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Tratamentos Térmicos de Ligas

Metálicas
Prof. Marcelo José Gomes da Silva
Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais UFC

Referências:
V. Chiaverini
A. Costa e Silva e P. R. Mei
I. Novikov

5 November 2015 1
Algumas conclusões sobre
o sistema Fe-C
◊No aquecimento das ligas Fe-C, a escolha da
temperatura deve levar em conta a possibilidade
de estar-se ou não causando transformações de
fases

◊Uma vez atingida a temperatura desejada, quanto


maior for esta temperatura e quanto maior o tempo
de exposição  crescimento de grão  mudanças
nas propriedades
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Algumas conclusões sobre
o sistema Fe-C
◊Para obtenção de uma estrutura clássica, a partir
da austenita  longo tempo de resfriamento

◊Elementos de liga alteram os campos austenítico e


ferrítico, e as posições da linhas de transformação,
resultando em novas temperaturas para a obtenção
das microestruturas objetivadas ou não

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Tratamentos Térmicos
◊Dimitri Konstantinovichi Chernov (1839-
1921)
◊1º a racionalizar o efeito da temperatura
sobre as propriedades dos aços
◊Relatório sobre aços e armas de aço
◊Mudança: Tratamentos Térmicos  de arte
para ciência

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Conceitos básicos
◊ Qualquer processo de tratamento térmico pode ser
descrito por um gráfico mostrando tempo x temperatura

◊ Tal descrição não mostra diretamente as modificações na


microestrutura que estão ocorrendo

“ Não se determina o tipo de tratamento térmico pelo caráter


da variação de temperatura com o tempo, mas sim pelo
tipo de modificações de fases e microestruturais ocorridas
no metal tratado” A. A. Bochivar[Novikov]

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Tratamentos térmicos segundo
[Novikov]
Bochivar
◊Térmicos  somente ação térmica no metal
◊Termoquímicos  combinam ações térmica
química
◊Termomecânicos  combinam ações térmica

com deformação plástica

◊ Aplicam-se a todos os metais e ligas, tanto ligas ferrosas como as não ferrosas
◊ São, por sua vez, sub-divididos em vários tratamentos específicos de acordo com
as composições da ligas

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Tratamento térmicos segundo
[Novikov]
Bochivar
Têmpera com
Recozimento de Recozimento de
transformação
1º tipo 2º tipo
polimórfica

Têmpera sem Têmpera com


transformação fusão Revenimento
polimórfica superficial

Envelhecimento

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Tratamentos Térmicos

◊Finalidade:
Alterar as microestruturas e como
consequência as propriedades
(especialmente mas não somente)
mecânicas das ligas metálicas

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Tratamentos Térmicos
◊Objetivos:
- Remoção de tensões internas
- Aumento ou diminuição da dureza
- Aumento da resistência mecânica
- Melhora da ductilidade
- Melhora da usinabilidade
- Melhora da resistência ao desgaste
- Melhora da resistência à corrosão
- Melhora da resistência ao calor
- Melhora das propriedades elétricas e magnéticas

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MATERIAL + TRATAMENTO TÉRMICO

O TRATAMENTO TÉRMICO ESTÁ


ASSOCIADO DIRETAMENTE COM
O TIPO DE MATERIAL.
PORTANTO, DEVE SER
ESCOLHIDO DESDE O INÍCIO DO
PROJETO

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Fatores de Influência nos
Tratamentos Térmicos
 Temperatura
 Tempo
 Velocidade de resfriamento
 Atmosfera*

* para evitar a oxidação ou perda de algum


elemento químico (ex: descarbonetação dos
aços)
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Fatores de Influência nos
Tratamentos Térmicos
Tempo:
O tempo de trat
trat.. térmico depende muito das
dimensões da peça e da microestrutura
desejada..
desejada
Quanto maior o tempo:
 maior a segurança da completa dissolução das fases
para posterior transformação
 maior será o tamanho de grão
Tempos longos facilitam a oxidação
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Fatores de Influência nos
Tratamentos Térmicos
 Temperatura:
depende do tipo de material e da
transformação de fase ou microestrutura
desejada

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Fatores de Influência nos
Tratamentos Térmicos
 Velocidade de Resfriamento:
-Depende do tipo de material e da
transformação de fase ou microestrutura
desejada
- É o mais importante porque é ele que
efetivamente determinará a microestrutura,
além da composição química do material

