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INTRODUÇÃO (BÁRBARA)

Dentro das complexas estruturas internas, formas de ingresso e atribuições do


Judiciário brasileiro, certamente, os tribunais de maior destaque são os chamados
“superiores”, sendo eles que dão a palavra final nas matérias de suas competências
e em meio a todos sobressaem-se o Supremo Tribunal Federal, como guardião de
nossa carta Magna, e o Superior Tribunal de Justiça, como guardião das normas
infraconstitucionais.

O Supremo Tribunal Federal representa o ápice da estrutura judiciária nacional e


articula-setanto com a Justiça comum, quanto com as especiais, e embora não
chefie administrativamente os demais órgãos da jurisdição - em face da
independência jurídica dos magistrados - sem dúvida os encabeça funcionalmente,
sendo a máxima instância de superposição, em relação a todos os órgãos da
jurisdição.

A função do STF é, basicamente, a de manter o respeito à Constituição e sua


unidade substancial em todo o país, o que faz através de uma série de mecanismos
diferenciados – além de encabeçar o Poder Judiciário inclusive em certas causas
sem conotação constitucional. Como cabeça do Poder Judiciário, compete-lhe a
última palavra na solução das causas que lhe são submetidas.

Logo abaixo da cúpula de todo o Poder Judiciário, que é o Supremo Tribunal federal,
encontra-se o Superior Tribunal de Justiça, o qual constitui uma inovação da
Constituição de 1998 sobre a estrutura judiciária brasileira e relaciona-se com os
sistemas judiciários das chamadas Justiças comuns (Justiça Federal e Justiças
Estaduais); ele próprio é um órgão exercente (sic) da chamada jurisdição comum, na
medida em que somente lhe cabem causas regidas pelo direito substancial comum
(direito civil, comercial, tributário, administrativo) e não as regidas por ramos jurídico-
substanciais especiais (eleitoral, trabalhista, militar).

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

-ORGANIZAÇÃO; (MARIA EDUARDA)

O Supremo Tribunal Federal compõe-se de 11 membros, divididos em duas turmas,


que se encontram no mesmo plano hierárquico, com cinco membros cada uma, uma
vez que seu Presidente apenas participa das sessões plenárias. No Supremo
Tribunal Federal, não existe divisão preestabelecida para a determinação das 11
vagas de ministros que são de livre nomeação do Presidente da República, após
aprovação por maioria absoluta dos membros do Senado Federal. O Presidente da
República, presentes os requisitos constitucionais para investidura, escolhe
livremente o candidato, que será sabatinado pelo Senado Federal, devendo ser
aprovado pela maioria absoluta de seus membros (art. 52, III, a, e art. 101, parágrafo
único, ambos da CF), para poder ser nomeado pelo Chefe do Executivo.
Somente pode ocupar o cargo de Ministro do STF cidadão brasileiro nato com mais
de 35 e menos de 75 anos de idade, em pleno gozo de seus direitos políticos, com
notável saber jurídico e reputação ilibada.

Foi a partir da Constituição de 1934 que o texto constitucional passou a incluir o


qualificador “jurídico” no requisito de notável saber. Porém, já em 1894 foi
estabelecido o entendimento pelo Senado Federal de que o ministro do STF deverá
ser necessariamente jurista, ou seja, ter cursado graduação de nível superior em
Direito.

Entre os 11 ministros há um presidente, que pode assumir a presidência da


República interinamente quando houver ausência do presidente, vice, presidentes
da câmara e do senado, e um vice-presidente que assume sua cadeira na hipótese
mencionada. O Presidente e o Vice-Presidente têm mandato por dois anos, vedada
a reeleição para o período imediato.

Proceder-se-á a eleição, por voto secreto, na segunda sessão ordinária do mês


anterior ao da expiração do mandato, ou na segunda sessão ordinária
imediatamente posterior à ocorrência de vaga por outro motivo. O quorum para a
eleição é de oito Ministros, se não alcançado será designada sessão extraordinária
para a data mais próxima, convocando os Ministros ausentes. Considera-se
presente à eleição o Ministro, mesmo licenciado, que enviar o seu voto, em
sobrecarta fechada, que será aberta publicamente pelo Presidente, depositando-se
a cédula na urna, sem quebra do sigilo. Está eleito, em primeiro escrutínio, o
Ministro que obtiver número de votos superior à metade dos membros do Tribunal.

