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A C Ó R D Ã O
(4.ª Turma)
GMMAC/r4/lpd/eo/ri
R E L A T Ó R I O
1 de 16 5/6/2014 14:06
TST - ARR - 805-69.2011.5.09.0008 - Data de publicação: DEJT 09/0... http://aplicacao5.tst.jus.br/consultaunificada2/inteiroTeor.do?action=pri...
É o relatório.
V O T O
CONHECIMENTO
MÉRITO
FÉRIAS
Preparo inexigível.
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
FÉRIAS.
Alegação(ões):
'd. FÉRIAS
Salienta que o fato da testemunha não lembrar das férias do Recorrente confirma que ele
não usufruía regularmente as férias.
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TST - ARR - 805-69.2011.5.09.0008 - Data de publicação: DEJT 09/0... http://aplicacao5.tst.jus.br/consultaunificada2/inteiroTeor.do?action=pri...
A testemunha Claudinei trabalhou de 2003 a 2010 para a Reclamada, na mesma função que
o Reclamante (item 1 - fls. 350), e afirmou: '(...) 11. que não sabe se o Reclamante usufruiu
férias (...) 21. que o depoente usufruiu 15 dias de férias, sendo que às vezes a empresa ligava
para voltar e 'recebia as férias por fora' (...)' (fl. 351).
Os documentos anexados aos autos a fls. 260/261 e cartão-ponto a fls. 295/296 não foram
desconstituídos pelo reclamante quanto à fruição de trinta dias de férias de 02.02.2009 a
03.03.2009, portanto, mantenho o indeferimento do pedido de férias.
Nada a deferir.
a. FÉRIAS
Ainda que em seu depoimento o Reclamante tenha dito que usufruiu apenas dezesseis dias
de férias, esta E. Turma analisou a prova oral, a qual não confirma a sua alegação de que não
podia usufruir férias integralmente. Transcreveu-se parte do depoimento da testemunha
Claudinei, à fls. 543, na qual disse que não sabia se o Reclamante usufruiu férias, tendo
aludido à férias apenas em relação a ele próprio. Concluiu-se, pois, que o Reclamante não se
desincumbiu do ônus da prova em desconstituir os documentos e cartões-ponto anexados aos
autos.
Manoel Antonio Teixeira Filho, ao negar a natureza de recurso dos Embargos Declaratórios,
explica que: '... os Embargos Declaratórios, entrementes, não se destinam a reformar a
sentença ou o acórdão (ou qualquer ato judicial), senão a expungir eventuais falhas de
expressão que estejam a comprometer esses pronunciamentos da jurisdição' (Curso de Direito
Processual do Trabalho, volume II. São Paulo, 2009, LTr, a fls. 1.708).
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TST.
Por conseguinte, tomando por base o substrato factual delineado no acórdão, não há falar
na existência de ofensa literal ao artigo 7.º, inciso XVII, da Constituição Federal e artigo 137
da CLT.
CONCLUSÃO
Denego seguimento."
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CONHECIMENTO
MÉRITO
(...)
Em defesa, afirmou a Reclamada que não é devida a pretendida integração, pois o benefício
não era gratuito, havendo desconto em percentual autorizado por lei e além disso, afirma que a
empresa era filiada ao PAT.
No que tange ao plano de saúde, não merece acolhimento a pretensão, pois na forma do art.
458, parágrafo segundo, IV, tal verba não tem natureza salarial.
Defere-se, parcialmente.'.
Nos termos do disposto no artigo 458 da CLT e na Súmula n.º 241 a alimentação fornecida
'in natura' do C. TST, ou em forma de tíquetes com esta finalidade possui natureza salarial,
exceto os casos de comprovada inscrição da empresa no PAT (OJ n.º 133 da SDI-1 do C. TST)
ou de previsão em instrumento coletivo em sentido contrário.
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Ao exame.
"O vale para refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, tem caráter salarial,
integrando a remuneração do empregado, para todos os efeitos legais."
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descaracteriza a natureza salarial da parcela, tal como no presente caso, em que houve
comprovação de que era efetuado desconto mensal no salário do Reclamante a título de
auxílio-alimentação no período anterior à adesão da empregadora ao PAT. Precedentes.
Recurso de revista não conhecido [...]." (TST-RR-586700-30.2009.5.09.0195, Ac. 6.ª Turma,
Relator: Ministro Aloysio Corrêa da Veiga, DEJT 19/10/2012.)
RECURSO DE REVISTA
ADMISSIBILIDADE
CONHECIMENTO
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TST - ARR - 805-69.2011.5.09.0008 - Data de publicação: DEJT 09/0... http://aplicacao5.tst.jus.br/consultaunificada2/inteiroTeor.do?action=pri...
A reclamada alega que o Reclamante afirmou em seu depoimento que recebia salário por
fora pelo atingimento de cotas de vendas de quinze carros por mês, e, assim, no seu entender,
atrai para si o ônus da prova da venda da referida quantia para a concessão deste salário.
