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DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA
BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL
Feira de Santana – BA
2017
MAURICIO SOUZA FIGUEIRÊDO
Orientador:
Prof. Dr. Eduardo Henrique Borges Cohim
Silva
Feira de Santana – BA
2017
MAURICIO SOUZA FIGUEIRÊDO
APROVAÇÃO:
EXAMINADORES:
___________________________________________________________
Prof. Eduardo Henrique Borges Cohim Silva, Doutor
Orientador (UEFS)
___________________________________________________________
Prof. Diogenes Oliveira Senna, Mestre (UEFS)
___________________________________________________________
Eng. Jodilson Amorim Carneiro, Mestre (UEFS)
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Eduardo Cohim que aceitou me orientar nesta pesquisa, e que me forneceu
importantes observações e direcionamentos neste Trabalho de Conclusão de Curso.
Ao Prof. Diogenes Senna e o Eng. Jodilson Amorim por aceitarem participar da
avaliação deste trabalho.
Aos meus pais que me deram apoio em todas as etapas de minha vida.
Aos meus familiares que torceram verdadeiramente pelas minhas realizações e que me
ofereceram palavras de incentivo.
Aos meus amigos e colegas do curso que me prestaram apoio e atenção para realização
deste trabalho, em especial Maria Virgínia que foi minha grande companheira.
E por fim, agradeço à todas as energias que regem o universo e que de alguma forma
me trouxeram forças para a realização dos meus objetivos.
RESUMO
Com os atuais eventos de escassez de água para o consumo humano decorrente no Brasil e no
mundo e com perspectivas negativas para o futuro, entram cada vez mais para as questões de
debate a forma como este bem é gerido. Ainda hoje parte das construções convencionalmente
funcionam sem a preocupação com a sustentabilidade do seu consumo de água. Diante disso,
este trabalho teve como objetivo analisar a possibilidade de aplicação de algumas tecnologias
sustentáveis em habitações unifamiliares já construídas, e em funcionamento, de modo que as
condicionem a conservação de água, e os possíveis impactos gerados por estas modificações
relacionados ao custo financeiro e efeitos físicos na edificação. A pesquisa foi de natureza
quantitativa, de abordagem aplicada e os métodos de pesquisa utilizados foram revisão da
literatura e uma aplicação prática. Consta-se como resultado da pesquisa um quadro
resumindo características das medidas abordadas no trabalho, o potencial de poupança no
consumo de água utilizando as medidas hidro eficientes em comparação com o que é utilizado
convencionalmente, a abordagem de algumas certificações ambientais em relação a aplicação
dessas modificações, um exemplo de aplicação de algumas das medidas levantadas em uma
residência modelo e levantamento de custos, e uma diretriz para a otimização de residências
em uso à conservação de água. Concluiu-se sobre alto potencial de economia de água que
essas medidas podem agregar, sendo que boa parte delas é de simples aplicação como o caso
de dispositivos hidro eficientes, que funcionam na diminuição da demanda, e outra parte é
mais complexa para aplicação em residências em uso, como as fontes alternativas de captação
de água.
FIGUEIRÊDO, M.S. Measures for the improvement of single family housing in operation
to the efficient consumption of water. Feira de Santana, 2017. Completion of Course Work
(Graduate in Civil Engineering) – State University of Feira de Santana.
With the current water shortage of events for human consumption arising in Brazil and in the
world and with negative prospects for the future, come increasingly to debate issues and how
this is managed. Today part of the buildings conventionally operate without concern for the
sustainability of its water consumption. Therefore, this study aimed to examine the possibility
of implementing some sustainable technologies in single-family dwellings already built and in
operation, so that the conditional water conservation, and the possible impacts caused by these
changes related to financial costs and physical effects in the building. The research was
quantitative nature and, applied approach and the research methods used were literature
review and a practice aplication. It is shown as search result a chart summarizing features of
the measures discussed at work, the potential savings in water consumption using the efficient
hydro as compared with that used conventionally, the approach of some environmental
certifications regarding the application of these changes, an example of application of some of
the measures raised in a house model and lifting costs, and a guideline for the optimization of
homes in use to conserve water. The conclusion about high water-saving potential that such
measures can add, being that most of them are simple applicationsuch
as hydro efficient devices that work in reducing demand, and another part is more
complex for use in residences in use, as alternative sources of water.
AGRADECIMENTOS ...........................................................................................................3
RESUMO.................................................................................................................................4
ABSTRACT ............................................................................................................................5
LISTA DE SIGLAS ................................................................................................................6
LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................7
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................8
LISTA DE QUADROS .........................................................................................................10
1.INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 13
1.1- OBJETIVOS ......................................................................................................................14
1.1.1- OBJETIVO GERAL ..........................................................................................................14
1.1.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................14
1.2- MÉTODO DE PESQUISA ....................................................................................................14
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 88
1.INTRODUÇÃO
O Relatório das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento de Água 2015 – Água para
um mundo sustentável, descreve a importância da água para a sociedade humana da seguinte
forma:
A água está no centro do desenvolvimento sustentável. Os recursos hídricos, e a
gama de serviços providos por esses recursos, contribuem para a redução da
pobreza, para o crescimento econômico e para a sustentabilidade ambiental. Desde a
segurança alimentar e energética até a saúde humana e ambiental, a água contribui
para as melhorias no bem-estar social e no crescimento inclusivo, afetando os meios
de subsistência de bilhões de pessoas. (UNESCO, 2015, p. 2)
Consta no mesmo relatório que o planeta enfrentará um déficit de 40% das reservas
hídricas até o ano de 2030, caso não haja uma gestão mais eficiente destes recursos. Mesmo
diante de perspectivas de limitações maiores para o futuro, no contexto atual segundo
estimativas da UNICEF e OMS de 2013, cerca de 768 milhões de pessoas não tem acesso a
uma fonte de água potável (UNICEF, 2014).
