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Escola Estadual de

Educação Profissional - EEEP


Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Curso Técnico em Desenho de Construção

Aspectos Legais e Formais


de Projetos de Construção Civil
Governador
Cid Ferreira Gomes

Vice Governador
Domingos Gomes de Aguiar Filho

Secretária da Educação
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho

Secretário Adjunto
Maurício Holanda Maia

Secretário Executivo
Antônio Idilvan de Lima Alencar

Assessora Institucional do Gabinete da Seduc


Cristiane Carvalho Holanda

Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC


Andréa Araújo Rocha
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SUMÁRIO

1. LEI DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO...............................................................................................1

1.1. LEI N° 7987 DE 23 DE DEZEMBRO DE 1996.............................................................................6

1.2. NORMAS DE OCUPAÇÃO..........................................................................................................14

1.3. NORMAS GERAIS PARA O USO E A OCUPAÇÃO DO SOLO...............................................15

1.4. DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS...............................................................................17

2. PLANO DIRETOR................................................................................................................................20

2.1. OBJETIVOS E DIRETRIZES DO PLANO DIRETOR................................................................20

2.2. A CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DO MEIO MABIENTE...............................................21

2.3. POLÍTICA DE DEFESA, CIVIL, MOBILIDADE, ACESSIBILIDADE E CIRCULAÇÃO......22

2.4. POLÍTICA DO SISTEMA VIÁRIO E DE TRANSPORTE..........................................................23

2.5. PARÂMETROS URBANÍSTICOS DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO...................................24

3. CÓDIGO DE OBRAS E POSTURA....................................................................................................27

3.1. OS PROFISSIONAIS....................................................................................................................29

3.2. LICENÇA E ISENÇÃO PARA EXECUÇÃO DE OBRAS E PROJETOS...................................31

3.3. APRESENTAÇÃO E APROVAÇÃO DO PROJETO...................................................................33

3.4. EXECUÇÃO DE OBRAS.............................................................................................................34

3.5. OBRAS PARCIAIS (REFORMAS, RECONSTRUÇÕES OU ACRÉSCIMOS..........................34

3.6. CLASSIFICAÇÃO EDIMENSÕES DOS COMPARTIMENTOS................................................35

3.7. INSOLAÇÃO, ILUMINAÇÃO E VENTILAÇÃO DOS COMPARTIMENTOS........................39

3.8. AS INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS....................................................................................39

3.9. REGRAS GERAIS EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS.................................................................41

3.9.1. RESIDENCIAS UNIFAMILIARES....................................................................................41

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4. ACESSIBILIDADE A EDIFICAÇÕES, MOBILIÁRIO, ESPAÇOS E EQUIPAMENTOS

URBANOS..................................................................................................................................................43

4.1. PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS.....................................................................................46

4.2. SÍMBOLO INTERNACIONAL DE ACESSO..............................................................................50

4.3. SÍMBOLOS INTERNACIONIAIS DE SANITÁRIOS................................................................52

4.4. EXECUÇÃO DE OBRAS.............................................................................................................52

4.5. SINALIZAÇÃO TÁTIL DE CORRIMÃOS, VISUAL DE DEGRAUS E PISO..........................54

4.6. ACESSO E CIRCULAÇÃO..........................................................................................................54

4.7. DIMENSONAMENTO DE RAMPAS..........................................................................................56

4.4. DIMENSINAMENTO DE ESCADAS FIXAS.............................................................................56

4.4. CIRCULAÇÃO INTERNA...........................................................................................................57

5. REFERÊNCIAS.....................................................................................................................................60

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1. LEI DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

A Lei n° 10.257, de 10 de Julho de 2001, regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição Federal
que estabelece as diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. O CAPÍTULO I, desta Lei
em seu Art. 2° trata da política urbana que tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções
sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:

XV – simplificação da legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo e das normas edilícias,


com vistas a permitir a redução dos custos e o aumento da oferta dos lotes e unidades habitacionais;

A partir da Legislação Federal foi criada a LEI Nº. 7.987 de 23 de Dezembro de 1996, que regula o
uso e a ocupação do solo nas Microzonas de Densidade e nas Zonas Especiais, define diretrizes e normas
relativas ao sistema viário e faz a relação deste com o uso do solo urbano.

A estruturação urbana proposta reflete a realidade da espacialização das atividades, a existência das
redes de equipamentos e infra-estrutura inclusive as expansões projetadas e se consolida através das
diretrizes gerais e setoriais de desenvolvimento e de expansão do Município que contemplam a
desconcentração e a descentralização das atividades.

De acordo com o PDDU-FOR, o território do Município foi dividido em três macrozonas de


distribuição espacial das atividades sócio-econômicas e da população, que correspondem a três
macrozonas de planejamento das ações governamentais:

a) Macrozona Urbanizada: constituindo-se da área do Município atendida integralmente pela rede de


abastecimento d'água e parcialmente pela rede de esgotos, inclusive as expansões projetadas, onde
se verifica a maior concentração da população e das atividades urbanas com as melhores
condições de infraestrutura;
b) Macrozona Adensável: constituindo-se da área do Município atendida em parte pelo sistema de
abastecimento d'água, sem sistema de coleta de esgotos, onde se verifica uma tendência de
expansão das atividades urbanas, possibilitando o ordenamento e direcionamento da implantação
da infra-estrutura sem prejuízo da ocupação existente;
c) Macrozona de Transição, constituindo-se da área do Município não adensada, sem infra-estrutura
de água e esgotos, com características urbanas e rurais, configurando-se como área de reserva para
a expansão urbana.
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Por sua vez, as macrozonas foram subdivididas em várias microzonas de densidade populacional
em função das atividades existentes, das condições de solo, da infra-estrutura e da densidade populacional
existentes e projetadas para os próximos dez anos. Sete microzonas compõem a Macrozona Urbanizada e
quatro, a Macrozona Adensável, sem subdivisão para a Macrozona de Transição.

Ainda como componentes da estruturação urbana planejada, foram previstas nove Zonas Especiais
que, por suas peculiaridades físicas, culturais, econômicas e de especificidade de usos, demandam
tratamento próprio, quanto ao uso e à ocupação do solo, que seriam:

a) Área de Interesse Ambiental (dunas); f) Área de Interesse Urbanístico;


b) Área da Orla Marítima; g) Área Institucional;
c) Área da Faixa de Praia; h) Área de Urbanização Prioritária;
d) Área de Preservação; i) Área Industrial.
e) Área de Proteção;

Para o Sistema Viário, foram previstos o subsistema estrutural e o subsistema de apoio. Compõem
o primeiro, os eixos e anéis expressos e arteriais e as vias ferroviárias, o segundo por sua vez é integrado
por vias comerciais, coletoras e locais.

Para atender as situações peculiares, que demandam normas e padrões de parcelamento, uso e
ocupação do solo específico, foram previstos os usos e ocupações diferenciados, compreendendo:

a) Conjuntos Habitacionais;
b) Parcelamento com Lotes em Condomínios;
c) Instituição de Áreas para Aglomerados Populares;
d) Projetos Especiais - Pólos Geradores de Tráfego.

O uso e a ocupação do solo nas Microzonas de Densidade e Zonas Especiais têm como
condicionantes básicos as características físicas, a paisagem natural, a paisagem cultural e o patrimônio
arquitetônico, e os indicadores de infra-estrutura. Na análise das características físicas foram considerados
o tipo de solo com sua capacidade de absorção das águas pluviais e altura do lençol freático, e na
paisagem natural, por sua vez foram considerados os recursos hídricos, o relevo, a cobertura vegetal e as
áreas de preservação.

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A Lei de Uso e Ocupação do Solo se propõe regulamentar a utilização do território do Município,


com base nos preceitos normativos do PDDU-FOR, aprofundando e detalhando as normas de ocupação
para as Microzonas de Densidade e Zonas Especiais, classificação das atividades por porte e natureza, as
normas específicas para os usos considerados especiais e a classificação viária. As atividades foram
classificadas segundo o porte e sua natureza, e considerando suas afinidades foram unificadas formando
grupos e subgrupos.

Quanto ao sistema viário ampliou-se a classificação contida no PDDU-FOR, quais sejam: vias
expressas, arteriais, comerciais, coletoras e locais, com o desdobramento da via arterial, em arterial I e II.
Funcionalmente estas duas se assemelham, distinguindo-se pela dimensão de sua caixa e pela intensidade
de fluxo.

Este projeto de lei regulamenta a implantação das atividades no tecido urbano, no tocante aos
aspectos relativos à adequação de usos, normas e padrões de ocupação considerando as Microzonas de
Densidade, as Zonas Especiais e a classificação viária.

A implantação de indústrias, cujo processo de produção gere resíduos comprometedores ao meio


urbano, como também daquelas de grande porte, está restrita às duas áreas de uso exclusivamente
industrial: área ao sul do Município, contígua ao III Distrito Industrial e área ao norte, situada no
Mucuripe. Para o restante do território destinam-se os outros tipos de indústrias, cuja localização depende
do porte e da natureza da atividade, compatibilizada com as exigências oriundas da classificação do
sistema viário.

De maneira geral as atividades ocorrem no tecido urbano seguindo alguns pressupostos, assim é
que nas vias expressas são adequadas as atividades de grande porte; nas vias arteriais I são adequadas às
atividades de médio porte e nas vias arteriais II podem ser instaladas as atividades comerciais e de
serviços com portes menores. Nas vias coletoras é adequada a atividade residencial, com expansão
limitada de atividades de comércio e serviços. As vias comerciais sediam, preferencialmente, as
atividades de comércio e serviços, e se localizam nas Áreas de Urbanização Prioritária. À via local
adequa-se o uso residencial, com baixa incidência dos outros usos.

A implantação de quaisquer outras atividades de natureza nociva ou perigosa ao meio urbano


receberá análise específica quanto à possibilidade de localização e implantação no Município. Algumas
restrições ao uso e à ocupação do solo urbano decorrem da presença de equipamentos especiais no
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Município de Fortaleza, tais como: a estação terminal da Empresa Brasileira de Telecomunicações -


EMBRATEL, o terminal-rádio da Empresa de Telecomunicações do Ceará S.A. - TELECEARÁ, o Farol
do Mucuripe e os Aeródromos Pinto Martins e Alto da Balança. As limitações, embasadas em princípios
técnicos e asseguradas por legislações específicas, se fazem necessárias, para promover ao seguro e pleno
funcionamento dos equipamentos, como também ao bem-estar da população.

Estas legislações específicas controlam a altura das edificações situadas em faixas determinadas do
território municipal, e, no caso dos aeródromos, além de impor restrições ao gabarito de altura, impõe
também limitações no uso do solo, pela restrição de atividades em seu entorno.

Estas restrições de uso resultaram na definição de quatro Áreas Especiais Aeroportuárias - AEAs,
que se sobrepõem às Microzonas de Densidade nas áreas de influência dos Aeroportos Pinto Martins e
Alto da Balança, ditando seus padrões de ocupação. Por demandar um tratamento diferenciado, o uso e a
ocupação do solo nas Zonas Especiais, foram regulamentados de acordo com as seguintes diretrizes:

- Na Área de Preservação, "non aedificandi", permitir-se-ão apenas instalações relativas às


atividades, que por sua natureza e porte não comprometem a função dessa área, tais como: esportes ao ar
livre, excursionismo, pesca artesanal, esportes náuticos, florestamento e reflorestamento dando-se
prioridade às árvores frutíferas.

- Nas Áreas de Interesse Ambiental (dunas) e nas Áreas de Proteção, em função de suas
peculiaridades físicas, o presente projeto estabelece a baixa densidade populacional; a horizontalidade na
paisagem urbana, com o predomínio do uso residencial unifamiliar; o número restrito de atividades de
comércio e serviços de apoio ao uso residencial, com pequeno porte e baixo afluxo de transporte.

- Para a Orla Marítima, respeitadas as diferenças setoriais existentes, são propostos os usos
condizentes à sua vocação para o turismo e lazer.

- A Área da Faixa de Praia, subdividida em trechos, receberá tratamento diferenciado quando da


implantação do projeto urbanístico.

- A Área de Interesse Urbanístico da Praia de Iracema foi tratada em três setores de uso e ocupação
do solo. Foi enfatizada a preservação, a revitalização e a renovação da área com incentivos aos usos
habitacional, cultural, de lazer e de hotelaria. No aspecto relativo à preservação buscou-se a manutenção
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do ambiente, no tocante ao parcelamento do solo, à volumetria e às características das edificações e às


relações entre o espaço edificado e o espaço não edificado.

- Os "Campi" do Pici, do Itaperi e da Universidade de Fortaleza - UNIFOR, os Aeródromos Pinto


Martins e Alto da Balança e o Centro Administrativo Gov. Virgílio Távora, são Áreas Institucionais
inseridas no Município. Como Zonas Especiais requerem padrões específicos de ocupação, além de
soluções de acesso e circulação interna definidas em planos urbanísticos específicos.

- Nas Áreas de Urbanização Prioritária, onde se localizam as vias comerciais, incentiva-se o


adensamento das atividades de comércio e serviços dotando-as de infra-estrutura, através da utilização
preferencial dos diversos instrumentos de consecução da Política Urbana contidos no PDDU-FOR.

1.1. LEI Nº 7987 DE 23 DE DEZEMBRO DE 1996

Esta Lei dispõe sobre a divisão do Município em Microzonas de Densidade e Zonas Especiais,
regula o uso e a ocupação do solo considerando as características das zonas citadas, como também a
classificação viária, tendo em vista os seguintes objetivos:

I - a ordenação das funções da cidade através da utilização racional do território, dos recursos
naturais, e do uso dos sistemas viário e de transporte, quando do parcelamento do solo, da implantação e
do funcionamento das atividades industriais, comerciais, residenciais e de serviços;
II - a preservação e a proteção do ambiente natural e cultural;
III - a racionalização do uso da infra-estrutura instalada, inclusive sistema viário e transportes,
evitando sua sobrecarga ou ociosidade;
IV - a compatibilidade da densidade das atividades urbanas com as condições naturais, bem como
com a infra-estrutura instalada e projetada;
V - a intensificação do processo de ocupação do solo, à medida que houver ampliação da
capacidade da infra-estrutura preservando-se a qualidade de vida da coletividade;
VI - a compatibilidade do uso do solo à função da via garantindo a segurança, a fluidez, a
circulação, o conforto e as restrições físico-operacionais da mesma;
VII - o atendimento à função social da propriedade imobiliária urbana, preconizado na Constituição
Federal;

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VIII - o incentivo para as áreas com concentração e com tendência à concentração de atividades,
possibilitando o desenvolvimento de núcleos alternativos aos existentes, através da aplicação dos
instrumentos urbanísticos e fiscais.

