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Universidade Federal Rural do Semi Árido – Campus Angicos

Curso: Bacharelado em Ciência e Tecnologia


Disciplina: Termodinâmica Aplicada à Engenharia Química
Docente: Andréa Galindo Carneiro Rosal
Discente: Wallas Douglas de Macêdo Souza

o Processos de Liquefação:
 Processo Linde
 Processo Claude

Angicos/RN
Trabalho elaborado para a disciplina
Termodinâmica Aplicada à Engenharia Química,
lecionada pela Professora Andréa G. C. Rosal,
como parte da avaliação do aprendizado relativo à
III Unidade do Curso Bacharelato em Ciência e
Tecnologia, UFERSA – Campus Angicos.
SUMÁRIO

SUMÁRIO ....................................................................................................................................... 3
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 4
2. REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................................... 5
2.1. Processo De Liquefação ..................................................................................................... 5
3. PROCESSOS DE LIQUEFAÇÃO LINDE E CLAUDE ......................................................................... 6
3.1. Processo Linde.................................................................................................................... 6
3.1.1. Breve Histórico ............................................................................................................ 6
3.1.2. O Processo ................................................................................................................... 6
3.1.3. Liquefação com resfriamento abaixo da Temperatura Crítica (Tc) ............................. 8
3.2. Processo Claude ............................................................................................................... 10
4. OUTROS PROCESSOS DE LIQUEFAÇÃO .................................................................................... 12
4.1. O ciclo termodinâmico ideal: ........................................................................................... 12
4.2. Sistema Linde-Hampson simples:..................................................................................... 12
4.3. Sistema em cascata: ......................................................................................................... 12
5. CONCLUSÃO ............................................................................................................................ 13
6. REFERÊNCIAS: .......................................................................................................................... 14
1. INTRODUÇÃO
Compreende-se através de estudos experimentais que o processo de Liquefação de gases
é um caso especial de refrigeração destes gases. Desta forma, faz-se importante ressaltar
para o entendimento de tal processo: como, quando, onde e por meio de quê este ocorre.

Neste sentido, levamos em consideração que o processo de Liquefação pode ocorrer das
seguintes formas: Transferência de calor á pressão constante; Processo de expansão do
qual trabalho é obtido e por Processo de estrangulamento, onde cada etapa possui
características peculiares.

Neste trabalho, almeja-se então explicar conceitos concernentes a Liquefação,


especificamente no que diz respeito a dois casos particulares: O Processo Linde e o
Processo Claude, bem como a demonstração de algumas de suas aplicabilidades.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Processo De Liquefação

Este processo consiste em mudanças de características termodinâmicas que por sua vez,
promovem a mudança de estado dos gases para o estado líquido. Citamos então o
exemplo do Metano, onde a mudança para o estado líquido não ocorre com a elevação
da pressão, sendo necessária a adoção de resfriamento. Esses gases são então,
conhecidos como criogênicos.

Podemos assim explicar o processo de Liquefação da seguinte forma, temos um gás que
passa por um processo de compressão a uma pressão elevada em um compressor de
temperatura ambiente. Este gás de alta pressão é transmitido por meio de um trocador
de calor contracorrente a uma válvula de estrangulamento ou motor de expansão. Após
a expansão para a pressão mais baixa, o resfriamento pode ocorrer, e um pouco de
líquido pode ser formado. O frio, a baixa pressão de gás retorna para a entrada do
compressor para repetir o ciclo. Verifica-se que o propósito do trocador de calor
contracorrente é aquecer o gás de baixa pressão antes de recompressão, e,
simultaneamente, para resfriar o gás de alta pressão para a temperatura mais baixa
possível antes de expansão.

Os princípios termodinâmicos de refrigeração e liquefação são idênticos. No entanto, a


análise e o projeto dos dois sistemas são bastante diferentes, devido à condição de fluxo
equilibrado na geladeira e fluxo desequilibrado em sistemas de liquidificador.