Além de haver um presidente os ministros também se subdividem em Turmas,


sendo elasconstituídas de cinco membros e cada uma é presidida pelo Ministro mais
antigo dentre seus membros, por um período de um ano, vedada a recondução, até
que todos os seus integrantes hajam exercido a Presidência, observada a ordem
decrescente de antiguidade.

Entre os ministros há também o Relator (pode ser substituído pelo revisor) e revisor
além do Presidente e seu Vice, os quais terão prioridade, no julgamento do Plenário,
observando os Arts. 128 a 130 e 138, do mais prioritário ao menos prioritário: os
habeas corpus; os pedidos de extradição; as causas criminais e, dentre estas, as de
réu preso, os conflitos de jurisdição, os recursos oriundos do Tribunal Superior
Eleitoral, os mandados de segurança, as reclamações, as representações, os
pedidos de avocação e as causas avocadas.

-COMPETÊNCIA;(JUNIOR)

As competências originárias estão no art. 102, I, alíneas “a” a “r” da Constituição.


Dentre elas, está a competência para julgar originariamente a ADI de lei ou ato
normativo federal ou estadual e a ADC de lei ou ato normativo federal; as causas e
os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e
outros; a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da
autoridade de suas decisões; e as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e
contra o Conselho Nacional do Ministério Público.

As competências recursais ordinárias estão dispostas no art. 102, II, da Constituição,


e incluem a competência para julgar, em recurso ordinário, o crime político, bem
como o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de
injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a
decisão.

O STF possui competências recursais extraordinárias, dispostas no art. 102, III.


Segundo o dispositivo, a Corte é competente para julgar, em recurso extraordinário,
as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida
contrariar dispositivo da Constituição; declarar a inconstitucionalidade de tratado ou
lei federal; julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da
Constituição; e julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

Todas as atribuições do STF estão estabelecidas no art. 102, seguindo princípio da


reserva constitucional de competência originária. Caso não reconheça a sua
competência originária, o STF deve indicar o órgão que repute competente para o
julgamento da causa, atribuição esta que pode ser exercida monocraticamente pelo
relator.

Segundo o renomado jurista e professor Modesto Carvalhosa, que possui em seu


currículo a Universidade de São Paulo (USP), o Foro Especial por Prerrogativa de
Função é uma forma legalizada de manter a impunidade de políticos, já que com
este meio o réu é julgado por um tribunal que não tem a efetividade necessária para
o crime comum de políticos, sendo inapropriado o mesmo julgar tais crimes.

O STF foi criado com o objetivo de proteger a constituição e manifestar os interesses


constitucionais. Por haver uma maior solenidade e delicadeza de seus assuntos
tratados é demorado o atendimento da demanda. Assim como o STJ, não se devem
julgar os atos ilícitos, só cabe ao STF julgar ilegítimos, desse modo os tribunais de
instâncias inferiores seriam os únicos com efetividade em julgar crimes civis, mesmo
que o réu seja um parlamentar.

Compete exclusivamente as turmas

Julgarem casos de sua própria competência originaria, no caso, quando a


competência for exclusiva do STF.

A Turma que tiver conhecimento da causa ou de algum de seus incidentes, inclusive


de agravo para subida de recurso denegado ou procrastinado na instância de
origem, tem jurisdição preventa para os recursos, reclamações e incidentes
posteriores, mesmo em execução, ressalvada a competência do Plenário e do
Presidente do Tribunal.
-ATRIBUIÇÕES;(MARIA EDUARDA)

O Supremo pode ser acionado diretamente, através das ações que lhe cabe processar e
julgar originariamente. Nestes casos, o Tribunal analisará a questão em única instância
(competência originária). Porém, igualmente, pode-se chegar ao STF através dos recursos
ordinários ou extraordinários. Nestes casos, o Tribunal analisará a questão em última
instância (competência recursal).

