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INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº. 15 DE 18 DE MARÇO DE 2010.

Dispõe sobre procedimentos administrativos e critérios técnicos para perfuração de


poços tubulares para fins de exploração de água subterrânea no aquífero Urucuia de
domínio do Estado da Bahia.

O DIRETOR GERAL DO INSTITUTO DE GESTÃO DAS ÁGUAS E CLIMA - INGÁ, no


uso das suas atribuições legais e regimentais que lhe são conferidas pelos Art. 15, I,
alínea “d” do Decreto Estadual nº 8.247 de 08 de maio de 2002 e Art. 52, inciso XXVII,
da Lei Estadual nº 11.612 de 08 de outubro de 2009, e,

Considerando que o Art. 26, inciso I da Constituição Federal de 1988 estabelece que as
águas superficiais e subterrâneas incluem-se entre os bens dos Estados;

Considerando que a Resolução nº15, de 11 de janeiro de 2001 do Conselho


Nacional de Recursos Hídricos – CNRH, estabelece no inciso III, do Art. 3º, que “Nas
outorgas de direito de uso de águas subterrâneas deverão ser considerados critérios
que assegurem a gestão integrada das águas, visando evitar o comprometimento
qualitativo e quantitativo dos aquíferos e dos corpos de água superficiais a eles
interligados”;

Considerando que a Resolução nº16, de 08 de maio de 2001 do Conselho


Nacional de Recursos Hídricos – CNRH estabelece no §4º, do Art.1º, que “A análise dos
pleitos de outorga deverá considerar a interdependência das águas superficiais e
subterrâneas e as interações observadas no ciclo hidrológico visando a gestão
integrada dos recursos hídricos”, bem como determina no seu Art. 27 que “As Unidades
da Federação a quem compete a emissão das outorgas dos recursos hídricos
subterrâneos deverão manter os serviços indispensáveis à avaliação destes recursos,
ao comportamento hidrológico dos aquíferos e ao controle da qualidade e quantidade”.

Considerando que o Art. 52, inciso XXVII, da Lei Estadual nº 11.612 de 08 de outubro de
2009 que dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos e, o Art. 2º, do Decreto
Estadual nº 10.255 de 15 de fevereiro de 2007 que dispõe sobre a outorga do direito de
uso de recursos hídricos, determinam ser da competência do INGÁ estabelecer normas
técnicas e administrativas que assegurem a operacionalidade de suas atividades;

Considerando que a Lei Estadual nº 11.612 de 08 de outubro de 2009 estabelece no


seu artigo 18, inciso V que a perfuração de poços tubulares está sujeita à outorga de
direito de recursos hídricos ou a manifestação prévia do órgão gestor, bem como
estabelece, ainda, no seu Art. 38, Parágrafo único, incisos I, II, III, VII e VIII que as
águas subterrâneas deverão estar sujeitas a programas permanentes de conservação e
proteção visando o uso sustentado e, que o órgão gestor e executor da Política Estadual
de Recursos Hídricos para assegurar a quantidade e a qualidade naturais das águas
subterrâneas, deverá: instituir área de proteção dos aquíferos; estabelecer distâncias
mínimas entre os poços tubulares e entre os poços e os cursos d’água; restringir as
vazões captadas por poços em áreas de aquíferos explorados; promover a sua
avaliação quantitativa e qualitativa e o planejamento de seu aproveitamento racional e
definir o volume explorável dos domínios aquíferos;

Considerando que a Lei Estadual nº 11.612 de 08 de outubro de 2009 estabelece no


seu artigo 76, inciso III, que constitui infração às normas de utilização de recursos
hídricos perfurar poços para extração de água subterrânea sem a manifestação prévia
do órgão gestor e executor da Política Estadual de Recursos Hídricos ou colocá-los em
operação sem a outorga.

Considerando que a exploração das águas subterrâneas pode implicar redução da


capacidade de armazenamento dos aquíferos, redução dos volumes disponíveis nos
corpos de água superficiais e modificações dos fluxos naturais nos aquíferos e, por fim;
Considerando a necessidade de estabelecer procedimetos administrativos e critérios
técnicos a serem observados no ato de manifestação prévia de perfuração de poços
tubulares localizados no aquífero Urucuia, ato preparatório e necessário à posterior
outorga de direito de uso de recursos hídricos.

RESOLVE:

Art. 1º O objeto desta Instrução Normativa é a regulamentação dos procedimentos


administrativos e critérios técnicos a serem observados na análise do pedido de
manifestação prévia de perfuração de poços tubulares para fins de exploração de água
subterrânea no aquífero Urucuia de domínio do Estado da Bahia.

Art. 2º Os projetos de perfuração e construção de poços tubulares deverão estar em


acordo com as orientações indicadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas –
ABNT e serem elaborados por profissional habilitado, sendo exigida a respectiva
Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, expedida pelo Conselho Regional de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREA.

Parágrafo único: O INGÁ poderá exigir documentos adicionais para subsidiar a análise
do referido pedido.

Art. 3º Deferido o pedido, será emitida autorização para perfuração de poço tubular, com
prazo de vigência de 01 (um) ano, podendo, a critério do INGÁ ser prorrogado por igual
período, desde que devidamente justificado pelo autorizado.

§ 1º A autorização para perfuração de poço tubular não confere direito de uso de


recursos hídricos;

§ 2º O pedido de prorrogação de prazo para perfuração de poço tubular, deverá ser


submetido à apreciação do INGÁ com antecedência mínima de 60 (sessenta) dias do
término da autorização.

Art. 4º Autorizada a perfuração do poço tubular, o respectivo projeto de perfuração e


construção não poderá ser alterado sem que as modificações sejam apresentadas e
aprovadas pelo INGÁ.

Art. 5º Os demais procedimentos administrativos a serem observados na formalização


do pedido de manifestação prévia de perfuração de poços seguem o disposto na
Instrução Normativa nº 10/INGÁ, de 30 de junho de 2009.

Art. 6º Para efeito desta Instrução Normativa ficam definidas as seguintes distâncias
mínimas:

a) Entre poços tubulares:

I – Poços com vazão menor que 30 m³/h: 600 m;

II – Poços com vazão maior ou igual a 30 m³/h e menor que 100 m³/h: 1000 m;

III – Poços com vazão maior ou igual a 100 m³/h e menor que 200 m³/h: 1500 m;

IV – Poços com vazão maior ou igual a 200 m³/h e menor que 300 m³/h: 2000 m;

VI – Poços com vazão maior ou igual a 300 m³/h e menor ou igual a 500 m³/h: 2500 m.

b) Entre poços tubulares e corpos hídricos superficiais:

I - Poços com vazão menor que 20 m³/h: 500 m;

II - Poços com vazão maior que 20 m³/h: 2.500 m.


Art 7º Para cada poço de bombeamento devem ser obedecidos os seguintes limites:

I – Vazão máxima de bombeamento de 500 m³/h;

II – Período máximo de bombeio de 18 h/dia.

Art. 8º A capacidade de exploração das águas subterrâneas no aquífero Urucuia fica


limitada a uma vazão máxima instantânea de 360.000 m³/h.

Art. 9º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

GABINETE DO DIRETOR GERAL, 18 DE MARÇO DE 2010.


Julio Cesar de Sá da Rocha
Diretor Geral INGÁ

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