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Principais Meios de Resfriamento
 Ambiente do forno (+ brando)
 Ar
 Banho de sais ou metal fundido
(+ comum é o de Pb)
 Óleo
 Água
 Soluções aquosas de NaOH, Na2CO3 ou NaCl
(+ severos)

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Como escolher o meio de
resfriamento ????
 É um balanço entre:
- Obtenção das caracterísitcas finais desejadas
(microestruturas e propriedades),
- Sem o aparecimento de fissuras e empenamento
na peça,
- Sem a geração de grande concentração de
tensões

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Principais Tratamentos Térmicos
Tratamentos Térmicos

Solubilização e
Recozimento
envelhecimento

Normalização Esferoidização ou
Coalescimento
•Alívio de tensões
•Recristalização Tempera
•Homogeneização e Revenido
•Total ou Pleno
5 •Isotérmico Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais UFC
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o
Recozimento do 1 primeiro tipo
◊Elimina parcial ou totalmente o afastamento do
estado de equilíbrio originado com um tratamento
térmico anterior
◊Não há transformações de fases
◊Pode ser precedido de fundição, soldagem,
tratamento térmico e outros processos
tecnológicos

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o
Recozimento do 1 primeiro tipo
◊ Tipos:
• Homogeneização
• Recuperação
• Recristalização
• Recozimento de alívio de tensões

◊ Parâmetros básicos:
• Temperatura de tratamento
• Tempo de exposição
• Taxas de aquecimento e resfriamento desempenham papel
secndário

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o
Recozimento do 1 primeiro tipo
Homogeneização

O recozimento de homogeneização é um tratamento


térmico cujo processo principal é a eliminação das
conseqüências da segregação dendrítica (durante o
resfriamento fora do equilíbrio)

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Solidfificação
fora do
equilíbrio

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o
Recozimento do 1 primeiro tipo
Recozimento de recristalização e recuperação

◊ Tratamento para ligas ou metais ou ligas deformadas,


onde o principal processo é o de recristalização

◊ Tratamento para ligas ou metais ou ligas deformadas,


onde o principal processo é o de recuperação

◊ São geralmente utilizados após trabalhos de deformação a


frio nos metais e ligas
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o
Recozimento do 1 primeiro tipo
Recozimento de alívio de tensões
◊ Tratamento para ligas ou metais onde o principal processo
é a “relaxação” da rede cristalina, gerando uma redução
parcial ou total das tensões residuais (geralmente
macrotensões)

◊ Utilizado para peças que foram submetidas a processos


que originam tensões residuiais, em geral:
• Fundição
• Soldagem
• Corte
• Estampagem
5
• Etc... Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais UFC
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o
Recozimento do 2 tipo
◊ Baseado nas transformações difusionais normais das fases
ocorridas no resfriamento dos metais e ligas

◊Recozimento dos aços


• Recozimento dos FeFu
• Recozimento dos metais e ligas não
ferrosas

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o
Recozimento do 2 tipo
Recozimento dos aços

Tratamentos térmicos baseados nos


processos de austenitização da
microestrutura seguidos de posterior
transformação perlítica ao resfriamento

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1- RECOZIMENTO
 Objetivos:
- Remoção de tensões internas devido aos tratamentos
mecânicos
- Diminuir a dureza para melhorar a usinabilidade
- Alterar as propriedades mecânicas como a resistência e
ductilidade
- Ajustar o tamanho de grão
- Melhorar as propriedades elétricas e magnéticas
- Produzir uma microestrutura definida

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TIPOS DE RECOZIMENTO
◊ Recozimento para alívio de tensões (qualquer liga
metálica)
◊ Recozimento para recristalização (qualquer liga
metálica)
◊ Recozimento para homogeneização (para peças
fundidas)
◊ Recozimento total ou pleno (aços)
◊ Recozimento isotérmico ou cíclico (aços)

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1.1- RECOZIMENTO PARA
1.1-
ALÍVIO DE TENSÕES
 Objetivo
Remoção de tensões internas originadas de processos (tratamentos
mecânicos, soldagem, corte, …)
 Temperatura
Não deve ocorrer nenhuma transformação de fase
 Resfriamento
Deve-se evitar velocidades muito altas devido ao risco de
distorções

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Ex:RECOZIMENTO PARA
ALÍVIO DE TENSÕES DOS AÇOS

 Temperatura
Abaixo da linha A1 
em que ocorre
nenhuma 723 C
transformação (600- Ou linha crítica
620oC)

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INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA DE
RECOZIMENTO NA RESIST. À TRAÇÃO
E DUTILIDADE