Para efeito desta Lei, além das definições constantes de artigos posteriores, são adotadas as
seguintes definições:

I - ACESSO - é o dispositivo que permite a interligação projetos de infra-estrutura, projetos de edificações, bem
para veículos e pedestres entre: como a localização e o funcionamento de atividades;
a) logradouro público e propriedade privada;
b) propriedade privada e áreas de uso comum em VII - ANÁLISE de ORIENTAÇÃO PRÉVIA (AOP) - é
condomínio; o exame de um projeto de empreendimento ou de uma
c) logradouro público e espaço de uso comum em intenção de realização de atividade à luz das normas
condomínio; definidas pela lei, através da qual o Município fornece ao
interessado as diretrizes;
II - ACOSTAMENTO - é a parcela da área de plataforma
adjacente a pista de rolamento, objetivando: VIII - APARTAMENTO - é a unidade autônoma de
a) permitir que veículos em início de processo de moradia em prédio de habitação múltipla.
desgoverno retomem a direção correta;
b) proporcionar aos veículos acidentados, com defeitos, ou IX - APROVAÇÃO do PROJETO - é o ato
cujos motoristas fiquem incapacitados de continuar administrativo que precede ao licenciamento da
dirigindo, um local seguro para serem estacionados fora da construção;
trajetória dos demais veículos;
c) estimular os motoristas a usar a largura total da faixa X - ÁREA COBERTA - é a medida da superfície da
mais próxima ao meio-fio; projeção, em plano horizontal, de qualquer coberta da
edificação, nela incluída superfícies das projeções de
III - ACRÉSCIMO ou AMPLIAÇÃO - é a obra que paredes, pilares, marquises, beirais e demais componentes
resulta no aumento do volume ou da área construída total das fachadas;
da edificação existente;
XI - ÁREA COMUM: é a medida da superfície
IV - ALINHAMENTO - é a linha legal, traçada pelas constituída dos locais destinados a estacionamento em
autoridades municipais, que serve de limite entre o lote ou qualquer pavimento, lazer, pilotis, rampas de acesso,
gleba e o logradouro público; elevadores, circulações e depósitos comunitários,
apartamento de zelador, depósito de lixo, casa de gás,
V - ALTURA MÁXIMA da EDIFICAÇÃO - é a guarita, e subsolo quando destinado a estacionamento;
distância vertical tomada em meio da fachada, e o ponto
mais alto da cobertura, incluíndo as construções auxiliares, XII - ÁREA CONSTRUÍDA do PAVIMENTO - é a área
situadas acima do teto do último pavimento (caixa d'água, de construção de piso do pavimento, inclusive as ocupadas
casas de máquinas, halls de escadas) e os elementos de por paredes e pilares, incluindo-se as áreas comuns e
composição da referida fachada (platibandas e frontões), excluindo-se os vazios de poços de ventilação e
observando-se: iluminação;
a) relativamente ao afastamento das construções quanto ao
alinhamento com o logradouro - público, a altura será XIII - ÁREA CONSTRUÍDA TOTAL: é a soma das
contada a partir da cota altimétrica do passeio, no plano da áreas de pisos de todas as edificações principais e edículas,
fachada, coincidindo com o centro da mesma; inclusive as ocupadas por áreas comuns;
b) relativamente ao afastamento das construções, quanto as a) logradouro público e propriedade privada;
divisas laterais e de fundos, a altura será contada a partir b) propriedade privada e áreas de uso comum em
da cota altimétrica do terreno que coincidir com o centro condomínio;
da fachada correspondente. c) logradouro público e espaço de uso comum em
condomínio;
VI - ALVARÁ - é o documento que licencia a execução de
obras relativas a loteamentos, urbanização de áreas,

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XIV - ÁREA de ENCOSTA - é a área compreendida por partes correspondentes às paredes, pilares, jardineiras e
terrenos em cujo perímetro se observem declividades sacadas de até 0,90m (noventa centímetros) de largura;
superiores a 30% (trinta por cento);
XXVII - ÁREA VERDE - é o percentual da área objeto
XV - ÁREA LIVRE do LOTE - é a superfície do lote não de parcelamento destinada exclusivamente a praças,
ocupada pela projeção da edificação; parques, jardins para usufruto da população;

XVI - ÁREA "NON AEDIFICANDI" - é a área situada XXVIII - ATIVIDADES COMERCIAIS - são atividades
ao longo das águas correntes e dormentes, das faixas de econômicas que têm como função específica a troca de
ferrovias, rodovias e dutos bem como ao longo de bens;
equipamentos urbanos, definidas em leis federal, estadual
ou municipal onde não é permitido qualquer edificação; XXIX - ATIVIDADES INDUSTRIAIS - são atividades
voltadas para a extração, ou transformação de substâncias
XVII - ÁREA OCUPADA - é a superfície do lote ocupada ou produtos, em novos bens ou produtos;
pela projeção da edificação em plano horizontal, não sendo
computados para o cálculo dessa área, elementos XXX - ATIVIDADES INSTITUCIONAIS - são
componentes das fachadas, tais como: "brise-soleil", atividades voltadas para o aspecto social, cultural, artístico
jardineiras, marquises, pérgolas e beirais; e lazer instituídas por iniciativa do Poder Público ou
privado;
XVIII - ÁREA PARCIAL da UNIDADE: é a área
construida da unidade, inclusive as ocupadas por paredes e XXXI - ATIVIDADES RESIDENCIAIS - são atividades
pilares e excluido-se jardineiras e sacadas de até 0,90m correspondentes às formas de morar, em caráter
(noventa centímetros) de largura; permanente de pessoas ou grupos de pessoas;

XIX - ÁREA PARCIAL da EDIFICAÇÃO: é a soma XXXII - ATIVIDADES de SERVIÇOS - são atividades
das áreas parciais de todos os pavimentos de uma econômicas que têm como função específica a prestação
edificação; de serviços de qualquer natureza;
XX - ÁREA PARCIAL do PAVIMENTO: é a área
construida do pavimento, inclusive as ocupadas por XXXIII - ATIVIDADES URBO-AGRÁRIAS - são
paredes e pilares, excluindo-se as áreas comuns, os vazios atividades econômicas voltadas para a exploração do solo
de poços de ventilação e iluminação e jardineiras e sacadas com finalidade de atender as necessidades, quer seja de
de até 0,90m (noventa centímetros) de largura; matéria prima ou para subsistência;

XXI - ÁREAS PÚBLICAS - são áreas de loteamento XXXIV - BALANÇO - é o avanço da edificação ou de
destinadas à circulação, à implantação de equipamentos elementos da edificação sobre os recuos;
urbanos e comunitários bem como espaços livres de uso
público; XXXV - BANCA ou BARRACA - é o equipamento de
pequeno porte, móvel e de fácil remoção, para o exercício
XXII - ÁREA de RECUO - é a área de terreno não de atividades comerciais ou de serviços;
edificável, compreendida entre as divisas do terreno e os
alinhamentos dos recuos. XXXVI - BEIRA, BEIRAL OU BEIRADO - é o
prolongamento da coberta que sobressai das paredes
XXIII - ÁREA TOTAL de EDIFICAÇÃO - é a soma das externas de uma edificação;
áreas de piso de todos os pavimentos de uma edificação;
XXXVII - BICICLETÁRIO de CURTA DURAÇÂO - é
XXIV - ÁREA de USO COMUM - é a área edificada ou o estacionamento dotado de equipamento mínimo para
não, que se destina ao uso comum dos proprietários ou manter uma bicicleta em posição vertical e acorrentada.
ocupantes de uma gleba ou de uma edificação, constituídas
de unidades autônomas; XXXVIII - BICICLETÁRIO de LONGA DURAÇÂO -
é o estacionamento de bicicleta dotado de cobertura contra
XXV - ÁREA para USO INSTITUCIONAL - é o intempéries e com vigilância.
percentual da área objeto de parcelamento destinada
exclusivamente a implantação de equipamentos XXXIX - CAIXA CARROÇÁVEL ou de
comunitários para usufruto da população; ROLAMENTO - é a faixa da via destinada á circulação
de veículos, excluídos os passeios, os canteiros centrais e o
XXVI - ÁREA ÚTIL - é a superfície utilizável de área acostamento;
construída de uma parte ou de uma edificação, excluídas as

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XL - CALÇADA ou PASSEIO - é a parte do logradouro L - CICLOVIA - é a via destinada, única e


destinada ao trânsito de pedestres e de bicicletas quando exclusivamente, à circulação de biciclos ou seus
este for dotado de ciclofaixa, segregada e em nível equivalentes, não motorizados;
diferente à via, dotada quando possível de mobiliário
urbano, sinalização e vegetação; LI - CLASSE da ATIVIDADE - é a identificação da
atividade pelo porte e natureza;
XLI - CALÇADÃO - é a parte do logradouro público,
destinado ao pedestre e equipado de forma a impedir o LII - CLASSE da VIA - é a identificação da via pela sua
estacionamento e o trânsito de veículos, exceto quando função no sistema viário urbano do município, caixa
dotado de ciclo faixa, tendo por propósito oferecer carroçável e capacidade de fluxo de veículos.
condições adequadas à circulação e lazer da coletividade;
LIII - CÓDIGO da ATIVIDADE - é o código numérico
XLII - CAMPING - é o empreendimento destinado à baseado na codificação utilizada pelo IBGE para
atividade coletiva, turístico esportiva, provido dos identificação das atividades;
equipamentos necessários ao exercício da atividade de
acampamento; LIV - CORREDORES de TRÁFEGO - são consideradas
como corredores de tráfego nesta Lei as vias de intenso
XLIII - CANTEIRO CENTRAL - é o espaço fluxo, de classificação funcional expressa, arterial ou
compreendido entre os bordos internos das pistas de coletora.
rolamento, objetivando separá-las física, operacional,
psicológica e esteticamente; LV - COTA - é a indicação ou registro numérico de
dimensões: medida;
XLIV - CANTEIRO LATERAL - é o espaço
compreendido entre os bordos externos das pistas LVI - CURVAS de NÍVEL de RUÍDO - são linhas
expressas e o bordo interno da pista coletora objetivando traçadas a partir dos pontos nos quais o nível de incômodo
separá-las física, operacional, psicológica e esteticamente; de ruído é igual a um valor pré-determinado e especificado
pelo Departamento de Aviação Civil (D.A.C.) medidos em
XLV - CARACTERÍSTICAS da EDIFICAÇÃO - são I.P.R. (Índice Ponderado de Ruído), em função da
os elementos que configuram e distinguem uma edificação, utilização prevista para o aeródromo;
tais como: material empregado, forma e desenho, detalhes
de fachadas, sacadas, balcões, volumetria, saliências e LVII - DELIMITAÇÃO - é o processo através do qual o
reentrâncias; Executivo Municipal estabelece o perímetro de áreas do
território (para fins administrativos, de planejamento ou
XLVI - CASA - é a edificação organizada e dimensionada estabelecimento de normas);
para o exercício de atividade uni residencial;
LVIII - DENSIDADE na MICROZONA - é a relação
XLVII - CASA em SÉRIE - são edificações destinadas à entre o número de habitantes e sua área total, inclusive
atividade residencial, construídas em sequência, sem ruas, áreas verdes e institucionais;
interrupção, constituindo no seu aspecto externo, uma
unidade arquitetônica homogênea, cada uma das quais LIX - DENSIDADE na QUADRA - é a relação entre o
dispondo de acessos exclusivos para o logradouro público número de habitantes e sua área total.
ou particular;
LX - DIVISA - é a linha limitrofe de um terreno;
XLVIII - CASAS GEMINADAS - são edificações
destinadas a duas unidades domiciliares residenciais, cada LXI - DUPLEX - é a unidade residencial constituida de
uma das quais dispondo de acessos exclusivos para o dois pavimentos;
logradouro, constituíndo-se, no seu aspecto externo, uma
unidade arquitetônica homogênea, com pelo menos uma LXII - EDIFICAÇÃO - é a construção acima, no nível ou
das seguintes características: abaixo da superfície de um terreno, de estruturas físicas
a) paredes externas total ou parcialmente contíguas ou que possibilitem a instalação e o exercício de atividades;
comuns, em um ou dois lotes;
b) superposição total ou parcial de pisos em um só lote; LXIII - EIXO da VIA - é a linha imaginária que,
passando pelo centro da via, é eqüidistante aos
XLIX - CICLOFAIXA - é a faixa exclusiva para alinhamentos;
bicicletas nas calçadas, passeios e calçadões ou contíguas
às vias de circulação; LXIV - EQUIPAMENTO de USO INSTITUCIONAL -
são espaços, estabelecimentos ou instalações destinados
aos usos dos setores de saneamento, abastecimento,
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assistência social, atividade religiosa, cultura, lazer, LXXV - FRAÇÃO do LOTE - é o índice utilizado para o
esporte, transporte, segurança, quer do domínio público ou cálculo do número máximo de unidades destinadas a
privado, além dos equipamentos para a administração habitação ou ao comércio e serviço no lote;
governamental;
LXXVI - FRENTE (do lote ou terreno) - é a divisa do
LXV - EQUIPAMENTOS COMUNITÁRIOS - são terreno lindeira com o(s) logradouro(s) público(s), ou
espaços destinados a: reconhecido como tal.
a) Campos de esporte e "play-grounds" abertos à utilização
pública gratuíta e restrita; LXXVII - FUNDO de TERRENO - é a divisa oposta à
b) Edificações e instalações destinadas a atividades de frente do lote.
assistência médica e sanitária,
promoção de assistência social, educação, abastecimento, LXXVIII - GALERIA - é o espaço de livre acesso
cultura, esporte e lazer da administração direta do poder público para circulação de pedestres, coberto por marquise
público ou com ela conveniada; ou laje do pavimento imediatamente superior, podendo, em
casos especiais, dar acesso a veículos de serviço e/ou
LXVI - EQUIPAMENTO de IMPACTO - são acesso a estacionamento;
empreendimentos públicos ou privados que representem
uma excepcional sobrecarga na capacidade da infra- LXXIX - GLEBA - é o terreno que ainda não foi objeto de
estrutura urbana ou ainda que provoquem dano ao meio parcelamento, sob qualquer forma;
ambiente natural ou construído;
LXXX - GRUPOS de USO - é o conjunto de usos que
LXVII - EQUIPAMENTOS URBANOS - são aqueles possuem características comuns, e são divididos em
destinados à prestação dos serviços de abastecimento subgrupos que reunem atividades afins. Os grupos de uso
d'água, esgotamento sanitário e pluvial, energia elétrica, são: Grupo Residencial, Grupo Comercial, Grupo de
rede telefônica e gás canalizado; Serviço, Grupo de Comércio e Serviço, Grupo
Institucional, Grupo Industrial, Grupo Urbo-Agrário;
LXVIII - ESCALA - é a relação entre as dimensões do
desenho e o que ele representa; LXXXI - HABITAÇÃO (Domicílio) - é a edificação
destinada á moradia;
LXIX - ESTACIONAMENTO - é o espaço público ou
privado destinado à guarda ou estacionamento de veículos, LXXXII - HABITE-SE - é o documento fornecido pela
constituído pelas áreas de vagas e circulação; municipalidade autorizando a utilização da edificação;

LXX - FAIXA de ALTITUDE em RELAÇÃO ao LXXXIII - INDICADORES URBANOS - são taxas,


FAROL - FAIXA de VISADA - é a área na qual existe quocientes, índices e outros indicadores com o objetivo de
limitação de gabarito de altura, para fins de proteção à disciplinar a implantação de atividades e empreendimentos
navegação; no município;

LXXI - FAIXA de DOMÍNIO de VIAS - é a área que LXXXIV - ÍNDICE de APROVEITAMENTO - é o


compreende a largura ou caixa da via acrescida da área quociente entre a área parcial de todos os pavimentos do
"non aedificandi"; edifício e a área total do terreno;

LXXII - FAIXA de PROPAGAÇÃO para LXXXV - LARGURA de uma VIA - é a distância entre
TELECOMUNICAÇÕES - é o conjunto de áreas nas os alinhamentos da via;
quais existe limitação de gabarito de altura para fins de
proteção dos feixes de microondas e dos enlaces radio- LXXXVI - LINDEIRO - é o que se limita ou é limítrofe;
elétricos;
LXXXVII - LOGRADOURO PÚBLICO - é o espaço
LXXIII - FAIXA de PROTEÇÃO da GALERIA de livre, reconhecido pela municipalidade, destinado ao
DRENAGEM - é a área "non-aedificandi" que trânsito, tráfego, comunicação ou lazer públicos;
compreende a largura da galeria de drenagem acrescida da
área de proteção; LXXXVIII - LOTE - é a parcela de terreno contida em
uma quadra, resultante de loteamento ou de
LXXIV - FICHA TÉCNICA - é o documento emitido desmembramento, com pelo menos uma das divisas
pela Administração informando a situação urbanística para lindeira à via pública;
determinado imóvel ou empreendimento;
LXXXIX - MARQUISE - é a coberta em balanço
aplicada às fachadas de um edifício;
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CI - PÉ DIREITO - é a distância vertical entre o piso e


