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foto de capa: tommasolizzul | depositphotos.

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Ebook sobre PLUTÃO – Yubertson Miranda
Esse e-book nasceu de uma reflexão. Coloquei o seguinte questionamento no
facebook:
- Qual a diferença entre vício e compulsão? Será que existe mesmo uma diferença?
Essa foi a pergunta que deixei para meus contatos. Astrologicamente falando, eu
estava vinculando vício a Netuno; compulsão, a Plutão. Todavia, eu me percebia cheio
de dúvidas nessa divisão. Porque – para mim – a compulsão é resultante de um vício e
um vício tem seu tom compulsivo.
Claro que não sabia que esse questionamento (e consequente reflexão) seria o
estopim deste e-book. Fui levado por um monte de sincronicidades para pesquisar mais
profundamente sobre Plutão. No início desse processo, foi que eu me dei conta. Estava
vivendo justamente o reflexo de um eclipse que ativara de forma exata o meu Plutão
Natal: em Libra, na Casa 6. Meu Plutão está a 4 graus de Libra. Eis meu Mapa Natal:

E o Eclipse Lunar do dia 23 de Março de 2016 ocorreu exatamente com a Lua a 3 graus
de Libra.

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Foi justamente nesta época que fui tomado mesmo por uma obsessão (Plutão).
Algo que já existia em mim ganhou uma proporção muito intensa e obsessiva (Eclipse +
Plutão). Qual? A obsessão de encontrar um método (Casa 6) de Tarot para acertar o
resultado de partidas de futebol. Como talvez você saiba, a Casa 6 (onde meu Plutão se
encontra) é o domicílio de Virgem. E é a área da vida associada às ferramentas técnicas
e às metodologias que nos permitem alcançar resultados produtivos ao cumprir certas
tarefas.
Desde 2008 eu tive esse estalo:
- Cara, se o Tarot consegue responder a tantas perguntas (leia-se acertar previsões) por
meio de um padrão simbólico, por que não daria para prever também o resultado de um
jogo de futebol?
Aí comecei a mergulhar na busca desse método mais apropriado de fazer tal
previsão. Passei por vários. Encontrei um. O Pèladan. E comecei a jogar
compulsivamente (nesta época, apenas apostava na Loteca, também conhecida como
Loteria Esportiva). Todo final de semana. Fui juntando dados. Fui anotando na planilha
Excel esses Arcanos que saíam para cada partida e seu respectivo resultado.
Eu, capricorniano, uma criatura forjada na frustração, não desanimava diante do
fracasso de cada final de semana. Juntei quase 2.000 jogos registrados a partir deste
método para chegar à constatação que ele seria inviável. Justamente por ter muitas
variáveis em cinco Casas. Não daria para ter um volume suficiente para vislumbrar um
padrão. Lidei com a perda plutoniana na minha Casa 6. Tive que recomeçar do zero
(Plutão) um novo método (Casa 6). Fui jogar o método três Casas. Menos variáveis, mais
possibilidade de encontrar um padrão a partir de um volume suficiente de jogos
registrados. Cheguei a ter 22.000 jogos anotados.

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Nesta época, a partir do eclipse lunar de 2016 em que essa obsessão tomou uma
proporção ainda mais intensa em função da ativação desse meu lado obsessivo, puxa, eu
fiquei com medo de estar absolutamente tomado por esse desejo intenso e compulsivo
(Plutão) de encontrar este método (Casa 6). Por estar viciado? (Plutão? Netuno? Ambos?)
Ao mesmo tempo que tinha essa autopercepção, eu ia observando meus clientes.
A vivência de seu respectivo Plutão. E fui vendo, por exemplo, a obsessão de uma cliente
com Plutão cravado no DSC (início da Casa 7, a qual é associada ao relacionamento) por
um homem. Uma obsessão (Plutão) em conquistar (Plutão) esse cara (Casa 7) que ela
compulsivamente (Plutão) dizia amar (Casa 7). Era só ele e pronto. Não via mais
ninguém. Não se abria nem para a possibilidade de ser outro. Era ele e pronto. Via ali a
vivência do Plutão dela.
Em função de ver a minha própria obsessão (Plutão) em conquistar o método
(Casa 6) perfeito (Libra), eu a compreendia. Sabia que não adiantava nada eu tentar
dissuadi-la de que essa obsessão num cara que a rejeitava e a humilhava (Plutão) era uma
perda imensa de energia (Plutão). Eu perdia a minha energia (Plutão) diante da obsessão
(Plutão) que queria ter êxito no próximo final de semana. A cada humilhação (Plutão)
semanal com o resultado fracassado na rodada de futebol do Domingo, eu ficava ainda
mais possuído (Plutão) por essa compulsão à repetição. A gente sempre acha que da
próxima vez será diferente e que conseguiremos o que não estamos conseguindo. E, com
ela, a cada humilhação do cara, ela achava que no outro dia iria conquista-lo. São anos a
acompanhando. A cada três meses ela vinha jogar o Templo de Afrodite e perguntar ao
tarot sobre ela e esse cara. Ainda continuo jogando o tarot para ela. Ela ainda continua
obcecada por esse cara.
Fui, então, mergulhando visceralmente no seguinte questionamento: por que
tamanha obsessão – que nos faz exaurir a nossa vitalidade nesse processo – ainda é
mantida? Por que esse vício na derrota? Por que essa prisão que a compulsão à repetição
nos escraviza, mesmo diante de tamanha humilhação por não conseguir conquistar o que
tanto desejamos?
Lembrei de um cliente com Plutão na Casa 10. Médico. Foi dar a notícia fatídica
aos filhos de uma paciente: ela acabara de morrer. Os dois filhos – furiosos e não
aceitando a perda – correram atrás dele no hospital, querendo literalmente mata-lo. Ele
conseguiu se esconder numa sala. Os clientes (Casa 10) em fúria (Plutão). Esse mesmo
cliente com Plutão na 10 vira e mexe se envolvia com a humilhação de algum médico-
chefe “bam bam bam” (Casa 10). Plutão na 10 e a humilhação (Plutão) diante de uma
figura de autoridade (Casa 10)... Por que? Qual o propósito dessas humilhações
plutonianas?
Eu precisava encontrar essas respostas. Eu precisava me libertar desse vício
obsessivo (Plutão) de ganhar na loteca por meio de um padrão (Casa 6) perfeito (Libra).
Era vital para mim mergulhar nos significados de Plutão. Era caso de vida ou morte. Eu
não queria ser um cara obcecado pelo vício do jogo. Não poderia me deixar chegar a esse
nível. Se é que já não me encontrava atolado nele...
Aí chegou uma cliente. Fiz sua leitura astrológica por Skype. Ela mora no exterior.
Tem Plutão em Escorpião na Casa 8 (em oposição EXATA ao seu Sol em Touro na Casa

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2). E ainda com Saturno em Escorpião na Casa 9 em oposição também EXATA ao seu
Marte em Touro na Casa 3. Plutão e Escorpião guardam muitas semelhanças. E, claro, a
Casa 8 (onde eu tenho Lua e Marte nesse signo).
Depois de um tempo, ela – movida por esse dever saturnino de Casa 9 de
compreender (Casa 9) profundamente (Escorpião) o que ela refletia (Casa 9) – começou
a trocar mensagens comigo sobre seu Plutão na 8. Começou a me contar experiências de
sua vida e que tinham plena associação com esse posicionamento de seu Mapa Natal. Vi
ali a oportunidade de mergulhar mais na compreensão de Plutão na 8. Foi ali a troca mais
rica que tive para o entendimento de Plutão. Foi com ela, Marilia Giannini Alves da Silva,
que eu pude vislumbrar as facetas plutonianas que eu precisava investigar. Não por acaso
eu a chamo de minha “musa plutoniana”. Sem ela, esse livro talvez não tivesse nascido.
Foi a partir das experiências que ela me contava, das perguntas que eu lhe fazia
sobre seu Plutão, dos questionamentos que fazíamos um ao outro e das percepções que
alcançávamos, que eu roteirizei o que eu precisava pesquisar sobre Plutão. Quais facetas
eu necessitava mergulhar de forma mais didática a respeito desse astro, o qual já passou
pela perda de sua posição no sistema solar com os cientistas excluindo-o da lista e depois
renascendo ao retomar o seu posto. Agora com o título de planeta-anão. Tão pequeno e
longe... e tão poderoso.
Com a pesquisa e as sincronicidades desse processo, tal como um sonho em que
eu abria uma passagem secreta que havia no chão da cozinha e pulava lá dentro, no
subterrâneo (metaforicamente, o reino onde Plutão/Hades habita), veio um planejamento
de perguntas que eu devia englobar sobre cada faceta plutoniana. Foi um pulo para ter a
ideia de pegar voluntários com Plutão nas mais diversas Casas, em cada uma das 12 Casas
do Mapa Astral, de modo a aplicar esses questionamentos numa entrevista com cada um
deles. Mais uma vez minha fã page foi essencial.
Abri neste post a minha proposta de escolher voluntários:
https://www.facebook.com/YubMirandaAstrolologiaNumerologiaTaro/
Aplicaria estas perguntas a eles (ao fim desta introdução você terá os
questionamentos que fiz para Plutão em cada Casa e que enviei para os voluntários
“plutonianos”). Ouviria e leria suas respostas. Interagiria com eles, aberto a perceber
ainda mais profundamente o que esse astro simboliza.
O e-book ganhou corpo. O e-book ficou pronto. E agora você tem oportunidade
de lê-lo. Você terá uma visão muito mais clara e compreensiva sobre o que o Plutão de
seu Mapa Natal representa. E, espero, possa fazer escolhas corajosas para enfrentar os
medos mais tenebrosos do poder, de seu próprio poder. E assim se libertar dos
comportamentos destrutivos e autodestrutivos simbolizados por Plutão. Renascer da
impotência, da perda e da humilhação de um jeito tal que possa realmente atingir a plena
expressão do que tanto deseja, do que sua alma tanto clama para você viver. Grandes
feitos virão daí. Será um prazer receber seus feedbacks do que mudou, do que renasceu,
do que conquistou e realizou na esfera da vida (Casa Astrológica) em que seu Plutão se
encontra.

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Antes de começarmos de fato, eis as perguntas (Questionário) sobre Plutão em
cada Casa:
Plutão na Casa 1:
 Você evita as experiências, os projetos e os desafios que te permitiriam ter mais
autonomia, independência e liderança?
 Ou você é completamente intensa e desejosa de ter cada dia mais autonomia,
independência e liderança - nem se permitindo receber ajuda por medo de se
tornar dependente de alguém?
 Você tem um grande fascínio e ao mesmo tempo um pânico de iniciar novos
projetos, de se envolver numa nova experiência, de ir em busca do
desconhecido?
 Você se percebe muitas vezes com um enorme poder pessoal e outras vezes
sendo uma criatura desprezível? Ou seja, oscila entre a sensação de onipotência-
superioridade e a de inferioridade?
 Já teve muita raiva quando não conseguiu desenvolver certa ideia ou projeto? E
quando teve alguma conquista de algo que muito desejou, foi como uma espécie
de vingança, para mostrar que era capaz e que conseguiria?
 Você já se sentiu humilhada na vida, em função de sua aparência, de seu corpo,
de sua maneira de se autoafirmar e de se expor?
 Você tem uma obsessão em alcançar o corpo perfeito, a imagem perfeita, a
aparência perfeita, poderosa?
 Você tem uma baita obsessão em encontrar a sua essência, a essência de sua
identidade, em ser você mesma?
 Você tem muito medo de perder a sua individualidade ou de perder um espaço
de autonomia, independência e liderança conquistados? E isso te faz ser muito
controladora?
 Você é muito competitiva, tem uma obsessão em vencer? Ou você esconde seu
poder pessoal, deixa os outros te vencerem, chegarem na frente, fazerem
primeiro para não correr o risco de deixar vir à tona um lado muito agressivo,
combativo, “animal”?
 Bate no peito e se considera foda, capaz de grandes feitos, ou tem uma
insegurança monstruosa que te impede de ser quem é e de se envolver em
projetos transformadores?

Plutão na 2:
 Você tem MUITO medo de ter dinheiro e perder?
 Na sua infância, alguma experiência de perda de segurança, de falência de pai-
mãe, avó-avô, fez com que você não tivesse mais aquilo que tinha de conforto,
bem-estar e objetos de valor, bens, posses?
 Você é compulsiva com doce ou algum alimento? Ou simplesmente em
comprar, acumular ou gastar, poupar?
 Você já se sentiu humilhada por não ter um trabalho, um empregou, dinheiro ou
por não ter condições de comprar algo?

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 Já comprou algo que te deu a sensação de poder, de onipotência?
 Você tem obsessão em ter uma saúde perfeita, um corpo perfeito? Já passou por
alguma doença em que teve de renascer ao entender profundamente as causas
desse sintoma?
 Você passa períodos trabalhando compulsivamente e outros períodos não
trabalhando nada?
 Alguém é que cuida das suas finanças e que é responsável por sua fonte de
renda? Ou é você que tem controle sobre as finanças? Você as controla a ferro e
fogo, de modo radical? Ou esse controle financeiro vai para o outro extremo de
gastos compulsivos ou de torrar a grana acumulada em algumas fases?
 É chamada de pão dura (muito econômica, economizando centavos) OU de
gastadora compulsiva?
 É obcecada por atividades físicas ou alimentação para ter bem-estar, saúde? Ou
não atende às necessidades de seu corpo e não faz atividade física nem se
preocupa com alimentação? Seu corpo é poderoso ou você destrói o seu corpo
com o que ingere ou o que não pratica de atividade física?

PLUTÃO NA 3
 Você evita estudar e aprender determinado assunto por medo de ficar obcecada e
só ficar pensando nisto?
 Você luta arduamente para não se deixar ser escrava de certos pensamentos
mórbidos, negativos, destrutivos?
 Você já foi ou é fascinada por algum assunto ou estudo? Algo que já leu,
estudou, se informou e conversou te fascinou e foi o estopim para uma profunda
mudança em sua vida?
 Você passa por momentos de ser muito falante, quase compulsivamente
“faladeira” E OUTROS MOMENTOS de pleno mutismo, de não querer falar
quase nada?
 Você vive fases de ora ser muito sociável, de querer estar próxima a muita gente
ou a pelo menos alguns amigos fielmente escolhidos? E outras fases em que não
quer ver ninguém, super antissocial e até mesmo com fobia/pânico de gente?
 Como você conversa e interage com as pessoas? Constantemente se envolve em
discussões acaloradas? Há jogos de poder, de controle e de imposição nestes
embates de ideias, de querer convencer estrategicamente o outro ou de não se
deixar ser dominada pelas ideias, pensamentos e opiniões do outro?
 Você já teve ou tem raiva por não ter conseguido aprender algo, estudar algo, ter
feito determinado curso ou viajado para determinado local?
 Já passou por alguma humilhação (uma derrota profunda) em algum teste, prova
ou mesmo ao defender suas opiniões? E isso te deixou com muita raiva e quis
estudar total e completamente este tema que lhe apresentou essa derrota, a fim
de passar/ser aprovada com louvor?
 Você tem medo de dirigir? Ou tem um verdadeiro fascínio e paixão por dirigir e
ficar sempre se locomovendo entre duas cidades, por exemplo?

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 Você já se sentiu onipotente por algo que escreveu, falou ou opinou – e
convenceu, seduziu, conseguiu o que queria?
 Você tem consciência do poder das palavras e dos pensamentos? Tem
consciência do poder de sua mente e do quanto você pode construir ou destruir
através daquilo que pensa, escreve e fala?
 Percebe a força que possui para ser uma agente catalisadora de mudanças na
vida das pessoas através de seus escritos, de suas informações, de sua fala e
interação com os outros?
 Você acaba agindo de maneira muito controladora em suas conversas, tal como
obrigando o outro – mesmo que estrategicamente – a concordar com você ou a
falar o que você quer ouvir?
 Já passou por uma situação em que se sentiu derrotada em relação a algum
irmão, irmã, primo, prima, vizinho ou colega de estudo? E despertou em você o
intenso desejo de se vingar, de buscar ser mais inteligente, mais hábil com as
palavras, mais conhecedora de um assunto do que essa pessoa diante da qual se
sentiu humilhada?
 Você tem medo de perder sua fala, sua locomoção, seu conhecimento? Tem
medo de perder sua inteligência e sua capacidade de se comunicar, tal como
ficando muda ou impedida de se locomover por aí?
 Você se sente fascinada e ao mesmo tempo aterrorizada quando tem de dirigir,
falar em público, escrever o que conhece, viajar ou compartilhar os seus
conhecimentos através dos mais variados meios de comunicação?
 Você considera que se não tiver determinado curso, não souber determinado
assunto, não ser entendedora de algum tema e nem capaz de falar a respeito
dessas ideias e conhecimentos, isso será uma derrota humilhante?

Plutão na Casa 4
 Você evita qualquer assunto familiar ou relativo a imóveis e propriedades por
medo de ficar obcecada e só ficar pensando nisto?
 Você luta arduamente para não se deixar ser escrava dos pais, de um passado de
perdas, mudanças e uma sensação de desamparo emocional? Você luta
arduamente para não se sentir escrava da manipulação e do abuso dos pais para
mantê-la dependente deles? Ou você faz de tudo para não perder esse apoio
emocional e dependência que os pais lhe oferecem?
 Você já foi ou é fascinada por ter família (ser mãe/pai), ter sua casa própria, ter
segurança familiar e residencial? Algo que já aconteceu em sua infância ou em
sua família (tal como a morte de um familiar, uma mudança de residência ou
cidade, a construção de sua própria família, a conquista de sua moradia, a
violência do pai/mãe) foi o estopim para uma profunda mudança em sua vida?
 Você passa por momentos de ser muito sensível emocionalmente E OUTROS
MOMENTOS de muito distanciamento emocional, de não querer intimidade
nem se vincular a ninguém? Será por que você passa por fases em que se sente
completamente desprotegida e desamparada e acaba se tornando dependente de

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alguém, e outras em que não quer criar laços de dependência e intimidade com
ninguém para não sofrer a perda dessa pessoa no futuro?
 Você vive fases de ora ser muito preocupada com a segurança de sua residência,
de sua família, de seus filhos, tal como ficando quase paranoica de que serão
roubados, perderá seus imóveis, algum familiar morrerá? E outras fases em que
se fecha na sua ostra, no seu mundo privado, no seu quarto, na sua cama, com
pânico de entrar em contato com suas emoções e de criar qualquer vínculo de
intimidade?
 Como você lida com o feminino, com as mulheres, com as emoções? Há jogos
de poder, de controle, de manipulação e de imposição nestas relações com
figuras femininas, tal como mãe, avó, irmãs, filhas e mulheres em geral? Você
tem ao mesmo tempo reações de amor e de ódio em relação às mulheres e a tudo
aquilo que está associado ao feminino?
 Você já teve ou tem raiva por não ter conseguido ter sua família, conquistar sua
casa própria, ser pai-mãe, criar filhos, ter imóveis e propriedades, morar em
determinada cidade-estado-país?
 Já passou por alguma humilhação (uma derrota profunda) na família? Ou uma
perda de um imóvel-propriedade? Sofreu abuso na infância? E isso te deixou
com muita raiva e quis se vingar de algum familiar ou renascer de um passado
de perdas, humilhação ou desamparo?
 Você tem medo de perder sua segurança emocional, familiar e residencial – e
isso é a causa de não querer ter família, morar em algum lugar, de não se abrir
emocionalmente? Ou tem um verdadeiro fascínio e paixão por ter sua casa
própria, constituir família, ter imóveis, propriedades e se familiarizar com as
emoções?
 Você já se sentiu onipotente por amparar as pessoas, por oferecer colo, proteção
e segurança emocional a elas, especialmente aos familiares e às que têm um laço
mais estreito com você?
 Você tem consciência do poder das emoções? Considera que elas podem te
destruir? Tem consciência do poder do feminino, da mãe, das mulheres? Tem
consciência do poder que você possui em seu ambiente privado, nas suas
relações íntimas? O poder que possui na vida de uma mulher e/ou de sua
família? Ou mesmo na vida de várias famílias?
 Percebe a força que possui para ser uma agente catalisadora de mudanças na
vida das pessoas mais próximas, dos familiares e de famílias e mulheres que
talvez sofram o que você já sofreu na sua infância?
 Você acaba agindo de maneira muito controladora em suas relações familiares e
onde mora (no seu prédio-condomínio, na sua rua, no seu bairro, na sua cidade,
no seu estado ou no seu país)?
 Você se sente fascinada e ao mesmo tempo aterrorizada quando tem de
constituir família, ser pai-mãe, lidar com imóveis e propriedades, ter sua casa
própria?
 Você considera que, se não tiver família, filhos, imóveis, propriedades,
segurança emocional, familiar e residencial, isso será uma derrota humilhante?

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Plutão na Casa 5
 Você evita qualquer projeto criativo ou artístico por medo de ficar obcecada e só
ficar pensando nisto?
 Você luta arduamente para não se deixar ser escrava do sexo ou do elogio das
pessoas? Você luta arduamente para não se sentir escrava da manipulação e do
abuso de alguém que você namora, de alguém com quem faz sexo? Você luta
arduamente para não se sentir escrava da manipulação e do abuso de alguma
criança (filho, sobrinho, neto, aluno)? Ou você faz de tudo para não perder a
atenção, o elogio e a calorosidade poderosa que recebe de seu público, de
alguma criança, de alguém que gosta, namora e transa?
 Você já foi ou é fascinada por ter filho, tocar algum instrumento musical, se
apresentar a alguma plateia, ter sua arte e personalidade reconhecidas, elogiadas,
amadas?
 O nascimento de um filho (neto, sobrinho), a criação de uma canção,
composição, projeto artístico, criativo e lúdico foi o estopim para uma profunda
mudança em sua vida?
 Você tem pânico de se expor, de se mostrar, de criar e revelar a sua obra
(criativa, artística, pessoal) e, ao mesmo tempo, fica fascinada por magnetizar
uma plateia e ter suas obras impactando seu público?
 Você passa por momentos de ser muito carente de atenção, se expondo, se
expressando, se mostrando poderosamente E OUTROS MOMENTOS em que
tem horror de se mostrar, de se expor, de revelar algo de sua identidade, de sua
sexualidade, de sua personalidade?
 Será que esses momentos de pânico de se expor, se expressar e ocupar o centro
do palco não é porque você sente que sua identidade é profundamente abalada
pela crítica, pelo medo de não ter atenção e não ser aprovada pelas pessoas??
 E será que os momentos em que você fica obcecada em criar, em expor algo de
sua personalidade, em transar, em jogar-apostar, em se divertir, curtir, dançar,
criar e se expressar não é porque você deseja compulsivamente elogios, atenção
e, principalmente, prazer?
 Considera que tem uma personalidade poderosa e que assusta as pessoas?
Percebe que as pessoas o veem como alguém perigoso? Você vive fases de
considerar que o que sai de você é algo feio, horroroso, demoníaco, destrutivo?
Evita criar algo e gerar algum fruto que seja reflexo de sua identidade – por
considerar que é alguém com um lado sombrio, dark, assustador? Prefere
esconder essa sua faceta dark, poderosa, sombria?
 Como você lida com as crianças, com o universo infantil e lúdico? Como você
lida com o sexo, com a diversão, com os jogos de azar, com brinquedos, com o
prazer?
 Você tem ao mesmo tempo reações de amor e de ódio em relação ao sexo, ao
universo infantil, aos jogos, ao romance, ao lúdico?
 Você já teve ou tem raiva por não ter conseguido ter filho, brilhar, ter prazer
sexual?
 Já passou por alguma humilhação (uma derrota profunda) ao se expor, ao
transar, ao ter um filho, ao gerar algo que reflete a sua identidade, tal como um

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livro, uma obra de arte, um projeto criativo? Ou uma perda de uma criança (um
aborto, por exemplo), uma crítica a uma composição, um projeto criativo, uma
expressão de sua identidade te impactou profundamente? E isso te deixou com
muita raiva e quis se vingar ao se dedicar obsessivamente ao sexo, ao prazer, a
ter filho, a adotar, a se expor, a criar, a se divertir, a se mostrar e chamar a
atenção, a fim de renascer dessas perdas e humilhação?
 Você tem medo de perder sua identidade e não reconhecer mais quem é?? Ou
tem um verdadeiro fascínio de passar por crises de identidade porque assim você
tem condições de encontrar cada vez mais profundamente a essência do seu eu?
 Você já se sentiu onipotente ao ocupar o centro do palco, ao trepar, ao ter um
filho, ao educar crianças, ao magnetizar uma plateia, ao compor, ao criar, ao
brilhar, ao dançar e se divertir?
 Você tem consciência do poder do seu carisma, especialmente seu carisma
sexual, também chamado de magnetismo? Considera que esse poder pessoal
pode te destruir? Tem consciência do poder do sexo, da arte, da criatividade?
Tem consciência do poder que você possui ao se expor e mostrar a força de sua
identidade?
 Percebe a força que possui para ser uma agente catalisadora de mudanças na
vida das pessoas que têm a oportunidade de entrar em contato com o que cria,
expõe, expressa?
 Você acaba agindo de maneira muito controladora em suas relações românticas
e sexuais, ou com seus filhos, sobrinhos e netos?
 Você considera que se não tiver filhos, prazer sexual, diversão, romance, amor e
diversão, familiar e residencial, isso será uma derrota humilhante? E o que você
faz para evitar essa derrota humilhante?

Plutão na Casa 6
 Você evita qualquer trabalho, tarefa, dieta ou atividade física por medo de ficar
obcecada e só ficar pensando nisto? Você evita descobrir, desenvolver ou aplicar
qualquer método, ferramenta, técnica, planilha ou plano por meio de ficar
obcecada nessa funcionalidade e acabar perdendo a essência da produtividade?
 Você luta arduamente para não se deixar ser escrava da rotina, das calorias, de
uma técnica, de um método, de um trabalho ou dos clientes? Você luta
arduamente para não se sentir escrava da manipulação e do abuso de algum
funcionário, colega de trabalho, cliente e profissional da saúde (médico,
fisioterapeuta, etc)? Você luta arduamente para não se sentir escrava da balança,
da atividade física, de uma dieta, de uma metodologia, de uma ferramenta útil
para executar alguma tarefa do seu trabalho?
 Ou você faz de tudo para não perder um cliente, um empregado, uma
empregada, um funcionário, um colega de trabalho? Ou você faz de tudo para
não ganhar peso, não perder a saúde, não ficar doente? Percebe-se controlando,
por exemplo, o ato de vomitar porque assim considera que estará perdendo o
controle de seu corpo?

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 Você já foi ou é fascinada por alguma técnica, um método, uma rotina, um
ritual, uma tarefa? Você já foi ou é fascinada por algum cliente, funcionário,
colega de trabalho? Você já foi ou é fascinada por servir, por ajudar, por ser útil
às pessoas no seu dia-a-dia e em seu ambiente de trabalho?
 Alguma doença, algum sintoma, alguma cura, alguma atividade física, alguma
dieta foi o estopim para uma profunda mudança em sua vida?
 Você já mudou drasticamente de emprego, função, cargo, trabalho, profissão ou
empresa?
 Você já mudou drasticamente de dieta, de atividade física, de ritual e de técnica
que foi o estopim para uma grande mudança de produtividade, saúde,
aprimoramento técnico-profissional?
 Você tem pânico de ficar doente, inválida, sem emprego, sem utilidade no dia-a-
dia e no ambiente de trabalho? E, ao mesmo tempo, fica fascinada por
experiências limite no que diz respeito a se aperfeiçoar, se aprimorar, se
especializar para se tornar poderosamente saudável, competente, produtiva e
eficiente?
 Você fica fascinada por certas técnicas, metodologias, ferramentas, utilidades,
planilhas, rotinas, rituais, especializações e detalhes que podem mudar a sua vida
e a de seus clientes, funcionários e colegas de trabalho?
 Você passa por momentos de trabalhar obsessivamente, de treinar e se preparar
compulsivamente, de se aprimorar intensamente E OUTROS MOMENTOS em
que tem horror de trabalhar, de seguir um método, uma rotina, um ritual, uma
técnica, uma dieta, uma atividade física?
 E será que os momentos em que você fica obcecada em trabalhar, treinar, se
aprimorar, se especializar não é porque você deseja compulsivamente ser
poderosamente útil, produtiva, eficiente, saudável, profissional, competente?
 Você vive fases de considerar que o que trabalha, faz, produz e se aprimora é
algo feio, horroroso, demoníaco, sujo e assombroso? Trabalha com algo
considerado um tabu? Ou algum trabalho que envolve um tipo de sujeira –
física, emocional, financeira?
 Considera que tem uma rotina, uma técnica, um conhecimento prático, uma
profissão, um cargo que assusta as pessoas? Percebe que as pessoas do dia-a-dia,
especialmente seus clientes, funcionários, colegas de trabalho o veem como
alguém perigoso e têm medo de seu poder?
 Evita trabalhar, executar, administrar, cuidar dos detalhes, investigar
minuciosamente e produzir com poderosa eficiência por medo do que pode
provocar de assombro e reação catártica nas pessoas?? Prefere esconder essa sua
faceta dark, poderosa, sombria que vem à tona quando trabalha, é prestativa,
competente e produtiva?
 Como você lida com a rotina, o corpo, a alimentação, a atividade física, o
trabalho? Como você lida com alguma técnica, método, ferramenta e utensílio
do dia-a-dia e de seu ambiente de trabalho? Como você lida com a saúde e a
profissão?
 Você tem ao mesmo tempo reações de amor e de ódio em relação ao seu
trabalho, ao seu corpo, ao seu dia-a-dia??

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 Você já teve ou tem raiva por não ter conseguido um trabalho, um emprego, um
cargo, um cliente, uma tarefa? Você já teve ou tem raiva por não ter conseguido
trabalhar, ter o corpo que queria, fazer determinada atividade física e dominar
alguma técnica ou método?
 Já passou por alguma humilhação (uma derrota profunda) ao utilizar um método,
uma técnica, uma planilha, uma ferramenta, uma rotina?? Você já passou por
alguma humilhação (uma derrota profunda) no seu ambiente de trabalho, em
relação a algum cliente, funcionário, colega de trabalho, fornecedor?
 Uma perda de saúde, de trabalho, de cargo, de função, de capacidade técnica te
deixou com muita raiva e quis se vingar ao se dedicar obsessivamente ao corpo,
ao método, à técnica, ao trabalho, ao cargo, à rotina, aos rituais e hábitos que lhe
deixariam com mais saúde, produtividade, competência e poderosa execução
impactante?
 Você já se sentiu onipotente ao exercer um cargo, ao se responsabilizar por uma
tarefa, ao usar determinada ferramenta ou método, ao trabalhar, ao ser útil, ao
ser produtiva, ao seguir um ritual, ao aprender uma técnica??
 Você tem consciência do poder dos seus métodos, de seus conhecimentos
práticos, de sua versatilidade, de suas técnicas, de sua competência, de sua
prestatividade cotidiana e profissional? Considera que esse poder pessoal pode
te destruir? Tem consciência do poder dos hábitos, dos rituais, da dieta, da
atividade física e do aprimoramento técnico?
 Percebe a força que possui para ser uma agente catalisadora de mudanças na
vida das pessoas a partir do que você trabalha, executa, organiza, administra,
investiga, aprimora, aperfeiçoa e produz?
 Você acaba agindo de maneira muito controladora em seu ambiente de trabalho
e na execução das tarefas cotidianas e domésticas?
 Você considera que se não tiver saúde, produtividade, eficiência, trabalho,
profissão, emprego, isso será uma derrota humilhante? E o que você faz para
evitar essa derrota humilhante?
Plutão na Casa 7
 Você evita qualquer relacionamento afetivo, parceria, aliança, contrato e
sociedade com alguém por medo de ficar obcecada e só ficar pensando nesta
pessoa, relação e compromisso?
 Você luta arduamente para não se deixar ser escrava da pessoa parceira, do
sócio, de alguma empresa que tem um contrato, de alguma pessoa com quem
estabeleceu um acordo, com algum cliente? Você luta arduamente para não se
sentir escrava da manipulação e do abuso de alguma pessoa ou das pessoas em
geral? Você luta arduamente para não se sentir escrava do amor, dependente de
alguém ou alguém dependente de você?
 Ou você faz de tudo para não perder a pessoa parceira, um cliente, um sócio, o
contrato com alguma empresa, uma união ou para não perder sua vida social?
 Você já foi ou é fascinada por alguém? Você já foi ou é fascinada pela arte de
unir pessoas, de ser cupido, de resolver atritos, desentendimentos e conflitos?
Você já foi ou é fascinada por aparar arestas, ser socialmente bem vista pelas

13
pessoas, ser agradável, ser diplomática, ser alguém que resolve as divergências
entre as pessoas e das próprias pessoas?
 Alguma pessoa, parceria, empresa, contrato, aliança ou acordo foi o estopim
para uma profunda mudança em sua vida?
 Você já mudou drasticamente de gosto afetivo, de amor (terminando um
noivado, por exemplo, ou mesmo um casamento, para se relacionar, amar e se
unir a outra pessoa) ou de postura dentro das relações?
 Você já mudou drasticamente a sua forma de dar e receber afeto, de se
socializar, de se relacionar, de lidar com conflitos, atritos e pessoas divergentes?
 Você tem pânico de ficar sozinha, solteira, divorciada, viúva?? E ao mesmo
tempo tem horror a se relacionar, a fazer parcerias, a entrar em sociedades, a
assinar contratos, a firmar acordos, a se socializar e se comprometer com o
outro?
 Você fica fascinada por experiências-limite em termos de amor, casamento,
união, briga, conflito, parceria, tal como indo de extremos entre se submeter
passivamente à vontade do outro e manipular estrategicamente a vontade do
outro ao se impor poderosamente sobre quem se relaciona com você??
 Você fica fascinada pelo tema amor, relacionamentos, acordos, uniões,
casamentos, parcerias, sociedades, contratos, diplomacia, justiça??
 Você passa por momentos de obsessivamente precisar de alguém para fazer as
coisas em conjunto com você E OUTROS MOMENTOS de extrema
desconfiança em que não se abre, não se revela, não demonstra seus
sentimentos, não se socializa, não dialoga, não se relaciona afetivamente ou se
distancia emocionalmente da pessoa parceira e da vida social?
 E será que os momentos em que você fica obcecada em estar junto, fazer as
coisas em parceria, se socializar, se unir a alguém, não é porque você deseja
compulsivamente ser amada, ter companheirismo, sentir-se viva por estar ao
lado de alguém?
 Você vive fases de considerar que a pessoa parceira e/ou o seu relacionamento é
algo feio, horroroso, demoníaco, sujo e assombroso? Considera que tem uma
pessoa parceira, um contrato, um sócio, uma forma de se relacionar que assusta
as pessoas? Percebe que as pessoas com as quais se socializa e se relaciona a
veem como alguém perigoso e têm medo de seu poder? Ou é você que vê as
pessoas como perigosas, sujas, demoníacas, feias, horrorosas, desprezíveis,
destrutivas e poderosas – e acaba tendo medo delas?
 Evita se relacionar, amar, se unir, casar e se socializar por medo do que pode
provocar de assombro e de reação catártica das pessoas – ou por medo do que as
pessoas ou alguém pode provocar uma reação catártica sua?? Prefere esconder
essa sua faceta dark, poderosa, sombria que vem à tona quando se relaciona e se
socializa?
 Como você lida com o afeto, o conflito, as divergências, os atritos, o dar e
receber amor? Como você lida com as pessoas e os relacionamentos?
 Você tem ao mesmo tempo reações de amor e de ódio em relação à pessoa
parceira, ao sócio, ao cliente, ao amigo, enfim, aos contatos sociais e afetivos??
Um fascínio e ao mesmo tempo uma aversão diante delas?

