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SISTEMA ABO

Júlia Neves - 2023

A figura mostra a membrana celular de hemácia e alguns dos


antígenos dos grupos sanguíneos que a ela estão associados. A
membrana celular contem três tipos de proteínas que
carregam antígenos de grupo sanguíneo: proteínas de
passagem única, proteínas de passagem múltipla, e proteínas
ligadas a glicosil-phosphatidil-inositol (GPI).

Os mais importantes são o Rh e o ABH, pois há probabilidade


de haver reação. Nos demais pode haver reação, mais é mais
difícil.

O alelo IA e IB produzem enzimas que convertem o antígeno H em A e B, respectivamente. O alelo i forma um


enzima inativa que não converte o antígeno H em nada.
Para produzir o antígeno H precisa de um alelo H que vai produzir uma enzima H que vai converter um precursor de
H em H, o que é importante para o Bombaim, em que não há antígeno H, porque não possui o alelo, não produz a
enzima e não converte o precursor em H.

O indivíduo do grupo A naturalmente produz anticorpos anti-B, pois os açúcares da nossa microbiota são
semelhantes aos antígenos do ABH, então já há sensibilização prévia antes mesmo do contato com outro tipo
sanguíneo.

Transfusão
Doação de hemácias é diferente da doação de soro.
Na doação de hemácias estudamos que O é doador universal, AB é receptor universal.
Na doação de soro é o oposto (se for cobrar, vai ser esse tipo). O soro do indivíduo O, por exemplo, tem anticorpo
anti-A e anti-B, logo, um indivíduo A ou B não pode receber esse soro, sendo o O, nesse caso, um receptor (e não um
doador) universal. Enquanto isso, o AB é doador universal, pois não possuem anticorpos no soro. Então, os grupos A
ou B só podem receber soro do AB ou dos seus respectivos grupos A e B.

Aglutinação do Sistema ABO


Usa-se anti-A, anti-B e anti-D (para medir o Rh)
Onde aglutinar é porque houve reação. Se aglutinar no anti-B é porque é B, se aglutinar só no anti-A é porque é A, se
aglutinar nos dois é porque é AB e se não aglutinar em nenhum é porque é O.
A maior parte dos indivíduos é O ou A.
O grupo A possui subclassificações, podendo ser A1 (80%) e A2. Na prática, não há diferença.
O B também possui variantes que não fazem tanta diferença na prática.

Síndrome de Bombaim
Pode ter o alelo IB ou IA, mas não produz enzima para converter o H em B
ou A, porque não tem a enzima para converter o precursor H em H.
Produzem anticorpos para a substância H, antígenos A e B. Então, esses só
podem receber sangue de indivíduos hh (que também são fenótipo
Bombaim).
São doadores universais de hemácias.

O anticorpo produzido contra o antígeno H mais comum é o IgM, que não atravessa a placenta (difícil ter doença
hemolítica).

Os fenótipos H comuns são secretor ou não secretor.


Não-secretor: genótipo recessivo (se/se)
Secretor: genótipo dominante (Se/se ou Se/Se)

Sistema Rh
Se tiver D é Rh positivo, se for homozigoto para d vai ser Rh negativo, podendo produzir anticorpor anti-Rh se for
previamente sensibilizado (não é como no sistema ABH que a própria microbiota gera sensibilidade).
A maior parte é Rh positivo.
Há também o RhCE, além do RhD. É pouco expresso e não muito importante.

A importância do Rh está relacionada a eritroblastose fetal. Uma mulher Rh negativa (dd) possui um filho Rh
positivo (Dd) e durante a gestação, a princípio, não há problema, pois a troca de sangue é mínima e raramente
sensibiliza. O problema é que no parto há contato do sangue negativo da mãe com o positivo do filho, o que faz com
que a mãe seja sensibilizada, produzindo anticorpos anti-Rh que, em próxima gestação, pode levar a hemólise das
hemácias do filho positivo, podendo gerar aborto. Para resolver isso, dá-se um medicamento para evitar a
sensibilização da mãe, pois destrói hemácias Rh do filho.

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