XC - MEIO FIO - é a linha composta de blocos de teto de um compartimento;
cantaria ou concreto que separa o passeio da faixa de
rolamento ou do acostamento; CII - PEQUENA OBRA - é a construção, reforma ou
ampliação de empreendimento com porte de até 40,00m²
XCI - MEZANINO - é a laje de piso situada em nível (quarenta metros quadrados), admitida, com
intermediário entre o piso e o teto de um pavimento, cuja responsabilidade técnica, a execução de laje, devendo o
projeção ocupa no máximo 50% (cinquenta por cento) da pedido de licença ser instruído com plantas de localização
área do pavimento onde se situa; e situação, observadas as demais disposições desta Lei e
do Código de Obras e Posturas em vigor;
XCII - MOBILIÁRIO URBANO - é o equipamento
urbano, público, destinado ao uso da população, localizado CIII - PLANO de ZONA de PROTEÇÃO - é o
em logradouros públicos e que visem proporcionar um documento normativo do Ministério da Aeronáutica, que
maior nível de conforto, de segurança e urbanidade á estabelece as restrições impostas à ocupação das
população usuária, tais como: abrigos e paradas de ônibus, propriedades dentro da zona de um determinado aeroporto;
lixeiras, bancos, cabines telefônicas e policiais, caixas de
coletas de correspondência, equipamentos de fisicultura e CIV - PLANO de ZONA de RUÍDO - é o documento
de lazer, hidrantes; normativo do Ministério da Aeronáutica que estabelece
restrições ao parcelamento e uso do solo nas áreas
XCIII - MUDANÇA DE USO - é a alteração de uso dado definidas pelas curvas de nível de ruído 1 e 2;
a um imóvel incorrendo ou não em alteração física do
mesmo; CV - PLAY-GROUND - é a área destinada para fins
recreacionais, não podendo estar localizada em subsolo;
XCIV - NIVELAMENTO - é a fixação da cota
correspondente aos diversos pontos característicos da via CVI - PORTE da ATIVIDADE - é a característica da
urbana, a ser observada por todas as construções no seus edificação ou terreno no qual a atividade está implantada,
limites com o domínio público (alinhamento); considerando, cumulativa ou separadamente, sua área
construída, a dimensão do lote, a capacidade ou a lotação;
XCV - ORDENAMENTO do USO e da OCUPAÇÃO
do SOLO - é o processo de intervenção do Poder Público CVII - PROFUNDIDADE do LOTE - é a distância
visando orientar e disciplinar a implantação de atividades e média entre a frente e o fundo do lote;
empreendimentos no território do município, com vistas a
objetivos de natureza sócio-econômica, cultural, CVIII - PROJETO - é o plano geral de edificações, de
administrativa; parcelamentos ou de outras obras quaisquer;

XCVI- PÁTIO ABERTO - é o espaço descoberto, para o CIX - PROJETO URBANÍSTICO - é o projeto
qual está voltada apenas uma face do edifício, sem desenvolvido para determinada área urbana, mediante a
possibilidade de unir à face ou faces de outros edifícios prévia aprovação do Município, considerando, entre outros
vizinhos; os seguintes aspectos:
a) revitalização do espaço urbano;
XCVII - PÁTIO FECHADO - é o espaço descoberto, b) criação de áreas e equipamentos de uso público;
limitado por quatro paredes do mesmo edifício, ou quando c) preservação de edificações e espaços de valor histórico;
limitado por duas ou três paredes do mesmo edifício possa d) definições dos usos;
vir a ter como limite uma parede do edifício vizinho; e) definição do sistema de circulação;
f) reserva de áreas para alargamento do sistema viário;
XCVIII - PAVIMENTO - é o espaço da edificação, g) reserva de área para estacionamento e terminais de
fechado ou vazado, compreendido entre dois pisos transporte público;
sucessivos ou entre um piso e a cobertura;
CX - REENTRÂNCIA - é a área para a qual o mesmo
XCIX - PAVIMENTO TÉRREO - é o pavimento edifício tem três faces, ou quando embora limitado por
definido pelo projeto, cujo piso não fique acima de 1,00m duas faces do mesmo edifício, possa a vir a ter uma
(um metro) em relação ao ponto médio do(s) passeio(s) terceira formada pela parede do edifício vizinho;
do(s) logradouro(s) que lhe(s) sejam lindeiro(s);
CXI - RECUO - é a distância medida entre o limite
C - PAVIMENTO TIPO - são pavimentos com a mesma externo da projeção da edificação no plano horizontal, e a
planta que se repetem na edificação; divisa do lote. O recuo de frente é medido com relação ao
alinhamento ou, quando se trata de lote lindeiro a mais de

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um logradouro público a todos os alinhamentos. Os recuos CXXII - UNIDADE AUTÔNOMA - é a parte da


são definidos: edificação vinculada a uma fração ideal de terreno, sujeita
a) por linhas paralelas às divisas do lote, ressalvada a às limitações da lei, constituída de dependências e
execução de balanço, marquises, instalações de uso privativo e de parcela das dependências
beirais, e elementos componentes de fachada, em e instalações de uso comum da edificação destinada a fins
edificações, nos casos previstos em lei; residenciais ou não, assinaladas por designação especial
b) no caso de lotes irregulares. numérica ou alfabética, para efeitos de identificação e
discriminação;
CXII - REFORMA - são serviços ou obras que
impliquem em modificações na estrutura da construção, CXXIII - URBANIZAÇÃO - é o processo de
nos compartimentos ou no número de pavimentos da incorporação de áreas ao tecido urbano, seja através da
edificação, podendo haver ou não alteração da área implantação de unidades imobiliárias, seja através da
edificada; implantação de sistemas e instalação de infraestrutura;

CXIII - REPAROS GERAIS - são obras destinadas, CXXIV - USO ADEQUADO - é o uso compatível às
exclusivamente, a conservar e estabilizar a edificação e características estabelecidas para a via na microzona de
que não impliquem em alteração nas dimensões dos densidade ou para a zona especial;
espaços, admitida, com responsabilidade
técnica, a execução de laje até o limite de 40,00m² CXXV - USO INADEQUADO - é o uso incompatível às
(quarenta metros quadrados); características estabelecidas para a via na microzona de
densidade ou para a zona especial;
CXIV - REURBANIZAÇÃO - é o processo pelo qual
uma área urbanizada sofre modificações que substituem, CXXVI - USO do SOLO - é o resultado de toda e
total ou parcialmente, suas primitivas estruturas físicas e qualquer atividade, que implique em dominação ou
urbanísticas; apropriação de um espaço ou terreno;

CXV - SUB-GRUPO de ATIVIDADES - é o conjunto de CXXVII - VARANDA - é um terraço coberto;


atividades afins, cada uma compreendendo várias classes;
CXXVIII - VAGA de VEÍCULOS - é o espaço destinado
CXVI - SUBSOLO - são pavimentos, enterrados ou semi- ao estacionamento do veículo;
enterrados, situados abaixo do pavimento térreo;
CXXIX - VEÍCULOS - são meios de condução, e podem
CXVII - TAXA de OCUPAÇÃO - é a percentagem da ser classificados em motorizados e não motorizados,
área do terreno ocupada pela projeção da edificação no tipificados conforme o Código Nacional de Trânsito em
plano horizontal, não sendo computados nesta projeção os vigor;
elementos componentes das fachadas, tais como: brises,
jardineiras, marquises, pérgolas e beirais; CXXX - VIA de CIRCULAÇÃO - é o espaço organizado
para a circulação de veículos, motorizados ou não,
CXVIII - TAXA de OCUPAÇÃO do SUBSOLO: é a pedestres e animais, compreendendo a pista de rolamento,
percentagem da área do terreno ocupada pela maior área o passeio, o acostamento e canteiro central;
de pavimento de subsolo;
CXXXI - VISTORIA - é a inspeção efetuada pelo Poder
CXIX - TAXA de PERMEABILIDADE - é a relação Público com objetivo de verificar as condições exigidas
entre a parte do lote ou gleba que permite a infiltração de em lei para uma obra, edificação, arruamento, ou
água, permanecendo totalmente livre de qualquer atividade;
edificação e a área total dos mesmos;
CXXXII - ZONA de PROTEÇÃO de AERÓDROMOS
CXX -TERRENO IRREGULAR - é aquele cujas divisas - é o conjunto de áreas nas quais o parcelamento, o uso e a
não formam entre si quatro ângulos iguais de 90º graus. ocupação do solo sofrem restrições, definido pelos
seguintes planos:
CXXI - TESTADA - é a distância horizontal, medida no a) Plano de Zona de Proteção de Aeródromos;
alinhamento, entre as divisas laterais do lote. b) Plano de Zoneamento de Ruído.

O parcelamento, o uso e a ocupação de terrenos localizados no Município dependerão de prévia


autorização do órgão municipal competente. Todas as atividades a serem desenvolvidas no Município
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devem ocorrer sem riscos de causar poluição sonora e visual, poluição do ar, da água, do solo e do
subsolo. Para os efeitos desta Lei, considera-se poluição a presença, o lançamento e a liberação de toda e
qualquer forma de matéria ou energia, capaz de tornar ou vir a tornar, as águas, o ar, o solo e o subsolo:

I - impróprios, nocivos ou ofensivos à saúde;


II - inconvenientes ao bem estar público;
III - danosos à fauna e à flora;
IV - prejudiciais à segurança, ao uso e ao gozo da propriedade e, às atividades normais da comunidade.

Segundo o artigo 14 e 15 desta lei, os terrenos ou glebas a serem edificados ou ocupados devem ser
resultantes de parcelamento do solo, aprovado pelo Município ou regularizado com base no Decreto Nº
5185, de 28 de setembro de 1978, publicado no DOM, de 16 de outubro de 1978. A ocupação de terrenos
ou glebas não resultantes de parcelamento aprovado ou regularizado nos termos da legislação é admitida
quando atender cumulativamente às seguintes condições:

a) correspondam às dimensões especificadas no título de propriedade desde que não ultrapasse a


dimensão máxima de quadra estabelecida em lei;
b) façam frente para logradouro público constante de planta do sistema cartográfico municipal, ou aquele
reconhecido pelo órgão municipal competente;
c) sejam destinados à construção de uma única unidade imobiliária não integrante de qualquer
empreendimento incorporativo.

Mesmo atendendo às condições fixadas neste artigo, não será admitida a ocupação, quando se
tratarem de:
a) áreas não saneadas que tenham resultado de aterros com materiais nocivos à saúde pública;
b) áreas não drenadas, sujeitas a alagamentos e inundações;
c) áreas definidas na legislação, como de preservação ecológica ou de recursos hídricos.

Já o artigo 19 traz em seu texto que, quando um empreendimento se destinar ao funcionamento de


várias atividades, sua implantação será admitida se atender cumulativamente às seguintes condições:
a) todas as atividades deverão ser adequadas à zona;
b) todas as atividades deverão ser adequadas à via;

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c) os indicadores urbanos, as normas e restrições que incidirão sobre o empreendimento são os relativos a
atividade com maiores exigências.

O enquadramento do empreendimento no subgrupo de uso, será relativo a atividade que maior


impacto causar ao meio urbano.

Deve-se observar que quando um empreendimento se situar em terreno voltado para mais de uma
via, a sua implantação deverá observar as seguintes condições:
a) atender os indicadores urbanos, normas e restrições para todas as atividades do empreendimento
relativos a cada via limítrofe ao terreno;
b) se o empreendimento for inadequado a alguma via da qual o terreno é limítrofe, aplica-se os
indicadores urbanos, normas e restrições relativos à via com maiores exigências.
c) os acessos de entradas e saídas de veículos do empreendimento devem localizar-se na via de menor
classificação funcional;

Já as atividades industriais classificadas como adequadas ao meio urbano, podem ser implantadas
em todo o Município, ressalvadas as restrições contidas nesta Lei.

1.2. NORMAS DE OCUPAÇÃO

A ocupação dos terrenos deverá respeitar as seguintes normas:

I - nas edificações com mais de quatro pavimentos as medidas de todos os recuos deverão ser acrescidas
de 20cm (vinte centímetros) por pavimento que excederem ao quarto, medidos a partir do térreo;
II - nas edificações com mais de dez pavimentos as medidas de todos os recuos, a partir do térreo,
deverão observar a relação de 14% (quatorze por cento) da altura máxima da edificação;
III - em todos os pavimentos a distância mínima entre blocos deverá ser igual ou superior a duas vezes o
recuo lateral exigido considerando os acréscimos decorrentes da verticalização, para a classe do subgrupo
de uso.

Na aplicação dos parâmetros estabelecidos nos incisos I e II deste artigo deverão ser respeitadas as
alturas máximas de 13,00m (treze metros) para o piso do quarto pavimento e de 30,00m (trinta metros)
para o piso do décimo pavimento.

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Será permitido balanço de 1,00m (um metro), observada a altura mínima de 3,00m (três metros) do
nível do piso do pavimento por onde existe acesso quando o recuo de frente for maior que 3,00m (tres
metros). No caso do recuo ser igual ou superior a 7,00m (sete metros), o balanço poderá ser de 2,00m
(dois metros).

Será permitida a projeção em até 90cm (noventa centímetros) de elementos componentes das
fachadas, compreendendo: brises, pérgolas, jardineiras e similares, quando os recuos obrigatórios, laterais
e de fundos forem superiores a 5,00m (cinco metros).

Os recuos laterais obrigatórios poderão sofrer uma redução de até 50% (cinqüenta por cento), numa
extensão máxima de 1/3 (um terço) da profundidade do lote, desde que ocupados por escadas, elevadores,
rampas, lixeiras e circulações comunitárias. Em se tratando de lotes com profundidade superior a 50,00m
(cinqüenta metros), os recuos laterais poderão sofrer a mesma redução de que trata este artigo, desde que
não ultrapasse a extensão máxima de 18,00m (dezoito metros).

Nas edificações com recuo lateral inferior a 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) fica proibida
a construção de portas, janelas, terraços, varandas e cobertas que despejem águas nos terrenos lindeiros.
Em qualquer pavimento acima do térreo, quando a edificação encostar na lateral e houver terraços ou
pavimento de transição, será obrigatória a vedação para o vizinho localizada a no mínimo 1,50m (um
metro e cinquenta centímetros) da divisa.

Será obrigatório o uso de elevadores nas edificações em desenvolvimento vertical que possuam
lajes de piso acima da cota de 13,00 m (treze metros), contados a partir do nível médio do passeio por
onde existe acesso.

1.3. NORMAS GERAIS PARA O USO E A OCUPAÇÃO DO SOLO

Qualquer parcelamento do solo deverá ser submetido à análise do Instituto de Planejamento do


Município - IPLAM, a fim de receber diretrizes para o seu projeto, obedecendo o disposto na Lei nº 5122-
A, de 13 de março de 1979, e suas posteriores alterações.

As condições de ocupação de cada Setor devem observar a taxa de permeabilidade, a taxa de


ocupação, a fração do lote, o índice de aproveitamento, e a altura máxima da edificação, contidos no
Anexo 5, Tabela 5.2 - Indicadores Urbanos da Ocupação nas Zonas Especiais, parte integrante desta Lei.
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Os recuos exigidos para os subgrupos de uso e respectivas classes, conforme sua adequação a cada
Setor, são os constantes da Tabela abaixo:

FONTE: LEI Nº. 7.987 de 23 de dezembro de 1996.

Nos lotes com testada de até 8,00m (oito metros), é permitido encostar a edificação nas duas
laterais, respeitados os recuos de frente e fundos, o índice de aproveitamento, a taxa de ocupação, a taxa
de permeabilidade e as condições mínimas de ventilação e iluminação dos compartimentos. O nível de
laje do teto do último pavimento encostado nas laterais não poderá ultrapassar a cota de 7,00m (sete
metros), contados do nível mais baixo do passeio por onde existe acesso.Quando a laje de teto do
pavimento encostado for inclinada e servir de suporte à coberta, a altura a que se refere o parágrafo
anterior será o ponto mais baixo desta laje.

Nos lotes com testada entre 8,01 (oito metros e um centímetro), e 12,00m (doze metros), é
permitido encostar o pavimento térreo da edificação nas duas laterais, respeitados os recuos de frente e
fundos, o índice de aproveitamento, a taxa de ocupação, a taxa de permeabilidade e as condições mínimas
de ventilação e iluminação dos compartimentos.

Nos lotes com testada entre 8,01m (oito metros e um centímetro), e 12,00m (doze metros), acima do
pavimento térreo, é permitido encostar a edificação em apenas uma das divisas laterais, para os subgrupos
de uso - Residencial classe R-1 e Hospedagem. O nível da laje de teto do último pavimento encostado na
lateral não poderá ultrapassar a cota de 7,00m (sete metros), contados do nível mais baixo do passeio por
onde existe acesso. Quando a laje de teto do pavimento encostado for inclinada e servir de suporte à
coberta, a altura a que se refere o parágrafo anterior será o ponto mais baixo desta laje.

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Nos lotes com testadas acima dos 12,00m (doze metros), no pavimento térreo é permitido encostar a
edificação nas laterais, para os subgrupos de uso Residencial - classe R-1 e M-1 e subgrupo de uso
Hospedagem - H, respeitados os recuos de frente e fundos, o índice de aproveitamento, a taxa de
ocupação, a taxa de permeabilidade e as condições mínimas de ventilação e iluminação dos
compartimentos. No pavimento acima do térreo, é permitido encostar nas divisas laterais, numa extensão
de 7,00m (sete metros), apenas para a atividade residencial, classe R-1, respeitados os recuos de frente e
fundos. O nível de laje de teto do pavimento a encostado nas laterais não poderá ultrapassar a cota de
7,00m (sete metros), contados do nível mais baixo do passeio por onde existe acesso. Quando a laje de
teto do pavimento encostado for inclinada e servir de suporte à coberta, a altura a que se refere o
parágrafo anterior será o ponto mais baixo desta laje.