Estas informações destacam a dimensão dos desafios que a sociedade deve enfrentar
para manutenção e a ampliação dos direitos básicos à vida, ligados ao consumo de água. Por
este motivo crescem cada vez mais os debates em relação ao desenvolvimento sustentável no
âmbito social, econômico e ambiental. Para isso são necessárias novas alternativas de
otimização e modernização dos sistemas tradicionais vigentes, de forma que aumente a oferta
de água e paralelamente diminua a demanda da mesma, gerando assim a conservação de água.
No âmbito do consumo de água urbano temos como alternativa para aumentar a oferta
de água, o aproveitamento da água de chuva, de águas subterrâneas e o reuso de águas cinza.
Para um melhor controle da demanda residencial por água temos a utilização de dispositivos
economizadores como descarga de acionamento duplo, arejadores, restritores de vazão,
redutores de pressão e o controle de vazamentos nas instalações hidráulicas prediais.
Muitas residências já construídas e em uso são passíveis de um aprimoramento para a
utilização mais racional da água através das medidas já citadas para um aumento da oferta de
água e o controle da demanda. As modificações para um beneficiamento dessas residências
geram impactos físicos e financeiros em sua implantação, portanto são necessárias diretrizes e
prioridades para a aplicação de cada tecnologia nas construções que funcionam
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1.1- Objetivos
O trabalho quanto a sua natureza caracteriza-se como uma pesquisa aplicada, com
abordagem quantitativa para o seu desenvolvimento. Foi feita inicialmente uma revisão de
literatura, ou pesquisa bibliográfica, principalmente em meios eletrônicos, em livros, artigos
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2. O RECURSO ÁGUA
A água é um recurso primordial para a existência da vida na terra. Grande parte dos
seres vivos são compostos majoritariamente por água, o corpo humano, por exemplo, tem
70% de sua massa composta por água, que detém entre as suas funções a de auxílio na
regulação da temperatura, nas reações bioquímicas, transporte de nutrientes, entre outros. Em
uma escala maior, grande parte das atividades humanas demandam o consumo de água,
tornando-a um fator essencial para a evolução social e econômica da sociedade. A Figura 1,
apresenta algumas curiosidades sobre a quantidade de água utilizada para produzir alguns
alimentos.
Figura 1: A água que você não vê.
icebergs, 29,9% estão em leitos subterrâneos e 0,9% estão em outras fontes (MMA; MEC;
IDEC, 2005).
A disponibilidade hídrica superficial no Brasil é de 91.300 m³/s e a vazão média
equivale a 180.000 m³/s, cerca de 13% da água doce superficial disponível no mundo, que é
uma quantidade de considerável privilégio em relação a outros países, porém vale destacar
que há uma importante heterogeneidade na distribuição dessa água em nosso território, cerca
de 81% desse recurso encontra-se na Região Hidrográfica Amazônica, onde encontra-se
menor densidade populacional, aproximadamente 5% da população, enquanto nas regiões
hidrográficas banhadas pelo Oceano Atlântico que concentram 45,5% da população do país,
possuem apenas 2,7% dos recursos hídricos do Brasil (ANA, 2015).
Gonçalves (2006) apresenta a Tabela 1 com a classificação da disponibilidade hídrica
e um gráfico, Figura 2, sobre a previsão da disponibilidade hídrica no Brasil, ambas presentes
abaixo:
Tabela 1: Classificação da disponibilidade hídrica.
DISPONIBILIDADE HÍDRICA
CLASSIFICAÇÃO
(m³ per capita/ano)
Maior que 20.000 Muito alta
10.000 – 20.000 Alta
5.000 – 10.000 Média
2.000 – 5.000 Baixa
1.000 – 2.000 Muito Baixa
Menor que 1.000 Catastroficamente baixa
Fonte: UNEP/ONU apud Gonçalves, 2006.
A água naturalmente está em constante circulação pelo planeta, nos três estados físicos
(liquido, sólido e gasoso), evento conhecido como ciclo hidrológico. Esse fenômeno
simplificadamente ocorre com evaporação das águas superficiais de rios, lagos, oceanos,
plantas e outros. Essas águas em estado de vapor formam nuvens que em condições
adequadas condensam e precipitam-se gerando chuvas, granizo ou neve. Parte dessa água
precipitada infiltra no solo, outra escoa superficialmente em bacias hidrográficas alimentando
cursos de água e outra retorna a atmosfera em vapor. A parte infiltrada abastece lençóis
freáticos e aquíferos que por sua vez nutrem rios ou lagos (MMA; MEC; IDEC, 2005).
Com o aumento populacional e ocupação territorial em aglomerados urbanos o ciclo
natural da água sofre interferências, e dessa interferência antrópica surge o ciclo urbano da
água, que para Oliveira (2008) compreende os sistemas públicos de abastecimento de água, de
esgotamento sanitário e de gerenciamento de águas pluviais. Mais detalhadamente, esse ciclo
urbano se inicia através captação de água bruta de algum manancial superficial ou
subterrâneo, essa água é aduzida até uma Estação de Tratamento de Água (ETA), então a água
tratada vai até um reservatório e a partir daí vai à rede de distribuição para os locais de
consumo, pós consumo a água com resíduos, ou esgoto, é direcionada para uma Estação de
Tratamento de Esgoto (ETE) que despeja o esgoto tratado em algum corpo de água.
