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Janeiro 2006
RESÍDUOS
Notas:
Este trabalho foi elaborado para servir de apoio à Formação Profissional na área da Gestão de
Resíduos, constituindo um Manual de referência.
Algumas das questões aqui colocadas tem um horizonte temporal, que dependerá obviamente das
orientações governamentais e das políticas que forem entretanto definidas para esta área.
No entanto, estão condensadas aqui matérias que não passarão facilmente da actualidade, uma vez
que são parte integrante do dia a dia das empresas e das pessoas e, estão hoje mais do que antes
presentes, para que o exercício da gestão possa respeitar também ele os desígnios nacionais em
termos ambientais.
Na verdade o “lixo” é, em última análise, a expressão de uma qualquer cidade ou sociedade. Não
tem que ver com a sua alma, mas antes com o seu corpo, será aquilo que reveste a cidade, que lhe
dá corpo, que a modela por fora. Os resíduos reflectem a padrão económico, social e cultural de
qualquer cidade ou sociedade. Por essa razão o “lixo” é diferente consoante seja o de uma cidade
como Lisboa, ou de uma cidade pequena do interior e, nos últimos tempos é também uma forma de
atestado político para os governantes.
Uma cidade limpa não é apenas símbolo de uma cidade civilizada, mas é ao mesmo tempo, a
imagem dos seus habitantes e dos seus representantes políticos e, esta forma de ver é também ela
aplicável a qualquer empresa. O “lixo é sinónimo de pobreza, embora paradoxalmente possa
também ser ao mesmo tempo expressão evidente de riqueza.
A natureza possui ferramentas, por sinal bastante eficientes, que procedem ao aproveitamento
natural dos materiais, graças ao ciclo contínuo da morte, decomposição, vida e crescimento. Já na
sociedade, isto nem sempre é verdade. Todas as actividades humanas são geradoras de resíduos,
nas diferentes etapas do seu uso, extracção e processamento dos materiais. Assim, pode dizer-se
que, o “lixo” é inerente ao modo de vida das sociedades, sendo a sua gestão o os seus efeitos sobre
o ambiente o grande desafio que essa sociedade enfrenta agora.
Prefácio
Foi há cerca de trinta anos, que pela primeira vez, a comunidade internacional se reuniu, em
Estocolmo na Suécia, para a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano.
Nessa altura e, também pela primeira vez, a preocupação pelo estado em que se encontrava o
mundo e os seus recursos, fez soar o alarme.
Hoje aquele acontecimento, constitui um marco importante, nas questões que dizem respeito ao
ambiente em geral.
A partir daqui todos os países, resolveram ponderar e, a partir de então começaram a nascer os
Ministérios do Ambiente e, bem assim uma maior consciência sobre o impacto das suas decisões
sobre o meio ambiente.
A partir dessa altura e, por pedido expresso ao Secretário-geral das Nações Unidas, estas passaram
a apresentar relatórios regulares sobre o estado do ambiente no mundo e sobre as questões
relacionadas, criando-se também programas específicos de auxilio aos países, para a monitorização
ambiental até aí inexistente.
O facto de a população mundial ter quadruplicado, nos últimos cem anos e, também pelo facto de a
produção económica ter crescido cerca de dezoito vezes, faz exercer sobre o meio ambiente uma
pressão exagerada, apesar da variedade de tecnologias entretanto implementadas.
Nem mesmo a grande quantidade de informação, hoje disponível, quer em termos técnicos quer em
termos científicos, contribuiu para a diminuição dessa pressão e, o que sobressai é a necessidade
imperiosa de analisar, prever e minorar os efeitos provocados pela sociedade, neste pequeno pedaço
de espaço disponibilizado para a vida humana.
Esta é uma tarefa de todos nós, que devemos encarar com grande premência e, procurar preservar
em prol das gerações vindouras.
Índice
Notas: ....................................................................................................................... 3
Prefácio .................................................................................................................... 5
Competências e actividades ................................................................................. 13
Organizações governamentais .......................................................................................................13
Descrição de algumas competências da Administração Central .....................................................14
O que compete ao IGA ...................................................................................................................15
Outras entidades importantes na área do ambiente .......................................................................16
As entidades que compõem a administração indirecta em matéria ambiental ................................16
Instrumentos da política de ambiente .............................................................................................18
Resumo: ................................................................................................................. 19
Questões sobre o tema:......................................................................................... 21
Algumas considerações sobre os Planos Estratégicos ....................................... 23
Resumo: ................................................................................................................. 29
Questões sobre o tema:......................................................................................... 31
Planos de Gestão de Resíduos ............................................................................. 33
Impactes ambientais dos resíduos e o seu balanço........................................................................38
Ferramentas para a sustentabilidade na Gestão de Resíduos ....................................................40
Estratégia ambiental ...................................................................................................................41
Custos ambientais da Gestão de Resíduos ....................................................................................42
• Custos Privados ou Internos ................................................................................................42
• Custos Sociais ou Externos .................................................................................................43
A estratégia da Gestão dos Resíduos ............................................................................................47
A prevenção ................................................................................................................................47
A reciclagem ...............................................................................................................................48
Recuperação ambiental ..............................................................................................................49
Monitorização .............................................................................................................................49
Custos da Gestão Ambiental e a sua evidencia ..............................................................................51
Benefícios da opção desta prática contabilística .........................................................................52
A análise do ciclo de vida ...............................................................................................................53
Custos ambientais indirectos ou taxas ........................................................................................55
A Gestão de Resíduos e a Contabilidade Ambiental .......................................................................57
Constituição do investimento na área ambiental .........................................................................57
A conclusão do projecto ..............................................................................................................58
Custos ........................................................................................................................................58
Receitas ......................................................................................................................................59
Ferramentas para a gestão dos resíduos .......................................................................................60
Resumo: ................................................................................................................. 65
Resumo: ................................................................................................................. 85
Questões sobre o tema:......................................................................................... 87
Gestão de resíduos industriais............................................................................. 89
Definições e conceitos gerais sobre Resíduos ...............................................................................90
A Actividade industrial e a geração de resíduos como uma inevitabilidade .....................................93
O que foi feito entretanto ................................................................................................................95
O que é um resíduo do ponto de vista legal ...................................................................................96
A determinação da fronteira entre resíduo e sub-produto ...............................................................96
Responsabilidades .........................................................................................................................98
Substâncias perigosas ...................................................................................................................99
Recuperação e redução das emissões através da optimização da tecnologia do tratamento. ........99
As características de perigo dos resíduos .................................................................................... 100
Competências e actividades
Organizações governamentais
Na Constituição da República Portuguesa, de 25 de Abril de 1976, versão 5 – artigo 66, é declarado
o direito a um ambiente de vida humano sadio e ecologicamente equilibrado e, bem assim o dever de
o defender.
- Criar e desenvolver reservas e parques naturais e de recreio, bem como classificar e proteger
paisagens e sítios, de modo a garantir a conservação da natureza e a preservação de
valores culturais de interesse histórico ou artístico;
As suas competências mais importantes (definidas pelo Dec. Lei 549/99, de 14 de Dezembro) são as
seguinte:
- Instruir processos de averiguações, de inquérito e disciplinares que forem ordenados por este
ministério;
- Emitir parecer sobre projectos de diplomas com incidência ambiental sempre que para tal for
solicitado;
Estas últimas (as CCDR’s), têm a nível regional competências específicas que, de uma maneira
geral, tem também repercussões na persecução na política ambiental definida pelo governo, seja
através de uma melhor definição das políticas de desenvolvimento regional, seja na promoção de
planos, programas e projectos de desenvolvimento económico e social de defesa do ambiente ou
ainda na coordenação dos processos de avaliação de impacte ambiental de projectos.
Ao Instituto de Resíduos compete executar a política nacional no domínio dos resíduos e assegurar o
cumprimento das normas e regulamentos técnicos aplicáveis.
Ao Instituto Regulador da Água e Resíduos (IRAR), compete exercer funções reguladoras nos
sectores dos resíduos sólidos urbanos e, foi constituído pelo Dec. Lei nº 362/98, de 18 de
Novembro de 1998.
Assim compete-lhe, a prossecução das políticas que visem a participação e informação dos cidadãos
e das organizações não governamentais de defesa dos valores e qualidade ambientais, conforme se
encontra definido no Dec. Lei nº 113/2003, de 04 de Junho, versão 1 – artigo 2º.
Definir as competências de cada um deste intervenientes na área do ambiente, era sem dúvida um
exercício interessante, mas demasiado cansativo para o objectivo que se pretende com esta
publicação.
Não sendo este pois, o objectivo desta, interessa reter antes do mais, que em termos de legislação
se observa uma preocupação constante do legislador, de dotar a sociedade com as ferramentas mais
do que necessárias para um bom desempenho ambiental.
Infelizmente, nem sempre uma tão grande abundância de definições, leva a um correspondente
desempenho ambiental, dando mais a entender um excesso de recursos a nível burocrático do que a
adopção das práticas ambientais mais adequadas.
Com efeito não podemos esquecer, que para além destes organismos de carácter governamental,
existem ainda outros que de uma forma ou de outra são também actores importantes nesta área,
estamos a referir-nos ás ONG’s ou Organizações Não Governamentais, onde postula a
participação dos cidadãos. Estas gozam do direito de consulta e informação, junto dos órgãos da
Administração Pública, sobre documentos ou decisões administrativas com incidências no ambiente,
conforme está consagrado na Lei nº 35/98, de 18 de Julho de 1998, versão 1 – artigo 5º, ou seja
nas matérias seguintes:
Para além disto as ONG’s têm legitimidade para pedir a intimação judicial das autoridades públicas
no sentido de facultarem a consulta de documentos ou processos e de passarem as devidas
certidões.
- O plano nacional;
- A fixação de taxas pela utilização dos recursos naturais e componentes ambientais e, ainda
pela rejeição de efluentes.
Resumo:
☺ Compete ao Estado, através de organismos criados para o efeito e, com o envolvimento dos
cidadãos, assegurar o direito a um ambiente sadio e ecologicamente equilibrado, promovendo
e controlando a poluição e ordenar e promover o ordenamento do território, para além de
outros aspectos considerados na página 6;
☺ Para além destes, são também entidades importantes na área do ambiente, o Conselho
Nacional da Água, o Conselho Nacional do Ambiente e do desenvolvimento Sustentável, o
Ministro de Estado e da Administração Interna e as Comissões de Coordenação e
Desenvolvimento Regional;
☺ Existem ainda entidades que compõem a chamada administração indirecta nas quais se inclui
o INR (Instituto de Resíduos), o IRAR (Instituto Regulador da Água e Resíduos) e o IA
(Instituto do Ambiente);
- Por fim, propõem metas e objectivos para o curto (2000) e médio (2005) prazo.
Assim, e nesta sequência foram estabelecidas linhas de acção, com vista a dotar em primeiro lugar o
país de infra-estruturas adequadas para a gestão dos resíduos urbanos, tais como centrais de
valorização orgânica e de incineração, estações de transferência e aterros.
No ano 2000, foi então aprovado o PARSU - Plano de Acção para os Resíduos Sólidos Urbanos
(2000-2006), com o objectivo de fazer a avaliação da situação actual e definir os objectivos a que
Portugal estava obrigado, ou a que se propunha durante o período 2000 – 2006. Foram então e de
acordo com o referido plano, identificadas as acções necessárias para o cumprimento desses
objectivos, bem como foram planeados os investimentos de forma racionalizada a realizar nesse
período.
Em Julho de 2003, foi apresentada a Estratégia Nacional para a Redução dos Resíduos Urbanos
Biodegradáveis destinados a Aterro, que tinha como objectivo dar cumprimento aos objectivos
definidos pela Directiva do Conselho nº 1999/31/CE, de 26 de Abril de 1999, da qual resultou o
Dec. Lei 152/2002, sobre á deposição em aterro.
Neste Decreto, está patente a definição de resíduo biodegradável, que de acordo com tal é a
seguinte:
“Os resíduos que podem ser sujeitos a decomposição anaeróbica ou aeróbia, como por exemplo, os
resíduos alimentares e de jardim, o papel e o cartão”
Esta estratégia veio permitir uma redução progressiva e efectiva da deposição dos resíduos urbanos
biodegradáveis (RUB) nos aterros, promovendo a sua escolha selectiva, valorização e reciclagem.
Outro dos planos estratégicos a ser elaborado foi o Plano Estratégico de Resíduos Hospitalares
(PERH), que foi fundamentado através do Despacho Conjunto nº 761/99, de 31 de Agosto, que
pretendia ser um plano que visava definir as estratégias a implementar e as metas, para a gestão dos
resíduos hospitalares (RH).
Os principais objectivos deste PERH, são fornecer aos responsáveis um conjunto de informações
que sustente a tomada de decisão e propor grandes linhas de orientação que sirvam de referencial a
todos os aspectos associados à gestão dos RH’s.
Nesta altura foram estabelecidas metas para 2000 e 2005, e elaborado o Programa de Estratégia
Nacional de RH, para o período 1999-2005.
O Plano Estratégico de Gestão dos Resíduos Industriais (PESGRI), foi inicialmente levado a
cabo em 1999, sendo posteriormente alterado em 2001 e, consagra alguns aspectos importantes da
gestão deste tipo de resíduos.
Este plano resultou do levantamento feito aos produtores de resíduos com vista a determinar, a sua
localização, o seu tipo, a hierarquia de tratamento e outras informações importantes para uma eficaz
gestão dos mesmos
O PESGRI, foi estruturado em três partes e um conjunto de anexos, onde é dada informação sobre
os destinos adequados por cada tipo de resíduos enumerado no estudo base.
Fazendo parte da estratégia da gestão prioritária dos resíduos industriais a médio/longo prazo, em
Novembro de 2001, foi publicado a Plano Nacional de Prevenção dos Resíduos Industriais
(PNAPRI), que se constituía um instrumento de planeamento da Administração Pública e de todos os
agentes económicos, com o objectivo principal de reduzir a perigosidade e quantidade dos resíduos
industriais, através da aplicação de medidas e tecnologias de prevenção nos processos produtivos
industriais e, sobretudo através da mudança de atitude dos agentes económicos e dos próprios
consumidores.
O PNAPRI foi elaborado no contexto do anterior PESGRI e o período era 2000 a 2015 e consta de
dois volumes, correspondendo o primeiro ao plano propriamente dito e o segundo continha os dados
relativos aos 21 sectores industriais analisados.
Este trabalho foi levado a cabo a pedido do INR, pelo INETI, sob contrato e, incluía a elaboração de
uma série de Guias Técnicos (21), que pretendiam constituir-se como uma ferramenta básica a
disponibilizar ás empresa, com informação de natureza variada, nomeadamente tecnologias e/ou
medidas de prevenção potencialmente aplicáveis nos processos produtivos desta, devendo incluir
também informação sobre a previsão dessas consequências em termos económicos e ambientais.
Assim, os resíduos industriais banais e perigosos, constituem desde há muito uma preocupação,
quer para o país quer para os industriais, sendo por isso evidentes as vantagens da adopção de uma
estratégia de gestão destes, para fazer face ás exigências legislativas mas não só.
Existem sobretudo duas ordens de razões para pensar desta forma, uma vez que através da
adopção desta estratégia, a industria de uma forma geral, pode atingir dois tipos de benefícios,
sendo um benefício tangível e outro um benefício intangível.
Os benefícios tangíveis, podem resumir-se como sendo a redução dos consumos de matérias
primas, a redução dos consumos de água, a redução dos consumos de energia, a redução dos custo
de tratamento associados aos resíduos, efluentes e de emissões, a redução dos custos de gestão
dos resíduos e a redução do eventual custo de coimas associadas por um procedimento incorrecto.
Quanto aos benefícios intangíveis, são os que se prendem com uma melhor gestão da imagem da
empresa no mercado junto de clientes, fornecedores e sociedade civil, uma maior probabilidade de
conseguir maiores fatias de mercado ou a fidelização dos clientes existentes, um enquadramento
dentro das exigências legais em vigor e um melhor posicionamento para fazer face a novas
exigências ambientais e ao mesmo tempo garantir melhores condições de higiene e segurança aos
trabalhadores com a consequente melhoria em termos de motivação e seus reflexos na
produtividade da empresa.
A este plano interno dentro das empresas bem se poderia chamar “Programa da Minimização da
Geração de Resíduos” que, deverá estar orientado no sentido da prevenção e num mais racional uso
das matérias primas.
Por último, convém ainda referir ao de leve, que foi elaborado um outro programa estratégico, que foi
designado como Plano Estratégico dos Resíduos Agrícolas (PARAGRI), onde se estabelece os
objectivos e metas que devem estar subjacentes á gestão deste tipo de resíduos, mas que por não
objecto desta publicação se optou por passar sem maior esclarecimento.
Deve apenas referir-se que embora estejamos a falar de resíduos do sector agrícola, este tem
também outros resíduos como:
- Pneus usados;
- Óleos usados;
- Plásticos.
Resumo:
☺ Em 1997 foi elaborado o primeiro Plano Estratégico para a Gestão de Resíduos Sólidos
Urbanos (PERSU), pelo INR (Instituto de Resíduos);
☺ Este Plano estabelece a hierarquia das opções para a gestão dos resíduos e, estabelece
quatro principais prioridades, Educação, reciclagem, gestão, exploração e monitorização dos
sistemas;
☺ Em 1999, foi elaborado o Plano Estratégico de Resíduos Hospitalares (PERH), que visava
definir as estratégias e as metas para este tipo de resíduos;
☺ Em 2000, foi aprovado o PARSU – Plano de Acção para os Resíduos Sólidos Urbanos, com
vigência até 2006, onde se definiam as acções a levar a cabo, para cumprir o Plano Nacional
de Gestão de Resíduos;
☺ Em 2001, foi alterado e corrigido o Plano Estratégico de Gestão dos Resíduos Industriais, que
tinha inicialmente sido feito em 1999, e que é composto por três módulos – Parte I –
Introdução dos dados de base, Parte II – Situação de referência e Parte III – Estratégia e
programação de acções;
☺ Finalmente foi elaborado, também em 2001, o PENAPRI – Plano Nacional de Prevenção dos
Resíduos Industriais, que constituía um instrumento de planeamento da Administração
Pública e de todos os industriais, incentivando à mudança de atitudes;
☺ Por último foi também elaborado o PARAGRI – Plano Estratégico dos Resíduos Agrícolas,
onde se estabelecem metas para a gestão deste tipo de resíduos;
Não nos podemos esquecer que basta uma pequena quantidade de resíduo perigoso não segregado
convenientemente, para gerar custos incomportáveis e dificuldades acrescidas na gestão desse
mesmo resíduo.
Sobre este tema já nos debruçamos num outro manual, que tem por título a Gestão Eficiente dos
Resíduos, publicado pela Publindústria, razão pela qual remetemos para lá a organização desta
função e um eventual melhor esclarecimento da mesma.
Na indústria pode considerar-se a existência de pelo menos três grandes tipos de resíduos, os
resíduos banais, os resíduos industriais perigosos e os resíduos urbanos ou equiparados a tal, sendo
que cada um deles terá o seu método próprio de gestão. Em todos os casos, é sempre preferível
antes de partir para a gestão destes, implementar medidas de contenção ou de minimização da
geração de resíduos, que como já se disse deve constituir o início de uma gestão consequente dos
mesmos.
No caso dos resíduos urbanos ou equiparados, devem ser tida em conta a redacção do Dec. Lei
435/98, de 6787 de 88, que determina que até uma produção diária de 1100 litros destes, podem ser
considerados abrangidos pelos sistemas de recolha municipais, razão pela qual não é necessário
mais nenhuma preocupação adicional.
Quanto aos restantes (resíduos banais e resíduos perigosos), devemos traçar objectivos claros
sobre:
- Redução dos custos de gestão: - Deve minimizar-se a massa dos resíduos que necessitam
de tratamento especial, devido ao perigo e aos custos que representam;
O envolvimento da gestão de topo, num plano deste tipo é essencial assim como é factor motivador
quando devidamente explorado esse envolvimento.
administração. Este empenho pode ser levado a cabo através da afixação de uma declaração
desse empenho que deverá ser afixada em local onde todos os colaboradores tenham acesso
e, deverá ser o mais curta e explicita possível.
A definição dos objectivos gerais, deve ser levada a cabo com o envolvimento da gestão,
tendo em consideração áreas como a higiene e segurança, a protecção da saúde e do
ambiente, o cumprimento da legislação vigente, a redução da massa ou volume de resíduos
gerados e eventualmente a adopção de novos métodos e/ou matérias primas, substituindo as
perigosas por não perigosas. Estes objectivos gerais devem depois ser desdobrados e
deverão dar origem a objectivos específicos, estruturados por tipo de função ou por tipo de
resíduo produzido.
A constituição da equipa de trabalho, é talvez uma das mais importantes tarefas, uma vez
que será do trabalho dessa equipa que sairá o sucesso de todo o programa. Por essa razão é
necessário formar convenientemente a equipa, com base nos objectivos gerais e específicos
previamente definidos de acordo com as exigências e ambições da empresa. Após a sua
formação, esta equipa deve ser organizada através da formalização de uma orgânica própria
e, deverá ser definida a sua intervenção aos mais diversos níveis e ainda deverão ser
clarificadas as suas responsabilidades. A definição desta estrutura orgânica, será o garante
do cumprimento da realização das tarefas diárias bem como se encarregará do
acompanhamento da execução do plano.
Muitas empresas recorrem a ajuda externa para o desenvolvimento deste tipo de acções, no
entanto internamente deve ser constituída uma chefia própria, encarregada de motivar e fazer
andar este processo de melhoria contínua. A atribuição de responsabilidades deve por isso
mesmo ter em conta a capacidade pessoal do coordenador de motivar as pessoas, de
coordenar as operações em curso e o cumprimento do plano já elaborado. Por tudo isto este
deverá ser uma pessoa com conhecimentos técnicos adequados, deve ser uma pessoa
conhecedora da organização, deverá ser um motivador de vontades por excelência, deverá
ter conhecimento da legislação ambiental aplicável, deverá ser uma pessoa apreciada e
respeitada dentro do contexto da organização, constituindo-se desta forma num facilitador.
o determinar qual o nível de risco que está inerente aos resíduos para determinar qual
o nível de cuidados a ter na separação, recolha e transporte interno dos mesmos.
o Inventariar e avaliar os métodos em curso quer os que estão na origem dos resíduos
quer os que envolvem o seu manuseamento posterior, técnicas de armazenamento e
etc..
Normalmente, este tipo de levantamento tem por base a realização de uma auditoria
ambiental, que é um instrumento que permite uma avaliação periódica e objectiva do
funcionamento da organização e do seu sistema de gestão ambiental. Desta forma é nos
dado a conhecer o como, quando e o porquê de como os resíduos acontecem, bem como o
tipo de operações e processos realizados e ainda o tipo de medidas que se tomam com vista
ao cumprimento do plano. As auditorias ambientais são também uma forma de formar o
pessoal envolvido com a gestão dos resíduos, constituindo uma boa oportunidade para
adquirir conhecimentos e informações directas sobre a situação da empresa em termos
ambientais, podendo ainda ser uma forma de rever os procedimentos de gestão dos resíduos.
intervenientes, desde a gestão de topo até todo o pessoal da fábrica, bem como é
imprescindível formação adequada e informação sobre a evolução do processo. Assim,
poderiam listar-se como actividades que necessariamente compõem a implementação, as
seguintes:
o A sensibilização;
o A informação;
o A formação;
o Garantir as competências;
o Controlar.
