada data, em
intervalos determinados, um cupom fixo para sempre.
0 1 2 3 N N+1 N+2
... ...
0 0 0 0 C C
∞
𝐶 𝐶 1
𝑉𝑃 = = ×
(1 + 𝑟)𝑡 𝑟 (1 + 𝑟)𝑁
𝑡=𝑁+1
1 𝐶 𝐶 𝐶
𝑉𝑃 = 𝑁
× + 2
+ 3
+ ⋯
(1 + 𝑟) (1 + 𝑟) (1 + 𝑟) (1 + 𝑟)
𝐶
=𝑟
𝐶 1
⟹ 𝑉𝑃 = × 𝑁
𝑟 1+𝑟
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Anuidade
• Uma anuidade é um título que paga, em intervalos determinados, um cupom fixo até uma
data determinada, quando matura sem o pagamento do valor de face.
1 1
𝑉𝑃 = 𝐶 × − 𝑁
𝑟 𝑟 1+𝑟
em que 𝑟 é a taxa de juros.
26
Anuidade (demonstração)
• Note que uma anuidade pode ser escrita como a diferença entre uma perpetuidade e uma
perpetuidade postergada.
• Logo, temos que o valor presente de uma anuidade de 𝑁 períodos é dado por:
𝐶 𝐶 1 1 1
𝑉𝑃 = − × 𝑁
= 𝐶× − 𝑁
𝑟 𝑟 1+𝑟 𝑟 𝑟 1+𝑟
fator de anuidade
27
Anuidade (exemplo)
28
Anuidade (exemplo)
29
Anuidade (exemplo)
30
Anuidade: Valor Futuro
• Para calcularmos o valor futuro de determinada anuidade, basta movimentar o valor
presente calculado previamente multiplicando-o por (1 + 𝑟)𝑁 .
• Logo, temos que o valor futuro de uma anuidade de 𝑁 períodos é dado por:
1 1
𝑉𝐹 = 𝐶 × − 𝑁
× (1 + 𝑟)𝑁
𝑟 𝑟 1+𝑟
(1 + 𝑟)𝑁 −1
⟹ 𝑉𝐹 = 𝐶 ×
𝑟
31
Anuidade: Valor Futuro (exemplo)
32
Anuidade: Valor Futuro (exemplo)
33
Perpetuidade crescente
• Uma perpetuidade crescente é um título que paga, em intervalos determinados, um
cupom crescente a uma taxa 𝑔 para sempre.
35
Perpetuidade crescente (exemplo)
36
Anuidade crescente
• Uma anuidade crescente é um título que paga, em intervalos determinados, um cupom
crescente a uma taxa 𝑔 até uma data determinada, quando matura sem o pagamento do
valor de face.
𝑁
1 1+𝑔
𝑉𝑃 = 𝐶 × 1−
𝑟−𝑔 1+𝑟
em que 𝑟 é a taxa de juros.
37
Anuidade crescente (exemplo)
38
Anuidade crescente (exemplo)
39
Capitalização dos juros¹
• Existe uma importante distinção entre taxa de juros simples e taxa de juros
compostos.
• A oportunidade de ganhar juros sobre juros não é oferecida por um investimento que paga
somente juros simples.
• No caso de juros simples, os juros são pagos somente sobre o investimento inicial de $100.
41
Capitalização dos juros (exemplo)
42
Capitalização dos juros (exemplo)
43
Capitalização de juros: simples vs. composto
44
Capitalização de juros: taxa percentual anual (APR)
• Taxa percentual anual (Annual Percentage Rate – APR) indica a quantia de juros simples
obtidos em um ano. Isto é, a quantia de juros obtida sem o efeito da composição.
45
Capitalização de juros: taxa percentual anual (APR)
dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
-$100 $1 $1 $1 $1 $1 $1 $1 $1 $1 $1 $1 $101
46
Capitalização de juros: taxa efetiva anual (EAR)
• Desta forma, uma quantia de dinheiro B investida a uma determinada taxa percentual
anual, 𝐴𝑃𝑅, composta 𝑚 vezes no ano implicaria,
𝑚
𝐴𝑃𝑅
• Na seguinte quantia ao fim do primeiro ano de: 𝐵 × 1 +
𝑚
• A taxa de juros correspondente em composição anual, taxa anual efetiva (effective anual
𝑚
𝐴𝑃𝑅
rate – EAR) é dada por: 𝐸𝐴𝑅 = 1 + −1
𝑚
47
Capitalização de juros: APR vs. EAR (exemplo)
8% 2
• A taxa efetiva anual, EAR, é dada por 1 + − 1 = 8,16%.
