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TESTES

IMUNO-HEMATOLÓGICOS
Clécia M. C. Oliveira
Farmacêutica

2016
Imuno-Hematologia

O que é Imuno-hematologia e qual o seu papel


em uma unidade de Hemoterapia?
Imuno-hematologia é uma ciência complexa
que inclui conhecimentos de imunologia,
hematologia, genética clássica e molecular, no
estudo de antígenos, anticorpos e a interação
entre eles.
A Imuno-hematologia estuda, mais amplamente,
a compatibilidade entre componentes sanguíneos
e os receptores destes hemo-componentes,
geralmente indivíduos portadores de doenças
imuno/onco-hematológicas.
Na Unidade de Hemoterapia, o setor de
Imuno-hematologia é fundamental para subsidiar
as pesquisas pré e pós-transfusionais realizadas
entre o sangue do doador e do receptor, a fim de
evitar reações indesejadas no momento da
transfusão de hemocomponentes.
O que fazemos no laboratório de
Imuno-hematologia eritrocitária?
Laboratório de pacientes:

1. Fenotipagens: identificam a presença ou não dos


antígenos:
a) Fenotipagens primordiais: pesquisa dos antígenos do
sistema ABO e antígeno D (sistema Rh).
b) Realização de outras fenotipagens: pesquisa de
antígenos dos demais sistemas (EX: Rh, K, Jk, etc),
realizadas geralmente em pacientes
politransfundidos, que fizeram transplante de medula
óssea, mulheres em idade fértil que receberão
transfusão de glóbulos vermelhos, entre outros.
O que fazemos no laboratório de
Imuno-hematologia eritrocitária?
2. Pesquisa de anticorpos irregulares no soro (P.A.I.)

e ligados às hemácias (T.A.D.).

3. Identificação de anticorpos irregulares no soro e


eluato (painel de hemácias).

4. Investigação de patologias auto-imunes.

5. Compatibilização pré-transfusional (provas


cruzadas).

6. Investigação de intercorrências transfusionais.


ROTINA DA AGÊNCIA TRANSFUSIONAL

1. . Recebimento da solicitação de transfusão;

2. Coleta de amostra;

3. TESTES PRÉ-TRANSFUSIONAIS;

4. Procedimentos especiais em hemocomponentes;

5. Liberação dos hemocomponentes para transfusão


ANVISA/MS -PORTARIA N° 158/16
-RDC N° 34/14
TESTES
. PRÉ-TRANSFUSIONAIS
OBRIGATÓRIOS:
Transfusão de hemocomponentes eritrocitários:

Tipagem ABO (direta e reversa) no sangue do receptor;


Determinação do fator Rh(D), incluindo pesquisa de D
"fraco“ no sangue do receptor;
Pesquisa de anticorpos irregulares (PAI) no sangue do
receptor;
Prova de compatibilidade, entre as hemácias do doador
e o soro ou plasma do receptor;
Retipagem ABO e Rh no sangue do doador
TESTES PRÉ-TRANSFUSIONAIS
OBRIGATÓRIOS:

Transfusão de hemocomponentes
plaquetários:

Tipagem ABO (direta e reversa) no sangue do


receptor;
Determinação do fator RhD;
Pesquisa de anticorpos irregulares (PAI) no
sangue do receptor.
TESTES PRÉ-TRANSFUSIONAIS
OBRIGATÓRIOS:

.
Transfusão de hemocomponentes plasmáticos
e crioprecipitado:

Tipagem ABO (direta e reversa) no sangue do


receptor;
Determinação do fator RhD no sangue do
receptor;
Conceitos:
Antígenos de grupos sanguíneos
.
Substâncias presentes na membrana das
hemácias, inofensivas ao próprio indivíduo, mas
que podem induzir a produção de resposta imune
específica em outro organismo, quando
reconhecidas como estranhas, em caso de
transfusões/ gestações.
Antígenos de grupos sanguíneos