Deve registar-se desde logo que, o produtor de resíduos é o primeiro responsável em questões como
o acondicionamento, tratamento e destino final dos mesmos resíduos.
Existem substâncias perigosas, explosivas, comburentes, inflamáveis, tóxicas e outras, que são
caracterizadas quanto á sua perigosidade através da afixação de uma etiqueta normalizada,
conforme se pode ver no anexo II da página 101, apresentado no final. A perigosidade está também
ligada ao uso de “frases de riscos” Portaria Lei nº 732-A/96, de 11 de Dezembro.
Assim, o Estudo de Impacte Ambiental, não se limita apenas á avaliação dos riscos, destinando-se
também à avaliação do contributo para a poluição e, sobretudo, para a alteração do meio ambiente.
O balanço da poluição gerada num determinado processo industrial, deve permitir conhecer as
substâncias poluentes ao longo desse processo de transformação. O Impacte ambiental de uma
dada quantidade de matéria ou energia, define-se como o efeito que essa matéria ou energia
teria sobre o ambiente se fosse libertada.
Assim sendo, é possível estabelecer uma relação entre impacte ambiental e a quantidade de
resíduos produzidos e as substâncias que os constituem. Na verdade, tal como se faz com os
balanços de massa e com os balanços energéticos, também é possível efectuar um balanço ao
impacte ambiental.
Mas efectivamente, o problema que se coloca á sociedade moderna é, conforme é descrito por
Chester Bronw, no seu livro “Eco-economia”, compatibilizar o desenvolvimento com o ambiente e,
por essa razão é tão importante que a indústria desenvolva indicadores que evidenciem essa
sustentabilidade desejada.
Na verdade, quaisquer que sejam os indicadores, de curto ou longo prazo, de um qualquer processo
sob controlo, como os que nos dão informação sobre os recursos de água disponíveis ou sobre a
pesca ou mesmo sobre as emissões de gases que provocam o efeito de estufa, a verdade é que
todos eles nos dão informações importantes, sobre o tipo de desafios que teremos de enfrentar num
futuro próximo.
Assim, a questão que devemos colocar a nós próprios, é a de saber que tipo de sinais é que os
resíduos que geramos nos estão a dar e até onde poderemos ir.
No actual modelo social, tendemos muitas vezes a olhar as coisas pela sua perspectiva
economicista, não viabilizando por exemplo, iniciativas de reciclagem ou de reutilização, que só são
viabilizadas se representarem benefícios económicos significativos.
Por isso mesmo, devem os operadores de gestão de resíduos, procurar uma cada vez maior
eficiência no sentido de:
- Maximizar os rendimentos;
Desta forma, este deverá assentar em algumas questões básicas a ter em conta, como:
- A sustentabilidade económica – que deve ser conseguida através de uma melhor gestão
dos recursos e dos investimentos;
A adopção desta filosofia, conduz inevitavelmente a empresa, a uma melhoria dos processos, a um
aumento da sua eficiência e simultaneamente a uma redução dos custos que, se deverão traduzir na
produção de produtos mais adequados ás necessidades do mercado, com um melhor design, com
uma menor utilização de matérias primas e energia, e que deverão por isso mesmo acarretar
menores consequências para o ambiente, uma vez que deverão ter não só uma maior duração como
deverão também permitir menores impactes e ter a sua reciclagem assegurada.
A redução global do impacto ambiental das empresas, não se mede apenas pela redução dos
consumos e emissões, mas também pelo impacto deferido, ao longo de todo o ciclo de vida do
produto e, é precisamente nessa altura que surgem as questões relacionados com a gestão dos
resíduos. Desta forma é absolutamente essencial identificar as acções que estão na origem de um
maior impacto ambiental e, implementar soluções técnicas que contribuam para a sua minimização.
Desempenho
Económico
Eco-eficiência
Sócio-económico
Sócio-ambiental
Desempenho Desempenho
Ambiental Social
Estratégia ambiental
A adopção do Eco-design, também tratado numa outra publicação sobre “O design a Embalagem e
a Redução do Impacte Ambiental”, aplicado á concepção de embalagens, é uma ferramenta que
poderá ser usada para a redução dos impactos ambientais associados, ou seja promovendo a Eco-
eficiência dos produtos e das empresas, através de um projecto que tenha em consideração as
questões de ordem ambiental e também as necessidades dos consumidores. Outros temas também
importantes na concepção, são a taxa de reciclagem dos componentes e/ou possíveis reutilizações
do produto, que dessa forma poderão dar um contributo importante para a redução dos consumos de
matérias primas.
Outro dos factores importantes, numa estratégia ambiental consequente, tem a ver com as práticas
de Gestão Ambiental, que se encontram reguladas pelas Normas ISSO 14000 ou pelo EMAS
(Sistema Europeu de Ecogestão e Auditoria Ambiental), que promovem a adopção das melhores
práticas e constituem uma garantia da eco-eficiência.
A redução dos riscos para o ambiente e para as pessoas, levam à redução da utilização de
substâncias consideradas perigosas ou mesmo á sua eliminação, minimizando dessa forma a
geração de resíduos eventualmente perigosos, conduzindo a uma Produção mais Limpa.,
contribuindo ao mesmo tempo para uma eventual redução de emissões e de efluentes.
O conceito de Melhores Técnicas Disponíveis (MTD), é usado para designar as técnicas que estão
No entanto, qualquer que seja a estratégia, deve ter-se presente que o gestor de resíduos será muito
provavelmente avaliado, de acordo com os resultados operacionais obtidos e sobre os resultados
económicos e financeiros. Por essa razão, este deverá sempre ponderar, quanto aos efeitos das
medidas implementadas e as respectivas receitas, directas ou indirectas, associadas aos resíduos.
Os primeiros, são os custos (internos) suportados pela empresa relacionados com o ambiente e, os
segundos são os custos suportados por outros agentes ou pela sociedade em geral.
Custos convencionais: que são os custos relacionados com a utilização de matérias primas,
utilidades, capital, fornecimentos, que são geralmente levados ás contas da empresa embora não
como custos ambientais. Por esta razão normalmente não são levados em conta aquando da
análise da situação da empresa ou na tomada de decisão relativamente a questões ambientais.
Custos invisíveis ou escondidos: que podem corresponder aos custos derivados por exemplo
da análise de um investimento, com desenho, selecção de equipamento, avaliação de
alternativas tecnológicas, etc.. Podem ainda ser decorrentes da legislação e, podem ser por
exemplo custos de monitorização, de controlo de poluição da gestão de resíduos e etc.. Outro
tipo de custos, estes normalmente visíveis, são os custos que decorrem por exemplo do
encerramento de uma instalação, são os chamados custos de encerramento. Outros custos
podem ser os que resultam da necessidade de preservar a imagem da empresa, ou seja, custos
que se destinam a suportar a elaboração de relatórios ambientais ou de programas de acção
A tarefa de um gestor de resíduos, é a de com os recursos económicos que são colocados à sua
disposição, dar resposta ás expectativas dos colaboradores, accionista e investidores, para além de
ter de compatibilizar estas com as expectativas da sociedade em relação á preservação do meio
ambiente.
Por isso a função do gestor de resíduos é também a de entender e resolver os problemas ambientais
da empresa, que podem ser desde muito simples a verdadeiramente complicados.
O seu trabalho é também, o de face a situações anómalas, dar início a uma sequência de acções
(correctivas), que vão na busca da resolução dos problemas de índole ambiental que surjam, acções
essas que se podem sintetizar nas seguintes:
Estes benefícios, embora de difícil contabilização, são percepcionados pela empresa e também pela
própria sociedade. Na empresa os efeitos positivos desta gestão ocorrem através da economia nos
custos de degradação ambiental, minimizando dessa forma os custos relacionados com as
correcções na sequência das afectações sofridas e, com as economias obtidas com a prevenção do
mesmo tipo de ocorrências.
Sempre que ocorre uma determinada degradação ambiental, esta representará um acontecimento ou
evento, que será registado contabilisticamente com as consequentes repercussões económicas. De
facto, a ocorrência destes impactos, denominam-se como degradação ambiental, e têm
repercussões no património das empresa, razão pela qual se impõem as necessárias medidas
correctivas que, no geral visam a minimização dos prejuízos.
Normalmente os impactos resultantes da actividade das empresas podem ser sumarizados como se
segue:
Estes impactos, dependendo da forma como se fazem sentir, representam custos acrescidos para as
empresas e, que advêm de uma separação ineficaz dos resíduos perigosos dos não perigosos, dos
custos envolvidos com a recuperação do meio receptor de modo a repo-lo nas condições anteriores,
dos custos relacionados com o tratamento de doenças causadas na sequência da poluição
provocada, dos custos legais tais como indemnizações e ainda dos custos laborais ou operacionais
motivados por paragens do processo.
Uma contabilização que leve em linha de conta todas estas considerações, faz com se torne evidente
a importância económica da gestão ambiental, sendo óbvio que estes custos serão proporcionais á
degradação provocada e ás medidas de contenção ou minimização associadas.
• Recuperação do ambiente
• Reposição das condições de
Centro de higiene e segurança
custos • Processamento dos resíduos
• Tratamento e destino final destes
Para evidenciar este tipo de custos, sugerimos a elaboração de uma matriz, como a que se ilustra na
página seguinte, a título de exemplo, onde constem os aspectos mais relevantes desses custos. No
entanto devemos alertar para o facto de estes custos assumirem muitas vezes, muitas mais formas
do que aquelas que aqui são apresentadas.
Tipo de ocorrência ou Quant. Multas Indemnizações. Recolha Processamento Tratamento Impostos Prejuízo Totais
degradação produzida Envolvidas ou custos com do do e e nas
vendas ou
Recuperações Resíduo Resíduo Destino taxas
produção
final
1 Emissão de
resíduos sólido Água
2 Emissão de
resíduos sólido Ar
3 Emissão de
resíduos sólido Solo
4 Emissão de
resíduos líquido Água
5 Emissão de
resíduos líquido Ar
6 Emissão de
resíduos líquido Solo
Totais:
• Prevenção;
• Reciclagem;
• Recuperação ambiental;
• Monitorização.
A prevenção
A prevenção é composta pelas acções levadas a cabo para a redução dos impactes causados no
ambiente pelos resíduos gerados, pelos esforços feitos no sentido da minimização da geração dos
resíduos produzidos e pela redução dos efeitos negativos dos impactes ambientais no negócio.
A falta de uma política de prevenção adequada, dará origem a custos de deposição, legais e de
impacte mais elevados. Do lado dos benefícios, podem enumerar-se os de ordem social, como seja
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Resíduos
2006
uma melhor qualidade para a saúde dos trabalhadores, mas podem também contabilizar-se os
custos com eventuais indemnizações e outros de ordem legal.
A reciclagem
Nesta rubrica inserem-se todas as acções que têm como objectivo a valorização dos resíduos, seja
através do aumento do ciclo de vida do produto, seja através da utilização do material constituinte
para a fabricação de novas matérias-primas.
A reciclagem pode ser utilizada para reduzir os problemas derivados da eliminação ou da emissão de
poluentes, contribuindo simultaneamente para a redução dos problemas relacionados com o
armazenamento.
Uma estratégia que privilegie a reciclagem poderá contribuir a redução dos custos operacionais mas
necessitará de investimento em meios materiais (equipamentos) e em meios humanos, no entanto a
Recuperação ambiental
Este tipo de acção tem como objectivo, minimizar ou anular os danos provocados pela empresa no
ambiente, através da reposição das condições anteriores ao acidente.
Muito embora revele a preocupação da empresa face ao acidente, pode não significar um
compromisso ambiental decidido, com vista a colocar a empresa dentro dos preceitos legais
existentes.
Monitorização
Normalmente são precisos vários passos para se obter dados e informações suficientes para
identificar as acções relacionadas com a gestão das actividades de recolha, tratamento e eliminação
de resíduos e as suas repercussões económicas na mesma. Assim, esta deve ser dotada de meios
(humanos e materiais), que permitam a avaliação das medidas implementadas do ponto de vista
económico e financeiro.
• Proceder á avaliação dos activos da empresa, face ás consequências das acções tomadas;
Um sistema de monitorização que seja funcional, deverá gerar informação suficiente para conduzir á
tomada de decisões, que por sua vez deverão ser usadas pelos gestores com precisão e
objectividade, dando-lhes a confiança suficiente para continuar na implementação de novas medidas.
• Origem da degradação;
• Responsáveis;
• Impactos ambientais;
• Legislação vigente;
• Etc.
Também o desempenho da gestão ambiental, pode ser aferido através de indicadores, como por
exemplo, através da avaliação das políticas e programas ambientais implementados, através da
análise da conformidade das medidas com a legislação vigente, através do desempenho financeiro
da empresa quer em termos de custos de gestão quer em termos das economias obtidas e, por
último, através do relacionamento da empresa com a comunidade onde se insere através da análise
de programas educacionais levados a cabo ou outras medidas.
Em quase toda a literatura que se encontra sobre este tema, estão permanentemente patentes
alguns chavões, como identificar, estimar, analisar, estudar o fluxo dos materiais, estudar os
fluxos de energia, racionalizar o consumo de recursos e etc., que podem ser considerados como
os fundamentos da tal eco-economia e, poderão constituir a base que permita a tomada de decisões
sejam de carácter ambiental, sejam mesmo de carácter geral, dentro de uma empresa.
- Controlar o uso dos recursos como energia e matérias primas de forma adequada;
Em termos sociais, estes também são determinantes, uma vez que podem contribuir para:
- Reduzir os custos envolvidos com operações relacionadas com poluição provocada pela
empresa;
Estes benefícios são por si só factores facilitadores da actuação da empresa, quando esta tenha de
tomar iniciativas relacionadas de alguma forma com a gestão de resíduos e seus impactes, tais
como:
- Enveredar por adopção de tecnologias mais limpas, prevenção da poluição, gestão da cadeia
do produto e projectos de eco-design.
a) Qual o tipo de embalagem que provoca um menor impacto ambiental, determinando se estas
são retornáveis ou não;
Quando aplicada na área da gestão de resíduos, esta técnica é particularmente eficaz, uma vez que
avalia os aspectos ambientais e os potenciais impactos associados ao produto, porque ajuda a:
A análise do ciclo de vida do produto, pode contribuir eficazmente para a racionalização do uso das
matérias-primas, reduzindo as suas perdas, podendo simultaneamente contribuir para a manutenção
do processo de produção sob controlo e, sobretudo poderá contribuir para a satisfação das
necessidades do mercado e do utilizador e de uma melhor gestão ambiental.
Existem uma série de Normas internacionais que regulam, uma política orientada para a satisfação
deste desiderato dentro da série de Normas ISSO 14000, que regulam os sistemas de gestão
ambiental. Estas Normas Internacionais ISSO 14000, são elaboradas pelo comité técnico TC-207 –
Gestão Ambiental que, elabora ainda guias internacionais subordinados ao tema Sistemas de Gestão
Ambiental e, têm um sub-comité SC-5 que se encarrega da Avaliação do Ciclo de Vida e que se
encontra sediado em França. Este sub-comité, trata da avaliação dos produtos ou processos,
considerando os impactos causados ao meio ambiente, desde a extracção da matéria-prima usada
na produção, todo o processo produtivo, desde a emissão de efluentes, até ao destino final do
produto e sua inclusão no meio ambiente.
Esta metodologia permite associar ao produto ou serviço, os custos inerentes à sua existência nos
diversos estágios do ciclo de vida. Desta forma a decisão das empresas poderá ser apoiada nessa
informação e, consequentemente poderá evidenciar a sua influência, mesmo que a responsabilidade
num determinado estágio, não dependa do fabricante.
Este tipo de controlo, através da análise do ciclo de vida, poderá permitir identificar os custos
ambientais de um determinado produto e, bem assim um melhor controlo orçamental.
Estão neste exemplo o caso da SPV, o da Valorpneu e ainda os dos sistemas que têm vindo a ser
criados para a gestão dos diversos resíduos em fim de vida
a) a prevenção;
b) a recuperação;
c) a reciclagem:
A reciclagem tem como objectivo, permitir que os resíduos gerados no decurso da actividade ou
os materiais utilizados, sejam susceptíveis de ser novamente utilizados após um processamento
específico.
d) a produção.
A produção dá lugar muitas vezes a impactos negativos sobre o ambiente, causando poluição.
Estes impactos negativos chamam-se normalmente “degradação produzida” e, os seus custos
caem directamente sobre a produção. No entanto a produção deve suportar também os custos
derivados da prevenção, da recuperação e da reciclagem.
Numa qualquer contabilização ambiental, devem ser tidos em conta os custos da degradação
produzida, como o principal factor económico, sendo a medição desta degradação feita em termos de
efeitos previstos, resultantes da degradação ocorrida e, que deve ser aferida no momento em que
esta acontece.
A existência desta degradação dá lugar à constituição de um passivo, sob a forma de “provisão para
gastos ambientais”.
poderão ser de vários tipos. Poderão ter a ver com a aquisição de equipamentos, com a construção
de edifícios, com o desenvolvimento de uma tecnologia ou, com outras semelhantes. Nesta rubrica
deverão entrar todas as despesas que formarão o activo operacional, como por exemplo:
- Os materiais utilizados;
- Os equipamentos;
- Outras despesas.
A conclusão do projecto
Com a conclusão do projecto e, como em todos os projectos, deve ser avaliada a forma como este
foi levado a cabo e, se a opção de desenvolvimento próprio foi preferível à de aquisição do projecto
tipo chave na mão.
Quando as economias geradas forem superiores ao valor investido, a decisão foi acertada do ponto
de vista meramente económico, uma vez que nesse caso a empresa deixou de ter custos de
degradação.
Custos
É necessário constituir uma provisão para gastos operacionais de manutenção do activo, retirando
aos benefícios esperados os custos da sua operação ou manutenção. Assim, o activo estará
representado pelo seu valor liquido.
O valor das amortizações, deverá considerar o período de tempo no qual o projecto estará activo a
prestações constantes, constituindo por isso mesmo um custo fixo da actividade.
A amortização das provisões para gastos operacionais de manutenção, deverá também ela ser
de acordo com o período previsto para a duração do projecto e da provisão e deverá ser registada na
conta de resultados.
Custos de manutenção, são os custos que decorrem no período, e têm a ver com os gastos
estimados e os realmente ocorridos nessa área e com a manutenção do activo.
Receitas
Nesta rubrica deverão ser contabilizados os serviços de gestão ambiental prestados na contenção
ou prevenção, recuperação e reciclagem e, que resultam da contabilização dos benefícios para a
empresa, em termos de economias de custos geradas, por multas que não aconteceram, por
doenças profissionais evitadas ou impostos específicos sobre a actividade.
Receitas oriundas da venda de produtos reciclados, que poderão ser transferidos para a produção
ou vendidos a terceiros.
Estes procedimentos devem prever todo o que estiver relacionado comos resíduos desde da sua
geração até ao seu envio para destino final.
4 – Procedimentos
4.2.2 – Recolha, identificação e armazenamento – Os resíduos gerados são segregados para que
não ocorra a contaminação com resíduos de classes diferentes, assim como a mistura de resíduos
incompatíveis ou reactivos. Compete aos sectores geradores de resíduos assegurarem que estes
são acondicionados adequadamente, para evitar vazamentos, misturas, contaminações e / ou
acidentes. O acondicionamento é efectuado em recipientes de materiais compatíveis aos resíduos,
que deverão ser estanques, fisicamente resistentes e duráveis. Compete ao sector gerador do
resíduo identificar os recipientes de armazenamento, com dados sobre o local, ou equipamento
gerador, o nome do resíduo, ou alguma outra informação ou identificação que possibilite o
rastreamento e acompanhamento do inventário.
- Contacto telefónico;
- Designação do resíduo;
- Código LER;
- Estado físico;
- Destino final;
- Responsável;
- Data.
Os armazéns devem:
4.2.3 – Transporte e destino final – Compete ao sector de expedição realizar a inspecção prévia
dos camiões dos transportadores antes do seu carregamento, através da verificação do aspecto
geral do camião e dos documentos que comprovem que este está em bom estado de conservação e
o motorista se encontra devidamente habilitado. Dependendo do resíduo, verificar se o camião
possui o kit de emergência para o caso de acidentes ou vazamento. Todo o transporte de resíduos,
deve ser acompanhado da Guia de Acompanhamento de Resíduos (Mod. A). Compete ao gestor de
resíduos preencher a guia em triplicado, preenchendo o campo 1, verificar o preenchimento do
campo 2, nos três exemplares da guia e reter um deles. Compete ainda ao gestor de resíduos,
receber, verificar o destino efectivamente dado ao resíduo e arquivar o exemplar da guia devolvida
pelo destinatário após receber a carga.
d) Avaliação e medidas preventivas, reanálise dos processos geradores de resíduos com o apoio de
diagramas de espinha de peixe, fluxogramas, balanços de massa, sensibilização e acordos com
fornecedores e clientes.
4.3.2 – Planeamento e realização – Após a avaliação dos dados obtidos no ponto anterior, é da
responsabilidade do gestor de resíduos, propor à Direcção acções de melhoria e respectivo
planeamento de execução, para alcançar a melhoria contínua na gestão dos resíduos. Neste
planeamento estão incluídos os objectivos e metas a alcançar no prazo de um ano, os indicadores
para avaliação dessa implementação e os responsáveis directos envolvidos. Compete aos
responsáveis atribuídos no planeamento aprovado, implementarem as medidas estabelecidas e
proporem outras melhorias.
- Etiquetas de identificação;
- Checklist de auditorias;
Resumo:
☺ Em qualquer Plano de Gestão dos Resíduos, deve em primeiro lugar ter como objectivo a
Minimização da Geração de Resíduos que poderá ser conseguida através de uma Gestão
Eficiente dos Resíduos;
☺ Os principais passos para uma gestão consequente são em primeiro lugar a Redução dos
Riscos, em segundo lugar a Redução dos Custos de Gestão e por último Privilegiar a
Reciclagem;
☺ Neste caso, é importante definir os objectivos desse plano, nomear uma equipa de trabalho e
atribuir responsabilidades;
☺ A ferramenta usada para a avaliação dos efeitos causados pela actividade humana e no
próprio homem e meio ambiente, é o chamado Estudo de Impacto Ambiental;
☺ Algumas das ferramentas que em termos ambientais são também determinantes para uma
gestão responsável, são o chamado eco-design e o conceito das Melhores Técnicas
Disponíveis (MTD’s), contribuindo dessa forma para a construção de uma imagem da
empresa que esteja adequada e ajustada à tão desejada Responsabilidade Social desta;
☺ Um dos aspectos importantes relacionados com os resíduos tem a ver com os custos destes
sejam os de ordem interna sejam os de ordem social e, só um tratamento criterioso desse
custos poderá dar-nos a real dimensão dos aspectos económicos associados à geração dos
resíduos;
☺ Uma estratégia consequente na abordagem da gestão dos resíduos passa pela assunção de
três vectores, prevenção, reciclagem e recuperação ambiental, seguida da necessária
monitorização;
☺ A análise do ciclo de vida dos produtos é uma técnica que considera todos os aspectos
relacionados com este, desde a sua concepção até à sua deposição em aterro ou reciclagem;
☺ Os custos ambientais indirectos, como taxas e multas são cada vez mais importantes porque
são cada vez maiores;
4. Sabe como se designa a ferramenta que avalia as repercussões da actividade humana sobre
o ambiente?
5. A gestão moderna considera novos conceitos para a contenção dos resíduos, sabe quais são
alguns deles?