Para Gonçalves (2006) a utilização da água é abordada sobre a forma dos usos
múltiplos, ilustrado na Figura 3, dentre os usos antrópicos destacam-se: a ingestão, higiene e
usos domésticos gerais; a irrigação agrícola; uso industrial, em comercio, em serviço e outros
setores; uso urbano em regas de jardins, lavagens de ruas e etc.; manejo urbano de águas
pluviais; produção de energia; pesca; aquicultura e hidroponia; diluição de esgotos; controle
de inundações; regularização de escoamento; navegação; recreação; paisagismo; turismo e
contemplação. Para usos naturais destacam-se: a manutenção de ecossistemas e
biodiversidade; e a regulação climática.
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Para Tomaz (2001) a água deve ser encarada de forma holística (global), considerando
uso na agricultura, que é onde há maior demanda, na indústria, nas municipalidades e na
evaporação de água nos grandes reservatórios. No mundo em 1900 a retirada de água pela
agricultura era de 513km³/ano, em 2000 foi de 2.605km³/ano e para o ano de 2025 prever-se
3.189km³/ano. A irrigação em 1900 retirou 47,3km³/ano, em 2000 foi 264km³/ano e em 2025
será 329km³/ano. A indústria em 1900 era de 43,7km³/ano, no ano 2000 foi de 776km³/ano e
no ano 2025 será de 1.170km³/ano. A perda de água por evaporação em reservatórios que era
de 0,30km³/ano em 1900, e 208km³/ano em 2000 será de 269km³/ano no ano 2025. A Figura
5, apresenta percentualmente o consumo de água nos setores da indústria, agricultura e
doméstico.
Figura 5: Consumo de água no mundo.
A demanda consuntiva total estimada para o Brasil em 2010 foi de 2.373 m³/s. A
agricultura (irrigação) é a maior parcela (54% do total ou 1.270 m³/s), seguida das vazões
retiradas para fins de abastecimento humano urbano, industrial, animal e humano rural. A
vazão efetivamente consumida foi de 1.161 m³/s (ANA, 2015).
A demanda média para abastecimento urbano foi estimada de 570 m³/s em 2015 e
estima-se que seja de 630 m³/s em 2025. (ANA,2010). A Figura 6, apresenta gráficos que
mostram a participação regional e estadual na demanda média de água para abastecimento
urbano no Brasil.
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Tomaz apud Oliveira (2008) diz que a circulação da água para consumo na área
urbana pode ser subdividida em três categorias:
Consumo residencial: relativo a residências unifamiliares e edifícios multifamiliares;
Consumo comercial: relativo a restaurantes, hospitais, serviços de saúde, hotéis,
lavanderias, autopostos, lava-rápidos, clubes esportivos, bares, lanchonetes e lojas;
Consumo público: relativo aos edifícios públicos, escolas, parque infantil, prédios de
unidade de saúde pública, cadeia pública e todos os edifícios municipais, estaduais e federais
existentes.
O consumo de água urbana também pode ser classificado em residencial, não
residencial (comercio, pequenas indústrias e público) e grandes consumidores (SILVA apud
GONÇALVES, 2006).
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mesmo é cerca de 400 vezes maior que o requerido para o banho e escovação de dentes, 5000
vezes maior que requerido para rega e 40.000 vezes maior que o requerido para lavagem de
roupa e descarga de vasos sanitários, demonstrando assim o desperdício de se tratar toda a
água distribuída ao nível de potabilidade. Dessa forma, a água do sistema público, da mais
alta qualidade, deveria ser prioritariamente destinada ao consumo direto (bebida), enquanto os
outros usos poderiam ser supridos por fontes de menor qualidade, disponíveis localmente,
como por exemplo a água do telhado (chuva), água do subsolo e água cinzas, tendo como
premissa o mínimo tratamento.
Mais especificamente, a distribuição do consumo de água nas residências pode ser
representada de acordo com as seguintes utilizações:
Beber;
Chuveiro;
Bacia Sanitária;
Pia de Cozinha;
Lavadora de Roupas;
Lavatório;
Tanque;
Pia Externa.
A seguir as Tabelas 3, 4 e 5, que são resultados de pesquisas distintas, apresentam
percentualmente a distribuição média do consumo de água em uma residência.
Para Oliveira (2008) “A conservação de água pode ser definida como um conjunto de
práticas, técnicas e tecnologias que propiciam a melhoria da eficiência do seu uso, incidindo
de maneira sistêmica sobre a demanda e a oferta de água”.
A conservação de água tem como objetivo otimizar o consumo de água com a
consequente redução dos volumes de efluentes gerados, a partir da racionalização do uso
(gestão da demanda), e a utilização de diferentes níveis de qualidade de água para atender as
necessidades existentes (gestão da oferta), resguardando a saúde pública e os demais usos
envolvidos, gerenciados por um sistema de gestão da água adequado (ANA, 2005).
Baumann et al (1984) apud Montenegro e Silva (1987) define conservação de água
como “qualquer redução de uso ou de perda de água que implique benefícios líquidos
positivos”. Ele trata benefícios líquidos positivos como sendo quando o programa ou a ação
conservacionista de algo gere ganhos superiores aos custos e benefícios negativos de sua
aplicação. Dessa forma a conservação de água não deve ser tratada de forma unilateral, pois
se a conservação de um recurso leva a dilapidação de outro, então não se trata de uma ação
conservacionista verdadeira. Essa observação remete a visão holística sobre a aplicação de
qualquer ação sustentável.