Uma aplicabilidade é o exemplo de liquefação do GNL (Gás Natural Liquefeito), onde


se visualiza que por meio de tal procedimento consegue-se estocá-lo e transportá-lo sob
forma condensada em condições técnico-econômicas viáveis. Na indústria, o uso de gás
liquefeito e comprimido sob uma pressão alta é de primordial relevância, podemos citar
ainda como exemplos:

(I) A amônia líquida e dióxido de enxofre líquido são utilizados como refrigerantes.

(II) o dióxido de carbono líquido encontra uso em fontes soda.

(III) de cloro líquido é usado para fins de branqueamento e desinfetante.

(IV) o ar líquido é uma importante fonte de oxigênio em foguetes e aviões a jato e


bombas.

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3. PROCESSOS DE LIQUEFAÇÃO LINDE E CLAUDE

3.1. Processo Linde

3.1.1. Breve Histórico

O processo Linde foi proposto em 1895 pelo engenheiro alemão Karl Von Linde.
Este processo é utilizado para liquefação de gases por efeito Joule-Thomson, que se
caracteriza pela viabilização da passagem do gás através de uma válvula estreita
(processo de estrangulamento), gerando no lado da entrada uma pressão superior à
existente no lado da saída. Assim, o gás expande-se e aumenta o volume. Com a ajuda
deste efeito, pode-se alcançar em uma expansão uma grande descida da temperatura,
ainda que limitada. Para compreendermos tal fato vejamos o exemplo da liquefação do
ar, onde este é libertado do dióxido de carbono a uma pressão de 150 atmosferas. O gás
comprimido é obrigado a percorrer um enrolamento de cobre até um tubo de expansão
no interior de uma garrafa de Dewar. O ar emergente é arrefecido por efeito Joule-
Thomson, quando se expande, e então passa novamente em sentido contrário pelo
interior de um segundo enrolamento de cobre que envolve o primeiro. Deste modo, o
gás expandido arrefece o gás próximo por um processo regenerativo.

3.1.2. O Processo

Reformulando assim, o método Linde é baseado no efeito Joule-Thomson, que leva em


consideração a seguinte premissa: "Quando um gás se expande adiabaticamente de uma
região de alta pressão para uma região de pressão extremamente baixa, é acompanhados
de arrefecimento."

Vejamos uma ilustração que demonstra o ciclo pelo qual é realizado o processo:

Figura 1 Processo de Liquefação Linde

O processo de liquefação Linde depende de uma expansão por estrangulamento.

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A figura pode ser descrita como:

Alimentamos com gás certo processo, esse gás é comprimido e logo após pré-resfriado
até uma temperatura ambiente. O importante é que esse gás seja o mais resfriado
possível, pois quanto menor tivermos a temperatura do gás ao entrar na válvula de
estrangulamento, maior será sua fração liquefeita. E ainda, parte desse gás é retornado
até a alimentação de gás para ser reaproveitado.

Vale ressaltar que, caso desejássemos um processo de liquefação mais eficiente,


deveríamos substituir a válvula de estrangulamento por um expansor, porém tal
operação numa região bifásica seria impraticável.

Analisemos uma figura que se caracteriza entre a relação deste método com o efeito
Joule-Thomson:

Figura 2. Sistema e temperatura-entropia diagrama de um ciclo de liquefação de gás


baseado no efeito Joule-Thomson: (C) compressor, (H1), (H2), e trocadores (H3), calor
e (Th) da válvula de estrangulamento

A Figura 2 mostra o esquema de design e um diagrama do ciclo de aceleração de


liquefação de um gás. Podemos explicá-la da seguinte maneira:

Após a compressão (1-2), o gás é resfriado sucessivamente nos trocadores de calor (2-3-
4) e depois expandido (estrangulado) através da válvula (4-5). Aqui, parte do gás é
liquefeito e se acumula em um coletor, onde posteriormente é passado para os
trocadores de calor, esfriando assim o gás comprimido. Para liquefazer um gás por um
ciclo de estrangulamento, a temperatura do gás comprimido antes da admissão ao
principal trocador de calor H3 deve ser inferior à temperatura de inversão. Um trocador
de calor com um agente de resfriamento externa (trocador de H2) realiza este
resfriamento. Se a temperatura de inversão do gás está acima da temperatura ambiente
(nitrogênio, argônio, oxigênio), então o esquema é basicamente viável mesmo sem
trocadores de calor H1 e H2. O uso de refrigerantes estrangeiros, neste caso, tem a
finalidade de aumentar a colheita de líquido.