8. Qual é a ferramenta que estuda a repercussão dos produtos no ambiente ao longo da sua
vida útil?
9. Na área ambiental os custos despendidos com a gestão dos resíduos são ou não importantes
e como se podem evidenciar?
Hoje, com a implementação dos Sistemas de Gestão Ambiental e com as certificações das empresas
pela Norma ISO 14001, esta responsabilidade passou a estender-se aos restantes colaboradores de
cada organização e mesmo até aos parceiros de negócio desta, assegurando o cumprimento da
legislação ambiental e perseguindo a melhoria contínua.
As empresas certificadas, avaliam os custos ambientais, em particular os custos que têm com os
resíduos, como parte de toda a sua actividade, e verificam se o crescimento desta componente
corresponde ao crescimento do volume de negócios da empresa.
- Será que esta é aplicável a produtos e processos industriais, através de uma estratégia ambiental
preventiva e integrada, reduzindo dessa forma os riscos para o homem e para o ambiente?
- O que é a utilização racional das matérias-primas, água e energia, e a redução das emissões
atmosféricas?
- Será que se pode fazer o controlo através dos tradicionais Balanços de Massa?
Na verdade, quanto maior for a geração de resíduos menor será a eficiência do processo, restando-
Poluição ➳ Ineficiência
No fluxo de entrada de matérias-primas no processo, constam items como a água, a energia e todas
as outras matérias-primas que compõem o produto produzido ou a produzir. Após a sua
transformação estes são transformados em produtos sobrando os resíduos, que podem assumir o
estado sólido, líquido ou gasoso. A medida da eficiência de um processo é dada pelo rácio entre os
produtos produzidos e os resíduos gerados na actividade e, por essa razão quanto menor for o
resíduos gerado maior será a eficiência, menores serão os custos de tratamento desse resíduos e
menores serão os riscos para a saúde dos trabalhadores.
Existe mais de uma forma de aferir a eficiência de uma organização. Uma hipótese será a de juntar
ao custo das matérias-primas o custo de tratamento dos resíduos, e dessa forma obter a margem do
negócio. Este tema é tratado com mais detalhe numa outra publicação (A Gestão Eficiente dos
Resíduos – da Publindústria).
Na publicação em cima referida, estão referenciados os passos mais importantes, a seguir para a
implementação de um programa deste tipo, devendo obviamente começar sempre pelo levantamento
da situação existente, que deverá ser feita com algum rigor, para permitir depois a implementação
das medidas atenuantes mais adequadas.
O apuramento dos custos, ainda que escondidos, com o tratamento destes resíduos será também,
factor determinante para a implementação de medidas, podendo ser evidenciadas economias óbvias,
através da implementação de medidas simples e motivadoras.
Sugere-se a execução de mapas onde possam ser listados não só os consumos e custos
relacionados com as matérias-primas consumidas, como também dos resíduos gerados e dos custos
ou proveitos originados por estes, como forma de ter uma leitura rápida e explicita dos mesmos.
Para que se possa ter uma leitura isenta dos indicadores fornecidos pelos conjunto dos elementos
recolhidos, estes devem ser listados, devendo identificar-se a periodicidade de leitura dos mesmos,
as unidades de medida dos mesmos, o nível de detalhe pretendido, bem como deve ser indicado
quem é o responsável pelo indicador e o unidade de imputação do mesmo.
Após a avaliação dos dados recolhidos segue-se a priorização das medidas, determinado os pontos
críticos a intervencionar e, sobretudo a divulgação dos resultados.
Em qualquer programa deste género, é imprescindível a divulgação dos resultados de uma forma
clara e objectiva, para que todos possam participar nos êxitos obtidos através do mesmo, até porque
só desta forma se conseguirá manter o ânimo que sustentará todo o projecto.
As pessoas devem conhecer as repercussões das suas acções, devendo ser elogiadas quando tal
for merecido. Nenhum programa será bem sucedido se não contar com a colaboração de todos.
Uma gestão adequada dos resíduos deve considerar a prevenção da geração de resíduos e da sua
perigosidade, a minimização da geração desses resíduos também em quantidade e perigosidade, a
reutilização, reciclagem e recuperação ambientalmente seguras de materiais e energia, o tratamento
ambientalmente seguro dos mesmos e a escolha de um destino adequado para os resíduos
remanescentes.
Um dos aspectos importantes a considerar, para uma gestão sustentada dos resíduos, passa pela
eventual implementação de um Programa de Minimização da Geração de Resíduos, como já foi
referido, com vista não só contenção da geração destes, mas também à prevenção e,
simultaneamente da diminuição da sua perigosidade.
Para o lançamento de um programa deste tipo devem observar-se algumas fases. A primeira destas
fases ou etapas consiste no inventário dos resíduos gerados referenciando a sua origem,
quantidade, caracterização e classificação (perigoso, não perigoso, inerte, etc.), a segunda fase ou
etapa, deve prever os procedimentos a serem adoptados na segregação, acondicionamento,
transporte, reutilização, reciclagem, recuperação, tratamento e deposição final, indicando os locais da
fábrica onde estas serão implementadas. A terceira fase ou etapa é aquela onde se planeiam as
acções de carácter preventivo e correctivo nas situações de manuseamento incorrecto ou no caso de
acidentes, a quarta fase é aquela onde se estabelecem as responsabilidades, nomeadamente a
designação de alguém devidamente habilitado para pôr em prática todo o plano de gestão e, por
último a quinta fase, será aquela onde se faz o ponto da situação e se planeiam as intervenções
conducentes à melhoria contínua do processo de contenção dos resíduos.
Numa acção deste tipo, devem ainda ser levadas a cabo análises que permitam concluir da eventual
possibilidade de se proceder à reutilização, reciclagem e recuperação de materiais e produtos,
perdidos ao longo de uma qualquer linha de fabrico, minimizando dessa forma as perdas entre outros
da energia e dos produtos rejeitados.
No decorrer da 1ª Fase deve, para além de ser feita a inventariação ou levantamento da situação
dos resíduos gerados na empresa, de preferência por processo ou linha de fabrico, deve também ser
levada a cabo a necessária caracterização dos resíduos gerados, recorrendo a ensaios laboratoriais
ou outros de forma a avaliar da sua viabilidade para reciclagem ou outra forma de valorização. Deve
também proceder-se à necessária classificação dos resíduos quanto à sua forma (sólidos, líquidos,
etc.), quanto ao seu tipo (inertes, banais, urbanos ou perigosos, etc.), para posteriormente se elaborar
o Mapa de Diagnóstico Ambiental da Gestão de Resíduos.
De preferência e, após este levantamento, deve elaborar-se um mapa onde se possa ilustrar a
situação relativamente a cada um dos resíduos listados e, onde nas colunas poderemos ter rubricas
como, Resíduos, Classificação, Actividade geradora, Medidas implementadas ou a
implementar, Medidas para cumprimento da legislação, podendo ainda referenciar-se a eventual
legislação aplicável a cada um dos resíduos.
Nas linhas desse mapa poderão constar os diferentes resíduos gerados na actividade.
Na 2ª Fase deve desde logo acentuar-se a tónica na prevenção da geração de resíduos. Esta
prevenção deve assumir três vertentes:
- A prevenção da perigosidade;
- A prevenção da quantidade, e;
- A reutilização interna.
Nesta fase a redução da geração de resíduos, ou seja a optimização dos consumos de recursos,
exige a revisão dos processos de transformação (imputs), a selecção de métodos de fabrico e
expedição dos produtos produzidos e, um investimento na área da formação dos funcionários.
Racionalizar e portanto fazer mais e melhor com menos pressupõem uma mudança de atitude que só
se conseguirá com uma melhor formação e sensibilização.
A reutilização, consiste em utilizar os produtos ou resíduos tantas vezes quantas as possíveis, numa
determinada função ou em qualquer outra diferente da função original. Esta é uma forma racional de
minimizar os quantitativos dos resíduos, promovendo a dita reciclagem interna dos materiais por
reincorporação.
Outra das vertentes a explorar nesta 2ª fase, é a da optimização da produção, tornando o processo
produtivo mais eficiente, rumo à eco-eficiência, através da utilização de tecnologias mais amigas do
ambiente, conduzindo dessa forma à economia de recursos humanos e financeiros.
Existem ou podem existir mil e uma maneiras de levar por diante este pressuposto, seja através da
redução dos custos de manuseamento, através da redução dos custos de deposição final dos
resíduos, da melhoria das condições de higiene e segurança e etc..
Um outro aspecto importante nesta 2ª fase é o que se relaciona com a recolha, o armazenamento e
o transporte.
Recolha
Os resíduos devem ser segregados, nos locais onde são produzidos, para que não se produza a
contaminação ou mesmo a incompatibilidade entre diferentes resíduos de diferentes naturezas. A
empresa deverá adequar os seus lay-out’s por forma a não prejudicar a produtividade e a segurança,
promovendo a recolha selectiva dos diferentes resíduos.
O armazenamento e acondicionamento
Quando estiver em causa a armazenagem temporária dos resíduos, estes devem ser acondicionados
adequadamente para evitar derrames, misturas de resíduos de diferentes naturezas, contaminações e
outros acidentes. O acondicionamento deve levar em conta a tipologia do resíduo, devendo ser feito
em embalagens compatíveis com o tipo de resíduos em causa, de preferência em embalagens
estanques, resistentes e duráveis. Os tipos de embalagens mais usuais são:
• Contentores (IBC’s)
• Bidões metálicos
• Bidões plásticos
• Big bag’s
• Sacos plásticos
As embalagens devem ser identificadas assim como o espaço destinado ao armazenamento, por
forma a minimizar os riscos e facilitar as cargas e outros tipos de controlos. A área de armazenagem
deve ser ventilada, coberta, fechada, impermeabilizada, sobretudo se o resíduo for considerado
perigoso.
O transporte
O transporte de resíduos deve obedecer ás disposições
legais e outras de forma a conferir a este as condições
ambientalmente mais correctas. Alguns dos requisitos
exigidos para o transporte de alguns resíduos são:
• No veículo a carga deve estar bem arrumada e escorada, de forma a evitar a deslocação
destes no veículo ou para fora dele;
Não esquecer que o produtor, o detentor e o transportador, respondem solidariamente pelos danos
causados durante o transporte de resíduos.
Destino
Compete também ao responsável pela área da gestão dos resíduos da empresa assegurar-se de que
os destinos eleitos são os melhores.
Por essa razão este deve seleccionar as formas de tratamento mais adequadas, desde que técnica e
economicamente viáveis, considerando as características dos resíduos.
• Água
Registo total dos consumos e respectivas origens;
• Resíduos
Autorização prévia para operações de gestão de resíduos (Decreto-Lei nº 239/97, de 9
de Setembro e Portaria 961/98, de 10 de Novembro);
Registo de resíduos para quem efectua operações de gestão de resíduos (artº 16º do
Decreto-Lei nº 239/97, de 9 de Setembro);
Registo trimestral de produtor de óleos usados e respectivo envio anual ao INR (nº 4,
do artº 22º, do Decreto-Lei nº 153/2003, de 11 de Julho e Despacho nº 962/2004, (2ª
Série), publicado a 15 de Maio de 2004);
• Ar
Identificação das origens das emissões;
Registo dos resultados das medições sonoras, caso tenham sido efectuadas no
exterior das instalações fabris;
Possuir licença ambiental no caso de ter procedido a uma alteração e ter ficado
abrangida pelo Decreto-Lei ou se tratar de uma instalação nova;
Possuírem o formulário anual respectivo, sobre emissões poluentes (EPER), que deve
ser enviado à CCDR respectiva (artº 8º, nº 5 do Decreto-Lei nº 194/2000, de 21 de
Agosto)*;
Ter ficado isento de procedimento de AIA, caso tenha pedido a isenção e esta
tenha sido concedida ou autorizada.
Resumo:
☺ Adopte regras de boas práticas para resolver ou minimizar o problema dos resíduos na sua
empresa, fazendo um plano por etapas;
☺ Mesmo que não pretenda o Licenciamento Ambiental, elabore o Dossier Ambiental, siga as
instruções contidas aqui para organizar essa informação verificando não só o que lhe falta,
mas sobretudo marcando a sua posição faça ao que de mais exigente existe;
☺ Tenha esse Dossier sempre disponível, numa pasta de lombada larga e vai ver que ele lhe vai
servir dentro de pouco tempo;
3. Será que esta é aplicável a produtos e processos industriais, através de uma estratégia
ambiental preventiva e integrada, reduzindo dessa forma os riscos para o homem e para o
ambiente?
4. O que é a utilização racional das matérias-primas, água e energia, e a redução das emissões
atmosféricas?
5. Será que se pode fazer o controlo através dos tradicionais Balanços de Massa?
10. Qual a principal preocupação a ter na selecção dos destinos dos seus resíduos?
Alguns resíduos, embora gerados na indústria, como os óleos usados, por exemplo, têm fluxos
próprios ou específicos, e por essa razão tratados de forma separada como veremos mais à frente.
- Resíduos inertes;
Existem ainda uma outra série de resíduos gerados nas actividades ligadas à indústria, em cantinas
e serviços de assistência médica, que no caso de serem em quantidades inferiores a 1100 litros dia,
recebem a designação de resíduos urbanos ou equiparados no caso dos primeiros e resíduos
hospitalares no caso dos segundos, sendo a sua classe definida pelo nível de contaminação.
Hoje, existem várias formas de definir um resíduo, no entanto a definição existente na lei (Dec. Lei
152/2002, de 23 de Maio) é a de que “resíduo é tudo aquilo que o detentor se desfaz ou tem
intenção ou obrigação de se desfazer”, nos termos do Dec. Lei 239/97, de 9 de Setembro.
Esta definição contida no Dec. Lei 239/97, de 9 de Setembro, diz ainda que Resíduos Industriais
(RI), são os “resíduos gerados na actividade industrial”, bem como os que resultam das
actividades de produção e distribuição de electricidade, gás e água, sendo esta uma classificação
por origem.
Assim sendo e, considerando a abrangência desta definição, os resíduos podem ser de vários tipos e
de várias perigosidades e / ou complexidades.
Sendo tão variada a panóplia destes, é também normal que, a cada resíduo ou a cada tipo de
resíduo e a cada tipo de perigosidade ou complexidade desse resíduo esteja muitas vezes associado
um tipo de procedimento e até de tratamento.
No Dec. Lei 321/99, de 11 de Agosto, “entende-se por resíduos industriais banais (RIB’s), o mesmo
que por resíduos industriais não perigosos”. Assim sendo estes são aqueles que podem apresentar
características de combustibilidade, biodegrabilidade ou solubilidade na água, com possibilidade de
acarretar riscos á saúde pública ou ao meio ambiente, não se enquadrando nas classificações de
perigosos ou inertes. Apresenta-se como exemplos resíduos de papel, plástico e vidro, quando não
contaminados com substâncias perigosas.
Os resíduos industriais perigosos (RIP’s), de acordo com a redacção do já citado Dec. Lei. 239/97,
de 9 de Setembro, são definidos como sendo “todos os resíduos que, em função das suas
A definição de resíduos inertes, está contida no Dec. Lei 152/2002, de 23 de Maio, que respeita á
deposição de resíduos em aterro e, que os considera como sendo aqueles que “não sofrem
transformações físicas, químicas ou biológicas importantes e, em consequência não podem ser
solúveis, inflamáveis ou ter qualquer outro tipo de reacção física ou química...”. Como exemplo
destes últimos podem ser dados os “resíduos de construção e demolição, que se podem ainda dividir
em entulhos, terras e outros materiais”.
Com efeito e, sem considerar que na nossa vida somos por princípio geradores de resíduos natos,
na actividade industrial geram-se milhares de toneladas de diferentes resíduos todos os anos.
Alguns desses resíduos estão entre nós de tal maneira que já quase achamos natural a sua
existência, é o caso dos pneus em fim de vida, das pilhas e acumuladores, das embalagens, dos
óleos usados, dos electrodomésticos e etc., que possuem ou constituem fileiras próprias.
Dentro da actividade industrial podem ainda existir outros tipos de resíduos que podem ser
considerados urbanos, desde que estas quantidades não ultrapassem os 1100 litros dia, e
hospitalares no caso de consultórios médicos integrados nas empresas, conforme já referido atrás.
É na actividade industrial, que nos vamos debruçar, para aprofundar os nossos conhecimentos com
vista a uma melhor adequação da forma de como lidar com esta inevitabilidade.
Foi imperioso que a legislação procurasse definir alguns conceitos básicos, relacionados com os
resíduos e em torno destes.
Estas definições gerais estão descritas no Dec. Lei 239/97 de 9 de Setembro, conforme já referido,
e dizem respeito aos tipos de resíduos, aos que com eles lidam, quer enquanto detentores quer
como gestores ou outros e, dizem ainda respeito aos sistemas de gestão destes resíduos, sistemas
ou processos de tratamento, valorização, reutilização e etc..
Mas e antes do mais, devemos considerar a actividade industrial, uma vez que é esta a principal
preocupação desta acção de formação, como uma daquelas que coloca sérios problemas
relacionados com os resíduos que gera e, bem assim pelas suas características aquela que maior
complexidade apresenta sobretudo no que diz respeito á redução da perigosidade que muitas vezes
está adjacente a estes resíduos.
Alguns dos resíduos gerados na industria, apresentam características de perigosidade, que só com
técnicas de inertização adequadas pode ser controlada ou minimizada.
Mas antes disso façamos um pequeno exercício, para percorrer algumas áreas da actividade
industrial, nas quais se geram diferentes tipos de resíduos.
Esta é a questão que se pode colocar a todos aqueles que de uma forma ou de outra são
responsáveis pelas empresas e / ou pela gestão dos seus recursos.
Neste momento em Portugal, como já vimos, existem várias iniciativas para a quantificação e
caracterização dos resíduos gerados na industria mas, infelizmente, não existe ainda uma avaliação
fidedigna sobre os seus verdadeiros custos.
Quando se procedeu ao lançamento do concurso público para a atribuição das licenças dos
CIRVER’s, foi deixado a cargo dos candidatos a elaboração quer dos quantitativos a tratar, bem
como das tecnologias a adoptar. Tal levantamento diferiu por isso mesmo, de candidato para
candidato e, com rigor, também não serviu de muito para a clarificação do panorama nacional em
termos de geração de resíduos, apesar de neste momento estarem quantificadas cerca de 254 mil
toneladas de RIP’s, em Portugal.
Na verdade, são muitas as empresas que não dão a mesma ênfase á Gestão dos Resíduos que dão
a outras áreas como a Produção ou ás vendas e, por essa razão não têm verdadeiramente
quantificado os volumes de resíduos gerados.
No entanto, os custos reais surpreenderiam muitas empresas, caso estes fossem realmente
conhecidos, podendo em muitos casos ascender até 10% dos resultados.
Reduzir estes custos, melhora os resultados e ajuda a manter o negócio competitivo e, é necessário
ainda considerar que a estes benefícios, se podem juntar outros resultantes do facto de, através da
utilização de tecnologias mais “limpas”, se poderem negociar taxas de seguro mais baixas e,
simultaneamente reduzir os custos de monitorização e demonstração do cumprimentos das normas
ambientais em vigor.
Caso fosse possível, no universo das empresas nacionais, um levantamento mais ou menos rigoroso
dos resíduos gerados, decerto representaria muitos milhões de euros, apenas em custos de recolha
e de deposição em aterro, para não falar já do seu tratamento quando for caso disso.
Sem falar ainda sobre a dificuldade crescente de encontrar alternativas á deposição em aterro, e se
acaso juntássemos a estes custos os custos de rejeições e de matérias primas não conformes,
energia consumida na transformação e etc., estes valor subiria vertiginosamente.
Os resíduos apresentam-se de várias formas e nem sempre a sua identificação é óbvia a primeira
vista. Muitas pessoas são tentadas a pensar que os resíduos são aquilo que aparece nos
contentores do lixo. No entanto, isto está longe de ser verdade, por vezes estes podem assumir
formas menos visíveis.
Por exemplo um lote de um determinado produto defeituoso, pode acabar por transformar-se num
resíduo constituindo a parte visível do resíduo, tendo no entanto deixado para trás uma parte
significativa de outros resíduos que não são visíveis e que, muitas vezes, podem assumir diferentes
formas, como por exemplo:
b) Materiais de movimentação;
c) Embalagem, e etc..
Muito embora não sejam de considerar nesta análise, existem ainda, outras perdas não relacionadas
directamente, mas que na verdade podem também elas ser consideradas como parte integrante do
resíduo, como:
a) Trabalho;
b) Matérias-primas;
c) Energia, e etc..
Muitas vezes os resíduos são de difícil identificação, num escritório por exemplo ou mesmo num
qualquer processo.
Por todas estas razões os resíduos, podem considerar-se uma inevitabilidade na indústria e, com
rigor a primeira grande ferramenta para lutar contra eles deveria ser através da minimização da sua
geração.
Após terem sido construídos alguns aterros, para dar resposta às necessidades de deposição de
resíduos industriais banais, foi criado o enquadramento legal para a construção de Centros
Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos Industriais Perigosos (CIRVER).
Os primeiros inventários foram baseados apenas nos Mapas de Registos de Resíduos e informações
do Instituto Nacional de Estatística tendo também sido feitos inquéritos e visitas às empresas nos
inventários mais recentes. Já foram elaborados vários inventários.
O âmbito do CIRVER focaliza-se portanto nos Resíduos Industriais Perigosos e é sob essa
perspectiva que devem ser analisados os inventários entretanto levados a cabo, seja o caso do
PESGRI (Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Industriais - 2001), PNAPRI (Plano Nacional de
Prevenção de Resíduos Industriais) e INPRI (Estudo de Inventariação de Resíduos Industriais –
2001).
Nestes 3 estudos conclui-se que a quantidade de resíduos industriais perigosos é uma fracção muito
reduzida dos resíduos industriais totais.
A prioridade da gestão de resíduos deve portanto ter ênfase na redução da sua produção na fonte e
na redução da sua perigosidade substituindo sempre que possível materiais mais perigosos por
outros de menor perigosidade.
Apesar desta prioridade, que deve sempre orientar as boas práticas de gestão ambiental, não devem
ser ignoradas as quantidades produzidas e devem ser criadas infra-estruturas para o seu adequado
tratamento e deposição.
Entretanto convém referir mais uma vez, que existem Planos Estratégicos designados como:
- Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU – 2000-2006);
- Plano Estratégico de Resíduos Hospitalares;
- Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Industriais (PESGRI, versão de 2001);
- Plano Nacional de Prevenção de Resíduos Industriais (PNAPRI).
De todos estes só nos referimos necessariamente aos últimos, uma vez que são eles o objecto desta
acção.
As definições rigorosas são as que são presentes na legislação (como já foi referido as do Dec. Lei
239/97, de 9 de Setembro e complementar por exemplo o Dec. Lei 152/2002, de 23 de Maio),
sendo que no entanto alguns destes resíduos têm legislação específica, como é o caso daqueles que
possuem sistemas próprios de gestão.
Embora desta forma se contribua para a simplificação e para a redução dos resíduos, não significa
que esteja sempre adequada.
Existem uma série de questões que se podem colocar, embora caso a caso, que podem ajudar a
perceber se um determinado material é resíduo ou sub-produto. Assim estabelecem-se algumas
questões, que podem ajudar nessa tarefa e, que são ou podem ser as seguintes:
Considerações gerais
Características e especificações
Impactes ambientais
o O uso do material num processo produtivo apresenta riscos, para a saúde humana e
para o ambiente, maiores do que o uso da correspondente matéria-prima?
o É necessário realizar algum tratamento ao material antes do mesmo poder ser usado
directamente numa operação de transformação ou comercial?
o O material pode ser utilizado na sua presente forma ou usado como matéria sem ser
sujeito a uma operação de recuperação?