É importante se atentar para os conceitos de gestão de oferta e de demanda, pois eles
tiveram papel importante nas políticas públicas de serviço de saneamento, nas décadas de 70 e
80. A gestão da oferta foi praticada por muito tempo pelas prestadoras de serviço de
abastecimento de água, pois a princípio havia água disponível suficiente, porém em certo
momento a situação de disponibilidade hídrica começou a se alterar, os mananciais se
tornaram impróprios, devido a poluição, e outros mais adequados se encontravam mais
distantes, assim o investimento para aumento da oferta tornou-se muito mais caro. E foi diante
dessas adversidades que ficaram mais aparentes as possibilidade e vantagens da gestão da
demanda. Essa ótica explora a possibilidade de redução da demanda por água, referindo-se a
tecnologias adequadas a redução do consumo, das perdas, e ao uso mais eficiente das águas,
às mudanças de comportamento dos usuários e dos prestadores de serviço, bem como à
aplicação de tarifas que provocam redução do consumo. (GONÇALVES, 2006)
Para Tomaz (2001) há medidas convencionais e não convencionais para a economia da
água. Para ele as medidas convencionais são: educação pública, leis sobre aparelhos
sanitários, redução de pressão nas redes públicas, conserto de vazamentos, conserto de
vazamento nas casas, mudança de tarifas, reciclagem e reuso. Ele apresenta um gráfico com a
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percentagem da economia de água conforme a medida convencional adotada (Figura 7). Para
as medidas não convencionais de conservação de água ele apresenta: o reuso de águas cinza
(grey water), bacias sanitárias para compostagem, aproveitamento de águas de chuva,
dessalinização de água do mar ou salobra e aproveitamento de água de drenagem do subsolo
de prédios e apartamentos.
Função
Atuam sobre as condições do trabalho do sistema,
sem alterar significativamente suas especificações
Não estrutural anteriores e são, de maneira geral, reversíveis ou
temporárias.
Medidas passíveis de controle unilateral por parte dos
agentes que a promovem, sejam elas estruturais ou
Ativa
não. Por exemplo uma ação de manejo operacional no
sistema adutor.
Caráter Sua observância ou não independe do agente que a
promove. É o caso das campanhas de educação, das
Passiva estruturas tarifárias crescentes e outras cujo sucesso
vincula-se a uma expectativa de resposta da parte de
outros agentes – os usuários – que não os promotores.
Refere-se à disponibilidade de água bruta e, conforme
Gestão da Oferta o caso em mananciais, ou a oferta de água tratada no
sistema de abastecimento.
Grupo de Interesse Refere-se à demanda residencial estratificada em
Gestão da faixas ou à demanda não residencial, considerados
Demanda separadamente os consumidores comerciais,
institucionais e industriais, também estratificados.
Têm objetivo ambiental de médio a longo prazo, cujos
benefícios não são imediatamente realizáveis porcada
Bacia hidrográfica
usuário ou mesmo por cada sistema urbano
abrangido.
Motivadoras internas dos prestadores de serviços, em
função dos benefícios imediatos e tangíveis de sua
Sistema de aplicação. As reduções de perdas físicas e não físicas
Inserção no Ciclo
abastecimento nos sistemas de produção e distribuição atendem ao
da Água
duplo objetivo de melhoria de eficiência do uso da
(Local de incidência
água e da rentabilidade do serviço.
da ação)
Dependem de uma convergência mais complexa de
objetivos e motivações. O apelo à economia na conta
de água é bastante limitado ante a baixa elasticidade
Sistemas prediais da demanda da água em relação a várias condições
sociais e culturais e em face do relativamente baixo
valor da conta de água no conjunto das despesas
domésticas correntes.
Fonte: Marcka apud Gonçalves, 2006.
Ainda considerando a abrangência das ações, Oliveira (1999) classifica nas seguintes
escalas:
Nível macro – Ações na escala de países e dos organismos internacionais, portando
sobre os sistemas hidrográficos, tais como: aprimoramento do arcabouço político,
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3.2.1 - LEED
pontos nível LEED Gold e 80 pontos até 110 pontos nível LEED Platinum. As dimensões
avaliadas são:
Espaço Sustentável;
Eficiência do Uso de Água;
Energia e Atmosfera;
Materiais e Recursos;
Qualidade Ambiental Interna;
Inovação e Processos;
Créditos de Prioridade Regional.
A dimensão que trata da eficiência do uso de água promove inovações para o uso
racional da água, com foco na redução do consumo de água potável e alternativas de
tratamento e reuso do recurso (GBCBrasil, 2014). Esta categoria tem o pré-requisito mínimo
de redução do consumo de água potável em 20%, além de mais quatro créditos no qual é
possível atingir 10 pontos nas tipologias NC, New Construction, e CS, Core and Shell, e 11
pontos na tipologia Schools, além de 1 ponto extra para performance exemplar
(MURAKAMI, 2012). Na Tabela 6 estão dispostos os créditos da categoria de uso eficiente
de água e abaixo está a descrição de cada uma, baseado em Murakami (2012).
3.2.2 – BREEAM
Ainda segundo o site Inovatech, cada categoria possui diversos critérios, denominados
créditos. A aplicação dos créditos a cada tipologia de empreendimento é avaliada pelo BRE,
Building Research Establishment, a partir da análise do seu projeto, já que nem todos os
critérios podem ser aplicados a qualquer tipo de edificação. A versão voltada para a tipologia
residencial é a BRE EcoHomes, tanto para edifícios novos quanto existentes.
A avaliação dos projetos é baseada em pontos, sem exigência de pré-requisitos. São
100 pontos distribuídos nas 9 categorias, com créditos que variam de peso. A pontuação
mínima para receber a certificação “Aprovado” é de 30 pontos, a partir daí pode-se obter as
classificações: bom, muito bom, excelente e excepcional, apresentadas na Tabela 7
(INOVATECH).
Tabela 7: Classificação BREEAM.
Fonte: Inovatech.
Consumo previsto menor que 37m³ por pessoa por ano = 4 créditos;
Consumo previsto menor que 32m³ por pessoa por ano = 5 créditos.