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3.1.3. Liquefação com resfriamento abaixo da Temperatura Crítica (Tc)

Liquefação é realizada por gases de resfriamento abaixo da temperatura crítica (Tc) com
subseqüente condensação, como resultado da remoção do calor de vaporização
(condensação). Resfriamento do gás abaixo da Tc é necessário para atingir a gama de
temperaturas em que o gás pode se condensar (quando T> T c, um líquido não pode
existir).

Figura 3. Temperatura entropia-diagrama para um ciclo ideal de liquefação de gás

Aqui vemos um processo ideal para a liquefação de gases, em que temos uma Isóbara
2-1 que corresponde ao resfriamento do gás para o início de condensação, e uma
Isoterma de 2-0 para a condensação do gás. A área abaixo l-2-0 é equivalente à
quantidade de calor que devem ser removidos do gás durante a sua liquefação, e a área
delimitada pela curva de l-2-0-3, onde 1-3 é a compressão isotérmica de do gás e 3-0
uma expansão adiabática.

A liquefação industrial de gases com temperaturas crítica (Tc) acima da temperatura do


ambiente, por exemplo, amônia e cloro, é realizada através de compressão do gás em
um compressor e uma subsequente condensação do gás em um trocador de calor
resfriado com água ou salmoura. Mais frequentemente, para a liquefação de gases com
baixa Tc, ciclos de refrigeração baseado no estrangulamento de um gás comprimido (uso
do efeito Joule-Thomson), a expansão do gás comprimido com a produção de trabalho
externo em um expansor, e a expansão de um gás a partir de um volume constante sem a
realização de trabalho externo (bomba de calor método) são usados. Observemos então
a tabela:

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Tabela 1. Valores do ponto de ebulição T b (a 760 mm Hg), a temperatura crítica Tc
e mínima (Lmin) e trabalho (Lagir) reais realizado na liquefação de certos gases
Gás Tb (° K) Tc (° K) Lmin (kW-hr/kg) Lato (kW-hr/kg)
Nitrogênio ........ 77,4 126,2 0,220 1,2-1,5
Argon ........ 87,3 150,7 0,134 0,8-0,95
Hidrogênio ....... 20,4 33,0 3,31 15-40
Ar ............ 78,8 132,5 0,205 1,25-1,5
Hélio .......... 4,2 5,3 1,93 15-25
Oxigênio ........... 90,2 154,2 0,177 1,2-1,4
Metano ............. 111,7 191,1 0,307 0,75-1,2
Neon ........... 27,1 44,5 0,37 04/03
Propano ........... 231,1 370,0 0,04 ~ 0,08
Etileno .......... 169,4 282,6 0,119 ~ 0.3

Onde:

Lmin: caracteriza a quantidade mínima termodinamicamente de trabalho L necessário


para liquefação do gás: Os gases submetido a liquefação deve ser livre de vapor de
água, óleo e outras impurezas. Por exemplo, o dióxido de carbono deve ser removido do
ar, e o ar a partir do hidrogênio. Esta remoção é necessária porque no resfriamento das
impurezas pode solidificar e bloquear o aparelho de troca de calor.

Logo, Lmin é dado por:

Lmin = T 0 (S G - S L) - (J G - J L)

em que T 0 é a temperatura do ambiente, S G e S L são, respectivamente, as entropias do


gás e líquido, e J G e J L são o conteúdo de calor (entalpia) do gás e líquido.

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3.2. Processo Claude

O processo de Claude é baseado na perspectiva de que quando um gás se expande


adiabaticamente contra uma pressão exercida externamente, ele realiza um trabalho
externo.
Este é baseado justamente na ideia da válvula de estrangulamento ser substituída por um
expansor, coisa que não se realiza na prática, porém segundo Claude seria algo mais
eficiente.
Vejamos então uma figura que caracteriza tal processo:

Figura 4 Processo de liquefação Linde

Esta pode ser compreendida da seguinte forma:

Tem-se certa alimentação de um gás, que é novamente comprimido, pré-resfriado, onde


parte desse gás está passando por um trocador de calor e retornando diretamente para a
alimentação e, o restante desse gás prossegue o percurso e ao passar por um novo
trocador de calor, lhe é retirado mais calor onde ele passa por uma válvula de
estrangulamento, produzindo liquefação no processo Linde, e ao final passa por um
expansor, algo que provavelmente irá deixar o vapor saturado ou levemente
superaquecido.