Deve ter-se em atenção as questões em cima colocadas, para hierarquizar a importância relativa
desses resíduos.
Na verdade, consoante os casos a analisar, é necessário ter em conta um conjunto de factores, que
permitem emitir um parecer quanto à classificação do material em resíduo ou sub-produto.
Responsabilidades
A importância crescente que os resíduos têm vindo a assumir na sociedade moderna, sobretudo
ditada pela necessidade de promover o crescimento sustentável, tem dado origem a um número
crescente de legislação e de regras tendentes e definir as formas de lidar com este problema social.
A crescente legislação comunitária e nacional, no que diz respeito aos resíduos e, em particular no
que diz respeito aos resíduos industriais, reflectem essa preocupação tentando impor métodos de
gestão que tenham em conta uma elevada protecção do ambiente, evitando simultaneamente que
estas afectam o normal desenvolvimento económico e social.
Por esta razão, o princípio de co-responsabilização social na gestão dos resíduos impôs-se, através
da Lei de Bases do Ambiente (Dec. Lei 11/87, de 7 de Abril), que no seu nº3 do artigo 24º, consagra
este princípio de responsabilização do produtor pelos resíduos que produz.
Desta forma, cabe ao produtor do resíduo, a responsabilidade pela gestão e destino final dos
resíduos que produz, competindo-lhe a ele encontrar a melhor forma de encaminhar, valorizar ou
reciclar esses resíduos.
A transferência desta responsabilidade dá-se no momento em que o produtor designe alguém para
tratar ou gerir esse resíduo, no entanto compete ao detentor do resíduo assegurar-se de que o
designado gestor ou operador (quando se tratar apenas de uma situação de transitoriedade) efectua
uma gestão correcta desse resíduo, porque caso isso não aconteça a responsabilidade será sua.
Assim, o produtor pode pois, através da celebração de um contrato, com um operador de gestão de
resíduos, transferir a responsabilidade do destino de um determinado resíduo, através da celebração
de um contrato global que inclua a recolha, o transporte, e o destino final adequado desses resíduos.
No entanto, o produtor do resíduo deverá sempre, certificar-se, que o operador efectua a correcta
gestão dos seus resíduos, já que caso tal não se verifique, a responsabilidade ser-lhe-á imputada,
enquanto produtor.
Substâncias perigosas
A complexidade crescente do mundo em que vivemos, faz com que os problemas ambientais, sejam
tratados com cada vez maior atenção. Assim, são hoje reconhecidos os problemas ambientais
derivados da utilização de substâncias perigosas, sobre os quais a legislação se debruça, para
recolher informação relativa aos problemas causados pela sua utilização.
Desta forma, estão a adoptar-se medidas, consideradas fundamentais para a contenção dessa
perigosidade, através da substituição material e adopção de boas práticas, bem como e
desenvolvimento de tecnologias mais limpas e da separação na fonte como forma de mitigar este
problema associado à utilização ou geração de resíduos perigosos.
A gestão eficiente dos resíduos, compreende todo o percurso destes, desde o ponto em que são
produzidos até à sua eliminação. Na perspectiva do produtor de resíduos devem ser estudadas todas
as emissões poluentes decorrentes da utilização das substâncias perigosas, com excepção das
emissões oriundas dos transportes e das emissões relacionadas com o processo de produção das
próprias substâncias.
Trata-se pois, de uma análise dos factores que podem contribuir para a minimização dos impactes
ambientais negativos, tais como:
Redução das quantidades de resíduos, classificando e separando os que possam ser reutilizados;
Assim sendo, e porque se torna imperioso para o gestor conhecer o cenário em que se movimenta
lista-se, de uma forma mais ou menos sintética, um conjunto de legislação que dá enquadramento
legal a este desiderato:
Assim considera-se que os resíduos classificados como perigosos apresentam uma ou mais
características de perigo referidas nesta Directiva e, no que respeita às características H3, H8, H10 e
H11, uma ou mais das características na tabela seguinte, onde as frases “R” se referem à natureza
dos riscos específicos atribuídos às substâncias e preparações perigosas, de acordo com o
Regulamento para a Notificação de Substâncias Químicas e para a Classificação, Embalagem e
Rotulagem de Substâncias Perigosas, e aprovado pela Portaria nº 732-A/96, de 11 de Dezembro.
ANEXO II
Características de perigo atribuíveis aos resíduos
H1 «Explosivos» - substâncias e preparações que possam explodir sob o efeito de uma chama ou
que sejam mais sensíveis aos choques e aos atritos que o dinitrobenzeno.
Que possam aquecer e inflamar-se ao ar, a uma temperatura normal, sem contributo de energia
externa; ou Sólidas que possam inflamar-se facilmente por uma breve acção de uma fonte de
inflamação e que continuem a arder ou a consumir-se depois de afastada essa fonte; ou
Gasosas que sejam inflamáveis ao ar a uma pressão normal; ou
H3-B «Inflamáveis» - substâncias e preparações líquidas cujo ponto de inflamação seja igual ou
superior a 21ºC e inferior ou igual a 55ºC.
H4 «Irritantes» - substâncias e preparações não corrosivas que por contacto imediato, prolongado ou
repetido com a pele ou as mucosas possam provocar uma reacção inflamatória. H5 «Nocivos» -
substâncias e preparações cuja inalação, ingestão ou penetração cutânea possam ocasionar efeitos
de gravidade limitada.
H8 «Corrosivos» - substâncias e preparações que, em contacto com tecidos vivos, possam exercer
uma acção destrutiva sobre estes últimos.
H9 «Infecciosos» - matérias que contenham microrganismos viáveis ou suas toxinas, em relação aos
quais se saiba ou haja boas razões para crer que causam doenças no homem ou noutros
organismos vivos.
H13 - Substâncias susceptíveis de, após eliminação, darem origem, por qualquer meio, a uma outra
substância, por exemplo um produto de lixiviação que possua uma das características atrás
enumeradas.
ANEXO III
D1 - Deposição sobre o solo ou no seu interior (por exemplo, aterro sanitário, etc.).
D6 - Descarga para massas de águas, com excepção dos mares e dos oceanos.
D8 - Tratamento biológico não especificado em qualquer outra parte do presente anexo que produz
compostos ou misturas finais que são rejeitados por meio de qualquer das operações enumeradas
de D1 a D12.
D9 - Tratamento fisico-químico não especificado em qualquer outra parte do presente anexo que
produz compostos ou misturas finais rejeitados por meio de qualquer das operações enumeradas de
D1 a D12 (por exemplo, evaporação, secagem, calcinação, etc.).
D12 - Armazenagem permanente (por exemplo, armazenagem de contentores numa mina, etc.).
R2 - Recuperação/regeneração de solventes.
R12 - Troca de resíduos com vista a, submetê-los a uma das operações enumeradas de R1 a R11.
R13 - Acumulação de resíduos destinados a uma das operações enumeradas de R1 a R12 (com
exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada).
- A existência dos chamados códigos espelho que são pares de resíduos com a mesma descrição
mas classificados como perigosos, e a introdução da noção de substâncias perigosas;
- O artigo 2º define as propriedades dos resíduos para serem classificados como resíduos perigosos;
- Esta lista deverá ser revista e modificada periodicamente tendo em conta os novos conhecimentos
sobre os resíduos.
Resumo:
☺ Os resíduos industriais perigosos (RIP’s), de acordo com a redacção do citado Dec. Lei.
239/97, de 9 de Setembro, são definidos como sendo “todos os resíduos que, em função das
suas características intrínsecas de inflamabilidade, corrosividade, reactividade, toxicidade ou
patogenicidade, apresentam riscos para a saúde pública ou meio ambiente...”;
☺ Estes resíduos industriais, podem ser resíduos industriais perigosos, resíduos industriais não
perigosos ou banais e resíduos inertes. Existem ainda uma outra série de resíduos gerados
nas actividades ligadas à indústria, em cantinas e serviços de assistência médica, que no
caso de serem em quantidades inferiores a 1100 litros dia, recebem a designação de resíduos
urbanos ou equiparados no caso dos primeiros e resíduos hospitalares no caso dos
segundos, sendo a sua classe definida pelo nível de contaminação;
☺ São muitas as empresas que não dão a mesma ênfase à Gestão dos Resíduos que dão a
outras áreas como a Produção ou ás vendas e, por essa razão não têm verdadeiramente
quantificado os volumes de resíduos gerados. No entanto, os custos reais surpreenderiam
muitas empresas, caso estes fossem realmente conhecidos, podendo em muitos casos
ascender até 10% dos resultados.
☺ Cabe ao produtor do resíduo, a responsabilidade pela gestão e destino final dos resíduos que
produz, competindo-lhe a ele encontrar a melhor forma de encaminhar, valorizar ou reciclar
esses resíduos. Compete-lhe também a ele, a manutenção em condições de segurança, do
resíduos enquanto não lhe for possível encontrar forma adequado de tratamento ou
encaminhamento. A transferência desta responsabilidade dá-se no momento em que o
produtor designe alguém para tratar ou gerir esse resíduo, no entanto compete ao detentor do
resíduo assegurar-se de que o designado gestor ou operador (quando se tratar apenas de
uma situação de transitoriedade) efectua uma gestão correcta desse resíduo, porque caso
isso não aconteça a responsabilidade será sua.
3. Qual é a quantidade de resíduos que embora sendo gerados na indústria podem ser
considerados urbanos ou equiparados?
Alguns fluxos de resíduos têm por lei, estabelecida o obrigatoriedade de separação na origem, ou
seja, nas próprias instalações do produtor. Um exemplo destes, é o fluxo das embalagens urbanas,
no qual os produtores têm de proceder nas suas instalações, à recolha selectiva e triagem prévia
desse tipo de resíduos para valorização ou, em alternativa, poderão transferir essa responsabilidade
para a SPV – Sociedade Ponto Verde, que é uma das entidades licenciadas para esse efeito.
De acordo com esta Portaria, o transporte deve fazer-se acompanhar da Guia de Acompanhamento
de Resíduos, Mod. A, preenchida nos seus três campos, pelo detentor, transportador e destinatário
respectivamente, devendo ficar cada um dos exemplares na posse dos mesmos, ficando guardadas
em arquivo pelo período de cinco anos.
Deve ainda, alertar-se para o facto de as responsabilidades civis de danos causados no transporte
destes resíduos, são atribuídas solidariamente ao produtor, detentor e ao transportador.
Reciclagem
Na hierarquia das prioridades e, depois de esgotadas as formas de minimização da geração de
resíduos industriais na fonte, estes devem em primeiro lugar destinar-se à valorização.
Conforme a natureza dos resíduos (perigosos, banais, equiparados a urbanos ou inertes), e as suas
características (reciclável, com poder calorífico), assim se podem definir quais os destinos a dar aos
resíduos industriais, no entanto podem existir outros factores que influam nesses destinos, como as
infra estruturas existentes, a logística, a dimensão e peso, e a valorização, que poderão condicionar
esses destinos. Como derradeira alternativa, existe a possibilidade de tratamento e posterior
deposição em aterro.
A legislação proíbe, o abandono no ambiente, a descarga dos resíduos no meio aquático em águas
interiores, águas subterrâneas, águas costeiras e sistemas de esgotos, a queima em condições não
controladas e outras práticas prejudiciais ao ambiente e à saúde pública.
Alguns dos destinos praticados em Portugal, são a valorização através da reciclagem interna ou
externa à empresa, a incineração, a deposição em aterro, o armazenamento temporário e a
exportação.
Sem dúvida que uma das melhores formas de valorização é a reciclagem, que trata o resíduo por
forma a que este possa vir a ser incorporado como se de matéria-prima se tratasse. O constante
aumento do custo das outras soluções tornam cada vez mais viável a reciclagem, dando origem a
uma menor exploração dos recursos naturais, com a consequente diminuição dos impactos
ambientais negativos.
Em Portugal existem até agora duas unidades de tratamento físico-químico, uma unidade de
tratamento e regeneração de solventes e também uma unidade de óleos usados.
Aterros
Embora esta opção figure em último lugar na hierarquia das opções, para o destino dos resíduos
industriais, a verdade é que ela é, para os resíduos banais, a única solução.
Embora os requisitos técnicos para um aterro de resíduos banais industriais sejam maiores do que
os de um aterro para RSU’s, a ausência destes obriga à deposição destes resíduos nos aterros de
banais existentes. Segundo o PESGRI, existiam em Portugal 21 aterros autorizados a receber RIB’s,
como se poderá ver na tabela da página seguinte:
Esta capacidade é no entanto manifestamente insuficiente, uma vez que em Portugal se produzem
cerca de 20 milhões de toneladas de resíduos industriais banais.
Existe ainda um aterro em Vila Nova de Gaia, que recebe resíduos inertes, essencialmente oriundos
da zona do Grande Porto.
Exportação de resíduos
Face à insuficiência de sistemas de tratamento e deposição destes resíduos, a alternativa passa pela
exportação dos mesmos. Muito embora, no que diz respeito aos resíduos, cada país deva ser auto
suficiente, na verdade e no ano 2000, exportaram-se cerca de 90.000 toneladas de resíduos.
Aqui estarão os resíduos que devem ser objecto de tratamentos especiais e, que pelas quantidades
que são produzidas ou pelo tipo de tecnologia de tratamento, nunca justificarão o seu tratamento no
país.
Este formulário, contém informação sobre o resíduo a transportar, os itinerários previstos, os seguros
que abranjam os danos que possam vir a ocorrer em terceiros e ao ambiente durante o transporte e
AM Amartejo Abrantes
AM Resitejo Chamusca
Braval Braga
Suldouro Gaia
Valorlis Leiria
Valorminho Valença
Total 21
No entanto, muitos destes aterros deixaram de receber RIB’s, uma vez que estes reduzem muito o
tempo de vida útil dos aterros, até porque muitos dos resíduos que aí vão parar podem ser
reciclados.
Refere-se entretanto, que foram licenciados quatro aterros de RIB’s, de iniciativa privada, e que são
os seguintes:
Estes Mapas são constituídos por dois impressos, os modelos A e B, sendo o mapa modelo A,
referente à ficha de estabelecimento e o mapa B referente `a ficha de resíduo.
Estes dois impressos adquirem-se na Imprensa Nacional da Casa da Moeda (INCM), sendo a ficha
do estabelecimento o impresso 1513, e o mapa de registo de resíduos ou ficha de resíduo o
impresso 1514. O modelo A, deve ser preenchido num único exemplar por estabelecimento e o
modelo B, deve ser preenchido um exemplar por cada resíduos ou tipo de resíduo que estiver
associado ao estabelecimento referido.
Estes mapas, com a informação solicitada, são enviados posteriormente para o INR (Instituto de
Resíduos), onde são tratados em termos estatísticos.
Instruções de preenchimento
A forma de preenchimento destes mapas é exemplificada a seguir:
7 – Responsável - Nome
pelo - Cargo
preenchimento do - Telefone e fax
registo - Data
(*) - A lista LER apresenta categorias diferentes de acordo com processo produtivo, que está na
origem dos resíduos e ainda categorias de resíduos por natureza semelhante. No preenchimento
deste campo, é necessário ter atenção se os resíduos são resultantes do processo produtivo,
como por exemplo, os óleos usados, as tintas e as lamas resultantes do processo de tratamento
de águas para consumo ou dos efluentes da instalação fabril.
Caso o resíduo não se encontre listado na lista do LER, deverá o mesmo ser também indicado
neste campo, devendo a sua descrição mais detalhada ser feita no campo 8 do modelo B.
Se o espaço existente não for suficiente para a inclusão de todos os resíduos produzidos, deverá
ser adicionada a informação restante num anexo.
Para efeitos de identificação das operações às quais o resíduo irá ser sujeito, deve consultar o Anexo
III da Portaria 209/2004, de 3 de Março, que estão enumeradas de D1 até D15, estando as operações
D6 Descarga para massas de águas, com excepção dos mares e dos oceanos
D8 Tratamento biológico não especificado em qualquer outra parte do presente anexo que
produz compostos ou misturas finais que são rejeitadas por meio de qualquer das
operações enumeradas de D1 a D12 (ex. evaporação, secagem, calcinação, etc.)
R12 Troca de resíduos com vista a submetê.los a uma das operações enumeradas de R1 a
R10
Resíduos inorgânicos
Resíduos inorgânicos inclui todo material que não tem origem biológica, ou que foi produzida por
meios não naturais, como plásticos, produtos de metal, vidro, detergentes, etc.
- Demora muito tempo para ser decomposto e, quando podem ser decompostos, o que nem
sempre acontece.
- O plástico, por exemplo, é formado por inúmeras moléculas contendo milhares de átomos,
o que torna difícil a sua digestão por agentes decompostores (bactérias, principalmente).
Outros produtos como metais não podem ser decompostos, acumulando-se com o tempo, a não ser
que sejam reciclados.
Resíduos tóxicos
Muitos dos resíduos existentes são tóxicos. Os resíduos tóxicos incluem pilhas e baterias, que
contém ácidos e metais pesados na sua composição, certos tipos de tinta (como a que é usada nas
impressoras), para além de outros resíduos industriais. Estes produtos precisam ter tratamento
adequado, ou podem causar sérios danos ambientais e/ou à saúde humana.
Por Origem
Indústria Extractiva
Nesta área de actividade geram-se habitualmente resíduos de óleos (LER 13), resíduos de
embalagens (LER 15), resíduos de prospecção e exploração de pedreiras (LER 01). Podem ainda
existir como em todas as outras áreas de actividade resíduos não especificados oriundo de
equipamentos fora de uso (LER 16) e resíduos equiparados a urbanos (LER 20).
Indústria Transformadora
Aqui a variedade de resíduos gerados é muito maior e compreende normalmente os seguintes
resíduos: - Resíduos de processamento de madeira e fabricação de papel, cartão, pasta, painéis e
mobiliário (LER 03), resíduos da indústria têxtil, do couro e dos produtos de couro (LER 04), resíduos
da refinação do petróleo, da purificação do gás natural e do tratamento pirolito do carvão (LER 05),
resíduos de processos químicos inorgânicos (LER 06), resíduos de processos químicos orgânicos
(LER 07), resíduos de fabrico, formulação, distribuição e utilização de revestimentos (tintas, vernizes
e esmaltes vítreos), vedantes e tintas de impressão (LER 08), resíduos da indústria fotográfica (LER
09), resíduos inorgânicos de processos térmicos (LER 10), resíduos inorgânicos provenientes do
tratamento de metais e do seu revestimento e da hidrometalurgia de metais não ferrosos (LER 11),
resíduos da moldagem e do tratamento de superfície de metais e plástico (LER 12), resíduos de
óleos usados (LER 13), resíduos de substâncias orgânicas utilizadas como solventes (LER 14),
resíduos de limpeza, absorventes, panos de limpeza e materiais filtrantes (LER 15), resíduos não
especificados (equipamentos fora de uso) (LER 16), resíduos de construção e demolição (LER 17),
resíduos de instalações de tratamento de resíduos, de instalações de tratamento de águas residuais
e da industria da água (LER 19) e resíduos do comércio, industria e serviços, similares aos urbanos
(LER 20).
tratamento de águas residuais e da industria da água (LER 19) e resíduos do comércio, industria e
serviços, similares aos urbanos (LER 20).
Indústria de Construção
No caso da construção os normalmente encontrados são os resíduos de fabrico, formulação,
distribuição e utilização de revestimentos (tintas, vernizes e esmaltes vítreos), vedantes e tintas de
impressão (LER 08), resíduos de óleos usados (LER 13), resíduos de substâncias orgânicas
utilizadas como solventes (LER 14), resíduos de limpeza, absorventes, panos de limpeza e materiais
filtrantes (LER 15), resíduos não especificados (equipamentos fora de uso) (LER 16), resíduos de
construção e demolição (LER 17).
Uma listagem exaustiva encontra-se disponível na Portaria nº 209/2004, que aprova a Lista Europeia
de Resíduos, sem prejuízo no entanto de com os elementos fornecidos anteriormente se possa
construir uma listagem abreviada para uma consulta rápida, listagem essa que pode ser do tipo
abaixo indicado.
No entanto é possível, elaborar uma outra listagem, ordenando alternativamente os resíduos não por
sector de actividade (CAE) mas antes por função e por resíduo provavelmente gerado nessa função
ou funções. Uma análise deste tipo pode levar á caracterização dos resíduos ao nível do sector de
produção e, estabelecer os métodos de gestão mais adequados aos quantitativos de resíduos
gerados.
Uma listagem desse tipo poderá ter o aspecto que se exemplifica na página seguinte.
Resumo:
☺ No caso dos resíduos perigosos, dadas as suas características, estes têm obrigatoriamente
que ser separados na origem, obedecendo a condições de transporte próprias (RPE –
Regulamento para o Transporte de Mercadorias Perigosas por Estrada);
☺ Embora esta opção figure em último lugar na hierarquia das opções, para o destino dos
resíduos industriais, a verdade é que ela é, para os resíduos banais, em muitos casos, a
única solução;
☺ Resíduo orgânico é tudo aquilo que recentemente fez parte de um ser vivo. Inclui restos de
comida (ex: folhas, sementes, restos de carne e ossos, etc), papel, madeira não tratada
quimicamente, fezes, etc. Quando acumulado, o resíduo orgânico muitas vezes torna-se
altamente inestético e mal cheiroso, devido à rápida decomposição destes produtos. Muitas
vezes também podem ser fontes de agentes que podem causar doenças;
☺ Resíduos inorgânicos inclui todo material que não tem origem biológica, ou que foi produzida
por meios não naturais, como plásticos, produtos de metal, vidro, detergentes, etc.;
☺ Os resíduos tóxicos incluem pilhas e baterias, que contém ácidos e metais pesados na sua
composição, certos tipos de tinta (como a que é usada nas impressoras), para além de outros
resíduos industriais;
☺ Resíduos altamente tóxicos, são resíduos nucleares e hospitalares. Estes produtos precisam
receber tratamento especial, ou podem causar sérios danos ambientais e/ou à saúde de
muitas pessoas.
o Orgânicos;
o Inorgânicos;
o Tóxicos e;
o Altamente tóxicos.
o Industria extractiva;
o Industria transformadora;
o Industria de construção.
1. Cite alguns dos fluxos de resíduos que estão considerados na legislação e que têm
esquemas próprios de gestão?
Os pneus;
As pilhas e acumuladores;
Os óleos usados;
Os solventes orgânicos;
Os óleos alimentares e;
As embalagens.
Estes fluxos de resíduos, foram assim organizados desta forma, por força ou da perigosidade
associada a estes ou pela sua elevada quantidade gerada, que impõem regras legislativas
específicas.
A legislação impõem ou estipula a organização e sistemas de gestão destes fluxos de resíduos, cuja
responsabilidade é em regra dos produtores e/ou distribuidores, através de entidades individuais ou
organizados em entidades colectivas, que se responsabilizam pelo cumprimento das metas de
recolha, reciclagem e valorização que vão sendo estabelecidas pela legislação.
A acumulação dos resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos (REEE), tem sido uma
preocupação crescente em todo o mundo, e em particular na EU. Esta acumulação representa um
perigo considerável para o meio ambiente e para a saúde pública, uma vez que na sua constituição,
estes contêm substâncias perigosas e de difícil tratamento como é o caso dos metais pesados ou
dos plásticos com retardadores de chama, por exemplo.
