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Finanças Corporativas

Matemática Financeira

Prof: Caio Augusto Colnago Teles


Monitor: Guilherme Guindani
O valor temporal do dinheiro

“Um dólar na sua mão hoje é mais valioso do que um dólar amanhã.”

• A motivação para o conceito de valor temporal do dinheiro é que se admite que é sempre
possível obter um rendimento a partir da disponibilidade de uma quantia em dinheiro.

• Você aceitaria receber BRL1.000,00 hoje ao custo de ter que pagar BRL1.050,00 daqui a
um ano?

2
O valor temporal do dinheiro

• Suponha que você tenha acesso a uma conta bancária que pague juros de 𝑟 = 7% ao ano.

• Você poderia aceitar a proposta, receber e investir os BRL1.000,00 hoje nessa conta
bancária e, ao fim do ano, ter BRL1.070,00 em sua conta.

• Com esses BRL1.070,00 você seria capaz de pagar os BRL1.050,00 devidos e ainda
obteria um lucro de BRL20,00.

• No exemplo acima, ter BRL1.000,00 hoje, nos dá a possibilidade de termos BRL1.070,00


daqui a um ano.

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Valor Futuro

• Valor Futuro é o valor que uma quantia de dinheiro terá no futuro, se investido a uma
determinada taxa de juros por um determinado período.

• Considere a quantia de dinheiro dada por 𝑪𝟎 , a taxa de juros anual dada por 𝒓 e o período
de tempo em anos dado por 𝒕. O Valor Futuro de 𝑪𝟎 é dado por:

𝑡
𝑉𝐹 𝐶0 = 𝐶𝑜 (1 + 𝑟)

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Valor Futuro (exemplo)

• Calcule o valor futuro de $100 em dois anos a uma taxa de juros de 7% ao ano.

5
O valor temporal do dinheiro

• De outra maneira, poderíamos perguntar qual quantia de dinheiro hoje seria necessária
para gerar os BRL1.050,00 devidos daqui a um ano.

• Para tanto, basta fazermos a conta reversa:

1.050,00
𝑥= = 981,31
(1 + 7%)

• Portanto, concluímos que seria necessário ter aproximadamente BRL981,31 hoje para
gerar os BRL1.050,00 devidos daqui a um ano.

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Valor Presente

• Valor Presente é a quantia de dinheiro necessária hoje, para que, investido a uma
determinada taxa de juros, por um determinado período, se obtenha determinado valor.

• Considere o valor a ser obtido dado por 𝑪𝒕 , a taxa de juros anual dada por 𝒓 e a o período
de tempo em anos dado por 𝒕. O Valor Presente de 𝐶𝑡 é dado por:

𝐶𝑡
𝑉𝑃 𝐶𝑡 =
(1 + 𝑟)𝑡

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Valor Presente (exemplo)

• Calcule o valor presente de $114,49 daqui a dois anos a uma taxa de juros de 7% ao ano.

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Taxa e fator de desconto

• A taxa de juros usada para descontar o fluxo de caixa é comumente chamada de taxa de
desconto.

• Podemos também trabalhar com o conceito de fator de desconto para calcular o valor
presente.

• Fator de desconto é simplesmente o valor presente de uma unidade monetária recebida


no ano t.

1
• A expressão do fator de desconto é dada por: 𝐹𝐷𝑡 = .
(1 + 𝑟)𝑡
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Regras básicas

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Avaliando uma sequência de fluxo de caixa

• A maior parte das oportunidades de investimentos possui diversos fluxos de caixa que
ocorrem em diferentes pontos no tempo.

• Um investimento pode, então, ser caracterizado por uma sequência de fluxo de caixa,
𝐶𝐹𝑡 𝑇𝑡=1 , que define as entradas e saídas de caixa no tempo desse investimento.

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Diagrama de fluxo de caixa

• Um diagrama de fluxo de caixa é uma representação linear da cronologia dos fluxos de


caixa esperados.

• Auxilia na visualização de um problema financeiro.

• Suponha que você esteja emprestando $10.000,00 hoje e que você será pago em duas
parcelas anuais de $6.000,00:

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Valor Presente: múltiplos fluxos de caixa
• Como os valores presentes de diferentes quantias, em diferentes posições no tempo são
expressos todos em valores atuais, podemos somá-los para encontrar o valor presente de
um determinado fluxo de caixa.