1.4. DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

O processo administrativo referente a obras em geral, principalmente quanto à aprovação de


projetos e licenciamento de construções, será regulamentado pelo Executivo Municipal, observadas as
seguintes normas gerais:

I - declaração municipal informativa da legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo, incidente na


microzona ou zona especial, vigorantes na data de sua expedição;
II - instituição de expediente administrativo para o procedimento, expedição e o registro dos seguintes
atos:
a) análise de viabilidade da implantação do empreendimento em consonância com o estabelecido
nesta Lei, vigorante na microzona ou zona especial da situação da gleba ou lote de terreno onde se
pretenda construir;
b) aprovação do projeto e licenciamento da construção ou empreendimento;
c) vistoria da construção ou empreendimento e concessão do "habite-se".
III - estabelecimento de prazos máximos de validade para os atos referidos no inciso II - "a" e "b" e o
número máximo de prorrogações de sua validade, quando for o caso, bem como dos efeitos da caducidade
dos mesmos atos;
IV - adoção de documentos e gráficos padronizados, adequados à instrução do expediente administrativo
referido no inciso II e ao registro de informações junto ao Sistema Municipal de Planejamento, pelas
unidades técnicas de informações dos órgãos municipais competentes.

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O processo administrativo para aprovação de parcelamento do solo será regulamentado pelo


executivo municipal, quanto aos procedimentos e atos específicos, observadas no que couber, as normas
gerais constantes do artigo anterior.

As obras, cujo licenciamento de construção haja sido concedido anteriormente à data da vigência
desta Lei, deverão ser iniciadas no prazo de validade do licenciamento, sob pena de caducidade. Não se
aplica o disposto neste artigo às obras cujo inicio ficar, comprovadamente, na dependência de ação
judicial para retomada do imóvel ou para a sua regularização jurídica, desde que proposta no prazo,
dentro do qual deveriam ser iniciadas, podendo ser revalidado o licenciamento de construção tantas vezes
quantas forem necessárias.

Os processos administrativos, à exceção da Análise de Orientação Prévia - AOP, cujos


requerimentos vierem a ser protocolados até 60 (sessenta) dias após a data da publicação desta Lei, à
opção do interessado, poderão reger-se pela legislação anterior.

Os empreendimentos e atividades já instalados, que não se enquadrarem nas classes adequadas nesta
Lei, terão um prazo máximo de funcionamento de 05 (cinco) anos, contados da data de sua publicação.

Os empreendimentos e atividades com uso inadequado terão alvarás expedidos a título precário,
mediante requerimento do interessado, com validade de 01(um) ano, renovável por períodos não
superiores a 12 (doze) meses, respeitado o prazo máximo estabelecido neste artigo. (Com redação dada
pelo Art. 9º da Lei nº 8161, de 01 de junho de 1998 e renumerado pelo mesmo artigo.)

Vencido o prazo máximo previsto neste artigo, serão interditados os estabelecimentos, cujas
atividades estejam em desacordo com o disposto nesta Lei. (Com redação dada pelo Art. 9º da Lei nº
8161, de 01 de junho de 1998 e renumerado pelo mesmo artigo.)

Durante o prazo máximo de que trata este artigo e mantido o uso inadequado, não serão permitidas
ampliações, reparos gerais e modificações das edificações, ressalvadas as reformas consideradas
essenciais à segurança e à higiene dos prédios, instalações e equipamentos, de acordo com projeto
previamente aprovado pelo órgão competente do Município. (Com redação dada pelo Art. 9º da Lei nº
8161, de 01 de junho de 1998 e renumerado pelo mesmo artigo.)

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Os casos omissos da presente Lei serão dirimidos pelo Chefe do Poder Executivo Municipal, após
ouvida a Comissão Permanente de Avaliação do Plano Diretor-CPPD. Caberá ao Superintendente do
Instituto de Planejamento do Município – IPLAM regulamentar o procedimento administrativo da Análise
de Orientação Prévia - AOP, a que se refere o art. 165 desta Lei, fixando os prazos de tramitação do
processo e de validade da AOP. O Poder Executivo divulgará, de forma ampla e didática o conteúdo desta
Lei visando o acesso da população aos instrumentos de política urbana que orientam a produção e
organização do espaço habitado.

FIGURA 01: Identificação das divisas dos lotes ou terrenos.


FONTE: LEI Nº. 7.987 de 23 de dezembro de 1996.

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2. PLANO DIRETOR

Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano é uma peça fundamental e deve estabelecer princípios,
objetivos, estratégias e diretrizes gerais, que venham a promover o desenvolvimento ordenado das
funções sociais, o uso socialmente justo e equilibrado do território, o direito à moradia e aos serviços
urbanos, dentre outros.

2.1. OBJETIVOS E DIRETRIZES DE UM PLANO DIRETOR

O Plano Diretor tem como principais objetivos considerar, no processo de planejamento e execução
das políticas públicas, a integração social, econômica, ambiental e territorial do Município e da Região
Metropolitana, construindo um sistema democrático e participativo de planejamento e gestão da cidade.

Ele também regula o uso, a ocupação e o parcelamento do solo urbano a partir da capacidade de
suporte do meio físico, da infraestrutura de saneamento ambiental e das características do sistema viário,
combatendo a especulação imobiliária, sem esquecer-se de preservar e conservar o patrimônio cultural de
interesse artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e os principais marcos da paisagem urbana.

É importante salientar a ampliação da oferta de áreas para a produção habitacional de interesse


social com qualidade, dirigida aos segmentos de baixa renda, promovendo a urbanização e a regularização
fundiária das áreas irregulares ocupadas por população de baixa renda.

Cita-se inclusive a indução da utilização de imóveis não edificados, não utilizados e subutilizados e
a promoção da acessibilidade e a mobilidade universal, garantindo o acesso de todos os cidadãos a
qualquer ponto do território, através da rede viária e do sistema de transporte coletivo.

As diretrizes que norteiam esta política de habitação e regularização fundiária acreditam que o
desenvolvimento equilibrado do território deverá ser alcançado através da democratização do acesso à
terra urbana e à moradia digna a todos os habitantes da cidade e, em especial, à população de baixa renda,
com melhoria das condições de habitabilidade, acessibilidade, preservação ambiental, qualificação dos
espaços urbanos e oferta de serviços públicos.

Para tanto se faz necessária à articulação entre a política de habitação e regularização fundiária com
as demais políticas setoriais na efetivação de políticas públicas inclusivas, com atenção especial aos
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grupos sociais vulneráveis, sempre respeitando às normas e os princípios de proteção dos direitos
humanos e fundamentais, em especial o direito social à moradia, garantindo a adequação cultural, social,
econômica, ambiental e urbanística da política habitacional.

A iniciativa privada deverá estimular à produção de habitação voltada para o mercado popular,
prioritariamente em zonas dotadas de infraestrutura, devendo ser estimulado o desenvolvimento e à
utilização de processos tecnológicos que garantam a melhoria da qualidade construtiva, a adequação
ambiental, a acessibilidade e a redução dos custos da produção habitacional.

A fim de atender a necessidade e a utilidade de terras públicas é necessária a identificação das áreas
e edifícios públicos, implantando e mantendo atualizado em um sistema de informações geográficas
(SIG).

Almejando êxito em garantir a moradia poderá ser realizada concessão de terras públicas, de forma
gratuita, para fins de habitação e regularização fundiária, destinando-se à:
I - utilização da terra para fins de moradia de interesse social;
I - utilização da terra para fins de subsistência;
II - construção de obras ou instalação de serviços públicos de interesse social e equipamentos
sociais.
Ressalta-se que a nenhum concessionário será concedido gratuitamente o uso de mais de 1 (um) lote
de terreno público, independentemente de sua dimensão.
Serão concedidas, de forma onerosa, terras públicas para a exploração econômica com fins
lucrativos nos seguintes casos:
I - edificações e uso para fins comerciais e de serviços;
I - implantação de indústrias;
II - exploração hortifrutigranjeira.

2.2. A CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

É necessário que seja regularizado o uso e ocupação do solo, para que não haja detrimentos dos
locais onde as habitações serão construídas, garantindo um ambiente saudável para as futuras gerações,
para tanto é necessário à preservação, conservação, recuperação e uso sustentável dos ecossistemas e
recursos naturais, sem esquecer a compatibilização do desenvolvimento econômico, social, cultural,
étnico e dos saberes tradicionais com a preservação e conservação dos sistemas socioambientais,
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promovendo políticas de desenvolvimento sustentável para a cidade.

Ações estratégicas podem ser implementadas nos municípios para a regulação do uso e ocupação do
solo no âmbito da política de meio ambiente, tais como:
I - elaborar a Agenda 21 do Município, entendida como um processo de planejamento participativo,
com a mobilização de todos os segmentos da sociedade, que diagnostica e analisa a situação do Município
e estabelece uma estratégia de ação, baseada em compromissos de mudanças, democratização e
descentralização;
II - realizar inventário das fontes de poluição, de contaminantes e de seus níveis de risco nos
diferentes sistemas ambientais e nas bacias hidrográficas que drenam o Município, vinculando-o ao SIM;
III - criar incentivos para o reflorestamento das áreas de matas ciliares com espécies nativas e/ou
compatíveis componentes do revestimento vegetal primário;
IV - promover o zoneamento ecológico-econômico do Município para subsidiar a regulação do uso
e ocupação do solo e o gerenciamento das unidades de conservação já estabelecidas ou em fase de
implementação;
V - garantir a participação dos moradores do entorno dos empreendimentos passíveis de
licenciamento ambiental, classificados como Empreendimentos Geradores de Impactos, conforme dispõe
o art. 197, nas discussões sobre sua viabilidade, através de audiências públicas;
VI - promover ações conjuntas entre os órgãos ambientais e a vigilância sanitária e ambiental.

2.3. POLÍTICA DE DEFESA CIVIL, MOBILIDADE, ACESSIBILIDADE E CIRCULAÇÃO

A Coordenadoria de Defesa Civil de Fortaleza precisa atuar nas ações preventivas, corretivas e
emergenciais, particularmente junto à população mais carente que ocupa áreas de risco.

Deverá ser realizada a definição de normas, políticas, planos e procedimentos que visem, em caráter
permanente, à prevenção, redução e erradicação de risco ambiental, o socorro e a assistência à população
e a recuperação de áreas quando ameaçadas ou afetadas por fatores adversos, sejam naturais ou
antrópicos, considerando as especificidades de cada ocupação.

A política de mobilidade urbana precisa garantir a universalização do acesso ao transporte público,


promover a eficiência e a qualidade do sistema de transporte público de passageiros, garantindo a
segurança e o bem-estar dos usuários, priorizar o espaço viário à circulação de pedestres, em especial às
pessoas com deficiência e às pessoas com mobilidade reduzida, aos ciclistas e ao transporte público de
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passageiros, promover a racionalidade, fluidez e segurança da circulação de pessoas e de veículos;

São ações estratégicas para a política de acessibilidade a elaboração e implementação de políticas


para a garantia da acessibilidade universal aos espaços, equipamentos e serviços urbanos voltadas para o
atendimento às pessoas com deficiência e pessoas com mobilidade reduzida, atendendo ao disposto na
legislação.

São ações estratégicas para o sistema de circulação:


I - assegurar acessibilidade, qualidade e segurança nos deslocamentos de pessoas e mercadorias,
intensificando medidas de fiscalização, operação, educação e engenharia de tráfego, dentre outras
julgadas necessárias;
II - investir na melhoria da fiscalização e do controle do tráfego;
III - incentivar e difundir medidas de moderação de tráfego e de uso racional dos veículos
motorizados;
IV - desenvolver e adotar políticas, programas, estudos e ações, visando à redução de acidentes e da
morbimortalidade relacionados ao trânsito;
V - disciplinar a circulação de ciclomotores, bicicletas e veículos de propulsão humana e de tração
animal;
VI - implantar o plano de circulação de veículos de carga e serviços e as operações de carga e
descarga, que deve englobar os produtos perigosos, e monitorar o sistema implantado.

2.4. POLÍTICA DO SISTEMA VIÁRIO E DE TRANSPORTE

São ações estratégicas para o sistema viário municipal:


I - garantir o tratamento urbanístico do sistema viário, visando à segurança dos usuários e à
preservação do patrimônio ambiental e arquitetônico de Fortaleza;
II - priorizar os investimentos em infraestrutura viária para a rede estrutural de transporte público de
passageiros, sistema cicloviário e calçadas;
III - estabelecer mecanismos permanentes de financiamento para a conservação, melhoria e
expansão da infraestrutura para os modos coletivos e os não motorizados de circulação urbana;
IV - contemplar, nos projetos de novas vias públicas e na readequação do sistema viário existente, a
implantação de sistema cicloviário, conforme estudo prévio de viabilidade física e socioeconômica;
V - promover a criação de vias para pedestres e ciclistas.

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São ações estratégicas do sistema de transporte municipal:


I - adequar à oferta de transporte público às demandas atuais e projetadas;
II - introduzir inovações tecnológicas viáveis e sustentáveis no sistema de transporte público,
visando a uma melhor eficiência e qualidade do mesmo;
III - estabelecer uma política tarifária que garanta o amplo acesso da população ao transporte
público e o equilíbrio econômico e financeiro do sistema;
IV - regulamentar as modalidades de transporte de passageiros, coletivo ou individual, legalmente
instituídas, que operam no Município;
V - estabelecer uma política de racionalização dos custos operacionais e gerenciais do sistema de
transporte;
VI - implementar a bilhetagem automática com integração temporal no sistema de transporte
público municipal;
VII - promover ações que possibilitem a integração entre as diversas modalidades do sistema de
transporte;
VIII - ajustar e compatibilizar a acessibilidade ao sistema de transporte com as diretrizes e os
padrões urbanos de uso e ocupação do solo definidos em lei;
IX - considerar a bicicleta como um modo significativo de transporte no Município, inserida em
planos e programas a serem desenvolvidos ou implementados.

2.5. PARÂMETROS URBANÍSTICOS DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

O artigo 188 do Plano Diretor estabelece os seguintes parâmetros urbanísticos reguladores da


ocupação do solo:
I - índice de aproveitamento; V - taxa de ocupação;
II - altura máxima da edificação; VI - taxa de ocupação do subsolo;
III - taxa de permeabilidade; VII - fração do lote.
IV - recuos;

O índice de aproveitamento é aquele que, multiplicado pela área do terreno, resulta na área de
construção computável, estabelecendo as condições de utilização dos instrumentos urbanísticos, jurídicos
e tributários definidos nesta Lei.

A área de construção computável para fins de empreendimento residencial é a soma das áreas
privativas das unidades autônomas definidas pela NBR nº 12.721, excluídas as sacadas com largura total
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máxima de 1.05m (um metro e cinco centímetros) e as áreas destinadas a estacionamento. A área de
construção computável de empreendimentos de edifício-garagem corresponde a 90 % (noventa por cento)
da área total construída. A área de construção computável dos empreendimentos de demais usos
corresponde a 65% (sessenta e cinco por cento) da área total construída, excluídas as sacadas c/ largura
total máxima de 1.05m (um metro e cinco centímetros) e as áreas destinadas a estacionamento.

Ficam estabelecidos os índices de aproveitamento segundo o que se segue:


I - índice de aproveitamento mínimo: é aquele que determina a área mínima de construção para fins
de aplicabilidade dos instrumentos urbanísticos do parcelamento, edificação ou utilização compulsórios,
do IPTU progressivo no tempo e da desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública;
II - índice de aproveitamento básico: é aquele que determina a área de construção permitida para
cada zona da cidade, sem os acréscimos decorrentes de importação de potenciais construtivos através da
transferência do direito de construir ou da outorga onerosa;
III - Índice de aproveitamento de exportação: é aquele que determina a área de construção potencial
que pode ser exportada mediante a transferência do direito de construir;
IV - índice de aproveitamento de importação: é aquele que, acima do índice de aproveitamento
básico, determina a área de construção que pode ser adquirida através da transferência do direito de
construir ou através da outorga onerosa;
V - índice de aproveitamento máximo: é aquele que determina a área total de construção permitida
em cada zona da cidade, sendo o resultado do somatório entre o índice de aproveitamento básico e as
áreas de construção acrescidas a partir da transferência do direito de construir e/ou da outorga onerosa.