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 Você já teve ou tem raiva por não ter conseguido um casamento, um contrato,
um acordo, uma parceria, uma aliança, um amor? Você já teve ou tem raiva por
não ter conseguido conquistar alguém, se unir a alguém, se associar a uma
empresa, cliente ou parceria que tanto queria?
 Já passou por alguma humilhação (uma derrota profunda) ao se relacionar, ao se
casar, ao fechar um contrato, uma parceria ou numa sociedade??
 Uma perda de alguém, de algum amor, de uma pessoa parceira, de um contrato,
de um acordo, de uma sociedade te deixou com muita raiva e quis se vingar ao
se dedicar obsessivamente a essa pessoa, empresa, cliente, acordo, contrato ou
relação?
 Você já se sentiu onipotente ao se relacionar com alguém, ao fechar um
contrato, ao firmar um acordo, ao unir as pessoas, ao aplicar a justiça, ao
estabelecer parceria, ao se socializar??
 Você tem consciência do poder de seu afeto, de seus gostos, de sua habilidade
para negociar, ajustar divergências, aparar arestas e unir?? Considera que esse
poder interpessoal pode te destruir? Tem consciência do poder dos
relacionamentos, uniões e parcerias?
 Percebe a força que possui para ser uma agente catalisadora de mudanças na
vida das pessoas a partir do que você negocia, resolve de divergências, une e se
relaciona?
 Você acaba agindo de maneira muito controladora em seus relacionamentos e
sua vida social e afetiva?
 Você considera que se não tiver alguém, um casamento, uma parceria, uma
sociedade, uma união, isso será uma derrota humilhante? E o que você faz para
evitar essa derrota humilhante?

PLUTÃO NA CASA 8

 Você evita qualquer relacionamento ou envolvimento íntimo, sexual com


alguém por medo de ficar obcecada e só ficar pensando nisto?
 Você luta arduamente para não se deixar ser escrava da pessoa parceira, do
terapeuta, do investidor, do banco? Você luta arduamente para não se sentir
escrava do sexo, das emoções, das crises, do dinheiro? Você luta arduamente
para não se sentir escrava dos seus viscerais desejos e dos seus mais
assombrosos medos?
 Ou você faz de tudo para não perder a pessoa parceira, a segurança emocional,
os seus investimentos, a sua força emocional, o seu poder psíquico-terapêutico?
 Você já foi ou é fascinada por alguém? Você já foi ou é fascinada pelo dinheiro,
pelo sexo, pela força das emoções, pela magia e o ocultismo? Você já foi ou é
fascinada por investigar temas tabus envolvendo sexualidade, finanças,
emoções, psicologia? Você já foi ou é fascinada por sondar o lado B, o lado
sombrio, brutal, instintivo da natureza humana? Você já foi ou é fascinada por
investigar profundamente a psique, o inconsciente, as emoções, os desejos, a
força psíquica?

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 Algum terapeuta ou algum investimento financeiro que fez foi o estopim para
uma profunda mudança em sua vida? Alguém que confiou, se entregou e
conquistou uma bela intimidade ou teve uma intensa experiência sexual foi o
estopim para uma profunda mudança em sua vida?
 Você já mudou drasticamente sua sexualidade ou sua forma de lidar com o
sexo? Você já mudou drasticamente de investimento? Você já mudou
drasticamente sua maneira de lidar com dinheiro, sexo, intimidade e as
emoções??
 Você tem pânico de se entregar – emocional e sexualmente – a alguém que
realmente mexe com suas emoções e seus desejos? Você tem pânico de ficar
sozinha, solteira, divorciada, viúva?? E ao mesmo tempo tem horror a criar
intimidade com alguém, se abrir, se mostrar vulnerável, se entregar – emocional
e sexualmente?
 Você fica fascinada por experiências-limite em termos de intensidade sexual,
profundidade emocional, investimentos, terapia, tal como indo de extremos entre
se submeter passivamente à vontade emocional e sexual do outro e manipular
estrategicamente a vontade do outro ao se impor poderosamente sobre quem se
relaciona com você?? Vai de extremos em termos de ganho e perda financeira,
em investimentos de risco, a fim de sentir a adrenalina e o tesão que é perder e
renascer financeiramente? Vai de extremos em termos de viver uma vida
emocional, afetiva e sexual de muita paixão, intensidade; a muita frieza e
distanciamento físico e emocional? Vai de extremos em termos de crises
pessoais, psicológicas, emocionais??
 Você fica fascinada pelo tema magia, ocultismo, morte, dinheiro, sexo e tabus??
 Você passa por momentos de obsessivamente precisar de um desejo voraz,
intenso e passional que parece que vai te consumir e te chamuscar E OUTROS
MOMENTOS de extrema paz, serenidade emocional e tranquilidade?
 E será que os momentos em que você fica obcecada em realizar um desejo, em
ter algo, em possuir alguma coisa ou alguém não é porque você deseja
compulsivamente se sentir viva?
 Você vive fases de considerar que a pessoa parceira e/ou o seu relacionamento é
algo feio, horroroso, demoníaco, sujo e assombroso? Considera que tem uma
pessoa parceira que assusta as pessoas? Percebe que as pessoas com as quais se
liga emocionalmente e sexualmente a veem como alguém perigoso e têm medo
de seu poder? Ou é você que vê as pessoas como perigosas, sujas, demoníacas,
feias, horrorosas, desprezíveis, destrutivas e poderosas quando vai para cama
com elas ou conhece um lado mais íntimo e escondido delas?
 Evita fazer terapia, investigar mais profundamente o seu psicológico, o seu
emocional, os seus desejos, as suas paixões e temores por medo do pode
descobrir de si mesma? Tem muito medo de criar um vínculo mais estreito com
as pessoas em função do que pode provocar de assombro e de reação catártica
delas – ou por medo do que as pessoas ou alguém pode provocar uma reação
catártica sua?? Prefere esconder essa sua faceta dark, poderosa, sombria que
vem à tona quando se relaciona mais intimamente com alguém?
 Como você lida com o sexo, a fidelidade, a intimidade, as emoções, os desejos e
os temores? Como você lida com a possibilidade e a oportunidade de confiar, se

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abrir e se entregar a alguém, seja um terapeuta, um amigo ou uma pessoa
parceira?
 Você tem ao mesmo tempo reações de amor e de ódio em relação à intimidade, a
demonstrar vulnerabilidade emocional, a se entregar a alguém??
 Você já teve ou tem raiva por não ter conseguido conquistar alguém, ter uma
relação sexual, se entregar, fazer um investimento e ter confiado em alguém?
Você já teve ou tem raiva por não ter conseguido enriquecer, renascer de uma
crise, superar uma perda, ressurgir de uma traição, superar um abandono
emocional ou uma frieza sexual?
 Já passou por alguma humilhação (uma derrota profunda) ao se relacionar mais
intimamente com alguém??
 Uma perda de alguém, um fracasso financeiro, um abalo emocional, um desejo
frustrado te deixou com muita raiva e quis se vingar ao se dedicar
obsessivamente a essa pessoa, a esse investimento, a essa terapia, a esse objeto
de seu desejo?
 Você já se sentiu onipotente na cama, ao estabelecer um vínculo íntimo,
profundo e transformador com alguém? Já se sentiu onipotente por entrar em
contato com algum talento ou dom até então adormecido e reprimido? Já se
sentiu onipotente por um investimento financeiro arriscado que lhe deu um
ótimo rendimento de dinheiro? Já se sentiu onipotente por se desapegar de certos
venenos do lado instintivo e bruto da natureza humana??
 Você tem consciência do poder de suas emoções, de suas paixões, de sua força
psíquica, de sua energia sexual?? Considera que esse poder emocional, psíquico,
financeiro e sexual pode te destruir? Tem consciência do poder de sua energia
quando estreita os laços com as pessoas?
 Percebe a força que possui para ser uma agente catalisadora de mudanças na
vida das pessoas a partir do que você mexe no emocional, no sexual, no
financeiro e no psíquico delas?
 Você acaba agindo de maneira muito controladora em seus relacionamentos e
em seus envolvimentos íntimos, emocionais, psíquicos, terapêuticos, financeiros
e sexuais?
 Você considera que se não tiver uma relação íntima, profunda, intensa e
transformadora com alguém, isso será uma derrota humilhante? E o que você faz
para evitar essa derrota humilhante?
Plutão na Casa 9
 Você evita qualquer viagem, contato com o exterior ou estudo de uma cultura ou
filosofia por medo de ficar obcecada e só ficar pensando nisto?
 Você luta arduamente para não se deixar ser escrava de alguma crença, religião
ou guru-professor-conselheiro? Você luta arduamente para não se sentir escrava
da manipulação e do abuso de alguém mora longe de você, de algum mestre, de
alguma instituição de ensino? Você luta arduamente para não se sentir escrava
da manipulação e do abuso de alguma autoridade na sua área ou de algum povo-
cultura? Ou você faz de tudo para não perder a inspiração de algum guru,
professor, conselheiro ou autoridade no campo do saber que você estuda? Ou

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você faz de tudo para não perder o norte que determinada crença, cultura,
paradigmas ou religião lhe oferece?
 Você já foi ou é fascinada por viajar, ensinar, transmitir suas verdades, publicar
seu conhecimento? Você já foi ou é fascinada por dominar um idioma, uma
linguagem, uma teoria, uma filosofia, uma crença ou mesmo as leis, códigos e
princípios que regem (materialmente ou espiritualmente) o ser humano?
 Alguma viagem, curso, palestra, professor, guru, conselheiro ou contato com
alguém que mora no exterior foi o estopim para uma profunda mudança em sua
vida?
 Você tem pânico de viajar, de ensinar, de professar suas verdades, de
compartilhar suas percepções, intuições e conhecimentos? E, ao mesmo tempo,
fica fascinada por magnetizar as pessoas por meio do que publica, professa,
ensina, divulga, propaga e compartilha?
 Você passa por momentos de viajar, ensinar, compartilhar e professar
compulsivamente seu saber, suas percepções e sua maneira de ver a vida E
OUTROS MOMENTOS em que tem horror de viajar, de transmitir seus
conhecimentos, sua visão existencial, suas intuições e compreensões?
 Será que esses momentos de pânico de compartilhar suas crenças, sua fé, seus
conhecimentos não é porque você sente que pode ser mal compreendida ou
mesmo sofrer algum preconceito ou reação violenta das pessoas pelo que
transmitiu, professou, entendeu, percebeu e intuiu??
 E será que os momentos em que você fica obcecada em viajar, em aprender, em
ensinar, em aprofundar num tema, em abrir a mente das pessoas não é porque
você deseja compulsivamente ser vista como uma pessoa dotada de cultura,
sabedoria e uma autoridade na área do saber a que se dedica?
 Considera que tem crenças, conhecimentos, percepções e uma visão de mundo
perigosa, poderosa e que assusta as pessoas, no sentido de abalar as crenças
delas? Percebe que as pessoas o veem como alguém perigoso quando leem,
ouvem ou recebem de alguma maneira a mensagem que transmite?
 Você vive fases de considerar que sua intuição e visão de mundo, seus
conhecimentos e seu jeito de ensinar é algo feio, horroroso, demoníaco,
destrutivo? Evita expor o que pensa, compartilhar os paradigmas que estuda,
acredita e segue – por considerar que pode desencadear embates de poder
filosóficos, religiosos, culturais, acadêmicos, jurídicos e existenciais? Prefere
esconder suas percepções, intuições, conhecimento e cultura?
 Como você lida com gurus, padres, pastores, médiuns, canalizadores,
conselheiros, advogados, professores e autoridades no campo da educação, do
direito, das leis, da cultura? Como você lida com o estrangeiro, outros povos,
culturas e idiomas? Você tem ao mesmo tempo reações de amor e de ódio em
relação a essas autoridades no campo do conhecimento? Fascínio e aversão?
 Você já teve ou tem raiva por não ter conseguido fazer uma viagem, dominar um
idioma, entender uma linguagem, compreender uma crença, conhecer uma
cultura, ter fé, acreditar no futuro?
 Já passou por alguma humilhação (uma derrota profunda) ao fazer um curso,
numa viagem, no contato com alguém que mora longe, na prática de um idioma,
na vivência de uma cultura? Ou uma perda de uma fé, do abandono de um curso,

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da perda de um contato com um guru, de um norte, de uma crença te impactou
profundamente? E isso te deixou com muita raiva e quis se vingar ao se dedicar
obsessivamente a estudar, aprender, conhecer, saber, intuir e expressar seu
conhecimento, a fim de renascer dessas perdas e humilhações?
 Você tem medo de perder sua fé (sua crença no futuro ou numa religião, cultura,
conhecimento)?? Ou tem um verdadeiro fascínio de passar por crises filosóficas,
religiosas, acadêmicas, jurídicas, espirituais ou existenciais porque assim você
tem condições de encontrar cada vez mais profundamente a essência da fé, do
saber, da intuição e da transmissão do conhecimento?
 Você já se sentiu onipotente ao abrir a mente das pessoas para percepções mais
amplas e profundas, seja ao ensinar, publicar, propagar ou compartilhar os seus
conhecimentos e a sua intuição?
 Você tem consciência do poder de sua intuição, de seu saber e da maneira de
transmiti-los? Considera que esse poder professoral, filosófico, acadêmico,
jurídico, cultural, espiritual pode te destruir? Tem consciência do poder da fé, da
intuição, do saber, da linguagem, dos princípios que regem o existir humano?
Tem consciência do poder que você possui ao transmitir suas verdades?
 Percebe a força que possui para ser uma agente catalisadora de mudanças na
vida das pessoas por meio do compartilhar de sua intuição, de suas percepções,
de suas crenças e de sua sabedoria?
 Você acaba agindo de maneira muito controladora em suas relações
internacionais, em suas viagens, em seus cursos, em suas publicações e
propagações?
 Você considera que se não tiver princípios que te norteiam pela vida ou mesmo
um propósito maior na vida, isso será uma derrota humilhante? Considera que se
não alcançar o posto de ser uma autoridade no campo do saber por você
escolhido, isso será uma derrota humilhante? Considera que se não dominar um
idioma, uma linguagem, uma filosofia, uma cultura, isso será uma derrota
humilhante? E o que você faz para evitar essa derrota humilhante?
Plutão na Casa 10
 Você evita qualquer responsabilidade, trabalho, cargo de autoridade ou alguma
experiência em que pode se destacar, liderar ou exercer o poder por medo de
ficar obcecada e só ficar pensando nisto?
 Você luta arduamente para não se deixar ser escrava de alguma empresa, cliente,
cargo, função ou profissão? Você luta arduamente para não se sentir escrava da
manipulação e do abuso de alguma figura de autoridade, seja um chefe, uma
chefe, um patrão, o pai ou a mãe? Ou você faz de tudo para não perder o status,
a fama, o poder, o reconhecimento, o sucesso e a visibilidade? Ou você faz de
tudo para não perder um emprego, uma função, um cargo de respeito, um
empreendimento?
 Você já foi ou é fascinada pelo poder, pelo sucesso, pela fama, pelo
reconhecimento, por ter status, autoridade e visibilidade? Você já foi ou é
fascinada por dominar um ofício, uma carreira, um cargo?
 Alguma carreira, profissão, conquista pessoal ou profissional foi o estopim para
uma profunda mudança em sua vida?

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 Você tem pânico de trabalhar, empreender, liderar, administrar, produzir,
assumir responsabilidades, cumprir deveres, exercer autoridade e ter visibilidade
em sua vida pessoal ou profissional? E, ao mesmo tempo, fica fascinada por
magnetizar as pessoas por meio do que empreende, produz, trabalha, realiza, se
responsabiliza? Fica fascinada por alcançar o reconhecimento público ou no
mínimo uma credibilidade pessoal e profissional?
 Você passa por momentos de trabalhar compulsivamente, ser muito produtiva,
competente, eficiente, prática, empreendedora e realizadora E OUTROS
MOMENTOS em que tem horror de trabalhar, assumir responsabilidades,
cumprir deveres, executar tarefas, ter visibilidade ou ocupar um cargo de poder e
autoridade?
 Será que esses momentos de pânico de ser notada, liderar, empreender, produzir,
ser reconhecida, liderar e fazer sucesso não é porque você sente que pode ser
invejada por chefes, funcionários, colegas de trabalho ou gente da sua classe –
ou mesmo porque não quer desencadear embates de poder com figuras de
autoridade??
 E será que os momentos em que você fica obcecada em ter trabalhar, produzir,
empreender, ser vista, reconhecida, ter poder, sucesso, fama não é porque você
deseja compulsivamente ser vista como uma pessoa competente, produtiva, bem
sucedida e poderosa?
 Considera que tem uma forma de trabalhar, executar, administrar, liderar e
empreender que assusta as pessoas, no sentido de abalar o status delas ou a
maneira como elas estão acostumadas a produzir? Percebe que as pessoas a
veem como alguém perigosa quando se destaca, trabalha, lidera e exerce poder?
 Você vive fases de considerar que sua carreira, seu status, seu trabalho ou o
resultado do que produz é algo feio, horroroso, demoníaco, destrutivo? Evita
trabalhar, empreender, executar, liderar, exercer autoridade – por considerar que
pode desencadear embates de poder, sofrer traições, perder o status ou ser
destruída pelo sucesso e pela fama? Prefere não trabalhar, não empreender,
esconder sua competência, evitar cargos de autoridade? Prefere não se destacar,
não ter visibilidade, não assumir responsabilidades?
 Como você lida com as figuras de autoridade (pais, patrões, chefes, governo,
líderes, empresas poderosas)? Como você lida com o poder, o sucesso, a fama, a
visibilidade? Você tem ao mesmo tempo reações de amor e de ódio em relação a
essas figuras de autoridade e à própria autoridade? Fascínio e aversão?
 Você já teve ou tem raiva por não ter conseguido subir na carreira, ocupar um
cargo, exercer autoridade, dar conta de uma responsabilidade, cumprido bem
uma tarefa desafiante, ser reconhecida, ter sucesso e credibilidade?
 Já passou por alguma humilhação (uma derrota profunda) ao trabalhar, ao se
responsabilizar por algo, ao estar em evidência, ao liderar, ao empreender e
produzir? Ou já passou por uma perda de status, de fama, de autoridade, de
cargo, de emprego que te impactou profundamente? E isso te deixou com muita
raiva e quis se vingar ao se dedicar obsessivamente a trabalhar com enorme
competência e produtividade?
 Você tem medo de perder seu emprego, seu cargo, seu empreendimento, seu
status? Ou tem um verdadeiro fascínio de passar por crises profissionais e de

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status porque assim você tem condições de encontrar cada vez mais
profundamente a essência da sua produtividade, da sua profissão, da sua
competência, da sua autoridade, da sua liderança e do sucesso?
 Você já se sentiu onipotente ao cumprir com uma meta ambiciosa, ao
empreender, ao exercer um cargo de autoridade, ao ter um êxito na carreira ou
atingir o topo em determinado nível da sua profissão?
 Você tem consciência do poder da sua produtividade, da sua competência, da
sua autoridade, da sua imagem social, do seu status? Considera que esse poder
pessoal e profissional pode te destruir? Tem consciência do poder da sua força
produtiva, da sua influência, da sua autoridade? Tem consciência do poder que
você possui ao trabalhar, ao executar uma tarefa, ao cumprir com uma
responsabilidade, ao empreender, ao administrar, ao liderar?
 Percebe a força que possui para ser uma agente catalisadora de mudanças na
vida das pessoas por meio do seu trabalho, do seu status, do seu poder pessoal e
profissional?
 Você acaba agindo de maneira muito controladora em seu trabalho, no seu
cargo, no seu empreendimento, no exercício de sua autoridade e liderança?
 Você considera que se não tiver sucesso, credibilidade, poder, influência, fama,
status e reconhecimento, isso será uma derrota humilhante? Considera que se
não alcançar o topo, isso será uma derrota humilhante? Considera que se não
trabalhar, produzir, ter responsabilidades e um cargo ou uma profissão
importantes, isso será uma derrota humilhante? E o que você faz para evitar essa
derrota humilhante?
Plutão na Casa 11
 Você evita qualquer amizade, participação em algum grupo (virtual ou
presencial) ou o envolvimento com alguma ideologia-causa social por medo de
ficar obcecada e só ficar pensando nisto?
 Você luta arduamente para não se deixar ser escrava de alguma instituição,
comunidade, sociedade, amizade ou coletividade? Você luta arduamente para
não se sentir escrava da manipulação e do abuso de algum movimento social,
partido político, causa, grupo ou amigo? Ou você faz de tudo para não perder o
apoio de um amigo ou o amparo de um grupo? Faz de tudo para não perder as
amizades e a aceitação dos amigos, dos membros de sua equipe ou da sua
comunidade?
 Você já foi ou é fascinada pelos projetos futuros que podem gerar progresso
social, melhorias sociais, mudanças coletivas e relacionamentos humanos mais
profundos? Você já foi ou é fascinada por levantar uma bandeira, defender uma
causa, seguir uma ideologia, dominar uma tecnologia, implementar o novo e
propor inovações?
 Algum amigo, alguma amiga, algum grupo (virtual ou presencial), alguma
causa, algum movimento social foi o estopim para uma profunda mudança em
sua vida?
 Você tem pânico de se socializar, de fazer parte de um time, equipe ou grupo
(virtual ou presencial)? Você tem pânico de estar numa coletividade, de estudar
uma ideologia e ser fiel a esses ideais?

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 E, ao mesmo tempo, fica fascinada por ser parte de um movimento impactante
na comunidade, na sociedade ou num nicho social ao se ligar a pessoas que você
considera de ideais semelhantes aos seus? E, junto com essa tribo, realizar
mudanças sociais? Fica fascinada por alcançar laços de amizade profundos,
intensos e transformadores?
 Você passa por momentos de se socializar compulsivamente, fazer parte de um
grupo, estar envolvida na defesa de uma causa E OUTROS MOMENTOS em
que tem horror de interagir com as pessoas, de fazer parte de uma coletividade,
de seguir uma ideologia?
 Será que esses momentos de pânico de se socializar, de fazer parte de um time-
equipe-movimento social, de estabelecer amizades não é porque você sente que
pode desencadear embates de poder com membros desse grupo-tribo, com uma
classe ou com a própria comunidade-sociedade?? Ou mesmo de sofrer
preconceitos e acabar sendo marginalizada (ficar à margem do grupo)?
 E será que os momentos em que você fica obcecada em defender uma causa,
impor sua ideologia, levantar uma bandeira, promover mudanças sociais e ser
parte de um grupo ou movimento não é porque você deseja compulsivamente ser
aceita pelos amigos, pelo grupo, pela comunidade ou pela sociedade?
 Considera que tem uma forma de se relacionar socialmente, de ser parte de um
grupo, de propor mudanças-inovações, de cobrar uma evolução dos amigos, da
comunidade e da sociedade que assusta as pessoas, no sentido de abalar os
conhecimentos, ideais e a convivência grupal delas? Percebe que as pessoas a
veem como alguém perigosa quando interage em grupo e faz parte de uma
equipe-tribo?
 Você vive fases de considerar que sua maneira de demonstrar amizade ou
mesmo as causas que defende representam algo feio, horroroso, demoníaco,
destrutivo? Evita se socializar, ser parte de um grupo, compartilhar suas ideias e
ideais – por considerar que pode desencadear embates de poder com os amigos e
membros de seu time-equipe, ou mesmo sofrer traições e ser destruída
emocionalmente pelos outros? Prefere não se relacionar, não ser parte de um
grupo, se isolar e ficar à margem da sociedade? Prefere não se socializar nem
compartilhar suas ideias diferentes, seu jeito original, seus ideais revolucionários
e as causas que acredita?
 Como você lida com os amigos e os colegas que fazem parte da mesma equipe,
time e grupo que você? Como você lida com as coletividades, seja a comunidade
que nasceu, o círculo social em que se encontra ou a própria sociedade? Você
tem ao mesmo tempo reações de amor e de ódio em relação às pessoas e grupos?
Fascínio e aversão?
 Você já teve ou tem raiva por não ter conseguido ser aceita por um grupo, por
um amigo/uma amiga? Você já teve ou tem raiva por não ter conseguido
participar de uma equipe-time, por ter sofrido o preconceito da comunidade ou
da sociedade? Você já teve ou tem raiva por não ter sido entendida socialmente
ao compartilhar seus ideais sociais e seus conhecimentos inovadores,
progressistas e humanitários?
 Já passou por alguma humilhação (uma derrota profunda) ao se relacionar
socialmente, ao estabelecer amizades, ao fazer parte de um grupo-time-tribo?

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Ou já passou por uma perda de um amigo, de uma amiga, do apoio de um grupo
ou movimento social que te impactou profundamente? E isso te deixou com
muita raiva e quis se vingar ao se dedicar obsessivamente a levantar uma
bandeira, defender uma causa, criar o seu próprio grupo, ONG, partido político
ou movimento social?
 Você tem medo de perder suas amizades ou a união de um grupo? Tem medo de
não ser mais parte de uma equipe ou da comunidade ou da classe? Ou tem um
verdadeiro fascínio de passar por crises interpessoais, grupais e ideológicas
porque assim você tem condições de encontrar cada vez mais profundamente a
essência da sua ideologia, dos seus projetos sociais e humanitários e da própria
amizade.
 Você já se sentiu onipotente ao fazer parte de um esforço em conjunto para se
cumprir uma meta progressista, inovadora e ideológica dentro desse espírito de
equipe? Já se sentiu onipotente por criar um grupo ou ter um papel de destaque
num grupo (virtual ou presencial)? Já se sentiu onipotente por ter determinadas
amizades ou por ter um amigo poderoso?
 Você tem consciência do poder das suas ideias, de seus projetos, de sua
amizade? Considera que esse poder ideológico e interpessoal pode te destruir?
Tem consciência do poder das causas que defende, das mudanças que propõe
para uma coletividade ou para a própria sociedade? Tem consciência do poder
que você possui ao se relacionar em grupo, ao fazer parte de um time, ao
levantar uma bandeira e apresentar projetos evolutivos, progressistas, inovadores
e revolucionários?
 Percebe a força que possui para ser uma agente catalisadora de mudanças na
vida das pessoas com as quais se relaciona, tal como dos amigos ou dos
membros de um grupo ou comunidade em que atua?
 Você acaba agindo de maneira muito controladora em suas amizades ou nos
grupos/instituições em que se envolve?
 Você considera que se não tiver amigos, não ser humanitária, não ver suas
causas e projetos gerando mudança em algum nicho, grupo, classe ou sociedade,
isso será uma derrota humilhante? E o que você faz para evitar essa derrota
humilhante?

Plutão na Casa 12
 Você evita qualquer atividade que lhe coloque em contato com o inconsciente,
tal como a meditação, a terapia, a arte, a religiosidade ou a espiritualidade por
medo de ficar obcecada e só ficar pensando nisto?
 Você luta arduamente para não se deixar ser escrava de algum médium, guru,
terapeuta, padre, pastor, professor ou profissional da área da saúde, tal como um
psiquiatra, por exemplo? Você luta arduamente para não se sentir escrava da
manipulação e do abuso de alguma instituição de caridade (hospital, asilo,
orfanato, creche) ou religiosa? Ou você faz de tudo para não perder o amparo
emocional, espiritual, médico ou terapêutico, a fim de não se sentir órfã ou
doente? Faz de tudo para não perder o contato com o inconsciente, com as
emoções e com a espiritualidade?
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 Você já foi ou é fascinada pelo desconhecido, pelo karma, pela cura, pela
psicologia, pela arte ou pela espiritualidade? Você já foi ou é fascinada por
ajudar as pessoas, os mais necessitados, aqueles que sofrem, os desamparados,
os viciados e os doentes?
 Alguma terapia, medicamento, meditação, arte, tratamento, médico, curador ou
trabalho de doação-filantropia foi o estopim para uma profunda mudança em sua
vida?
 Você tem pânico de se interiorizar, de mergulhar em si mesma, de entrar em
contato com as realidades mais sutis, emocionais, psicológicas e espirituais?
Você tem pânico de estar imersa nas névoas do desconhecido, do inconsciente,
das emoções?
 E, ao mesmo tempo, fica fascinada por fazer terapia, sondar o inconsciente,
mergulhar no mundo espiritual, dar vazão ao seu lado artístico, sensível,
imaginativo e doador? Fica fascinada por tudo que é oculto, místico, misterioso,
desconhecido?
 Você passa por momentos de profunda instrospecção, reflexão, meditação,
terapia, solidão, retiro e isolamento E OUTROS MOMENTOS em que tem
horror de vasculhar os porões de sua psique, sondar os seus medos escondidos,
de se recolher?
 Será que esses momentos de pânico de entrar em contato com o inconsciente,
com as emoções, com o espiritual, com o mediúnico, com o artístico, com o
insondável não é porque você sente que pode entrar em contato com um poder
oculto, latente, reprimido e psiquicamente assustador que vem não apenas de
você, mas de seus antepassados? Ou mesmo por medo de usar sua força
compassiva e doadora e acabar despertando a ira, a raiva, a inveja e embates de
poder com instituições de caridade, profissionais da saúde ou mesmo figuras de
autoridade no plano artístico, espiritual e religioso?
 E será que os momentos em que você fica obcecada em ajudar, curar, enfim, ser
uma espécie de São Francisco de Assis, não é porque você deseja
compulsivamente aplacar o seu vazio existencial e a sensação de se sentir
desamparada na vida?
 Considera que tem uma forma de se doar, de ajudar, de curar que assusta as
pessoas, no sentido de abalar as defesas emocionais, espirituais e psicológicas
delas? Percebe que as pessoas a veem como alguém perigosa quando se abrem
para o seu poder espiritual, mediúnico, terapêutico e emocional?
 Você vive fases de considerar que sua maneira de ajudar, confortar, se doar,
curar representa algo feio, horroroso, demoníaco, destrutivo? Evita usar seus
dons mediúnicos, imaginativos, artísticos, terapêuticos, emocionais e curativos –
por considerar que pode desencadear reações intensas, viscerais e catárticas das
pessoas? Prefere não se envolver com esse campo sutil, com essa realidade mais
etérea, invisível e poderosamente influente de acessar os medos, desejos,
intenções e karmas das pessoas, a fim de não lidar com o desconhecido e com o
poder do que é reprimido?
 Como você lida com gurus, médiuns, artistas, padres, pastores, guias, terapeutas,
médicos, psicólogos? Como você lida com o inconsciente, com as emoções, com
a saúde, com a doença? Você tem ao mesmo tempo reações de amor e de ódio

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em relação à meditação, espiritualidade, cura, inconsciente e arte? Fascínio e
aversão?
 Você já teve ou tem raiva por não ter conseguido ser curada de uma doença, de
um sintoma? Você já teve ou tem raiva por não ter conseguido ajudar
determinada pessoa ou atuar em certa instituição de caridade (hospital, creche,
asilo, orfanato, etc)? Já teve ou tem raiva por não ter meditado, feito terapia,
compreendido algum medo, renascido de alguma perda ou situação ou pessoa
em que teve de se desapegar?
 Já passou por alguma humilhação (uma derrota profunda) ao se envolver com
algum tratamento, medicamento ou profissional da área da saúde? Ou já passou
por uma perda da sua saúde, da sua fé, da sua espiritualidade, da sua sanidade
mental e emocional? E isso te deixou com muita raiva e quis se vingar ao se
dedicar obsessivamente a ter saúde, se libertar de um vício, ser curada, ser
limpa, ser doadora, ser artista?
 Você tem medo de perder sua conexão com Deus, Espiritualidade, Alma? Tem
medo de não curar, de não confortar, de não ajudar as pessoas? Ou tem um
verdadeiro fascínio de passar por crises emocionais, espirituais, psicológicas, de
saúde para encontrar cada vez mais profundamente a essência da sua alma, de
Deus, da Vida, do Amor?
 Você já se sentiu onipotente ao ajudar alguém, ao confortar alguém, ao curar
alguém? Já se sentiu onipotente por sentir-se em conexão com Deus, com a
Espiritualidade, com a Vida, com o Amor? Já se sentiu onipotente por se curar,
se libertar de algum vício, renascer de algum desamparo ou solidão, preencher o
vazio existencial abissal?
 Você tem consciência do poder das suas emoções, da sua arte, da sua
espiritualidade, da sua força psíquica? Considera que esse poder pode te
destruir? Tem consciência do poder da sintonia com o Todo e de Fluir com o
Desconhecido? Tem consciência do poder que você possui ao se doar ao outro,
ao ajudar as pessoas, ao confortar os necessitados, ao curar os doentes, ao
auxiliar os inválidos, ao descortinar os véus dos segredos e mistérios?
 Percebe a força que possui para ser uma agente catalisadora de mudanças na
vida das pessoas por meio de sua força terapêutica, doadora, compassiva,
compreensiva, sensível, mediúnica e artística?
 Você acaba agindo de maneira muito controladora ao tentar ajudar as pessoas,
ao querer salvar os outros? Ou acaba agindo de maneira muito controladora ao
meditar, fazer terapia, buscar Deus, a Espiritualidade, a Fé, a Entrega ao Fluxo
da Vida?
 Você considera que se não tiver esse poder de cura, seja curando a si mesma ou
curando os outros, isso será uma derrota humilhante? E o que você faz para
evitar essa derrota humilhante?