.
Modelo de membrana eritrocitária

.
Antígenos de grupos sanguíneos

São agrupados em sistemas de acordo com


algumas de suas características genéticas

São descritos 346 antígenos eritrocitários

308 agrupados em 36 sistemas


Número Systema ISBT gene (HGM name) No. de Antígenos

001 ABO ABO 4


002 MNS MNS (GYPA, GYPB, GYPE) 43
003 P P1 1
004 Rh RHD, RHCE 49
.
005 Lutheran LU (B-CAM) 18
006 Kell KEL 23
007 Lewis LE (FUT3) 3
008 Duffy FY 6
009 Kidd JK (SLC4A14) 3
010 Diego DI (AE1, SLC4A1) 18
011 Yt ACHE 2
012 Xg XG 1
013 Scianna SC 3
014 Dombrock DO 5
015 Colton CO (AQPI) 3
016 Landsteiner-Wiener LW (ICAM-4) 3
017 Chido/Rodgers C4A, C4B 9
018 Hh H (FUT1) 1
019 Kx XK 1
020 Gerbich GE (GYPC) 7
021 Cromer CROM (DAF) 10
022 Knops KN (CR1) 5
023 Indian IN (CD44) 2
024 Ok OK (CD147) 1
025 Raph RAPH (CD151) 1
026 JMH JMH (CD18) 1
027 I I (IGNT) 1
028 P P (βGalT3) 1
029 GIL GIL (AQP3) 1
Conceitos:

ANTICORPOS
.
 São imunoglobulinas produzidas com a função de
neutralizar e eliminar o antígeno que estimulou a sua
produção.
Classificação:
• Naturais:formam-se sem necessidade de contato
prévio com o antígeno. Ex:Anticorpos ABO
• Imunes:formam-se após ativação do sistema imune.
Ex: transfusão, gravidez
REAÇÃO ANTÍGENO x ANTICORPO
Sistema ABO
Histórico.
1900 – Landsteiner
Grupo A, B e O

1902 – Castello e Sturli


Grupo AB

Nesses experimentos, verificou-se que ocorria uma


aglutinação dos glóbulos vermelhos devido à fixação
de anticorpos aos antígenos específicos localizados na
membrana.
Sistema ABO

O. sistema ABO é o mais importante na prática


Transfusional.
Nunca se deve transfundir sangue contendo
antígenos ABO ao receptor que não o possua.
A reação entre os anticorpos do receptor e os
antígenos do doador pode ter consequências
transfusionais hemolíticas graves, que podem levar a
morte em um período de 10 a 20 minutos, após a
transfusão de apenas 100 ml de concentrados de
hemácias”.
Sistema ABO

.Regra transfusional:
Sistema ABO
•A classificação do sistema ABO tem como princípio a pesquisa dos
.
antígenos ABO fixados na membrana da hemácia e anticorpos Anti-
ABO presentes no soro do paciente.

•Esta classificação define o grupo sanguíneo de um indivíduo, e se


dá por 2 provas:

Prova Direta: pesquisa dos antígenos fixados nas hemácias do


paciente. Deve ser feita com soros comerciais conhecidos Anti-A,
Anti-B e Anti-A,B.

Prova Reversa: pesquisa do anticorpo no soro do paciente. Deve


ser feita com hemácias comerciais A e B

A prova reversa é uma contra-prova fundamental para a conclusão


do exame.
Sistema ABO

.
Os anticorpos do Sistema ABO aparecem
espontaneamente após 3-6 meses de idade,
através de estímulos passivos:Bactérias do trato
gastrointestinal +(Açúcares dominantes
semelhantesA/B)
Tem pico de produção no período entre 5-10
anos e diminuição progressiva na velhice.
Passam a ser Ac Naturais/Regulares
TIPAGEM ABO
.
Métodos:
-Lâmina (em desuso)
-Tubo
-Microplacas
-Gel centrifugação Automação
-Biologia molecular
TIPAGEM ABO (Técnica em tubo)