Nos diversos ordenamentos jurídicos, a jurisdição constitucional exerce quatro funções


básicas: o controle da regularidade do regime democrático e do Estado de Direito; o respeito
ao equilíbrio entre o Estado e a coletividade, principalmente em proteção à supremacia dos
direitos e garantias fundamentais; a garantia do bom funcionamento dos poderes públicos e
a preservação da separação dos Poderes; e finalmente, o controle da constitucionalidade
das leis e atos normativos.

A EC nº 45/04 reforçou o papel do Supremo Tribunal Federal no controle da


constitucionalidade das leis e atos normativos, passando a entender como conflito de
competência entre entes federativos a recusa de cumprimento de execução de lei federal e
conseqüência disso é prever como competência do Pretório Excelso, e não mais do Superior
Tribunal de Justiça, o processo e julgamento de ações propostas pelo Procurador-Geral da
República nessas hipóteses (CF, art. 36, III).

A competência originária do Supremo Tribunal Federal, conforme acentua Celso de Mello,


qualifica-se como “um complexo de atribuições jurisdicionais de extração essencialmente
constitucional”, não comportando a possibilidade de extensão, que “extravasem os rígidos
limites fixados em numerus clausus pelo rol exaustivo inscrito no art. 102, I, da Carta
Política”.

Além dessa competência, o Supremo também deve processar e julgar originariamente os


casos em que os direitos fundamentais das mais altas autoridades da República estiverem
sob ameaça ou concreta violação, ou quando estas autoridades estiverem violando os
direitos fundamentais dos cidadãos (CF, art. 102, I, d, i e q).

SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

-ORGANIZAÇÃO;(EDUARDA)

Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três
Ministros.

Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo


Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de
sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de
aprovada a escolha pelo Senado Federal, sendo:
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo
Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de
sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de
aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I - Um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre


desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo
próprio Tribunal;

II - Um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público


Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na
forma do art. 94.

Sendo assim é possível afirmar que a composição do STJ é heterogênea, isto é,


apresenta distinção com relação aos cargos e funções, por exemplo, sendo assim
uma terça parte de Ministros que são nomeados entre juízes dos Tribunais
Regionais Federais, logo uma terça parte entre desembargadores e em seguida uma
terça parte entre advogados e membros do Ministério Público. Entretanto é valido de
que tanto os membros do STF e o STJ ficaram sob as garantias e vedações
constitucionais aos juízes designados.

-COMPOSIÇÃO;(ERICA)

O STJ é composto de 33 ministros, nomeados pelo Presidente da República,


escolhidos dentre brasileiros natos e naturalizados (a título de exemplo, o Ministro
Felix Fischer é brasileiro naturalizado), com menos de 65 anos e mais de 35 anos,
dotados de reputação ilibada e notável saber jurídico, após, serão sabatinados pelo
Senado Federal, aprovados pela maioria absoluta, a EC nº 45/2004, trouxe a
previsão desta mudança para aprovação do ministro do STJ, de maioria relativa para
absoluta.

Alves (2000, p. 06): Feita a escolha pelo Presidente, o Terceiro Poder da República
entra em ação e o escolhido é sabatinado em sessão pública no Senado Federal,
perante a Comissão de Constituição e Justiça que, posteriormente, sem a presença
do candidato, delibera quanto às condições de ser ou não nomeado o indicado.

Os ministros do STJ se dividem em: um terço de desembargadores dos Tribunais de


Justiça dos Estados e do Distrito Federal, indicados pelo STJ em lista tríplice; um
terço de desembargadores dos Tribunais Regionais Federais, indicados pelo STJ
em lista tríplice; e um terço de advogados e membros do Ministério Público (MP), em
partes iguais e alternadamente. É a regra do terço, conforme o art. 104 da CF/88.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Ministério Público indicam seus


representantes em lista sêxtupla e o STJ, reduz para uma lista tríplice para que o
Presidente da República escolha e nomeie.
Segundo o art. 10, VI, c/c art. 171, § único, do Regimento Interno do STJ, as listas
tríplices da OAB e do MP serão elaboradas pelo pleno do STJ, com a presença de
2/3 dos membros e não pelo quórum ordinário.

Art. 10. Compete ao Plenário:

VI - elaborar as listas tríplices dos Juízes, Desembargadores, Advogados e


membros do Ministério Público que devam compor o Tribunal (Constituição, art.
104 e seu parágrafo único);

Art. 171. O Plenário, que se reúne com a presença da maioria absoluta dos seus
membros, é dirigido pelo Presidente do Tribunal.