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CAPÍTULO 1 – Plutão-Netuno: entre a fuga e a obsessão
Lembra daquela pergunta que foi o estopim deste e-book?
- Qual a diferença entre vício e compulsão? Há mesmo essa diferença?
Nas minhas pesquisas iniciais sobre Plutão, ela foi prontamente respondida.
Graças aos fatos que envolveram a descoberta de Plutão no sistema solar. Sabe como ele
foi percebido? Justamente quando um astro foi visto na rota de Netuno. Era Plutão
invadindo a trajetória netuniana ao redor do sol.
Ou seja, estava aí a resposta, no simbolismo desse fato de Plutão – em seu
costumeiro trajeto anual – ficar um bom tempo na órbita de Netuno ser a ligação dos
significados desses dois astros. Eles estão mais associados do que a gente imaginava...
Vício e compulsão estão fundidos. Claro, outros atributos até então associados apenas a
Netuno, na verdade, podem ser também vinculados a Plutão, tal como a fuga daqueles
temas e experiências da Casa em que esse astro se encontra em nosso Mapa Natal.
Foi então que pude entender o fato de tanta gente com:
- Plutão na Casa 1: oscilar entre fugir (Netuno e Plutão) de qualquer oportunidade para
se tornar mais independente (Casa 1) ou ser completamente obcecada (Plutão) em ter
autonomia e se destacar enquanto indivíduo (Casa 1).
- Plutão na Casa 2: oscilar entre fugir (Netuno e Plutão) de lidar com dinheiro e até
mesmo de trabalhar (Casa 2) ou ser completamente obcecada (Plutão) em trabalho e grana
(Casa 2).
- Plutão na Casa 3: oscilar entre fugir (Netuno e Plutão) de qualquer contato social,
estudo mais profundo ou oportunidade de compartilhar suas ideias e pensamentos (Casa
3) ou ser completamente obcecada (Plutão) em estudar, aprender, ter uma vida social
ativa, bem como em usar dos mais variados meios para falar, escrever, enfim, se
comunicar (Casa 3)
- Plutão na Casa 4: oscilar entre fugir (Netuno e Plutão) de ter família ou sua casa própria
(Casa 4) ou ser completamente obcecada (Plutão) em ter imóveis e segurança familiar-
residencial (Casa 4).
- Plutão na Casa 5: oscilar entre fugir (Netuno e Plutão) de qualquer oportunidade de se
expor, ter prazer, filhos (Casa 5) ou ser completamente obcecada (Plutão) em criar, se se
divertir, se mostrar ou ter filhos (Casa 5).
- Plutão na Casa 6: oscilar entre fugir (Netuno e Plutão) de qualquer trabalho ou
atividade física (Casa 6) ou ser completamente obcecada (Plutão) em ser produtiva e ter
saúde (Casa 6).
- Plutão na Casa 7: oscilar entre fugir (Netuno e Plutão) de qualquer relacionamento ou
sociedade (Casa 7) ou ser completamente obcecada (Plutão) em ter alguém ao seu lado,
seja nunca ficando sozinha ou se socializando compulsivamente.
- Plutão na Casa 8: oscilar entre fugir (Netuno e Plutão) da intimidade, emocional e/ou
sexual (Casa 8) ou ser completamente obcecada (Casa 8) em sexo, em encontros íntimos
ou em ter uma cumplicidade profunda com alguém (Casa 8).
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- Plutão na Casa 9: oscilar entre fugir (Netuno e Plutão) de viajar, de se vincular a
qualquer crença-filosofia-religião e de compartilhar seus conhecimentos (Casa 9) ou ser
completamente obcecada (Plutão) em estudar, questionar, refletir, enfim, ampliar seus
horizontes perceptivos e transmitir suas percepções (Casa 9).
- Plutão na Casa 10: oscilar entre fugir (Netuno e Plutão) de qualquer trabalho,
responsabilidade ou oportunidade de se destacar e ocupar uma posição de autoridade
(Casa 10) ou ser completamente obcecada (Plutão) em ter poder, status, fama e influência
(Casa 10).
- Plutão na Casa 11: oscilar entre fugir (Netuno e Plutão) de qualquer oportunidade de
se ligar a algum grupo, ideologia ou de estabelecer amizades (Casa 11) ou ser
completamente obcecada (Plutão) em encontrar sua tribo, ter muitos amigos, defender
uma causa, levantar uma bandeira ideológica (Casa 11).
- Plutão na Casa 12: oscilar entre fugir (Netuno e Plutão) de qualquer introspecção, tema
espiritual ou terapia (Casa 12) ou ser completamente obcecada (Plutão) em atingir o
nirvana, conhecer o inconsciente e ajudar as pessoas (Casa 12).
A partir dessa conexão entre Netuno e Plutão, um universo de percepções a
respeito do astro que pesquisava foi sendo acessado. Consequentemente, pude enxergar
melhor vários meandros causadores tanto dessa fuga quanto dessa obsessão. E
compreender os prováveis motivos que nos levam a fugir ou a nos tornar obsessivos nas
questões e experiências associadas à Casa astrológica em que Plutão se encontra em nosso
MAPA ASTRAL. Assim teria melhores condições de viver realmente de forma positiva
o que esse astro representa (na minha vida) e poderia também ajudar muita gente nesse
processo.
Então, vamos investigar essas causas agora. Em outras palavras, em se tratando
de Plutão, por que você foge do contato com esses temas e experiências da Casa em que
ele se encontra?
Eu costumo dizer que Saturno é o medo e Plutão é o pânico. Plutão simboliza um
medo muito mais profundo. Consciente ou inconscientemente, temos um medo abissal de
nos envolver com aqueles temas e circunstâncias associados à Casa Astrológica em que
ele está no Mapa Astral. Temos medo de despertar a besta em nós. É melhor fugir do que
nos assustar com um lado nosso nem um pouco civilizado... muito pelo contrário, um lado
brutal, instintivo, assustador. Um lado cruel que tem um veneno mortal: pode nos destruir
e destruir os que estão à nossa volta.
Conhecer o mito nos ajuda a vasculhar e entender essas causas. Qual mito? O mito
de Hades. Não, calma. Não estou aqui para mostrar que conheço mitologia ou entrar em
detalhes acadêmicos, formais ou chatos. Se você já me conhece do Youtube
https://www.youtube.com/user/YubMiranda, do blog http://yubmiranda.com.br/ ou do
Facebook https://www.facebook.com/YubMirandaAstrolologiaNumerologiaTaro/ sabe
que eu prezo pela clareza objetiva, útil e prática na tradução do astrologuês. Então, vamos
lá!
Imagina um deus. Ele reina total e soberanamente em seu reino, certo? Agora
imagina um deus – com o poder de ser um deus! – não obtendo o que tanto anseia, o que

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visceralmente almeja!?!? Putz... isso é muito humilhante. Um deus se deparando com a
impotência de não conquistar o que profundamente deseja. É algo quase inadmissível,
não é mesmo?
Pois é... essa é a vida de Hades. “Em função da dureza de seu caráter, de sua feiura,
da obscuridade de seu reino, todas as deusas fugiam de seu reino e o recusavam como
marido. Cansado dessa situação, ele subiu à superfície para livrar-se dessa humilhação.
Raptou Perséfone” (Liz Greene, Astrologia do Destino). Em outras palavras, Hades sofre
constantes humilhações quando se percebe impotente em relação à conquista de uma
amada. Todas suas investidas são infrutíferas. E isso o deixa furioso. Ele é tomado de
raiva, de ódio, de fúria por não conseguir realizar esses seus desejos de conquista.
Todos nós temos esse Hades dentro de nós. Esse Hades vem à tona quando vamos
lidar com os assuntos e situações da Casa em que Plutão se encontra. Aqueles intensos
desejos de conquista de algo relacionado a essa esfera da vida – quando se deparam com
a impotência de não conseguir – geram uma raiva tremenda, avassaladora. Porque é
humilhante ter tamanha força conquistadora e não obter o alvo de nosso desejo.
Lembre-se de que Plutão é a oitava superior de Marte. O que isso quer dizer?
Marte já representa esse impulso conquistador. Plutão é a multiplicação desse impulso à
oitava potência. É uma energia muito forte. É uma energia muito poderosa. É uma força
tremenda. Não por acaso Plutão é representado pela energia nuclear.
Nós – consciente ou inconscientemente – sentimos essa carga radioativa ao lidar
com essas questões da Casa em que Plutão se encontra. E somos impelidos a conquistar
algum objetivo neste âmbito. O problema é que, na maioria das vezes, não temos
consciência do tanto que queremos o que queremos. Não somos conscientes do intenso
desejo de ter esse alvo alcançado.
Daí te pergunto:
- Você que tem Plutão na Casa 1 tem consciência do quanto você deseja se sobressair,
se destacar e alcançar a independência e a autossuficiência? Ou seja, ter poder pessoal?
- Você que tem Plutão na Casa 2 tem consciência do quanto deseja ter dinheiro, ter
saúde, ser rico, próspero e ser altamente produtivo no que faz? Ou seja, ter poder material,
financeiro e profissional?
- Você que tem Plutão na Casa 3 tem consciência do quanto deseja escrever, falar,
aprender, circular suas ideias e se movimentar pelos mais diversos ambientes e locais?
Ou seja, ter poder mental, intelectual e comunicativo?
- Você que tem Plutão na Casa 4 tem consciência do quanto deseja um lar, uma família,
bens imóveis, propriedades? Ou seja, ter poder emocional, familiar e residencial?
- Você que tem Plutão na Casa 5 tem consciência do quanto deseja brilhar, criar, se
expor, ter uma vida divertida e prazerosa, curtindo filhos e ser quem você é? Ou seja,
poder criativo, carismático e expressivo?
- Você que tem Plutão na Casa 6 tem consciência do quanto deseja dominar um método,
uma técnica, uma ferramenta, bem como ter saúde e ser muito produtivo no dia-a-dia e
no ambiente de trabalho? Ou seja, ter poder profissional, cotidiano e corporal?

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- Você que tem Plutão na Casa 7 tem consciência do quanto deseja se socializar, casar,
viver ao lado de alguém numa cumplicidade rica e ser uma pessoa diplomática? Ou seja,
ter poder afetivo, interpessoal e unificador?
- Você que tem Plutão na Casa 8 tem consciência do quanto deseja se aprofundar em
certos mistérios, se entregar numa relação íntima, renascer mais forte das crises e ser uma
pessoa altamente capaz de ser catalisadora de mudanças na vida dos outros? Ou seja, ter
poder emocional, sexual, financeiro e terapêutico?
- Você que tem Plutão na Casa 9 tem consciência do quanto deseja ser uma autoridade
em determinado assunto, viajar, conhecer uma cultura, dominar um idioma, acreditar no
futuro e transmitir seus conhecimentos e intuições? Ou seja, ter poder filosófico, cultural,
religioso, acadêmico, jurídico e professoral?
- Você que tem Plutão na Casa 10 tem consciência do quanto deseja ser importante, ser
bem- sucedido, ter sucesso, reconhecimento e respeitabilidade? Ou seja, ter poder
material, profissional e de influenciar muita gente por meio de sua autoridade e status?
- Você que tem Plutão na Casa 11 tem consciência do quanto deseja defender uma
causa, levantar uma bandeira, ser parte de um grupo, uma equipe e um time poderosos?
Ou seja, ter poder interpessoal e de atuação humanitária na comunidade ou mesmo na
sociedade?
- Você que tem Plutão na Casa 12 tem consciência do quanto deseja se entregar ao
desconhecido, confiar no invisível, se abrir às emoções, sondar o inconsciente, curar e
ajudar as pessoas necessitadas? Ou seja, ter poder emocional, espiritual, terapêutico e
artístico?
Faço essas perguntas porque nos meus anos iniciais de consulta astrológica eu me
assombrava com a inconsciência de meus clientes quanto a esses desejos que seu Plutão
apontava naquela Casa Astrológica. Esse assombro era maior ainda diante de meus
familiares e amigos, uma vez que eles não tinham consciência do quanto ansiavam por
esse poder na esfera de Plutão; e viviam inconsciente e ansiosamente atrás justamente
dessas conquistas. – Como pode, meu Deus? – eu me perguntava. Tais pessoas dizem não
ter lá esses anseios mas vivem compulsivamente atrás desses objetivos?!?!? Que loucura
é essa que as impede de enxergar o que estão tão fortemente buscando?!?!?
Justamente pelo medo da humilhação ou da perda. Ou seja, para evitar se deparar
com a impotência de não conseguir (que é humilhante para o poderoso orgulho
plutoniano) ou de perder futuramente o que conseguiram. O mais interessante nesse
sentido, que até então eu não tinha me atentado, foi observar o quanto muita gente vai
despertar o seu desejo plutoniano por não querer passar pela vida sem ter vivido um tipo
específico de experiência da Casa em que Plutão está.
- Como assim, Yub? – você pode me perguntar. Eu te respondo com um exemplo:
Uma cliente – solteira e sem filhos – com Plutão na 5 me fez a pergunta durante a
consulta por Skype (http://yubmiranda.com.br/astrologia/mapa-astral-previsoes-2/ ):
- E, filhos, Yub?
Eu, sabendo de seu Plutão, lhe fiz a seguinte pergunta:

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- Você REALMENTE quer ter filhos, R.?
Ela demorou alguns alguns segundos até me responder esta pérola:
- Não quero passar pela vida sem ter filhos, Yub. Eu tenho MUITA vontade de ter filhos.
Mas ao mesmo tempo tenho MUITO medo (Plutão) do parto (Casa 5) e de meu filho
(Casa 5) morrer (Plutão). Só que eu tenho medo de perder algo nesta vida que era para eu
viver: ser mãe, educar uma criança. Não quero chegar ao fim da vida e ver que eu perdi
sem nem ao menos ter tido, vivido, entende?
Uau!!!! Essas respostas dela me alertaram para essa faceta plutoniana. Por medo
de perder a oportunidade de viver algo que tanto queremos e tememos na área da vida em
que Plutão está, a gente pode justamente se dedicar a viver esse algo. O medo de não ter
a experiência se torna mais forte do que o medo de ter a experiência, conquistar algo e
perder esse algo. Quando esse medo de passar pela vida sem ter tido aquilo que nosso
Plutão simboliza que queremos, a gente vence o medo de ter e perder. A perda de ter
perdido sem ter... Uau... isso parece até um koan zen rsrs. 
No caso de Hades, ele não queria mais investir seu poder de conquista, e não obter.
Daí conquistou de um jeito violento. E segurou de uma forma ferrenhamente
controladora. Ele não queria perder Perséfone depois que a conquistara. Mesmo que essa
conquista tenha sido imposta, forçada, estupradora.
Então, o que ele fez para evitar essas duas maiores dores de Plutão – e que a gente
faz o mesmo na esfera da vida em que esse astro se encontra? Ele e nós vamos desenvolver
estratégias plutonianas.
- Como assim, Yub? – você pode me perguntar novamente.
Vem comigo pra gente dissecar esses vários comportamentos plutonianos. Mas já
te adianto uma coisa. Todos eles giram em torno de uma intenção: a de controlar. O
objetivo (negativo, claro!) é ter total controle sobre tudo e todos, isto é, sobre as situações
que nos levarão a ter – ou manter – aquilo que vorazmente desejamos.
E é um controle tamanho que cansa, que gera muita ansiedade, que exaure a
energia. Porque não se relaxa. Não se entrega. Simplesmente quer ter o domínio total das
circunstâncias associadas à Casa em que Plutão está. Faça um teste aí e segure um objeto
na mão com muita força, com toda a força do mundo para não soltá-lo. Machuca, não é
mesmo? Machuca sua mão e machucaria o objeto se ele fosse “vivo.” Mas é isso que
fazemos na esfera de Plutão. Consideramos que, agindo dessa forma obsessivamente
controladora, evitaremos a perda ou a derrota humilhante.

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Capítulo 2 – Plutão: as estratégias de controle e suas causas
Ao reparar no quanto as pessoas com Plutão na Casa 2 são tremendamente
controladoras (Plutão) ao gerir seu dinheiro (Casa 2) ou no trabalho (Casa 2), eu fiquei
me perguntando. Por quê? Uma pessoa que está mantendo seus gastos (Casa 2) a ferro e
fogo (Plutão), ou seja, agindo de forma “pão dura”, tal como contando os centavos,
juntando moedinhas, olhando o extrato de sua conta bancária duas vezes ao dia, está na
verdade fazendo o quê? Justamente exercendo um baita controle (Plutão) sobre sua vida
financeira (Casa 2).
Por qual motivo? Para evitar a dor da perda (Plutão). Porque ela já pode ter
passado na infância por uma condição financeira ótima e visto os pais ou avós falirem,
perderem o emprego. E consequentemente aquela condição de vida boa pode ter ido
embora, gerando escassez, perda da segurança e dificuldades financeiras.
Essa mesma pessoa com Plutão na Casa 2, que está ali produzindo (Casa 2) de
forma obsessiva (Plutão), trabalhando (Casa 2) compulsivamente (Plutão), está sendo
altamente controladora (Plutão) nesta esfera profissional de sua vida (Casa 2). Ou seja,
está evitando de qualquer maneira perder (Plutão) a segurança material, o emprego, a
clientela, enfim, a sua fonte de renda (Casa 2).
E há muita gente com Plutão na 2 que delega a administração financeira para a
pessoa parceira ou o sócio, por exemplo. Não querem nem saber de lidar com o dinheiro.
Muitas pessoas com esse astro nessa Casa também evitam trabalhar. Podem ficar longos
períodos sem trabalho. Ou até mesmo deixar a cargo do marido, da esposa ou dos pais a
sua subsistência. Por qual motivo? Não querem passar pela experiência traumática da
perda. De terem dinheiro, posses e bens – e perderem; de terem emprego, e depois não
terem mais um trabalho. Ou dos clientes sumirem. Preferem dizer que não são ambiciosas,
que não precisam de trabalho, que não querem ter muito dinheiro nem poder na sua
profissão.
Eis o mecanismo da obsessão controladora e da fuga associado a Plutão para quem
tem tal astro na Casa 2. E a causa dela é não passar novamente por uma dor traumática
nessa esfera.
O mais intrigante é quando, depois de fugirmos, evitando aquela experiência da
Casa Astrológica em que Plutão se encontra, a gente – cansado de tanto marasmo neste
âmbito – vai buscar emoção. Depois de muito tampar a panela de pressão, ela explode.
Entra em cena o mecanismo 8 ou 80, gélido ou pegando fogo de Plutão. Não por acaso,
no mito de Hades, Perséfone passa meio ano com ele, no reino dos Ínferos, e outros seis
meses na superfície. A gente, em termos práticos, também pode entrar nesse ritmo.
Ou seja, evitamos toda a perigosa intensidade plutoniana naquela área da vida
porque temos medo das emoções mais viscerais, tais como ódio, inveja, ciúmes,
possessividade, pânico, paixão, etc. Depois de viver tanto nessa temperatura gélida,
morna, sem grassa, vamos em busca de vida, de emoções! Dramaticidade em alta
voltagem. Por isso muita gente com Plutão na 2 pode gastar (Casa 2) compulsivamente
(Plutão). Gasta centavos, economiza horrores durante muito tempo. Depois passa para o
outro extremo, torrando (Plutão) a grana (Casa 2). Sai do 8 e vai para o 80.

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O desejo – inconsciente, na maioria das vezes – de viver com mais intensidade
emocional ali nas experiências associadas à Casa de Plutão Natal é que costuma ser a
causa da humilhação. Sim, isso mesmo. Sabe por quê? Porque a carga emocional da
humilhação nos alimenta, tem um efeito, um ganho. E a humilhação desperta uma emoção
tão forte que nos lembra que estamos vivos. Quer um exemplo?
Uma pessoa com Plutão na 3 pode passar gelidamente períodos antissociais. Ou
pode até se socializar, mas sem expor suas ideias e pensamentos. Vai ficando calada. Vai
bocejando diante do que ouve ou lê por aí. Até que cansa desse marasmo intelectual e
resolve fazer um curso ou ir a uma palestra ou workshop de final de semana, por exemplo.
E o que acontece lá? Ela de alguma maneira vai ameaçar o conhecimento daquele que
está dando palestra, workshop ou curso. Vai provocar aquele que fala e expõe seus
conhecimentos. Pode fazer isso sem nem notar que está cutucando, questionando e
ameaçando o poder (Plutão) intelectual e comunicativo (Casa 3) do outro. Qual o efeito
disso? O outro explode, há uma catarse e acaba vomitando, ou melhor, vociferando ódio
(Plutão) na sua fala (Casa 3) e até mesmo impondo suas ideias de maneira violenta.
E sabe qual o efeito dessa carga emocional na pessoa que tem Plutão na 3, em que
ela foi humilhada pelo palestrante, professor ou outro aluno que se encheu de ver ela
própria atrapalhando o curso da conversa, da palestra ou da aula? Ela se sente poderosa,
cheia de vida. Porque se alguém com tamanho poder (Plutão) intelectual e comunicativo
(Casa 3) se sentiu ameaçado pelas ideias dela, pelo que ela estava informando e
comunicando (Casa 3), isso quer dizer que ela tem um poder, no mínimo, no mesmo nível
que o desse alguém.
Impressionante, né? Como a humilhação nos dá poder. Por isso a gente vê tantas
pessoas com Plutão na Casa 7 que se submete a uma pessoa parceira poderosa, violenta,
dominadora, controladora e opressora. Porque assim ela acha que não perderá o outro, a
companhia e o afeto (afeto?) do outro; e também se sente poderosa. Por isso quem tem
Plutão na 10 acaba se defrontando com chefes, patroas, figuras de autoridade no trabalho
que são tirânicos e ditadores. Porque se alguém tão poderoso se sente ameaçado por sua
presença e competência no trabalho, deve ser porque ela própria (quem tem Plutão na 10)
tem um belo poder em sua esfera profissional também. Por isso Plutão pode sair de uma
postura submissa, passiva, para o extremo da imposição tirânica de sua vontade,
violentamente.

Isso me faz lembrar de David Banner, cidadão pacato, quase apático de tão calmo.
Não dá para imaginar que ele se transforma num ser furioso como o Hulk. Incrível, né?

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Percebe, então, essa essência da dinâmica plutoniana? Fugimos para não nos
desgastarmos com o dispêndio de tamanha energia na conquista do que obsessivamente
queremos. Quando vamos com tudo rumo a tal conquista e conseguimos, nos exaurimos
com as estratégias dominadoras de controle para não corrermos o risco de perder o
conquistado. Daí podemos ficar muito tempo naquela calmaria morna entediante para a
besta (Hulk) não ser despertada. Mas nos enchemos dessa vida entediante e vamos em
busca de emoções, intensas emoções. E a humilhação pode ser uma experiência
emocionante de poder, de constatação – sofrida e aparentemente insana – de nosso poder.
Ela nos faz no sentir vivos. Por isso talvez tanta gente assiste tantas atrocidades e notícias
trágicas nos jornais de rua e nos programas de TV. A morte e a tragédia despertam
emoções que a nossa rotineira vida robótica sai do sono da inconsciência ao se deparar
com tanta dramaticidade emocionante da pior espécie.
O mais intrigante de tudo é justamente que um episódio de humilhação ou perda
pode ser o desencadeador da consciência sobre aqueles profundos desejos plutonianos (de
acordo com os temas e circunstâncias da Casa em que Plutão está em nosso Mapa Natal).
Parece que não há um despertar da consciência desse voraz desejo sem antes ele
ser ativado por uma perda ou humilhação. Eu até tento – em minhas consultas – trazer à
tona para meus clientes o quanto eles precisam saber desses desejos plutonianos para,
quem sabe assim, não precisarem passar por uma situação humilhante ou dolorosamente
impactante de um término, fracasso, morte, perda. É como se eu quisesse mostrar que é
possível ir viver a esfera de Plutão a partir do amor e não da dor. É como se eu tentasse
lutar contra um padrão quase fatalista de que a conscientização plutoniana tem de vir por
meio desse sofrimento.
Será que tem de vir mesmo? Será que não podemos – tendo essas informações e
conhecimentos astrológicos – ir de encontro a uma necessidade de nossa alma
(simbolizada por Plutão) de forma menos traumática e dolorosa? Pra que esperar o
empurrão estrondoso da vida para nos atermos com tais experiências da Casa Astrológica
em que Plutão se encontra se podemos ter a iniciativa de lidar com essa esfera da vida por
vontade própria e sem tanta dramaticidade plutoniana? Mas talvez seja meu próprio
Plutão na 6 que demonstre esse meu desejo obsessivo (Plutão) de tentar ser tão útil (Casa
6) aos meus clientes (Casa 6) para a conscientização das armadilhas e perigos a se evitar
onde esse astro se encontra no seu Mapa Natal.
De todo modo, esse é um dos objetivos desse ebook. Quem sabe despertar em
você a conscientização do que inconscientemente tanto deseja ou evita nos assuntos e
circunstâncias da Casa em que Plutão está aí em seu Mapa Natal? E saber que essas
estratégias controladoras irão te exaurir até você “soltar”. E poderão, claro, exaurir as
pessoas direta e indiretamente envolvidas com você diante do seu desejo de controlar as
vivências da Casa em que Plutão está.
Antes de entrar na interpretação detalhada e profunda de Plutão em cada Casa, a
fim de esmiuçar essas humilhações, derrotas e estratégias controladoras desse astro em
cada área da vida (Casa Astrológica), preciso falar desse “soltar” que citei no parágrafo
anterior. Porque ele é a chave para uma plena experiência construtiva do que esse astro
significa. Creio que é o objetivo de todos nós. Só adiantando que esse “soltar” vai estar

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de mãos dadas com toda a obsessão plutoniana, por mais paradoxal que isso possa soar.
Vem comigo que vou te explicar melhor.
Capítulo 3: O Poder do Soltar
Depois de tentarmos evitar as experiências da Casa de Plutão para não nos exaurir
com um comportamento obsessivamente controlador, a fim de não perder o que
eventualmente poderemos conquistar, chegamos numa encruzilhada. Cansados de tanto
nos destruir nessa fuga ou nesse medo da perda (e depois de tanto fazermos os outros
sofrerem pela imposição desse intenso poder controlador), não vemos outra saída senão...
DESISTIR!
Você já deve ter reparado aquela ironia da vida de que, quando desistimos, aquilo
que tanto queríamos é conseguido. Isso vai desde ficar esperando ansiosamente pela
ligação de uma pessoa que estamos envolvidos emocionalmente e nada de receber essa
ligação, até que desistimos e quase imediatamente essa pessoa nos liga, e chega a níveis
mais profundos de cansarmos de lutar contra um comportamento destrutivo, uma
compulsão, uma meta mais impactante e complexa.
Há um poder enorme no DESISTIR. Desistir de verdade, de corpo e alma,
profundamente, é poderoso. Parece quase uma mágica. Ao desistirmos de um contrato,
de um cliente, de um projeto, por exemplo, depois de muito penarmos para ter esse
contrato, cliente ou projeto, ele acaba acontecendo, fluindo. A gente até dá risada sobre
essa irônica experiência da vida, não é mesmo?
O problema é que, logo depois de desistir pra valer e ter aquilo que já tínhamos
renunciado, o nosso lado controlador entra em cena novamente. “Ôba!! Consegui! Agora
não vou perder essa oportunidade, essa pessoa, esse contrato, esse cliente ou projeto de
jeito nenhum!!!”
E lá vamos nós para viver mais uma vez o círculo vicioso de lutar insanamente
por algo, nos exaurir, desistir e conquistar. Podemos ficar nisso uma vida inteira em
relação à Casa Astrológica em que Plutão está em nosso Mapa Natal. Ficamos nisso até
não aguentarmos mais sofrer tanto nesse processo. Vem um BASTA do fundo da alma!!
Aí se vive a verdadeira DESISTÊNCIA. E pode ser chamado de “soltar”.
Ouvi esse termo nas palestras do Professor Hélio Couto. Minha esposa, a Cris, em
suas pesquisas, chegou até as palestras gratuitas e online do Hélio. Falou pra mim delas.
Eu resolvi experimentar. Aqui uma das palestras dele sobre o TEMA “SOLTAR”:
https://www.youtube.com/watch?v=E7GFPU7jtXM
Essa entrega é justamente uma atitude que abandona o controle. Esse desistir é
soltar o controle. Nosso ego, espertinho como é, diante de um resultado positivo após ter
renunciado ao controle, dá um jeito de retomar esse controle para não perder os efeitos
desse resultado positivo alcançado por meio do soltar. E o que fazemos?
Diante da derrota, humilhação, perda e impotência daquilo que tanto queremos,
dizemos que vamos desistir. Tomamos a decisão de desistir. Mas é um desistir falso. Uma
desesperada estratégia egóica para conseguir o que tanto anseia. Já que deu certo naquela
vez, quando desisti e consegui, eu vou desistir de novo.

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Todavia, essa é uma decisão racional. Totalmente controladora, claro. Uma
barganha com o universo. O ego diz:
- Olha, universo (Deus, Espiritualidade, Inconsciente, Vida, etc.), eu vou desistir. Viu?
Desisto, ok? – e fica esperando o resultado positivo cair em seu colo magicamente, tal
como da vez anterior quando desistiu de verdade.
Só que da primeira vez, como disse, foi um desistir sincero, vindo do fundo da
alma, das entranhas do seu ser. Foi uma decisão quase que obrigatória para não ser
aniquilado de vez diante de tanto esforço e perda de energia, vitalidade, sanidade por estar
tentando de todas as maneiras possíveis e inimagináveis controlar, controlar, controlar.
Aí solta porque não aguenta mais a dor de ficar segurando tanto, tanto, tanto.
Esse é um processo lindamente plutoniano. A desistência real. A desistência vinda
da compreensão visceral de que o caminho não é por aí: de empregar todas as artimanhas
do controle. Não, não é por aí. A desistência real – o soltar – vem quando já se tentou de
tudo, quando já colocou em ação todas as estratégias controladoras que conseguiu usar
para ter ou manter algum resultado-desejo realizado na esfera de Plutão no Mapa Astral.
Falarei sobre elas na hora de interpretar PLUTÃO em cada Casa. Aqui eu quero
mostrar o quanto esse soltar é nada mais nada menos que uma belíssima entrega.
Desapego mesmo. Plutão negativo é o apego dramático, desesperado. Plutão – em sua
faceta positiva – é o poder do desapego.
Não é um desapego leve. Isso seria um Netuno. É um desapego ativo. Lembra que
Plutão é a oitava de Marte, não é mesmo? E Marte é um símbolo yang, ativo. De lutar
pelo que se quer. O desapego plutoniano é uma experiência de intensidade. Por isso falei
lá em cima que o soltar de Plutão está entrelaçado com seu lado obsessivo.
Vou dar um exemplo. Tenho Plutão na Casa 6, você já sabe disso. Casa 6 é da
saúde. É da atividade física. É do movimentar o corpo nesse sentido. O soltar aqui não é
simplesmente abandonar atividade física ou uma consciência dos efeitos de uma
alimentação sobre o corpo. Eu poderia ficar obcecado (Plutão) por atividade física e uma
determinada dieta (Casa 6) para ter a saúde ou o corpo (Casa 6) perfeitos. Eu poderia ficar
pesando cada prato e ver todos os ingredientes de um rótulo, a fim de controlar cada
grama ingerida pelo meu corpo. Eu poderia ficar fazendo atividade física todo dia, de
manhã e à tarde, controlando cada movimento em busca do corpo (Casa 6) poderoso
(Plutão). E poderia achar que desistir, soltar, é não fazer nada. É não fazer atividade física,
é não ficar preocupado com horário, regularidade ou mesmo ingredientes das refeições
que faço. Não, não é. É ser intensamente (Plutão) ativo (Marte) no cuidado com meu
corpo (Casa 6) por meio de alimentação e atividade física (Casa 6), por exemplo. Mas
renunciando ao controle (Plutão) de ter o corpo e a saúde perfeitos (Casa 6). Renunciando
ao controle de barganhar com o universo ao considerar que, se eu me alimentar dessa
forma e fazer estas atividades físicas nesta determinada regularidade, eu nunca vou ficar
doente, eu não vou vomitar jamais, eu não terei um corpo fraco. Não. Não tenho esse
controle. Eu posso fazer tudo direitinho e ainda assim me adoentar, passar mal, ficar
inválido, desenvolver um sintoma horroroso.
Soltar é fazer o que precisa ser feito – intensamente (Plutão) – sem ficar querendo
controlar os resultados. É me desapegar do resultado. É simplesmente me entregar,

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independente do que possa acontecer de bom ou ruim, às tarefas e circunstâncias
associadas à Casa em que Plutão está. Vivenciar profundamente a própria experiência de
cuidar do meu corpo por meio da dieta e das atividades físicas que me fazem bem porque
eu simplesmente tenho tesão (Plutão é a oitava de Marte, lembra?) em me sentir bem
assim.
Por isso é tão difícil viver o que Plutão simboliza. Imagine um Plutão na 5. A
pessoa simplesmente se entregar ao processo de criar, se expor e se expressar sem ficar
querendo controlar se está sendo vista, elogiada, aprovada pelo seu público, pelas pessoas
que a veem. Ou uma pessoa com Plutão na 3 simplesmente se entregar ao processo da
escrita de um livro, uma apostila, uma tese – de corpo e alma – sem ficar preocupada e
tentando controlar o resultado do efeito que suas palavras terão sobre quem a lerá ou a
ouvirá. Ou uma pessoa com Plutão na 8 simplesmente se entregar a um relacionamento
íntimo sem querer controlar as reações do outro, as emoções do outro, para ter domínio
de que não terá uma perda, um abandono, uma rejeição sexual. Sem ficar querendo usar
todas as estratégias possíveis e inimagináveis para fascinar o outro por meio do emprego
de sua poderosa energia emocional, psíquica, sexual e financeira, a fim de tê-lo ao seu
lado. Olha o desgaste que são essas estratégias controladoras de Plutão em sua faceta
negativa.
Soltar, portanto, é renunciar ao controle para se ter determinado resultado. É se
entregar de corpo e alma às situações e experiências associadas à Casa em que Plutão se
encontra em seu Mapa Natal. O resultado e os efeitos não podem ser controlados.
Simplesmente se vivencia intensamente. É uma obsessão positiva, construtiva. Porque
você é ativo ao viver de corpo e alma uma experiência. Positiva e construtiva porque você
não fica querendo controlar tudo e todos para se ter determinado resultado. Você se
desapega da expectativa por determinado resultado e efeito de uma situação ou por uma
reação ou comportamento de alguém.
E aí ficamos bem perto da conotação de “transpessoal” que Plutão (bem como
Urano e Netuno) possui. Vou falar sobre isso agora. Aí complementarei essa faceta
positiva-construtiva dessa obsessão. Prometo que é a última etapa antes de entrarmos na
interpretação de Plutão em cada Casa. Mas se não quiser ler, tudo bem. Pode ir
diretamente à parte interpretativa. Afinal, você tem livre-arbítrio para fazer essa escolha.