.
TIPAGEM ABO (Técnica em tubo)
reação de hemaglutinação

.
TIPAGEM ABO (Técnica em tubo)
. Intensidade das reações de hemaglutinação

NEGATIVO: nenhum aglutinado Aglutinados médios/sobrenadante


claro

2+
Vários aglutinados pequenos/
sobrenadante avermelhado Alguns aglutinados grandes

+/-
3+
Aglutinados pequenos/ Botão sólido/nenhuma célula livre
sobrenadante avermelhado

1+ 4+
Sistema ABO
O. grupo ABO só pode ser definido se existir
concordância entre os resultados destas duas
provas, que devem ser interpretados da seguinte
forma:
Prova Direta Prova Reversa Antígeno Anticorpo Grupo
(antígeno) (anticorpo) Sanguíneo
Anti-A Anti-B Anti-AB Hm A Hm B
+ - + - + A Anti-B A
- + + + - B Anti-A B
+ + + - - AeB Ausente AB
- Anti-A e Anti-B O
- - - + +
TIPAGEM ABO (Técnica em Gel)

• .Maior sensibilidade
• Padronização na intensidade de aglutinação
no momento da leitura do resultado
• Testes estáveis por 2 dias
• Realização de teste de Coombs sem
lavagens de hemácias
• Menor contato do profissional com o sangue
(biossegurança)
TIPAGEM ABO (Técnica em Gel)

.
TIPAGEM ABO (Técnica em Gel)
Escala de aglutinação
.
Automação
.
Sistema RhD
Histórico:
1939: Levine e Stetson atribuem uma
Doença Hemolítica Perinatal (DHPN) à atividade
de anticorpos maternos contra suas hemacias;
1940: Landsteiner e Wiener produziram
Anticorpos por meio da imunização de
Coelhos com hemácias de macaco Rhesus
.
Sistema RhD
Doença Hemolítica Perinatal
Sistema RhD
.Do ponto de vista da prática transfusional é o
segundo mais importante, depois do ABO, devido à
imunogenicidade de seus antígenos.
Sistema RhD

Os principais antigenos do Sistema Rh são:


D, C, c, E, e

Determinação Rh: determinação do antígeno D do


Sistema Rhesus nas hemácias do paciente.
Sistema RhD
•Método direto
–Verificação da presença de antígeno Rh nas
hemácias do paciente.
–As técnicas são as mesmas utilizadas para
verificação do sistema ABO: tubo, gel, microplacas,
biologia molecular
–A reação de aglutinação positiva indica a presença
do antígeno D na membrana.
– A reação de aglutinação negativa nem sempre
indica ausência de antígeno D na membrana –
presença de D fraco
Sistema RhD
.Técnicas de tipagem Rh
Sistema RhD

Controle Rh: é um reativo controle com


ausência de anticorpo Anti-D e de qualquer
outro tipo de anticorpo para todos os
sistemas eritrocitários.
Tem por finalidade detectar erros ou
patogenias existentes no paciente que resulte
numa reação positiva do controle. (Exemplo:
casos de hiperproteinemia).
Sistema RhD
.Interpretação:
Maioria das hemácias D positivas:
- aglutinação clara macroscópica (botão) após
centrifugação c/ anti-D
Algumas hemácias D-positivas: demonstração do Ag
D requer:
- incubação prolongada c/ reagente anti-D ou
-adição de soro antiglobulina após incubação c/
anti-D
-Estas hemácias são consideradas D-positivas
Sistema RhD
D-Fraco :
Fenótipo D-fraco: número reduzido de antigeno RhD
por hemácia
Individuo D-fraco deve ser considerado como D
positivo e podem determinar aloimunização
materno-fetal
Sistema RhD