Por esta razão a Directiva 2002/95/CE, de 27 de Janeiro de 2003, relativa à restrição do uso de
determinadas substâncias perigosas em equipamentos eléctricos e electrónicos (EEE) e a Directiva
2002/96/CE, de 27 de Janeiro de 2003, relativa aos resíduos de equipamentos eléctricos e
electrónicos (REEE) foram elaboradas para minimizar e resolver o problema do elevado crescimento
desta fileira de resíduos e, sobretudo para atenuar e minimizar a deposição destes em aterro ou para
incineração através da:
• Retoma dos velhos REEE’s , devolvidos pelos consumidores, sem quaisquer encargos
para estes.
Desta forma, também aqui se aplica o princípio do poluidor pagador, bem como a responsabilidade
pela prevenção da poluição, sendo a responsabilidade da gestão dos EEE’s de todos os
intervenientes no ciclo de vida destes e dos REEE’s.
A Lista Europeia dos Resíduos (LER), aprovada pela Portaria 209/2004, de 3 de Março. Classifica os
resíduos de equipamento eléctrico e electrónico no capítulo dos resíduos não especificados com o
código 16 02 – Resíduos de equipamento eléctrico e electrónico e, ainda no capítulo 20 – Resíduos
urbanos e equiparados (resíduos domésticos, do comércio, indústria e serviços), incluindo fracções
recolhidas selectivamente, sendo exemplo os quadros que se seguem, na página seguinte.
As regras apropriadas para atribuição do código LER, devem ser as prescritas no ponto 1 do Anexo I
da Portaria nº 209//2004, ou seja , devem tentar-se classificar de acordo com o capítulo 20 e, se
nenhum destes códigos de resíduos for aplicável, a identificação do resíduo faz-se em conformidade
com o capítulo 16.
16 02 10 (*) Equipamento fora de uso contendo ou contaminado por PCB’s não abrangido em
16 02 09;
Para além desta classificação, estes equipamentos podem ainda dividir-se em:
☺ Grandes electrodomésticos;
☺ Pequenos electrodomésticos;
☺ Equipamentos de consumo;
☺ Equipamentos de iluminação;
☺ Distribuidores automáticos.
Existe entretanto uma Decisão 2004/249/CE, de 11 de Março, relativa a um questionário que servirá
de base aos relatórios dos Estados Membros sobre a aplicação da Directiva 2002/96/CE do
Parlamento Europeu e do Conselho relativa aos resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos.
Por acordo, os Estados Membros ficaram de rever as metas para a recolha, reutilização e reciclagem
de REEE’s em 2008.
Covém pró último referir que a marcação dos REE’s é obrigatória a partir de 13 de Agosto de 2005,
com o símbolo de proibido colocar no contentor do lixo, a fim de permitir a sua recolha selectiva.
Considera-se óleo usado qualquer óleo lubrificante de base mineral ou sintética impróprio para o uso
a que inicialmente estava destinado.
Exemplos:
Óleos de motores de combustão, óleos minerais para máquinas, turbinas e sistemas hidráulicos
Problemas dos óleos usados: Estes normalmente contêm substâncias consideradas tóxicas e
perigosas;
Contêm compostos mutagénicos e carcinogénicos, que têm efeitos nocivos na saúde pública;
A Sociedade gestora de óleos usados é a Sogilub, que obteve a licença para actuar nesta área, em
2005, como Sociedade Gestora de um Sistema Integrado de Gestão de Óleos Usados e cuja
validade expirará em 2010, sendo o valor da eco-taxa a designada “Eco-lub” no valor de 0,063 €/l,
mais IVA. A Sogilub é participada pela APETRO (Associação Portuguesa das Empresas Petrolíferas)
e pela UNIOIL (Associação Portuguesa de Empresas Gestoras e Recicladoras de Óleos Usados).
Embora na sua aparência os pneus possam parecer um produto simples, a verdade é que na sua
constituição entram uma variedade de materiais, tais como reforços metálicos e têxteis, borracha
natural e sintética, elementos de reforço, agentes de vulcanização e de protecção e etc..
Devido à sua composição, os pneus contêm um elevado valor energético, 32,6 MJ/kg, que é muito
elevado quando comparado com o carvão que tem entre 18,6 a 27,9 MJ/kg. A legislação actual,
proíbe a deposição dos pneus em aterro, a sua queima ao ar livre e a sua incineração sem
recuperação energética.
O armazenamento de pneus constitui uma fonte de perigo de incêndio, uma vez que estes são muito
fáceis de arder e muito difíceis de apagar;
O armazenamento contribui também para a formação de poças de água no seu interior, que atraem
os mosquitos;
A sua degradação em aterro demora cerca de 150 anos até á sua decomposição;
Através da recauchutagem;
Por reciclagem;
Na área da engenharia biofísica e civil – através da utilização dos pneus na construção de taludes;
16 06 Pilhas e acumuladores
16 06 01 Acumuladores de chumbo
Em 2004, foi criada o Ecovalor, que é o valor destinado a suportar os custos deste fluxo de resíduos,
após a decisão tomada em Outubro de 2002, pelo Ministério do Ambiente e Ordenamento do
Território, com vista a implementação de um Sistema de Gestão Integrado de Pilhas e Acumuladores.
Pilhas gerais
Pilhas especiais
Acumuladores de chumbo
A maioria das pilhas contêm metais (cádmio, chumbo, lítio e mercúrio), que podem ser perigosos
para a saúde humana e contaminar o meio natural
Devem ser depositadas em contentores próprios (pilhões), que já existem em alguns concelhos do
país;
Quando comprar acumuladores de chumbo, deve entregar o acumulador usado, que será depois
reciclado;
Deverá optar por pilhas recarregáveis, pois embora sejam mais caras podem ser utilizadas centenas
de vezes;
Estes resíduos poderão contar com os resíduos compostos por peças de substituição ou danificadas,
substituídas em oficina, os veículos em fim da sua vida útil, devido à idade, avaria ou acidente,
podendo ainda referir-se a automóveis completos ou partes destes.
A origem deste tipo de resíduos está tipificada conforme a tabela abaixo, que resulta da experiência
vivida noutros países da Europa.
Origens Percentagens
Particulares 11%
Por ano são abandonados cerca de 115000 veículos, o que corresponde a cerca de 126 500
toneladas, considerando um peso médio de cerca de 1100 kgs por unidade. Como produto complexo
que é, um automóvel tem uma composição típica que se ilustra na tabela a seguir apresentada.
Materiais Peso
Aço 57%
Vidro 2,5%
Outros materiais 1%
Na verdade, um automóvel é constituído por 75% de metal, 10% de plásticos, 1% de óleos, 10%
borracha, 4% diversos, sendo que até aqui apenas a fracção dos produtos metálicos era aproveitada,
apesar de fracção restante ser aquela que maiores problemas coloca do ponto de vista ambiental.
Formas de valorização:
Pavimentação de caminhos
Enchimento de massas de cerca de 10 milhões de toneladas de entulhos por ano, que representam
cerca de 15% do total betão
Para cada tipo de material existe uma fileira que assume a responsabilidade da gestão da mesma e,
estas são compostas como se indica a seguir:
O Metal;
O Vidro;
O Papel e cartão e;
Os Plásticos.
Metais
Os metais aparecem nos RSU’s sob a forma de embalagens de alimentos e sob outras formas
diversas. Os metais ferrosos são facilmente separáveis, mesmo sem a separação magnética, sendo
as embalagens de alumínio separadas por indução magnética. Depois de separados estes são
enviados para as siderurgias. A sua representatividade nos RSU’s não é grande e em geral e em
termos médios representa, em massa, cerca de 3% do total dos mesmos o peso especifico deste é,
quando derivado de embalagens gerais cerca de 280 kgs/m3 e quando derivado de latas cerca de 89
kgs/m3.
Vidro
Em geral representa cerca de 7% do peso total dos RSU’s e, apresenta-se sob a forma de garrafas
de bebidas e similares. Este material é um inerte, e foi desde há muito objecto de separação para
posterior reciclagem que já se faz há muito. Na sua reciclagem calcula-se que se economizem cerca
de 35% da energia consumida neste processo. Uma das dificuldades da reciclagem é a da mistura
do vidro de cor e de porcelanas, que dificultam a mesma, no entanto quase todo o vidro se utiliza na
fabricação de garrafas novas. O seu peso específico normal é de cerca de 196 kgs/m3.~
Papel e cartão
Este representa em média cerca de 20% (em massa) de todos os RSU’s, apresenta uma densidade
de aproximadamente 50 kgs/m3 e, também neste caso a sua reciclagem é também feita há já muito
tempo. A sua reciclagem, conduz à poupança dos recursos florestais, à poupança de energia
eléctrica para o seu processamento que se estima em cerca de 70%, contribui para a minimização da
Plástico
Material Kcal
PE 46.000
PP 44.000
PS 46.000
PVC 18.900
RSU’s 8.000
Na família dos plásticos, podem também considerar-se as embalagens mistas, uma vez que quando
não existe uma forma categórica de catalogar uma embalagem acaba sempre por atirar-se esta para
a família dos plásticos. Também aqui, nestes casos, a solução passa pela eventual queima destas
embalagens compósitas. No entanto estão a fazer-se várias tentativas para incorporar estas na
fabricação da madeira plástica. Em regra estas embalagens são compostas por uma mistura de
materiais, onde o papel entra com cerca de 75%, o plástico (polietileno em geral) entra com cerca de
20% e o alumínio entra com cerca de 5%.
Resíduos de jardim
Devido às suas dimensões e quantidades produzidas, requerem por vezes uma recolha diferenciada.
Estes resíduos, resultam de podas das árvores, corte de relva, de ervas daninhas e outras
actividades de conservação e manutenção de jardins públicos e privados.
Devido á sua natureza (biodegradável), podem ser compostados, o que já começou a ser feito
nalguns locais e o composto obtido poderá ser utilizado como fertilizante dos solos.
Forma de valorização:
Em Portugal e segundo as estimativas de 1994, o volume total destes resíduos de material lenhoso
verde, nas áreas florestais, representam cerca de 3 milhões de toneladas.
Estes resíduos eram constituídos por resíduos de pinheiro, eucalipto e montados de sobro. Excluindo
o aproveitamento das folhas de eucalipto para a produção de óleos essenciais e de uma parte dos
ramos e cascas para utilização como combustível (queima e produção de carvão vegetal), pode
dizer-se que é escassa a recuperação destes resíduos. Há ainda a considerar o desperdício de mais
de 30 mil toneladas de cortiça virgem e de resíduos da transformação da cortiça.
Formas de valorização:
Estas características podem ficar a dever-se à sua dimensão, volume ou perigosidade, podendo
estar abrangidos por legislação específica, conforme já referido atrás.
- Óleos usados;
- Pneus usados;
- Pilhas e acumuladores;
- Sucata;
Tintas e solventes;
Lâmpadas fluorescentes.
A estimativa global de produção de resíduos industriais era em 2001 de 29 x 106 toneladas, das
quais 254 x 103 toneladas são RIP’s, ou seja aproximadamente 0.9 % do total produzido.
4%
15
2%
%
Ind.Construção
Ind.Energética
Ind.Transformadora
Ind.Extractiva
79
%
Resíduos hospitalares
Parte dos resíduos hospitalares contaminados são incinerados em pequenas instalações que, na sua
generalidade, não possuem condições técnicas e ambientais adequadas, e outra parte é eliminada
com os RSU.
De acordo com o Despacho nº 242/96, de 13 de Agosto, estes são classificados segundo quatro
categorias ou grupos:
- Grupo I – Resíduos equiparados a urbanos, são aqueles que não apresentam exigências especiais
de tratamento;
- Grupo II – Resíduos hospitalares não perigosos, são aqueles que não estão sujeitos a tratamentos
específicos, podendo ser equiparados a urbanos;
- Grupo III – Resíduos hospitalares de risco biológico, são resíduos contaminados ou suspeitos de
contaminação, susceptíveis de incineração ou outro tratamento eficaz, permitindo a posterior
eliminação;
Lamas de ETAR’s
As lamas de ETAR’s, sejam doméstica sejam industriais são, como o nome indica, lamas produzidas
em Estações de Tratamento de Águas Residuais, que para além da elevada quantidade, são em
geral complexas e representam um problema para o gestor da respectiva estação.
O destino final dessas lamas depende da sua composição final e está directamente relacionado com
as características do efluente tratado que entra na referida estação e com os processos de
tratamento, que em regra utilizam substâncias químicas.
No entanto, estas lamas, podem também representar um recurso renovável importante, se puderem
ser aplicadas na correcção de solos como fonte de nutrientes, corrigindo o ph e/ou melhorando as
características físicas destes e, ainda permitindo a correcção dos níveis topográficos desses mesmos
terrenos.
Antes da sua deposição ou aplicação final, estas lamas, sobretudo as biológicas, deverão ser:
O produtor dessas lamas deverá, de acordo com a legislação em vigor, ser o responsável pela sua
gestão e deverá assegurar-se sobre a forma como estas virão a ser utilizadas ou valorizadas ou
ainda colocadas em depósitos de lamas/resíduos.
Se as lamas forem susceptíveis de valorização agrícola, como destino final, estas ficarão ao abrigo
da Directiva nº 86/278/CEE, que foi transposta para o direito nacional pelo Decreto-Lei nº 446/91, de
22 de Novembro, no que diz respeito à regulamentação da utilização de lamas decorrentes de águas
e águas residuais, com vista à protecção dos solos.
De referir ainda que, a Portaria nº 177/96, de 3 de Outubro, estabelece também as normas relativas à
análise das lamas e dos solos (frequência, parâmetros a analisar e métodos de análise).
As lamas caracterizam-se por apresentarem matéria orgânica e nutrientes (azoto, fósforo e potássio),
um elevado teor de humidade e, potencialmente, metais pesados (micropoluentes inorgânicos),
associados a uma concentração significativa de microorganismos patogénicos.
Por esta razão é que se impõem um tratamento adequado antes da sua deposição em destino final.
Geralmente, as lamas são enviadas para espessamento, de modo a, tal como o nome indica, fiquem
espessas, seguindo depois para a desidratação, onde se reduz o volume de água presente nelas,
podendo depois ser estabilizadas, de acordo com o seu destino final.
Os vários processos de tratamento de lamas, servem para tornar as lamas mais inofensivas e para
facilitar o seu manuseamento e transporte, nomeadamente através da redução do volume.
As principais técnicas utilizadas para o tratamento das lamas, tendo em vista a sua adequada
aplicação são:
☺ Digestão anaeróbia;
☺ Compostagem de lamas;
☺ Secagem térmica;
☺ Valorização agrícola;
☺ Recuperação de solos;
☺ Florestas;
☺ Áreas verdes;
Deve ter-se uma preocupação especial com a utilização correcta dessas lamas, por forma a
precavermos a protecção das plantas , do solo, das águas subterrâneas e a da salvaguarda da
saúde humana e dos animais.
Resumo:
☺ Fluxos de resíduos são assim designados aos resíduos agrupados ou sob a forma e tipo, ou
sob a forma de um resíduo específico produzido por um determinado sector de actividade.
☺ Resíduos especiais são aqueles que devido às suas características, não devem ser
recolhidos juntamente com os RSU.
o Óleos usados: - Considera-se óleo usado qualquer óleo lubrificante de base mineral
ou sintética impróprio para o uso a que inicialmente estava destinado;
o Pneus usados;
o Pilhas e acumuladores;
o Resíduos de jardim;
o Resíduos hospitalares.
5.
Tratamento do resíduo
Aterros sanitários
Aterros sanitários são a maneira mais prática e barata, usada de eliminar o lixo doméstico e urbano,
no entanto a sua capacidade é muito limitada. Estes aterros utilizam grandes áreas de terreno, onde
o lixo é depositado. Porém, e por vezes, inutilizam-se aqui vários materiais que poderiam ser
reciclados, além de ser uma fonte de poluição do solo, sobretudo se não forem acompanhados
devidamente, dando origem a lixiviados que poderão contaminar os solos e as águas subterrâneas.
Para que um determinado resíduo possa ser depositado numa das três classes de aterros existentes:
- Aterros de resíduos inertes - os resíduos que não sofrem transformações físicas, químicas
ou biológicas;
É necessário dar cumprimento aos critérios de admissão de resíduos, definidos no Anexo III do
Decreto-Lei nº152/2002, de 23 de Maio, para serem admitidos em cada uma das classes de aterros;
os resíduos e os seus eluatos deverão respeitar os valores específicos para os vários parâmetros,
constantes das tabelas nº 2 e 3, os quais constituem valores máximos de admissibilidade para todas
as classes de aterros, salvo no que se refere ao ponto de inflamação, cujos valores são valores
mínimos.
(1) O aterro não poderá admitir, mensalmente, mais de 10% de resíduos que
ultrapassem o valor constante da tabela relativamente a este parâmetro.
(2) Sempre que o aterro for especialmente concebido para admitir resíduos orgânicos ou
resíduos que fermentem, este valor poderá ser ultrapassado.
(3) Este valor poderá ser ultrapassado sempre que se tratar de um resíduo que não seja
susceptível de fermentar.
(4) Nenhum parâmetro poderá ultrapassar individualmente 100 mg/Kg. A sua soma não
poderá ultrapassar 0.05%.
(5) Nenhum parâmetro poderá ultrapassar individualmente 300 mg/Kg. A sua soma não
poderá ultrapassar 0.15%.
(1) Solução obtida a partir de um ensaio de lixiviação em laboratório, segundo a norma DIN 38414-S4.
(2) Sempre que o aterro for especialmente concebido para admitir resíduos orgânicos, este valor poderá ser
ultrapassado. Também poderá ser ultrapassado sempre que se tratar de um resíduo que não seja susceptível
de fermentar.
As incineradoras literalmente incineram o lixo, reduzindo-o a cinza. No entanto estas são altamente
poluidoras, gerando enormes quantidades de gases que contribuem ao agravamento do efeito
estufa. É necessário um controlo eficaz, permanente e vigiado ou tutelado por alguém isento para
que estas incineradoras funcionem correctamente. Este é também o método utilizado para a
destruição de resíduos hospitalares, que podem conter agentes causadores de doenças
potencialmente fatais.
Pela razão anterior, a co-incineração garante uma destruição mais completa das substâncias
orgânicas.
Na co-incineração não se consegue tratar todo o tipo de resíduos perigosos, o que exige um
controlo adicional sobre os mesmos.
Com o estado actual de conhecimentos, pode afirmar-se que o nível de emissões de dioxinas
/ furanos de uma cimenteira e de uma incineração dedicada são idênticos, qualquer que seja
o combustível utilizado.
Esta poderá constituir-se a prazo numa alternativa, para o destino destes resíduos industriais banais,
utilizando estes para valorização energética ou como combustível alternativo, que deverão ser
queimados a temperaturas elevadas, divergindo pois da deposição em aterro.
Esta solução, no entanto deverá estar ligada às estratégias nacionais de gestão e de valorização de
resíduos e, devem obedecer a controlos apertados das condições de operação destas instalações.
De acordo com o relatório da Comissão Europeia – Refuse Derived Fuel, Curret Practice
Perspectives – a Análise do Ciclo de Vida e o Estudo de Impacte Ambiental efectuados sobre a
produção e utilização de RDF, apontam vantagens destas operações desde que garantam a
substituição da queima de combustíveis fósseis e desde que os processos usados assegurem o
controlo adequado dos materiais aceites para queima e das emissões produzidas. Esta queima
deverá respeitar a Directiva de Incineração de Resíduos 2000/76, recentemente transposta para o
direito nacional através do Decreto-Lei nº 85/2005, de 28 de Abril.
As características mais relevantes a observar, para que estes resíduos possam integrar o RDF,
deverão ser:
- A composição química, como o teor de humidade, poder calorífico, conteúdo de metais pesados.
Por definição podem integrar o RDF, todos os resíduos de levado poder calorífico que, por não serem
passíveis de valorização material, acabariam por ser encaminhados para aterro sanitário e, que após
o processamento de acordo com critérios, regulamentos e especificações, são convertidos em
combustível secundário, utilizado em instalações de produção de energia para o processo
produtivo (esta definição é da Comissão Europeia de Julho de 2003).
O termo combustível secundário, significa que o RDF não é o combustível principal ou preferencial
da instalação, ele é antes incinerado em simultâneo ou em alternância com outros combustíveis,
processo este que se designa como co-incineração.
Assim sendo o RDF, pode integrar uma vasta gama de resíduos, podendo ir desde dos Resíduos
Sólidos Urbanos (RSU’s), aos Resíduos Industriais Perigosos e não Perigosos, Lamas desidratadas
de Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR’s) e mesmo aos Resíduos de Biomassa, isto
desde que, para além de um elevado poder calorífico, estes resíduos possuam homogeneidade,
baixo custo e estiverem disponíveis em quantidade suficiente para assegurar a alimentação de um
processo industrial.
Convém entretanto referir que hoje existem já tecnologias, capazes de garantir a homogeneidade
deste combustível, como é o caso do Process Engineered Fuel (PEF) e o Fuel Plastic Derived
Fuels (PDF), produzindo-o com percentagens de 70% a 90% de papel e o restante de plástico, que
satisfazem as exigências do consumidor de forma tão precisa como qualquer outro combustível
sólido do mercado.
É de reter que a fracção do plástico tem um poder calorífico elevado e, pode ser usada como
complemento da reciclagem mecânica convencional, após esta estar devidamente explorada.
Esta solução, poderá ou deverá ser uma alternativa à deposição em aterro, constituindo uma
alternativa viável e com algum contributo em termos de redução de custo para industrias fortemente
consumidoras de energia, através da utilização destes resíduos como fonte de energia renovável.
O principal problema que se poderá colocar, será o de saber se desenvolvendo esta vertente, a
reciclagem não se converterá numa indústria condenada, considerando os custos envolvidos e a
necessidade de meios humanos e materiais que esta implica.
Na verdade, na Europa o RDF é produzido a partir de vários resíduos industriais, que são usados
como combustível secundário, alguns dos quais ou não têm esquemas de reciclagem estabelecidos
ou sobre os quais não foram ainda feitos os necessários desenvolvimentos tecnológicos.
- Plástico;
- Resíduos de pneus;
- Resíduos têxteis;
Óleos usados;
Lamas industriais;
Serradura contaminada;
Solventes.
Em Portugal já se pratica a co-incineração de pneus (na industria cimenteira) e dos óleos usados
(nas centrais de produção de energia), contribuindo-se já desta forma para a redução dos volumes
depositados em aterro.
Actualmente apenas alguns tipos de resíduos não perigosos poderão considerar-se como
susceptíveis de garantir um fornecimento constante de produção de RDF. Estão nesta situação os
resíduos de papel e cartão, os plásticos de embalagem, os resíduos têxteis e os resíduos de
desmantelamento de veículos em fim de vida.
Para que um resíduo possa ser utilizado como combustível secundário, deve ser processado de
modo a ir ao encontro das especificações da indústria onde virá a ser co-incinerado. Um dos
processos ao qual o resíduo deverá ser sujeito é o da homogenização, de forma a assegurar um
poder calorífico constante e significativo e a redução do seu tamanho.