Capítulo 4: Plutão, o Transpessoal e os Grandes Feitos
Plutão simboliza um poder e tanto... pode nos destruir (e a outros) ou nos
transformar (e a outros). Tente imaginar um prédio com vários andares. O posicionamento
de Plutão é como se fosse um prédio. Há vários níveis (andares) em que ele pode ser
vivido. Podemos expressar o que esse astro simboliza de vários níveis – negativos ou
positivos. Tudo vai depender da gente.
Quanto menos consciência tivermos dos possíveis significados de Plutão em nosso
Mapa Natal, mais perigoso é que o expressemos (o que ele simboliza) de formas
negativas. Por isso esse ebook está lhe apresentando esse leque de possibilidades de níveis
de se viver Plutão. Porque quando estamos num nível muito ruim, destrutivo e
autodestrutivo, temos a oportunidade de perceber, nos conscientizar e tentar mudar de

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andar, de nível de expressão de Plutão. Sabendo que há outros andares mais positivos a
serem explorados, desenvolvidos e vivenciados, temos melhores condições de viver bem
esse Plutão.
E um dos mais belos potenciais plutonianos é o de realizar grandes feitos. Nas
situações e nos temas da Casa Astrológica em que Plutão está, temos a nosso dispor um
potencial gigante de impactar a vida das pessoas. É o lado transpessoal do astro (de ir
além de nosso umbigo, da satisfação exclusivamente egoísta, para literalmente
transformar a vida de muita gente). Somos agentes catalisadores de mudanças na esfera
da vida em que Plutão se encontra.
Quer exemplos práticos?

Sinta o poder (Plutão) da personalidade (Casa 1) de Dalai Lama e o quanto ele


impacta a vida das pessoas (Plutão) com sua simples presença (Casa 1) poderosa (Plutão).

Veja o quanto Bill Gates impactou a vida de muita gente (Plutão) por meio de seu
trabalho, do que produziu (Casa 2) ou mesmo por meio de suas doações financeiras (Casa
2).

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E o quanto Carl Gustav Jung gerou de mudanças na vida das pessoas (Plutão) por
meio de suas ideias (Casa 3) a respeito do inconsciente coletivo e da psicologia analítica
compartilhadas em tantos livros escritos (Casa 3).

E o impacto que Che Guevara teve (Plutão) sobre seu povo, seu país (Casa 4).

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E o quanto John Lennon impactou (Plutão) seu público (Casa 5) por meio de sua
música, de suas canções e de ser o líder (Casa 5) dos Beatles.

E as mudanças que Freud gerou nas pessoas (Plutão) por meio de seu trabalho
(Casa 6) e de suas técnicas (Casa 6) de acessar o inconsciente (Plutão) e curar (Casa 6).

E as mudanças que Gandhi gerou (Plutão) ao tentar unir os divergentes (Casa 7),
tal como os muçulmanos e os hindus, bem como em busca dos acordos justos (Casa 7)
entre Índia e Inglaterra.

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E o impacto que Elvis Presley teve sobre as pessoas (Plutão) por meio de sua
energia magnética e carismática (Casa 8).

Não podemos esquecer de Hitler, que também impactou a vida de muitos (Plutão)
por meio de seu poder magnético (Casa 8).

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E da Princesa Diana, que impactou a vida de tanta gente (Plutão) de forma
emocionante (Casa 8) também pelo poder de seu carisma (carisma) e do uso de recursos
para ajudar pessoas em crise (Casa 8).

O Papa João Paulo II – que, antes do Papa Francisco, era considerado o mais
popular da história da Igreja Católica – também impactou a vida (Plutão) de tantos fiéis
(Casa 9) ao propagar os preceitos de sua religião (Casa 9).

E – também com Saturno na Casa 9 – a astróloga Liz Greene que impactou a vida
(Plutão) de tantos astrólogos e estudantes de Astrologia por meio da publicação de seus
livros, dos seus seminários e do seu saber (Casa 9) astrológico.

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A modelo Gisele Bündchen – que impactou tanta gente (Plutão) e empresas (Casa
10) por meio do poder (Plutão e Casa 10) de sua beleza (Libra) e por meio de sua imagem
social de autoridade (Casa 10) no mundo da moda (Libra).

E o impacto que Tony Robbins gera em tanta gente (Plutão) por meio de seus
ideais e seminários em que atende grandes grupos (Casa 11) de pessoas.

E de Salvador Dali que impactou a vida de tanta gente (Plutão) por meio de sua
arte (Casa 12) surrealista.

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É assim... Temos esse imenso potencial de atingir grandes feitos na área da vida
em que Plutão se encontra em nosso Mapa Natal. E impactar muita gente.
Agora sim! Vamos para o capítulo em que interpretarei – de forma detalhada,
profunda e prática – o Plutão em cada uma das 12 Casas. E enriquecerei-ilustrarei com os
depoimentos de vários voluntários plutonianos.
Vem comigo!
PLUTÃO EM CADA CASA

PLUTÃO NA CASA 1
“Eu era gordinha e dentuça. Hoje eu adoro encontrar colegas da adolescência e
amigos da infância. Porque me sinto vingada. Agora eu sou uma mulher linda e com um
corpo de personal trainer.”
O cliente com Plutão na 1 que mais me comoveu até hoje tinha Plutão quase
cravado no Ascendente em Libra. Sua imagem (Casa 1) era de uma poderosa (Plutão)
beleza (Libra). Ao chegar (Casa 1), emanava (Casa 1) poder (Plutão). Ele chegou até mim
com 29 anos. Vivia o seu primeiro retorno de Saturno.
Vou chama-lo de W. Ele me contou que quando criança, ele era visto como
fraquinho. Era muito magrinho, franzino. Eu nunca imaginaria isso. Porque ele é muito
forte, corpo malhado. Eis algo que noto em pessoas com Plutão na Casa 1. Querem
apresentar uma imagem (Casa 1) de poder (Plutão). Preocupam-se em ser vistas (Casa 1)
como poderosas (Plutão). E como Plutão tem esse quê de mostrar pelo menos uma
profunda transformação ali na Casa em que ele se encontra no Mapa Natal, quem tem
Plutão na 1 tende a passar por essa imagem e aparência (Casa 1) completamente mudadas
(Plutão).
Uma das “voluntárias plutonianas” com Plutão na 1 já fez plástica, colocou
silicone, enfim, vive modificando seu corpo. Ela vive essa tendência a ter sua aparência
transformada por meio dessas intervenções cirúrgicas. Diz que tem verdadeira obsessão
(Plutão) pelo corpo (Casa 1) perfeito (Libra). Porque esse corpo perfeito lhe confere a
imagem (Casa 1) de poderosa (Plutão).
A Casa 1 também representa a busca pela independência ou pela plena expressão
de sua identidade. Foi muito interessante ler em todos os depoimentos de quem tem Plutão
na 1 sobre essa tendência a estar compulsivamente (Plutão) tentando chegar à essência
(Plutão) de sua identidade (Casa 1). Será essa a causa que está por trás das intervenções
estéticas, cirúrgicas ou atividades físicas de muita gente que tem Plutão na Casa 1? A
busca por estar constantemente mudando sua aparência será por que querem –
inconscientemente – alcançarem uma identidade escondida nas várias camadas de seu
corpo e de sua imagem? O que há por trás de sua personalidade? O que há por trás desse
eu atual que se mostra e se afirma desse jeito?
Por isso Plutão na Casa 1 pode levar a pessoa a buscar obsessivamente mudar
(Plutão) o seu jeito de ser, o seu jeito de se autoafirmar (Casa 1) para alcançar a essência
(Plutão) de quem é (Casa 1). Não quer ser vista (Casa 1) como superficial (aversão

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plutoniana que quer profundidade). Quer ser vista como uma pessoa que detém uma
imagem (Casa 1) profunda (Plutão) – por mais que plástica, silicone e intervenções
cirúrgicas possam ser vistas pelo senso comum como algo justamente superficial, vazio.
Por isso amo a astrologia. Ela nos faz compreender as pessoas. O que aparentemente é
superficial está a serviço de uma busca intensa, visceral, quase obsessiva, pela
profundidade, a qual – acredita-se – a levará até sua essência (Plutão).
No desejo intenso (Plutão) por novas experiências, novos projetos e novos
desafios (Casa 1), as pessoas com Plutão na Casa 1 tendem a viver o eterno retorno de
recomeçar uma nova fase da vida, fascinadas (Plutão) pelas novidades (Casa 1). Todo
mundo tem Ascendente e todo mundo passa por novas fases na vida. Mas essa transição
de um ciclo para outro (Casa 1) para quem tem Plutão na Casa 1 é muito intensa... meu
Deus! Basta saber que quando a gente vive uma experiência associada à Casa 1, “ativa-
se” o signo e o eventual planeta(s) que ali se encontra. Quando se vai passar por uma nova
experiência (Casa 1), quem tem Plutão ali vai ativar o que esse astro representa. E ele
representa crise. Portanto, a cada começo, a cada recomeço, quem tem Plutão na 1 passa
por uma crise. Algo nela ou na vida dela precisa morrer, acabar, se desapegar, a fim de
nascer algo realmente novo, diferente (Plutão na 1). Por isso esses recomeços de Casa 1
são mais dramáticos para quem tem Plutão aí.
No que tange à busca pela independência, vive-se aquela dinâmica plutoniana do
8 ou 80. Percebi isso nos voluntários plutonianos. Uns são radicalmente independentes.
Outros vivem uma prisão e tanto por conta da dependência de alguém, seja dos pais, da
pessoa parceira, etc.
Vamos aprofundar nesse tema. Aquelas pessoas radicalmente independentes, são
assim por não aceitarem de jeito nenhum alguma ajuda. De ninguém! Elas querem,
sempre, exclusivamente, contar apenas com seus próprios recursos pessoais (Casa 1).
Lembre-se: Plutão é poder, força. Pedir ajuda é considerado uma fraqueza para o orgulho
plutoniano. Claro, isso vai mostrar uma dificuldade danada de obedecer, seguir ordens,
se deixar levar pelo outro ou ser influenciada por alguém. Tudo – cada decisão – precisa
vir da própria pessoa com Plutão na Casa 1.
Nesse extremo comportamental, acabam se tornando naturalmente líderes. E,
obviamente, se tornam muito controladoras (Plutão) na sua vida como um todo (Casa 1),
especialmente nos projetos que desenvolve e nos seus empreendimentos (Casa 1).
Já aquelas pessoas que vivem o outro extremo, o da completa dependência, não
conseguindo se autoafirmar, desenvolver sua individualidade, bancar sua autonomia,
acabam ficando com muita raiva de si. Plutão não é apenas raiva. É fúria. E a fúria –
consciente ou inconscientemente – de não conseguirem ser independentes pode recair
justamente sobre si própria. E acabar destruindo (Plutão) seu próprio corpo e autoimagem
(Casa 1) por conta dessa raiva intensa (Plutão).
As independentes ficam furiosas diante de qualquer ajuda, auxílio ou incentivo
que possam receber. As dependentes ficam furiosas por se verem enredadas na escravidão
de um outro ou da falta de coragem e iniciativa de se bancarem. E por trás da imagem de
cada uma, dessa atitude de cada uma, a insegurança (Casa 1) é profunda (Plutão). Esse é
um dos maiores demônios (Plutão) de quem tem Plutão na 1: a insegurança.

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Mas não tem jeito. Enquanto não se percebe e aceita – inicialmente – esse lado
bestial, primitivo, violento e poderosamente agressivo, não tem como canalizar essa força
bruta de uma maneira construtiva.
E, muitas vezes, esse lado vai vir à tona por meio de uma humilhação ou perda.
Alguém que era dependente acaba perdendo o pai, se separa da pessoa parceira, não pode
contar com quem estava lhe bancando. Ou acaba sofrendo humilhações por ter um outro
controlando e manipulando (Plutão) sua vida, decidindo por você. Fica escrava (Plutão)
da vontade (Plutão) do outro. Anula-se, assim, sua própria identidade.
Alguém que era super independente e não deixava que ninguém encostasse nem
em sua unha por já se sentir controlada, acaba tendo de iniciar uma nova fase na vida em
que não consegue inicialmente dar conta de tudo, controlar as situações, tomar decisões.
Precisa contar com o estímulo de alguém nessa fase inicial. Aconteceu isso com uma das
voluntárias plutonianas. Ela teve de mudar de país e precisou ficar um tempo na casa da
sogra até que pudesse desenvolver seus projetos neste local. Disse que foi uma das piores
fases de sua vida ter que de alguma maneira se anular numa casa que não era dela e diante
de costumes que não eram os seus. Teve de renunciar ao controle.
Plutão é danadinho... (não dele, claro, porque planeta não envia raiozinhos, mas
sim do que ele SIMBOLIZA em termos de aprendizado). E uma das suas manifestações
é justamente a gente renunciar ao controle, se desapegar, enfim, se submeter a algo maior
que a nossa própria vontade. E essa experiência pode ser vivida ao ser obrigado a ceder
sua vontade a outra pessoa ou para aceitar uma situação em que não controlamos
absolutamente nada.
Talvez seja Plutão falando com a gente:
- Olha, aquela frase “seja feita a Sua Vontade e não a minha” tem tudo a ver comigo. É
melhor você aprender que você não manda e não controla nada. Submeta-se a uma
Vontade Maior. Aprenda aí a se submeter inicialmente a uma outra vontade humana. Até
você encontrar dentro de si a voz da Minha Vontade, de uma Vontade Transpessoal (que
vai muito além da voz de seu ego. Ele ficará rouco se quiser controlar a Minha Vontade).
E assim a pessoa que tem Plutão na Casa 1 vai – diante das anulações de sua
vontade por conta de uma dependência quase escravizadora em relação a alguém ou
diante de um impedimento existencial que anula sua vontade e sua iniciativa de se bancar,
de fazer valer o que quer – aprendendo a encontrar aquela essência plutoniana. É nela que
está o contato com uma Vontade Transpessoal. Segui-La é o propósito de Plutão. Grandes
feitos a serviço de muita gente poderão ser desencadeados nessa esfera da vida de quem
tem Plutão na Casa 1.
Como? Quanto mais reconhecer que seus projetos, suas novas experiências, suas
empreitadas puderem servir a essa Vontade Maior, ou seja, trazendo mudanças e
impactando legal a vida de outras pessoas, melhor.
Porque quanto mais a pessoa com Plutão na 1 quiser vantagens pessoais por meio
de seus projetos, mais ela vai achar que estar no poder e o perderá. Porque estará focada
no egoísmo, na concentração em si mesma. Uma pessoa com Marte na 1 pode pensar em
si mesma, em seus exclusivos benefícios diante de um projeto ou empreendimento. Mas

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uma pessoa com Plutão na 1 tem que vislumbrar projetos e experiências através dos quais
impacte a vida de muita gente. Que tenha esse significado de serem projetos e
empreendimentos que servem ao coletivo. Plutão é um planeta transpessoal, lembra?
Não tem como esquecer do ator Chistopher Reeve e seu Mapa Astral.

O primeiro super-homem do cinema. Que emana realmente essa aura (Ascendente) de


super-herói (Plutão e Leão). E que teve um duro golpe plutoniano sobre essa imagem
plutoniana. Ficou paraplégico após um acidente de cavalo.

Esse cliente com Plutão na Casa 1, o qual foi o que mais me comoveu, tinha
acabado de ser preso. Envolveu-se com esquemas ilícitos. Estava ganhando rios de
dinheiro. Comprava carrões, roupas librianamente elegantes, enfim, sua imagem (Casa 1)
que já era fascinante (Plutão), ganhou ainda mais poder (Plutão) por meio do que ia
conquistando através desse projeto (Casa 1) do submundo (Plutão) que ele liderava (Casa
1) em sua cidade. Em breve seria seu julgamento. Veio até a consulta quando tinha recém
saído da prisão.
O problema é que com Plutão, fica difícil sair da obsessão. É um vício. Netuno-
Plutão, lembra? Ele, claro, após ter saído da prisão, continuava envolvido nesse esquema
ilícito de enriquecimento em sua cidade. E com Plutão, a gente acha que nunca seremos
liquidados. A gente se acha super-herói sem de fato ser. Na verdade, nos achamos
superiores, capazes de controlar tudo e todos. O lado controlador de Plutão é
incomensurável. Ele precisa ser renunciado para o super-herói – verdadeiro – vir à tona.
E aí pode vir algum duro golpe da vida que nos faz perder o poder. Será que existe
um jeito de evitarmos essa humilhação? Se tiver, é isso que eu estou tentando fazer com
este ebook. Que você tenha a iniciativa de servir a uma Vontade Maior que a de seu ego

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e sinta a força construtiva do verdadeiro poder sem precisar passar por algum evento
dramático de perda ou humilhação. Embora essa possa ser uma vontade plutoniana
controladora minha, exercida em meu trabalho e para meus clientes (Plutão na Casa 6). E
Plutão só é despertado para ser vivido em sua faceta grandiosa e construtiva por meio da
dor...
Bom, o que importa mesmo é saber que, inicialmente, o verdadeiro poder é o de
renascer de algum drama plutoniano na esfera em que este se encontra. No seu caso, na
Casa 1. Então, renascendo o seu poder pessoal depois de uma crise (Plutão) de identidade
(Casa 1), de autoimagem (Casa 1); ou da perda (Plutão) de sua independência (Casa 1)
ou de um negócio ou projeto que desenvolvia e liderava (Casa 1). Ressurgir com mais
consciência de seu poder pessoal, de sua força assertiva, de sua liderança, de sua
capacidade de decidir.
Assim você descobrirá um poder e tanto a seu serviço. Você terá provado esse
poder por meio do renascimento diante dessas crises em sua vida. Esse poder lhe
incentivará corajosamente a se envolver em experiências, projetos, novidades e desafios
(Casa 1) através dos quais impactará a vida de muitas pessoas.
Por meio das imagens que assume (tal como um ator e as personas de seus papéis),
dos projetos que se envolve e da expressão de sua identidade poderosamente profunda,
você tem tudo para catalisar mudanças consideráveis nos outros. Você nasceu para contar
consigo mesmo(a). Você nasceu para depender de seus próprios recursos pessoais (sem o
radicalismo orgulhoso de não receber ajuda quando assim se fizer necessário, tal como
em alguma crise). Você nasceu com o carisma e a força pessoal de, com sua simples
presença, tal como o Dalai Lama faz, irradiar uma aura (Casa 1) de mudança (Plutão) por
onde passa e com quem estiver. Exercer a liderança (Casa 1) com esse poder catalisador
(Plutão). Na expressão de seu corpo, tal como um bailarino que se apresenta fascinando
uma plateia, ou cuidando do corpo de outra pessoa, tal como um personal trainner, você
vai colocando intensidade na emanação de sua identidade – e vai repercutindo tais efeitos
positivamente plutonianos.
Seja você. Alcance cada ano mais a essência de sua identidade. E isso lhe abrirá
portas (Casa 1) para que impacte a vida das pessoas (Plutão) por meio das empreitadas,
projetos e desafios que assume, inicia e desenvolve (Casa 1).
PLUTÃO NA CASA 2
“Eu me via morta quando olhava para meu corpo. Sentia-me humilhada por ter
o corpo que eu tinha. E isso me levou à bulimia. Comia compulsivamente e depois tinha
aquela catarse ao vomitar tudo.”
A cliente com Plutão na Casa 2 que mais me marcou foi uma mulher magra que
tem compulsão em relação ao açúcar. Porque a gente tem essa mania de achar que só uma
pessoa bem acima do peso é que tem problemas em sua dieta. Mas não. E essa minha
cliente era exemplo disso. Considerava-se escrava (Plutão) do doce (Casa 2). E essa foi
uma tendência preponderante nas voluntárias plutonianas de Casa 2: a quantidade
massiva delas que têm essa obsessão (Plutão) com alimentos doces. O açúcar (Casa 2 é
associada aos alimentos, ao corpo) vira o vilão (Plutão) da história.

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Claro que muitas delas têm sim problemas com a balança. Uma, inclusive,
confessou que tem a sensação de vingança quando, em sua obsessão (Plutão) para perder
(Plutão) peso (Casa 2), mostra para as pessoas que é capaz de emagrecer. Ela usou uma
frase marcante:
“Quando me vejo perdendo o controle (Plutão) do meu corpo (Casa 2), vou
obsessivamente recuperar esse controle ao entrar para a academia e fechar a minha
boca. Fico obcecada (Plutão) com atividade física, indo todo dia malhar e ficando muitas
vezes sem comer, passando fome, para recuperar meu peso.”
Outra me disse que em 2015 passou por episódios de uma severa alergia. E isso a
obrigou a reavaliar toda a sua alimentação, hábitos, convivência com gatos. Por meio de
um sintoma no corpo (Casa 2), a pessoa com Plutão na Casa 2 muda profundamente
(Plutão) sua dieta e seus cuidados corporais (Casa 2).
É impressionante também aquela dinâmica plutoniana de evitar uma experiência
e depois ir com tudo vivenciar uma atividade associada à Casa em que Plutão se encontra
no Mapa Natal. Tal como várias dessas clientes com Plutão na Casa 2 que ficam semanas
sem colocar nada de açúcar em sua alimentação e, depois de muito se autocontrolar,
acabam se entupindo de doce num final de semana ou na semana seguinte. Do mesmo
modo com a atividade física. Ficam tempos numa preguiça visceral e depois mergulham
dentro de uma academia para cuidar obsessivamente (Plutão) da saúde-beleza do corpo
(Casa 2).
“Eu me sinto humilhada quando não estou trabalhando e estou dependente de
ajuda financeira.”
Esses extremismos plutonianos também são vistos na área profissional e
financeira. Afinal, a Casa 2 é a área do trabalho e do dinheiro.
Profissionalmente, as pessoas com Plutão na 2 ora estão trabalhando (Casa 2)
compulsivamente (Plutão), num nível intenso (Plutão) de produtividade (Casa 2), ora não
fazem nada, não produzem nada ou mesmo ficam um bom tempo sem (Plutão) emprego
ou cliente (Casa 2).
Em termos financeiros, se sentem humilhadas por não poderem comprar algo que
tanto desejam, serem dependentes financeiramente do cônjuge ou dos pais. Ao mesmo
tempo, sentem um imenso poder (Plutão) ao adquirir algo (Casa 2) que desejavam
profundamente (Plutão) ter, tal como uma cliente que se sentiu poderosa quando comprou
seu laptop em 2011 e seu carro em 2012. Ela me disse:
“Ter comprado meu laptop e meu carro me deu a sensação de que eu poderia
fazer tudo que eu desejasse, ter o que eu quisesse comprar. Ambos foram fruto do
dinheiro poupado.”
E é impressionante o quanto muita gente com Plutão na 2 tende a ser taxada pelos
familiares e amigos de “pão dura”. Justamente porque querem ter esse controle (Plutão)
das finanças (Casa 2) por medo da perda (Plutão) da segurança material (Casa 2). Muitas
dessas pessoas já passaram por dramáticas crises (Plutão) nesse sentido, de perder
(Plutão) o conforto e o bem-estar (Casa 2). Essa minha cliente com Plutão na 2 que mais
me comoveu, por exemplo, tinha uma vida excelente quando novinha. Ela e seus irmãos

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tinham os brinquedos mais caros, estudavam num excelente colégio particular. Seu pai
tinha um emprego excelente. Até que este morreu e a família dela passou por esse impacto
(Plutão) financeiro (Casa 2). Tiveram de estudar em escolas públicas. Aquela segurança
e conforto foram perdidos.
Outras clientes vieram de casos de perda de herança, os avós perderam
rendimentos que tinham por meio de uma fazenda em que se criava ou plantava algo
rentável. Falência de negócios de família, perda de propriedades, etc. Tudo isso
contribuindo para a perda do conforto, da prosperidade, do bem-estar e da segurança
material e financeira.
Consequência disso? A pessoa com Plutão na Casa 2 passa a economizar centavos,
a brigar por uma moedinha na rua ou pegando pra ela a moeda de cinco centavos deixada
por um membro da família em cima do móvel da sala de TV. São reações extremistas de
“pão-durismo” compreensíveis se a gente entende o que a pessoa passou na infância em
relação à perda financeira. Ela tem verdadeiro horror, pânico, de passar por tudo isso de
novo. E desenvolve esse mecanismo de proteção para economizar centavos, a fim de não
viver o que viveu em anos anteriores.
Já outras pessoas com Plutão na Casa 2, por medo de ter e perder, já dão um jeito
de perder antes mesmo de ter. Como? Gastando (Casa 2) compulsivamente (Plutão).
Entram em dívidas, compram o supérfluo, exageram nas compras ao gastar o que não
têm. Inconscientemente fazem isso para não reviver aquela experiência de ter muito e
depois perder. Se ter muito é sinal de que depois vai perder, então, é melhor já torrar
(Plutão) a grana (Casa 2) de uma vez para eu não ter muito. E podem viver uma vida
financeira de poucos recursos; uma carência material intensa.
E mesmo descobrindo essas causas psicológicas, podem não conseguir evitar
esses comportamentos de extremo pão-durismo e de compulsão de gastar. Libertar-se
dessa compulsão à repetição plutoniana não é fácil.
Como fazer, então?
Acessando o poder transpessoal de Plutão. Concentrando-se no que poderão fazer
na vida de muitos, em benefício de muitas pessoas, ao se usar essa força transformadora
simbolizada por Plutão. Primeiro, reconhecendo que, se esse astro está na Casa 2 (a que
revela os talentos que temos e que podem ser nossa fonte de renda), isso mostra o quanto
a pessoa com Plutão nesta Casa tem o dom (Casa 2) de ser uma agente catalisadora de
mudanças (Plutão) por meio de seu trabalho (Casa 2).
Não por acaso, aquilo que a pessoa com Plutão na 2 irá produzir e realizar em
termos práticos por meio do que faz (Casa 2) terá um impacto forte na vida de seus
clientes, tal como o que Bill Gates fez em seu trabalho (Casa 2) com a tecnologia (criou
o sistema operacional Windows, por exemplo) gerou essa mudança profunda (Plutão) na
vida das pessoas.
Lembrando que Plutão é tesão, paixão. Se a pessoa que tem Plutão na Casa 2 não
estiver apaixonada (Plutão), com os olhos brilhando de tesão (Plutão), por aquilo que faz,
pelo que produz, pelo seu trabalho (Casa 2), ela poderá perder (Plutão) a saúde (Casa 2)
ao ficar doente por não trabalhar com o que ama. Ou mesmo provocar –

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inconscientemente, claro – uma demissão ou perda de seu negócio, a fim de poder, enfim,
mergulhar de corpo e alma (Plutão) em uma outra profissão ou fonte de renda (Casa 2)
que realmente seja apaixonada (Plutão). É por isso que tende a haver no mínimo uma
profunda mudança de emprego ou de profissão na vida de quem tem Plutão nesta Casa
do Mapa Astral.
A pessoa com Plutão na Casa 2, então, passa a sentir a força de sua produtividade,
percebe o poder que está em suas mãos de impactar muita gente por meio de seu ofício.
Trabalhar (Casa 2) com o que ama (Plutão) e ver o resultado impactante que tem em
termos transpessoais na vida de seus clientes, ajudando-os a superar crises (Plutão), faz
ela se valorizar mais, valorizar os seus dons (Plutão). E a prosperidade acompanha
naturalmente a autovalorização e o uso dos seus respectivos talentos pessoais por meio
do seu trabalho.
Plutão tinha a alcunha de ser chamado de O Rico pelos antigos. Um Planeta com
essa conotação na casa do dinheiro é indício do enorme potencial de riqueza que uma
pessoa com Plutão na Casa 2 possui. Aproveite! Faça uso consciente, produtivo e
transpessoal de seus recursos pessoais, especialmente o de impactar a vida de seus clientes
ao ser um(a) agente catalisador de mudanças na vida deles. Valorize-se por isso. E
desfrute de uma vida financeira lindamente próspera que pode alcançar. Caso queira usar
também a sua abundância material para influir na vida de muita gente, faça isso. Você
tem esse poder também.
PLUTÃO NA CASA 3
“Tenho um misto de fascínio e pânico por falar em público. Um desejo profundo
de conseguir falar o que sei, o que acredito; mas só de pensar nisso, já começo a suar
frio, transpirar, ter taquicardia. Acabo gaguejando, sendo repetitiva, esquecendo pontos
importantes. Tenho muito medo da crítica sobre o que eu vou opinar.”
A cliente com Plutão na Casa 3 que mais me marcou é uma aluna que nunca foi
minha aluna. Explico-me melhor. Ela sempre me fez as perguntas mais inteligentes a
respeito de numerologia e de astrologia. Sempre dizia que iria fazer o meu curso de
numerologia via internet e o de astrologia. Mas nunca veio.
Eu, sabendo de seu Plutão na 3, ficava sorrindo ao perceber essas tendências dela.
Plutão na 3 tem uma mente (Casa 3) poderosa (Plutão). Por querer aprender (Casa 3)
profundamente (Plutão) algum tema, tal como numerologia e astrologia, se dispõe a
aprender pra valer. Mas até realmente tomar essa decisão, há uma fuga desses temas. Não
se envolve de corpo e alma (Plutão) com algum curso (Casa 3). Talvez porque, no fundo,
tenha medo do impacto e da mudança (Plutão) que esse estudo (Casa 3) possa lhe gerar.
Eu compreendia assim essa minha cliente que nunca foi minha aluna, embora tenha sido
uma das alunas mais inteligentes pelas perguntas que me fazia.
É muito interessante ver a faceta morte-vida de Plutão em ação quando na Casa 3.
Sem estudar, pode se sentir morta. Estudando, se sente viva. “Quando comecei a estudar
astrologia com você e com a Anna Maria Costa Ribeiro, eu voltei a me sentir viva”, me
contou uma das voluntárias plutonianas que já foi de fato minha aluna.