3.2.3 – AQUA
Para cada critério técnico dentro das categorias, são definidos quatro níveis de
desempenho (CERWAY e VANZOLINI, 2014):
MP: Melhores Práticas;
BP: Boas Práticas;
B: Base (nível de entrada da certificação AQUA);
NC: Não-conforme, quando o nível B não for atingido.
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Quadro 7: Abordagem das certificações para avaliação da gestão de água nas edificações.
A coleta e aproveitamento da água de chuva não é uma pratica nova, há relatos de sua
utilização a milhares de anos atrás, antes mesmo da era cristã. Porém, a prática foi perdendo
espaço com a evolução de novas tecnologias de abastecimento, como a construção de grandes
barragens, a extração de águas subterrâneas, encanamentos, etc. Entretanto, com evolução de
escassez de água no mundo, devido ao crescimento da demanda e poluição de mananciais de
extração, a utilização de água da chuva voltou a ser uma possibilidade simples e eficaz para
atenuar o problema, hoje ela já faz parte da gestão moderna de água de grandes cidades em
países desenvolvidos. Vários países europeus e asiáticos utilizam amplamente a água da
chuva em residências, industrias e na agricultura, sabendo que a mesma possui qualidade
compatível com usos importantes (CARDOSO, 2010).
No Brasil o aproveitamento da água de chuva se deu pioneiramente na região nordeste
do país, de clima semiárido, onde há escassez de água devido à estiagem e a baixa irrigação
hídrica através de rios, lagos e açudes que são na maior parte temporárias, e além disso as
águas subterrâneas possuem salinidade (CARDOSO, 2010). Além dessa utilização prioritária,
há também a utilização do sistema com o intuito de aumentar a oferta de água em centros
urbanos, racionalizando o uso da água potável distribuída pela rede de abastecimento pública
e ajudando a atenuar os problemas de escassez (MACHADO e SANTOS, 2008).
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Nas residências, a água de chuva tem potencial para ser utilizada, com maior
simplicidade, para fins menos nobres como na descarga, rega de jardins, lavagem de
automóveis, pisos e roupas. Podendo gerar de 38% a 44% de economia de água potável,
baseado no item 2.4.2.
A captação da água de chuva consiste na coleta da precipitação através de áreas de
interceptação, como telhados, pisos, solos, e a condução dessa água para locais onde haverá
uso imediato da mesma, ou o seu armazenamento em reservatório. A quantidade de água
captada depende da precipitação do local, da área efetiva de coleta e do volume do
reservatório (CARDOSO, 2010).
Gonçalves (2006), compõe o sistema de aproveitamento da seguinte forma:
(a) Área de captação/telhado;
(b) Tubulações para condução da água;
(c) Telas ou filtros para a remoção de materiais grosseiros, como folhas e galhos;
(d) Reservatório de armazenamento/cisterna.
Ainda, dependendo do uso que será dado a água coletada, pode ser inserido no sistema
o tratamento da água, através de filtragem e desinfecção.
A aplicação desta tecnologia é mais eficiente em conjuntos habitacionais horizontais,
ou em residências unifamiliares, devido a proporção de área de captação e consumo dos
habitantes do domicilio ser mais adequado. Em condomínios verticais ocorre o inverso, há um
consumo de água maior e uma área de captação relativamente menor (MACHADO e
SANTOS, 2008).
O manual da ANA/FIESP & SindusCon-SP apud Gonçalves (2006), descreve a
metodologia básica para o projeto de sistemas de coleta, tratamento e uso de água de chuva
nas seguintes etapas:
Determinação da precipitação média local (mm/mês),
Determinação da área de coleta,
Determinação do coeficiente de escoamento,
Projeto dos sistemas complementares (grades, filtros, tubulações, etc.),
Projeto do reservatório de descarte,
Escolha do sistema de tratamento necessário,
Projeto da cisterna, considerando os períodos admissíveis de seca,
Caracterização da qualidade da água pluvial,
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(b) Sistema com derivação: neste caso, uma derivação é instalada na tubulação vertical
de descida da água da chuva, com o objetivo de descartar a primeira chuva, direcionando-a ao
sistema de drenagem. Este sistema é também denominado de sistema autolimpante. Em
muitos casos instala-se um filtro ou tela na derivação. A água que extravasa do reservatório é
encaminhada ao sistema de drenagem.
(c) Sistema com volume adicional de retenção: o reservatório de armazenamento é
capaz de armazenar um volume adicional, garantindo o suprimento da demanda e a retenção
de água com o objetivo de evitar inundações. Neste sistema uma válvula regula a saída de
água correspondente ao volume adicional de retenção para o sistema de drenagem.
(d) Sistema com infiltração no solo: o volume de água que extravasa do reservatório é
direcionado a um sistema de infiltração no solo. A exemplo dos tipos de sistemas
configurados em a e c, toda a água da chuva coletada é direcionada ao reservatório de
armazenamento, passando antes por um filtro ou tela.
distribuirá a água por gravidade. Em alguns casos o reservatório de armazenamento fica logo
abaixo do telhado de captação, não necessitando do sistema de recalque.
Sistema de distribuição: constituído por um conjunto de ramais que distribuem
a água de chuva tratada para os pontos de utilização. Por se tratar de um sistema de
distribuição de água não potável recomenda-se a identificação e a restrição de acesso a todos
os pontos de utilização de água deste sistema.
Sistema de sinalização e informação: É constituído de avisos de alerta em todas
as unidades do sistema (tubulações, reservatórios, unidades de tratamento, pontos de
utilização etc.), para que não haja uso indevido da água e nem polua a rede pública de água
potável.
No Brasil a norma que fornece os requisitos para o aproveitamento da água de chuva
de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis é a NBR-15.527.