“Se a tipagem Rh do receptor não puder ser definida


e a transfusão for essencial, deve ser
administrado sangue Rh negativo”.
PESQUISA DE ANTICORPOS IRREGULARES
(PAI) OU COOMBS INDIRETO)
 O P.A.I. tem como objetivo pesquisar no soro do
paciente a presença de aloanticorpos irregulares
voltados contra antígenos clinicamente
significantes de importância transfusional e/ou
gestacional.
 Os anticorpos clinicamente significantes são os
anticorpos contra antígenos eritrocitários
(principalmente contra os sistemas Rh, Kell,
Duffy, Kidd, Lewis, MNSs
PESQUISA DE ANTICORPOS IRREGULARES
(PAI) OU COOMBS INDIRETO)
 A PAI pode impedir de um receptor com um
anticorpo clinicamente significante seja
transfundido com hemácias que apresentam o
antígeno correspondente. Esta técnica deve ser
feita no soro de todos os pacientes antes de
qualquer transfusão.
 A detecção de anticorpos é realizada testando o
soro do paciente contra 2 e/ou 3 células de
hemácias de reagentes de doadores fenotipados
para a maioria dos antígenos comuns,
preparadas comercialmente.
PESQUISA DE ANTICORPOS IRREGULARES
(PAI) OU COOMBS INDIRETO)
.

Técnica: liss/coombs, albumina, enzima, frio


Métodos: tubo, gel
Resultado:
•Ausença de aglutinação: negativo
•Presença de aglutinação:positivo
PESQUISA DE ANTICORPOS IRREGULARES
(PAI) OU COOMBS INDIRETO)

. Técnica em tubo:
Hemácias I e II + soro do paciente
•1ª fase: fase salina temperatura ambiente
•2ª fase: fase protéica temperatura ambiente -
albumina bovina 22% ou uso de potencializador
•3ª fase: fase protéica quente - 37ºC
•4ª fase: fase de Coombs
PESQUISA DE ANTICORPOS IRREGULARES
(PAI) OU COOMBS INDIRETO)

Reação
positiva
PESQUISA DE ANTICORPOS IRREGULARES
(PAI) OU COOMBS INDIRETO)

. NTIGRAMA
A
PESQUISA DE ANTICORPOS IRREGULARES
(PAI) OU COOMBS INDIRETO)

PAI geralmente está positivo em pacientes


politransfundidos e multíparas, que sensibilizados,
possuem anticorpos contra os antígenos presentes
nas hemácias de triagem.
Transfusão de hemácias contendo antígeno
incompatível em um receptor com baixos níveis de
anticorpo pode resultar em uma rápida produção de
anticorpos, com consequente destruição das
hemácias transfundidas.
PESQUISA DE ANTICORPOS IRREGULARES
(PAI) OU COOMBS INDIRETO)

.Técnica em gel:

-Cartão Gel Coombs


-Hemácias I e II (50 µl)
-Soro do paciente (25 µl)
-Incubação 37°C – 15 min.
-Centrifugação – 10 min.
-Leitura
-Resultado: positivo ou negativo
PESQUISA DE ANTICORPOS IRREGULARES
(PAI) OU COOMBS INDIRETO)

ATENÇÃO!
.