Alívio de Tensões
(Recuperação/Recovery)

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1.2-- RECOZIMENTO PARA
1.2
RECRISTALIZAÇÃO
 Objetivo
Elimina o encruamento gerado pela deformação à frio
 Temperatura
Não deve ocorrer nenhuma transformação de fase
 Resfriamento
 Lento (ao ar ou ao forno)

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1.3- RECOZIMENTO
1.3-
HOMOGENEIZAÇÃO
 Objetivo
Melhorar a homogeneidade da microestruturade peças fundidas
 Temperatura
Não deve ocorrer nenhuma transformação de fase
 Resfriamento
 Lento (ao ar ou ao forno)

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1.4- RECOZIMENTO TOTAL OU
PLENO

◊Objetivo

Obter dureza e estrutura controlada para os


aços

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1.4- RECOZIMENTO TOTAL OU
PLENO
Usado para aços ◊ Temperatura
Hipoeutetóide 50 °C
acima da linha A3
Hipereutetóide Entre as
linhas Acm e A1
◊ Resfriamento
Lento (dentro do forno) 
implica em tempo longo
de processo
(desvantagem)

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+Fe3C Recozimento
+
total ou pleno

+Fe3C

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1.1-- RECOZIMENTO TOTAL OU
1.1
PLENO
 Constituintes Estruturais resultantes
Hipoeutetóide ferrita + perlita grosseira
Hipoeutetóide
Eutetóide  perlita grosseira
Hipereutetóide
Hipereutetóide  cementita + perlita grosseira
* A pelita grosseira é ideal para melhorar a
usinabilidade dos aços baixo e médio carbono
* Para melhorar a usinabilidade dos aços alto carbono
recomenda-se a esferoidização

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1.5- RECOZIMENTO ISOTÉRMICO
OU CÍCLICO
Usado para aços
◊ A diferença do recozimento pleno
está no resfriamento que é bem mais
rápido, tornando-o mais prático e
mais econômico,
◊ Permite obter estrutura final +
homogênea
◊ Não é aplicável para peças de
grande volume porque é difícil de
baixar a temperatura do núcleo da
mesma
◊ Esse tratamento é geralmente
executado em banho de sais

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2- ESFEROIDIZAÇÃO OU
COALESCIMENTO
ESFEROIDITA
Objetivo
Produção de uma estrutura
globular ou esferoidal de
carbonetos no aço

 melhora a
usinabilidade,
especialmente dos aços
alto carbono
 facilita a deformação a
frio
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+Fe3C
+
Esferoidização
ou
coalescimento

+Fe3C

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OUTRAS MANEIRAS DE PRODUZIR
ESFEROIDIZAÇÃO OU
COALESCIMENTO
Aquecimento por tempo prolongado a uma temperatura
logo abaixo da linha inferior da zona crítica,

 Aquecimento e resfriamentos alternados entre


temperaturas que estão logo acima e logo abaixo da
linha inferior de transformação.

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3- NORMALIZAÇÃO
Usada para aços
Objetivos:

 Refinar o grão
 Melhorar a
uniformidade da
microestrutra

*** É usada antes da


têmpera e revenido

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+Fe3C
+

+Fe3C

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3- NORMALIZAÇÃO
◊Temperatura
Hipoeutetóide acima da linha A3
Hipereutetóide acima da linha Acm*
*Não há formação de um invólucro de carbonetos
frágeis devido a velocidade de refriamento ser maior
◊Resfriamento
Ao ar (calmo ou forçado)
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3- NORMALIZAÇÃO
◊Constituintes estruturais resultantes
Hipoeutetóide ferrita + perlita fina
Eutetóide  perlita fina
Hipereutetóide cementita + perlita fina

* Conforme o aço pode-se obter bainita


Em relação ao recozimento a microestrutura é mais fina,
apresenta menor quantidade e melhor distribuição de
carbonetos

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4- TÊMPERA
Objetivos:
 Obter estrutura matensítica
que promove:
- Aumento na dureza
- Aumento na resistência à tração
- redução na tenacidade

*** A têmpera gera tensões 


deve--se fazer revenido
deve
posteriormente

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4- TÊMPERA
MARTENSITA

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4- TÊMPERA
◊Temperatura
Superior à linha crítica (A1)
* Deve-se evitar o superaquecimento, pois formaria
matensita acidular muito grosseira, de elevada
fragilidade
◊Resfriamento
Rápido de maneira a formar martensíta (ver
curvas TTT)
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4- TÊMPERA
◊Meios de Resfriamento