A altura máxima da edificação é a distância vertical tomada no meio da fachada por onde se localiza
o acesso principal, medida a partir da cota altimétrica do passeio até o topo da laje do último pavimento
utilizado, excluindo as construções auxiliares como caixas d’água, caixas de escadas e compartimentos
destinados a equipamentos mecânicos de circulação vertical:
I - os elementos de composição de fachada, como platibandas, empenas e frontões, para não serem
incluídos no cálculo da altura máxima da edificação, deverão ter extensão vertical máxima
correspondente a 80% da altura dos pavimentos tipo da edificação, em valores nunca superiores a 2,50m
(dois metros e cinquenta centímetros);
II - quando um imóvel fizer frente para 2 (dois) ou mais logradouros públicos, a altura máxima da
edificação será medida a partir da cota altimétrica do passeio correspondente à testada do lote com maior
dimensão;
III - para os casos de imóvel com desníveis superiores a 2m (dois metros), a altura máxima da
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edificação será medida a partir da cota altimétrica do ponto médio do passeio correspondente à testada do
lote que apresenta o referido desnível.

A Taxa de Permeabilidade é a relação entre a parte do lote ou gleba que permite absorção de água,
permanecendo livre de qualquer edificação e a área total dos mesmos. Para as diferentes formas de
pavimentação, ficam estabelecidos os seguintes coeficientes de permeabilidade:
I - pavimento asfáltico, betuminoso, cimentado e/ou recoberto de ladrilhos, pedras polidas ou
cerâmicas sem juntas: impermeável;
II - piso industrial de concreto ou em placas de concreto contínuo, apenas com juntas de dilatação:
permeabilidade de 5%;
III - piso em tijolos cerâmicos: permeabilidade de 15%;
IV - piso em pedra portuguesa ou similar: permeabilidade de 20%;
V - piso em paralelepípedo: permeabilidade de 20%;
VI - piso intertravado de concreto ou similar: permeabilidade de 25%;
VII - piso em pedra tosca irregular: permeabilidade de 35%;
VIII - piso “verde” em blocos de concreto com vazaduras: permeabilidade de 60%;
IX - piso em grama: permeabilidade de 100%;
X - piso em brita solta, cascalhos ou terra batida: permeabilidade de 100%.

Na Macrozona de Ocupação Urbana, a Taxa de Permeabilidade poderá ser reduzida até o mínimo de
20% da área do lote, desde que a área correspondente à diferença entre este valor e a porcentagem
definida nesta tabela seja substituída por área equivalente de absorção, através de drenos horizontais, sob
as áreas edificadas ou pavimentadas, e drenos verticais em qualquer ponto do terreno, devendo essa
solução ser comprovada através de proposta técnica apresentada quando do processo de aprovação e
concessão do alvará de construção.

Os recuos representam as distâncias que devem ser observadas entre a edificação e as linhas
divisórias do terreno, constituindo-se em recuos frontal, lateral e de fundos, definidos em função do uso
do solo do sistema viário, de suas classificações, e da distância das edificações à rede elétrica.

A taxa de ocupação é a percentagem da área do terreno ocupada pela projeção da edificação no


plano horizontal, não sendo computados nesta projeção os elementos componentes das fachadas, tais
como: brises, jardineiras, marquises, pérgolas e beirais. Toda a taxa de ocupação do subsolo é a
percentagem da área do terreno ocupada pela maior área de pavimento de subsolo.
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3. CÓDIGO DE OBRAS E POSTURAS

O Código de Obras e Postura objetiva assegurar condições adequadas às atividades básicas do


homem – habitação, circulação e trabalho, assim como melhoria do meio ambiente de modo a garantir
condições mínimas de conforto, higiene, segurança e bem estar públicos, nas edificações ou quaisquer
obras e instalações dentro do município.

❧ Dispões sobre as edificações no que se refere à forma, dimensionamento, segurança, programa


mínimo, acessibilidade, conforto e salubridade;
❧ Regulamenta o uso do espaço público, cria mecanismos de controle e preservação do meio
ambiente;
❧ Estabelece critérios para as atividades de comércio, serviços e indústria;
❧ Prevê penalidades aos infratores das leis pertinentes ao controle urbano.

A Lei N° 5.530 de 17 de Dezembro de 1981, compreende 770 artigos distribuídos em:


❧ CAPÍTULO I AO XI – OBRAS DE MANEIRA GERAL – LICENCIAMENTO – REGULARIZAÇÃO;
❧ CAPÍTULO XII AO XIX – TRATA DA EDIFCAÇÃO EM SI, EM SEUS ELEMENTOS GERAIS;
❧ CAPÍTULO XX AO XXXV – TRATA DE NORMAS ESPECÍFICAS DAS EDIFICAÇÕES, CONFORME AS
ATIVIDADES NELAS DESENVOLVIDAS;
❧ CAPÍTULO XXXVI – DISPÕE SOBRE AS POSTURAS MINUCIPAIS;
❧ CAPÍTULO XLIX AO L – TRATA DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES E DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Para efeito desta Lei, além das definições constantes de artigos posteriores, são adotadas as
seguintes definições:
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, cujos ou funcionamento de atividades sujeitas à fiscalização
dispositivos fazem parte integrante desta Lei quando com municipal.
ela relacionados.
ANDAIME - Plataforma provisória, elevada, destinada a
ACRÉSCIMO OU AUMENTO - Ampliação de uma suster operários, equipamentos e materiais quando da
edificação feita durante a construção ou após a sua execução de serviços de construção, reconstrução, reforma
conclusão. ou demolição.

AFASTAMENTO - Distância entre o plano da fachada e o APARTAMENTO - Unidade autônoma de moradia em


alinhamento. prédio de habitação múltipla.

ALICERCE - Elemento da construção que transmite a APROVAÇÃO DO PROJETO - Ato administrativo que
carga da edificação ao solo. precede ao licenciamento da construção.

ALINHAMENTO - Linha divisória entre o terreno e o ÁREA COBERTA - Medida de superfície de qualquer
logradouro público. edificação coberta, nela incluídas as superfícies das
projeções de paredes, de pilares, marquises, beirais e
ALVARÁ - Documento que licencia a execução de obras demais componentes das fachadas.

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ÁREA EDIFICADA - Superfície do lote ocupada pela FACHADA - Designação de cada face de um edifício.
projeção horizontal da edificação, ;não sendo computados
para o cálculo dessa área elementos componentes das FISCALIZAÇÃO - Atividade desempenhada pelo poder
fachadas, tais como: "brise-soleil", jardineiras, marquises, público, em obra, serviço ou qualquer outra atividade, com
pérgulas e beirais. o objetivo de cumprir ou fazer cumprir as determinações
estabelecidas em lei.
ÁREA TOTAL DE EDIFICAÇÃO - Soma das áreas de
todos os pavimentos de uma edificação. FRAÇÃO IDEAL - É o quociente da divisão da área de
um terreno pelo número das unidades autônomas.
ÁREA PARCIAL DE EDIFICAÇÃO - Soma das áreas de
todos os pavimentos de uma edificação, não sendo FRENTE DE LOTE - É a sua divisa lindeira à via oficial
computados, no total da área, os locais destinados a de circulação.
estacionamento, lazer, pilotes, rampas de acesso
elevadores, circulações comunitárias, depósitos de até FUNDAÇÕES - Conjunto dos elementos da construção
10,00m2 (dez metros quadrados), apartamento do zelador que transmitem ao solo as cargas das edificações.
de até 40,00m2 (quarenta metros quadrados) e subsolo. A
área Parcial de Edificação é utilizada para fins de cálculo FUNDO DO LOTE - É a divisa oposta à da frente.
do Índice de Aproveitamento (I -A).
GABARITO - Medida que limita ou determina a altura de
ÁREA LIVRE - Superfície do lote não ocupada pela edificações ou o número de seus pavimentos.
edificação, considerando-se esta, em sua projeção
horizontal. GALERIA - Corredor interno ou externo de uma
edificação.
ÁREA ÚTIL - Superfície utilizável de uma edificação,
excluídas as paredes e pilares. HABITE-SE - Documento fornecido pela Municipalidade,
autorizando a utilização da edificação.
BEIRA, BEIRAL OU BEIRADO - Prolongamento da
cobertura que sobressai das paredes externas de uma ILUMINAÇÃO E VENTILAÇÃO ZENITAL - Iluminação
edificação. e/ou ventilação feitas através de domus, clarabóias e
similares..
CANTEIRO DE OBRA - Áreas em que se realiza a
construção, se armazenam os materiais a serem entregados ÍNDICE DE APROVEITAMENTO (I -A.) - Quociente
ou com eles se trabalha ou, ainda, onde se efetua a entre a soma da área parcial de edificação e a área total do
montagem dos elementos que serão utilizados na obra. terreno.

CAIXA CARROÇÁVEL OU ROLAMENTO DE UMA JIRAU - Pavimento intermediário entre o piso e o forro de
VIA - Largura da via excluídos os passeios e canteiros um compartimento de uso exclusivo deste.
centrais.
LARGURA DE UMA VIA - Distância entre os
CHAMINÉ DE VENTILAÇÃO - Pátio de pequenas alinhamentos da via.
dimensões destinado a ventilar compartimentos de
permanência transitória. LOGRADOURO PÚBLICO - Parte da Cidade destinada
ao uso público, reconhecida oficialmente e designada por
CONSTRUIR - Realizar qualquer obra nova. um nome.

COTA - Indicação ou registro numérico de dimensões; MARQUISE - Coberta em balanço aplicada às fachadas de
medidas. um edifício.

DUTO HORIZONTAL - Pequeno espaço entre lajes, MEIO-FIO - bloco de cantaria ou concreto que separa o
destinados a ventilar compartimentos de permanência passeio da faixa de rodagem.
transitória.
PASSEIO OU CALÇADA - Parte do logradouro,
EMBARGO - Ato administrativo que determina a destinada ao trânsito de pedestres.
paralisação de uma obra.
PATAMAR - Superfície horizontal intermediária entre dois
ESPECIFICAÇÕES - Descrição das qualidades dos lances de escadas.
materiais a empregar numa obra e da sua aplicação,
completando as indicações do projeto e dos detalhes. PAVIMENTO - Qualquer piso pavimentado que divide a
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edificação no sentido da altura. Conjunto de dependências de uso exclusivo desta.


situadas no mesmo nível.
SUBSOLO - Pavimento abaixo do piso térreo, com teto
PÉ-DIREITO - Distância vertical entre o piso e o teto de em nível igual ou inferior a 1,00m (um metro) de altura
um compartimento. com relação ao nível mais alto do passeio por onde existe
acesso.
POÇO DE VENTILAÇÃO E ILUMINAÇÃO OU PÁTIO
- Área não edificada destinada a ventilar e/ou iluminar TABIQUE - Parede leve que serve para subdividir
compartimentos de edificações. compartimentos, sem atingir o forro ou coberta da
edificação.
PROFUNDIDADE DO LOTE - Distância média entre a
frente e o fundo do lote TAPUME - Vedação provisória usada durante a
construção, reconstrução, reforma ou demolição.
PROJETO - Plano geral de uma edificação ou de outra
obra qualquer. TAXA DE OCUPAÇÃO - Percentagem da área do terreno
ocupada pela projeção horizontal da edificação, não sendo
RECUO - Distância medida entre o plano da fachada e o computados, nessa projeção, os elementos componentes
alinhamento ou a divisa do lote. das fachadas, tais como: "brise-soleil", jardineiras,
marquises, pérgulas e beirais.
REFORMA - Serviços ou obras que impliquem em
modificações na estrutura da construção ou dos TESTADA DO LOTE - Distância horizontal entre duas
compartimentos ou no número de pavimentos da divisas laterais do lote.
edificação, podendo haver ou não alteração da área
edificada. VISTORIA - Inspeção efetuada pelo Poder Público com o
objetivo de verificar as condições explicitadas em Lei para
SOBRELOJA - Pavimento imediatamente acima da loja e uma edificação, obra ou atividade.

3.1. OS PROFISSIONAIS

São considerados habilitados ao exercício da profissão aqueles que satisfizerem as disposições da


legislação profissional vigente.

Para os efeitos desta Lei, as firmas e os profissionais legalmente habilitados deverão requerer suas
matrículas na Prefeitura, mediante juntada de certidão de registro profissional, do Conselho Regional de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia ou apresentação da Carreira Profissional.

Somente profissionais habilitados poderão assinar como responsáveis qualquer projeto,


especificação, cálculo e construção a ser submetido à Prefeitura.

Para o efeito de registro de suas atribuições perante a Prefeitura, ficam os profissionais subdivididos
em três grupos, a saber:

I - Aqueles denominados autores de projetos ou projetistas, responsáveis pela elaboração dos projetos,
compreendendo: peças gráficas e memoriais descritivos das obras previstas, especificações sobre

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materiais e seu emprego, e orientação geral das obras;

II - Aqueles denominados construtores, responsáveis pela execução das obras projetadas, dirigindo
efetivamente a execução dos trabalhos em todas as suas fases, desde o início até sua integral conclusão;

III - Aqueles denominados calculistas, responsáveis pelos cálculos e memoriais justificativos de


resistência e estabilidade das estruturas.

O profissional poderá registrar-se em todos os grupos mencionados nas alíneas "I", "II" e "III" do
"caput" deste artigo, desde que legalmente habilitado. Somente o profissional autor do projeto ou
responsável pela execução das obras projetadas poderá tratar, junto à Prefeitura, dos assuntos técnicos
relacionados com as obras sob a sua responsabilidade.

Os autores de projetos submetidos à aprovação da Prefeitura assinaram todos os elementos que o


compõem, assumindo sua integral responsabilidade. A autoria do projeto poderá ser assumida, ao mesmo
tempo, por dois ou mais profissionais, que serão solidariamente responsáveis.

Os profissionais construtores são responsáveis pela fiel execução dos projetos e suas implicações,
pelo eventual emprego de material inadequado ou de má qualidade, por incômodos ou prejuízos as
edificações vizinhas durante os trabalhos, pelos inconvenientes e riscos decorrentes da guarda
inapropriada de materiais, pela deficiente instalação do canteiro de serviço, pela falta de precaução e
conseqüentes acidentes que envolvam operários e terceiros, por imperícia, e, ainda, pela inobservância de
qualquer das disposições desta Lei e da Legislação de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo.

Quando o profissional assinar o projeto como autor e construtor, assumirá, simultaneamente, a


responsabilidade pela elaboração do projeto, pela sua fiel execução e por toda e qualquer ocorrência no
decurso das obras.

A Prefeitura não assume qualquer responsabilidade técnica perante proprietários, operários ou


terceiros ao aprovar um projeto, de modo que a fiscalização por ela exercida não implica em que
reconheça responsabilidade por qualquer ocorrência.

Sempre que cessar a sua responsabilidade técnica perante a Prefeitura o profissional deverá solicitar
ao órgão Municipal competente, imediatamente, a respectiva baixa, que somente será concedida estando a
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obra em execução de acordo com o projeto aprovado.

Além das penalidades previstas no Código Civil, na legislação profissional específica e das multas e
outras penalidades em que incorrerem nos termos desta Lei e da Legislação de Parcelamento, Uso e
Ocupação do Solo, os profissionais responsáveis ficam sujeitos a suspensão pelo órgão competente da
Prefeitura, nos seguintes casos:

I - Quando edificarem sem projeto aprovado;


II - Quando executarem obras em desacordo com o projeto aprovado;
III - Quando prosseguirem com obra embargada;
IV - Quando apresentarem projeto em evidente desacordo com o local ou falsearem medidas, cotas e
demais indicações de desenho;
V - Quando modificarem os projetos aprovados, introduzindo-lhes alterações de qualquer espécie, sem a
necessária licença;
VI - Quando, assumindo responsabilidade da execução de qualquer obra, não dirigirem de fato os
respectivos serviços;
VII - Quando revelarem imperícia na execução da obra.

3.2. LICENÇA E LICENÇA PARA EXECUÇÃO DE OBRAS E PROJETOS

Em todo o Município de Fortaleza, as obras particulares ou públicas, de construção ou reconstrução,


de qualquer espécie, acréscimos, reformas, demolições, obras ou serviços nos logradouros públicos - em
sua superfície, subterrâneos ou aéreos - rebaixamentos de meios-fios, sutamento em vias, aberturas de
gárgulas para o escoamento de águas pluviais sob os passeios, aterros ou cortes, canalização de cursos
d`água ou execução de qualquer obra nas margens de recursos hídricos, só poderão ser executados em
conformidade com as disposições desta Lei e da Legislação de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo e
com a prévia licença da Prefeitura, ressalvado o disposto no artigo 19 desta Lei.