Os plásticos, têm um elevado poder calorífico (29 a 40 Mj/kg) e, são normalmente triturados e
misturados, com outros resíduos de menor poder calorífico e depois injectados nos fornos, mas têm
no entanto um factor limitador que é o seu teor de cloro, muito significativo no caso do PVC
(policloreto de vinilo). Por essa razão, normalmente mistura-se com este papel que tem um poder
calorífico entre os 12,5 e os 22 Mj/Kg.
De acordo com as Normas ASTM, existem 7 tipos de RDF’s, que se dividem conforme a tabela
seguinte:
Resumo:
☺ Existem várias formas de tratamento ou encaminhamento dos resíduos dependendo das suas
características, da sua perigosidade e também da tecnologia disponível no país para o seu
tratamento;
☺ Uma das possibilidades é a deposição em aterro, podendo estas ser de RIB’s ou de RIP’s, ou
ainda a deposição em aterro após uma ou mais operações de adequação;
☺ Um dos maiores problemas dos aterros tem a ver com a lixiviação, provocada pela água das
chuvas sobre os aterros, que deverá ser um factor a controlar;
☺ O RDF ou Refuse Derival Fuel poderá constituir-se a prazo numa alternativa, para o destino
dos resíduos industriais banais, utilizando estes para valorização energética ou como
combustível alternativo, que deverão ser queimados a temperaturas elevadas, divergindo pois
da deposição em aterro;
☺ Na Europa o RDF, é produzido a partir de vários resíduos industriais, que são usados como
combustível secundário, alguns dos quais ou não têm esquema de reciclagem estabelecidos
ou sobre os quais não foram ainda feitos os necessários desenvolvimentos tecnológicos.
☺ Para que possam avaliar do interesse da utilização desta tecnologia (RDF), deve dizer-se que
alguns destes resíduos são:
- Plástico;
- Resíduos de pneus;
- Resíduos têxteis;
Óleos usados;
Lamas industriais;
Serradura contaminada;
Solventes.
☺ Deve reter-se que muitos destes resíduos têm já hoje soluções de reciclagem em Portugal;
5. O que é o RDF?
Uma boa compreensão do processo de compostagem, pode ajudar a produzir uma melhor qualidade
do produto final, evitando dessa forma muitos problemas. Os micro-organismos que produzem o
“trabalho”, têm requisitos básicos que devem ser respeitados. É importante que, o ar, a água e a
temperatura e a correcta relação de nutrientes se combinem para criar um bom ambiente de
compostagem.
A compostagem é um processo aeróbio, o que significa que ocorre em presença do oxigénio, que se
prevê de diversas formas:
• Através de uma correcta construção da “pilha”, que permita que o ar se difunda até ao centro;
Quando uma “pilha” não tem oxigénio suficiente, o processo transforma-se em anaeróbio e,
produzem-se cheiros desagradáveis. A morte por asfixia dos micro-organismos detem o processo e
inicia-se a putrefacção dos resíduos.
As bactérias, fungos e outros micro-organismos, que levam a cabo o processo, conseguem a sua
energia das fontes de carbono como, folhas secas, palha, papeis, serrim, restos de madeira e etc.,
utilizando o nitrogénio para o crescimento da sua população, no entanto o excesso de nitrogénio
criará amoníaco e outros odores e pode contaminar a água de escorrimento. Os compostos com
elevados teores de nitrogénio, devem misturar-se com uma fonte de carbono.
Também o grau de trituração é importante para esta relação: o carbono está muito mais disponível
nas folhas secas do que nas aparas de madeira, por exemplo.
Quando as temperaturas sobem acima dos 70ºC, os organismos começam a morrer. Assim, ventilar
a pilha quando a temperatura atinge este ponto impedirá o re-aquecimento, que poderia provocar
uma drástica redução da população e cheiros.
Para garantir a qualidade agrícola e comercial do composto resultante, este deve ser controlado em
termos de conteúdo de nutrientes e matérias orgânicas, assim como também a presença de
substâncias indesejáveis, no material de origem.
Quando os resíduos a compostar são de vários tipos, devem em primeiro lugar ser
convenientemente misturados. A mistura é necessária para equilibrar a relação de nitrogénio e
carbono, distribuir homogeneamente a humidade ao longo da pilha e também assegurar uma
distribuição do oxigénio no conjunto.
As lamas de estações de tratamento de águas municipais e de algumas industrias, são algumas das
que se podem tratar por compostagem. No caso das primeiras sobretudo a carga de matéria
orgânica pode oscilar entre 50 a 70% dos sólidos totais, dependendo da sua origem.
A eliminação das lamas das Etar’s, é um problema complicado e de difícil solução. Primeiro pela sua
elevada humidade que deve ser reduzida se não for de outra forma, deverá ser através da mistura
com materiais secos antes que possam ser compostadas. Simultaneamente a presença de metais
pesados e de outros contaminantes podem limitar a utilidade das lamas para a compostagem.
Na primeira nós administramos o processo natural para nosso próprio benefício. O processo é levado
a cabo pelos micro-organismos (bactérias e fungos), e a nossa intervenção limita-se a proporcionar
as condições ideais para que o processo se realize com a máxima rapidez e eficiência. Os factores
que podem limitar a sua vida e desenvolvimento serão pois factores limitativos do processo.
Os distintos sistemas de compostagem tentam optimizar cada um dos factores que intervêm na
compostagem, através dos diversos meios técnicos. Em princípio nenhum sistema é objectivamente
o melhor, e as condições particulares de cada instalação devem ser avaliadas para o
desenvolvimento de um programa de compostagem com êxito.
Reciclagem
A reciclagem é a reutilização de materiais e matérias-primas que de outra forma seriam considerados
“lixo”. Materiais como papel, metais (não pesados), vidro, plástico e madeira são dos tipos de
materiais recicláveis mais comuns. A reciclagem possui a vantagem de ser um meio ecológico de
produzir produtos, mas com o senão de ser cara. É utilizada em alta escala apenas nos países
desenvolvidos, principalmente no Japão, nos países escandinavos, na Inglaterra, nos EUA, no
Canadá e noutros países da Europa. Mas nem todo material pode ser reciclado, alguns deles
poderão apresentar algum grau de perigo à saúde humana.
Alguns dos principais resíduos recuperáveis e / ou com sistemas de gestão implementados, enviados
para reciclagem e / ou tratamento em Portugal, são os seguintes:
• Papel e cartão;
• Plástico;
• Metal;
• Têxteis;
• Madeiras;
• Óleos;
• Pneus;
• Vidro;
• Pilhas e baterias;
• Solventes
Alguns destes resíduos têm já desde há muito, esquemas de funcionamento que ultrapassam em
muito as directrizes entretanto elaboradas para a sua gestão. Embora seja compreensível que até
aqui a sua gestão ou reciclagem nem sempre fosse levada a cabo nas melhores condições, o certo é
que desde há muito que estes sistemas impiricos funcionavam e em muitos casos funcionavam bem.
Também é verdade que até aqui a contabilização desta “taxa” de reciclagem não era feita e, dessa
forma não podia contar como número oficial, sobretudo considerando as exigências comunitárias.
Sobre os Plásticos
As embalagens plásticas que integram o conjunto dos resíduos urbanos que conhecemos, são
geridas pela SPV, através do esquema de funcionamento em vigor, o mesmo acontecendo para as
outras fileiras de resíduos como o metal, a madeira, o vidro, o papel e cartão, que se encontram no
mesmo fluxo de resíduos.
Desta forma os plásticos que integram o fluxo dos resíduos de embalagens, constituem a fileira dos
resíduos de embalagem de plástico.
Assim, os plásticos usados habitualmente na industria e na nossa vida quotidiana, são materiais com
uma muito limitada capacidade de auto-destruição e, como consequência mantêm-se durante muitos
anos como resíduo que logicamente não se degrada, provocando a necessária contaminação dos
solos onde se depositarem.
Por outro lado, a maioria dos plásticos obtêm-se a partir dos derivados de petróleo, um produto cada
vez mais escasso e cada vez mais caro, sendo por isso um bem a preservar.
Como consequência disto, torna-se cada dia mais claro que a recuperação do plástico é de
importância vital, sobretudo por estas duas razões principais, a contaminação provocada e pelo seu
elevado valor económico.
Reutilização/reciclagem
Este método é aplicável àqueles plásticos que têm um valor na sua forma e estado actual tal como
as garrafas do PET (polietileno teraftalato), o PS (poliestireno expandido), o LDPE (polietileno de
baixa densidade) e outros.
Nestes casos e noutros a recolha, uma triagem prévia e alguns outros pequenos cuidados são
suficientes para permitir e promover a sua reciclagem.
Nas instalações modernas de triagem, sobretudo nas que tratam os RSU’s, promove-se a separação
do plástico por tipos, PVC, HDPE, LDPE, PET, PS e outros, facilitando posteriormente as operações
subsequentes. Após esta preparação prévia normalmente o plástico é acondicionado em fardos e
enviado para os recicladores.
A reciclagem é feita então em unidades equipadas normalmente com sistemas de lavagem e por
tipos ou qualidades, variando também de acordo com o mercado disponível do reciclador.
Após a trituração, que muitas vezes pode e deve ser antecedida de uma lavagem, a amalgama de
plásticos deve ser moída, sendo posteriormente enviada para processamento na máquina de
intrusão.
Estes materiais podem ainda ser utilizados na agricultura, constituindo uma alternativa á madeira e
contribuindo para a preservação do ambiente.
No entanto e para além destas formas de reciclagem e recuperação não podemos deixar de falar na
possibilidade que existe da incineração e da decomposição pirolítica, embora e sobretudo esta última
sem exemplo em Portugal.
A montagem de uma unidade de reciclagem de plástico, será tanto melhor quanto maior for o
investimento nela feito, ou seja, a possibilidade de acrescentar valor ao produto final está
directamente ligada ao valor do investimento tecnológico feito na unidade de reciclagem e, dessa
forma poderá ser possível acrescentar valor ao produto final.
Uma boa técnica será sempre a de ir ampliando o valor acrescentado através de melhoramentos
feitos na unidade, considerando o incremento da experiência ganha ao longo do tempo.
Reciclagem do metal
A recolha e recuperação dos metais presentes nos RSU’s e nos resíduos industriais, é uma das
formas mais económicas de valorizar os resíduos.
Quanto à sua composição, os metais são classificados em dois grandes grupos: os ferrosos
(compostos basicamente de ferro e aço) e os não ferrosos. Essa divisão justifica-se pela grande
predominância do uso dos metais à base de ferro, principalmente o aço.
Entre os metais não ferrosos, destacam-se o alumínio, o cobre e suas ligas (como latão e o bronze),
o chumbo, o níquel e o zinco. Os dois últimos, junto com o crómio e o estanho, são mais usados na
forma de ligas com outros metais, ou como revestimento depositado sobre metais, como, por
exemplo, o aço.
Embora seja maior o interesse na reciclagem de metais não-ferrosos, devido ao maior valor de sua
sucata, é muito grande a procura pela sucata de ferro e de aço, inclusive pelas siderurgias e
fundições.
A sucata representa uma percentagem considerável do total de aço consumido no País, valor que
deverá ser próximo dos valores de outros países, como os Estados Unidos, onde esta atinge 50% do
total da produção.
É importante, ainda, observar que a sucata pode, sem grandes problemas, ser reciclada mesmo
quando enferrujada. A sua reciclagem é também facilitada pela sua simples identificação e
separação, principalmente no caso da sucata ferrosa, em que se empregam electroímans, devido às
suas propriedades magnéticas. Através deste processo é possível separar até 90% do metal ferroso
do restante “lixo”.
Também aqui e, para rentabilizar custos, se tritura e compacta o material sendo posteriormente
enviado para as siderurgias que se encarregam da sua reciclagem, transformando esta sucata em
novos produtos a partir da produção de lingotes.
Os valores correntes para esta sucata metálica, estão dependentes da cotação das matérias-primas
no mercado internacional e variam com a escassez deste material no mercado. No entanto existem
sistemas que melhor ou pior têm vindo desde há muitos anos a responder ás necessidades de
recolha e de gestão deste tipo de resíduos, referimo-nos aos normalmente e até aqui designados
sucateiros, que ainda hoje, embora com alguns ajustamentos impostos pela legislação, encarregam-
se deste tipo de função.
Nos sistema de recolha não inseridos nos sistemas de recolha públicos, a colocação de contentores
compactadores para a recolha deste material, faz em princípio melhorar a sua qualidade, no entanto
é possível a sua recolha prensada quando se tratar de operadores da área da gestão de resíduos.
Nesta área como aliás em qualquer das outras que tenha a ver com este tema, a sensibilização para
a reciclagem é determinante para a obtenção dos melhores resultados e para o aumento da taxa de
reciclagem. A solução deveria ser a de repartir os benefícios pelas comunidades que participam mais
activamente na separação e triagem, mas infelizmente esta é uma área muito pouco trabalhada.
Outra das formas de sensibilização seria a de criar e levar até ao cidadão comum, os indicadores
relativos à poupança efectiva no abate de árvores, com estatística e outros elementos visíveis e,
eventualmente comparticipar através de benefícios económicos em associações da terceira idade ou
outras, como forma de dar visibilidade a este trabalho de reciclagem que é um trabalho também de
toda a comunidade.
O primeiro passo para a reciclagem deste resíduo consiste na separação correcta dos produtos de
papel e cartão, de modo a evitar a contaminação por agrafos, clips, elásticos, tintas, entre outros.
A recolha do papel velho pode ser obrigatória ou voluntária. A primeira, é praticada por
hipermercados, editoras, gráficas e instituições estatais, produz melhores qualidades de papel, por
este se apresentar pouco contaminado e ser de fácil localização. A recolha voluntária apresenta
maiores problemas. Geralmente, este papel apresenta uma maior contaminação, devido à incorrecta
separação do material depositado nos papelões.
Para melhorar esta separação será necessário um maior investimento em formação, dirigida à
sociedade civil. Outras soluções têm vindo a ser ensaiadas em alguns municípios – recolha porta a
porta - no sentido de aumentar a eficácia deste processo.
Triagem
Após a recolha, o papel é triado, nos sistemas de recolha municipais ou em empresas preparadas
para o efeito (gestores de resíduos), de forma a serem retiradas matérias perigosas para o
equipamento ou processo fabril (metais, cordéis, vidros) e matérias impróprias (por exemplo, papéis
sulfurizados, encerados ou parafinados). A eficiência desta operação será determinante para a futura
formação dos lotes.
Classificação
A classificação do papel velho é feita em função da sua qualidade, origem e presença de matérias
toleradas, de acordo com normas europeias.
Trituração
Esta operação consiste na trituração, em dimensões pré-determinadas, de alguns lotes de papel,
como revistas, jornais e aparas.
A reciclagem do papel é conseguida através do aproveitamento das fibras de celulose existentes nos
papéis usados. O papel pode ser fabricado exclusivamente com fibras secundárias (papel 100%
reciclado) ou ter a incorporação de pasta para papel. As fibras apenas podem ser recicladas cinco a
sete vezes, pelo que a obtenção de papel reciclado por vezes implica adicionar alguma quantidade
de pasta de papel virgem para substituir fibras degradadas.
Desagregação ou maceração: mistura do papel velho com água, de modo a enfraquecer as ligações
entre as fibras;
Depuração e lavagem: têm como objectivo eliminar os contaminantes; a depuração é feita em crivos
e a lavagem através de telas de plástico, em que a dimensão da rede vai diminuindo nas sucessivas
fases;
Dispersão: pretende-se, nesta fase, a diminuição em tamanho dos contaminantes existentes. São
utilizadas temperaturas de 50ºC a 125ºC para dissolver os contaminantes, que são depois dispersos;
Destintagem: consiste na remoção das partículas de tinta aderentes à superfície das fibras;
Branqueamento: para a maioria dos produtos reciclados, a destintagem é suficiente para obter um
grau de brancura adequado; no entanto, para produtos de alta qualidade o grau de brancura das
pastas é inferior ao desejado, pelo que é feito ainda um branqueamento, utilizando produtos como
lixívia e água oxigenada.
Depois de feita a pasta, esta dá entrada na máquina de papel, para ser transformada em folhas, que
darão origem aos mais variados produtos, como por exemplo guardanapos e papel higiénico.
Também a nível energético este processo é benéfico, dado consumir menos água e energia (240
kw/h por tonelada de fibra secundária contra 1000 kw/h por tonelada de fibra virgem).
A nível de resíduos produzidos, as lamas resultantes dos efluentes podem, em alguns casos, ser
utilizadas como fertilizantes para a agricultura.
Fonte: http://www.quercus.pt/cir/rsurb/papelcart.htm
Reciclagem da madeira
No caso da madeira, sejam paletes sejam outros resíduos de madeira, existem várias possibilidades,
sendo a mais comum a da reciclagem da mesma para a fabricação de aglomerados e laminados
produzidos a partir destes resíduos depois de previamente triturados.
Esta solução é responsável hoje pelo consumo de quase a totalidade da madeira recuperada nos
circuitos sejam da área de consumo sejam da área industrial.
Existem vários operadores, que desde há muito procedem á colocação de contentores para a recolha
destes resíduos ou de paletes, transformando-os depois nas suas unidades de fabricação de
aglomerados.
É possível no entanto que uma pequena fracção desta madeira não seja susceptível de ser reciclada,
podendo ser usada após a devida trituração como componente para a compostagem.
Reciclagem de pneus
Sempre respeitando o princípio da hierarquia, os pneus e a sua reciclagem, têm também já uma
solução institucional, implementada em Portugal. Relembrando no entanto este princípio de
hierarquia devemos:
Reduzir;
Reutilizar;
Deposição em aterro.
Nessa medida, os pneus ou o seu aproveitamento, têm nos últimos tempos vindo a sofrer grandes
evoluções. Para além da sua valorização energética (sobretudo nas cimenteiras), a sua utilização
como componente do asfalto e ainda a sua utilização para a fabricação de pavimentos e outros ao
nível da construção civil, tem vindo a aumentar e a fazer prever mais soluções a médio prazo.
Na França e na Itália, um imposto sobre os óleos lubrificantes subsidia a recolha dos mesmos.
Noutros países, esse suporte vem de impostos para tratamento de resíduos em geral. Nos Estados
Unidos e Canadá, normalmente é o gerador do óleo usado quem paga ao gestor pela recolha e
gestão do mesmo.
Entre 1991 - 1993, a ONU financiou estudos sobre a disposição de óleos usados. A principal
conclusão desses estudos foi que a solução para uma disposição segura de óleos lubrificantes
usados é a reciclagem desses mesmos óleos.
Os óleos lubrificantes estão entre os poucos derivados de petróleo que não são totalmente
consumidos durante o seu uso. Fabricantes de aditivos e fabricantes de óleos lubrificantes têm
trabalhado no desenvolvimento de produtos com maior vida útil, o que tende a reduzir a geração de
óleos usados. No entanto, com o aumento dos aditivos e da vida útil do óleo, crescem as dificuldades
no processo de regeneração após o uso.
Quando os óleos lubrificantes industriais usados estão contaminados, fora da faixa de viscosidade ou
com outros pequenos problemas, o melhor é enviá-los para um gestor do óleo.
Os óleos usados de base mineral não são biodegradáveis e podem ocasionar sérios problemas
ambientais quando não adequadamente dispostos. O uso de produtos lubrificantes de origem vegetal
bio-degradáveis ainda se encontra num estádio pouco avançado de desenvolvimento para a maior
parte das aplicações.
A poluição gerada pelo abandono de 1 t/dia de óleo usado para o solo ou cursos d'água equivale a
esgotos domésticos de uma pequena povoação com 40 mil habitantes. A queima indiscriminada do
óleo lubrificante usado, sem tratamento prévio de desmetalização, gera emissões significativas de
óxidos metálicos, além de outros gases tóxicos, como dioxinas e óxidos de enxofre.
óleo usado os aditivos que foram adicionados á base, no processo de formulação de lubrificantes e
ainda não foram consumidos, metais de desgaste dos motores e das máquinas lubrificadas (chumbo,
cromo, bário e cádmio) e contaminantes diversos, como água, combustível não queimado, poeira e
outras impurezas. Este pode conter ainda produtos químicos, que, por vezes, são adicionados sem
quaisquer escrúpulos ao óleo e seus contaminantes característicos.
Os óleos usados são constituídos de moléculas inalteradas do óleo básico, produtos de degradação
do óleo básico; contaminantes inorgânicos; água originária da câmara de combustão (motores), ou
de contaminação acidental; hidrocarbonetos leves (combustível não queimado).
A origem dos óleos lubrificantes usados é bastante diversificada e as suas características podem
apresentar grandes variações, e nesse ponto é interessante que se faça uma distinção entre os óleos
usados em aplicações industriais e os de uso automóvel e as respectivas formas possíveis de
reciclagem.
Os óleos industriais possuem, em geral, um baixo nível de aditivação. Nas aplicações de maior
consumo, como em turbinas, sistemas hidráulicos e engrenagens, os períodos de substituição são
definidos por limites de degradação ou contaminação bastante mais baixos do que no uso
automóvel. Por outro lado, a maior variedade de contaminantes possíveis nos óleos usados
industriais dificulta a recolha para e o seu tratamento.
Uma parte dos óleos utilizados em muitas aplicações industriais são emulsões (óleos solúveis), nas
quais existem gotículas de óleo finamente dispersas na fase aquosa. Através do uso de
emulsionadores, obtêm-se emulsões estáveis usadas industrialmente numa série de aplicações,
como maquinagem.
As emulsões à base de óleo mineral usadas normalmente devem ser substituidas depois de
determinados períodos, devido a uma crescente degradação microbiana e contaminação com
produtos estranhos.
A maior parte do óleo usado recolhido para tratamento é proveniente do uso automóvel. Dentro
desses, estão os óleos usados em motores a gasolina e motores diesel (principalmente carros
pesados).
Reciclagem de pilhas
Estima-se que cerca de 1% do lixo urbano é constituído por resíduos sólidos urbanos contendo
elementos tóxicos. Esses resíduos são provenientes de lâmpadas fluorescentes, termómetros, latas
de insecticidas, pilhas, baterias, latas de tinta, entre outros produtos que a população abandona no
lixo, pois não sabe que se tratam de resíduos perigosos contendo metais pesados ou elementos
tóxicos ou então porque não tem alternativa para eliminar esses resíduos.
Uma maneira de reduzir o impacto ambiental do uso de pilhas e baterias é a substituição de produtos
antigos por novos que propiciem um maior tempo de uso, como por exemplo o uso de pilhas
alcalinas ou de baterias recarregáveis no lugar de pilhas comuns. Também se pode eliminar ou
diminuir a quantidade de metais pesados na constituição das pilhas e baterias.
Estas pilhas contém até 0,01% de mercúrio em peso para revestir o eléctrodo de zinco e assim
reduzir sua corrosão e aumentar a sua performance. O NEMA (Associação Nacional Norte-
Americana dos Fabricantes Eléctricos) estima que 3,25 pilhas zinco-carbono per capita são vendidas
por ano nos Estados Unidos da América.
As pilhas alcalinas são compostas de um ânodo, um "prego" de aço envolto por zinco em uma
solução de KOH alcalina (pH~14), um cátodo de anéis de MnO2 compactado envoltos por uma capa
de aço niquelado, um separador de papel e um isolante de nylon.
Até 1989, a típica pilha alcalina continha mais de 1% de mercúrio. Em 1990, pelo menos 3 grandes
fabricantes de pilhas domésticas começaram a fabricar e vender pilhas alcalinas contendo menos de
0,025% de mercúrio. A NEMA estima que 4,25 pilhas alcalinas per capita são vendidas por ano nos
EUA.