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E a questão do medo de aprender talvez esteja atrelada pelo medo de falar o que
aprendeu. Ainda mais que, por Plutão estar na Casa 3, ele será ativado justamente quando
a pessoa vai trocar ideias com outra(s). Não por acaso uma outra voluntária me disse:
- Yub, eu sempre me envolvo em discussões acaloradas. Embates de ideias é uma
constante em minha vida. Talvez porque eu não admito que tentem me convencer ou me
forçar a pensar igual ao outro.
Onde Plutão está se vive o embate de poder. Na Casa 3, a casa em que se emite
suas opiniões e compartilha seus pensamentos e ideias com as pessoas ao redor, esses
jogos de poder (Plutão) serão vividos nesses intercâmbios intelectuais (Casa 3).
Essa mesma voluntária me soltou outra pérola:
- Me sinto onipotente quando consigo o que quero ao opinar. Eu penso: Amo a minha
mente por se expressar com lucidez.
A ignorância é uma bênção da qual quem tem Plutão na 3 quer ser excomungado.
Porque odeiam (Plutão) a burrice (Casa 3 mal vivida). Alguns voluntários foram enfáticos
ao dizer que têm horror (Plutão) a quem escreve errado (Casa 3 mal vivida). E ficam com
muita raiva de si (Plutão) quando se sentem humilhados (Plutão) por não terem passado
num teste, não serem aprovados numa prova (Casa 3) por causa de “erros idiotas de
português.”
A Casa 3 também representa a nossa locomoção pelo ambiente ao redor ou por
pequenas distâncias, tal como indo de uma cidade a outra durante a semana, tal como
estudando numa e trabalhando-morando noutra. E o que nos leva aos ambientes, o que
nos permite circular por aí? Os pés, andando, e os veículos de transporte, tal como o carro.
Por isso tanta gente com Plutão na Casa 3 pode ter pânico (Plutão) em dirigir (Casa
3). Ou ser completamente fascinada (Plutão) por pegar a estrada (Casa 3). Uma das
voluntárias plutonianas me fez perceber um outro detalhe sobre Plutão: sua tendência
suicida ou homicida. Como? Vejam o que ela me disse:
- “Por diversas vezes, dirigindo na estrada, me passava pela cabeça o que aconteceria
se eu simplesmente jogasse o carro na frente de algum caminhão que vinha em sentido
contrário.”
Aquilo me despertou para o fato de que, às vezes, pensaremos no pior ali onde
Plutão está, em alguma situação associada à Casa Astrológica em que esse astro se
encontra, como uma forma de sentir vida. Nada como a morte para nos fazer lembrar da
vida. Mas no caso de Plutão na Casa 3, as tendências para ter pensamentos (Casa 3)
negativos, destrutivos, mórbidos e horripilantes (Plutão) são maiores. Pensamentos (Casa
3) obsessivos (Plutão), inclusive.
Eu costumo indicar para meus clientes com Plutão na 3 e que me relatam ter
mesmo essas fases de obsessão (Plutão) com pensamentos (Casa 3) negativos e
destrutivos (Plutão) o seguinte:
- Escreva! Tenha um diário ou simplesmente pegue uma folha e vomite tudo que está na
sua mente ali. Solte sem pudor todos esses pensamentos horrorosos que estão
compulsivamente dominando (Plutão) a sua mente (Casa 3). Esse processo de escrita

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(Casa 3) catártica (Plutão) lhe fará muito bem. Você não irá resistir a esses pensamentos.
Você os viverá de uma maneira positiva. Solta tudo, sem medo, sem vergonha. E se
quiser, queime esse papel depois que colocar toda a podridão em palavras. Isso irá lhe
fazer muito bem. E, o melhor, daí poderão vir ideias, entendimentos e até mesmo textos
valiosíssimos.
Então, se puder ter um diário, puxa, seria show. Eu já ficaria feliz por saber que
depois de ler este ebook você começou a criar esse hábito de escrever num diário. Você
já terá feito algo prático que me mostrará que valeu a pena ter escrito tudo isso aqui.
Bom, é uma dica. Você não gosta de que os outros imponham ideias e conceitos
para você. E eu não quero ser mais um. É apenas uma proposta, um convite. Nada
obrigatório, ok? Escreva se quiser.
Ainda nesse quesito de locomoção, essa mesma cliente que mais me comoveu
também passou por uma situação em que tem tudo a ver com Plutão. Se mudou (Plutão)
para uma cidadezinha (Casa 3) por conta de se sentir perseguida (Plutão) por alguém
(Casa 3). No caso, um ex-marido. E ao mesmo tempo não se entrosa com as pessoas dessa
cidade. Porque é muito desconfiada (Plutão) nesse trato social, nesses laços interpessoais
com as pessoas ao redor (Casa 3).
Outra voluntária plutoniana me contou o quando perdeu (Plutão) sua locomoção
(Casa 3) por vira e mexe torcer o tornozelo, quebrar o dedinho do pé ou mesmo ter
vendido o seu carro para poder pagar a pós graduação e ir de ônibus para a aula.
Esses são exemplos práticos da dinâmica plutoniana na Casa 3. E como fazer para
ir além desse pânico de escrever, falar, enfim, se comunicar? Como fazer para circular e
se socializar com prazer, com tesão? Enxergando o lado transpessoal dele e vivenciando-
o a cada dia.
Creio que inicialmente precisa lidar com sua mente e seus pensamentos. Já dei a
dica do diário. Mas preciso falar de outra estratégia de como pode viver esse lado de modo
mais saudável para sua saúde mental. É não se identificar com seus pensamentos. Não se
apegar a certas ideias e conteúdos de sua mente. Desapegar-se mesmo, praticar a
meditação ou a aquela atitude oriental de não se prender a nenhum pensamento. Deixar
eles virem e irem sem reagir emocionalmente ao conteúdo do que pensa.
E o outro ponto diz respeito às palavras. Lembre de Jung e Paulo Coelho, ambos
com Plutão na Casa 3. O que eles escreveram (Casa 3) tiveram e têm o poder de catalisar
mudanças (Plutão) na vida das pessoas, de seus leitores. Para isso, leram muito,
profundamente. Alguns podem ficar incomodados com essa última frase, quando incluí
Paulo Coelho na parada. Mas se vocês lerem O Mago, a biografia que Fernando Morais
escreveu sobre o escritor brasileiro, comprovarão o quanto Paulo Coelho se dedicou
mesmo às leituras e à arte da escrita. Enfrentou seus demônios. Confessou ter pânico de
falar em público. Teve um livro (Casa 3) que considerou perigoso (Plutão) para circular
por aí (Casa 3) e acabou recolhendo.
Enfim, o que quero dizer é, quanto mais você reconhecer o poder que suas palavras
têm, mais você vai usa-las com essa consciência. Falará, escreverá e trocará ideias com
essa percepção de que aquilo que sai de sua boca e de suas mãos (Casa 3) cutuca, provoca,

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instiga e gera catarse, mudanças (Plutão). E usará essa sua força psíquica no plano mental,
intelectual e comunicativo de um jeito que será mais construtivo para as pessoas. Ou seja,
estará usando o lado transpessoal de Plutão.
Quanto mais reconhecer que sua mente é poderosamente sagaz e que poderá
descortinar os segredos e o que está por trás das aparências (Plutão) de certos temas,
teorias, ideias e conhecimentos (Casa 3), mais agradecerá ao fato de acessar pensamentos
(Casa 3) perigosos, obsessivos, compulsivos, negativos (Casa 3). Porque desse teor bruto,
animal, instintivo e assombroso virá diamantes e verdadeiras joias (Plutão) para te levar
ao entendimento e a uma didática (Casa 3) mais certeiros e profundos (Plutão).
Fascine as pessoas por meio de seus escritos, livros, apostilas, pensamentos e
conhecimentos compartilhados através dos mais variados meios de comunicação. Assuma
o poder que possui para catalisar mudanças progressistas e construtivas na vida de quem
te lê, te ouve ou se relaciona com você no dia-a-dia. E verá nascer em você um tesão cada
dia mais brilhante e apaixonante de estudar, aprender e circular o que percebe e conhece.
PLUTÃO NA CASA 4
“Quis sair de casa aos 17 anos porque me sentia controlada, manipulada pela
minha mãe – e detesto me sentir dependente emocionalmente de alguém.”
“O Clima que pairava em meu lar era de tirania e subjugação. Até pouco tempo
atrás eu me sentia refém da família. Até que fui libertado dessa manipulação de meus
pais a partir de uma situação cataclísmica ocorrida há alguns anos: meus pais foram
presos.”
“Vivi a infância inteira sobressaltado por um medo de perder a segurança por
conta do comportamento destrutivo de meus pais. Mas hoje em dia, como a segurança
residencial depende só de mim e não de meus pais, me sinto mais seguro.”
“Já tive paranoia com a segurança. Chorava só de pensar na morte da minha
mãe. Tenho pesadelos até hoje com alguém tentando entrar e roubar minha casa.”
A cliente com Plutão na Casa 4 que mais me comoveu me contou sua infância e
sua relação com seus pais, especialmente com sua mãe. Filha mais velha, sempre se
preocupou muito com seus genitores. Tinha um medo horroroso (Plutão) de dormir, de
ficar em casa sozinha, da cortina de palhaços que tinha em seu quarto (Casa 4). Pesadelos
constantes. Ela se sente emocionalmente como uma mulher muito medrosa. Disse que sua
mãe liga para ela todos os dias; ou ela liga para sua mãe. Mesmo que a veja todos os dias
durante a semana.
A relação dela com a mãe é algo muito impressionante. Até hoje a atendo e não
sei dizer se é a mãe que é dependente emocionalmente dessa minha cliente, ou vice-versa.
Se bem que dependência é dependência. É mútua, não é mesmo? E é impressionante como
ela vê a mãe (Casa 4) como uma mulher poderosa (Plutão). Ao mesmo tempo que se sente
completamente escrava (Plutão) da mãe (Casa 4), não consegue se libertar dessa
dominação e controle (Plutão) maternos (Casa 4).
Ela tem duas filhas. Repete o mesmo comportamento com as duas.
Completamente controladora (Plutão) no exercício de sua maternidade (Casa 4). As filhas

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e ela têm esse vínculo de profunda (Plutão) dependência emocional (Casa 4). É
impressionante vê-las juntas... parecem matriarcas de uma tribo que não se desgrudam.
E, claro, há uma relação de amor e ódio (Plutão) com os pais, tanto com a mãe quanto
com o pai.
Obs.: detalhe técnico e didático para quem entende de astrologia e deve estar se
perguntando se eu atribuo a Casa 4 ao pai e a 10 à mãe ou vice-versa. Eu não coloco a
priori uma designação. Eu atribuo a AMBOS. O próprio cliente vai me dizer se aquelas
interpretações que fiz sobre as Casas 4 e 10 em termos de sua relação com seus pais se
encaixam mais par sua mãe ou o seu pai.
Como Plutão indica esse medo da perda, obviamente que quem tem Plutão na
Casa 4 tenderá a ter muito medo de perder (Plutão) seus pais (Casa 4). Por isso essa
probabilidade de viver uma infância e uma relação com pais sob uma perspectiva bastante
aterrorizante. O medo de um deles morrer estar constantemente assombrando a pessoa
com Plutão na 4. Ou o medo de perder o lar, a moradia, a segurança emocional e
residencial. Afinal, a Casa 4 também tem essa comoção do lugar – físico e interno – em
que buscamos um porto seguro, um aconchego, uma estadia nutritiva.
Tendo em vista que Plutão apronta das suas (não ele, mas o que ele simboliza,
claro), as mudanças (Plutão) residenciais e familiares (Casa 4) tendem a ser dramáticas e
intensas (Plutão). Talvez para ensinar a quem tem Plutão na 4 a ter uma atitude mais
desapega e aberta para as naturais reciclagens plutonianas. Ou mesmo para, diante dessas
crises (Plutão) familiares ou na sensação de segurança (Casa 4), ela compreender melhor
suas bases, sua família e segurança. Ou sobre o que representa ter um lar, uma família,
um porto seguro. O que significa ofertar ou receber o amparo emocional daqueles com
quem tem um laço mais estreito, sejam da própria família, da família que se constrói ou
de quem mora com você.
Porque, no fundo, quem tem Plutão na Casa 4 é convocado pelo Destino a
mergulhar profundamente no reino das emoções. Sentir na pele o quanto as emoções
podem construir ou destruir.
Aí entra em cena uns depoimentos muito interessantes de alguns voluntários
plutonianos. E um dos que mais me marcou foi este, de um homem: “Me sinto onipotente
quando tenho a oportunidade de amparar e ajudar as pessoas. Me sinto como se fosse
mãe. É a melhor sensação.”
A Casa 4 está associada com esse campo emocional e à maternidade porque, no
fundo, ela está se referindo aos atributos yin do comportamento humano. Ou seja, a tudo
que é do universo do feminino (não exclusivamente das mulheres, mas vinculado ao perfil
da mulher): nutrir, cuidar, alimentar, apoiar, confortar e amparar emocionalmente. Por
isso achei tão legal essa frase desse voluntário plutoniano do sexo masculino. Ele se
sentindo mãe justamente por cuidar, proteger e oferecer seu colo às pessoas.
Todavia, Plutão ali pode indicar um amor e ódio em relação ao feminino e às
mulheres em geral (símbolos desse lado yin). Não por acaso esse foi um tema que muitos
voluntários trouxeram. Comprove nestas frases:

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Admiro muito a sensibilidade feminina, mas detesto o sentimento de fragilidade
(inferioridade incutido em algumas mulheres).
“Até um tempo atrás eu tinha implicância com mulheres. Nunca quis ter uma filha
ou irmã. Tive problemas com minha sogra e cunhada. Depois amadureci e não tive mais
problemas com isso. Minha avó foi meu refúgio em todos os momentos; sempre fomos
muito ligadas e amigas. Ela que amenizava as minhas feridas internas.”
Quanto mais a pessoa com Plutão na 4 transformar o inimigo – que costuma ter a
forma de mulher, de emoções, de tudo que o feminino simboliza – em amigo, melhor.
Porque senão corre o risco de se nutrir emocionalmente (Casa 4) da força incomensurável
que esses atributos yin possuem quando são projetados na mãe, na sogra, na filha, na
cunhada, na avó, nas mulheres da sociedade, no feminismo, no machismo, etc.
Desperta-se para essa necessidade de fazer as pazes com o reino das emoções,
muitas vezes, através de um contato estreito com mulheres poderosas ou com a violência
– física e/ou psicológica – da mãe ou de outra figura feminina. Eu fico impressionado
ouvindo relatos de pessoas com Plutão na Casa 4 que foram abusadas, inclusive
sexualmente, pelos pais. Talvez a Casa Astrológica em que Plutão se encontra que mais
caracteriza abuso na infância ou por parte de algum membro da família seja o da Casa 4.
São casos realmente dolorosos, dramáticos.
E quando somos crianças, enquanto estamos na fase da infância, não há astrólogo
no mundo que possa incutir na pessoa uma consciência de como se pode viver Plutão de
um jeito mais positivo, a fim de não passar pela carga dramática que ele tende a
simbolizar. Estamos na infância. Somos crianças. Quem pode passar para uma criança
uma consciência que só é capaz de ser desenvolvida e vivida com uma idade mais
avançada?
Quando o cliente com Plutão na Casa 4 chega até mim ou a qualquer astrólogo/a,
ele já passou por muitas situações emocionalmente carregadas na infância... O que
podemos fazer. Eu me sinto impotente. Se eu tivesse a oportunidade de alertar essa
criança para se defender de eventuais abusos por parte dos pais ou de algum parente, eu
teria feito.
Então, o que posso fazer é, no presente, por meio da consulta ou deste ebook, dizer
para você que tem Plutão na 4 e porventura tenha passado por esses abusos emocionais,
físicos ou psicológicos na infância o seguinte:
- Procure ressignificar o que viveu no passado. Tente enxergar nestas situações o jeito
que a vida lhe apresentou uma oportunidade de reconhecer o poder das emoções: o poder
de construir ou de destruir. E agora, no presente, você poderá optar por não se vingar dos
pais ou da sua herança parental fugindo das emoções, reagindo com agressividade e ódio
em relação às mulheres, destruindo lares, etc.
Um exemplo que pode muito bem servir de inspiração é a dolorosa história de
uma Chef. Ela via o pai abusando da mãe. A mãe, violentada, descontava sendo violenta
com os filhos: com ela e o irmão. Essa mulher – que hoje é uma chef respeitada –
transformou esse veneno das emoções destrutivas, da violência emocional, numa
capacidade magnífica de nutrir as pessoas (Casa 4) por meio do seu poder (Plutão) de

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alimentar (Casa 4) seus clientes. Ela transformou a violência emocional pela qual passou
em capacidade de impactar a vida (Plutão) daqueles que comem a sua comida (Casa 4).
Ela nutre (Casa 4) a alma (Plutão) de seus clientes por meio do que faz na cozinha (Casa
4) do restaurante que trabalha. Ela fez essa alquimia, ela transmutou as emoções e a
nutrição violenta por parte dos pais em emoções e nutrição positiva, construtiva e tocante
a quem se alimenta dos pratos dela.
“Eu tenho fases em que me preocupo demais e quero cuidar de todos. E outras
que me tranco em casa e não quero contato com ninguém. Quero distância de qualquer
laço mais estreito ou emocional com qualquer pessoa.”
Independente de você ter sido mais explícita ou veladamente sofrido com o
controle materno, a dominação paterna, a subjugação dos pais e familiares, você pode
trazer essa memória de algum antepassado (Casa 4) que sofreu violência (Plutão)
doméstica (Casa 4). Ou se identificar com o feminino algoz ou o feminino escravo. Não
importa saber de onde veio esse temor e fascínio com tudo aquilo que o lado yin, maternal,
mulher, mãe representa. O que importa é mergulhar cada vez mais fundo (Plutão + Casa
4) no poder (Plutão) das emoções (Casa 4) e do que elas podem provocar nas pessoas.
Ter essa intimidade (Casa 4 + Plutão) com esse reino emocional, feminino, yin
(Casa 4), a fim de reconhecer a força que você possui para gerar profundas mudanças
(Plutão) na vida não apenas da sua família – seja a de nascimento ou a que cria – mas de
outras famílias ou mulheres. Até mesmo para o seu bairro, a sua cidade, o seu estado, o
seu país ou o seu planeta. Pois a Casa 4 é a nossa morada. E esta pode ser na esfera micro
quanto macro.
Mulheres, famílias ou pessoas que têm um laço estreito com você podem precisar
de seu apoio emocional. Reconheça nessa demanda a oportunidade de oferecer a faceta
transpessoal representada por seu Plutão na Casa 4. Porque você tende a ser uma pessoa
com grande força para catalisar mudanças profundas neste público. Oferecer seu colo, seu
alimento, seu amparo emocional e nutritivo é algo que pode ser usado a nível transpessoal.
E isso ser tremendamente libertador e ao mesmo tempo prazeroso para você. O tesão em
tocar, comover, apoiar, cuidar e alimentar usado a nível transpessoal é o que está ao seu
dispor. Aproveite. Seja a Mãe, mesmo se for homem, mesmo se não tiver filhos
biológicos. Nesse sentido, cuidar de orfanatos ou crianças abandonadas pelos pais, ou
mesmo adotar, pode ser uma excelente saída para o uso construtivo de seu Plutão na Casa
4. Amparar pessoas “sem lar”, desalojadas, que passaram por perdas de suas casas e
moradias em função de alguma tragédia também está no escopo de Plutão na Casa 4. Faça
uso de seu poder emocional restaurador. Primeiro para si. Depois para outras mulheres,
crianças ou famílias.

PLUTÃO NA CASA 5
“Não tenho medo de perder a minha identidade. Tenho medo é de ser sempre a
mesma coisa...”
“Acredito que passo por crises de identidade que me fortalecem e me fazem entrar
em contato com meu Eu Superior.”

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Amar a si mesmo. Gostar de quem se é. A Casa 5 vai revelar uma etapa da vida
que é representada pela definição de nossa identidade. Nossa personalidade finca raiz, se
solidifica na Casa 5. Por isso ela é tão importante no que diz respeito à nossa autoestima
e autoconfiança.
Como Plutão está em busca da essência, cavando cada vez mais fundo, morrendo
e renascendo (se reciclando visceralmente), é a nossa identidade (Casa 5) que passará por
esse processo de ir tirando suas cascas até tentar alcançar uma personalidade (Casa 5)
profunda (Plutão). A essência (Plutão) do eu (Casa 5).
E como a gente vai tendo noção de quem a gente é? Por meio daquilo que a gente
cria. O que a gente gera, seja um filho, uma obra de arte, um projeto criativo. Enfim, tudo
aquilo que a gente expõe é uma espécie de espelho que reflete o nosso eu: o criador da
obra criada.
“Pra mim, a arte é a forma mais profunda de transformação e manifestação do
mundo; sou fascinada pelas artes.”
“Sempre trabalhei com arte, criando. É o que sei fazer, é algo meu, parece que
nasceu comigo. Faço mesmo sem querer. E fico obcecada mesmo, porque sem entrega
não se cria. Meu problema é que trava quando tudo começa a dar certo. Aí eu faço algo
para dar errado. (...) Tenho vergonha de mostrar minha arte. É um parto mostrar algo
para alguém. Ao mesmo tempo que eu quero, eu me apavoro. O que eu faço se as pessoas
gostarem de mim? Tenho vontade de sair correndo só de imaginar.”
Sim, você leu certo. “O que eu faço se as pessoas GOSTAREM de mim?” Esse
fascínio (Plutão) pela criação artística, pelos projetos criativos (Casa 5) é algo que pode
trazer à tona todo o poder (Plutão) expressivo (Casa 5) de quem tem Plutão nessa Casa.
Alguns com Plutão na Casa 5 consideram feio, horroroso e bestial (Plutão) o que sai deles
(Casa 5). Outros têm medo de expor, seja se expor ou a sua obra, justamente porque têm
medo do julgamento, da crítica.
E esse é o pior inimigo de Plutão na 5. O que pode travar por completo toda essa
força criativa e artística. O medo de não serem aprovadas, elogiadas, vistas. As pessoas
com Plutão na 5 têm uma necessidade maior – às vezes, quase compulsiva – de serem
amadas, observadas, enaltecidas. Mas a crítica, a desaprovação, a indiferença, o não ser
notado machucam profundamente (Plutão) o seu coração (Casa 5). E para evitar essa
espécie de morte (Plutão) quando não são vistas nem elogiadas, muitas escolhem
esconder e deixar soterrado lá nos porões de sua psique o seu grande talento artístico,
musical, expressivo. Uma pena porque um dos posicionamentos que costuma representar
maior carisma é justamente o Plutão na 5.
“Considero que a vaidade e não o meu carisma em si pode me destruir sim...
porque deixamos de agir livremente para agir em troca de algo... da atenção em si... por
exemplo.”
“Tenho noção de que a minha presença causa reações paradoxais. E por mais
que eu queira passar despercebida, acabo de alguma forma ou outra sendo o centro de
algo.”

57
“Gosto de entrar num lugar e ser notada. Se não sou, não sinto raiva. Penso que
eu não consegui controlar as pessoas.”
Que depoimentos fantásticos, não é mesmo? Impressionante... Pois é... o carisma
de Plutão na Casa 5 pode ser chamado também de magnetismo sexual. A Casa 5 é o
domicílio da fertilidade. Fertilidade, literalmente falando, como também a fertilidade de
ideias, projetos, obras.
Eu só gostaria de compreender mais profundamente o que parece ser quase uma
sina nas mulheres com Plutão na 5: o aborto. Quase 100% das mulheres entrevistadas
numa idade já madura passaram por pelo menos um aborto. As outras, da mesma faixa
etária, não tiveram filhos. Essa infertilidade ou simplesmente um evitar o parto por
enorme medo de engravidar, ter filho e este morrer, provocaram nestas uma grande raiva
(Plutão) por não conseguirem gerar uma criança (Casa 5).
As que abortaram – natural ou conscientemente – viveram uma profunda
transformação depois. E o nascimento dos filhos pós-aborto foi uma experiência muito
intensa. Na maioria delas, o aborto gerou uma voracidade adormecida de ter filhos, de ter
muitos filhos. Será mais uma vez a dinâmica plutoniana de morrer para poder nascer?
Como está na Casa 5, a dos filhos, esse processo plutoniano foi vivido por medo do
aborto.
O mais interessante é ouvir delas algo que eu já supunha por conta de clientes que
já vieram até mim. Não houve tratamento como inseminação artificial. Não. Esse é o caso
mais comum de quem tem URANO na Casa 5. Urano está associado com o uso de
descobertas, invenções, inovações e tecnologia. Quando aplicado à Casa 5, esse colorido
pode ser manifestado da forma de uma ajuda da ciência moderna (Urano) para se ter filhos
(Casa 5). Plutão, não. Plutão é pura vontade. Quando se quer, realmente, tem tudo para
se conseguir. E muitos desses abortos podem (repito, podem) ter sido causados justamente
pelo medo, quase pânico, de se ter um filho. Essas mulheres diziam que ainda não estavam
preparadas para ser mãe. Precisaram passar por uma profunda mudança (Plutão), uma
crise (Plutão), muitas vezes por conta do aborto, para só então resgatarem uma força
corajosa (Plutão) de engravidar e ser mãe (Casa 5). E daí conseguiam engravidar e gerar
filho(s).
E qual é o meio mais evidente de procriar? O Sexo. Outra questão: qual a forma
de autoexpressão mais instintiva e natural? O sexo.
“A minha forma de viver o sexo mudou demais... era sempre um problema
conhecer alguém novo, estar vulnerável para alguém novo, se entregar e a pessoa fazer
pouco caso. De novo. De novo. De novo.”
“O sexo é um jogo de controle e manipulação. Não é uma entrega e sim estar no
controle.”
“Acho que tenho carisma sexual forte, que já me ajudou e também atrapalhou
bastante. O poder do sexo, da criatividade, é o poder da entrega, do que a gente tem de
mais profundo.”
Muitas vezes, os tabus sexuais e o medo da vivência sexual de quem tem Plutão
na Casa 5 têm como causa o medo de se expressar tal como é e de gerar uma criança. Em

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outras palavras, a superação das crises (Plutão) sexuais (Casa 5) pode ser ajudada pela
compreensão do medo (Plutão) de ser quem é (Casa 5), de expressar a sua identidade tal
como é (Casa 5) e de ter um filho que vai refletir a pessoa que você é (Casa 5).
E o caminho da solução de tudo isso pode vir no envolvimento de corpo e alma
com a experiência do prazer, com o prazer.
“Adoro dançar. O meu prazer é dançar. Desde pequena brincava de cantar e
colocar abajur imitando as luzes do palco.”
“Eu tenho a impressão de que, se eu me expressar e ocupar o centro do palco,
algo terrível vai acontecer.”
“O que eu percebo é uma necessidade de mudar tudo isso: descobrir o que
realmente gosto, o que me diverte, desenvolver minhas habilidades, largar esse lado
tímido e constrangedor e me mostrar.”
“Eu sei do meu potencial, mas sinto um certo temor e ansiedade em me expor, o
que me faz ficar inerte. No entanto, quando me exponho, tudo dá muito certo e as pessoas
tendem a ficar surpresas. Percebo a minha capacidade em dominar, em fazer com que
prestem atenção em mim.”
Como assim, Yub, a solução desses dramas plutonianos da Casa 5 está no prazer?
Sim. Eu costumo apresentar a seguinte estratégia para meus clientes com uma Casa 5
povoada (ou o signo de Leão em destaque no Mapa Natal). Eu lhes digo o que eu vivo
(tenho Sol em Quadratura com Plutão, uma espécie similar a Plutão na Casa 5. Porque
Casa 5 é domicílio de Leão e o Sol é regente desse Signo. Sol em aspecto com Plutão é
como se eu tivesse Plutão na 5. Na Astrologia, podemos ver atributos semelhantes entre
posicionamentos astrológicos diferentes mas que apesentam o mesmo colorido
comportamental e psicológico):
- Olha. A crítica dói para todo mundo. Machuca. Fere. Sei disso. Eu tenho um canal no
YouTube e vira e mexe sou criticado. E é uma ferida cortante mesmo. Só que para você,
pode ser uma dor profunda (Plutão) em seu coração (Casa 5) que é sentida como se
estivessem matando (Plutão) a sua identidade tal como é (Casa 5).
Nesses casos, o que eu faço? Se eu me focar na carga dramática altamente
destrutiva que sinto ao ser criticado, eu não vou mais fazer vídeos. Eu não vou mais
compartilhar aquilo que eu amo fazer que é expor o conhecimento e o saber astrológicos.
E isso vai matar (Plutão) uma fonte deliciosa de prazer (Casa 5 + Plutão). Porque tenho
um tesão enorme (Plutão) ao me expor e me expressar (Casa 5) nos vídeos que gravo
sobre minha prática astrológica.
Eu não quero perder esse prazer. Então, a solução que encontrei foi me concentrar
no prazer que me proporciona simplesmente estar diante da câmera e me expressar. Vou
me focar no prazer que é me expor de um jeito natural, espontâneo, divertido. Eu me
divirto fazendo isso. É um tesão enorme. E vou me focar também no tanto de elogios que
recebo. Não sou unanimidade. Mas tem gente que gosta de mim e da maneira que me
exponho. Eu ajudo essas pessoas com meus vídeos. Então, por prazer de me expor e por
ajudar tanta gente ao me expressar, vou continuar gravando vídeos.

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Então, não se concentre nas críticas. Concentre-se simplesmente no prazer da
própria experiência de se expressar e no bem que você faz (faceta transpessoal de Plutão)
ao impactar as pessoas positivamente por meio do que expõe.
Você verá que essa estratégia tem um poder libertador enorme. E, por
coincidência, as críticas diminuem e os elogios aumentam. Vai por mim. Falo por
experiência própria.
O efeito dessa atitude estratégica de se concentrar no prazer que lhe proporciona
criar, cantar, compor, dançar, se expressar é impressionante. Gera mais autoestima, mais
autoconfiança, nos sentimos mais nós mesmos. Notamos que nossa expressividade ganha
mais carisma por ser algo mais natural e espontâneo. Gostamos mais de quem somos e de
expor a essência da nossa identidade nos projetos criativos, artísticos, lúdicos e
expressivos. E ainda de quebra impactamos a vida de muita gente, podendo ser
catalisadores de mudanças através daquilo que geramos, daquilo que criamos, daquilo
que sai de nós.
E preciso dizer outro detalhe muito importante. Você pode – através da sua arte,
dos seus projetos criativos, daquilo que gera, expõe e expressa – fazer muito bem às
crianças. Sim, ter um grande impacto ao público infantil ou ao universo infantil. É
impressionante o poder de quem tem Plutão na Casa 5 de ajudar crianças a renascerem, a
superarem crises. Não apenas dos filhos, sobrinhos, netos e alunos. Mas também de outras
crianças. Crianças que sofrem, crianças em algum tipo de crise.
Como a Casa 5 é o lúdico, não necessariamente infantil, você pode impactar a vida
de muitas pessoas através da arte, da propaganda ou do entretenimento. Por meio de jogos,
de dança, de festividades, de festas, tal como trabalhando num cerimonial ou numa
agência de publicidade. O que importa é encarar esse lúdico como algo que você cria e
que traz alegria à sua criança interior e à criança interior de seu público. Grandes artistas,
músicos, compositores, jogadores e atores têm Plutão na Casa 5. Aqui você pode conferir
uma lista imensa deles: https://www.astrotheme.com/celebrites/pluto/m5/1.htm
Então, que você tenha o prazer de ser quem você é – cada ano se descobrindo
mais, chegando mais perto da essência (Plutão) de sua identidade (Casa 5). Isso vai te
libertando a gostar cada vez mais de quem você é. E repercutindo na sua autoexpressão
criativa, artística, romântica, sexual e paternal-maternal.
Até chegar ao ponto que sentirá cada vez mais vontade de usar seu brilho pessoal,
artístico, lúdico e poderoso para impactar construtivamente a vida de muita gente,
especialmente de seu público ou de crianças. Seu prazer será ainda maior por ser quem é
por tocar profundamente o coração de tanta gente...
PLUTÃO NA CASA 6
“Não há limite do que eu sou capaz de fazer ou me empenhar para produzir.”
“Meus colegas e funcionários ficam intimidados com a minha passionalidade e
com o quão profundo eu me envolvo com uma atividade.”
“Sou obcecada em buscar conhecimento e aumentar minha produtividade no
trabalho.”

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“Servir, ajudar, ser útil é quase como o ar que respiro.”
“Atuar profissionalmente me traz saúde, no sentido de vivacidade e tesão pela
vida.”