Para Aquastock apud Cardoso (2010) a utilização residencial da água da chuva traz as
seguintes vantagens:
Redução do consumo de água da rede pública e do custo de fornecimento da
mesma;
Evita a utilização de água potável onde esta não é necessária, como por
exemplo, na descarga de vasos sanitários, irrigação de jardins, lavagem de pisos, etc;
Os investimentos de tempo, atenção e dinheiro são mínimos para adotar a
captação de água pluvial na grande maioria dos telhados, e o retorno do investimento ocorre a
partir de dois anos e meio;
Faz sentido ecológica e financeiramente não desperdiçar um recurso natural
escasso em toda a cidade, e disponível em abundância todos os telhados;
Ajuda a conter as enchentes, represando parte da água que teria de ser drenada
para galerias e rios;
Encoraja a conservação de água, a autossuficiência e uma postura ativa perante
os problemas ambientais da cidade.
Para Lima (2010) “as desvantagens do sistema são a diminuição do volume de água
coletada nos períodos de seca, além da necessidade de se fazer uma manutenção regular no
sistema, caso contrário pode surgir riscos sanitários. ”
Em relação a manutenção da qualidade da água de chuva reservada, o guia da Funasa
(2013) fornece algumas recomendações:
A). Manter a tampa de inspeção fechada para evitar entrada de insetos e luz solar;
B). Proteger a saída do extravasor com telas para evitar entrada de pequenos animais;
C). Limpar o reservatório antes do período de chuvas;
D). Prever a entrada da água sem gerar turbulência no fundo do reservatório;
E). Prever ligação de água potável, sem risco de contamina-la, e garantir consumo no
período de estiagens;
F). Destacar com cores diferentes as tubulações que conduzirem água de chuva;
G). E sinalizar as torneiras que fornecerem a água de chuva com informação de “água
não potável”.
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Considera-se o processo de tratamento das águas cinza ainda muito complexo e com
alto custo financeiro de implantação, diante dessa realidade é recomendado a introdução desse
sistema em habitações multifamiliares horizontais ou verticais. Em edifícios verticais pode ser
uma melhor opção se comparado ao aproveitamento de água de chuva, que não oferta água
suficiente para esse tipo de empreendimento. Em domicílios unifamiliares a água de chuva
possui um maior custo-benefício. No entanto, alguns processos simples de reutilização de
águas cinza podem ser adotados em qualquer habitação, como a utilização da água de enxague
do tanque ou da máquina de lavar roupa para lavagem de pisos ou irrigar plantas.
De acordo com Boni (2009) no sistema de reuso de água o efluente é armazenado e
deve ser trada a uma qualidade exigível pela finalidade de uso. A rede de distribuição de reuso
deve ser totalmente independente da rede de água potável, sem ligações cruzadas.
Ainda conforme Boni (2009), os sistemas de tratamento podem ser divididos em
subsistemas, e as etapas de tratamento para sistemas de águas cinza são mostradas no
esquema da Figura 12. Os subsistemas são:
1- Coleta e transporte;
2- Tratamento;
3- Sistemas de desinfecção;
56
decidido baseado no tipo dos efluentes que serão tratados, com sua devida caracterização, e as
devidas finalidades a qual a água tratada será direcionada (BONI, 2009).
Vale ressaltar que as águas cinza são potencialmente perigosas, dessa forma é
recomendado por questão de segurança sinalizar as tubulações e torneiras que fornecem essa
água, e até pigmenta-la com corantes biodegradáveis. Peixoto apud Boni (2009), aconselha
pintar as tubulações que conduzem água não potável na cor roxa, e identificar o sistema com
placas a cada 3 metros. Além disso ela recomenda também que o efluente seja pigmentado
com azul de metileno, pigmento que não mancha as louças.
Figura 14: Bacia sanitária com caixa de descarga de acionamento duplo (esquerda) e com
válvula de descarga de acionamento duplo (direita).
5.1.2 – Arejador
É um dispositivo que fica instalado na saída bico da torneira, como mostra a Figura
15, com o objetivo de reduzir a vazão de água e melhorar a dispersão do jato, reduzindo
respingos, garantindo economia e conforto ao usuário. O arejador reduz a seção de passagem
e direciona o fluxo de água, através de peças perfuradas ou telas finas, além de possuir
orifícios laterais que permitem a passagem de ar, e essas bolhas de ar introduzidas no jato
d’água dão a sensação de uma vazão maior do que é realmente (GOLÇALVES, 2006).
61
Fonte: Draco.
É um componente que regula a vazão, desde a vazão nula até a desejada ou máxima,
nos pontos de utilização, mais usual em torneira, bidê e chuveiro, apresentado na Figura 17. É
interessante a utilização em residências onde há uma pressão de água alta e que acarrete alta
vazão, mas ele pode ser utilizado em qualquer faixa de pressão hidráulica dependendo das
necessidades do usuário.
Figura 17: Registro regulador de vazão.
No ambiente predial a situação do desperdício de água por vazamento não difere tanto
da rede pública de abastecimento de água no Brasil, e essas perdas apresentam números altos.
Geralmente a manutenção e gerenciamento dos sistemas hidrossanitários prediais é
negligenciada. Nos EUA, por exemplo, pesquisas realizadas mostram que as perdas por
64
1) Alimentador Predial
2) Bacia Sanitária
A bacia sanitária é apontada como a responsável por maior parte do consumo de água
em domicílios, e é também considerado o aparelho sanitário com maior índice de vazamento,
principalmente as com caixa de descarga.
As perdas de água com a bacia, que muitas vezes são invisíveis, podem variar de 8
litros por dia a 180 litros por dia. Portanto, é importante sempre verificar a existência de
vazamentos realizando testes como o descrito a seguir.