Parágrafo único. Quando o Plenário se reunir para apreciar e deliberar a respeito


das matérias inscritas no art. 10, incisos II, IV, V, VI e VII, deste Regimento, será
observado o quorum de dois terços dos membros do Tribunal.

Alves (2000, p. 05): A escolha de um ministro de Tribunal Superior, afora o


Supremo é, no papel constitucional, o ato mais perfeito em termos dedemocracia. O
candidato é escolhido em lista tríplice por seus pares que, presume-se, conhecem o
trabalho do profissional no desempenho do cargo.

-COMPETÊNCIA;(ERICA)

O art. 105[3] da CF/88 prevê a competência do STJ, que se divide em recursal e


originária, enquanto a recursal divide-se em ordinária e especial.

A competência originária é aquela que se inicia no próprio STJ.

Lemos (2009, p. 31) aduz: A competência originária do STJ diz respeito àquelas
matérias, circunstâncias e atores envolvidos que fazem com que determinadas
ações, especificadamente discriminadas na Constituição Federal, se iniciem
diretamente no próprio Tribunal, diferentemente da competência recursal, na qual se
alcança aquela Corte Superior por meio de recursos (ordinário ou especial).

É da competência originária do STJ: o julgamento, em crimes comuns, dos


governadores; desembargadores dos Tribunais de Justiça; conselheiros dos
Tribunais de Conta;desembargadores dos Tribunais Regionais Federais; juízes dos
Tribunais Regionais Eleitorais e Tribunais Regionais do Trabalho.

Quanto aos membros do Ministério Público da União que oficiarem nos Tribunais, a
competência é nos crimes comuns e de responsabilidade.

Os Habeas Corpus quando a autoridade coatora ou o paciente for uma das


autoridades anteriores nominadas, bem como os Ministros de Estado, comandantes
das Forças Armadas, afastada a competência da Justiça Eleitoral.
Os Mandados de Segurança e Habeas Data contra ato dos comandantes das
Forças Armadas, Ministros de Estado e dos Ministros do STJ.

Os conflitos de competência entre os Tribunais, salvo entre juízes e Tribunais não


vinculados ao STJ e juízes vinculados a outro Tribunal (TST, STM e TSE).

As ações rescisórias e revisões criminais dos seus julgados.

A reclamação para preservar a sua competência e autoridade das suas decisões.

Os conflitos de atribuições entre autoridades judiciárias e administrativas da União,


ou entre autoridades judiciárias deum Estado e administrativas de outro e o do
Distrito Federal, ou entre eles e da União.

Os mandados de injunção quando for atribuição de entidade, órgão ou autoridade


federal da administração direta e indireta a elaboração da norma.

A homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur as cartas


rogatórias, conferidas ao STJ pela EC nº 45/2004.

A competência recursal é a que o STJ recebe a ação para apreciar a insatisfação da


parte sucumbente ou recursal, a qual pode ser especial ou ordinária.

Afirma Lemos (2009, p. 32): Como já tivemos a oportunidade de destacar, a


competência recursal na qual o STJ recebe a demanda para apreciação por meio de
recursos. Divide-se na possibilidade de manejo do recurso ordinário ou do recurso
especial.

O recurso especial não tem efeito suspensivo, podendo haver execução provisória,
desde que seja das causas decididas pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
Tribunais de Justiça, decididas em única ou última instância, art. 105, III da CF/88.

A matéria federal deve ser pré-questionada para o recurso especial ser conhecido,
ou seja, a matéria deve ter sido debatida no Tribunal a quo, para que a Corte
Superior conheça da matéria.

O recurso ordinário é admitido nos Habeas Corpus e Mandados de Segurança


decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais e pelos
Tribunais de Justiça, quando houver decisão denegatória. Bem como quando forem
partes estado estrangeiro ou organismo internacional e do outro estiver município ou
pessoa residente ou domiciliada no Brasil, estas causas são processadas nas varas
federais, art. 109, II[4] da CF/88.

-ATRIBUIÇÕES;(EDUARDA)

DISTINÇÕES ENTRESUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E SUPREMO TRIBUNAL


DE JUSTIÇA (BÁRBARA)

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