 Os testes PAI que forem positivos, deverá ser


realizado a identificação(s) do(s) anticorpo(s).
 Neste caso, a transfusão de hemácias deve ser
célula antígeno(s) - negativo(s) para o anticorpo
identificado.
IDENTIFICAÇÃO DE ANTICORPOS IRREGULARES
(IAI)
A IAI tem como princípio a identificação de anticorpos
eritrocitários irregulares desenvolvidos pela ausência dos
respectivos antígenos correlatos dos sistemas sanguíneos
pela utilização de um Painel de Identificação, constituído de
várias hemácias fenotipadas e caracterizadas por diagrama
com as características de cada anticorpo de importância
clínica.
Atualmente os kits disponíveis no mercado podem variar a
quantidade de hemácias que caracterizam este painel (de 10
a 15 hemácias).
Métodos: os mesmos utilizados na PAI: tubo e gel
IDENTIFICAÇÃO DE ANTICORPOS IRREGULARES
(IAI)
Os resultados do IAI devem ser interpretados pela análise
do diagrama de antígenos específicos do Painel.
A caracterização do anticorpo deverá estar de acordo com
a coluna vertical do diagrama referente a cada antígeno dos
Sistemas Eritrocitários (coluna horizontal).
Os resultados do soro pesquisado deverão ser similares à
coluna referente ao anticorpo identificado. Esta igualdade
dará o resultado do anticorpo presente no respectivo soro.
É possível que um mesmo material contenha mais um de
anticorpo.
Anticorpos clinicamente significantes: ABO, Rh, K, Fy, JK,
SsU, Di
IDENTIFICAÇÃO DE ANTICORPOS IRREGULARES
(IAI) .ANTIGRAMA
Rh Kell Duffy Kidd MNS Resultado
FENOTIPO
D C E c e Cw K k Fya Fyb Jka Jkb M N S s Sal 37ºC LISS Pap
AGH

1 R1w R1 + + 0 0 + + 0 + 0 + + 0 0 + + + 0 0 2 4
2 R1 R1 + + 0 0 + 0 + + + 0 0 + + + + + 0 0 2 4
3 R2 r + 0 + + + 0 + 0 + + + + + + 0 + 0 0 0 0
4 R1 R2 + + + + + 0 0 + + 0 + 0 + + + 0 0 0 2 4
5 R2 R2 + 0 + + 0 0 0 + + + + + 0 + 0 + 0 0 0 0
6 r r 0 0 0 + + 0 + + 0 + + 0 0 + 0 + 0 0 0 0
7 r r 0 0 0 + + 0 0 + 0 + 0 + + 0 0 + 0 0 0 0
8 r r 0 0 0 + + 0 0 + + + + + + 0 + + 0 0 0 0
9 r” r 0 0 + + + 0 0 + + 0 + 0 + 0 + 0 0 0 0 0
10 r’ r 0 + 0 + + 0 0 + 0 + + + + + 0 + 0 0 2 4
11 Auto 0 0 0 0
IDENTIFICAÇÃO DE ANTICORPOS IRREGULARES
(IAI)

Para estas identificações é importante o


treinamento do profissional envolvido para a correta
correlação dos antígenos presentes e os anticorpos
Identificados.
PROVA CRUZADA (PROVA DE
COMPATIBILIDADE

Finalidade de determinar a presença de


anticorpos pré-formados no sangue do
receptor contra as células do possível doador
Testa os glóbulos vermelhos do doador
contra o soro do receptor
PROVA CRUZADA (PROVA DE
COMPATIBILIDADE
Técnicas:
Tubo
Gel

Técnica em tubo:

TUBO DE HEMÓLISE
HEMÁCIAS DO DOADOR 1 GOTA DE SUSPENSÃO 5%
SORO DO RECEPTOR 2 GOTAS
PROVA CRUZADA (PROVA DE
COMPATIBILIDADE
Técnica em tubo:

Temperatura ambiente
 Meio protéico
37ºC
Coombs
Resultado:
Ausência de aglutinação: compatível
Presença de aglutinação: incompatível
PROVA CRUZADA (PROVA DE
COMPATIBILIDADE
.
Técnica em Gel:

GEL COOMBS
HEMÁCIAS DO DOADOR 50 µL DE SUSPENSÃO 1%
SORO DO RECEPTOR 25 µL

Incubação: 37°C – 15 minutos


Centrifugação – 10 minutos
Leitura
Resultado:
-Ausência de aglutinação: compatível
-Presença de aglutinação: incompatível
PROVA CRUZADA (PROVA DE
COMPATIBILIDADE

A Prova Cruzada é importante porque é através dela que se


pode detectar:
- Erros nas tipagens ABO do doador e do receptor;
- Anticorpos irregulares clinicamente significantes não
detectados na PAI do receptor;
-Anticorpos contra antígenos de baixa freqüência presentes
nas hemácias do doador.