Deverá permanecer no local da obra, o Alvará respectivo ou a autorização da Prefeitura, bem como
as plantas do projeto aprovado.

A construção de passeios de muros em logradouros públicos, cujos alinhamentos ainda não tenham
sido definidos oficialmente, depende do respectivo certificado de alinhamento expedido pelo órgão
competente da Prefeitura.
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A instalação de andaimes ou tapumes no alinhamento dos logradouros públicos ou nos passeios


dependerá de licença expedida pelo órgão municipal competente.

Nas edificações existentes que estiveram em desacordo com o disposto nesta Lei e na Legislação de
Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo só serão concedidas licenças para quaisquer obras de acréscimo,
reforma ou reconstrução parcial, nos seguintes casos:

I - Obras de reforma, acréscimo ou reconstrução parcial que venham enquadrar a edificação, em seu
todo, às disposições desta Lei e da Legislação de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo;
II - Obras de acréscimo quando as partes acrescidas não derem lugar à formação de novas
disposições em desobediência às normas da presente Lei e da Legislação de Parcelamento, Uso e
Ocupação do Solo e não vierem contribuir para aumentar a duração natural das partes antigas;
III - Obras de reforma quando representarem melhoria efetiva das condições de higiene, segurança
ou comodidade e não vierem contribuir para aumentar a duração natural da edificação, devendo as partes
objeto das modificações passarem a atender ao disposto na Legislação Vigente;
IV - Reconstrução parcial - quando estiverem em casos análogos aos da reforma.

Ficam isentos da expedição de alvará os seguintes serviços:

I - Limpeza e pintura, interna ou externa, que não dependem de tapumes ou andaimes no alinhamento dos
logradouros;
II - Concertos em pisos, pavimentos, paredes ou muros, bem como substituição de revestimentos;
III - Construção e reconstrução de passeios e muros até 3,00m de altura, no alinhamento dos logradouros,
cujos alinhamentos encontrem-se oficialmente definidos;
IV - Substituição ou concertos de esquadrias, sem modificar o vão;
V - Substituição de telhas ou de elementos de suporte da cobertura, sem modificação da sua estrutura;
VI - Concertos de instalações elétricas, hidráulicas e/ou sanitárias.

O órgão competente da Prefeitura expedirá licença especial para os serviços de "Reparos Gerais",
referentes a pequenas reformas que não impliquem em demolição de paredes estruturais, podendo
entretanto, constar de acréscimos até 40,00m² (quarenta metros quadrados), com colocação de lajes tipo
PM, Volterrana, gesso ou similar.

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3.3. APRESENTAÇÃO E APROVAÇÃO DO PROJETO

O requerimento de aprovação de projeto e licença de Obras deverá ser protocolado na Secretaria


de Urbanismo e Obras Públicas do município (SUOP) e será instruído com os documentos e as peças-
gráficas elaboradas com as indicações técnicas, quadros informativos, escalas, legenda, convenções,
formatos, dimensões de pranchas de desenho e número de cópias, conforme o disposto em Decreto do
Prefeito, específico, para o estabelecimento de normas para instrução de requerimento de aprovação de
projeto e licença de Obras.

Não estando o projeto conforme o disposto em Lei será indeferida a aprovação do projeto e a
licença das Obras por deficiência na elaboração do projeto, e o interessado será notificado no prazo de 60
(sessenta) dias a contar da data do protocolo na SUOP do requerimento de aprovação do projeto e licença
das Obras, devendo no ato do indeferimento ser alegada, de uma só vez, todas as deficiências de
elaboração contidas no Projeto tendo em vista o disposto em Lei, com a indicação precisa dos
fundamentos legais das referidas deficiências.

A concessão de Alvará de aprovação de projeto e licença de Obras para parcelamento do solo para
fins urbanos será feita em 2 (duas) etapas:
a) na primeira etapa o alvará será concedido o título precário para que o interessado realize as obras
de infraestrutura constantes do projeto, gerando este alvará ao interessado tão somente o direito de
executar estas obras.
b) na Segunda etapa o alvará será concedido a título pleno, depois de realizadas e aprovadas pela
SUOP as obras de infraestrutura constantes de projeto.

A aprovação de projetos de loteamentos, em qualquer zona, de projetos de edificações ou obras em


Zonas Especiais, E1, E2 e E3, delimitadas conforme Legislação de Parcelamento, Uso e Ocupação do
Solo, de obras ou serviços que impliquem em movimentos de terra que modifiquem a topografia natural
do terreno, em qualquer zona, de projetos de edificações em terrenos situados em vias do sistema viário
básico, ainda não determinadas suas caixas, de edificações cujas atividades abriguem usos especiais
definidos conforme Legislação de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, será condicionada aparecer
autorizativo e diretrizes fornecidas pelo órgão de planejamento da Prefeitura, sem prejuízo do
estabelecimento nas legislações federal e estadual vigentes.

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3.4. A EXECUÇÃO DE OBRAS

A execução de obras, incluindo os serviços preparatórios e complementares, suas instalações e


equipamentos, deverá obedecer à boa técnica, em especial às normas técnicas oficiais, bem como respeitar
o direito da vizinhança.

Será obrigatória a colocação de tapumes, sempre que se executarem obras de construção,


reconstrução, reforma ou demolição.

A licença para construção de tapume, plataformas de segurança e andaimes será dada no próprio
alvará de obras.

Enquanto durarem os serviços de construção, reconstrução, reforma ou demolição, será obrigatória


a colocação de plataformas de segurança, com espaçamento vertical máximo de 9,00m (nove metros), em
todas as faces da construção.

É permitido o emprego de andaimes suspensos por cabos, observadas as seguintes condições:


a) Será construída uma coberta de 3,00m (três metros) acima do nível do passeio e com largura que
não poderá exceder à do próprio passeio, quando se trata de andaimes suspensos juntos ao alinhamento;
b) Os andaimes deverão Ter a largura mínima de 1,00m (um metro) e máxima de 2,00m (dois
metros), e serem guarnecidos, em todas as faces externas, inclusive a inferior, com fechamento perfeito,
para impedir a queda de materiais e a propagação de pó.

3.5. OBRAS PARCIAIS (REFORMAS, RECONSTRUÇÕES OU ACRÉSCIMO)

Consideram-se reformas os serviços ou obras que impliquem em modificações na estrutura da


construção, nos compartimentos ou no número de pavimentos da edificação, podendo haver ou não
alteração da área construída.

As reformas sem alteração da área construída caracterizam-se por:


a) Modificações, supressões ou acréscimo de paredes ou estruturas internas, sem alteração do
perímetro externo da construção;
b) Modificações na cobertura, sem alteração dos andares ou da área de terreno ocupada pela
construção.
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Nas construções já existentes que, possuindo "habite-se", estejam em desacordo com legislação em
vigor, as reformas deverão observar os seguintes requisitos:
I - As modificações não poderão agravar a desconformidade existente, nem criar novas infrações à
legislação;
II - As alterações não poderão prejudicar, nem agravar, as condições das partes existentes;
III - As modificações poderão abranger até 50% (cinqüenta por cento), no máximo, da área total da
construção existente;
IV - Independentemente do disposto no item anterior, a área de construção a ser acrescida ou
diminuída, mesmo que atenda às exigências dos itens I e II, não poderá ser superior a 30% (trinta por
cento) em área total da construção primitiva.

Se forem ultrapassada as condições e limites deste artigo, a reforma será considerada como obra
nova, ficando tanto as partes objeto das modificações como as existentes sujeitas ao integral atendimento
da legislação vigente.

Considera-se reconstrução, executar de novo a construção, no todo ou em parte, com as mesmas


disposições, dimensões e posições.
- A reconstrução será parcial se a área objeto da reconstrução não ultrapassar a 50% (cinqüenta por
cento) da área total da construção primitivamente existente.
- Se ocorrerem alterações nas disposições, dimensões ou posições, a obra será considerada como
reforma e sujeita às disposições desta Lei.

3.6. CLASSIFICAÇÃO E DIMENSÕES DOS COMPARTIMENTOS

Para efeitos da presente Lei, o destino dos compartimentos não será considerado apenas pela sua
denominação em plantas, mas também pela sua finalidade lógica decorrente de suas disposições no
projeto.

Os compartimentos das edificações, conforme sua destinação, assim se classificam:

I - De permanência prolongada; III - Especiais;


II - De permanência transitória; IV - Sem permanência.

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Compartimentos de permanência prolongada são aqueles que poderão ser utilizados, pelo menos,
para uma das funções ou atividades seguintes:
I - Dormir ou repousar; IV - Preparo e consumo de alimentos;
II - Estar ou lazer; V - Tratamento médico ou recuperação de pessoas;
III - Trabalhar, ensinar ou estudar; VI - Reunir ou recrear.

Considera-se compartimentos de permanência prolongada, entre outros com destinações similares,


os seguintes:

I - Dormitórios, quartos e salas em geral; VI - Copas e cozinhas;


II - Lojas, escritórios, oficinas e indústrias; VII - Refeitórios, bares e restaurantes;
III - Salas de aula, estudo ou aprendizado e VIII - Locais de reunião e salão de festas;
laboratórios didáticos; IX - Locais fechados para prática de esporte ou
IV - Salas de leitura e biblioteca; ginástica.
V - Enfermarias e ambulatórios;

Compartimentos de permanência transitória são aqueles que poderão ser utilizados, pelo menos,
para uma das funções ou atividades seguintes:
I - Circulação e acesso de pessoas;
II - Higiene pessoal;
III - Depósito para guarda de materiais, utensílios ou peças sem a possibilidade de qualquer atividade no
local;
IV - Troca e guarda de roupas;
V - Lavagem de roupa e serviços de limpeza.

Consideram-se compartimentos de permanência transitória, entre outros com destinações similares,


os seguintes:
I - Escadas e seus patamares (caixa de escada) e as rampas e seus patamares, bem como as respectivas
antecâmaras;
II - Patamares de elevadores;
III - Corredores e passagens;
IV - Átrios e vestíbulos;
V - Banheiros, lavabos e instalações sanitárias;
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VI - Depósitos, despensas, rouparias, adegas;

VII - Vestuários e camarins de uso coletivo;


VIII - Lavandeiras, despejos e área de serviço.

Consideram-se compartimentos especiais, entre outros com destinações similares, os seguintes:


I - Auditórios e anfiteatros;
II - Cinema, teatros e salas de espetáculos;
III - Museus e galerias de arte;
IV - Estúdios de gravação, rádio e televisão;
V - Laboratórios fotográficos, cinematográficos e de som;
VI - Centros cirúrgicos e salas de raios X;
VII - Salas de computadores, transformadores e telefonia;
VIII - Locais para duchas e saúnas;
IX - Garagens.

Compartimentos sem permanência são aqueles que não comportam permanência humana ou
habitabilidade, assim perfeitamente caracterizados no projeto. Compartimentos para outras destinações ou
com denominações não indicadas nos artigos precedentes deste Capítulo, ou que apresentem
peculiaridade especiais, serão classificados com base nos critérios fixados nos referidos artigos, tendo em
vista as exigências de higiene, salubridade e conforto correspondentes à função ou atividade.

Os compartimentos deverão ter conformação e dimensões adequadas à função ou atividade que


possam comportar. Para banheiros, lavabos e instalações sanitárias das edificações serão ainda observadas
as exigências seguintes:
I - Nos compartimentos que contiverem instalações sanitárias agrupadas, as subdivisões que formem as
celas ou boxes, terão altura mínima de 1,80m e manterão uma distância até o teto de 0,40m, no mínimo.
As celas ou boxes terão área mínima de 0,65m2 e qualquer dimensão não será inferior a 0,70m. As
passagens ou corredores internos não terão dimensão inferior a 0,80m.
II - Os banheiros, lavabos e instalações sanitárias, que tiverem comunicação direta com compartimentos
ou espaços de uso comum ou coletivo, serão providos de anteparo que impeça ou devassamento do seu
interior ou de antecâmara, cuja menor dimensão será igual ou maior de que 0,80m;
III - Quando não estiverem localizados no mesmo andar dos compartimentos que deverão servir, ficarão
situados, pelo menos, em andar imediatamente inferior ou superior. Nesse caso, o cálculo das instalações
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sanitárias obrigatórias, conforme fixado nas tabelas próprias, para cada destinação, previstas nas normas
específicas das edificações, levará em conta a área total dos andares atendidos pelo mesmo conjunto
sanitários;
IV - O percurso máximo de qualquer ponto da edificação até uma instalação sanitária não será superior a
100,00m e será sempre protegido com cobertura;
V - Quando o número mínimo obrigatório para a edificação, fixado nas tabelas próprias previstas nas
Normas Específicas, for igual ou superior a dois aparelhos sanitários e dois lavatórios, sua instalação
deverá ser distribuída em compartimentos separados para os dois sexos, ressalvados os casos cujo número
de instalações, para cada sexo, já se acha indicado na tabela própria das Normas Específicas das
edificações. A mesma exigência de separação prevalecerá para os chuveiros, quando a instalação de dois
os mais for obrigatória pelas mencionadas tabelas;
VI - Nas edificações construídas de unidades autônomas, as instalações sanitárias poderão ser distribuídas
pelas respectivas unidades, desde que observadas as proporcionalidade pelos andares (item III deste
artigo), a distribuição para os dois sexos (item V deste artigo), e as quantidades fixadas nas tabelas
próprias previstas nas Normas Específicas das edificações constantes desta Lei.

Para vestuários das edificações, serão observadas as exigências seguintes:


I - Terão área mínima de 4,00m², condição que prevalecerá mesmo quando em edificações para as quais
forem obrigatórios;
II - Quando a área de vestuários, obrigatória para a edificação, fixada nas tabelas próprias, previstas nas
Normas Específicas, for igual ou superior a 8,00m², vestiários serão distribuídos em compartimentos
separados para os dois sexos, cada um com área mínima de 4,00m2;
III - Nas edificações constituídas de unidades autônomas, os vestiários poderão ser distribuídos pelas
respectivas unidades, desde que se situem no mesmo imóvel e observem as proporcionalidade pelos
andares, a distribuição para os dois sexos e as quantidades fixadas nas tabelas próprias, previstas nas
Normas Específicas das edificações constantes desta Lei.

É permitida a construção de jiraus ou passarelas em compartimentos que tenham pé-direito mínimo


de 4,00m (quatro metros) desde que o espaço aproveitável com essa construção fique em boas condições
de iluminação e não resulte prejuízo para as condições de ventilação e iluminação de compartimentos
onde essa construção for executada. Não será permitida a construção de jiraus ou passarelas que cubram
mais de 1/3 (um terço) da área do compartimento em que forem instalados, salvo no caso de constituírem
passadiços de largura não superior a 0,80m (oitenta centímetros) ao longo das paredes.

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A subdivisão de compartimentos em caráter definitivo, com paredes chegando ao forro, só será


permitida quando os compartimentos resultantes satisfazerem às exigências desta Lei, tendo em vista sua
função. A subdivisão de compartimentos por meio de tabiques será permitida quando:
I - Não impedirem a ventilação e iluminação dos compartimentos resultantes;
II - Não tiverem os tabiques altura maior de 3,00m (três metros).

Não será permitida a colocação de forro constituindo teto sobre compartimentos formados por
tabiques, podendo tais compartimentos, entretanto, ser guarnecidos na parte superior, com elementos
vazados decorativos, que não prejudiquem a iluminação e ventilação dos compartimentos resultantes.

O disposto neste artigo não se aplicará aos compartimentos dotados de ar condicionado.

3.7. INSOLAÇÃO, ILUMINAÇÃO E VENTILAÇÃO DOS COMPARTIMENTOS

Para efeito de insolação, iluminação e ventilação, todo compartimento deverá dispor de abertura
direta para logradouro ou pátio. Não será permitido o envidraçamento de terraços de serviços ou
passagens comuns a mais de uma unidade habitacional quando pelos mesmos se processar iluminação ou
ventilação de outros compartimentos.

Em cada compartimento, uma das vergas das aberturas, pelo menos, distará do teto no máximo 1/8
(um oitavo) do pé direito deste compartimento, não ficando nunca a altura inferior a 2,20m (dois metros e
vinte centímetros), a contar do piso deste compartimento. Caso a abertura da verga mais alta de um
compartimento for dotada de bandeirola, esta deverá ser dotada de dispositivo que permita a renovação de
ar. Estas distâncias poderão ser modificadas, em casos excepcionais, a juízo do órgão municipal
competente, desde que sejam adotados dispositivos permitindo a renovação do colchão de ar entre as
vergas e o forro.