Plutão na 6... foi tão bom receber tantos relatos desses voluntários plutonianos...
rsrs Porque eu pude ver que não estou sozinho em todos esses comportamentos... Pude
aprender horrores com quem tem Plutão na mesma Casa que eu. Suponho até que inventei
de escrever este ebook só para eu entender melhor sobre os significados desse astro em
minha Casa 6. Sim, motivo totalmente egoísta. Mas como Plutão exige algo transpessoal
como uma moeda de troca para a gente não afundar totalmente na lama do egoísmo, eu
resolvi fazer algo de mais útil para todo esse conhecimento, essas percepções e essa
experiência astrológica a respeito dele. E, poxa, por ter Plutão na 6, não dá para ficar num
trabalho egoísta, né? Preciso me dedicar a uma tarefa ou atividade (Casa 6) que cause
impacto nas pessoas, nos meus clientes (Casa 6). Hehehe.
Sendo assim, bora continuar decifrando Plutão e sendo útil para você que me lê.
Essas frases que coloquei acima, no início deste capítulo sobre Plutão na Casa 6
descrevem bem o quanto Plutão está realmente associado com os extremos de vida e
morte, de vivacidade passional intensa por um lado (vida) e da apatia covarde e temerosa
por outro (morte). Vou colocar de novo duas das frases acima:
“Servir, ajudar, ser útil é quase como o ar que respiro.”
“Atuar profissionalmente me traz saúde, no sentido de vivacidade e tesão pela
vida.”
Mesmo a pessoa que não trabalha, o fato de ter Plutão na Casa 6 há essa
necessidade da alma, de sua essência (Plutão), para servir, ajudar, ser útil (Casa 6).
Então, por que tanta gente com Plutão na Casa 6 pode não trabalhar e nem mesmo
se movimentar no dia-a-dia para servir às pessoas em seu cotidiano? E acabar, inclusive,
prejudicando seu corpo, sua saúde, com esse comportamento procrastinador,
improdutivo, inútil (ai, doeu aqui falar essas palavras! Sei que dói. Desculpe por ter usado
palavras e adjetivos tão duros).
Por um lado, o desgaste emocional e de energia que há quando se trabalha
intensamente pode levar as pessoas com Plutão na Casa 6 a evitarem de qualquer jeito
algum emprego, trabalho ou tarefa.
“Eu sinto muita necessidade de ficar um ou dois dias de pijama, sem fazer nada.
Eu sinto que o meu trabalho, por mais incrível que seja, gasta muito minhas energias.
(...) é extremamente desafiador e desgastante. Eu não conseguiria fazer isso todo dia.”
“Eu me dedico MUITO quando vou preparar uma atividade e quando vou
executar; mas eu preciso de muito tempo de descanso físico, mental, psicológico
depois.”
“Eu tenho fases de enorme procrastinação, inação, etc. a ponto de quase perder
todo um esforço anterior ou de não conseguir completar a tarefa por conta disso. E daí,
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do nada, eu tenho essa explosão de produtividade e eficiência. Ou seja, nada saudável.
Meu chefe adora, meus colegas me chamam de genial, mas o fato é que todo esse jeito
de produzir me é profundamente desgastante e sofrido.”
Para evitar ser consumido por tamanha carga emocional no cumprimento de uma
tarefa ou trabalho, evita-se assumir qualquer responsabilidade. E pode ficar ali, na zona
de conforto da procrastinação ou da preguiça medonha. Há um outro motivo também.
Este que um voluntário plutoniano falou pra mim:
“É como se fosse muito difícil pra mim confiar em colegas de trabalho. A pessoa
pode até ser minha amiga fora dali, mas quando entro ali parece que as tretas acontecem
pro meu lado, como se fosse mesmo uma forma de assumir meu poder naquele local,
entende? Interpreto dessa forma.”
Pois é... onde Plutão se encontra pode haver embates de poder, jogos de
manipulação, dificuldades para se entregar. E como a Casa 6 tem a ver com os colegas de
trabalho e todo o ambiente profissional, a pessoa com Plutão nessa Casa pode não querer
– consciente ou inconscientemente – passar por essas experiências carregadas de perigo
(perigo de ser traída, perigo de se tornar escrava do colega ou do chefe ou do cliente,
perigo de ser humilhada no ambiente de trabalho, de ser destruída por algo ou alguém
ali).
Todavia, evitar Plutão é convocar o empurrão dramático da vida para que você
desperte o seu poder plutoniano e, depois disso, usa-lo para objetivos transpessoais. Ou
ser aterrorizado por algum pânico associado ao mesmo e evitar de todo jeito essa
experiência.
“Eu não tenho pânico de ficar doente, mas tem um pensamento obsessivo que
me ronda que é que eu vou sofrer algum acidente e ficar com algum tipo de paraplegia
ou invalidez.”
“Pânico de ficar muito doente, inválida, sem emprego, sem utilidade. Esse
pânico é constante, como se tivesse guardado no baú essa sensação. No meu dia-a-dia,
esse medo não aparece, mas está lá dentro de mim.”
Porque sente do fundo da alma a necessidade de se mostrar prestativa, útil e
competente. Seria uma derrota humilhante ficar sem fazer nada, procrastinando, na
preguiça e fugindo de qualquer tarefa, atividade ou trabalho. Daí a pessoa vai para o outro
extremo e pode trabalhar (Casa 6) compulsivamente (Plutão).
O mesmo acontece com a saúde. A pessoa com Plutão na Casa 6 pode ter ódio
(Plutão) de seu corpo (Casa 6) ou de ter de fazer atividade física (Casa 6). Pode detestar
(Plutão) seguir uma rotina (Casa 6) para cuidar de sua saúde (Casa 6). E aí o que pode
acontecer?
Justamente... um empurrão dramático da vida para a pessoa se envolver de corpo
e alma (Plutão) com os cuidados corporais para ser saudável (Casa 6), tal como nestes
exemplos:
“Atividade física: ODEIO! Se eu puder ficar só sentada ou deitada o dia todo,
eu prefiro. Odeio me mexer. Como eu lido com meu corpo: esquecendo que ele existe.

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Sinto meu corpo como mais uma ferramenta para fazer as atividades que eu quero –
uma ferramenta incômoda, que exige manutenção demais.”
“Quando apresenta um problema de saúde de potencial gravidade, o medo
aperta e, de repente, uma capacidade incrível de disciplina e seguir regras para atingir
o objetivo determinado se apodera de mim. Mas isso me desgasta muito
emocionalmente.”
“Passo fome para me manter magra, pulo o jantar quando engordo um pouco.”
“Não me preocupo com meu peso, mas sou escreva da dieta. Vou explicar: sou
intolerante a lactose. Desde então, não posso comer nada com lactose. Sacanagem,
porque minha família é mineira e eu sou um ratinho: AMO queijo! Então, tenho que
evitar sucumbir à vontade. Isso é uma tortura pra mim: ter que controlar o que eu
como. Mas não posso lutar contra, pois minha saúde depende dessa dieta.”
Posso enriquecer ainda mais o que esses exemplos por si só já enaltecem ao dizer
que, quando a gente realmente faz as pazes com Plutão, a gente é tipo um detetive
fenomenal nos assuntos e atividades daquela área em que esse astro se encontra no Mapa
Natal. Digo por experiência própria. Porque eu mesmo fico impressionado com a
profunda percepção (Plutão) que tenho sobre os processos que acontecem em meu corpo
(Casa 6). E isso me permite sondar fundo (Plutão) as causas essenciais (Plutão) de algum
sintoma (Casa 6), por exemplo.
E quando um Planeta está na Casa 6, ele pode ser usado para a cura (Casa 6).
Como é Plutão, é usar mesmo esse faro detetivesco (Plutão) para descobrir o que está por
trás (Plutão) de algum sintoma ou doença (Casa 6). E essa descoberta ajuda
consideravelmente no processo de cura (Casa 6). Mais uma vez deixo o exemplo de uma
voluntária plutoniana para ficar ainda mais claro o que acabei de expor:
“Eu tenho uma atenção muito grande ao meu corpo, quer dizer, uma
autopercepção. Eu percebo cada pequena mudança, e fico tentando pensar o que
causou aquilo e o que aquilo pode estar querendo dizer, através da Psicossomática.”
O problema é quando a gente enxerga a causa, sabe o que pode fazer muito bem
ao nosso corpo (Casa 6), mas há um choque entre as soluções para mudar nossa saúde e
a rotina (Casa 6) que conseguimos criar.
Com este exemplo aqui vai ser mais ilustrativo:
“Eu comecei a treinar Muai Thay e estava empolgada, animada. Gostava de ir e
me sentia muito bem, revigorada. Fui perdendo o interesse. Eu queria mais do treino;
também queria mais empenho do professor para ensinar. Mas o que mais pesou foi a
interferência na minha rotina. Eu poderia mudar a rotina para continuar treinando,
mas é difícil pra mim encontrar uma que funcione bem, então, eu evito esse tipo de
mudança. Isso vale para uma dieta ou trabalho, pois teria de mudar a rotina.”
Entendo perfeitamente o que essa voluntária plutoniana disse. Mudar (Plutão) a
rotina (Casa 6) é algo muito difícil porque o lado controlador de Plutão é bastante forte e
resiste a mudanças quando ele justamente se estabeleceu nesse controle. No caso, das
atividades cotidianas (Casa 6). Não preciso dizer que o próprio corpo, algum sintoma ou

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simplesmente a diminuição da produtividade na rotina atual poderá ser o empurrão
plutoniano para se desapegar (Plutão) de uma rotina (Casa 6) e muda-la (Plutão na Casa
6).
Sei bem o que é isso. Porque eu tenho duas filhas pequenas (uma de 2 e outra de
6 anos – neste ano de 2017, em que escrevo o ebook) e eu trabalho em casa. Pela manhã,
trabalho. Elas estão na escola. De tarde, fico com elas e minha esposa trabalha. À noite,
eu trabalho, quando elas estão dormindo. Algumas noites trabalho muito; outras, trabalho
pouco. Mas preciso trabalhar para dar conta de tantos compromissos e demanda
produtiva. Eu tive de dar um jeito de criar tempo para conseguir ter energia para tantas
tarefas e responsabilidades. Tive de criar o hábito (Casa 6) de levantar às 5 da manhã para
meditar e me preparar para o dia, já começando a trabalhar antes de acorda-las para ir a
escola. E tive de criar uma atividade física rápida e intensa para ter disposição no dia-a-
dia. Há anos eu subo e desço escadas, a escada de 14 degraus que tem aqui em casa
ligando o andar de baixo com o andar de cima. E entre as duas séries de escada, eu faço
abdominais, flexões, alongamentos.
É questão de vida ou morte (Plutão) eu fazer atividade física (Casa 6). Porque
senão não tenho energia para tantas atividades. Eu digo que a meditação (junto com a
prática de aplicação de reiki, EFT e HO’OPONOPONO) salvou minha vida (Plutão), me
deu vida (Plutão). Mas isso não basta. Eu preciso de atividade física também. É cuidar do
corpo e da alma (Plutão na Casa 6).
Ano que vem elas estudarão de manhã. E lá vou eu ter de me desapegar (Plutão)
dessa rotina (Casa 6) que funciona tão bem (Casa 6) para criar outra. E me envolver
intensamente (Plutão) com esta outra.
Além dessa questão de trabalho, produtividade e saúde envolvendo o Plutão na
Casa 6, também tem a relação de amor e ódio (Plutão) com métodos, ferramentas,
planilhas, enfim, com o que pode ajudar-nos no cumprimento das tarefas profissionais e
cotidianas. E mais vez coloco aqui o depoimento dos voluntários plutonianos para
exemplificar bem esse processo.
“Sempre odiei, de verdade, técnicas, metodologias, ferramentas, utilidades,
planilhas, rotinas, rituais e detalhes, especialmente no trabalho. Pelo simples fato de
que não sou uma pessoa que consegue dar seguimento a nada disso. Então, sempre que
eu tentei isso foi sinônimo de estresse, de perder o foco. Ficava tão preocupada em
seguir o método, planilhas, etc., que perdia muito tempo na forma e não tinha mais
paciência, concentração para realizar o conteúdo. Ou seja, o trabalho, a atividade,
etc., não saía. E fora que não conseguir cumprir tais métodos sempre foi frustrante pra
mim, que, com o passar do tempo, passei a ter resistência a tudo que me impõe
organização, metodologia, linearidade, continuidade padronizada. Veja, sempre fui
disciplinada e responsável. Mas minha forma de produzir sempre foi caótica.”
“Adoro técnicas e métodos, rotinas e rituais e dar cabo de tarefas.”
E o primeiro depoimento foi tremendamente revelador para o fato de não usar o
método, a ferramenta, a técnica sem desvincula-los do conteúdo. Plutão pede essa
dedicação à essência daquilo que diz respeito à Casa em que ele se encontra. Portanto, se
realmente a planilha, a metodologia, a ferramenta e a técnica não contribuírem para uma

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produtividade e utilidade (Casa 6) profundas e impactantes (Plutão), fica difícil de usa-
las. Só vivencia-las na superfície não rola para Plutão.
É como ir à missa todos os Domingos e viver lá aquele ritual (Casa 6) sem estar
envolvido de corpo e alma (Plutão não usado). Fica algo vazio e apenas na forma, na
superfície. Não adianta ir lá comungar, fazer o sinal da cruz, apenas de um jeito mecânico.
Não adianta sentar a bunda na almofada para meditar mas ficar ali só fazendo pose de que
está meditando enquanto a mente está divagando, você está longe, preocupado com mil e
uma coisas. É para se entregar à meditação. Não adianta nada ficar ali aplicando reiki
apenas fazendo os movimentos das mãos no emprego do uso dos símbolos de uma forma
mecânica, superficial. Tem de se entregar. O ritual (bem como a técnica, a metodologia,
a ferramenta, etc.) precisam ter esse poder e não ficar na aparência superficial enganadora.
Tem de ir fundo e gerar um profundo resultado.
Aí sim, por meio dessa vivência profunda de Plutão na Casa 6, enxergando seu
corpo, sua técnica, seu trabalho, suas atividades cotidianas e profissionais (Casa 6) como
um meio de impactar a vida das pessoas e ser um agente catalisador de mudanças (Plutão)
no seu dia-a-dia (Casa 6), você alcançará o nível transpessoal de Plutão. E viver nesse
patamar é algo realmente apaixonante, cheio de paixão, de tesão, de vivacidade. O
resultado?
É este:
“Eu sou extremamente fascinada por muitas coisas na minha área de trabalho!
(...) E ver o impacto que o meu trabalho causa no mundo é extremamente fascinante.”
“Eu não tenho pânico de ficar sem emprego, porque até estou desempregada
agora. (...) Eu tenho pavor é de ficar sem fazer o meu trabalho que eu amo, que dá
sentido pra minha vida, que me permite fazer alguma diferença no mundo.”
“Percebo que o que eu produzo é utilizado como base por diversos outros
profissionais para que eles executem trabalhos de relevante impacto na sociedade. E
por isso me cobro muito para produzir com consciência, seriedade e
responsabilidade.”
“O uso do meu trabalho para transformar o mundo é a coisa mais importante
pra mim.”

PLUTÃO NA CASA 7
“Em todos os meus relacionamentos existe o controle. O medo de se sentir
controlado, o medo de não se sentir correspondido.”
“Fico querendo mudar as pessoas à força, para aquilo que na minha concepção
é o melhor.”
“O meu anseio é uma relação amorosa onde não há segredos, não há
desconfiança, não há superficialidade.”
“Não tenho vontade de me separar de um relacionamento, mas de melhorar a
outra pessoa.”
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Plutão na Casa 7 talvez seja o posicionamento mais fácil de interpretar. Porque a
manifestação do que ele simboliza é escancarada no campo afetivo. Na verdade, no campo
dos relacionamentos em geral, na interação com o outro (sendo esse “outro” qualquer
pessoa ou empresa com a qual se tenha contrato). Todavia, é um dos posicionamentos
que possivelmente seja um dos mais difíceis a serem vividos. Justamente pelo mesmo
motivo.
Em outras palavras, quando quem tem Plutão na Casa 7 vai se relacionar
(afetivamente ou não), tudo aquilo que estamos aprofundando sobre esse astro vem à tona.
E como está na Casa 7 e todo Planeta que aqui se encontra tende INICIALMENTE a ser
“projetado” no outro, algo de assustador (Plutão) tende a acontecer na relação e no contato
com o outro (Casa 7). Como não temos muita consciência do que vai vir neste encontro
afetivo, social ou comercial com o outro, costuma haver no âmago dessa pessoa uma
espécie de presságio de que alguma coisa trágica ou horrível (Plutão) vai acontecer
quando ela se envolver afetivamente com alguém, formar uma parceria-sociedade, enfim,
se relacionar com alguém (Casa 7).
Tendemos a ser tão inconscientes sobre o que esse(s) astro(s) – quer seja Plutão
ou outro qualquer – da Casa 7 pode representar a respeito do que há em nós... E isso só é
percebido e conscientizado no reflexo do espelho que o outro é pra gente. Por isso o risco
da gente se assustar quando em relação com o outro. Digo isso não somente por já ter
comprovado essa realidade em meus clientes. Digo isso por experiência própria: tenho
Urano na Casa 7.
Para que a vida nos faça ter mais consciência do que há em nós (tendências,
comportamentos, desejos), esse astro da Casa 7 pode aparecer de um jeito bem extremista.
Os atributos desse planeta que está na 7 tendem a vir à tona por meio de uma atitude
exagerada, radical, notória e escancarada do outro em relação a nós. Claro, relativo aos
significados desse planeta na 7.
Seja na etapa de farejar inconscientemente o que pode vir do outro, seja depois de
um primeiro relacionamento afetivo, o que esperar de um Plutão dando as caras em nossas
relações quando ainda não temos consciência do que o outro pode nos apresentar sobre
nós mesmos?
Nada melhor do que os próprios voluntários plutonianos responderem:
“Eu tinha pavor de ficar sozinha. Agora eu tenho pavor de me apaixonar e ser
manipulada, ser usada, não ser valorizada. Agora meu lema é "antes só que mal
acompanhada".
“Na minha cabeça eu tô sempre com o pé atrás com todo mundo, dando a mão
para dar aquela cumprimentada básica e olhando pra todos os lados esperando o
momento certo de cair fora quando a pessoa mostrar as garras e resolver tentar me
esfaquear.”
“Eu percebo que eu me torno muito passivo em todas as minhas relações, sempre
cedendo muito às necessidades do outro, ao mesmo tempo que eu acabo tendo uma
tendência meio sutil de manipular as pessoas em certos níveis...”

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“Geralmente eu tô sempre nessa fase, sempre esperando os tiros de sniper vindo
não sei de onde; eu só tive um relacionamento serio até hoje, então não tenho tanta
experiência com esses assuntos ainda, mas nele eu era bem desconfiado e acabava
sofrendo e perdendo a cabeça por coisas que nem aconteciam de verdade, além de ter
uma tendência de desarmonizar tudo.”
A obsessão (Plutão) em manter tudo em harmonia (Libra) pode ser uma das
primeiras tendências a justamente “desarmonizar tudo” ou preparar o terreno para uma
desarmonia marcante e dolorosa no futuro.
Lembre: Casa 7 é o domicílio de Libra. Libra detesta o desconforto dos atritos,
das brigas e dos conflitos. Pode preferir virar a cara para o que não se coaduna com os
seus ideais de um relacionamento perfeito. Evita-se conversar sobre aqueles
comportamentos, valores ou situações entre ele e seu par que não são justos, que são
evidências de uma divergência notória entre ele e quem se relaciona. E que prefere negar,
se recusa a aceitar.
Com Plutão aí na Casa 7 pode haver essa obsessão (Plutão) a ver apenas o lado
lindo e maravilhoso do outro e do amor (da troca afetiva) em si (Casa 7). Ver apenas o
ideal, o que não corresponde à realidade. Não se reconhece (porque não se quer notar) os
defeitos, as imperfeições e o lado “feio” do outro e do vínculo que se tem com o outro. E
Plutão não gosta de não ser notado. E Plutão não tem nada de bonitinho. Tem um lado
feio e horroroso – que é justamente o oposto desse outro idealizado.
Como consequência, esse outro vai apresentar essa faceta extremista e notória de
Plutão. Aquele pior lado de Plutão vai vir à tona porque quem tem ele na Casa 7 o projetou
total no outro. Qualquer projeção psicológica tende a ser conscientizada de um jeito bem
dramático. Imagine se o que é projetado no outro é Plutão? Pois é... esse outro vai
apresentar os atributos plutonianos da pior espécie.
Me dê exemplos, Yub!! – você pode me pedir.
Dou sim.
Esse outro pode escancarar um comportamento violento – física ou
emocionalmente. Por isso há tantos relatos de a pessoa com Plutão na Casa 7 já ter sofrido
abuso em algum relacionamento. Abuso sexual, inclusive. Esse outro pode escancarar um
comportamento ciumento, possessivo, manipulador, controlador, dominador. Esse outro
pode transformar a vida de quem tem Plutão na Casa 7 num verdadeiro show de horrores.
E essa experiência afetiva ou no simples contato direto (Casa 7) com uma pessoa
(Casa 7) abusiva, violenta, dominadora, controladora, ciumenta, possessiva (Plutão) vai
deixar uma marca profunda, muitas vezes, um trauma (Plutão) em quem tem Plutão na
Casa 7. E, a partir daí, essa pessoa poderá ter verdadeiro pânico (Plutão) de se socializar
ou de se envolver numa relação amorosa (Casa 7).
“Atualmente, por mais vontade de estar com alguém eu estou evitando pq tô
traumatizada pelo meu último relacionamento. Eu era/sou(?) O tipo de pessoa que se
perdia quando entrava num relacionamento. Acho que por isso estou evitando. Era muito
dependente do meu ex, foi muito difícil o fim do relacionamento. Foi mais difícil lidar
com o fim do namoro do que com o falecimento da minha mãe. As duas perdas foram ao

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mesmo tempo. Fiz de tudo pelo relacionamento, "dei minha alma" para manter o
relacionamento, mesmo sendo infeliz não tinha forças para terminar.”
Eis duas tendências que considero por demais dramáticas em quem tem Plutão na
Casa 7. Ficar ao lado de alguém que só lhe faz mal, numa relação horrível, abusiva, sem
amor, apenas para não ficar sozinho. Apenas para não sentir a dor. Na verdade, a dor do
luto da morte de uma relação.
Onde temos Plutão tendemos a evitar a dor da perda. Porque já houve uma perda
que foi uma verdadeira morte para nós. Doeu e vivemos um luto doloroso. E essa
experiência deixou um impacto tão grande que fazemos de tudo – consciente ou
inconscientemente – para não repetir essa dor, a dor da perda.
E no caso de Plutão na Casa 7, a perda de alguém, o fim de um relacionamento
(parceria ou sociedade), foi impactante. E prefere-se (repito: consciente ou
inconscientemente) suportar os piores sentimentos e comportamentos do outro, a fim de
se evitar uma nova perda afetiva, um novo fim de relação.
Consequentemente, Plutão na Casa 7 vai se submetendo a jogos de dominação e
controle em que acaba se subjugando, cedendo exageradamente à vontade do outro,
muitas vezes sendo humilhado pelo outro. Ou, para não terminar a relação, a pessoa com
Plutão é que vai dominar, controlar, enfim, se comportar de uma maneira ciumenta,
possessiva, abusiva para mandar no outro de tal jeito que a sua própria vontade é que vai
preponderar. A vontade de não haver perda nem término neste vínculo.
Vou falar algo agora que vai parecer maluco mas é o que considero ser válido. É
o seguinte: o fato de a própria pessoa com Plutão na Casa 7 se comportar dessa forma
abusiva já é um avanço. Porque ela já está trazendo para ela algo que estava sendo
completamente jogado-projetado no outro. O outro estava sendo encarregado
(inconscientemente, claro!) de ser o feio, o horroroso, o malvado, o psicopata da relação.
Agora não. Agora é a própria pessoa de Plutão na 7 que está agindo dessa forma horrorosa,
malvada, feia, suja, destrutiva. Eis o início do processo de reconhecimento de que aquele
Plutão não é do outro. É seu. Metaforicamente falando, claro.
A pessoa com Plutão na Casa 7, começando a se perceber desse jeito plutoniano,
com esses atributos nada bonitinhos de Plutão na 7, representa uma etapa crucial para a
conscientização do que esse astro significa. E que não dá mais para deixar o outro vive-
lo. Resgata-se um conteúdo psicológico, emocional e comportamental que estava a cargo
do outro: da pessoa parceira, do sócio, de um cliente, de uma empresa com a qual se tinha
um contrato.
Aí sim é possível começar a desenvolver os atributos plutonianos de uma forma
construtiva em sua vida afetiva, comercial e interpessoal.
“Meu ex tinha um certo medo de mim. Me considerava alguém perigosa de
alguma forma, passei muito tempo tentando fazer ele mudar a forma de me ver, mas acho
que isso só fez piorar o relacionamento.”
“Estou reavendo minhas crenças sobre dar e receber, estou estabelecendo limites
no dar, pq acredito que dava mais que sentia que recebia. Quando não sinto que estou

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recebendo, eu paro pra observar se é uma carência minha ou se a pessoa não está
dando.”
“Estou aprendendo a me relacionar com as pessoas de forma mais saudável.
Acho que eu sufocava as pessoas com a forma que eu achava ser a certa. Queria forçar
as coisas a serem daquela forma que eu imaginava q era boa.”
“Já mudei drasticamente minha posição nas minhas relações - faço de tudo pra
que dê certo, não gosto de conflitos e tento manter a harmonia a todo custo - mas quando
percebo que estou sendo manipulada, passada pra trás e desrespeitada em demasia é
quando (mesmo com muita dor às vezes) mudo de atitude completamente, me torno
ausente ou beligerante até que acabe e quando a relação (afetiva/trabalho/parceria)
morre, morre mesmo.”
Essas citações acima dos voluntários plutonianos são exemplos do quanto a pessoa
com Plutão na Casa 7 vai passar, no mínimo, por uma profunda mudança na sua forma
de se relacionar afetivamente, socialmente, comercialmente. E isso é alcançado ao se
conscientizar do seu poder dentro de um vínculo. Inicialmente, esse poder era visto no
outro. Poder de destruir. Esse poder foi resgatado para si. Poder de destruir.
“Eu quis me vingar dele. Principalmente pq antes mesmo da nossa filha nascer
ele já estava com outra namorada. Isso me deixou profundamente puta de raiva. Queria
causar nele a dor que tava sentindo.”
“As pessoas me conferem certa autoridade, que nem eu acredito que tenho.”
“Há pouquíssimo tempo "descobri" que me enxergam cheia de poder (e eu me
achando o cocô do cavalo do bandido).”
“Eu tenho consciência um pouco do poder do meu afeto, sei que posso dar muito
afeto e assim fazer a pessoa se sentir bem e amada.”
“Já convivi e convivo com pessoas que têm medo do meu poder, mas o meu poder
de amizade, de amar, de me socializar bem com as pessoas. Isso sim pode causar algo
demoníaco nessas pessoas, como já causou.”
Reconhecendo o poder de fazer um enorme estrago e trauma na vida do outro,
você reconhece que o poder é o poder. Que você tem esse poder. Ele pode ser usado para
destruir ou para construir. E como Plutão tem essa faceta transpessoal, quando mais a
pessoa com Plutão na Casa 7 perceber que pode impactar positivamente a vida de quem
se relaciona (seja afetiva, comercial ou socialmente), mais ela poderá usar o enorme dom
que possui para ser uma agente catalisadora na vida das pessoas.
Por meio de seu poder diplomático e de conciliação, por exemplo, você que tem
Plutão na Casa 7 poderá ser uma grande unificadora de pessoas e ambientes. Atuar de
forma a ajudar quem está em conflito com o outro a se entenderem. Justamente, claro. A
Casa 7 é a da justiça, da busca pelos acordos justos. Poderá também atuar como “cupido”,
ou seja, sendo uma espécie de Santo Antônio na vida das pessoas. E, claro, sendo aquela
força apoiadora poderosa na vida da pessoa parceira, do sócio, da pessoa ou empresa com
quem tem um contrato.

69
Quem entra na sua vida e se relaciona com você, portanto, tende a passar no
mínimo por uma baita mudança, quiçá transformação. Não dá para passar em branco ao
se envolver com você. Você tem esse poder de catalisar no outro a mudança, nem que
seja estando ao lado do outro enquanto ele está tentando renascer de alguma crise.
E, claro, relacionar para você (Casa 7) acaba sendo uma espécie de palco ou
terreno de mudanças profundas (Plutão). Em você, inclusive. Suas relações (Casa 7)
precisam ter esse colorido plutoniano de você e o outro se reciclarem constantemente.
Seus relacionamentos ganham essa dinâmica de demandar constantes diálogos e ajustes
em prol de acordos (Casa 7) para mudar (Plutão). Mudar a forma de se relacionar. Mudar
a maneira de dar e receber afeto. Tudo em benefício de um laço afetivo e uma união
interpessoal realmente profunda, intensamente comprometida.
“Amo ler, ver, ouvir tudo sobre amor, relacionamentos e tudo mais.”
“Sim, eu percebo muito que quando eu estabeleço relações mais próximas existe
uma tendência muito grande de transformação das partes envolvidas.”
“Já fui muito cúpido na vida das pessoas rs Resolver desentendimentos. Até hoje
gosto de sentar, conversar e mostrar que há solução pra tudo e muitas possibilidades.”
“Eu só dou o que eu tenho, em relação à afeto e não fico cobrando da pessoa. E
automaticamente o amor é dado. Lido com respeito, atenção e compreensão. Busco
entender que cada um tem o seu jeito de ser e de se comunicar e que não tem problema
nisso. Gosto de fazer as pessoas se sentirem bem, elas mesmas.”
PLUTÃO NA CASA 8
“Descobri a existência de Plutão no meu mapa através de um vídeo do Yub da
série "Sacadas de Astrologia". Ele falava sobre essa dinâmica da humilhação que
funciona como uma chacoalhada da vida pra nos levar a descobrir nosso poder...e que
sorte eu tive de ele citar no vídeo o meu Plutão na casa 8! Porque na hora me reconheci
e imediatamente escrevi pra ele com mil questões...e a partir disso comecei uma jornada
profunda de busca por mim mesma, de uma maneira quase obsessiva, investigando sem
cessar meus padrões de pensamento e comportamento que me levavam a situações
destrutivas e que me drenavam a energia completamente. Eu disse, "de maneira quase
obsessiva"? Pois é, acho que nada com Plutão é tranquilo...mas, como o diabo mora nos
detalhes, era necessário ir realmente a fundo, com coragem pra descobrir o que fosse,
assumindo a existência desses padrões, e com compaixão pra aceitá-los.
Mas não foi nada fácil. Ver-se como co-criador da própria realidade, mesmo esta
sendo uma realidade de dor e sofrimento, é extremamente difícil - preferimos pensar que
somos vítimas, que a responsabilidade não é nossa, que a vida é assim mesmo, que a
culpa é do outro...e eu fiz isso muitas vezes. De qualquer maneira, eu seguia investigando
e refletindo. Até que, em um certo momento, lembrei de uma aula que tive na faculdade,
em que o professor falava do Senhor e do Escravo. É um ponto do pensamento de Hegel
que vou explicar de uma maneira bem resumida e simples.
Basicamente, quando pensamos nessa dualidade Senhor/Escravo, pensamos no
Senhor definindo a existência do Escravo, já que o Senhor é que possui o Escravo. Certo?
Certo. Mas aí vem o pulo do gato - se o Senhor não tiver um Escravo, ele não pode ser

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Senhor de nada; o Escravo é que possibilita ao Senhor que ele seja Senhor de algo...logo,
o Escravo também define a existência do Senhor. E dessa maneira, torna-se ele mesmo
Senhor do seu Senhor. Ambos são Senhores, ambos são Escravos. Isso pra mim foi uma
epifania.
Levando essa reflexão pra situações de poder e submissão, que podem acarretar
grandes humilhações, percebi de maneira clara que aquele que se coloca como submisso
também tem poder. Ele também controla, ele também define, ele também cria a situação.
Ele não é uma vítima. A pessoa submissa também se sente poderosa, pois é ela que define
a condição de manipulador daquele que manipula. Ambos são submissos e
manipuladores, e assim se sentem importantes. E perceber isso foi absolutamente
libertador.
Trazer à consciência essa outra maneira de controlar, que é menos óbvia mas
não menos eficiente, e trazer à consciência também os momentos em que eu tinha sim a
necessidade de dominar, assumindo isso sem racionalizar ou me justificar, fez com que
eu enxergasse a questão principal que estava ali: a vontade de controlar os resultados
dos acontecimentos, das interações, querer que situações e/ou pessoas fossem diferentes
e insistir em algo pensando que no futuro aquilo poderia mudar - em suma, não aceitar
a realidade. Ter a pretensão de controlar a vida, quer estando no papel de quem domina,
quer estando no papel de quem se submete. Sair dessa dualidade era fundamental.
Descobrir as variadas maneiras como esses comportamentos se manifestavam, por mais
sutis que fossem, era essencial pra uma vida mais verdadeira.
Pra quem tem Plutão na casa 8, a vivência das emoções e as trocas profundas em
situações de intimidade são uma questão de vida ou morte. É como se a satisfação de
desejos viscerais fosse a única fonte de verdadeira satisfação na vida. É quase como se
isso definisse nossa potência, nossa identidade. Quando esses desejos são satisfeitos nos
sentimos poderosos, acima do bem e do mal...e quando são frustrados, ficamos
absolutamente destruídos. É quase como viver uma morte mesmo. E não aceitamos, e
queremos que seja diferente. E normalmente é aí que mora o perigo...fica-se
completamente obcecado, aquela situação/pessoa torna-se nossa única fonte de
interesse. E mesmo que doa, mesmo que a gente saiba que a coisa não vai acontecer da
maneira como a gente quer, os pensamentos ficam obsessivamente girando em torno
daquela situação/pessoa...a verdade é que apreciamos a emoção, mesmo que ela nos
dilacere - porque nos sentimos vivos. É uma busca em querer sentir, qualquer coisa,
mesmo que seja angustiante, porque senão parece que não tem nada acontecendo.
Lembrei daquela música do Arnaldo Antunes: “Socorro não estou sentindo nada!
Nem medo, nem calor, nem fogo, não vai dar mais pra chorar, nem pra rir (...) Uma
emoção pequena, qualquer coisa. Qualquer coisa que se sinta. Com tantos sentimentos
deve ter algum que sirva”
Não sentir nada, pra um Plutão na 8, faz com que a vida pareça banal demais.
Sem graça. Sem colorido. Mesmo que seja um colorido tenebroso... E aí vem o outro lado
- uma busca constante de autocontrole, a vontade de não mais ser dominado por essa
emoção tão devastadora pra não se ver tão desestabilizado, não querer se sentir preso a
nada nem ninguém, não querer se sentir escravizado por essa vivência...uma revolta
mesmo. De repente vem a vontade de focar em outras coisas, trabalho, amigos...se

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dizendo que essas emoções tão viscerais são distrações e que a vida tem coisas mais
importantes. Mas eventualmente, volta-se ao ponto de buscar emoções...existe um
fascínio muito grande por elas, fascínio por vivê-las, investigá-las, compreendê-las...eu
particularmente acho impressionante e profundamente instigante lidar com a energia
sexual e as emoções, ver como isso afeta as pessoas no mais profundo delas, mesmo que
elas não gostem de admitir. Acho que existe muito medo da força disso, e
consequentemente muita projeção de imagens idealizadas acerca do assunto, em vez de
uma vivência madura disso.
Eu acho curioso ver como a maioria das pessoas foge de encontrar a essência por
trás de todas essas projeções e expectativas. Eu sempre fui fascinada em compreender o
que de fato movia as pessoas por trás das atitudes aparentemente banais do dia-a-dia,
sempre gostei de ficar investigando atitudes e comportamentos, meus e de outros. Nesse
sentido, a vivência de um processo terapêutico e a ajuda da astrologia foram
fundamentais - a compreensão do que de fato me movia fez com que fosse possível chegar
a um ponto mais equilibrado, em vez de ficar nessa dicotomia entre viver mil emoções
fortes o tempo todo ou não viver nada porque não queria me desestabilizar.
A entrega para um processo real e profundo de autoconhecimento, a coragem pra
enxergar os podres, é absolutamente essencial. Eu acho que só isso pode nos libertar de
uma vivência de emoções no nível dos extremos, e fazer com que possamos reconhecer a
intensidade da vida também em sua forma sutil e leve. Existe uma forte tendência de viver
emoções de uma forma muito exagerada, uma postura ou-tudo-ou-nada, de querer tudo
pra ontem - que seja o ‘sim’ ou o ‘não’ - e isso pode na verdade esconder uma fuga de
ter que lidar com o sentimento em tempo real, à medida em que ele acontece, à medida
em que ele se desenrola, e sobretudo quando ainda não conseguimos definir esse
sentimento e saber exatamente o que está acontecendo dentro de nós. Essa postura ou-
tudo-ou-nada, “sou muito intensa/o e quero tudo pra já”, pode visar a evitar a frustração
de não se ter o que se quer/espera, ou evitar estar vulnerável a uma emoção e/ou
sentimento que ainda não se domina - uma defesa por medo de se expor ou ficar
vulnerável demais, ou também uma tentativa de controlar os sentimentos que surgem ou
o resultado do relacionamento (ter a certeza de que vai dar certo, vai continuar, e não
terei meu sentimento frustrado).
Tô aqui usando essa maneira “desapegada” de escrever, mas a real é que eu já
fiz tudo isso aí que tô descrevendo, hahahaha...Plutonianos na 8, vocês não estão
sozinhos! E agora vou falar de uma das facetas desse lado feio que mencionei lá em cima
- eu já senti muita, MUITA raiva por não ter conseguido o que queria. E nessas situações,
sempre penso em algum tipo de vingança...acho que é tb uma maneira de tentar evitar o
sentimento, “devolvendo” a frustração pra outra pessoa na forma de vingança. Querer
evitar a dor, causando essa dor no outro. Vem pensamentos do tipo “Como é que a pessoa
pôde me desvalorizar assim?” E lá vai a cabeça com mil estratégias pro outro “ver o
que perdeu”, “deixar de ser besta”, “aprender a não agir mais assim” etc etc. Maaaas
é 8 ou 80, né? Também há fases de conseguir o que se quer e depois achar que aquilo
nos limita, limita nosso crescimento, limita nossas possibilidades de ser e estar no
mundo... É um nó. Ficamos pendulando entre extremos.