• Seja 𝐶𝐹𝑡 𝑇𝑡=1 o fluxo de caixa - positivo ou negativo – gerado por um determinado
investimento.

• O valor presente desse fluxo de caixa é dado por:


𝑇
𝐶𝐹𝑡
𝑉𝑃 = ෍
(1 + 𝑟)𝑡
𝑡=1
em que 𝑟 é a taxa de juros.
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Valor Presente: múltiplos fluxos de caixa (exemplo)

14
Valor Presente: múltiplos fluxos de caixa (exemplo)

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Valor Presente: múltiplos fluxos de caixa (exemplo)

𝑇
𝐶𝐹𝑡
𝑉𝑃 = ෍
(1 + 𝑟)𝑡
𝑡=1

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Valor Presente Líquido
• Em particular, quando subtraímos o custo inicial do investimento do valor presente dos
seus fluxos de caixa, obtemos o que chamamos de Valor Presente Líquido

• Seja 𝐶𝐹𝑡 𝑇𝑡=1 o fluxo de caixa gerado por um determinado investimento que tem custo
inicial 𝐶0 < 0.

• O valor presente líquido desse investimento é dado por:

𝑇
𝐶𝐹𝑡
𝑉𝑃𝐿 = ෍ 𝑡
+ 𝐶0
(1 + 𝑟)
𝑡=1

em que 𝑟 é a taxa de juros.


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Valor Presente Líquido (exemplo)

18
Valor Presente Líquido (exemplo)

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Perpetuidade
• Uma perpetuidade é um título que paga, em intervalos determinados, um cupom fixo para
sempre.

• Seja 𝐶 o cupom, o valor presente da perpetuidade é dado por:


𝐶 𝐶
𝑉𝑃 = ෍ 𝑡
=
(1 + 𝑟) 𝑟
𝑡=1

em que 𝑟 é a taxa de juros.


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Perpetuidade (demonstração)
• Considere VP, o valor presente de uma perpetuidade com cupom C.

𝐶 𝐶
1 + 𝑟 𝑉𝑃 = 𝐶 + + 2
+⋯
(1 + 𝑟) (1 + 𝑟)

𝐶 𝐶 𝐶
𝑉𝑃 = + 2
+ 3
+⋯
(1 + 𝑟) (1 + 𝑟) (1 + 𝑟)

𝑟 𝑉𝑃 = 𝐶

𝐶
⟹ 𝑉𝑃 =
𝑟
21
Perpetuidade (exemplo)

22
Perpetuidade (exemplo)

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Perpetuidade postergada
• Uma perpetuidade postergada é um título que paga a partir de determinada data, em
intervalos determinados, um cupom fixo para sempre.

0 1 2 3 N N+1 N+2
... ...

0 0 0 0 C C

• Seja 𝐶 o cupom e (𝑁 + 1) o número de períodos até o primeiro pagamento, o valor


presente da perpetuidade postergada é dado por:


𝐶 𝐶 1
𝑉𝑃 = ෍ = ×
(1 + 𝑟)𝑡 𝑟 (1 + 𝑟)𝑁
𝑡=𝑁+1

em que 𝑟 é a taxa de juros.


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Perpetuidade postergada (demonstração)
• Considere VP, o valor presente de uma perpetuidade postergada por 𝑁 períodos com
cupom C.
𝐶 𝐶 𝐶
𝑉𝑃 = 𝑁+1
+ 𝑁+2
+ 𝑁+3
+ ⋯
(1 + 𝑟) (1 + 𝑟) (1 + 𝑟)

1 𝐶 𝐶 𝐶
𝑉𝑃 = 𝑁
× + 2
+ 3
+ ⋯
(1 + 𝑟) (1 + 𝑟) (1 + 𝑟) (1 + 𝑟)
𝐶
=𝑟

𝐶 1
⟹ 𝑉𝑃 = × 𝑁
𝑟 1+𝑟
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Anuidade
• Uma anuidade é um título que paga, em intervalos determinados, um cupom fixo até uma
data determinada, quando matura sem o pagamento do valor de face.

• Seja 𝐶 o cupom, o valor presente da anuidade de 𝑁 períodos é dado por:

1 1
𝑉𝑃 = 𝐶 × − 𝑁
𝑟 𝑟 1+𝑟
em que 𝑟 é a taxa de juros.
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Anuidade (demonstração)
• Note que uma anuidade pode ser escrita como a diferença entre uma perpetuidade e uma
perpetuidade postergada.