Nos compartimentos de permanência prolongada, será admitido rebaixamento de forro, com


materiais removíveis por razões estéticas ou técnicas, desde que o pé-direito resultante, medido no ponto
mais baixo do forro, seja de 2,40m (dois metros e quarenta centímetros), no mínimo.

3.8. AS INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS

As instalações e os equipamentos das edificações serão projetados, calculados e executados tendo


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em vista a segurança, a higiene e o conforto dos usuários, de acordo com as normas técnicas oficiais
vigentes.
Será obrigatória a instalação para os serviços de água, esgoto, luz, força, telefone e gás, na
modalidade determinada pelas normas emanadas da autoridade competente, observadas as normas
técnicas oficiais.

Sempre que a edificação apresentar carga elétrica instalada superior a 100kw, poderão ser exigidos
compartimentos próprios para a instalação dos equipamentos transformadores e demais aparelhos,
situados em local que assegure o acesso desses equipamentos, tudo conforme as normas técnicas oficiais.
Tais compartimentos deverão satisfazer os requisitos do artigo 203.

Nas edificações implantadas no alinhamento dos logradouros, as águas pluviais provenientes dos
telhados, balcões, terraços, marquises e outros locais voltados para o logradouro, deverão ser captadas em
calhas e condutores para despejo na sarjeta do logradouro, passando sob os passeios.

Nas fachadas situadas no alinhamento dos logradouros os condutores eram embutidos no trecho
compreendido entre o nível do passeio e a altura de 3,00m, no mínimo acima desse nível.

Não será permitido o despejo de águas pluviais na rede de esgoto, nem o despejo de esgotos ou de
águas residenciais e de lavagens, nas sarjetas dos logradouros ou em galerias de águas pluviais.

Nas edificações em geral, construídas nas divisas e no alinhamento do lote, as provenientes de


aparelhos de ar condicionado, de centrais de ar condicionado e de outros equipamentos, deverão ser
captadas por condutores para despejo na sarjeta do logradouro, passando sob os passeios.

Os ambientes ou compartimentos (depósitos) que contiverem recipientes (bujões) de gás, bem como
equipamentos ou instalações de funcionamento a gás deverão atender às normas emanadas da autoridade
competente e, ainda, ter ventilação permanente assegurada por aberturas diretas para exterior, com área
mínima de 0,01m2 e a menor das dimensões não inferior a 0,04m, e, ainda, situadas junto ao piso e ao
teto do compartimento.

Nos casos de instalações especiais de renovação e condicionamento de ar, o sistema deverá ter
capacidade para proporcionar renovação compatível com a destinação do compartimento, de acordo com
as normas técnicas oficiais vigentes, devendo assegurar, pelo menos, uma troca de volume de ar do
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compartimento, por hora.

Nas edificações em geral, excluídas as mencionadas no Parágrafo Único do artigo 69, será
observado o seguinte:
I - Nos dutos permanentes de ar, verticais ou horizontais, bem como de elevadores e poços para
outros fins, será permitida somente a passagem de fiação elétrica, desde que indispensável ao
funcionamento dos respectivos aparelhos de renovação ou condicionamento de ar ou dos respectivos
elevadores;
II - Os dutos e poços referidos no item anterior que se estenderem por mais de dois andares, bem
como os recintos para recipientes e os depósitos de lixo e, ainda, as cabinas ou compartimentos para
instalação de equipamentos elétricos, térmicos, de combustão e outros que apresentem risco, deverão ser
executados ou protegidos com material de resistência ao fogo de 2 horas, no mínimo. As câmaras de
incineração, nos casos excepcionalmente admitidos, deverão ser à prova de fogo e ter as aberturas
voltadas exclusivamente para o ar livre;
III - Serão fechadas e terão recobrimento com argamassa de areia e cimento com espessura mínima
de 0,05m, ou proteção equivalente, as instalações de canalização de gás, dutos elétricos ou outras
tubulações similares, quando absolutamente necessária a sua passagem através das paredes, pisos ou tetos,
para os quais haja exigência de resistência mínima ao fogo.

3.9. REGRAS GERAIS EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS

As edificações residenciais destinam-se à habitação permanente de uma ou mais famílias e poderão


ser:
I - Edificações residenciais unifamiliares, correspondendo a uma unidade por edificação;
II - Edificações residenciais multifamiliares, correspondendo a mais de uma unidade por edificação.

As edificações residenciais que constituírem conjunto residenciais deverão observa além das
disposições desta Lei, as da Legislação de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo e demais legislações
específicas, no que dizem respeito tanto às unidades, quanto aos demais componentes do conjunto.

3.9.1. RESIDÊNCIAS UNIFAMILIARES

Toda habitação unifamiliar deverá contar, pelo menos, com ambientes para repouso, alimentação,
serviços e higiene. As dimensões e áreas mínimas dos compartimentos, assim como as condições,
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dimensões e áreas mínimas para os vãos destinados à iluminação, ventilação e insolação das residências
unifamiliares, deverão obedecer às condições mínimas contidas na Tabela I, constante do Anexo I da
presente Lei. As disposições de Circulação e Segurança não se aplicam às habitações unifamiliares.

As escadas com mais de 19 degraus deverão ter patamares intermediários, os quais não terão
qualquer dimensão, no plano horizontal, inferior a 0,80m. Nas escadas em curva, a menor dimensão do
piso dos degraus não poderá ser inferior a 0,07m.

4. ACESSIBILIDADE A EDIFICAÇÕES, MOBILIÁRIO, ESPAÇOS E EQUIPAMENTOS


URBANOS

A Associação Brasileira de Normas Técnicas, através da NBR 9050 de 31 de Maio de 2004,


estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem observados quando do projeto, construção, instalação e
adaptação de edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos às condições de acessibilidade.

Esta Norma visa proporcionar à maior quantidade possível de pessoas, independentemente de idade,
estatura ou limitação de mobilidade ou percepção, a utilização de maneira autônoma e segura do
ambiente, edificações, mobiliário, equipamentos urbanos e elementos.

Todos os espaços, edificações, mobiliário e equipamentos urbanos que vierem a ser projetados,
construídos, montados ou implantados, bem como as reformas e ampliações de edificações e
equipamentos urbanos, devem atender ao disposto nesta Norma para serem considerados acessíveis.

Edificações e equipamentos urbanos que venham a ser reformados devem ser tornados acessíveis.
Em reformas parciais, a parte reformada deve ser tornada acessível.

As edificações residenciais multifamiliares, condomínios e conjuntos habitacionais devem ser


acessíveis em suas áreas de uso comum, sendo facultativa a aplicação do disposto nesta Norma em
edificações unifamiliares.

As unidades autônomas acessíveis devem ser localizadas em rota acessível. As entradas e áreas de
serviço ou de acesso restrito, tais como casas de máquinas, barriletes, passagem de uso técnico etc., não
necessitam ser acessíveis.

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Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definições:

Acessibilidade: Possibilidade e condição de alcance, públicas, como passeios, calçadas, vias de pedestres, faixas
percepção e entendimento para a utilização com segurança de travessia de pedestres, passarelas, caminhos, passagens,
e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, calçadas verdes e pisos drenantes entre outros, bem como
equipamento urbano e elementos. espaços de circulação externa em edificações e conjuntos
industriais, comerciais ou residenciais e centros
Acessível: Espaço, edificação, mobiliário, equipamento comerciais.
urbano ou elemento que possa ser alcançado, acionado,
utilizado e vivenciado por qualquer pessoa, inclusive Deficiência: Redução, limitação ou inexistência das
aquelas com mobilidade reduzida. O termo acessível condições de percepção das características do ambiente ou
implica tanto acessibilidade física como de comunicação. de mobilidade e de utilização de edificações, espaço,
Adaptável: Espaço, edificação, mobiliário, equipamento mobiliário, equipamento urbano e elementos, em caráter
urbano ou elemento cujas características possam ser temporário ou permanente.
alteradas para que se torne acessível.
Desenho universal: Aquele que visa atender à maior gama
Adaptado: Espaço, edificação, mobiliário, equipamento de variações possíveis das características antropométricas
urbano ou elemento cujas características originais foram e sensoriais da população.
alteradas posteriormente para serem acessíveis.
Elemento: Qualquer dispositivo de comando,
Adequado: Espaço, edificação, mobiliário, equipamento acionamento, comutação ou comunicação. São exemplos
urbano ou elemento cujas características foram de elementos: telefones, intercomunicadores, interruptores,
originalmente planejadas para serem acessíveis. torneiras, registros, válvulas, botoeiras, painéis de
comando, entre outros.
Altura: Distância vertical entre dois pontos.
Equipamento urbano: Todos os bens públicos e privados,
Área de aproximação: Espaço sem obstáculos para que a de utilidade pública, destinados à prestação de serviços
pessoa que utiliza cadeira de rodas possa manobrar, necessários ao funcionamento da cidade, implantados
deslocar-se, aproximar-se e utilizar o mobiliário ou o mediante autorização do poder público, em espaços
elemento com autonomia e segurança. públicos e privados.

Área de resgate: Área com acesso direto para uma saída, Espaço acessível: Espaço que pode ser percebido e
destinada a manter em segurança pessoas portadoras de utilizado em sua totalidade por todas as pessoas, inclusive
deficiência ou com mobilidade reduzida, enquanto aquelas com mobilidade reduzida.
aguardam socorro em situação de sinistro.
Faixa elevada: Elevação do nível do leito carroçável
Área de transferência: Espaço necessário para que uma composto de área plana elevada, sinalizada com faixa de
pessoa utilizando cadeira de rodas possa se posicionar travessia de pedestres e rampa de transposição para
próximo ao mobiliário para o qual necessita transferir-se. veículos, destinada a promover a concordância entre os
níveis das calçadas em ambos os lados da via.
Barreira arquitetônica, urbanística ou ambiental:
Qualquer elemento natural, instalado ou edificado que Faixa livre: Área do passeio, calçada, via ou rota
impeça a aproximação, transferência ou circulação no destinada exclusivamente à circulação de pedestres.
espaço, mobiliário ou equipamento urbano.
Faixa de travessia de pedestres: Sinalização transversal
Calçada: Parte da via, normalmente segregada e em nível às pistas de rolamento de veículos, destinada a ordenar e
diferente, não destinada à circulação de veículos, reservada indicar os deslocamentos dos pedestres para a travessia da
ao trânsito de pedestres e, quando possível, à implantação via - Código de Trânsito Brasileiro.
de mobiliário, sinalização, vegetação e outros fins -
Código de Trânsito Brasileiro. Fatores de impedância: Elementos ou condições que
possam interferir no fluxo de pedestres. São exemplos de
Calçada rebaixada: Rampa construída ou implantada na fatores de impedância: mobiliário urbano, entradas de
calçada ou passeio, destinada a promover a concordância edificações junto ao alinhamento,
de nível entre estes e o leito carroçável. vitrines junto ao alinhamento, vegetação, postes de
Circulação externa: Espaço coberto ou descoberto, sinalização, entre outros.
situado fora dos limites de uma edificação, destinado à
circulação de pedestres. As áreas de circulação externa
incluem, mas não necessariamente se limitam a, áreas

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Foco de pedestres: Indicação luminosa de permissão ou ou linha guia, perceptível por pessoas com deficiência
impedimento de locomoção na faixa apropriada - Código visual.
de Trânsito Brasileiro.
Rampa: Inclinação da superfície de piso, longitudinal ao
Guia de balizamento: Elemento edificado ou instalado sentido de caminhamento. Consideram-se rampas aquelas
junto aos limites laterais das superfícies de piso, destinado com declividade igual ou superior a 5%.
a definir claramente os limites da área de circulação de Reforma: Intervenção física em edificação, mobiliário,
pedestres, perceptível por pessoas com deficiência visual. equipamento urbano ou elemento que implique a
modificação de suas características estruturais e
Impraticabilidade: Condição ou conjunto de condições funcionais.
físicas ou legais que possam impedir a adaptação de
edificações, mobiliário, equipamentos ou elementos à Rota acessível: Trajeto contínuo, desobstruído e
acessibilidade. sinalizado, que conecta os ambientes externos ou internos
de espaços e edificações, e que possa ser utilizado de
Linha-guia: Qualquer elemento natural ou edificado que forma autônoma e segura por todas as pessoas, inclusive
possa ser utilizado como guia de balizamento para pessoas aquelas com deficiência. A rota acessível externa pode
com deficiência visual que utilizem bengala de incorporar estacionamentos, calçadas rebaixadas, faixas de
rastreamento. travessia de pedestres, rampas, etc. A rota acessível interna
pode incorporar
Local de reunião: Espaço interno ou externo que corredores, pisos, rampas, escadas, elevadores etc.
acomoda grupo de pessoas reunidas para atividade de
lazer, cultural, política, social, educacional, religiosa ou Rota de fuga: Trajeto contínuo, devidamente protegido
para consumo de alimentos e bebidas. proporcionado por portas, corredores, antecâmeras,
passagens externas, balcões, vestíbulos, escadas, rampas
Mobiliário urbano: Todos os objetos, elementos e ou outros dispositivos de saída ou combinações destes, a
pequenas construções integrantes da paisagem urbana, de ser percorrido pelo usuário, em caso de um incêndio de
natureza utilitária ou não, implantados mediante qualquer ponto da edificação até atingir a via pública ou
autorização do poder público em espaços públicos e espaço externo, protegido do incêndio.
privados.
Superfície de trabalho: Área para melhor manipulação,
Orla de proteção: Elemento edificado ou instalado, empunhadura e controle de objetos.
destinado a constituir barreira no piso para proteção de
árvores, áreas ajardinadas, espelhos d’água e espaços Tecnologia assistiva: Conjunto de técnicas, aparelhos,
similares. instrumentos, produtos e procedimentos que visam auxiliar
a mobilidade, percepção e utilização do meio ambiente e
Passarela: Obra de arte destinada à transposição de vias, dos elementos por pessoas com deficiência.
em desnível aéreo, e ao uso de pedestres -Código de
Trânsito Brasileiro. Uso comum: Espaços, salas ou elementos externos ou
internos que são disponibilizados para o uso de um grupo
Passeio: Parte da calçada ou da pista de rolamento, neste específico de pessoas (por exemplo, salas em edifício de
último caso separada por pintura ou elemento físico, livre escritórios, ocupadas geralmente por funcionários,
de interferências, destinada à circulação exclusiva de colaboradores e eventuais visitantes).
pedestres e, excepcionalmente, de ciclistas - Código de
Trânsito Brasileiro. Uso público: Espaços, salas ou elementos externos ou
internos que são disponibilizados para o público em geral.
Pessoa com mobilidade reduzida: Aquela que, O uso público pode ocorrer em edificações ou
temporária ou permanentemente, tem limitada sua equipamentos de propriedade pública ou privada.
capacidade de relacionar-se com o meio e de utilizá-lo.
Entende-se por pessoa com mobilidade reduzida, a pessoa Uso restrito: Espaços, salas ou elementos internos ou
com deficiência, idosa, obesa, gestante entre outros. externos que são disponibilizados estritamente para
pessoas autorizadas (exemplos: casas de máquinas,
Piso cromo-diferenciado: Piso caracterizado pela barriletes, passagem de uso técnico e espaços similares).
utilização de cor contrastante em relação ás áreas
adjacentes e destinado a constituir guia de balizamento ou Visitável: Parte de unidade residencial, ou de unidade para
complemento de informação visual ou tátil, perceptível por prestação de serviços, entretenimento, comércio ou espaço
pessoas com deficiência visual. cultural de uso público que contenha pelo menos um local
de convívio social acessível e um sanitário unissex
Piso tátil: Piso caracterizado pela diferenciação de textura acessível.
em relação ao piso adjacente, destinado a constituir alerta

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4.1. PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS

Para a determinação das dimensões referenciais, foram consideradas as medidas entre 5% a 95% da
população brasileira, ou seja, os extremos correspondentes a mulheres de baixa estatura e homens de
estatura elevada.

A figura 1 apresenta dimensões referenciais para deslocamento de pessoas em pé.

FONTE: ABNT NBR 9050 DE 31 DE MAIO DE 2004.

A figura 2 apresenta dimensões referenciais para cadeiras de rodas manuais ou motorizadas.

FONTE: ABNT NBR 9050 DE 31 DE MAIO DE 2004.

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Considera-se o módulo de referência a projeção de 0,80 m por 1,20 m no piso, ocupada por uma
pessoa utilizando cadeira de rodas, conforme figura 3.