Generalizando, temos que, como o trabalho é feito pelas moléculas ao custo de sua
energia cinética, a temperatura do gás cai causando resfriamento. A expansão de
qualquer fluido através de uma válvula é um processo irreversível em que parte da
energia disponível é dissipada em outras formas sem sua utilização de forma útil.
Portanto, quando se deseja uma maior aproximação de um processo ideal, deve-se
encontrar outra forma de expandir o fluido. No Sistema Claude, a energia de pressão é
aproveitada utilizando um turbo-expansor, com geração de trabalho. Dessa forma, se a
expansão através da turbina for reversível e adiabática (por hipótese), este processo é
isentrópico, o que permite alcançar uma temperatura menor do que seria alcançada por
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um processo isentálpico, como ocorre com válvulas e outros dispositivos de
estrangulamento.

É cabível salientar que o processo Linde é um caso limite do processo Claude, quando
nenhum gás da corrente a alta pressão é enviado para o expansor.

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4. OUTROS PROCESSOS DE LIQUEFAÇÃO
4.1. O ciclo termodinâmico ideal:

Na realidade, sabe-se que é impossível construir um ciclo ideal como o indicado. Isto se
deve ao fato de que a pressão do estado 2, na saída do compressor, seria extremamente
elevada, não existindo ainda uma tecnologia que permita que esta pressão seja
alcançada. Além disso, o ciclo termodinâmico ideal exige que os processos reversíveis,
o que não é fisicamente possível.

4.2. Sistema Linde-Hampson simples:

Na análise deste sistema de liquefação, assumem-se algumas hipóteses simplificadoras,


tais como: processos reversíveis, exceto na válvula de expansão; sistema adiabático;
equipamentos ideais, isto é, que apresentam eficiência de 100%.

4.3. Sistema em cascata:

Apesar deste processo apresentar uma desvantagem, já que cada ciclo deve ser vedado
para evitar vazamentos e misturas entre fluidos, do ponto de vista termodinâmico, o
sistema em cascata é o mais indicado para processos de liquefação, uma vez que este é o
sistema que mais se aproxima de processos reversíveis, além de trabalhar a baixas
pressões.

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5. CONCLUSÃO

Finalmente, pode-se inferir que os processos de Liquefação possuem grande


importância no sentido da utilização de expansores, trocadores de calor, válvulas de
estrangulamento e resfriadores, com objetivo de transformar um gás em um líquido,
viabilizando desta forma, seu transporte e estoque, como por exemplo, o propano
líquido que serve como gás doméstico.

Percebe-se ainda que o que o processo Linde encontra-se como um caso limite do
processo Claude, sendo que pelo processo Claude idealiza-se para obtenção de uma
maior eficiência a substituição da válvula de estrangulamento por um expansor, porém,
como a liquefação ocorre quando um gás é resfriado até uma temperatura na região
bifásica, nesta região bifásica tal substituição é impraticável.

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6. REFERÊNCIAS:

processo de Linde. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011. [Consult.
2011-11-12]. Disponível em: http://www.infopedia.pt/$processo-de-linde>. Acesso em:
12 de nov. 2011.

Disponível em: <http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-


BR&langpair=en|pt&u=http://www.transtutors.com/chemistry-homework-help/gaseous-
state/liquefaction-of-gases.aspx>. Acesso em: 12 de nov. 2011.

Disponível em: <http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-


BR&langpair=en|pt&u=http://encyclopedia2.thefreedictionary.com/Liquefaction%2Bo
f%2BGases>. Acesso em: 12 de nov. 2011.

Disponível em: <F:\UFERSA geral\Termodinâmica para Engenharia


Química\gas_completo.asp.htm>. Acesso em: 12 de nov. 2011.

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