Baterias Recarregáveis
As baterias recarregáveis representam hoje cerca de 8% do mercado europeu de pilhas e baterias.
Dentre elas pode-se destacar a de níquel-cádmio (Ni-Cd) devido à sua grande representatividade,
cerca de 70% das baterias recarregáveis são de Ni-Cd. O volume global de baterias recarregáveis
continua a crescer 15% ao ano. As baterias de níquel-cádmio têm um eléctrodo (cátodo) de Cd, que
se transforma em Cd(OH)2, e outro (ânodo) de NiO(OH), que se transforma em Ni(OH)2. O
electrólito é uma mistura de KOH e Li(OH)2.
As baterias recarregáveis de Ni-Cd podem ser divididas basicamente em dois tipos distintos: as
portáteis e as para aplicações industriais e propulsão. Em 1995 mais de 80% das baterias de Ni-Cd
eram do tipo portáteis.
Com o aumento da utilização de aparelhos sem fio, notebooks, telefones celulares e outros produtos
electrónicos aumentou a procura de baterias recarregáveis. Como as baterias de Ni-Cd apresentam
problemas ambientais devido à presença do cádmio outros tipos de baterias recarregáveis portáteis
passaram a ser desenvolvidos. Esse tipo de bateria é amplamente utilizado em produtos que não
podem falhar como equipamento médico de emergência e na aviação.
As baterias recarregáveis de níquel metal hidreto (NiMH) são aceitáveis em termos ambientais e
tecnicamente podem substituir as de Ni-Cd em muitas das suas aplicações, mas o preço de sua
produção ainda é elevado quando comparado ao das de Ni-Cd.
Foi colocado no mercado mais um tipo de bateria recarregável visando uma opção à utilização da
bateria de Ni-Cd. Esse tipo de bateria é o de íons de lítio. As baterias de Ni-Cd apresentam uma
tecnologia madura e bem conhecida, enquanto os outros dois tipos são recentes e ainda não
conquistaram inteiramente a confiança do utilizador.
Pilhas/Baterias e a Saúde
Algumas substâncias que fazem parte da composição química das baterias são potencialmente
perigosas e podem afectar a saúde. Especificamente, o chumbo, o cádmio e o mercúrio.
Metais como o chumbo podem provocar doenças neurológicas; o cádmio afecta a condição motora,
assim como o mercúrio. É evidente que este assunto está em permanente pesquisa e a presença
destes produtos está a ser reduzida.
As empresas que representam as marcas Duracell, Energizer, Eveready, Kodak, Panasonic, Philips,
Rayovac e Varta, que compõem o Grupo Técnico de Pilhas da ABINEE têm investido nos últimos
anos somas consideráveis de recursos para reduzir ou eliminar estes materiais.
Hoje elas já estão a responder ás exigências do artigo 6º da Resolução 257 do CONAMA que
estabelece os níveis máximos dessas substâncias em cada pilha/bateria.
Cuidados a ter:
- pilhas novas: obedecer à informação dos fabricantes dos aparelhos, em relação a pólos
positivos e negativos das pilhas. Não misturar pilhas velhas com novas ou pilhas com sistema
electroquímicos diferentes. Não remover o invólucro das pilhas.
- pilhas usadas: não guardar, principalmente de forma aleatória. No caso de ocorrer derrame,
lave as mãos com água abundante; se acontecer irritação procure o médico.
Efeitos do Cádmio
O cádmio é predominantemente consumido em países industrializados, os maiores consumidores de
cádmio são EUA, Japão, Bélgica, Alemanha, Grã-Bretanha e França, esses países representam
cerca de 80% do consumo mundial.
As suas principais aplicações são como componentes de baterias de Ni-Cd, revestimento contra
corrosão, pigmentos de tintas, estabilizante, além de ser elemento de liga para indústria electrónica.
Em 1986, o consumo americano de cádmio foi de 4800 toneladas. Desse total, 26% (1268 toneladas)
foram usados na produção de baterias. Estimou-se, também, que 73% (930 t) foram para os
depósitos de lixo municipal. O abandono das baterias de níquel-cádmio nos lixos municipais
representam cerca de 52% de todo o cádmio dos lixos municipais ao longo do ano.
Apesar do Cd não ser essencial para o organismo dos mamíferos ele segue os mesmos caminhos no
organismo de metais essenciais ao desenvolvimento como o zinco e o cobre. A meia vida do cádmio
em seres humanos é de 20-30 anos, ele acumula-se principalmente nos rins, no fígado e nos ossos,
podendo levar à disfunções renais e á osteoporose.
Efeitos do Mercúrio
O mercúrio, apesar de ser um elemento natural que se encontra na natureza, pode ser encontrado
em baixas concentrações no ar, na água e no solo.
Consequentemente o mercúrio pode estar presente, em algum grau, nas plantas, animais e tecidos
humanos. Quando as concentrações do mercúrio excedem os valores normalmente presentes na
natureza, surge o risco de contaminação do meio ambiente e dos seres vivos, inclusive o homem.
O mercúrio é o único metal líquido à temperatura ambiente. O seu ponto de fusão é -40°C e o de
ebulição 357°C. É muito denso (13,5 g/cm3), e possui uma alta tensão superficial. Combina-se com
outros elementos como o cloro, o enxofre e o oxigénio, formando compostos inorgânicos de
mercúrio, na forma de pó ou de cristais brancos. Um desses compostos é o cloreto de mercúrio, que
aparece nas pilhas secas. Esse composto prejudica todo o processo de reciclagem se não for
retirado nas primeiras etapas de tratamento.
Embora muitos fabricantes afirmem o contrário, a maioria das pilhas zinco-carbono possui mercúrio
na sua composição, proveniente do minério de manganês. Apenas actualmente alguns desses
fabricantes têm encontrado soluções para evitar o uso deste metal. O mercúrio também se combina
com carbono em compostos orgânicos.
O mercúrio é facilmente absorvido pelas vias respiratórias quando está sob a forma de vapor ou na
forma de poeira em suspensão e também é absorvido pela pele. A ingestão ocasional do mercúrio
metálico na forma líquida não é considerada grave, porém quando inalado sob a forma de vapores
aquecidos é muito perigoso. A exposição ao mercúrio pode ocorrer ao respirar ar contaminado, por
ingestão de água e comida contaminada e durante os tratamentos dentários. Em altos teores, o
mercúrio pode prejudicar o cérebro, o fígado, o desenvolvimento de fetos, e causar vários distúrbios
neuro-psiquiátricos.
O sistema nervoso humano é também muito sensível a todas as formas de mercúrio. Respirar
vapores desse metal ou ingeri-lo são muito prejudiciais porque atingem directamente o cérebro,
podendo causar irritabilidade, timidez, tremores, distorções da visão e da audição, e problemas de
memória. Podem haver também problemas nos pulmões, náuseas, vómitos, diarreia, elevação da
pressão arterial e irritação nos olhos, pneumonia, dores no peito, dispneia e tosse, gengivite e
salivação. A absorção pode-se dar também lentamente pela pele.
Métodos de Reciclagem
Devido à pressões políticas e ás novas legislações ambientais que regulamentaram o destino de
pilhas e baterias em diversos países do mundo alguns processos foram desenvolvidos visando a
reciclagem desses produtos. Para promover a reciclagem de pilhas, é necessário inicialmente o
conhecimento de sua composição. Infelizmente, não há uma correlação entre o tamanho ou formato
das pilhas e a sua composição. Em diferentes laboratórios têm sido realizadas pesquisas de modo a
desenvolver processos para reciclar as baterias usadas ou, em alguns casos, tratá-las para uma
disposição segura.
Os processos de reciclagem de pilhas e baterias podem seguir três linhas distintas: a baseada em
operações de tratamento de minérios, a hidrometalúrgica ou a pirometalúrgica. Algumas vezes estes
processos são específicos para reciclagem de pilhas, outras vezes as pilhas são recicladas
juntamente com outros tipos de materiais.
- RECYTEC - Processo utilizado na Suíça nos Países Baixos desde 1994 que combina
pirometalurgia, hidrometalurgia e mineralurgia. É utilizado na reciclagem de todos os tipos de pilhas e
também lâmpadas fluorescentes e tubos diversos que contenham mercúrio. Esse processo não é
utilizado para a reciclagem de baterias de Ni-Cd, que são separadas e enviadas para uma empresa
que faça esse tipo de reciclagem. O investimento deste processo é menor que o SUMITOMO
entretanto os custos de operação são maiores.
- ATECH - Basicamente mineralúrgico e portanto com custo inferior aos processos anteriores,
utilizado na reciclagem de todas as pilhas.
- SAB-NIFE - Processo Sueco, totalmente pirometalúrgico para recuperação de pilhas do tipo Ni-Cd.
As baterias de Ni-Cd muitas vezes são recuperadas separadamente das outras devido a dois
factores importantes, um é a presença do cádmio, que promove algumas dificuldades na
recuperação do mercúrio e do zinco por destilação; o outro é dificuldade de se separar o ferro e o
níquel.
Apesar de serem constituídas por metais pesados perigosos as baterias de Ni-Cd são recicláveis. Já
existem na Europa, Japão e EUA indústrias que reciclam esse tipo de bateria.
* cádmio com pureza superior à 99,95%, que é vendido às empresas que produzem baterias e
Nos EUA a empresa INMETCO (International Metal Reclamation Company), que é uma subsidiária
da INCO (The International Nickel Company), é a única empresa que tem autorização para reciclar
baterias de Ni-Cd utilizando processo a alta temperatura. Este processo está em operação desde
dezembro de 1995. O processo utilizado pela INMETCO, assim como o SNAM-SAVAM e o SAB-
NIFE, é baseado na destilação do cádmio. Nesse processo o níquel recuperado é utilizado pela
indústria de aço inoxidável. O cádmio fica nos fumos misturado com zinco e chumbo, que vai para
uma outra empresa para posterior separação.
Reciclagem de Vidro
O vidro é uma mistura de areia, barro, calcário, feldspato e aditivos que, derretidos a cerca de
1.550°C, formam uma massa semi-líquida que dá origem a embalagens ou a vidros planos.
O principal componente do vidro é a sílica, é possível fazer vidro só com a fusão da sílica.
Além destas substâncias, existem pequenas quantidades de outras impurezas derivadas da matéria-
prima, por exemplo, óxido de ferro, além de outras que podem ser adicionadas intencionalmente de
acordo com a qualidade do vidro, por exemplo, corantes (metais como o ferro, cobalto, cromo e
manganês).
O vidro comum funde a uma temperatura entre 1000oC e 1200oC, enquanto que a temperatura de
fusão da fabricação do vidro, a partir dos minérios, ocorre entre 1500oC e 1600oC. Nota-se assim que
a fabricação do vidro a partir dos cacos economiza energia gasta na extracção. A economia de
energia é a principal vantagem do processo, em termos económicos, pois reflecte-se na durabilidade
dos fornos.
Recicláveis Não-recicláveis
Os cacos de vidro são conduzidos para a indústria de vidro que irá utilizá-los como matéria-prima na
fabricação de novas embalagens de vidro. O material é fundido em fornos de altas temperaturas
junto à matéria-prima virgem (calcário, barro, feldspato, entre outros).
Reciclagem de solventes
Os solventes são líquidos que têm a capacidade de dissolver, suspender ou extrair outros materiais,
sem mudanças químicas desses materiais ou do próprio solvente.
Em termos simples, os solventes são baseados num princípio químico que é do da dissolução, ou
seja “um dissolve o outro”. Por essa razão é importante que o solvente tenha características
químicas semelhantes ou similares ao produto ou substância que se pretende dissolver.
Normalmente os solventes são muito versáteis, mas podem também ser produzidos ou concebidos
para satisfazer solicitações específicas, e por essa razão pode dizer-se de certa maneira, que são ou
podem ser produzidos à medida para determinados usos.
Quando se procede à escolha ou à mistura de um solvente, este deve obviamente, ter um linha de
conta factores como a saúde, a segurança, a sua performance e ainda os custos ambientais da sua
utilização.
Por essa razão devem ser levadas em conta uma série de considerações aquando da sua
fabricação, com vista a dotá-lo de poder de dissolução, viscosidade, taxas de evaporação, cor,
cheiro, toxicidade, inflamibilidae e ainda a conservação das suas fontes.
Em muitos casos o solvente pode ser considerado pois um “hóspede” do processo contribuindo para
que este simplesmente funcione. Uma vez completa a sua função, e após a sua recolha, o solvente
pode ser incinerado ou recuperado podendo então ser reincorporado no processo tantas vezes
quantas as possíveis ou, então perder-se-á através da evaporação como parte do seu uso, por
exemplo quando aplicado em conjunto com tintas no acto da pintura.
Em muitas aplicações, as emissões de solventes através das evaporações são minimizadas através
da adopção de técnicas como a oxidação térmica, na qual o calor destrói os componentes orgânicos
voláteis.
Tipos de solventes
Neste pequeno texto vamos abordar os chamados solventes orgânicos, mais especificamente os
solventes de hidrocarbonetos e os oxigenados.
Para que nos entendamos digamos desde logo que a água é um solvente, mas um solvente
inorgânico, e por essa razão é um dos exemplos daquilo que nesta pequena brochura não será
discutido.
Os solventes orgânicos podem ser classificados de acordo com a sua estrutura química.
O maior consumo de solventes situa-se no sector das tintas e vernizes que consome várias milhares
de toneladas por ano. No entanto o sector farmacêutico está em franco crescimento tendo em conta
a crescente utilização dos solventes na purificação dos produtos destinados à medicina.
Os solventes propiciaram à indústria farmacêutica um meio através do qual as reacções se dão mais
facilmente.
Estes são aqui usados também para separar os produtos desejados dos indesejados, maximizando a
pureza das drogas obtidas. Em síntese, na indústria farmacêutica os solventes são removidos do
produto antes da sua comercialização.
Nesta indústria os solventes são também muitas vezes usados para permitir que as drogas sejam
convenientemente aplicadas, injectadas ou ingeridas.
Os solventes são usados na industria de fabricação de tintas e vernizes para dissolver os diferentes
componentes usados na formulação das tintas tais como a cor e a mistura, fazendo com que as
tintas adquiram a consistência desejada para a aplicação. Uma vez a tinta aplicada o solvente
evapora-se, permitindo que a resina e os pigmentos criem um filme de pintura com secagem rápida.
Sem solventes seria impossível produzir e aplicar uma película decorativa e duradoura em particular
nos chamados esmaltes usado tanto em interiores como em exteriores e nas diversas condições.
que os sistema com baixo teor de solventes, conseguindo-se desta forma rentabilidades superiores e
logo mais baixos custos, minimizando os consumos energéticos.
Actualmente os fabricantes podem produzir diferentes tipos de solventes, dando origem a tintas com
características e aplicações muito diversas. Por exemplo, as tintas com elevados conteúdos de
sólidos usados na protecção do metal em pontes e tubagens, dão lugar a espessuras de tinta
(espessura do filme) que só seriam possíveis com duas aplicações com os sistemas de pintura
convencionais.
A flexibilidade dada pelos solventes, fazem com que toda a performance de um sistema possa ser
optimizada. Para minimizar o consumo total de solventes, foram desenvolvidas tintas com elevado
conteúdo de sólidos e com baixo teor de solventes. Estas tintas estão a tornar-se mais usadas
sobretudo quando é exigida uma maior durabilidade e uma maior qualidade.
Devemos ter presente que mesmo nas tintas de base aquosa, é normal termos conteúdos de
solvente até cerca de 15% uma vez que tal é indispensável para garantir a durabilidade e a
aparência.
A utilização de solventes tem hoje uma forte ligação à problemática dos COV’s, apesar de não ser a
única fonte deste tipo de compostos. Os COV’s ou Compostos Orgânicos Voláteis, são
reconhecidamente importantes no processo de formação de nevoeiro fotoquímico (ozono
troposférico) e as suas implicações na saúde humana, na vegetação e em determinados materiais,
contribuiu para a inclusão de uma política de redução de emissões de COV’s.
Os COV’s reagem à luz solar, com os óxidos de azoto (NOx), promovendo a formação de ozono
troposférico. Este ozono combina-se com pequenas partículas de pó e outros materiais contribuindo
para a formação de “Smog” fotoquímico.
Os COV’s são considerados gases com efeito de estufa. Em Portugal pensa-se que cerca de 30%
das emissões de COV’s derivam da utilização de solventes.
Também são produzidas granulometrias de dimensão nominal específica a pedido dos clientes.
Um VFV é considerado um resíduo perigoso uma vez que nele estão contidos óleos (de motor, dos
travões, etc.), baterias, iniciadores pirotécnicos (nos “Airbags”) e compostos de chumbo, mercúrio e
cádmio. Para uma correcta gestão dos VFV é fundamental o seu correcto transporte e uma
descontaminação cuidada. O desmantelamento possibilita o aproveitamento (reutilização) de peças e
a reciclagem de alguns materiais. No final destas duas operações a carcaça metálica está pronta
para seguir para a reciclagem.
A gestão dos VFV é enquadrada pelo Decreto-Lei n.º 196/2003 que, na sequência da Directiva
2000/53/CE, define os seguintes objectivos gerais em matéria de gestão de VFV:
Este diploma estabelece ainda que os operadores que intervêm no ciclo de vida dos veículos devem
adoptar as medidas adequadas para que:
Os veículos em fim de vida, são outra das áreas que evoluiu muito nos últimos anos, havendo já
várias unidades acreditadas para fazer a gestão deste tipo de resíduos.
Os VFV’s são responsáveis por uma variedade de resíduos que constituem uma mistura de materiais
podendo ir desde os resíduos de metal, passando por plásticos, até muitos outros resíduos.
A gestão eficiente deste tipo de VFV’s, exige o domínio de uma série de técnicas, uma vez que
compreende um conjunto muito vasto de resíduos.
• Resíduos metálicos;
• Resíduos de plástico;
• Pneus;
• Resíduos de poliuretanos;
• Vidros;
• Resíduos de óleos;
• Resíduos de combustíveis;
• Baterias;
Reciclagem de REEE’s
A reciclagem de equipamento eléctrico e electrónico, é uma tarefa complicada. Em geral, por
exemplo, um simples computador é um conjunto de mais de mil materiais, muitos dos quais
altamente tóxicos, como o cloro e o brómio e, ainda os metais tóxicos, materiais biologicamente
activos, ácidos, plásticos e aditivos de plásticos que devem ser tratados convenientemente.
Infelizmente os consumidores nem sempre estão cientes desta complexidade e desta toxicidade,
existente nos equipamentos de processamento de texto, calculadoras e até em simples jogos.
Os impactes ambientais na saúde pública, quer destas misturas quer das combinações de materiais
existentes nestes produtos, normalmente não são conhecidos. A produção de semi-condutores,
placas de circuitos impressos, unidades de disco e monitores, utiliza substâncias químicas
particularmente perigosas. Por exemplo, os trabalhadores envolvidos no fabrico de chips começam a
apresentar sinais de desenvolvimento de cancro. Além disto, um outro problema de saúde, associado
a estes produtos está a surgir, com trabalhadores que fazem reciclagem de computadores que
apresentam níveis elevados de substâncias químicas perigosas no seu sangue.
Actualmente e, apesar da legislação já referida, que aponta para uma recolha de 2 kgs por habitante
e por ano, muitos destes resíduos continuam a ser depositados em aterro. No entanto já se verifica
em alguns aterros, estes possuírem uma área específica para a recepção destes mesmos resíduos.
A deposição destes tipo de resíduos em aterro provoca impactes negativos, devido ao variado leque
de substâncias perigosas que eles encerram, provocando lixiviados.
Este processo, trata de adequar as embalagens usadas a um novo uso, que pode ser igual ou
diferente do uso inicial para o qual a embalagem foi concebida.
Desta forma pode dizer-se, que anualmente são recondicionados muitos milhares de embalagens,
que de outra forma contribuiriam para engrossar a fileira dos recicláveis o que, em última análise, só
serviria para complicar ainda mais o panorama da reciclagem nacional, já de si tão fraco.
Assim, e a título de exemplo, uma das fábricas destinadas ou vocacionadas para a gestão dos
resíduos de embalagens industriais tem uma capacidade instalada de 150.000 bidões de 200 litros
anual, embora esteja a recondicionar, por razões de mercado, apenas cerca de 90.000 unidades
destes bidões.
No entanto e, para além de bidões esta unidade, recondiciona contentores de 1.000 litros, barricas
plásticas desde os 50 litros de capacidade até a barricas plásticas de 200 litros. No seu conjunto esta
fábrica contribui para a redução dos quantitativos de reciclagem em cerca de 2.000 toneladas de
materiais (metal e plástico).
Mas para além daquilo que representa o seu contributo para a redução dos quantitativos para
reciclagem, esta contribui sem qualquer sombra de dúvida para uma maior eficácia económica das
unidades que recorrem a ela abastecendo-se de embalagens para reutilizar e, entre outras virtudes
tem também a de empregar cerca de 40 pessoas, numa actividade que também contribui para a
minimização do risco, através da gestão adequada dos resíduos remanescentes evitando a
contaminação ambiental que poderia estar associada a estas embalagens.
Reciclagem de aerossóis
Como são feitos os aerossóis?
As latas dos aerossóis são, geralmente feitas em chapa metálica (folha de flandres) ou alumínio.
Estas normalmente são produzidas a partir de três peças ou em alguns casos numa peça única.
Depois de produzida, estas são cheias com o produto e simultaneamente com o propulsor.
de dar a estes um destino adequado conforme o disposto na legislação, devendo ser tratado como
se de uma embalagem de resíduos perigosos se tratasse.
• O produto em si que pode ser perigoso. Uma lata de aerossol vazia, pode conter até 3% do
produto original. No entanto, se você se estar a desfazer de uma embalagem, que não está
totalmente vazia, juntamente com os seus resíduos, o conteúdo residual constituir-se como o
elemento mais perigosos desses resíduos.
• Os aerossóis são pressurizados, por essa razão necessitam ser manuseados com cuidado.
Eles podem explodir quando expostos ao calor.
• O propulsor pode ser perigoso. No passado a maioria dos propulsores usados tinham
clorofluoro carbonos (CFC’s). O uso de CFC’s, está agora a ser faseadamente substituído,
devido á regulamentação nacional e internacional. Entretanto muitos fabricantes substituíram
os CFC’s por HCFC’s ou hidrocarbonos (tais como propano, isobutano, n-butano etc.). os
propulsores de hidrocarbonos são inflamáveis, e os HCFC’s quando aquecidos podem
libertar gás fluorine.
Legislação relevante
Todos os aerossóis que existem na sua fábrica, devem ser classificados como resíduos a controlar.
Deve assegurar-se de que estes são armazenados e enviados para tratamento com o máximo
cuidado.
Alguns destes devem, provavelmente, classificados como resíduo perigoso ou como resíduo
especial.
Na legislação nacional, não existe um capítulo específico, destinado aos procedimentos a ter com os
aerossóis, no entanto estes devem ficar enquadrados na legislação que respeita os resíduos
considerados perigosos (ver listagem desta em separado).
Interpretação da legislação
Se você tem resíduos de aerossóis que não estão completamente vazios, então o aspecto mais
importante a considerar é determinar qual o conteúdo do referido aerossol.
Se o conteúdo deste for considerado perigoso (normalmente este está indicado na embalagem
através de simbología própria para o efeito), então deve assegurar-se de que este ou estes devem
ser enviados para a categoria de resíduos perigosos.
Se o aerossol está vazio, então é tecnicamente possível considerá-lo logo como resíduo especial,
uma vez que mesmo assim este ainda poderá conter gases inflamáveis usados como propulsores.