FONTE: ABNT NBR 9050 DE 31 DE MAIO DE 2004.

Largura para deslocamento em linha reta de pessoas em cadeira de rodas

A figura 4 mostra dimensões referenciais para deslocamento em linha reta de pessoas em cadeiras
de rodas.

FONTE: ABNT NBR 9050 DE 31 DE MAIO DE 2004.

Área para manobra de cadeiras de rodas sem deslocamento

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As medidas necessárias para a manobra de cadeira de rodas sem deslocamento, conforme a figura 6,
são:
a) para rotação de 90° = 1,20 m x 1,20 m;
b) para rotação de 180° = 1,50 m x 1,20 m;
c) para rotação de 360° = diâmetro de 1,50 m.

FONTE: ABNT NBR 9050 DE 31 DE MAIO DE 2004.

Manobra de cadeiras de rodas com deslocamento

A figura 7 exemplifica condições para manobra de cadeiras de rodas com deslocamento.

FONTE: ABNT NBR 9050 DE 31 DE MAIO DE 2004.

Desenho de Construção Civil - Aspectos Legais e Formais de Projetos de 48


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FONTE: ABNT NBR 9050 DE 31 DE MAIO DE 2004.


Dimensões referenciais para alcance manual

As figuras 8 a 10 exemplificam as dimensões máximas, mínimas e confortáveis para alcance


manual frontal.

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A3 = Altura do centro da mão com antebraço formando M3 = Comprimento do antebraço (do centro do cotovelo
90º com o tronco. ao centro da mão).
I3 = Altura do centro da mão com o braço estendido, E3 = Altura do piso até a parte superior da coxa.
formando 30° com o piso = alcance máximo confortável. N3 = Profundidade da superfície de trabalho necessária
B3 = Altura do centro da mão estendida ao longo do eixo para aproximação total.
longitudinal do corpo. F3 = Altura mínima livre para encaixe da cadeira de rodas
J3 = Altura do centro da mão com o braço estendido sob o objeto.
formando 60° com o piso = alcance máximo eventual. O3 = Profundidade da nádega à parte superior do joelho.
C3 = Altura mínima livre entre a coxa e a parte inferior de G3 = Altura das superfícies de trabalho ou mesas.
objetos e equipamentos. P3 = Profundidade mínima necessária para encaixe dos
L3 = Comprimento do braço na horizontal, do ombro ao pés.
centro da mão. H3 = Altura do centro da mão com braço estendido
D3 = Altura mínima livre para encaixe dos pés. paralelo ao piso.

4.2. SÍMBOLO INTERNACIONAL DE ACESSO

A indicação de acessibilidade das edificações, do mobiliário, dos espaços e dos equipamentos


urbanos deve ser feita por meio do símbolo internacional de acesso. A representação do símbolo
internacional de acesso consiste em pictograma branco sobre fundo azul (referência Munsell 10B5/10 ou
Pantone 2925 C).

Este símbolo pode, opcionalmente, ser representado em branco e preto (pictograma branco sobre
fundo preto ou pictograma preto sobre fundo branco). A figura deve estar sempre voltada para o lado
direito. Nenhuma modificação, estilização ou adição deve ser feita a este símbolo.
O símbolo internacional de acesso deve indicar a acessibilidade aos serviços e identificar espaços,
edificações, mobiliário e equipamentos urbanos onde existem elementos acessíveis ou utilizáveis por
pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.

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SÍMBOLOS PROPORÇÕES

FIGURA: SÍMBOLO INTERNACIONAL DE ACESSO

FIGURA: SÍMBOLO INTERNACIONAL DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL

FIGURA:SÍMBOLO INTERNACIONAL DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA (SURDEZ)


FONTE: ABNT NBR 9050 DE 31 DE MAIO DE 2004.

Esta sinalização deve ser afixada em local visível ao público, sendo utilizada principalmente nos
seguintes locais, quando acessíveis:

a) entradas;
b) áreas e vagas de estacionamento de veículos;
c) áreas acessíveis de embarque/desembarque;
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d) sanitários;
e) áreas de assistência para resgate, áreas de refúgio, saídas de emergência;
f) áreas reservadas para pessoas em cadeira de rodas;
g) equipamentos exclusivos para o uso de pessoas portadoras de deficiência.

Os acessos que não apresentam condições de acessibilidade devem possuir informação visual
indicando a localização do acesso mais próximo que atenda às condições estabelecidas nesta Norma.

4.3. SÍMBOLOS INTERNACIONAIS DE SANITÁRIOS

Todos os sanitários devem ser sinalizados com o símbolo internacional de sanitário, de acordo com
cada situação, conforme as figuras a seguir.

4.4. SINALIZAÇÃO TÁTIL DE CORRIMÃOS, VISUAL DE DEGRAUS, PISO

É recomendável que os corrimãos de escadas e rampas sejam sinalizados através de:

a) anel com textura contrastante com a superfície do corrimão, instalado 1,00 m antes das
extremidades, conforme figura;
b) sinalização em Braille, informando sobre os pavimentos no início e no final das escadas fixas e
rampas, instalada na geratriz superior do prolongamento horizontal do corrimão.
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SINALIZAÇÃO DE CORRIMÃOS (VISTA SUPERIOR) – “DIMENSÕES EM CENTÍMETROS”

Todo degrau ou escada deve ter sinalização visual na borda do piso, em cor contrastante com a do
acabamento, medindo entre 0,02 m e 0,03 m de largura. Essa sinalização pode estar restrita à projeção dos
corrimãos laterais, com no mínimo 0,20 m de extensão, localizada conforme figura.

EXEMPLO - SINALIZAÇÃO VISUAL NO PISO DOS DEGRAUS

A sinalização tátil no piso pode ser do tipo de alerta ou direcional. Ambas devem ter cor
contrastante com a do piso adjacente, e podem ser sobrepostas ou integradas ao piso existente, atendendo
às seguintes condições:
a) quando sobrepostas, o desnível entre a superfície do piso existente e a superfície do piso
implantado deve ser chanfrado e não exceder 2 mm;
b) quando integradas, não deve haver desnível.

A textura da sinalização tátil de alerta consiste em um conjunto de relevos tronco-cônicos conforme


tabela a seguir, dispostos conforme figura. A modulação do piso deve garantir a continuidade de textura e
o padrão de informação.

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SINALIZAÇÃO TÁTIL DE ALERTA – MODULAÇÃO DO PISO JUNTO À PORTA DE ELEVADOR

4.5. ACESSOS E CIRCULAÇÃO

Pisos
Os pisos devem ter superfície regular, firme, estável e antiderrapante sob qualquer condição, que
não provoque trepidação em dispositivos com rodas (cadeiras de rodas ou carrinhos de bebê).

Admite-se inclinação transversal da superfície até 2% para pisos internos e 3% para pisos externos e
inclinação longitudinal máxima de 5%. Inclinações superiores a 5% são consideradas rampas.

Recomenda-se evitar a utilização de padronagem na superfície do piso que possa causar sensação de
insegurança (por exemplo, estampas que pelo contraste de cores possam causar a impressão de
tridimensionalidade).

Piso tátil de alerta


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Este piso deve ser utilizado para sinalizar situações que envolvem risco de segurança. O piso tátil
de alerta deve ser cromodiferenciado ou deve estar associado à faixa de cor contrastante com o piso
adjacente 1.

Piso tátil direcional


Este piso deve ser utilizado quando da ausência ou descontinuidade de linha-guia identificável,
como guia de caminhamento em ambientes internos ou externos, ou quando houver caminhos
preferenciais de circulação.

Desníveis
Desníveis de qualquer natureza devem ser evitados em rotas acessíveis. Eventuais desníveis no
piso de até 5 mm não demandam tratamento especial. Desníveis superiores a 5 mm até 15 mm devem ser
tratados em forma de rampa, com inclinação máxima de 1:2 (50%), conforme figura abaixo. Desníveis
superiores a 15 mm devem ser considerados como degraus e ser sinalizados.

Condições gerais

Nas edificações e equipamentos urbanos todas as entradas devem ser acessíveis, bem como as rotas
de interligação às principais funções do edifício.

Na adaptação de edificações e equipamentos urbanos existentes deve ser previsto no mínimo um


acesso, vinculado através de rota acessível à circulação principal e às circulações de emergência, quando
existirem. Nestes casos a distância entre cada entrada acessível e as demais não pode ser superior a 50 m.

O percurso entre o estacionamento de veículos e a(s) entrada(s) principal(is) deve compor uma rota
acessível. Quando da impraticabilidade de se executar rota acessível entre o estacionamento e as entradas
acessíveis, devem ser previstas vagas de estacionamento exclusivas para pessoas com deficiência,
interligadas à(s) entrada(s) através de rota(s) acessível(is).

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Quando existirem catracas ou cancelas, pelo menos uma em cada conjunto deve ser acessível.
Quando existir porta giratória ou outro dispositivo de segurança de ingresso que não seja acessível, deve
ser prevista junto a este outra entrada que garanta condições de acessibilidade. Deve ser prevista a
sinalização informativa, indicativa e direcional da localização das entradas acessíveis.

Acessos de uso restrito, tais como carga e descarga, acesso a equipamentos de medição, guarda e
coleta de lixo e outras com funções similares, não necessitam obrigatoriamente atender às condições de
acessibilidade desta Norma.

4.6. DIMENSIONAMENTO DE RAMPAS

A inclinação das rampas, conforme figura 79, deve ser calculada segundo a seguinte equação:
onde:
i é a inclinação, em porcentagem;
h é a altura do desnível;
c é o comprimento da projeção horizontal.

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4.7. DIMENSIONAMENTO DE ESCADAS FIXAS

Escadas fixas com lances curvos ou mistos devem atender ao disposto na ABNT NBR 9077. A
inclinação transversal não deve exceder 1%. A largura das escadas deve ser estabelecida de acordo com o
fluxo de pessoas, conforme ABNT NBR 9077. A largura mínima recomendável para escadas fixas em
rotas acessíveis é de 1,50 m, sendo o mínimo admissível 1,20 m. O primeiro e o último degrau de um
lance de escada devem distar no mínimo 0,30 m da área de circulação adjacente e devem estar
sinalizados.

Patamares das escadas

As escadas fixas devem ter no mínimo um patamar a cada 3,20 m de desnível e sempre que houver
mudança de direção. Entre os lances de escada devem ser previstos patamares com dimensão longitudinal
mínima de 1,20 m. Os patamares situados em mudanças de direção devem ter dimensões iguais à largura
da escada. A inclinação transversal dos patamares não pode exceder 1% em escadas internas e 2% em
escadas externas.

Corrimãos e guarda-corpos

Os corrimãos e guarda-corpos devem ser construídos com materiais rígidos, ser firmemente
fixados às paredes, barras de suporte ou guarda-corpos, oferecer condições seguras de utilização e serem
sinalizados. Os corrimãos devem ser instalados em ambos os lados dos degraus isolados, das escadas
fixas e das rampas.

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Os corrimãos devem ter largura entre 3,0 cm e 4,5 cm, sem arestas vivas. Deve ser deixado um
espaço livre de no mínimo 4,0 cm entre a parede e o corrimão. Devem permitir boa empunhadura e
deslizamento, sendo preferencialmente de seção circular.

4.8. CIRCULAÇÃO INTERNA

Os corredores devem ser dimensionados de acordo com o fluxo de pessoas, assegurando uma faixa
livre de barreiras ou obstáculos, conforme 6.10.8. As larguras mínimas para corredores em edificações e
equipamentos urbanos são:
a) 0,90 m para corredores de uso comum com extensão até 4,00 m;
b) 1,20 m para corredores de uso comum com extensão até 10,00 m; e 1,50 m para corredores com
extensão superior a 10,00 m;
c) 1,50 m para corredores de uso público;
d) maior que 1,50 m para grandes fluxos de pessoas.

Em edificações e equipamentos urbanos existentes onde a adequação dos corredores seja


impraticável, devem ser implantados bolsões de retorno com dimensões que permitam a manobra
completa de uma cadeira de rodas (180°), sendo no mínimo um bolsão a cada 15,00 m. Neste caso, a
largura mínima de corredor em rota acessível deve ser de 0,90 m.

Para transposição de obstáculos, objetos e elementos com no máximo 0,40 m de extensão, a largura
mínima do corredor deve ser de 0,80 m, conforme 4.3.2. Acima de 0,40 m de extensão, a largura mínima
deve ser de 0,90 m.

As figuras abaixo exemplificam espaços necessários junto às portas, para sua transposição por
P.C.R.

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As portas, inclusive de elevadores, devem ter um vão livre mínimo de 0,80 m e altura mínima de
2,10 m. Em portas de duas ou mais folhas, pelo menos uma delas deve ter o vão livre de 0,80 m. O
mecanismo de acionamento das portas deve requerer força humana direta igual ou inferior a 36 N.

As portas devem ter condições de serem abertas com um único movimento e suas maçanetas devem
ser do tipo alavanca, instaladas a uma altura entre 0,90 m e 1,10 m. Quando localizadas em rotas
acessíveis, recomenda-se que as portas tenham na sua parte inferior, inclusive no batente, revestimento
resistente a impactos provocados por bengalas, muletas e cadeiras de rodas, até a altura de 0,40 m a partir
do piso, conforme figura.

As portas de sanitários, vestiários e quartos acessíveis em locais de hospedagem e de saúde devem


ter um puxador horizontal, conforme a figura 94, associado à maçaneta. Deve estar localizado a uma
distância de 10 cm da face onde se encontra a dobradiça e com comprimento igual à metade da largura da
porta.

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5. REFERÊNCIAS

- ABNT NBR 9077 DE DEZEMBRO DE 2001 – SAÍDAS DE EMERGÊNCIA EM EDIFÍCIOS.

- ABNT NBR 9050 DE 31 DE MAIO DE 2004 – ACESSIBILIDADE A EDIFICAÇÕES,


MOBILIÁRIO, ESPAÇOS E EQUIPAMENTOS URBANOS.

- LEI COMPLEMENTAR Nº 062, DE 02 DE FEVEREIRO DE 2009.

- LEI N° 7987 DE 23 DE DEZEMBRO DE 1996.

- LEI Nº 5530, DE 17 DE DEZEMBRO 1981.

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Hino Nacional Hino do Estado do Ceará

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas Poesia de Thomaz Lopes


De um povo heróico o brado retumbante, Música de Alberto Nepomuceno
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Terra do sol, do amor, terra da luz!
Brilhou no céu da pátria nesse instante. Soa o clarim que tua glória conta!
Terra, o teu nome a fama aos céus remonta
Se o penhor dessa igualdade Em clarão que seduz!
Conseguimos conquistar com braço forte, Nome que brilha esplêndido luzeiro
Em teu seio, ó liberdade, Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro!
Desafia o nosso peito a própria morte!
Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!
Ó Pátria amada, Chuvas de prata rolem das estrelas...
Idolatrada, E despertando, deslumbrada, ao vê-las
Salve! Salve! Ressoa a voz dos ninhos...
Há de florar nas rosas e nos cravos
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido Rubros o sangue ardente dos escravos.
De amor e de esperança à terra desce, Seja teu verbo a voz do coração,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido, Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!
A imagem do Cruzeiro resplandece. Ruja teu peito em luta contra a morte,
Acordando a amplidão.
Gigante pela própria natureza, Peito que deu alívio a quem sofria
És belo, és forte, impávido colosso, E foi o sol iluminando o dia!
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Tua jangada afoita enfune o pano!
Terra adorada, Vento feliz conduza a vela ousada!
Entre outras mil, Que importa que no seu barco seja um nada
És tu, Brasil, Na vastidão do oceano,
Ó Pátria amada! Se à proa vão heróis e marinheiros
Dos filhos deste solo és mãe gentil, E vão no peito corações guerreiros?
Pátria amada,Brasil!
Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!
Porque esse chão que embebe a água dos rios
Deitado eternamente em berço esplêndido, Há de florar em meses, nos estios
Ao som do mar e à luz do céu profundo, E bosques, pelas águas!
Fulguras, ó Brasil, florão da América, Selvas e rios, serras e florestas
Iluminado ao sol do Novo Mundo! Brotem no solo em rumorosas festas!
Abra-se ao vento o teu pendão natal
Do que a terra, mais garrida, Sobre as revoltas águas dos teus mares!
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; E desfraldado diga aos céus e aos mares
"Nossos bosques têm mais vida", A vitória imortal!
"Nossa vida" no teu seio "mais amores." Que foi de sangue, em guerras leais e francas,
E foi na paz da cor das hóstias brancas!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo


O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,


Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!

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