Irresigna-se contra a consideração do depoimento da testemunha Claudinei Alves Sena, em
razão de também mover reclamatória trabalhista contra ela, tendo interesse no resultado da
presente lide. Sustenta, ainda, que esta testemunha não sabia a média de carros vendidos, nem
o valor recebido pelo reclamante extra folha. Afirma que o Reclamante não se desincumbiu do
seu ônus da prova.
'(...) 2. que recebia o que era chamado 'pacote pipoca', porque vinha dentro de pacote de
pipoca e não constava no recibo de pagamento. 3. que recebia 'por fora' R$ 6.000,00/R$
6.500,00 por mês, sendo que no recibo de pagamento constavam apenas R$ 1.500,00/R$
1.800,00 por mês. 4. da parcela 'por fora', R$ 1.000,00 era prêmio pelo atingimento da cota da
venda de 15 carros por mês, R$ 4.000,00 de retorno financeiro, que era pago pelas financeiras
à reclamada, que repassava 40% para o Reclamante, totalizando aquele valor e 0,2% sobre as
vendas, por ter atingido as metas. 5. que todo mês o depoente atingia as metas (...)'.
Do depoimento do preposto extrai-se (fl. 350): '1. que não sabe dizer se o Reclamante
recebia 'retorno financeiro'. 2. que as comissões pelas vendas era 0,4%, sendo que desconhece
se havia um prêmio fixo pelo atingimento das metas, 'sendo que um mês ou outro para dar uma
estimulada, pode ser (...)'.
Conforme o disposto no artigo 843, parágrafo 1.º, da CLT o empregador tem a faculdade de
fazer-se representar, na audiência, pelo gerente ou qualquer outro preposto que tenha
conhecimento dos fatos e cujas declarações obrigarão o preponente.
O texto legal, portanto, exige que tenha o preposto conhecimento da matéria fática sobre a
qual vai depor. Ou seja, o desconhecimento dos fatos pelo preposto faz incidir em confissão
ficta, que, salvo prova em contrário, importa em presunção de veracidade da alegação inicial.
'(...) 2. que recebiam, além dos valores constantes no recibo de pagamento, seguro, garantia
estendida, retorno financeiro, os quais eram pagos em dinheiro em pacote de pipoca. 3. que o
depoente recebia 'por fora' cerca de R$ 7.500,00/8.500,00, 'no máximo R$ 10.500,00 por mês'.
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4. que no recibo de pagamento o depoente recebia cerca de R$ 3.000,00/R$ 4.000,00 por mês.
5.que não sabe dizer exatamente quanto o Reclamante recebia, mas acredita 'era essa média aí'
(...)'.
Portanto, o salário extra folha pago, em média, no valor indicado na petição inicial integra a
remuneração para todos os efeitos legais, porque visava retribuir os serviços prestados de
forma diligente e, assim, enquadra-se no disposto no artigo 457, § 1.º, da CLT. Mesmo que a
parcela seja paga como um prêmio ao empregado, pela sua produtividade, isto não altera a
natureza jurídica de salário.
Mantenho a sentença'."
Não conheço.
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"(...) Dos elementos constantes dos autos, entendo que houve ato ilícito, nexo causal e
resultado lesivo na conduta do superior hierárquico, Sr. Flávio, em exigir do Reclamante a
realização de atividades além da venda de carros para a qual foi contratado, como a lavagem
de carro, pagamento de acessório no caso de defeito no carro que seria entregue, venda de
acessórios do carro, condução dos veículos para feirões, assim como cobrança de
produtividade, com ameaça de demissão e humilhação. Entendo que a testemunha Claudinei
confirma o tratamento abusivo dispensado aos empregados, no qual se inclui o Reclamante,
por seu superior hierárquico, o que implicou abalo e constrangimento ao reclamante.
O poder diretivo patronal não pode extrapolar os limites do mútuo entendimento e respeito
pessoal, não só em razão da consideração humana, como ainda em decorrência da boa fé e da
hombridade que deve reger qualquer relacionamento. A exposição do empregado a situações
vexatórias, acrescentando atividades não pertinentes à função de vendedor, em detrimento das
vendas que deveria realizar, obstando-lhe o recebimento de comissões.
Caracterizado, pois, o assédio moral sofrido pelo reclamante, ante a violação dos direitos à
integridade moral e à dignidade da pessoa humana, é devida a indenização, conforme o
disposto no artigo 5.º, V e X, da Constituição Federal e art. 159 do Código Civil.
No que se refere ao valor da indenização por dano moral, devem ser considerados os
seguintes parâmetros, dentre outros específicos a cada caso, segundo ensina a Professora
Maria Francisca Carneiro:
Portanto, fixo indenização por assédio moral no valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais),
com base nos elementos antes citados, extensão do dano no período de prestação de serviços,
capacidade econômica daquele a quem está sendo imputado o pagamento, como forma de
punição à reclamada e considerando o caráter preventivo-pedagógico em relação ao futuro de
seus empregados.
