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1.1- Introdução
Quando a velocidade de entrada dos itens é maior que a saída, ou quando o número
de unidades recebidas é maior do que o número de unidades expedidas, o nível de
estoque aumenta. Se, ao contrário, mais itens saem, são demandados ou
consumidos do que entram, o estoque diminui. E se a quantidade que é recebida é
igual à que é despachada, o estoque mantém-se constante. Se considerarmos V (t)
como sendo a velocidade de entrada (unidades recebidas/unidade de tempo), v(t)
como a velocidade de saída (unidades expedidas/unidade de tempo) e E como
sendo o estoque, teremos as seguintes relações lógicas:
Exemplo:
A empresa BJ consome o item 46123 a uma velocidade de 450 unidades por dia. O
item é comprado de terceiros e usado na montagem do produto final da empresa.
Sabendo-se que, em uma semana útil de 5 dias, a BJ recebeu dois lotes de 2500
unidades do item, qual foi a variação do estoque do item 46123 nessa semana?
Solução:
Recebimentos: V(t) x t = 2 x 2500 unidades = 5000 unidades/semana
Consumo: v(t) x t = 5 dias/semana x 450 unidades/dia = 2250 unidades/semana
Como V(t) x t > v(t) x t, o estoque aumentou em 2.750 unidades na semana.(5000 –
2250)
Custo de aquisição
É o valor pago pela empresa compradora do material adquirido. Este custo
esta relacionado com o poder de negociação , que buscara minimizar o preço
pago por unidade adquirida. Quanto maior o preço unitário pago, maior será o
valor do estoque para uma mesma quantidade estocada.
Custo de armazenagem;
Valor que envolve todos os materiais que estão estocados na empresa, de
toda mão- de- obra envolvida na atividade de estoques (manutenção, controle
e gerenciamento, inclusive os encargos trabalhistas), das despesas mensais
para manter estoques, incluindo a depreciação dos equipamentos, máquinas
e instalações e despesas a eles associados e ao custo anual do m2 de
armazenamento.
O custo de armazenagem de determinado item “i” em estoque pode ser
calculado pela formula:
CAm = EM x PMu x T x CAmu
Onde:
CAm = Custo de Armazenagem de um item
EM = Estoque médio de um item no tempo T (qtde)
PMu = Preço médio unitário do item no tempo T (valor)
T = Tempo em estoque
CAmu = Custo de Armazenagem unitário
Custo de pedido
São custos fixos e variáveis referentes ao processo de emissão de um
pedido. Os fixos são os salários do pessoal envolvidos na emissão dos
pedidos e os variáveis estão nas fichas de pedidos e nos processos de enviar
esses pedidos aos fornecedores, bem como, todos os recursos necessários
para tal procedimento. Portanto, o custo de pedido está diretamente
relacionado com o volume das requisições ou pedidos que ocorrem no
período;
CP = Custo do Pedido
N = Número de pedidos
CPAu = Custo de Pedido Administrativo unitário
CPVu = Custo de Pedido Variável unitário
Custo de falta
No caso de não cumprir o prazo de entrega de um pedido colocado, poderá
ocorrer ao infrator o pagamento de uma multa ou até o cancelamento do
pedido, reduzindo o volume de vendas e prejudicando a imagem da empresa.
Este problema acarretará um custo elevado e de difícil medição relacionado
com a imagem, custos, confiabilidade, concorrência etc.
Exemplo:
Em uma empresa ocorreu um atraso de 4 dias na entrega do produto a um
cliente em razão de uma parada de 5 dias por falta de um item do estoque.
Considerando os dados abaixo fornecido pela empresa qual o custo de falta
Quadro 01
A prática mostra-nos que estas quatro premissas citadas não ocorrem com
freqüência. Os consumos de matéria-prima, normalmente, são variáveis e não
podemos confiar demais nos prazos de entrega dos fornecedores, pois existem
falhas de operação, e sempre existirá um risco de alguma remessa de material ser
rejeitada parcial ou totalmente
Figura 2. Dente de serra com ruptura
DM = D1 + D2 + ... + Dn
n
em que:
DM = Demanda média
Di = Demanda em cada período (diária, mensal, etc)
N = Número de períodos
Exemplo:
Calcule a demanda diária do item em estoque código 12005, dado que o consumo
nos últimos 10 dias foi:
Dia 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Demand 3 2 1 1 3 5 1 2 0 2
a
DM = 3 + 2 + 1 + 1 + 3 + 5 + 1 + 2 + 0 + 2 = 20 = 2
10 10
Estoque de segurança
Em que:
ESeg = Estoque de segurança
DMáx = Demanda máxima histórica
DM = Demanda média
TRMáx = Tempo de reposição máximo
TR = Tempo de reposição médio
PP = DM x TR + ESeg
Em que:
PP = Ponto de pedido
DM = Demanda ou consumo médio no período
TR = Tempo de reposição
ESeg = Estoque de segurança
Estoque médio
EM = Q +ESEG onde:
EM = Estoque Médio
Q = Quantidade adquirida ou fabricada para reposição de estoque
ESEG = Estoque de Segurança
2 – Curva ABC
A análise ABC é uma das formas mais usuais de se examinar estoques.