Depende muito da composição do aço (% de


carbono e elementos de liga) e da
espessura da peça

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TEMPERABILIDADE

◊ CAPACIDADE DE UM AÇO ADQUIRIR


DUREZA POR TÊMPERA A UMA CERTA
PROFUNDIDADE
◊ VEJA EXEMPLO COMPARATIVO DA
TEMPERABILIDADE UM AÇO 1040 E DE UM
AÇO 8640
◊ A CURVA QUE INDICA A QUEDA DE DUREZA
EM FUNÇÃO DA PROFUNDIDADE RECEBE O
NOME DE CURVA JOMINY QUE É OBTIDA
POR MEIO DE ENSAIOS NORMALIZADOS
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TEMPERABILIDADE
◊Veja como é feito o ensaio de temperabilidade
Jominy no site:

◊www.cimm.com.br/material didático

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TEMPERABILIDADE DOS AÇOS EM
FUNÇÃO DO TEOR DE CARBONO

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5- REVENIDO
*** Sempre acompanha a têmpera

Objetivos:
- Alivia ou remove tensões
- Corrige a dureza e a fragilidade, aumentando a
dureza e a tenacidade

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5- REVENIDO
◊Temperatura
Pode ser escolhida
de acordo com
as combinações
de propriedades
desejadas

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5- REVENIDO
150- 230°C os carbonetos começam a precipitar
Estrutura: martensita revenida
(escura, preta)
Dureza: 65 RC 60-63 RC

230-400°C os carbonetos continuam a precipitar em


forma globular (invisível ao microscópio)
Estrutura: TROOSTITA
Dureza: 62 RC 50 RC
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5- REVENIDO
400- 500°C os carbonetos crescem em glóbulos,
visíveis ao microscópio
Estrutura: SORBITA
Dureza: 20-45 RC

650-738°C os carbonetos formam partículas


globulares
Estrutura: ESFEROIDITA
Dureza: <20 RC
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MICROESTRUTURAS DO
REVENIDO
TROOSTITA E MARTENSITA SORBITA

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FRAGILIDADE DE REVENIDO

◊ Ocorre em determinados tipos de aços quando aquecidos


na faixa de temperatura entre 375-475 °C ou quando
resfriados lentamente nesta faixa.
◊ A fragilidade ocorre mais rapidamente na faixa de 470-
475 °C
◊ A fragilidade só é revelada no ensaio de resist. ao choque,
não há alteração na microestrutura.

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AÇOS SUSCEPTÍVEIS À
FRAGILIDADE DE REVENIDO

◊Aços -liga de baixo teor de liga


◊Aços que contém apreciáveis quantidades de Mn,
Ni, Cr, Sb*, P, S
◊Aços ao Cr-Ni são os mais suceptíveis ao
fenômeno

*é o mais prejudicial
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COMO MINIMIZAR A
FRAGILIDADE DE REVENIDO

◊Manter os teores de P abaixo de 0,005% e S


menor 0,01%

◊Reaquecer o aço fragilizado a uma temperatura


de ~600 °C seguido de refriamento rápido até
abaixo de 300 °C .

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6- SOLUBILIZAÇÃO SEGUIDA DE
PRECIPITAÇÃO OU ENVELHECIMENTO

 Consiste na precipitação de outra fase,


na forma de partículas extremamente
pequenas e uniformemente distribuídas.
distribuídas.
 Esta nova fase enrijece a liga.
 Após o envelhecimento o material terá
adquirido máxima dureza e resistência.
 O envelhecimento pode ser natural ou
artificial.
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6- Tratamento térmico de solubilização
seguido de envelhecimento

Solubilização Chamado de
envelhecimento que
Resfriamento em pode ser
água
natural ou artificial
Precipitação
A ppt se dá
A ppt se dá a acima da T
T ambiente ambiente
por
reaqueci-
mento
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EXEMPLO: Sistema Al-
Al-Cu

Solubilização
5,65%

A fase endurecedora das ligas Al- ( )


Al-Cu é CuAl2 (
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7- Outros tratamentos térmicos

5 November 2015 66
TRATAMENTO SUB-ZERO
◊ Alguns tipos de aço, especialmente os alta liga, não
conseguem finalizar a transformação de austenita em
martensita.