• Mais precisamente, o fluxo de caixa de uma anuidade de 𝑁 períodos é equivalente ao


fluxo de caixa de uma perpetuidade menos o fluxo de caixa de uma perpetuidade
postergada por 𝑁 períodos.

• Logo, temos que o valor presente de uma anuidade de 𝑁 períodos é dado por:

𝐶 𝐶 1 1 1
𝑉𝑃 = − × 𝑁
= 𝐶× − 𝑁
𝑟 𝑟 1+𝑟 𝑟 𝑟 1+𝑟
fator de anuidade

27
Anuidade (exemplo)

(1) Anuidade imediata.

28
Anuidade (exemplo)

29
Anuidade (exemplo)

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Anuidade: Valor Futuro
• Para calcularmos o valor futuro de determinada anuidade, basta movimentar o valor
presente calculado previamente multiplicando-o por (1 + 𝑟)𝑁 .

• Logo, temos que o valor futuro de uma anuidade de 𝑁 períodos é dado por:

1 1
𝑉𝐹 = 𝐶 × − 𝑁
× (1 + 𝑟)𝑁
𝑟 𝑟 1+𝑟

(1 + 𝑟)𝑁 −1
⟹ 𝑉𝐹 = 𝐶 ×
𝑟
31
Anuidade: Valor Futuro (exemplo)

32
Anuidade: Valor Futuro (exemplo)

33
Perpetuidade crescente
• Uma perpetuidade crescente é um título que paga, em intervalos determinados, um
cupom crescente a uma taxa 𝑔 para sempre.

• Seja 𝐶 o primeiro cupom e 𝑔 sua taxa de crescimento, o valor presente da perpetuidade


crescente é dado por:

𝐶(1 + 𝑔)(𝑡−1) 𝐶
𝑉𝑃 = ෍ 𝑡
=
(1 + 𝑟) 𝑟−𝑔
𝑡=1
em que 𝑟 é a taxa de juros. 34
Perpetuidade crescente (exemplo)

35
Perpetuidade crescente (exemplo)

36
Anuidade crescente
• Uma anuidade crescente é um título que paga, em intervalos determinados, um cupom
crescente a uma taxa 𝑔 até uma data determinada, quando matura sem o pagamento do
valor de face.

• Seja 𝐶 o primeiro cupom e 𝑔 sua taxa de crescimento, o valor presente da anuidade


crescente de 𝑁 períodos é dado por:

𝑁
1 1+𝑔
𝑉𝑃 = 𝐶 × 1−
𝑟−𝑔 1+𝑟
em que 𝑟 é a taxa de juros.
37
Anuidade crescente (exemplo)

38
Anuidade crescente (exemplo)

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Capitalização dos juros¹

• Existe uma importante distinção entre taxa de juros simples e taxa de juros
compostos.

• Quando o dinheiro é investido em juros compostos, cada pagamento de juros é reinvestido


para se ganhar mais juros em períodos subsequentes.

• A oportunidade de ganhar juros sobre juros não é oferecida por um investimento que paga
somente juros simples.

(1) Ou, composição dos juros. 40


Capitalização dos juros (exemplo)
• Comparemos o crescimento de $100 investidos a uma taxa de juros de 10% a.a. em regime de
capitalização simples e composto.

• No caso de juros simples, os juros são pagos somente sobre o investimento inicial de $100.

• A cada ano ganha-se $10.

• No caso de juros compostos,

• Ganha-se $10 (10%×$100) no primeiro ano.


• O balanço ao fim desse primeiro ano é de $110 ($100 + $10).
• No segundo ano ganha-se 10% nesses $110, resultando num recebimento de $11 (10%×$110).
• O balanço ao fim do segundo ano é de $121 ($110 + $11).

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Capitalização dos juros (exemplo)

42
Capitalização dos juros (exemplo)

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Capitalização de juros: simples vs. composto

• Qual a utilidade dessas definições?

• O regime de capitalização de juros relevante para tomada de decisão financeira é o de


juros compostos.

• Entretanto, o mercado costuma cotar taxas de juros utilizando o regime de capitalização


simples.

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Capitalização de juros: taxa percentual anual (APR)

• Taxa percentual anual (Annual Percentage Rate – APR) indica a quantia de juros simples
obtidos em um ano. Isto é, a quantia de juros obtida sem o efeito da composição.