A legislação considera o binómio quantidade e perigosidade, razão pela qual é importante saber
quais os quantitativos em jogo antes de atribuir a classificação de resíduos especial ou perigoso.
Alguns fabricantes, consideram suficiente a perfuração da embalagem para que o conteúdo residual
se evapore e desta forma deixe de ser considerada perigosa.
Bastará que uma ou duas embalagens de aerossóis estejam com um conteúdo residual considerável,
para que a totalidade destes seja enquadrada nos resíduos perigosos e, obviamente tratada como
tal.
Após estarem vazias, as embalagens de aerossóis, são ideais para serem misturadas com os outros
metais e, serem recicladas.
No entanto, será melhor confirmar com quem recebe a sua sucata de metal, para confirmar se tal não
coloca problemas (a maioria destes não coloca obstáculos).
È de considerar a possibilidade do operador de sucatas não estar apto a tratar resíduos que tenham
sido considerados resíduos perigosos.
Enquanto não existirem locais para deposição para estas embalagens, para que os consumidores
domésticos possam fazer a sua deposição, estes terão que ser enviados para o lixo comum.
Resumo:
☺ As embalagens plásticas que integram o conjunto dos resíduos urbanos que conhecemos,
são geridas pela SPV, através do esquema de funcionamento em vigor, o mesmo
acontecendo para as outras fileiras de resíduos como o metal, a madeira, o vidro, o papel e
cartão, que se encontram no mesmo fluxo de resíduos;
☺ Quanto à reciclagem do plástico, nas instalações modernas de triagem, sobretudo nas que
tratam os RSU’s, promove-se a separação do plástico por tipos, PVC, HDPE, LDPE, PET, PS
e outros, facilitando posteriormente as operações subsequentes. Após esta preparação prévia
normalmente o plástico é acondicionado em fardos e enviado para os recicladores;
☺ Quanto à sua composição, os metais são classificados em dois grandes grupos: os ferrosos
(compostos basicamente de ferro e aço) e os não ferrosos. Essa divisão justifica-se pela
grande predominância do uso dos metais à base de ferro, principalmente o aço;
☺ A recolha do papel velho pode ser obrigatória ou voluntária. A primeira, é praticada por
hipermercados, editoras, gráficas e instituições estatais, produz melhores qualidades de
papel, por este se apresentar pouco contaminado e ser de fácil localização. A recolha
voluntária apresenta maiores problemas. Geralmente, este papel apresenta uma maior
contaminação, devido à incorrecta separação do material depositado nos papelões;
☺ No caso da madeira, sejam paletes sejam outros resíduos de madeira, existem várias
possibilidades, sendo a mais comum a da reciclagem da mesma para a fabricação de
aglomerados e laminados produzidos a partir destes resíduos depois de previamente
triturados. Esta solução é responsável hoje pelo consumo de quase a totalidade da madeira
recuperada nos circuitos sejam da área de consumo sejam da área industrial.
☺ No caso dos pneus, para além da sua valorização energética (sobretudo nas cimenteiras), a
sua utilização como componente do asfalto e ainda a sua utilização para a fabricação de
pavimentos e outros ao nível da construção civil, tem vindo a aumentar e a fazer prever mais
soluções a médio prazo;
☺ A primeira utilização do vidro recolhido a partir da recolha selectiva, é o seu envio para as
fabricas que se encarregam da sua conversão em novas embalagens de vidro;
☺ A questão da reciclagem de óleos lubrificantes usados ganha cada vez mais espaço no
contexto da conservação ambiental. Nos países desenvolvidos, a recolha de óleos usados é
geralmente tratada como uma necessidade de protecção ambiental;
☺ A poluição gerada pelo abandono de 1 t/dia de óleo usado para o solo ou cursos de água
equivale a esgotos domésticos de uma pequena povoação com 40 mil habitantes. A queima
indiscriminada do óleo lubrificante usado, sem tratamento prévio de desmetalização, gera
emissões significativas de óxidos metálicos, além de outros gases tóxicos, como dioxinas e
óxidos de enxofre;
☺ Estima-se que cerca de 1% do lixo urbano é constituído por resíduos sólidos urbanos
contendo elementos tóxicos. Esses resíduos são provenientes de lâmpadas fluorescentes,
termómetros, latas de insecticidas, pilhas, baterias, latas de tinta, entre outros produtos que a
população abandona no lixo, pois não sabe que se tratam de resíduos perigosos contendo
metais pesados ou elementos tóxicos ou então porque não tem alternativa para eliminar
esses resíduos;
☺ O vidro é uma mistura de areia, barro, calcário, feldspato e aditivos que, derretidos a cerca de
1.550°C, formam uma massa semi-líquida que dá origem a embalagens ou a vidros planos. O
principal componente do vidro é a sílica, é possível fazer vidro só com a fusão da sílica;
☺ Os solventes são líquidos que têm a capacidade de dissolver, suspender ou extrair outros
materiais, sem mudanças químicas desses materiais ou do próprio solvente;
☺ O maior consumo de solventes situa-se no sector das tintas e vernizes que consome várias
milhares de toneladas por ano. No entanto o sector farmacêutico está em franco crescimento
tendo em conta a crescente utilização dos solventes na purificação dos produtos destinados á
medicina;
☺ Devemos ter presente que mesmo nas tintas de base aquosa, é normal termos conteúdos de
solvente até cerca de 15% uma vez que tal é indispensável para garantir a durabilidade e a
aparência;
☺ Um VFV é considerado um resíduo perigoso uma vez que nele estão contidos óleos (de
motor, dos travões, etc.), baterias, iniciadores pirotécnicos (nos “Airbags”) e compostos de
chumbo, mercúrio e cádmio. Para uma correcta gestão dos VFV é fundamental o seu correcto
transporte e uma descontaminação cuidada;
☺ Os VFV’s são responsáveis por uma variedade de resíduos que constituem uma mistura de
materiais podendo ir desde os resíduos de metal, passando por plásticos, até muitos outros
resíduos;
7. Qual é a fracção de papel que é normal encontramos nos aterros ou sistemas de recolha
municipais?
11. Porque é que as pilhas podem constituir um perigo para a saúde pública, após chegarem ao
fim da sua vida útil?
14. Cite alguns dos resíduos que habitualmente se encontram num Veículo em fim de Vida.
Anexos
Exemplo de Mapa
Utilize a tabela de densidades aproximadas para converter o volume em peso, dos resíduos que se apresentam,
aproximadamente:
Esquema de princípio
1. Triagem
de uma instalação de
reciclagem de plástico
2. Trituração e lavagem
4. Secagem
8. Corte dos
peletes
Reciclagem de plástico
Elemento/composto %
Carbono 70,0
Hidrogénio 7.0
Óxido de Zinco 1,2
Enxofre 1,3
Ferro 15,0
Outros 5,5
Automóvel Caminhão
Material % %
Borracha/Elastómeros 48 45
Negro de fumo 22 22
Aço 15 25
Tecido de nylon 5 -
Óxido de Zinco 1 2
Enxofre 1 1
Aditivos 8 5
O desenvolvimento
urbano retira a
Os pesticidas agrícolas cobertura vegetal,
escorrem com as chuvas dando origem a
e penetram nos lençóis mudanças climáticas e
de água e rios diminuindo a
alimentação aquática
As grandes metrópoles
As pequenas cidades despejam nos rios e seus
despejam os seus efluentes toneladas de
esgotos muitas vezes esgotos e objectos sólidos
de difícil decomposição
sem tratamento As explorações
agrícolas lançam nos
rios produtos químicos
como o mercúrio que
são levados pelas
águas destinadas ao
consumo humano
Muitas indústrias utilizam
Os aterros sanitários os rios como vazadouro de
produzem lixiviados que muitos dos seus resíduos
contaminam os lençóis
de água
Os petroleiros e as
plataformas de petróleo
despejam óleos pesados
Os portos de mar, contribuindo para a
despejam no mar todos os poluição ambiental e
dejectos acumulados matando a vida marinha
pelos navios
A morte da água
Transferência química
NO2 HNO3
SO2 H2SO4
Deposição
seca
Foto-oxidação Deposição
Poluentes ácidos húmida
NO2SO2 Partrículas
Hidrocarbonetos Gases
Emissões para a atmosfera
Domésticos
Geração de
Neve
electricidade Chuva
Indústria Transportes
ácida
Efeito de estufa
3 – Os plásticos consomem apenas uma pequena parte do petróleo mundial (cerca de 4%);
a) cerca de 100 kgs de plástico num carro reduz o consumo de combustível em cerca
de 12 milhões de toneladas todos os anos na Europa, reduzindo as emissões de
CO2 em 30 milhões de toneladas por ano;
5 – Os plásticos também acrescentam valor ao “lixo” – mesmo em fim de vida o plástico, após
ser usado, pode ser reciclado ou usado como combustível alternativo. O poder calorífico do
plástico é no mínimo igual ao do carvão e com menores emissões de CO2;
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Resíduos
2006
7 – Mais de um milhão de pessoas no mundo que não têm acesso a água potável e, o
plástico pode preservar e distribuir essa água economicamente, em condições de segurança
e de confiança;
8 – Nenhum outro material pode com o plástico quando se tratar de requisitos tecnológicos
bem como preservação de recursos;
10 – Os plásticos tornam a nossa vida mais segura através de air-bags, mesas, cadeiras,
cadeiras de bébe, bicicletas, capacetes, dispositivos médicos, etc.
Gasificação
A gasificação é uma técnica já usada há cerca de 50 anos. O processo envolve a conversão dos
materiais que têm Carbono e Hidrogénio na sua estrutura química nu gás síntese limpo, que é uma
mistura de Hidrogénio (H2) e Monoxido de Carbono (CO). Este gás pode ser usado como fonte de
energia para processos de combustão e usado para gerar energia eléctrica ou como fonte de matéria
prima para a produção de novos produtos químicos. A gasificação não é incineração.
A minha empresa A fornece à empresa B cerca de 150.000 embalagens de pizza por mês. Vamos
então estimar qual deverá ser a contribuição da empresa A para transferir a responsabilidade da
gestão destas embalagens para a SPV, considerando que:
Assim e no total do ano a empresa deverá pagar à SPV 89,90 €/mês o que dará vezes 12 meses um
valor de 1.078,80 €/ano.
Nota: Por sua vez a empresa B, deverá também adoptar um sistema para gerir as embalagens de
pizza que coloca no mercado e, cuja responsabilidade não cabe à empresa A. Em termos práticos
terá que pagar também.
O “lixo”
- Bom dia…
- Bom dia.
- Sou.
- Pois é…
- O meu quê?
- O seu lixo.
- Ah…
- É que eu vivo sozinho e tenho de fazer a minha própria comida e, como não sei
cozinhar…
- Entendo.
- A senhora também…
- Peço que perdoe a minha indiscrição, mas também tenho visto alguns restos de
comida no seu lixo, champignons e coisas assim…
- É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas como moro
sozinha às vezes sobra-me…
- Tem em Coimbra.
- Ela é Professora?
- Pois é…
- É.
- Más notícias?
- Sinto muito.
- Ele já estava muito velhinho. Vivia em Lisboa e já há um tempo que não nos
víamos.
- Ah…
- Namorada?
- Não.
- Mas há uns dias tinha uma fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer que
ela volte!
- Engraçado. Quando examinei o seu lixo achei que devia gostar de conhecê-la.
Acho que foi da poesia.
- Vi e gostei muito.
- Se você achasse que eles eram ruins, tinha-os rasgado e eles só estavam
dobrados.
- Só não fiquei com eles porque, assim estaria a roubar. Se bem que não sei… será
que o lixo de uma pessoa, depois dela se desfazer dele, ainda é dela?
- É capaz de ter razão. Através do lixo. O que é particular torna-se público. São as
sobras da nossa vida privada que se mistura com a vida privada dos outros. O lixo
é comunitário. É a nossa parte mais social, não será?
- Bom, dessa forma você está a ir muito fundo na questão, ou no lixo. Acho que…
- O quê?
- Eu adoro camarões!
- Jantar juntos?
- É.
- Não suja nada. Limpo tudo num instante e depois você põem os restos no lixo.
Retirado do: Guia do Formador, da autoria de Luís Fernando Veríssimo. Porto Alegre: L&PM, 1981, p.83
PROCEDIMENTOS A ADOPTAR
A circulação dos resíduos constantes da lista verde (Anexo II da Decisão da Comissão 1999/816/CE,
e 24 de Novembro), exclusivamente destinados a valorização no interior da Comunidade e da OCDE,
efectua-se, regra geral, nas condições normalmente aplicáveis às transacções comerciais, devendo,
no entanto, estes resíduos ser acompanhados de uma declaração onde constem os elementos
referidos no Artigo 11º do Regulamento (CEE) nº 259/93.
Assim, as transferências dos resíduos constantes desta lista deverão ser acompanhadas de uma
declaração, assinada pelo detentor, onde conste a seguinte informação:
c) Quantidade de resíduos;
f) Data da transferência.
Esta declaração deverá acompanhar os resíduos até ao destino final, ficando uma cópia na posse do
produtor/detentor dos resíduos, não sendo necessário remete-la para qualquer entidade/autoridade
competente.
Estes formulários são iguais em todos os países da União Europeia, tendo sido aprovados através da
Decisão da Comissão 94/774/CE, de 24 de Novembro.
1. Notificação
Antes que as transferências de resíduos possam ter lugar, o notificador deverá notificar a autoridade
competente destino e enviar cópia da notificação ao destinatário e às autoridades competentes de
expedição e de trânsito.
Pelo Instituto dos Resíduos, na qualidade de autoridade competente para efeitos de aplicação do
Regulamento (CEE) nº 259/93, são exigidos os seguintes elementos/informações complementares:
.. GB=(T+E)xQxNsx1,4 onde:
No caso da importação de resíduos por Portugal, o notificador deverá fazer prova da constituição de
garantia financeira, nomeadamente através de apresentação de declaração da autoridade
competente de expedição informando que considera a mesma suficiente.
itinerário/trajecto previsto.
O notificador deverá ter o cuidado de fornecer uma lista com o número dos anexos e a sua
referência. Em cada anexo deverá, igualmente, constar o número do formulário de notificação a que
diz respeito. No caso de pretender fornecer informações adicionais ao incluído num determinado
campo do formulário, deverá indicar qual o campo a que esse anexo se refere.
- à designação e composição dos resíduos (Campo 13), quantidade total dos resíduos destinados a
valorização (Campo 5), identificação do notificador (Campo 1), identificação do produtor (Campo 10)
e tratando-se de resíduos de diversas proveniências, deverá ser fornecido, em anexo, um inventário
- No que diz respeito à designação dos resíduos, o notificador deverá utilizar o código e a
designação constantes das listas anexas ao Regulamento (listas estas que podem ser
encontradas na sua forma actualizada na Decisão da Comissão 1999/816/CE de 24 de
Novembro). Por exemplo "cinzas de zinco" deverão ser designadas por "AA020 cinzas de
zinco";
- ao meio de transporte utilizado (Campo 11) devendo ser utilizadas as siglas enumeradas no
verso do Formulário e ao tipo de embalagem (Campo 12);
2. Contrato
O notificador deve fazer um contrato com o destinatário para a valorização dos resíduos.
Esse contrato pode incluir a totalidade ou parte das informações a que se faz referência no nº 5 do
Artigo 6º, do Regulamento (CEE) nº 259/93.
- o notificador reintroduzir os resíduos, se a transferência não tiver sido concluída como previsto ou
se tiver sido efectuada em violação do Regulamento nº 259/93;
- o destinatário fornecer ao notificador, o mais rapidamente possível, e o mais tardar 180 dias a
contar da recepção dos resíduos, um certificado atestando que os mesmos foram valorizados de
uma forma ecologicamente correcta.
A autoridade competente de destino, após recepção da notificação, enviará no prazo de três dias
úteis, um aviso de recepção ao notificador e uma cópia desse aviso ao destinatário e às outras
autoridades competentes envolvidas.
Estas condições devem ser comunicadas por escrito ao notificador, com cópia para as autoridades
competentes interessadas e devem ser registadas no formulário de notificação (Campo 26 - verso do
formulário).
As autorizações ou objecções escritas podem ser enviadas pelo correio ou por telefax seguido de
correio. Essas autorizações caducarão no prazo de um ano civil, a menos que estejam previstas
disposições em contrário.
De acordo com o Artigo 8º do Regulamento (CEE) nº 259/93, para os resíduos constantes da lista
laranja, as transferências podem ser efectuadas depois de decorrido o prazo de 30 dias se não tiver
sido apresentada nenhuma objecção, caducando essa autorização tácita no prazo de um ano civil a
contar dessa data.
Salienta-se, no entanto, que a autoridade competente portuguesa - Instituto dos Resíduos - apenas
permite que sejam iniciados os movimentos após recepção, pelo notificador, de autorização escrita
deste Instituto.
4. Transferências
três dias úteis antes do início da transferência (se for possível por fax, seguido de carta). Nessa
altura deve ser igualmente preenchido o Campo 17 do mesmo formulário, relativo à quantidade
prevista nesse movimento, o Campo 4, relativo ao número de ordem do movimento (no caso da
notificação geral?), devendo o/s transportador/es preencher um ou vários dos Campos de 5 a 12,
dependendo do número de transportadores envolvidos.
Alguns países, para fins de controlo, exigem que as transferências sejam sempre acompanhadas de
uma prova em como foram autorizadas. Neste caso, o transportador deverá possuir o formulário de
notificação (ou cópia) com o Campo 24 preenchido (autorização tácita) ou com os Campos 24 e 25
preenchidos (autorização escrita). Quando um ou vários países de trânsito também emitiram uma
autorização escrita, esta (ou cópia) deverá igualmente acompanhar a transferência, se assim for
exigido. No caso dos países considerarem que esta prova deverá ser feita mediante documento
original, o notificador deverá enviar, às várias autoridades envolvidas, tantas cópias devidamente
preenchidas do formulário de notificação quanto o número de movimentos pretendidos. As
autoridades competentes devolverão estas cópias, individualmente assinadas/carimbadas.
No prazo de três dias úteis a contar da recepção dos resíduos para valorização, o destinatário
enviará ao notificador e às autoridades competentes interessadas uma cópia do documento de
acompanhamento
* Artigo 28º do Regulamento (CEE) nº 259/93 - notificação geral - para resíduos com as mesmas
características físicas e químicas, o mesmo código CER e o mesmo código das listas constantes da
O mais rapidamente possível e, o mais tardar até 180 dias a contar da recepção dos resíduos, o
destinatário enviará ao notificador e às outras autoridades competentes interessadas um certificado
de valorização dos resíduos, sob a sua responsabilidade. O preenchimento do Campo 25 do
formulário de acompanhamento certifica que a valorização foi efectuada (nº6 do artigo 8º do
Regulamento).
Essa decisão pode ser limitada a um período determinado, podendo, no entanto, ser revogada em
qualquer altura.
2. As autoridades competentes que optarem por esta fórmula comunicarão à Comissão Europeia, o
nome e endereço da instalação de valorização, as tecnologias utilizadas, bem como o tipo de
resíduos para os quais é aplicável a decisão e o período abrangido. Quaisquer revogações deverão
igualmente ser notificadas à Comissão.
3. Todas as transferências previstas para as referidas instalações devem ser objecto de notificação
às autoridades competentes interessadas nos termos do artigo 6º, devendo a notificação ser
recebida antes da data de expedição.
De notar que o facto de uma empresa não estar previamente autorizada ao abrigo do Artigo 9º do
Regulamento (CEE) nº 259/93, não significa que a mesma não esteja devidamente licenciada para
recepção e valorização dos resíduos. No entanto, apenas no caso das empresas destinatárias dos
resíduos se encontrarem nas condições acima referidas, deverá o ponto C* do Campo 3 do
formulário de notificação ser assinalado.
INR -INSTITUTO DOS RESÍDUOS • Av. Almirante Gago Coutinho, n.º 30 - 5º piso • 1000-017 Lisboa
Impressos da INCM
A Imprensa Nacional da Casa da Moeda tem à venda vários impressos destinados ao uso pelos
detentores de resíduos e outros que se listam na tabela abaixo:
Impresso Designação
Notas:
A. O ruído também é uma forma de poluição; O ruído é um som indesejado e a sua intensidade
(volume), é medido em decibéis (dB). A escala de decibéis é logarítmica, pelo que a um
aumento de três decibéis no nível do som corresponde a duplicação da intensidade do ruído.
Por exemplo, enquanto que uma conversa normal tem cerca de 65 dB, uma pessoa a gritar
atinge facilmente cerca de 80 dB. Embora a diferença seja apenas 15 dB, o som dos gritos é
de 30 vezes mais intenso.
B. O chumbo é um metal que por ser barato, se encontra em muitas aplicações. A absorção do
chumbo pelo organismo, pode ocasionar sérios problemas de saúde a longo prazo,
especialmente nas crianças. Por isso é importante informar-se sobre os perigos da
intoxicação pelo chumbo e sobre a forma como esta acontece, especialmente se tem crianças
pequenas.
C. Os pesticidas são perigosos! Quer o ser humano quer o ambiente sofrem efeitos adversos do
uso dos pesticidas. Tenha cuidado com o manuseamento destes e, assegure-se de que dá
um fim como deveria às embalagens usadas para embalar pesticidas.
E. O que é a poluição? A poluição pode ser de origem urbana, industrial ou rural. A poluição
pode ser considerada como sendo poluição pontual ou poluição difusa. A poluição
pontual pode ser encontrada num local, fonte ou saída especifica, por exemplo numa
tubagem ou num fim de linha. A poluição difusa é normalmente gradual e muitas vezes
proveniente de derrames ou infiltrações através de poros ou rachas de um número
indeterminado de fontes do ambiente em redor e, de difícil determinação. Estas descargas
podem ser de pouco significado, no entanto, colectivamente cada descarga contribui para o
aumento dessa mesma poluição.
G. A composição da borracha vulcanizada confere a este material uma alta resistência química e
física, fazendo da reciclagem um processo complexo e ainda não economicamente atraente
para a indústria. A maior parte dos pneus, hoje, é feita de 10% de borracha natural, 30% de
borracha sintética (petróleo) e 60% de aço e tecidos. Utilizam-se ainda materiais argilo-
minerais e negro-de-fumo (carvão), com objectivo de se obter um material mecanicamente
resistente, responsável pela côr negra dos pneus.
I. Os números apresentados pelo Fundo Mundial para a Vida Selvagem (WWF, World Wildlife
Fund) mostram que um cidadão médio necessita por ano de 2,3 hectares (um hectare é igual
ao tamanho de um campo de futebol), para produzir aquilo que consome e para, em seguida,
ter onde colocar o excedente. Isto representa mais 40% do que é sustentável. Além disso, a
cada ano que passa, necessitamos de mais meio hectare do que no ano anterior.
K. Adopte uma nova atitude. Faça sua a nova politica dos 5 R’s.
c. Reutilize: E volte a reutilizar e a encher o mais que puder artigos como envelopes,
garrafas e sacos plásticos. Todos eles podem ser reutilizáveis. Leve as suas roupas
que já não lhe servem, para uma instituição de caridade;
L. Não esqueça que por cada tonelada de papel reciclado são poupadas 17 árvores e 20.000
litros de água, para além da redução da poluição atmosférica e da redução de resíduos em
aterro.
d. Sempre que deitar fora EEE’s, consulte os horários da recolha municipal deste tipo de
resíduos.