A) Após, no mínimo 3 horas, sem acionar a descarga, enxugar as paredes da bacia nas
proximidades do colar ou anel;
B) Com uma caneta “marca texto” de cor escura, contornar as paredes da bacia, como
na Figura 19;
66
C) Aguardar alguns minutos e verificar se o risco da caneta é lavado pela água que sai
dos furos do colar, como na Figura 20;
6.RESULTADOS E DISCUSSÃO
Como resultado da pesquisa foram elaborados: um quadro, que sintetiza as principais
características dos sistemas e tecnologias abordados; tabelas comparativas, que mostram o
potencial de eficiência hídrica agregado com cada tecnologia e/ou sistema sustentável
levantado e o conjunto deles, em relação as práticas consideradas convencionais; a abordagem
e a pontuação fornecida por cada certificação sustentável apresentada no trabalho em relação
as medidas hidro eficientes levantadas; um exemplo de aplicação das medidas sustentáveis em
uma residência modelo, trazendo um levantamento de custos; e uma diretriz para reabilitação
das residências à conservação de água, baseado no grau de impactos físicos e financeiro.
B. Torneiras de lavatório
Nas residências há geralmente torneiras de lavatório, de pia de lavar louças e as de uso
externo e geral, esta última tem padrão de utilização extremamente variável e muito difícil de
quantificar e não serão abordadas para aplicação de dispositivos hidro eficientes, neste
trabalho. Para as torneiras de lavatório pode-se considerar, para efeito de cálculo, que a
utilização diária seja de aproximadamente 2,5 minutos (ARPKE et al.; GHISI et al. apud
BARROSO, 2010).
Para aumentar eficiência hídrica das torneiras, usa-se dispositivos como os arejadores
e restritores de vazão, ou escolhendo a vazão desejada através de um registro regulador. Os
arejadores são considerados os mais eficientes, podendo agregar uma vazão de até 1,8 litros
por minuto (DECA) e sem comprometer o conforto, apesar desse potencial a NBR
10281:2015 limita a vazão mínima para torneira de lavatório em 2,4 litros por minuto, que
será o valor considerado para cálculo. Existe uma variedade de modelos de torneiras de
lavatório e com diversas vazões sendo que, para efeito de cálculo, considerou-se como
72
convencional as torneiras sem dispositivos eficientes com vazões de 6 e 8 litros por minuto. O
potencial de poupança, se alcançada a vazão eficiente de 2,4 L/min, é da ordem de 70% em
comparação com as torneiras de 8 L/min, uma poupança de água anual em torno de 5,11m³
por pessoa e 20,44m³ em uma residência com 4 pessoas (Tabela 11); e de 60% em
comparação com as torneiras de vazão de 6 L/min, uma poupança de água anual em torno de
3,285m³ por pessoa e 13,14m³ em uma residência com 4 pessoas (Tabela 12).
D. Chuveiros
A frequência e duração dos banhos está relacionado diretamente ao comportamento
dos usuários e isso torna a sua quantificação difícil. Sendo assim, para efeito de cálculo,
estimou-se, de acordo com Barroso (2010), que a duração média de banho diária seja de 5
minutos. Para conseguir poupança de água na utilização das duchas e chuveiros pode-se optar
pela compra de um equipamento fabricado com vazão de funcionamento eficiente, e/ou
utilizar equipamentos que agreguem hidro eficiência como o restritor de vazão, a válvula
reguladora de vazão, que são indicados para pontos que estão sob alta pressão, geralmente
74
Tabela 18 e um consumo médio per capita de 113,5 litros por dia, que é a média de consumo
da Bahia registrado em 2014 (SNIS, 2016), além de uma ocupação residencial de 4 pessoas.
Tabela 19: Poupança de água numa habitação com utilização de dispositivos eficientes
(menor economia).
Consumo sem medidas hidro Poupança Consumo com medidas hidro
eficientes eficientes
USOS L/hab.dia L/res.dia m³/res.ano (%) L/hab.dia L/res.dia m³/res.ano
Descarga 28,00 112,00 40,880 40,0 16,80 67,20 24,528
Lavatório 8,70 34,80 12,702 60,0 3,48 13,92 5,081
Pia louças 24,20 96,80 35,332 60,0 9,68 38,72 14,133
Chuveiro 32,50 130,00 47,450 25,0 24,38 97,52 35,595
Serviços
Outros 20,10 80,40 29,346 - - - -
Total 113,50 454,00 165,710 52,12 54,34 217,36 79,336
Fonte: Adaptado de Barroso, 2010.
Tabela 20: Poupança de água numa habitação com utilização de dispositivos eficientes
(maior economia).
Consumo sem medidas hidro Poupança Consumo com medidas hidro
eficientes eficientes
USOS L/hab.dia L/res.dia m³/res.ano (%) L/hab.dia L/res.dia m³/res.ano
Descarga 28,00 112,00 40,880 60,0 11,20 44,80 16,352
Lavatório 8,70 34,80 12,702 70,0 2,61 10,44 3,811
Pia louças 24,20 96,80 35,332 70,0 7,26 29,04 10,600
Chuveiro 32,50 130,00 47,450 66,7 10,82 43,28 15,797
Serviços
Outros 20,10 80,40 29,346 - - - -
Total 113,50 454,00 165,710 71,9 31,89 127,56 46,559
Fonte: Adaptado de Barroso, 2010.
No trabalho foram apresentadas três alternativas para ampliar a oferta de água numa
habitação, gerando consequentemente um menor consumo da rede pública de abastecimento.
77
Quadro 10: Usos residenciais da água e as fontes alternativas de oferta que podem ser
utilizados.
Tabela 21: Distribuição média do consumo de água em uma residência em maior e menor
qualidade.