No entanto, a prova cruzada não previne a imunização,


nem acusa todos os erros de tipagem.
PROVA CRUZADA (PROVA DE
COMPATIBILIDADE

Um resultado positivo na prova cruzada requer


maiores estudos, sendo que o paciente não deverá
ser transfundido até que a causa da
incompatibilidade tenha sido completamente
esclarecida
TESTE DIRETO DA ANTIGLOBULINA (TAD)
OU COOMBS DIRETO
Finalidade: pesquisa a presença de hemácias
sensibilizadas por anticorpos e/ou frações de
complemento.

Aplicações laboratoriais:
• Estudo da Doença Hemolítica Peri-Natal
• Anemia Hemolítica Auto-Imune
• Hemólise induzida por drogas
• Reações hemolíticas imunes pós-transfusionais
TESTE DIRETO DA ANTIGLOBULINA (TAD)
OU COOMBS DIRETO
. DESCRIÇÃO DA TÉCNICA:
1- Lavar as hemácias teste 3 à 4 vezes em salina
preparar uma suspensão de 3 à 5% em salina.
2- Identificar dois tubos ( IgG, Poli) e acrescentar 1
gota de suspensão de hemácias em cada tubo;
3- Adicionar de 1 a 2 gotas do soro antiglobulina
correspondente a cada tubo;
4- Misturar e centrifugar de 3000 a 3600 rpm por 15-
20 segundos;
5- Ressuspender gentilmente e examinar a
aglutinação. Registrar os resultados.
TESTE DIRETO DA ANTIGLOBULINA (TAD)
OU COOMBS DIRETO
.
Reação
positiva
ELUATO
A
. técnica do Eluato é utilizada para a identificação de
anticorpos quando o TAD está positivo.

É utilizada na investigação da Doença hemolítica perinatal

Tem como princípio a liberação do anticorpo por ruptura


da membrana da hemácia.

A partir do Eluato é possível fazer a identificação do


anticorpo irregular (IAI) usando a técnica de Coombs
Indireto
ELUATO

.
Técnicas:

LUI - eluição de anticorpos fixados às hemácias


por congelamento e descongelamento,

Diacidel (eluição por meio ácido).


FENOTIPAGEM ERITROCITÁRIA

A fenotipagem tem como principio a interação antígeno-


anticorpo visualizada pela reação de aglutinação das
hemácias estudadas em presença dos Anti-soros específicos.

 Tem como objetivo a pesquisa de antígenos fixados na


hemácia pesquisada.

O uso da fenotipagem na Hemoterapia é muito importante


para a escolha do concentrado de hemácia mais compatível
para o paciente quando este apresenta anticorpos de
significado clínico importante
FENOTIPAGEM ERITROCITÁRIA
 Através da fenotipagem eritrocitária é possível aumentar
a disponibilidade de hemocomponentes compatíveis e
proporcionar transfusões com o menor risco de reações,
pois os antígenos são diferenciados previamente e os
hemocomponetes são identificados de acordo com o
fenótipo eritrocitário.
 Principais sistemas para fenotipagem:
 Sistema Rh e Kell (rotina)
 Sistema Duffy (Fy)
 Sistema Kidd (JK)
Estendida
 Sistema MNS
 Sistema Diego (Di)
FENOTIPAGEM ERITROCITÁRIA