O tratamento consiste no resfriamento do aço a


temperaturas abaixo da ambiente

◊ Ex: Nitrogênio líquido: -170oC


Nitrogênio + álcool: -70oC
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r 2015
cementado as linhas
AÇO AISI 1321 cementado
Mi e Mf são abaixadas.
 Neste aço a formação da martensita não se finaliza, levando a se ter
austenita residual a temperatura ambiente.

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AUSTEMPERA E
MARTEMPERA
◊ Problemas práticos no resfriamento convencional e
têmpera
◊ A peça/ parte poderá apresentar empenamento ou fissuras devidos ao
resfriamento não uniforme. A parte externa esfria mais rapidamente,
transformando-se em martensita antes da parte interna. Durante o curto tempo
em que as partes externa e interna estão com diferentes microestruturas,
aparecem tensões mecânicas consideráveis. A região que contém a
martensita é frágil e pode trincar.
Os tratamentos térmicos denominados de martempera e austempera vieram
para solucionar este problema

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MARTEMPERA
◊ O resfriamento é temporariamente
interrompido, criando um passo
isotérmico, no qual toda a peça
atinga a mesma temperatura. A
seguir o resfriamento é feito
lentamente de forma que a martensita
se forma uniformemente através da
peça. A ductilidade é conseguida
através de um revenimento final.

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r 2015
AUSTEMPERA
◊ Outra alternativa para evitar distorções e
trincas é o tratamento denominado
austêmpera, ilustrado ao lado

◊ Neste processo o procedimento é análogo


à martêmpera. Entretanto a fase
isotérmica é prolongada até que ocorra a
completa transformação em bainita.
Como a microestrutura formada é mais
estável (alfa+Fe3C), o resfriamento
subsequente não gera martensita. Não
existe a fase de reaquecimento, tornando
o processo mais barato.

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r 2015
MARTEMPERA E
AUSTEMPERA

alternativas para evitar distorções e trincas


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CASO PRÁTICO 1
Faça uma análise do seguinte procedimento adotado por
uma da empresa
◊ Peça: eixo (10x100)mm
◊ Aço: SAE 1045
◊ Condições de trabalho: solicitação à abrasão pura
◊ Tratamento solicitado: beneficiamento para dureza de
55HRC
◊ Condição para tempera: peça totalmente acabada

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Novembe Prof. Marcelo José Gomes da Silva 73
r 2015
CASO PRÁTICO 2
Qual o tratamento térmico que você acha mais apropriado
para um dado eixo flangeado para reconstituir a
homogeneidade microestrutural com a finalidade de
posteriormente ser efetuada a tempera?
Informações: A região flangeada apresenta-se com
granulação fina e homogênea, resultante do trabalho à
quente; já o restante do eixo, que não sofre conformação,
apresenta-se com microestrutura grosseira e heterogênea,
devido ao aquecimento para forjamento.

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Novembe Prof. Marcelo José Gomes da Silva 74
r 2015
CASO PRÁTICO 3
Porta insertos de metal duro são usados em estampos
progressivos, confeccionados em aço AISI D2 e
temperados para 60/62 HRC.
Este tipo de aço costuma reter até 50% de austenita em sua
estrutura à temperatura ambiente. Há algum inconveniente
disto? Comente sua resposta.

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Novembe Prof. Marcelo José Gomes da Silva 75
r 2015
RESUMOS

5 November 2015 76
TRANSFORMAÇÕES

AUSTENITA
Resf. lento Resf. Rápido
Resf. moderado (Têmpera)
Perlita
Martensita
( + Fe3C) + a Bainita
fase (fase tetragonal)
próeutetóide ( + Fe3C)
reaquecimento

Martensita
Ferrita ou cementita Revenida
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Novembe
r 2015
( + Fe C)
Prof. Marcelo José Gomes da Silva 3 77
Tratamentos Térmicos

Recozimento Tempera e
Total ou Pleno Revenido
Recozimento
Normalização
Isotérmico
Resfriamento
Lento
Resfriamento
(dentro do forno)
ao ar

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Novembe Prof. Marcelo José Gomes da Silva 78
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Recozimento

Total ou Pleno Recristalização

Alívio de
Isotérmico
tensões
Temperatura
Resfriamento Abaixo da linha A1 
Lento
(dentro do forno) Temperatura (600-620oC)
Abaixo da linha A1  - Resfriamento
Não ocorre nenhuma Lento
transformação (ao ar ou dentro
Resfriamento do forno)
Deve-se evitar **Elimina o
velocidades muito encruamento
altas devido ao risco gerado pelos
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de distorções processos de
Novembe Prof. Marcelo José Gomes da Silva deformação à frio79
r 2015

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