10 de 16 5/6/2014 14:06
TST - ARR - 805-69.2011.5.09.0008 - Data de publicação: DEJT 09/0... http://aplicacao5.tst.jus.br/consultaunificada2/inteiroTeor.do?action=pri...
11 de 16 5/6/2014 14:06
TST - ARR - 805-69.2011.5.09.0008 - Data de publicação: DEJT 09/0... http://aplicacao5.tst.jus.br/consultaunificada2/inteiroTeor.do?action=pri...
Não conheço.
MULTA CONVENCIONAL
Essa Turma firmou entendimento de que é devida uma multa por instrumento coletivo
violado, a despeito de terem sido suscitados por meio de uma única ação judicial, sem que tal
condenação importe 'bis in idem', conforme o disposto na Súmula 38 do C. TST.
Nada a alterar."
12 de 16 5/6/2014 14:06
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Não conheço.
"(...) Verifica-se que o preposto não sabia se os empregados assinavam as folhas para o
registro de horários, nem soube precisar quando ocorriam os feirões de venda de automóveis,
e, consoante o disposto no artigo 843, § 1.º, da CLT, o desconhecimento dos fatos faz incidir
em confissão ficta, que, salvo prova em contrário, importa em presunção de veracidade da
alegação inicial.
Nos termos do artigo 7.º, inciso XIII, da CF, é facultada a compensação de horários e a
redução de jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho, compensação essa
que pode ser entabulada tanto via negociação coletiva, quanto por acordo individual escrito,
consoante entendimento consagrado na Súmula 85, incisos I e II do C. TST. Em se tratando de
banco de horas a compensação só pode ser entabulada via negociação coletiva.
'§ 2.º Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou compensação
coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente
diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de cento e vinte
dias, à soma das jornadas semanais de trabalho, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez
horas diárias.'
A cláusula 7.ª assim estabelece (fl. 244): 'O Empregado concorda em cumprir jornadas de
trabalho, em dias a serem determinados pela Empregadora e na forma por ela estabelecida,
para fins de compensações de horas eventuais já estabelecidas ou futuras.'
13 de 16 5/6/2014 14:06
TST - ARR - 805-69.2011.5.09.0008 - Data de publicação: DEJT 09/0... http://aplicacao5.tst.jus.br/consultaunificada2/inteiroTeor.do?action=pri...
Todavia, não foram anexados aos autos acordos coletivos de trabalho com previsão do
banco de horas, requisito estabelecido nas CCTs para a sua validade e, assim, não há como
acolher a alegação da Reclamada, pois, o banco de horas só pode ser instituído por negociação
coletiva, conforme dispõe o parágrafo 2.º do artigo 59 da CLT, e deveriam ter sido
apresentadas como seriam as compensações, com dias e horários.
Verifica-se, por exemplo, que na escala de plantão para os dias 12, 3, 4 e 6 de agosto de
2008, há previsão de folga para os dias 2, 5, 7 e 13 (fl. 122), porém, os cartões-ponto
comprovam que as folgas não foram usufruídas (fl. 290). Também à fls. 123, na escala
designou-se o Reclamante para o plantão nos dias 9, 10, 11 e 3, não prevendo folgas, e os
horários nela estabelecidos não correspondem aos registros dos cartões-ponto. Dos recibos
salariais também não constam pagamento de horas extras (a fls. 310/320).
A testemunha Claudinei, afirmou que trabalhava no mesmo horário que o Reclamante (a fls.
350/351):
'(...) das 8h às 18h30min/19h, de segunda a sexta feira, com 15 minutos de intervalo. 7. aos
sábados, trabalhavam até 20h30min, também com 15 minutos de intervalo, sendo que às vezes
nem almoçavam. 8. que trabalhavam todos os domingos, exceto em 2009, quando a empresa
fechava em 2 domingos por mês. 9. Que aos domingos trabalhavam das 8h às 20h/21h30min,
porque 'tinha que puxar os veículos do feirão' (...)'.
14 de 16 5/6/2014 14:06
TST - ARR - 805-69.2011.5.09.0008 - Data de publicação: DEJT 09/0... http://aplicacao5.tst.jus.br/consultaunificada2/inteiroTeor.do?action=pri...
Não conheço.
MÉRITO
ISTO POSTO
Ministra Relatora
fls.
PROCESSO Nº TST-ARR-805-69.2011.5.09.0008
15 de 16 5/6/2014 14:06
TST - ARR - 805-69.2011.5.09.0008 - Data de publicação: DEJT 09/0... http://aplicacao5.tst.jus.br/consultaunificada2/inteiroTeor.do?action=pri...
Firmado por assinatura eletrônica em 07/05/2014 pelo Sistema de Informações Judiciárias do Tribunal
Superior do Trabalho, nos termos da Lei nº 11.419/2006.
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