Considerando que a água das fontes alternativas contemple todos os usos de menor
qualidade, há um potencial de economia no consumo de água do sistema público de
abastecimento de cerca de 40,67% (Tabela 22).
sempre maior oferta de água em comparação com a demanda, mantendo o reservatório com
água e aumentando assim a probabilidade de garantir a oferta optativa pelo o ano inteiro. Os
resultados do potencial máximo de poupança de água utilizando todas as medidas
apresentadas neste trabalho estão expostos na Tabela 23.
Tabela 23: Poupança de água utilizando fontes alternativas e dispositivos hidro eficientes.
Consumo sem medidas hidro Poupança Consumo com medidas hidro
eficientes eficientes
USOS L/hab.dia L/res.dia m³/res.ano (%) L/hab.dia L/res.dia m³/res.ano
Descarga 28,00 112,00 40,880 100 0 0 0
Lavatório 8,70 34,80 12,702 70 2,61 10,44 3,811
Pia louças 24,20 96,80 35,332 70 7,26 29,04 10,600
Chuveiro 32,50 130,00 47,450 66,7 10,82 43,29 15,800
Serviços 18,16 72,64 26,150 100 0 0 0
Outros 1,90 7,6 2,774 0 1,90 7,6 2,774
Total 113,50 454,00 165,710 80,1 22,59 90,36 32,981
Fonte: Adaptado de Barroso, 2010.
Quadro 11: Critérios atendidos nas certificações com aplicação das medidas de conservação
de água.
Quadro 12: Pontuação alcançada nas certificações com aplicação das medidas de
conservação de água.
Ficou estabelecido que se usaria a água da rede pública na pia da cozinha, no filtro e
no chuveiro, e se usaria prioritariamente a água de chuva na pia externa, no tanque, no
lavatório e na descarga.
de aproveitamento de água da chuva, reuso de águas cinza e o uso de águas subterrâneas são
medidas mais difíceis de se colocar em prática, conforme Perona (2011), estes sistemas geram
intervenção da rede hidráulica predial, trazem custos mais elevados, provocam incômodos
durante as obras e podem gerar poluição visual e alteração de fachadas com o surgimento de
equipamentos e tubulações externas. Uma alternativa mais viável para o aproveitamento da
água de chuva é a utilização de um sistema simples sem necessidade de intervenção na rede
hidráulica da residência, a água captada ficaria reservada e utilizada diretamente deste
reservatório para irrigação, lavagem de pisos e lavagem de veículos. Uma via simples para o
reaproveitamento de águas cinza é a utilização direta da água da máquina de lavar para a
lavagem de pisos.
Escolhidas as medidas para reabilitação da residência, elas são implantadas e os
usuários devem ser instruídos a monitorarem o desempenho global do edifício com relação a
conservação de água e a realizarem manutenções periódicas nos equipamentos com intuito de
prolongarem a vida útil e manterem o desempenho e eficiência previstos. A Figura 21 traz um
esquema que representa diretrizes para reabilitação de residências em uso à conservação de
água.
Figura 21: Esquema para reabilitação de residências em uso à conservação de água.
Detecção de vazamentos
Análise e diagnóstico
Estabelecer possibilidades
e limitações
Monitoramento e manutenção
7.CONSIDERAÇÕES FINAIS
forma sua utilização fica bem restrita e são mais recomendadas para construções a serem
concebidas desde início com esses sistemas projetados.
Portanto é preciso ponderar que nem todas as modificações são possíveis de se
implementar, pois cada caso especifico exige uma avaliação própria e tem suas
peculiaridades, mas algumas diretrizes podem ser seguidas para uma melhor efetividade,
baseadas no nível de dificuldades para a implantação de cada medida. Dessa forma, é preciso
ficar evidente que qualquer contribuição é importante para a conservação da água e fica a
cargo das pessoas a cada vez mais ter essa iniciativa, não excluindo a importância de políticas
públicas que fomentem e direcionem essas ações, seguindo a linha dos princípios do
Desenvolvimento Sustentável que é um modelo a ser seguido para os novos rumos do
desenvolvimento da sociedade, sempre buscando mesclar de forma equilibrada a preservação
ambiental, o desenvolvimento social e econômico e fazendo jus ao lema do Relatório de
Brundland (1987) de que devemos satisfaz nossas necessidades presentes, mas sem
comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir as suas necessidades.
88
REFERÊNCIAS
ANA. Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil: Informe 2014. Brasília: 2015.
CAIXA. Selo Casa Azul - Boas práticas para habitação mais sustentável. 2010. São
Paulo.
CASASHOW. Torneira Para Lavatório De Mesa Bica Baixa Móvel Com Arejador Fixo
195 C44 Cromado Kelly Metais. Disponível em: < http://www.casashow.com.br/torneira-
lavatorio-mesa-1-2-bica-alta-195-c44-cromado-kelly-metais/p>. Acesso: outubro de 2016.
UNESCO; WWDR. Relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos
Recursos Hídricos: Água para um mundo sustentável - Sumário Executivo: 2015.
Disponível em:
<http://www.unesco.org/new/fileadmin/MULTIMEDIA/HQ/SC/images/WWDR2015Executi
veSummary_POR_web.pdf>. Acesso: março de 2016.
UNICEF. Dia Mundial da Água Os mais pobres do mundo são os que têm menos acesso
a água potável, afirma a UNICEF. 2014. Disponível em:
<https://www.unicef.pt/18/site_pr__14-03-19-
pr__dia_mundia_da_agua_2014_03_21_final.pdf>. Acesso: março de 2016.
93
VICKERS, A. Handbook of water use and conservation. Amherst, EUA: Water Plow
Press, 2001