2
48
Capitalização contínua
• Considere uma obrigação com taxa percentual anual, 𝐴𝑃𝑅, composta 𝑚 vezes no ano.
𝑚
𝐴𝑃𝑅
𝐸𝐴𝑅 = 1 + −1
𝑚
49
Capitalização contínua
• Uma taxa anual percentual em capitalização contínua, tem sua taxa efetiva anual
correspondente dada por:
𝑟𝑐𝑐 𝑚
𝐸𝐴𝑅 = lim 1 + − 1 = 𝑒 𝑟𝑐𝑐 − 1
𝑚→∞ 𝑚
50
Capitalização contínua (exemplo)
𝐸𝐴𝑅 = 𝑒 5% − 1 = 5,13%
51
Capitalização contínua (exemplo)
• Note que o retorno total em capitalização contínua é simplesmente a soma dos retornos dos dois
períodos.
𝑒 𝑟 = 𝑒 𝑟1 × 𝑒 𝑟2 = 𝑒 𝑟1+𝑟2 ֜ 𝑟 = 𝑟1 + 𝑟2
• Mais, note que o retorno anual médio que geraria o mesmo resultado final é simplesmente a média
aritmética dos retornos dos dois períodos.
𝑟ҧ 𝑟ҧ 2𝑟ҧ 𝑟1 +𝑟2
𝑟1 + 𝑟2
𝑒 × 𝑒 =𝑒 =𝑒 ֜ 𝑟ҧ =
2
52
Capitalização contínua (exemplo)
1 + 𝑟 = 1 + 𝑟1 1 + 𝑟2 ֜ 𝑟 = 1 + 𝑟1 1 + 𝑟2 − 1
• Mais, note que o retorno efetivo anual médio que geraria o mesmo resultado final é dado por:
1/2
1 + 𝑟ҧ 1 + 𝑟ҧ = 1 + 𝑟1 1 + 𝑟2 ֜ 𝑟ҧ = 1 + 𝑟1 1 + 𝑟2 −1
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Fluxos de caixa que chegam continuamente
• Considere um investimento que oferece um fluxo de caixa de $10 milhões no ano pagos
continuamente ao longo do ano. Se a taxa de juros em capitalização contínua é de 10%
ao ano, qual seu valor presente?
54
Fluxos de caixa que chegam continuamente
• Pode-se mostrar que o valor presente de um fluxo de caixa anual 𝐶𝐹1 que chega
continuamente ao longo desse ano é dado por:
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Fluxos de caixa que chegam continuamente
(exemplo)
• Logo, o valor presente de um investimento que oferece um fluxo de caixa de $10 milhões
no ano, pagos continuamente ao longo do ano, com taxa de juros em capitalização
contínua de 10% ao ano, é dado por:
10 (𝑒 10% − 1)
𝑉𝑃 = 10%
× = 9,516
1 + (𝑒 − 1) 10%
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Fluxos de caixa que chegam continuamente
(exemplo)
10 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠
• VP de $10mm pago ao fim do ano é: 𝑉𝑃 = = 9.048.374
(1+10%)
10 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠 10,5%
• VP de $10mm pago ao longo do ano é: 𝑉𝑃 = × = 9.516.258
(10,5%) 10%
10 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠
• VP de $10mm pago no meio do ano é: 𝑉𝑃 = = 9.512.294
(1+10%)1/2
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Fluxo de caixa em termos reais
• Quando há inflação na economia, pode ser interessante trabalharmos com fluxos de caixa
em termos reais.
• Fluxo de caixa em termos reais se refere ao fluxo de caixa normalizado pelo efeito da
inflação.
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Juro real
• Quando trabalhamos com fluxo de caixa em termos reais, devemos descontá-lo pela taxa
de juros real.
• Taxa de juros real é a taxa de juros que é ajustada para se remover os efeitos da inflação
e, então, refletir o custo/rentabilidade real de um empréstimo/investimento para o
emprestador/credor.
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Juro nominal vs. Juro real
• A distinção entre taxas reais e nominais é importante pois a taxa de juros real (ex-ante), que
reflete o custo real de se financiar, é um melhor indicador dos incentivos de se poupar e
emprestar.
1+𝑖
1+𝑟 =
1 + 𝜋𝑒
𝑟 = 𝑖 − 𝜋𝑒
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Taxa de desconto e custo de oportunidade
• Até agora, em nossa apresentação, não falamos nada sobre o risco associado aos fluxos
de caixa.
61