Para determinar a fenotipagem eritrocitária utilizam-se


soros comerciais, seguindo a técnica conforme
recomendações do fabricante do anti-soro,
Pode se utilizar a técnica em tubo ou gel centrifugação
Ler e interpretar as reações e anotar os resultados em graus
de aglutinação,
Se houver presença de aglutinação indica reação positiva
para o antígeno correspondente,
Ausência de aglutinação indica reação negativa para o
antígeno correspondente.
Este teste apresenta um custo bastante elevado, não sendo
feito de rotina.
FENOTIPAGEM ERITROCITÁRIA

.Anti-soros
FENOTIPAGEM ERITROCITÁRIA

.Gel centrifugação
FENOTIPAGEM
.
ERITROCITÁRIA

Limitações:

A presença de hemácias do doador na circulação


do paciente com transfusão recente dificulta a
correta identificação do perfil antigênico,
impossibilitando a seleção adequada do sangue a
ser transfundido.

Alternativa: genotipagem de grupos sanguíneos


.
RDC 36, 25 DE JULHO DE 2013
.

Art. 8º O Plano de Segurança do Paciente em Serviços de


Saúde (PSP), elaborado pelo NSP, deve estabelecer
estratégias e ações de gestão de risco, conforme as
atividades desenvolvidas pelo serviço de saúde para:

VIII - segurança na prescrição, uso e administração de sangue


e hemocomponentes;
CADEIA TRANSFUSIONAL

PRESCRIÇÃO
(MÉDICO)

COLETA DE TRANSFUSÃO TRANSFUSÃO


AMOSTRAS
SEGURA

TESTES PRÉ-
TRANSFUSIONAIS
Solicitação de Transfusão

É feita pelo médico, em formulário específico e


deve ser preenchida adequadamente para garantir a
segurança transfusional, contendo:
nome completo, registro, clínica, leito, sexo,
diagnóstico, hemocomponentes, data, dados do
médico e carimbo, tipo de transfusão, entre outros.
Coleta da amostra

Identificação Correta da Amostra é fundamental

Atenção!!!
A coleta é um momento onde se inicia os testes pré-
transfusionais, portanto é fundamental confirmar a
identificação da amostra e do receptor.
Esta atividade envolve todo profissional na área de saúde.
Identificação da amostra
O .QUE DEVE CONSTAR NO TUBO PARA COLETA
DE AMOSTRA DE SANGUE:

nome completo do paciente sem


abreviaturas
 registro
 data da coleta
 nome do responsável pela coleta

Afixar a etiqueta de identificação do paciente no tubo da


amostra à beira do leito, após ter confirmado verbalmente
e através da pulseira de identificação do paciente
Testes Pré-transfusionais
.Causas de erros:
Enganos na transcrição e interpretação de
resultados
Vidraria mal lavada e com resíduos
Reagentes com prazo de validade vencida
Falhas na identificação e/ou troca de amostras
Falha na adição do reagente e/ou amostra
Falha na execução técnica
Equipamentos descalibrados
Concentração da suspensão celular inadequada
Utilização de reagentes de diferentes fabricantes
Liberação de sangue para transfusão:
A etiqueta de liberação do hemocomponente que será
transfundido, deve conter:
Nome completo do paciente,
Registro do paciente,
Enfermaria e leito,
Tipagem ABO/ Rh do receptor,
Número da bolsa do hemocomponente com sua tipagem
ABO/ Rh,
Resultado da conclusão do teste de compatibilidade,
Data e nome do responsável pela realização dos testes pré-
transfusionais e pela liberação.
Ato transfusional

O receptor será identificado imediatamente antes da


transfusão por meio da informação de seu nome
completo prestada pelo próprio receptor ou por
profissional da equipe médica e/ou de enfermagem
responsável pela assistência direta ao paciente.
Havendo qualquer discrepância entre a identificação
do receptor e a constante da bolsa, a transfusão será
suspensa até o esclarecimento do fato.
Haverá mecanismos, tais como pulseiras ou braceletes,
que reduzam a possibilidade de erro na identificação do
receptor na hipótese de receptores inconscientes ou
desorientados

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