• Em muitos lugares, a taxa de juros costuma ser especificada por:

• Uma taxa percentual anual APR.


• O número de períodos 𝑚 usados para compor os juros no ano (frequência).

• Isso implica numa taxa de juros efetiva de 𝐴𝑃𝑅/𝑚 por período.

45
Capitalização de juros: taxa percentual anual (APR)

• Considere um investimento de $100 com taxa percentual anual de 12% capitalizado


mensalmente.

• Seu diagrama de fluxo de caixa será dado por:

dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

-$100 $1 $1 $1 $1 $1 $1 $1 $1 $1 $1 $1 $101

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Capitalização de juros: taxa efetiva anual (EAR)

• Desta forma, uma quantia de dinheiro B investida a uma determinada taxa percentual
anual, 𝐴𝑃𝑅, composta 𝑚 vezes no ano implicaria,

𝑚
𝐴𝑃𝑅
• Na seguinte quantia ao fim do primeiro ano de: 𝐵 × 1 +
𝑚

• A taxa de juros correspondente em composição anual, taxa anual efetiva (effective anual
𝑚
𝐴𝑃𝑅
rate – EAR) é dada por: 𝐸𝐴𝑅 = 1 + −1
𝑚

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Capitalização de juros: APR vs. EAR (exemplo)

• Considere uma obrigação com taxa de juros efetiva de 4% ao semestre.

• Sua taxa percentual anual (APR) é dada por 4% × 2 = 8%.

• Considere agora uma obrigação de $1.000 com APR de 8% capitalizada semestralmente.

• O pagamento de juros por semestre é de 4% sobre o montante do início do semestre.

• O valor dessa obrigação ao fim de um ano é $1.081,60.

8% 2
• A taxa efetiva anual, EAR, é dada por 1 + − 1 = 8,16%.
2

48
Capitalização contínua

• Considere uma obrigação com taxa percentual anual, 𝐴𝑃𝑅, composta 𝑚 vezes no ano.

• Sabemos que sua taxa efetiva anual é dada por:

𝑚
𝐴𝑃𝑅
𝐸𝐴𝑅 = 1 + −1
𝑚

• O que acontece quando a capitalização do juros se dá de forma contínua (i.e., 𝑚 → ∞)?

49
Capitalização contínua

• Uma taxa anual percentual em capitalização contínua, tem sua taxa efetiva anual
correspondente dada por:

𝑟𝑐𝑐 𝑚
𝐸𝐴𝑅 = lim 1 + − 1 = 𝑒 𝑟𝑐𝑐 − 1
𝑚→∞ 𝑚

• A taxa anual percentual em capitalização contínua é chamada de maneira mais simples de


taxa em capitalização contínua.

• A taxa em capitalização contínua tem a vantagem de facilitar o cálculo da composição dos


juros no tempo e, por isso, é comumente utilizada na modelagem financeira.

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Capitalização contínua (exemplo)

• Considere uma obrigação com taxa de juros em capitalização contínua de 5% a.a.

• Sua taxa efetiva anual seria dada por:

𝐸𝐴𝑅 = 𝑒 5% − 1 = 5,13%

• Dessa forma, se o montante associado a essa obrigação é de $1.000, o montante a ser


pago ao final de 1 ano é de $1.000 × 𝑒 5% = $1.051,27.

51
Capitalização contínua (exemplo)

• Considere um investimento no horizonte de 2 anos em que o retorno anual em


capitalização contínua foi de 𝑟1 e 𝑟2 para, respectivamente, o primeiro e o segundo ano.

• Note que o retorno total em capitalização contínua é simplesmente a soma dos retornos dos dois
períodos.

𝑒 𝑟 = 𝑒 𝑟1 × 𝑒 𝑟2 = 𝑒 𝑟1+𝑟2 ֜ 𝑟 = 𝑟1 + 𝑟2

• Mais, note que o retorno anual médio que geraria o mesmo resultado final é simplesmente a média
aritmética dos retornos dos dois períodos.

𝑟ҧ 𝑟ҧ 2𝑟ҧ 𝑟1 +𝑟2
𝑟1 + 𝑟2
𝑒 × 𝑒 =𝑒 =𝑒 ֜ 𝑟ҧ =
2
52
Capitalização contínua (exemplo)

• Considere agora um investimento no horizonte de 2 anos em que o retorno efetivo anual


foi de 𝑟1 e 𝑟2 para, respectivamente, o primeiro e o segundo ano.