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Eu ainda não encontrei todas as minhas respostas, mas posso dizer que o processo
de autoconhecimento me ajuda muito, me dá uma sensação de alívio. No início eu tinha
medo, mas hoje eu percebo o quanto é libertador se apropriar da própria sombra, em
vez de ser refém dela. É isso o que me permite sair desse nó e viver as relações não como
um jogo de poder (que muitas vezes é inconsciente), mas como a troca de sentimento e
afeto que elas genuinamente são, enxergando a realidade como ela é, o outro como ele
é, e simplesmente vivendo a beleza desse processo sobre o qual é impossível ter algum
controle. Ou, como um grande astrólogo já falecido me disse uma vez, é preciso abrir
mão de querer ser importante pra se poder ser maravilhoso...”
Quis colocar na íntegra o que a Marília escreveu para mim. Como disse no início
deste ebook, sem o compartilhar dela, as nossas conversas por Skype, whatsapp e
Messenger do facebook, provavelmente eu não teria escrito tudo isso. E este depoimento
transcrito acima que ela fez é uma obra de arte. Sintetiza maravilhosamente bem a
dinâmica essencial de Plutão na Casa 8.

PLUTÃO NA CASA 9
“Em cada fase eu tive algum "mestre" que me fez ver algo novo.”
“Mas tudo o que eu aprendo, eu apreendo e se soma às minhas células, tornando-
se parte de mim. Conhecimento é poder!”
“Sempre vou onde o universo me leva!”
“Tudo pra mim tem proposito e no dia que não fizer eu crio um!”
“Eu tenho uma puta fé e quando eu a aciono ninguém me segura.”
“Tenho muitas crises filosóficas, mas vejo que isto me faz mover para um outro
nível.”
“O problema é que não tenho mais um propósito maior na vida. ISSO é
humilhante demais.”
“Ensino compulsivamente... sem me dar conta! Gosto de transformar as pessoas
com as coisas pelas quais eu falo.”
“Adoooooro viajar. (...). Quando viajo, adoro conhecer outras culturas,
principalmente em ter contato direto com as pessoas do local. Não gosto do visual
turístico, amo saber as manias do lugar e das pessoas.”
OBS.: Antes de escrever sobre cada Plutão, eu releio as partes que destaquei nos
depoimentos dos voluntários plutonianos. Cada pérola mais linda e impactante que a
outra, como você tem notado até aqui ao ler este ebook. Todavia, as pessoas com Plutão
na Casa 9 deram depoimentos marcados por percepções, sacadas e frases que, pra mim,
foram numa quantidade maior. Eu acabei selecionando mais trechos dessas pessoas. Senti
que houve mais impacto. Talvez porque Plutão na Casa 9 escancara mais um poder
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impactante (Plutão) por meio de suas opiniões e percepções compartilhadas (Casa 9). Por
isso, talvez esta parte do ebook tenha uma quantidade maior de transcrições desse
conteúdo “entre aspas.”
Eu fiquei inicialmente impressionado com a quase unanimidade dos voluntários
plutonianos em relação ao inglês. Uma relação de amor e ódio (Plutão) com este idioma
(Casa 9). Praticamente todos abordaram essa linguagem. Quer uma prova? Veja:
“Evito estudar inglês. Não sei pq. Conscientemente acho que por preguiça.
“Tenho raiva de não saber inglês por exemplo. Tenho ódio de aprender, mas não
sofro por isso. E sim, por exemplo quando era adolescente minhas amigas foram viajar
e eu não pude ir.”
“Agora morro de tristeza de não saber inglês, acho maravilhoso uma pessoa que
fala o inglês perfeito com aquele sotaque. Acho que para saber uma língua bem tem que
morar no lugar, e por isto estou doida para mudar de pais . (De novo).”
“A única raiva que tenho é de não saber inglês, mas tenho fé que ainda vou
aprender.”
“Sempre tive muita facilidade pra aprender inglês. E sempre ODIEI inglês. Fiz
curso por causa do meu pai. Vendo a minha facilidade, achava que eu deveria me
aprofundar. O curso tinha 5 anos. Levei 10 anos pra fazer (por causa das inúmeras vezes
que saí dele). Na última vez, voltei pro curso porque a diretora gostava de mim e meu
pai foi lá falar com ela (pra pedir pra me convencer). Sabendo que eu não gostava, ela
propôs que eu fizesse um teste escrito pra pular um período (6 meses). Fiz o teste. Passei.
Ela me deu outro teste pra pular mais um período. Passei. Voltei pro curso porque só
faltaria o último ano. Pensei: “OK. Faço esse maldito ano, entrego o diploma pro meu
pai e me livro disso”. Aí... Naquele ano, meu pai morreu em setembro. Eu me formei em
dezembro. Peguei o diploma e tive vontade de tacar fogo! Acredite: Não usei o inglês pra
porcaria nenhuma.”
Dá para entender porque o inglês recebeu toda essa carga plutoniana? Ao ler estes
depoimentos, percebemos as várias facetas dos significados de Plutão na experiência
relacionada ao inglês.
Por exemplo, a faceta humilhação: uma voluntária se sentia humilhada em relação
às amigas adolescentes porque ela não podia viajar enquanto as outras viajavam para fora
do país e aproveitavam bastante por saberem o idioma.
Também esteve presente a faceta plutoniana de evitar uma experiência sabe-se lá
por qual motivo consciente. Uma voluntária acha que é por preguiça.
A faceta plutoniana dos vários renascimentos e até mesmo de estar associada com
uma perda: a voluntária plutoniana saiu várias vezes do curso e vira e mexe retornava,
renascia, se dedicava novamente aos estudos. Mostrou-se muito capaz, realizou o grande
feito de pular etapas ao passar nos testes para não ficar fazendo o curso naqueles períodos.
E quando estava prestes a se formar, meses antes o pai morre. Ou seja, uma baita
experiência traumática-plutoniana e que ela pode aumentar seu ódio (Plutão) em relação
ao inglês por esse estar associado com a perda (Plutão) de uma pessoa tão querida.

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A Casa 9 tem a ver com essa dinâmica de estudo e aprendizado. Claro, vai muito
além de um idioma. No fundo, o objetivo é uma percepção maior sobre o ser humano e a
vida. Até mesmo para que se possa compartilhar esses conhecimentos de uma maneira
apaixonada e que gere uma profunda mudança nas pessoas.
Todavia, para se chegar a esse nível de sabedoria e transmissão, de confiança na
intuição e nos seus conhecimentos, bem como na sua forma de propaga-los, há muitos
desafios pela frente.
Estes desafios poderão estar direcionados para uma vivência: a de buscar! Quem
tem Plutão na Casa 9 tem um grande tesão de se ver – e ser! – um buscador. Buscador da
verdade. Buscador da sabedoria. Buscador de um propósito maior na vida.
Essa busca pode ser tanto externa quanto interna. E, obviamente, uma vai influir
na outra.
“Sim sou fascinada por viagens nacionais ou internacionais conhecer pessoas
diferentes. Na minha viajem para o Canada fiz muitos amigos do mundo todo, aprendi
um pouco com cada um, sua comida típica, os idiomas e filosofia de vida.”
“Adoooooro viajar, amo estudar, amei quando estudei filosofia. Quando viajo,
adoro conhecer outras culturas, principalmente em ter contato direto com as pessoas do
local. Não gosto do visual turístico, amo saber as manias do lugar e das pessoas.”
“Amooo viajar... parece que transcendo minha alma conhecendo um pouco de
cada cultura, costumes, pessoas etc.. realmente amo isso... costumo dizer que sou espirito
livre rs... Aventureiro rs”
Esses são depoimentos da busca externa associada à Casa 9. Viagens. Entrar em
contato com outros povos, culturas, idiomas. É uma forma muito intensa de experiência
para quem tem Plutão na Casa 9 adquirir sabedoria a respeito do ser humano.
“Para mim é difícil seguir/acreditar numa só religião ou filosofia. Aprecio e
critico todas, é como se fosse relação de amor-ódio. Já tentei ser evangélica, católica,
hinduísta e espirita mas todas possuem algo que eu não aceito. Então Deus para mim é
suficiente e maior que qualquer coisa, rezo para ele.”
“Sou fascina por aprender sobre espiritualidade. Já fui mais, quando sabia
menos. Agora que já conheci um pouco de tudo sou menos fascinada. Mas já fui muito.”
“Eu tive criação católica e fui mudando para o Espiritismo, até que me iniciei no
Candomblé, aí sim foi um choque para todos. Gosto de religião como um sistema que
auxilie, mas não como determinismo de verdades fundamentalistas. Acredito que estudar
e ter conhecimento é importante para tudo!”
“Adoro aprender (principalmente filosofia, religião) e não tenho nenhum medo
de ficar obcecada. Na verdade, quando alguma coisa me interessa sou super obcecada e
vou até o fim. Se não for assim não tem graça.”
“Não entro de cabeça em religião, filosofia ou nada de ninguém. Escuto “gurus”,
professores, etc. Eu respeito muito tudo isso e todos eles, mas não acredito cegamente

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em nada que venha dos outros (seja quem for). Eu tive várias influências, mas achei
melhor montar a minha crença. Não existe ‘dono da verdade’.”
São frases que retratam mais buscas externas com reflexos internos. Desta vez,
não através de viagens, de contato com um povo e sua cultura. Agora é uma busca
religiosa, filosófica, cheia de peregrinações por diversas vertentes. E aquela dinâmica
plutoniana dos embates de poder está presente.
Em outras palavras, com Plutão na Casa 9, os jogos de poder, manipulação e
dominação são com figuras de autoridade em algum ramo do saber: professores, padres,
pastores, gurus, conselheiros, médiuns, doutrinadores.
“Já provoquei discussões e ódio à minha pessoa porque mostrei que estavam
sendo, digamos, totalmente errôneos, contraditórios, disseminando falácias, que não
tinham embasamento e nem provas. Falsos mestres, falsos profetas, pessoas que estão aí
na mídia e que propagam cursos e possuem, pelo menos uma imagem midiática, muitos
seguidores e são charlatões ou disseminam verdades errôneas sobre algo. E eram
pessoas que tinham contato literário ou comercial de peso, portanto, estavam sendo
amparadas politicamente por pessoas importantes. Eu não quis nem saber, errado é
errado e ponto!”
“Na minha infância e adolescência eu sempre desafiava os meus professores. Eu
era aquela aluna super terrível e insuportável.”
“A minha maior humilhação na vida foi durante uma aula na faculdade, onde
uma turma de 40 alunos riu da minha cara por causa de uma pergunta que eu fiz. Além
disso, um professor me perseguiu e humilhou durante um estágio... Foram os momentos
em que eu fui mais humilhado na vida em relação a assuntos acadêmicos. Decidi trancar
o curso, e quando eu ia trancar, eu participei de um projeto e acabei me interessando
mais pela área. Voltei determinado a concluir o curso e no final deu tudo certo e hoje (3
meses depois) estou prestes a iniciar minha pós e fazer vários cursos de formação em
terapias complementares de vários tipos, mas todas visando a auto transformação.”
“Gurus: quase apanhei de um uma vez...
Fui a um centro esotérico e ele me disse: “Vou dizer algumas coisas da sua vida, pra vc
saber que eu não minto e que tudo que acontece aqui é verdade”.
Pra começar, eu não tinha perguntado nada. Eu só fui visitar (um amigo me convidou).
Quem disse que ele mente? Não fui eu...
Depois completou com a pérola: “Você tem um tipo de vida e tem problemas por causa
desse tipo de vida”.
Respondi: “Sim. Eu e a torcida do Flamengo, né?”.
Ele não gostou nada. Disse que a “visão” era só pra mim.
Aham... Eu comecei a rir e ele sumiu.”

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“Com relação a gurus, mestres pastores sou muitooo cuidadosa, já passei por
uma experiência com uma pastora protestante na qual tomei pavorrrr de protestante,
pastor, pastora. Depois desta experiência passei a ser o meu próprio guru. Sempre fico
com o pé atrás em relação a estas pessoas. Mas nunca deixo de estudar por causa disto,
continuo procurando... o dia que eu parar de procurar pode saber que eu morri .”
“Por 4 anos morei numa cidade pequena, numa casa alugada. A casa ficava na
cara de uma Assembleia de Deus. A senhoria e todo mundo ao redor eram evangélicos.
Eu era uma ilha católica/kardecista cercada de crentes por todos os lados!
Fizeram de tudo pra eu me “converter”... hahahahahahahha
A senhoria era uma grande amiga. Uma pessoa sensacional, porém teimosa...
Eu fumo cigarro. Ela disse que se eles fizessem uma oração na minha casa, eu pararia
de fumar.
Eu topei. Disse pra ela: “Se eu parar de fumar por causa da oração, eu vou pra tua
igreja. Prometo”.
Eles vieram, colocaram a mão na minha cabeça, oraram, choraram, gritaram. Um saco...
Foram embora e assim que viraram as costas, eu acendi um cigarro. Não senti
absolutamente NADA. E olha que eu sinto muita coisa...
Depois ela me disse: “Vc não acha que é um sinal de Deus, vc vir morar num lugar com
tantos evangélicos em volta?”.
Eu respondi: “Acho. Acho que é um sinal. É para vocês aprenderem a conviver com
pessoas de outras religiões sem tentar levar pra religião de vocês. Eu nunca ataquei a
religião de vocês. Dá pra fazer o mesmo?”.
Ela concordou e ficou tudo bem.”
Como podem notar, esses embates com figuras de autoridade têm um propósito
maior: ensinar a pessoa com Plutão na Casa 9 – por meio também de uma humilhação
acadêmica-escolar, filosófica, religiosa ou cultural – a confiar em suas percepções, em
suas crenças, em sua visão de mundo. Constatar o poder que possuem e não estão usando;
o poder que possuem e estão usando de uma forma combativa, dogmática ou fanática.
Enfrentando o medo do poder que o conhecimento representa ao mergulhar de
cabeça nos estudos, nas buscas filosóficas, nas experiências religiosas, no envolvimento
com uma cultura, na percepção dos princípios que regem o existir, há a forte possibilidade
de descobrirem um enorme prazer. Um baita tesão. Em quê?
Em transmitir o que sabem. Seja como professores, literalmente falando. Seja
como coaching. Seja como conselheiros no dia-a-dia. Seja como escritores ou jornalistas
que publicam seus escritos. Seja simplesmente adotando uma postura professoral no
cotidiano.
Claro, há o conflito entre essa paixão de ensinar, professar e propagar suas
percepções, intuições e conhecimentos com aquele pavor de serem mal compreendidos,
de sofrerem alguma perda ou viverem alguma tragédia nessa transmissão de seu saber e
77
de sua visão de mundo. Nada melhor que os exemplos desses voluntários plutonianos
sobre essa angústia:
“Da capacidade de ensinar eu tenho segurança e domínio, minha insegurança é
em relação ao que as pessoas vão interpretar do que eu digo, porque com o decorrer da
vida eu aprendi que por mais que eu fale algo coerente e bem explicado, a pessoa pode
interpretar de milhões de formas (inclusive erradas, o que pode me prejudicar de alguma
forma por gerar má compreensão e me fazer ser visto como lunático).”
“Prefiro esconder 80% do meu conhecimento exatamente por esses motivos...
inclusive ser queimado na fogueira. Eu sempre uso essa frase ‘não vou dizer tal coisa
pra fulano porque senão ele me queima na fogueira da inquisição’.”
“Às vezes eu tenho receio de dizer pois, sei que as pessoas estão tão atreladas a
esse plano, e são tão medrosas do oculto então me policio sabe. Aí falo sempre quando
sinto que tenho que dizer! Sim fico besta como as pessoas me ouvem e tal, na minha
cabeça fica ou pelo menos ficava aquilo: ‘mano como esse povo pode ouvir minhas
loucuras desse jeito...’ Hoje digo como Raul Seixas: ‘quando acabar o Maluco sou eu.’
Aí digo que sou um louco que fala coisas que valem apena ouvir, porque faz sentido e
não falo só logico.
“Sempre por onde passo eu sempre deixo uma semente de conhecimento de
verdade de amor e tals! Medo eu não tenho, mas como disse receio de tudo que fizer
acabar me levando pra um lado de fama essas coisas pq sei que tudo que vira pop não
se dá mais valor das coisas que falamos ou professamos.”
“Sim, tenho medo de ser mal compreendida e que inventem alguma mentira sobre
mim e que isso se espalhe como verdade e eu não tenha como corrigir ou provar a
verdade depois de macular a minha imagem.
“Sempre que converso com pessoas mais experientes, todas falam que eu pareço
que sei até demais e que não entendem de eu não ensinar. (...) Não tenho horror, mas
fico puta da vida se o que eu falo, passo, divulgo, ensino, não é bem utilizado, ou que não
ajude efetivamente a alguém. Ainda mais se o que eu falo é para ajudar a pessoa a sair
de uma situação ruim e a pessoa insiste em se manter na doença.”
“Tenho sim receio de dizer algo que poderia ser mal julgado/interpretado
principalmente por pessoas fora do meu convívio, as vezes não tenho ‘papas na língua’.
Digo coisas que muitos podem pensar mas não falam para ter a aceitação da sociedade.”
“Apoio a eutanásia, o aborto, a pena de morte, apoio a doação de órgãos,
liberação da maconha e entendo o suicido. Todos assuntos polêmicos que traria algum
ou muitos constrangimentos nos meus argumentos e muita das vezes são evitados.”
O interessante nesses depoimentos é a preocupação com a imagem. O terror de
que o julgamento do público ao que professam abale a sua imagem. E a Casa 9, tal como
a Casa 1 e a Casa 5, tem associação direta com a nossa IDENTIDADE!!! O nosso eu
nasce na Casa 1; ganha firmeza na Casa 5 e se expande na Casa 9. Plutão na Casa 9 pode
significar também esse medo de perder (Plutão) sua identidade (Casa 9) quando ela
justamente se ampliou e se expandiu por meio do que acredita e professa (Casa 9).

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Uns depoimentos sobre esse detalhe são super didáticos e esclarecedores. Vejam:
“Já entrei em uma crise existencial por me pegar sem uma fé bem definida e sólida
em absolutamente nenhuma religião. Tive de ir uma semana no psicólogo por causa
disso.”
“Entrei em colapso na época em que fiz meu mapa numerológico cabalístico e foi
adicionado um “C” ao meu nome... era algo que eu acreditava, mas eu entrei em crise
porque na minha cabeça eu havia perdido a identidade.”
“Tenho muitas crises filosóficas, mas vejo que isto me faz mover para um outro
nível.”
Lindo tudo isso, né? Impressionante...
E para vencer esse medo, é fundamental desenvolver aquilo que eu considero ser
os dois pilares de transformação para quem tem Plutão na 9:
 Desenvolver a fé (não necessariamente uma fé religiosa, mas uma fé em si
e no futuro)
 Desenvolver um propósito maior na vida. Enxergar um significado maior
para o existir.
“Sempre tive problema ao ver meu futuro.”
“Já perdi a fé sim, várias vezes.”
“Tenho muito isso que tem que ter propósito de vida.”
“O problema é que não tenho mais um propósito maior na vida. ISSO é
humilhante demais.”
“Eu acho que se eu não tivesse princípios, eu poderia estar usando o meu
potencial de forma egoísta.”
“Tudo pra mim tem proposito e no dia que não fizer eu crio um!”
“Eu considero que tenho que ter um algo maior para me orientar na vida.”

Aquela prometida transformação plutoniana para quem, no caso, tem Plutão na


Casa 9 pode ser justamente essa de viver uma vida sem fé para uma vida com fé. De sentir
aquele baita vazio existencial até a mudança profunda em que a pessoa é norteada por
princípios que lhe proporcionam um sentido maior para sua existência.
E um desses sentidos mais profundos pode ser justamente o de usar o poder de seu
saber e das reflexões que surgem através de suas experiências (vivências, viagens, cursos,
questionamentos) a serviço da mudança. Para impactar as pessoas. Ser um agente
catalisador de mudanças (Plutão) por meio da propagação e transmissão de suas
percepções, de sua intuição, de sua visão existencial (seja jurídica, acadêmica, religiosa,
cultural, filosófica).

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Claro, sem fanatismo, sem dogmatismo, sem imposições “verdade absoluta.”
Porque o poder construtivo e transpessoal de Plutão na Casa 9 é o de abrir a mente das
pessoas para percepções mais amplas (Casa 9) e profundas (Plutão). Mas respeitando as
limitações e os medos das atuais crenças que cada pessoa tem. O lado sábio da Casa 9 é
marcado pela compreensão. O sábio compreende. Não deixa de compartilhar sua
sabedoria. Porém, ela é colorida por essa atitude compreensiva.
“Gosto de transformar as pessoas com as coisas pelas quais eu falo.”
“Ensino compulsivamente... sem me dar conta! E quando aprendo algo legal, fico
inquieto enquanto não compartilhar com as pessoas que amo. Isso se aplica aos meus
estudos as minhas experiências... gosto de ajudar os outros falando sobre isso.”
“Compreendo todas as religiões como formas culturais de acessar o divino.
Todas se tratam da mesma coisa, tem o mesmo objetivo... pra mim hoje tanto faz a
religião.”
“Como aprendi o conhecimento é uma fonte divina que há água para todos mas
são poucos os que estão sujeitos a passar pela provação do conhecimento. Seria mais
feliz pra mim e satisfatório um mundo onde todos tivessem conhecimento pois acredito
que a verdade liberta é utópico mas um mundo justo e amoroso seria uma meta a longo
prazo.”
“Não tento virar a cabeça de ninguém, acho que na vida cada um tem o seu tempo
e cada um tem um caminho a seguir. Para mim é um, e para outra pessoa pode ser outro.
Isto depende muito do grau de espiritualidade de cada um e da sua missão nesta vida.”

PLUTÃO NA CASA 10
“Todos falam que tenho potencial pra muito mais, sou eu q não quero. Tenho
medo de perder minha liberdade e ser mais escrava de trabalho do que já sou.”
“Eu só desisto pq tudo dá errado e eu sempre me saboto, mas depois eu me
recupero e volto a focar 100% no que quero.”
“Dominar um ofício é um fascínio para mim, realmente!”
“É lindo ver como meu trabalho pode magnetizar as pessoas e eu ter o retorno
delas, agradecidas e felizes!”
Você já leu aqui (e pode ter visto na palestra online que dei sobre Plutão) aquele
exemplo do meu cliente médico que quase apanhou terrivelmente dos filhos de uma
cliente após estes saberem da morte da mãe. A dramaticidade plutoniana em ação na Casa
10. A humilhação e os impactos catárticos plutonianos num só evento...
Plutão estando na Casa 10 ganha uma grande importância na vida toda da pessoa.
Não apenas na sua carreira. Justamente porque quando um astro é angular (próximo ao
MC, por exemplo, que é o início da Casa 10) ou é o mais visível do Mapa Natal (por estar
mais no topo), ele adquire esse status de marcar não somente a personalidade da pessoa
como também de sua existência.

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Sendo assim, eventos plutonianos podem ser uma constante na vida de quem tem
Plutão na 10, seja na área profissional ou em qualquer outra. Pode ser um existir marcado
por perdas, por humilhações, por reviravoltas em que se começa do zero, se renasce
constantemente. E, claro, por episódios em que o tema PODER é quase o sobrenome de
todas circunstâncias em que vive.
Desse modo, Plutão na Casa 10 pode forjar um ser humano que passou por, no
mínimo, muitas crises durante sua infância e adolescência. E aqui vale a pena transcrever
uma frase de um voluntário plutoniano: “Acho que é importante passarmos por situações
de crise, justamente pra aprendermos a lidar melhor com nossas emoções e com as
situações diversas em que a vida nos coloca.”
Exatamente! É assim, com essa consciência e maturidade (tão importante na Casa
10) que a pessoa com Plutão aqui vai se familiarizando com o que esse astro pode
representar em seu presente e em seu futuro.
Essas crises, numa idade mais adulta, podem vir sim associadas diretamente com
o trabalho. Ou com o cumprimento de responsabilidades familiares também.
Principalmente no embate com figuras de autoridade, tal como os pais, chefes, patrões e
patroas. E até mesmo com o governo, o estado. Afinal, Casa 10 e Plutão compartilham
desse atributo em comum: o poder.
“Sim sim sim . Tenho pavor de ser destruída pelo sucesso, perder coisas simples
da vida. A família pra mim eh muito importante. Escondi muito muito muito a minha
competência. Evito cargos de autoridade. Me faço de retardada.”
“O governo é meu maior inimigo. Tenho certeza que fui um funcionário público
de alto escalão ou empresário em vidas passadas, sendo grande aliado ou inimigo do
governo.”
“Sinto que minhas ideias são tão radicais que eu jamais teria apoio, logo logo
seria morto ou preso, pois iria tocar na ferida do sistema.”
Há esse fascínio por exercer o poder. E um medo assombroso de ter esse poder.
Talvez por isso quem tem Plutão na Casa 10 vai gradualmente observando o que
representa o poder e tentando compreender profundamente suas implicações, artimanhas,
tentações.
“Eu tenho um gosto e facilidade muito grande em entender como o poder se
estrutura, as entrelinhas e artimanhas que o Estado e o topo da pirâmide usam para
controlar o sistema. Sempre foi muito claro pra mim isso.”
“Quando era mais jovem era fascinada com o poder. Até hoje, acho que ter poder
deve ser bom demais. Ainda bem que sou do bem, pois adoro observar a manipulação,
os jogos de poder, os acordos sociais. Isso não só nas macrorelações, nas micros
também.”
“Sou formada em publicidade. Amo e odeio marketing! Nele há a detecção de
necessidades (bom) e o estímulo ao consumismo (manipulação e poder – tem horas que
acho bonito, confesso).”

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“Na minha empresa, que é micro e distribui outros produtos de grandes, vejo
vários gerentes dando jeitinhos, fazendo pontos, abrindo franquias onde não existiam...
A gente sabe que o poder corrompe...”
Por saber as consequências e o preço que se paga por ter poder, muita gente com
Plutão na Casa 10 foge do mesmo. Renega. Evita a qualquer custo. Mas um outro lado
delas sabe visceralmente (Plutão) que está no seu destino (Casa 10) lidar com algum tipo
de poder (Casa 10 + Plutão).
Talvez, portanto, para evitar ser empurrado por algum evento traumático ou
dramático (como consequência dessa fuga plutoniana-netuniana), valha a pena a pessoa
com Plutão na Casa 10 perceber este detalhe:
“Sim, eu gosto do poder, do status. Gosto de sentir reconhecimento pelos meus
feitos! Gosto da visibilidade, pois ela é um degrau para mais reconhecimento, rumo ao
sucesso.”
Em outras palavras, enxergando o poder como um meio de se chegar ao topo ao
ganhar mais reconhecimento. Com essa percepção consciente, talvez haja uma maior
aceitação de seu destino. E também ajuda a não ver o poder como algo em si. Não sendo
O objetivo. Mas o MEIO através do qual poderá ser mais visto, reconhecido. E com
melhores oportunidades de ser bem-sucedido.
Claro que, nesse trajeto, vai precisar vencer aquela tendência sabotadora de Plutão
na Casa 10:
“Como sempre, tudo dá muito certo e depois algo de errado sabota as conquistas.
Quero trabalhar nos bastidores, não quero ser foco mais.”
“Eu me vejo como um talentoso que se sabota e não consegue ter sucesso em
nada.”
“Quando alguém me olha e não acredita no meu potencial ou não me acha “essa
Coca-Cola toda” eu fico pra morrer.”
Essa inclinação quase compulsiva de ter uma queda enorme quando está num novo
nível de autoridade, responsabilidade e sucesso – ou prestes a ter uma promoção ou
reconhecimento – pode indicar o medo. O medo de ter poder e ser destruído por ele. O
medo de ter poder e fazer isto:
“Na verdade, eu gosto de criar responsabilidades, porque isso faz com que eu me
sinta útil e ficar sem fazer nada realmente importante me deixa agoniado. Mas de certa
forma eu tenho um medo de assumir grandes responsabilidades, posso até assumir, mas
o medo vem porque tenho um medo muito grande de falhar com tudo e (desculpa o termo)
fazer uma merda enorme.”
Esse medo inquietante de ter poder, maiores responsabilidades e fazer merda ou
acabar se perdendo numa significativa posição de destaque, status e autoridade pode ser
refletido na tendência plutoniana extremista. Quando na Casa 10, de trabalhar (Casa 10)
compulsivamente (Plutão) ou de não fazer absolutamente nada, não produzir uma vírgula
sequer.

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“Há fases que produzo muito, fico obcecada. Tomar a liderança, acaba sendo
natural. Há fases que não produzo nada, procrastino, não sinto grandes culpas e quem
assume a liderança está me fazendo um favor.”
“Hoje digo q 70% do meu tempo e trabalhando, às vezes surto com isso, me
revolto e fico em casa de pijama o dia todo.”
“Isso acontece toda hora. Num momento eu estou totalmente adaptado aos
afazeres do trabalho e produzindo bem, mas aí do nada bate uma bad terrível, preguiça
de fazer as coisas, vontade de sair correndo e voltar pra casa e dormir... essas coisas.
Mas eu procuro não deixar isso me dominar, senão isso acaba influenciando no meu
desempenho e tal.”
“Por ter trabalhado apenas alguns meses, fica um pouco difícil responder essa
pergunta. Mas sempre almejei o topo da profissão, não consigo imaginar minha
felicidade sendo apenas um operacional numa empresa. (...) Tenho muito medo de
fracassar profissionalmente. Eu não quero um subemprego, prefiro ficar sem dinheiro
dentro de casa estudando o que me interessa do que fazer um trabalho que eu não goste.”
Enxergando, aceitando e assumindo o quanto você que tem Plutão na Casa 10
possui um potencial incrível de produtividade, ou seja, de não ser um mero “operacional
numa empresa”, você já se dispõe a trabalhar com mais tesão.
E esse tesão é fundamental no exercício profissional. Porque Plutão não gosta de
nada morno. Ou vai com tudo ou não vale a pena fazer. Ou se trabalha com o que ama e
de um modo apaixonante, ou é melhor não fazer nada.
De alguma maneira, essa exigência “vida ou morte” plutoniana é essencial. Para
quem tem Plutão na 10, é essencial para buscar uma profissão, um emprego ou um cargo
que será exercido de um modo intenso, profundo e entregue. Estará com os olhos
brilhando na execução de suas tarefas e no desempenho de suas responsabilidades.
É por isso que costuma haver no mínimo uma mudança significativa na vida
profissional de quem tem Plutão na 10, tal como mudando de profissão, saindo de uma
fuga às responsabilidades e se comprometendo de corpo e alma a fazer trabalhos bem
feitos, num alto nível de produtividade, de performance.
E assim, naturalmente, a pessoa que tem Plutão na Casa 10 vai percebendo o
impacto que possui na vida de seus clientes e das empresas em que atua.
“Venho de uma família muito tradicional, mas que perdeu tudo porque meu pai
foi um escorpiano de sol na 8 que torrou todo o dinheiro da família com farra. Fui
totalmente excluído de tios de primos. Sinto com um dever reerguer minimamente a honra
da família. Não pra mostrar pros parentes que sou capaz, mas pra deixar um legado
kármico.”
“Já deixei claro para amigos e pessoas próximas uma ambição grande. Não é
pelo poder em si. A intenção maior é causar um choque estrutural e revolucionar, seja
numa empresa ou qualquer outro grupo em que eu pertencer.”