Essa análise consiste na verificação, em um certo espaço de tempo, do consumo,
em valor monetário ou quantidade, dos itens em estoque, para que eles possam ser
classificados em ordem decrescente de. É conveniente que os itens mais
importantes, segundo algum critério, tenham prioridade sobre os menos importantes.
Assim, economiza-se tempo e recursos.
Classificação
Classe A: constituída por poucos itens (ate 10% ou 20% dos itens), o valor de
consumo acumulado é alto (acima de 50% ate 80% em geral);
Classe B: formada por um número médio de itens (20% a 30% em geral),
apresenta um valor de consumo acumulado ao redor de 20% a 30%;
Classe C: constituída por um grande número de itens (acima de 50%), o valor
de consumo acumulado é baixo (5% a 10%).
Nº % Valor
Classe Itens em estoque
itens itens acumulado
A 2 16,7% 80,1% Faca, Jarro
B 3 25,0% 15,6% Apontador, Esquadro, Dado
C 7 58,3% 4,3% Key, Livro, Herói, Caixa, Bola, Giz,
Isqueiro.
A aplicação prática dessa classificação ABC pode ser vista quando, por
exemplo, reduzimos 20% do valor em estoque dos itens A (apenas 2 itens),
representando uma redução de 16% no valor total, enquanto que uma redução de
50% no valor em estoque dos itens C (sete itens), impactará no total em apenas
2,2%. Logo, reduzir os estoques do grupo A, desde que calculadamente, seria uma
ação mais rentável para a empresa do nosso exemplo.
O inventário físico consiste na contagem física dos itens de estoque. Caso haja
diferenças entre o inventário físico e os registros do controle de estoques devem ser
feitos os ajustes conforme recomendações contábeis e tributárias.
Essas faltas não registradas e controladas podem causar problemas de atrasos nas
entregas de pedidos aos clientes, pois o planejamento de compras não irá suprir a
falta destes materiais por falha nas informações. O maior benefício é ter os estoques
com as quantidades corretas. Hoje, em empresas que trabalham com volumes de
estoques pequenos, pratica-se o inventário contínuo, no qual são feitas contagens
semanais de um pequeno porcentual do universo de peças para verificação de
diferenças de peças entre o físico e o controle. Essa prática é denominada de
verificação de acuracidade do estoque, no qual até um determinado porcentual de
desvio é aceito, e acima deste valor, ações são imediatamente tomadas para corrigir
os desvios.
Qual a periodicidade do inventário físico? Quais são as suas etapas? A prática das
empresas é a de fazer o inventário físico por ocasião do Balanço da Empresa. Há
casos de empresas que fazem o balanço anualmente ou semestralmente. Não
existem etapas para a execução do inventário físico. Na prática, o que é feito é o
trabalho em mutirão de muitos funcionários da empresa, empenhados na contagem
dos estoques. A empresa pára suas atividades para evitar a contagem em
duplicidade da mesma peça.
Para empresas nas quais os produtos são de muito valor, a periodicidade é menor e
cada empresa tem seus próprios critérios para definir a periodicidade. O inventário
físico é geralmente efetuado de dois modos: periódico ou rotativo.
Exemplo:
1 dia = 8 horas
Número de itens a serem contados = 10.000 X 15 = 150.000 itens
Tempo necessário para contagem = 150.000/80 itens/minuto = 1875 minutos
Nr de pessoas necessário = N
(2 dias) X 8 horas/dia X 60 minutos = 960
1875/960 = 1,95 ou 2 pessoas.
Uma vez terminado o inventário, pode-se calcular a acurácia dos controles que
mede a porcentagem de itens corretos, tanto em quantidade quanto em valor, ou
seja:
Exemplo:
Calcule a acurácia do controle, sabendo-se que no exemplo do item 2.2, após os
três primeiros meses, foram encontradas as seguintes divergências entre o número
de unidades contadas por item e o número indicado pelo controle.