• Note que o retorno total efetivo é dado por:

1 + 𝑟 = 1 + 𝑟1 1 + 𝑟2 ֜ 𝑟 = 1 + 𝑟1 1 + 𝑟2 − 1

• Mais, note que o retorno efetivo anual médio que geraria o mesmo resultado final é dado por:

1/2
1 + 𝑟ҧ 1 + 𝑟ҧ = 1 + 𝑟1 1 + 𝑟2 ֜ 𝑟ҧ = 1 + 𝑟1 1 + 𝑟2 −1

53
Fluxos de caixa que chegam continuamente

• Como podemos calcular o valor presente de um investimento cujos fluxos de caixa


chegam continuamente?

• Considere um investimento que oferece um fluxo de caixa de $10 milhões no ano pagos
continuamente ao longo do ano. Se a taxa de juros em capitalização contínua é de 10%
ao ano, qual seu valor presente?

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Fluxos de caixa que chegam continuamente

• Pode-se mostrar que o valor presente de um fluxo de caixa anual 𝐶𝐹1 que chega
continuamente ao longo desse ano é dado por:

𝐶𝐹1 𝐸𝐴𝑅 𝐶𝐹1


𝑉𝑃 = × ≈
(1 + 𝐸𝐴𝑅) 𝑟𝑐𝑐 (1 + 𝐸𝐴𝑅)1/2

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Fluxos de caixa que chegam continuamente
(exemplo)

• Logo, o valor presente de um investimento que oferece um fluxo de caixa de $10 milhões
no ano, pagos continuamente ao longo do ano, com taxa de juros em capitalização
contínua de 10% ao ano, é dado por:

10 (𝑒 10% − 1)
𝑉𝑃 = 10%
× = 9,516
1 + (𝑒 − 1) 10%

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Fluxos de caixa que chegam continuamente
(exemplo)

• Considere 𝑟𝑐𝑐 = 10% ou 𝐸𝐴𝑅 = 10.5%.

10 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠
• VP de $10mm pago ao fim do ano é: 𝑉𝑃 = = 9.048.374
(1+10%)

10 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠 10,5%
• VP de $10mm pago ao longo do ano é: 𝑉𝑃 = × = 9.516.258
(10,5%) 10%

10 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠
• VP de $10mm pago no meio do ano é: 𝑉𝑃 = = 9.512.294
(1+10%)1/2

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Fluxo de caixa em termos reais

• Quando há inflação na economia, pode ser interessante trabalharmos com fluxos de caixa
em termos reais.

• Fluxo de caixa em termos reais se refere ao fluxo de caixa normalizado pelo efeito da
inflação.

• Essa abordagem é apropriada quando queremos calcular o valor presente de uma


obrigação em que os pagamentos refletem o custo de um bem e serviço da economia.

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Juro real

• Quando trabalhamos com fluxo de caixa em termos reais, devemos descontá-lo pela taxa
de juros real.

• Taxa de juros real é a taxa de juros que é ajustada para se remover os efeitos da inflação
e, então, refletir o custo/rentabilidade real de um empréstimo/investimento para o
emprestador/credor.

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Juro nominal vs. Juro real

• A distinção entre taxas reais e nominais é importante pois a taxa de juros real (ex-ante), que
reflete o custo real de se financiar, é um melhor indicador dos incentivos de se poupar e
emprestar.

• A relação entre as duas é sustentada pela Equação de Fisher:

1+𝑖
1+𝑟 =
1 + 𝜋𝑒

• onde, 𝜋 𝑒 é a expectativa de inflação. Ainda, para taxas pequenas, temos,

𝑟 = 𝑖 − 𝜋𝑒
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Taxa de desconto e custo de oportunidade

“dinheiro certo vale mais do que dinheiro com risco”

• Até agora, em nossa apresentação, não falamos nada sobre o risco associado aos fluxos
de caixa.

• Como o argumento implícito para fazermos a movimentação do fluxo de caixa no tempo


usando a taxa de juros foi o de que este poderia ser replicado usando uma quantia de
dinheiro em único ponto no tempo junto ao acesso aos empréstimos da conta bancária,
questionar-se-ia a validade dos resultados apresentados num contexto com risco.

• Entretanto, argumentamos que os conceitos apresentado aqui continuam válidos quando


os fluxos de caixa possuem risco, sendo necessário apenas usar como taxa de desconto o
custo de oportunidade do capital.

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