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Lembre: a Casa 10 é justamente a obra que deixaremos para a posteridade. É o
que poderá marcar toda a nossa existência por aquilo que fizemos, produzimos, influímos.
Pois o poder de influência da Casa 10 é de longo alcance.
Com Plutão ali, então, nem se fala.
E a faceta transpessoal de Plutão é o que poderá ser a marca de sua passagem pela
terra nesta existência. Concentre-se nisso. Tenha tesão em trabalhar com algo, produzir
algo ou usar a sua influência e status (Casa 10) para transformar a vida (Plutão) das
pessoas, dos seus clientes, da empresa ou estatal em que atua (Casa 10). E até mesmo do
governo, do estado (Casa 10) – dependendo do seu nível de ambição e do quanto está
disposto a assumir de responsabilidades coletivas.
“Adoro trabalhar. Pra mim o trabalho está ligado a ser quem somos, não uma
obrigação.”
“Gosto do poder, mas não faço de tudo para não perder. O poder me vem de
forma natural.”
“É lindo ver como meu trabalho pode magnetizar as pessoas e eu ter o retorno
delas, agradecidas e felizes!”
PLUTÃO NA CASA 11
“Eu diria que sou muito desconfiada com as amizades, no geral prefiro ter
relações de amizade com uma pessoa de um determinado grupo, e manter essa relação
exclusiva, procurando essa amizade quase que diariamente mas sem convívio direto com
os demais. Tenho dificuldade de confiar em muitas pessoas de um mesmo grupo, e no
geral também não sou bem-vinda por todos do grupo.”
“Na pré-adolescência eu fazia qualquer coisa para ser aceita, eu sofri bullying
quase toda a infância na escola, fui ter minha primeira amizade na 5ª série, e era uma
única amizade.”
“Já cortei relações de 9 anos porque a pessoa escolheu ser fiel a outra amizade
do que a mim. E o que me impressiona é que esses cortes são feitos quase indolor, eu não
sofro quando corto uma amizade, é algo natural, se não serve corto pela raiz.”
“Tenho pânico de socializar, tenho dificuldade de cumprimentar conhecidos,
tenho receio do julgamento, ou até de não ser cumprimentada de volta.”
A Casa 11 é a área da vida que destaca a vida social. A relação com outras pessoas
dentro de alguma coletividade: como o círculo de amigos, os colegas, os membros de uma
equipe ou os integrantes de um grupo.
Obviamente, quando Plutão está na Casa 11, o que esse astro significa vai vir à
tona quando houver essa interação social. A pessoa terá medo de que algo trágico ou
muito dramático, tal como uma perda, uma traição, um perigo (Plutão) aconteça quando
ela entrar em contato com outros (Casa 11).
Esse (junto com Plutão na Casa 3) é o posicionamento que mais frequentemente
retrata a experiência de Bullying. E quando prestei atenção nesta palavra em inglês, achei
curioso o fato dela ser dividida em:
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Bull = Touro
Ying = Feminino
Poderia representar um feminino passivo-explosivo? Plutão, muitas vezes, é
caracterizado por uma dinâmica mais yin. Como regente de Escorpião, signo do elemento
água, portanto, feminino, tem seu colorido yin. Mas também Escorpião é regido por
Marte, totalmente yang. E Plutão é a oitava de Marte, é um Marte potencializado.
Por isso gosto de ver em Plutão tanto o feminino quanto o masculino. Demanda-
se a entrega-receptividade (atributo yin) quanto o emprego intenso da vontade (atributo
do yang).
O Signo de Touro (oposto ao de Escorpião – signo que Plutão é um dos regentes)
tem essa conotação de pacato, passivo. E que quando explode, é bomba atômica. É fúria.
E vejo o Bullying como essa rejeição (falta de receptividade do coletivo em relação ao
que o outro tem de diferente dessa coletividade) e como essa agressividade plutoniana de
impor uma violência física e/ou psicológica.
Como tendemos a ser vistos de uma maneira negativa, no sentido de uma faceta
nossa ser taxada de feia, horrorosa, perigosa e ameaçadora na esfera de vida associada a
Plutão e diante das pessoas que se relacionam conosco nas atividades associadas a essa
Casa em que Plutão está, o Bullying pode ser uma experiência comum para cada Plutão.
Claro que poderá ser mais para quem tem Plutão na 11 (e na 3) porque ele é mais
diretamente percebido quando um grupo de pessoas se volta contra uma pessoa. Quando
se toca o terror sobre essa pessoa por ela ser considerada suja, ameaçadora, perigosa para
o status quo, para os padrões convencionais da sociedade ou de determinado nicho.
Sendo assim, quem tem Plutão na Casa 11 já vai desconfiado quando se predispõe
a entrar em contato com outras pessoas. Consciente ou inconscientemente ela sente que,
de alguma forma, ela ameaça a imagem, os valores e o status quo de uma coletividade.
Talvez porque, também consciente ou inconscientemente, sabe do poder que possui de
extrair do outro o que há de reprimido, recalcado e escondido sob as aparências e
máscaras sociais.
É uma função desafiante esta da pessoa que tem Plutão na Casa 11. Se onde temos
Plutão temos esse compromisso do destino de tocar na ferida, lidar com tabus e provocar
mudanças, é de se esperar que os outros se sentirão incomodados com a presença e
poderosa influência de quem tem Plutão na Casa 11. Porque aquilo que eles lutam para
preservar ou esconder terá pela frente uma dura missão: continuar se mantendo assim
diante de alguém que vem para abalar tudo isso. O perigo de que a merda seja jogada no
ventilador é grande. E, muitas vezes, a catarse no comportamento do grupo, de integrantes
desse grupo ou dos amigos da pessoa com Plutão na Casa 11, é tão abrupta e impactante
que a reação defensiva (yin) por meio do ataque (yang) se caracterize por bullying.
É compreensível tanta gente com Plutão na Casa 11 ter síndrome do pânico ou
simplesmente ter horror a se socializar. Tocar nessa podridão e vê-la saindo de uma
maneira fedorenta que pode “sobrar muita merda” sobre si própria, faz com que a pessoa
com esse astro na Casa 11 prefira fugir aos contatos sociais.

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É duro também ter de conviver com pessoas que vivem relações superficiais e
preferem manter os laços de coleguismo nesse nível. Quando tudo que a pessoa com
Plutão na Casa 11 deseja são laços fiéis e profundos com quem se relaciona e interage
socialmente. Ver que a própria sociedade é regida por regras e valores falsos e hipócritas,
mantendo um sorriso diplomático só para agradar e não incomodar, para que haja
aceitação social, é algo que pode dar muita raiva em quem tem Plutão na Casa 11. É o
oposto do que ele idealiza para as relações interpessoais.
“Eu já tive raiva na infância pela questão do bullying, hoje quando um grupo não
me aceita mais cedo ou mais tarde termino descobrindo algo de ruim naquele grupo que
me faz entender porque talvez a minha presença tenha sido tão mal aceita.”
“Eu acredito que no fundo todos queremos ser aceitos, mas quase sempre quando
dá tudo errado e eu abandono um grupo que quer manter a falta de ética ou manter o
“jeitinho brasileiro” eu busco apoio em outras amizades, e acabo entendendo que nem
todo mundo está pronto para mudanças.”
“Já passei por algumas humilhações, de amigos dizerem algo como “Se você quer
andas comigo tem que ser assim”, mas essas amizades duraram pouquíssimo tempo. Não
aceito humilhações. Se quis me vingar? Sim, mas nunca precisei quase sempre fico
sabendo da pessoa se dando mal depois.”
O grande teste existencial para Plutão na Casa 11 é justamente não ceder. E nem
se deixar influenciar pelos valores de um grupo, cedendo à tentação de descambar para
um caminho de poder que vai simplesmente aniquilar os ideais sociais que até então essa
pessoa tinha.
É triste ver Plutão na Casa 11 quase como uma unanimidade no Mapa Natal de
políticos. Cederam à tentação de terem a aceitação de um partido político (ou de fazerem
parte de uma organização criminosa contra o país liderada por alguns políticos mafiosos)
para terem poder e muito dinheiro. Todo aquele belo ideal (Casa 11) de profunda mudança
(Plutão) social (Casa 11) foi para o lixo (Plutão negativo).
Justamente para não serem boicotados nem sofrerem essa marginalização
preconceituosa e destrutiva de algum grupo, quem tem Plutão na Casa 11 pode aceitar
vender sua alma ao diabo (Plutão) para fazerem parte de um nicho, uma classe, um círculo
social (Casa 11).
A voz da sua essência (Plutão) precisa vencer a voz do preconceito, do bullying e
da superficialidade interpessoal. Vencer o medo de ser visto ficando à margem da
sociedade, de sentir como se fosse um infectado que passará um câncer para as pessoas.
Mas não pode é deixar ser envenenado pela doença que a maioria carrega. A doença da
mediocridade que quer padronizar todas as pessoas.
Não, muito pelo contrário. É lutar contra tudo isso. É jogar merda no ventilador,
se preciso for. Com inteligência (Casa 11) altamente estratégica (Plutão).
“Sim, eu sou fascinada pela idéia de construir um mundo melhor, de encontrar
uma maneira de vivermos de maneira mais justa socialmente e economicamente. E fico
feliz, quando leio matérias de pessoas que fazem parte de alguma ONG, ou que

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construíram um projeto sustentável de biblioteca nas praças, de troca de livros, brechós,
sopão para moradores de rua e etc...”
“Sim, quando faço parte de um grupo que gera um impacto social e gera
mudanças eu fico feliz em pertencer a ele. Eu adoro quando alcanço laços de amizades
profundos, e transformadores.”
“Sim, de forma mais individualizada eu noto que transformo as pessoas, e que
elas reconhecem isso, e fico imensamente feliz que eu possa ajuda-las nessas mudanças.”
“Eu considero que se eu não gerar mudanças onde eu estou, eu não vou me sentir
viva.”
Esse é o poder transpessoal de Plutão na Casa 11. Agir em prol do coletivo. Trazer
progresso, inovação. Impactar com descobertas, invenções. Compartilhar seus ideais
humanos e evolutivos. Estar junto com quem tem ideais semelhantes para, num esforço
em conjunto, dar sua contribuição para alguma classe, nicho, comunidade ou a sociedade
como um todo.
Eu digo sempre para meus clientes com Plutão na 11 em minhas consultas (e agora
compartilho aqui):
- Se você não conseguiu encontrar um grupo que se identifique, que tenha uma ideologia
semelhante à sua, crie seu próprio grupo. Comece pelo virtual, se preciso for. Um grupo
online, por exemplo.
Lembre: Casa 11 tem a ver com as redes sociais, tal como a Casa 3. Use dos vários
meios de comunicação que atinja o coletivo, que possa ser visto pelas pessoas. Assim as
pessoas que se identificam com a sua causa irão chegar até você. É o lado yin, receptivo,
feminino de Plutão em ação. Por meio dessa receptividade para que os membros de sua
tribo venham, surjam, se aproximem. Pegue seu “megafone” e espalhe sua mensagem
pelas redes sociais. Quem tiver de vir, virá.
E quando chegarem, vá identificando o melhor papel para cada integrante. A
função mais adequada para cada um. Crie um grupo de apoio. Uma ONG. Um partido
político. Um movimento social. Enfim, dê um jeito de colocar em prática o lema: “a união
faz a força.”
Por meio de suas amizades e da reunião com os membros de seu grupo, time ou
equipe, você que tem Plutão na Casa 11 poderá impactar as pessoas. Você nasceu com o
poder de ser agente catalisador de mudanças tanto para seus amigos e colegas de grupo,
quanto também junto com uma equipe. Façam a diferença na sociedade. Você perceberá
o quanto seu tesão, motivação e paixão alimentarão o combustível da vontade idealista
que move a sua alma para trazer progressos e melhorias sociais.
“Se tenho medo de perder amizades? Já tive mais, agora eu entendo que algumas
amizades não foram feitas para durar pra sempre, e que vou fazer outras amizades e que
a vida é assim. É um ciclo, tudo tem um início, meio e fim.”
“Fico fascinada quando posso ajudar o outro, quando faço algo não por mim,
mas por outra pessoa, quando de alguma forma impacto em outras vidas. Acho que dessa

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forma, alcançando isso sempre acabo formando laços profundos de amizades ou
transformadores, que me levam a aprender algo.”
PLUTÃO NA CASA 12
Meu Deus! Quais frases coloco no início deste capítulo?
Essa confusão foi a que me marcou quando iniciei a escrita sobre Plutão na Casa
12. Fiquei perdido. Porque os depoimentos dos voluntários plutonianos de Casa 12 foram
uma enxurrada exorbitante de pérolas filosóficas sobre a vida e as questões dessa área do
existir. Conseguiu até mesmo superar os da Casa 9! Talvez porque ambas estejam mais
diretamente associadas à Busca e à Sabedoria.
Diante dessa confusão, parei. Não digitei nada. Fiquei olhando para o teto.
Relaxei. Eu sinceramente não sabia quais frases priorizar para colocar aqui na introdução
deste capítulo. Até que meus olhos pararam de fitar o teto e olharam ao redor. Eu me
deparei com alguns livros que minha esposa está lendo. Um me chamou a atenção.
Resolvi seguir a intuição e ir lá dar uma folheada. Ver as páginas já lidas por ela. Já que
ela gosta de grifar enquanto lê, abri numa página e me deparei com um trecho grifado.
Citação perfeita! É esta que começarei o capítulo:
“Amamos a verdade porque ela nos faz livres. Confiamos que acompanhar o
descobrimento do propósito transcendental de cada vida é um feito verdadeiro em si
mesmo. Por isso nos enfiamos nos pântanos escuros da alma humana. Porque confiamos
em que aí se escondem inesgotáveis tesouros de cada um de nós.”
Laura Gutman (página 62 do livro A Biografia Humana)
Liberdade. Confiança. Entrega. Transcendental. Pântanos escuros da alma
humana. Tesouros escondidos em cada um de nós. Termos muito bem apropriados para
a Casa 12. Minha esposa, psicóloga, terapeuta, que possui Marte e Saturno em Leão na
Casa 12, me ajudou sem nem saber o tanto que me libertou da angústia de não enxergar
com clareza quais frases começar este capítulo.
Plutão na Casa 12 também tem esse poder. O poder (Plutão) de ajudar (Casa 12),
muitas vezes de forma escondida, oculta e invisível (Casa 12). Mas antes de chegar na
plena consciência e expressão desses dons terapêuticos, a pessoa com Plutão na Casa 12
vai viver fases de extremo fascínio e de absoluto pânico (Plutão) pelo oculto, pelo místico,
pelo plano sutil-espiritual, bem como pelo psíquico, pelo inconsciente (Casa 12).
“Sempre me interessei pelo oculto, espiritualidade e hoje posso dizer que tenho
mais interesse por tais assuntos do que pela vida concreta. Aliás, a concretude é muito
previsível e por isso, sem graça, rsrs.”
“Karma, psicologia, psicanálise, esses mundos misteriosos me encantam.”
“Sou fascinada pelo desconhecido porque é aí que minha imaginação pode
divagar e encontrar caminhos para o sentido das coisas.”
“Sou obcecada pelo tema desde sempre, desde a adolescência comecei a buscar
sobre espiritualidade, a buscar a respostas sobre a vida, a alma, o sentido e o propósito
de estar aqui.”

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“Sou fascinada pelo autoconhecimento, pelo mundo espiritual, por conhecer mais
do que eles podem nos ensinar. Amo conhecer o inconsciente e o emocional. Sem entrar
em contato com essa parte não há processo de cura, de autocura, de crescimento
interior.”
“Sou totalmente fascinada por esse mundo desconhecido, mas ao mesmo tempo
morro de medo, de atravessar algumas barreiras e descobrir coisas sobre mim, o lado
sombrio que não quero enxergar.”
“Morro de vontade de realizar rituais e práticas de seitas ou ordens ocultas como
Wicca, Thelema, mas tenho medo do mundo astral, de envolver meu subconsciente nisso,
de perder o controle sobre minha sanidade mental, ficar louca e perder o discernimento
das coisas, sempre penso o pior de tudo.”
Saber – consciente ou inconscientemente – que se vai encarar um “cara” como
Plutão ao fazer esse mergulho no desconhecido pode assustar mesmo. Na verdade, já é
assustador dar esse salto no desconhecido... imagina sabendo que lá dentro encontrará um
sujeito plutoniano, isto é, atributos plutonianos considerados feios, sujos, horripilantes?
Mas é melhor respirar fundo e mergulhar do que depositar o poder de cura, dos
milagres e da fé num guru, num padre, num pastor, num médium, num professor de
espiritualidade. Afinal, pode acontecer isto:
“Tenho aversão a gurus, mestres de qualquer tipo, por lidar com um psicopata
durante um tempo e depois descobrir que por trás da fachada de guru ele era um
tremendo filho da puta que só queria mesmo se aproveitar do dinheiro, do poder e do
sexo. Então, desses tipos tenho aversão.”
“Acho que sinto raiva às vezes porque não encontro um “guru” que me dará
todas as respostas do universo, sabe? Alguém que virá e eu direi “finalmente alguém me
deu a chave.”
“Fui escrava por 5 anos de uma seita disfarçada de escola de yoga. No início não
era seita, mas foi se tornando, e quando o abuso começou a tomar forma, tanto
psicológico quanto tentativa de abuso sexual, caí fora, mas levei pelo menos uns 3 anos
pra me reerguer e sair do sofrimento.”
Portanto, é melhor você não projetar seu Plutão na Casa 12 num guru “filho da
puta” que te apresentará o pior lado plutoniano. E diante do qual poderá ficar aprisionado,
escravizado. Afinal, tanto a Casa 12 quanto Plutão apresentam esse atributo em comum:
escravidão.
Essa escravidão que parece acorrentar não só os pés, mas também a alma da pessoa
com Plutão na Casa 12, pode também tomar a forma de um sintoma, uma doença, um
vício, o pânico, uma imaginação desenfreada e aterradora.
“Tenho raiva de ainda não entender muitas vezes o porquê de um ou outro
sintoma físico.”
“Já passei por longos períodos de isolamento em casa, trancada no quarto, sem
emprego, sem faculdade, amigos ou alguém pra conversar, imersa dentro de mim,
sondando todos meus sentimentos, medos, vontades e quereres. Foi um período muito

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difícil que eu não quero que se repita mais, eu não conseguia dormir, criava mil monstros
dentro do meu quarto, e quando eu conseguia dormir, continuava as loucuras da mente
através dos sonhos (...)”
“Quando houve o congresso de astrologia que eu vi vc falando de plutão, as
humilhações.... eu chorei muito porque foi exatamente o que vivi , muita humilhação da
parte da minha irmã e meus sobrinhos e até minha mãe, eles diziam que eu estava louca,
doente e precisava ir para um psicólogo, psiquiatra, mas eu sabia que não estava doente
e nem louca mas estava desconectada de mim mesma e de Deus criador, o Espírito
Santo.”
“Tive algumas experiências com a Ayahuasca, experiências profundas, transformadoras
e também traumatizantes, pois quando a coisa ficava difícil e eu ia cada vez mais profundo na
minha psique, eu parava de tomar o chá, por medo do desconhecido, medo do que poderia ver,
medo do que sou. Inclusive criava situações na minha mente, coisas muito sombrias que eu
poderia ver, ou o que eu fui numa vida passada. Isso me causava muito ansiedade a ponto de
passar dias lembrando das experiências que tive sem conseguir dormir direito.”

Muitas vezes, a partir dessas experiências de extrema impotência e humilhação


perante uma pessoa, um sintoma, um ambiente que escravizam, a pessoa com Plutão na
Casa 12 inicia uma verdadeira busca pela liberdade. Pela cura.
E o mais interessante é constatar que essa cura poderá vir de seus próprios
recursos, de sua própria força psíquica e espiritual – até então escondida, reprimida, oculta
de si mesma.

“Não gosto de remédios químicos, prefiro ervas, plantas e faço meu próprio
remédio. Então diante de um diagnóstico eu guardaria a receita e me recolhia com meus
chás, buscando eu mesma meu equilíbrio. E dá certo! Já aconteceu de eu melhorar
naturalmente, só com descanso e o médico achar que me os remédios me curaram,
rsrsrs”
“Pensando bem, Yub… acho que confronto algumas regras impostas pelo homem
no seguinte sentido: não vejo necessidade de outro ser humano me abençoe, me dê o
passe toda semana. Acredito muito no poder pessoal. Então, não sigo essa regra.”
“Se eu não tivesse feito terapia estaria arruinada e com certeza absoluta não
estaria aqui respondendo este questionário. O contato com as Constelações, Espiritismo
e Astrologia me ajudaram fortemente no meu processo de mudança e transformação que
nunca mais parou.”
“Trilho o caminho da espiritualidade independente, e o Gasparetto e sua turma
têm me ajudado imensamente no processo já há 10 anos. Por fim, entendo que o
conhecimento e a mudança interior precisam ser feitos por cada um em particular, sem
seguir dogmas, ou gurus, ou alguém em especial. Não estamos sozinhos, mas temos
amigos do astral e a turma do bem que sintoniza no mesmo caminho.”
Essa coragem de desvendar os véus é um baita mergulho mesmo neste mundo
desconhecido, neste ambiente mais sutil e profundo. E isso pode ser feito até mesmo de
forma literal, tal como adorei saber neste depoimento:

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“Gosto de mergulhar, aliás, sou mergulhadora mesmo! Fazer o curso de
mergulho foi sensacional rsrsrs Poder entrar no mundo subaquático foi uma das
experiências mais renovadoras da minha vida.”
Magnífico isso, não é mesmo? A Casa 12 está associada ao Elemento Água. E
mergulhar na água pode ter esse efeito curativo e renovador (Plutão) para quem tem esse
astro na Casa 12. E tenho clientes e parentes com Plutão na Casa 12 que não sabem nadar.
Têm um medo enorme de morrerem (Plutão) afogadas (Casa 12). Vejo isso também em
quem tem Plutão na Casa 4 e na Casa 8 (as outras Casas associadas ao Elemento Água).
A Casa 12, portanto, está associada às “águas emocionais”. Às mais diversas
emoções. As mais profundas e abrangentes emoções. Ao oceano do inconsciente. Plutão
na Casa 12 pode representar esse medo (Plutão) do mundo emocional (Casa 12). E ao
mesmo tempo é aquele impulso de se tornar cada vez mais íntimo (Plutão) das emoções
(Casa 12).
“Acho que passo muitos momentos viajando na maionese, mais lá do que aqui na
terra e no presente. Fico revivendo cenas do passado, emoções… e quando me conecto
com isso… haja Cristo pra me defender e me trazer de volta.”
“Ultimamente tem surgido alguns questionamentos e problemas que ainda não
compreendo a causa e, portanto, ainda não busquei a cura. Me pergunto “por que sou
assim?” “por que essas coisas acontecem comigo?” Tenho pra mim que elas tem uma
explicação, como não encontro… não sei por onde corrigir.”
“Amo conhecer o inconsciente e o emocional. Sem entrar em contato com essa
parte não há processo de cura, de autocura, de crescimento interior.”
“Passo quase sempre o tempo todo nesse estado de introspecção, de retiro, mas
não tenho medo de me vasculhar ainda mais. Estou sempre e constantemente fazendo
isso. O conhecimento nunca acaba.”
Essa sensação infindável e oceânica de não ter fundo nem limite para a Casa 12 é
belissimamente compreendida quando entendemos a associação dessa Casa com o
Karma. As reações, resultados e consequências de ações do passado. E não apenas do
nosso passado. Mas o passado de nossa família e até da humanidade. Plutão na Casa 12
pode se deparar com um karma (Casa 12) bem trágico, dramático e impactante (Plutão).
E que vem de gerações e gerações até chegar a nós. Casos de suicídio de pais ou outros
parentes como histórico de vida que herdam. Casos de vícios e doenças crônicas ou
terminais dos pais, avós e antepassados.
Eu digo sempre que a cura de quem tem Plutão na Casa 12 (seja de um vício, um
sintoma, um medo, etc.) não é uma cura particular e pessoal da própria pessoa. Ela está
curando também um passado familiar ou mesmo coletivo. Ela está limpando um karma e
tanto...
Pessoas com Plutão na Casa 12, depois de passarem pela cura (Casa 12) de uma
perda, uma morte, um suicídio, bem como de um vício ou doença, descobrem que podem
ajudar profundamente outras pessoas a também se curarem. Alguns que têm Plutão na
Casa 12 fazem isso de forma explícita, atuando mesmo como curadores, terapeutas ou
profissionais da saúde, dentro de instituições de caridade, hospitais, consultórios, etc.

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Outros fazem isso sem fazer alarde, mas com sua simples presença curativa. Muitas vezes,
servindo de exemplo de superação e renascimento para outras que ficam sabendo do que
já passaram e do quanto ressurgiram. Fazem isso informalmente, em silêncio,
naturalmente no dia-a-dia.
“Por onde passo procuro esclarecer as pessoas, a fim de tirá-las da escuridão,
da escravidão. Fazê-las pensar e optar livremente pelo próprio caminho. Creio estar
conseguindo.”
“Tenho consciência do poder das minhas emoções e força psíquica, um amigo
já me disse que foi através de mim que ele enxergou um novo mundo, através de muitos
de meus conhecimentos, e até da forma como lido com os problemas.”
“Controladora: essa é a parte doída, rsrrs. A gente esclarece, põe no caminho e
depois tem de deixar ir embora, rsrsr. Mas sou consciente que reter e controlar é uma
forma de escravizar, então opto por esperar que outros cheguem e deixo aqueles
partirem.”
“Se percebo algo e sei que aquilo parecerá louco demais, fico na minha. Não saio
curando e fazendo terapia ou sessão mediúnica por aí. Aprendi a fazer isso só quando
necessário ou quando sou paga. Então, tenho o meu dia de acessar o mundo espiritual,
se vou trabalhar com constelação estou num lugar próprio, nos atendimentos de
coaching eu também me preparo e só faço isso se estou sendo paga.”
“Sobre as emoções, a cada dia que passa tenho aprendido mais e mais a lidar
com as minhas, tento não jogar nada debaixo do tapete, e sim encarar mesmo.”
Todo esse processo plutoniano de libertação e cura dificilmente é alcançado se a
pessoa com Plutão na Casa 12 não faz as pazes com a solidão. Pode ter terror (Plutão) de
ficar sozinha (Casa 12). Porque sabe que alguém pode chegar para lhe sussurrar algum
segredo sobre você, sua família, seu passado, seu karma. Esse alguém é Plutão, é sua
faceta que sabe visceralmente o que há por trás dos véus. Mas que pode preferir evitar,
fugir, escapar.
“Por vezes eu prefiro fingir demência, para as pessoas não verem meu lado mais
doce, bondoso, e isso me deixar vulnerável. Atuo muito nesse papel, e parece até que não
sei nada da vida, das dores e horrores que um ser humano pode viver dentro da própria
mente, aprisionado por ele mesmo! A verdade é que eu tenho medo do que posso fazer
com esse poder de influenciar pessoas, pq eu consigo sentir exatamente o que elas estão
buscando e ansiando, mas aos mesmo tempo me saboto com inocência, fingindo que não
sei de nada.”
“Tenho sim, muita raiva de não ter continuado minhas experiências com a
Ayahuasca, pra me conhecer mais, tenho muita raiva por passar horas e horas assistindo
vários vídeos de autoconhecimento, espiritualidade, transcendência, e não conseguir
mudar nada em mim, em ficar na inercia e não conseguir partir para a pratica.”
“Já passei por fases de não acreditar em nada, nem em mim mesma, de puro vazio
existencial, impotência diante dessas crises, e me deixei levar por pensamentos
aterradores, do tipo que eu ia morrer sozinha sem ninguém, vazia de sentimentos, de

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esperanças e fé. Foi horrível, e pra mim foi uma derrota, só depois de muito sofrimento,
como forma de punição, é que bati a poeira e levantei do chão.”
Portanto, mergulhar mesmo em si por meio desses retiros, reflexões e terapias que
demandam um isolamento faz a pessoa de Plutão na Casa 12 perceber uma verdade: não
há solidão. Você pode estar só. Mas está preenchido pelo sentimento de unicidade, de
sintonia, de ligação com o Todo.
“É só no que eu penso, desde a hora em que levanto até a hora em que me deito,
“Como posso chegar mais perto de deus, do cosmo, do universo, sair da materialidade,
me entregar ao desconhecido, relaxar e deixar as coisas fluírem???” Para evitar essa
derrota, vou “tomando pílulas” de autoconhecimento, dia pós dia, para não deixar esse
desejo morrer dentro de mim.”
“Na verdade, a minha busca tem sido essa, “a conexão com Deus, com a
espiritualidade”, eu tenho medo de perder essa vontade de buscar essa conexão, ou de
me perder no meio do caminho, com alguma ilusão da minha mente.”
“Então plutão na 12 é total sintonia com o Espirito Santo de Deus que é a única
pessoa qualificada a nos orientar no caso a minha jornada. A saída é pelo espiritual.”

“Quando fazia enfermagem, ou quando trabalhava com terapias me sentia plena


ao findar uma sessão, ao ver a pessoa sair melhor. Quando estou me conhecendo mais
ou descobrindo mais algum aspecto interior, me sinto em conexão com o divino, me sinto
mais inteira, sinto que quanto mais minha vida vai em direção a esse caminho, que é
infindável, mais me sinto preenchida, mais me encontro com minha razão de existir, mais
me entendo comigo mesma e entendo o meu propósito de vida.”
“Não tenho medo de perder a conexão com deus, com a espiritualidade porque
simplesmente sei que isso é impossível, sou uma buscadora e estou perseverando nessa
busca, porque ela só me faz bem. Encontrar-me com meus fantasmas, desbloquear e
saber lidar com a dualidade existente dentro de mim mesma só me faz cada vez mais
liberta, que é o que mais prezo: liberdade.”
Sair da sensação de completo abandono, solidão e vazio existencial abissal para
alcançar esse sentimento de conexão, de sintonia, de completude costuma ser uma das
reviravoltas plutonianas para quem tem Plutão na Casa 12. O renascimento da fé e da
verdadeira entrega ao Desconhecido, a Deus, ao Fluxo, à Vida.
Por meio de rituais, técnicas, terapias, descanso, meditação. Por meio de ajuda
médica ou do próprio médico interno. Por meio de oração, estudos, conhecimentos e
práticas espirituais-religiosas. Por meio do mergulho em seu mundo íntimo-emocional-
psíquico. Seja de que maneira for, essa busca saudável por estar em plena sintonia e
conexão com o Todo norteia poderosamente a vida de quem tem Plutão na Casa 12. Pode
fazer cada um de nós se sentir vivo. Mas de uma maneira mais intensa, profunda e
impactante para quem tem esse astro aqui, na Casa 12.
A partir daí, dessa receptividade a um Poder Elevado, a pessoa com Plutão na
Casa 12 vai conscientemente – e com muita paixão e tesão – doar essa sua força psíquica,
emocional, compassiva e amorosa formal ou informalmente às outras pessoas. E sentir

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aquele êxtase de plenitude que só uma Casa 12 pode fazer por se sentir abençoada, grata
a tudo e todos, por tudo!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tenho três ebooks já escritos. Dois de Astrologia e um de Tarot.

Ebook ASTROLOGIA PARA TODOS: http://yubmiranda.com.br/e-books-de-


yubmiranda/ebook-astrologia-para-todos/

Ebook SATURNO: http://yubmiranda.com.br/e-books-de-yubmiranda/saturno-como-


vencer-seus-medos-e-realizar-seus-sonhos/

Ebook PREVISÕES COM OS ARCANOS MAIORES DO TAROT: http://yubmiranda.com.br/e-


books-de-yubmiranda/previsoes-com-os-arcanos-maiores-do-taro/

E agora finalizo o quarto e-book. Este que você acaba de ler. Sobre Plutão.
Ele representa a realização de um longo período de pesquisas e entrevistas (por
Skype e por escrito). E também de um grande sonho. Ao ler os livros do Irvin D. Yalom,
eu ficava imaginando escrever um com vários casos reais, tal como ele fez em vários. Eu
considero muito rico esse compartilhar de exemplos práticos! Creio que consegui. Sinto-
me muito feliz por ter enriquecido este ebook com tantos depoimentos dos “voluntários
plutonianos.”
Agradeço a cada um(a) de vocês que trouxe mais utilidade para este conteúdo. Eu
fiquei tão impactado com os depoimentos daqueles que têm Plutão na Casa 6 como eu...
Precisava colocar essas frases e vivências compartilhadas para cada Plutão. Para Plutão
em cada Casa. Para que vocês pudessem sentir o que eu senti lendo experiências tão
similares às minhas. Sou MUUUITO grato a cada um(a) de vocês...
Ah! E se você que acabou de ler o ebook, quiser responder por escrito aquele
questionário sobre seu Plutão, eu ficarei eternamente grato se você puder me enviar as
respostas. Envie para meu email: yubmiranda@yahoo.com.br
Quero continuar aprendendo com a experiência de vocês. Suas respostas me
permitirão aprimorar ainda mais meu olhar interpretativo sobre Plutão. E, assim, terei
melhores condições de ajudar meus próximos clientes quando eu for interpretar o Plutão
do Mapa Natal deles. Bom, você sabe, eu tenho Plutão na Casa 6 e sou apaixonado
(Plutão) por aprimorar diariamente minhas técnicas para ser mais útil (Casa 6) através do
meu trabalho (Casa 6). 
Beijãozão nocês...
Yub
www.yubmiranda.com.br

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