Solução:
É o indicador de quão eficaz foi o estoque para atender às solicitações dos usuários.
Assim, quanto mais requisições forem atendidas, nas quantidades e especificações
solicitadas, tanto maior será o nível de serviço.
Exemplo:
No almoxarifado da empresa VendeTudo, durante um período de 6 meses, foram
apresentadas 3100 requisições de materiais, com um número médio de 1,45 item
por requisição. Foram entregues 4400 dos itens solicitados. Qual o nível de
atendimento do almoxarifado?
4- MODELOS DE ESTOQUES
4.2 – Kanban
Kanban é uma palavra japonesa que significa literalmente registro ou placa visível.
Em Administração da produção significa um cartão de sinalização que controla os
fluxos de produção em uma indústria. O cartão pode ser substituído por outro
sistema de sinalização, como luzes, caixas vazias e até locais vazios demarcados.
Coloca-se um Kanban em peças ou partes específicas de uma linha de produção,
para indicar a entrega de uma determinada quantidade. Quando se esgotarem todas
as peças, o mesmo aviso é levado ao seu ponto de partida, onde se converte num
novo pedido para mais peças.
Quando for recebido o cartão ou quando não há nenhuma peça na caixa ou no local
definido, então deve-se movimentar, produzir ou solicitar a produção da peça.O
Kanban permite agilizar a entrega e a produção de peças. Pode ser empregado em
indústrias montadoras, desde que o nível de produção não oscile em demasia. Os
Kanbans físicos (cartões ou caixas) transitam entre os locais de armazenagem e
produção substituindo formulários e outras formas de solicitar peças, permitindo
enfim que a produção se realize Just in time - metodologia desenvolvida e
aperfeiçoada por Taiichi Ohno e Toyota Sakichi conhecida como Sistema Toyota de
Produção.
A técnica japonesa denominada de KAN BAN, integrada no conceito JUST IN TIME,
hoje largamente difundida quando se fala sobre produção ou administração de
estoque, nasceu na maior fábrica automobilística do Japão, a TOYOTA, está idéia a
brotou da iniciativa realizada por Yasuhiro Monden, que fundiu todas estas idéias e
conceitos sistematizando-os e difundiu para o resto do mundo, traduzindo para
língua inglesa.
O fundamento básico desta técnica, está baseado em manter um fluxo contínuo dos
produtos que estão sendo manufaturados. O KAN BAN (etiqueta ou cartão), traz
como grande inovação o conceito de eliminar estoques (estoque zero), os materiais
e componentes agregados ao produto chegam no momento exato de sua
produção/execução (just in time). O sucesso deste comportamento está na ênfase
dada no processo de manufatura nivelado e de automação - "jidoka" -
AUTOCONTROLE.
5-CONCLUSÃO
(A QUAIS RESULTADOS CHEGOU?)
Em função do que tenha sido pedido pelo Professor, aqui o aluno deverá::
Apresentar as conclusões a que chegou com o seu trabalho.
Fazer uma síntese dos resultados do trabalho, ou do estudo.
Apresentar um posicionamento, uma avaliação do trabalho, ou do
estudo.
2.2.1 Conclusão
Sumariando o contexto, percebe-se que o gerenciamento dos estoques é de
fundamental importância na administração de uma empresa. Atualmente, ostentar
grandes estoques não é mais um benefício e as organizações não se podem dar o
luxo dessa prática. Ter estoques excessivos passou a dar lugar para os estoques
suficientes para saldar um determinado período de venda. Para tal, faz-se
necessário um controle muito preciso e saber muito bem balancear a quantidade de
produtos ofertados pela empresa em detrimento com a quantidade demandada de
seus produtos. Mais uma vez, uma dura equação de ser resolvida. Então... mãos a
obra!!!
2.2.2 Conclusão
O gerenciamento dos estoques nas empresas é fundamental para a diminuição dos
custos. Estoques elevados e precariamente administrados são fatores que oneram o
preço final dos produtos, bem como uma aplicação indevida do capital de giro das
empresas. A competitividade das empresas no mundo globalizado exige uma correta
manutenção desse ativo, sendo fundamental manter apenas as quantidades
necessárias para a produção.
6-BIBLIOGRAFIA
MARTINS, P.G. ; Alt, P.R.C. Administração de Materiais e recursos patrimoniais.
São Paulo: Ed. Saraiva, 2005.