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CAMPUS ANGICOS
CURSO: BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA
ANGICOS/RN
2012
JOSÉ HUMBERTO DANTAS DE MEDEIROS
ANGICOS/RN
2012
A Pedro Dantas de Medeiros [in memoriam],
que foi meu avô, pai, amigo, conselheiro,
homem pelo qual tenho maior orgulho, meu
agradecimento pelos momentos em que esteve
ao meu lado, me apoiando e me fazendo
acreditar que nada é impossível, e será para
vida inteira minha fonte de inspiração, pessoa
na qual tento me espelhar.
Agradeço a Deus pelo que conquistei ate agora, e por se mostrar presente me apoiando em
todos os momentos da vida, iluminando as minhas tomadas de decisões, fortalecendo e
orientando durante todo essa jornada, todos os dias me dando a saúde e mas peço a Ele para
me dar sabedoria para conquistar muito mais;
Aos meus avós, Pedro Dantas de Medeiros e Rosa de Lima de Medeiros, por toda dedicação,
amor e carinho que me deram, apoio, incentivo, força e torcida nessa jornada;
À minha Mãe, Jurema Dantas de Medeiros, pelo o carinho, amizade, orientações, e o amor;
Ao meu Tio, Fabiano Dantas de Medeiros, pelo o incentivo, carinho, apoio, por ter se
demonstrado e prontificado auxílio nas causas necessárias para realização deste trabalho;
Ao meu Tio, Numeriano Dantas de Medeiros, pelo o incentivo, apoio, pela força, amizade,
por toda orientação;
À minha Tia, Maria da Saúde de Medeiros, pelas orientações, carinho, apoio, e além de
grandes lições de vida e palavras de conforto e motivação;
À minha Tia, Agatângela Maria de Medeiros, pelo o carinho, amizade, e o amor que tem por
mim;
À toda a minha família, irmãs, primos, tios que direta ou indiretamente se puseram a ajudar
sempre, para que eu pudesse chegar aqui;
Aos meus amigos de infância Bruno de Souza, Marcio de Araújo, Saulo de Souza, Paulo
Roberto, Gleysdiston Neves, Demanoel Pinheiro, Rafael Alexandre, Leandro Cândido,
Edmarcos Leite, Tiago, Wagner, companheirismo, parceria, pela sincera e fiel amizade;
Aos meus amigos da faculdade, Marilha Sá Leitão, João Paulo Cavalcante, Renato Alisson,
Hildelbrando, Angleja Nautchely, Leidiane Marques, Marja Luma, Ruan Landolfo, Jéssica
Emanuela, Ítalo Menezes, por toda parceria e convívio durante esses anos;
Aos professores que durante os três anos e meio passaram seus ensinamentos, além de
grandes lições de vida e palavras de conforto e motivação;
Zygmunt Bauman1
1
BAUMAN, Zygmunt. Vidas Desperdiçadas, Rio de Janeiro: Zahar, 2005. p. 10.
RESUMO
A procura de uma solução para os problemas socioambientais gerados pelo acúmulo, destino
e falta de tratamento adequado dos resíduos sólidos tem despertado discussões, mobilizações
e intensa busca de alternativas que visem o equilíbrio sustentável do meio ambiente. Com este
objetivo, o presente trabalho se propõe a fazer uma análise do destino dos Resíduos Sólidos
nos municípios de pequeno e médio porte (Angicos-RN e Caicó-RN, respectivamente), à luz
da Lei n° 12.305/10 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos e dá outras
providências. O percurso metodologia usada ocorreu através de visitas técnicas ao lixão dos
municípios de Angicos-RN e Caicó-RN, e aos órgãos responsáveis pela gestão dos resíduos
municipais para criação de um banco de dados, com o acompanhamento de registro
fotográfico, foram observados os procedimentos básicos e os possíveis impactos decorrentes
do descarte dos mesmos. Um dos problemas está ligado ao tratamento ou acondicionamento
dos resíduos produzidos nas residências, e o mais preocupante nos municípios está
relacionado aos danos ambientais provocados quanto à disposição inadequada dos resíduos,
sendo estes colocados em um lixão que deve ser erradicado até 2014 conforme a Lei n°
12.305/10.
1 INTRODUÇÃO.................................................................................... 11
2 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................... 13
2.1 RESÍDUOS SÓLIDOS.......................................................................... 13
2.1.1 Classificação......................................................................................... 15
2.1.2 Tratamento e destinação final............................................................. 18
2.1.2.1 Reciclagem............................................................................................. 20
Coleta Seletiva......................................................................................
2.1.2.1.1 21
Aspectos econômicos e sociais da coleta seletiva...............................
2.1.2.1.2 24
2.1.2.2 Compostagem......................................................................................... 24
Controle do Processo...........................................................................
2.1.2.2.1 25
2.1.2.3 Aterro Sanitário...................................................................................... 26
Área de implantação............................................................................
2.1.2.3.1 27
Construção............................................................................................
2.1.2.3.2 28
Aspectos Econômicos...........................................................................
2.1.2.3.3 30
Aspectos Ambientais............................................................................
2.1.2.3.4 31
Viabilidade Técnica, Vantagens e Desvantagens..............................
2.1.2.3.5 34
2.1.2.4 Incineração............................................................................................. 36
Vantagens e Desvantagens...................................................................
2.1.2.4.1 39
2.2 HISTÓRICO DA CONCEPÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DOS
RESÍDUOS SÓLIDOS (PNRS)............................................................. 39
2.2.1 Importância do gerenciamento dos resíduos sólidos........................ 42
2.2.2 Plano Nacional de Resíduos Sólidos................................................... 43
3 MATERIAL E MÉTODOS................................................................. 45
3.1 ÁREA DE ESTUDO.............................................................................. 45
3.2 TIPOS DE PESQUISA E TEMAS ABORDADOS.............................. 46
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................... 47
4.1 DIAGNÓSTICO DA GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DOS
MUNICÍPIOS DE ANGICOS E CAICÓ.............................................. 47
4.1.1 Município de Pequeno Porte – Angicos ............................................. 47
4.1.2 Município de Médio Porte – Caicó..................................................... 49
5 CONCLUSÃO...................................................................................... 59
REFERÊNCIAS........................................................................................................ 60
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
de 80, a década do ar; e a de 90, dos resíduos sólidos. Isso não ocorreu apenas no
Brasil, os Estados Unidos (EUA) também iniciaram a campanha referente aos
resíduos sólidos no início da década de 80, quando foi instaurado o Superfund, que
era uma legislação peculiar que visava recuperar os grandes lixões de resíduos
sólidos existentes nos Estados Unidos da América (EUA). E essa abordagem
propiciou à Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) a fazer toda
uma legislação sobre resíduos sólidos, que constava no Federal Register n.º 40
(CAVALCANTI, 2004, p. 1).
Para Santos (2011, p. 5), o problema dos resíduos sólidos no Brasil é ainda
um fato a ser questionado. É um país formado por mais de 5.500 municípios, com
populações que variam de 2,5 mil a 15 milhões de habitantes, em áreas variadas e
que estão espalhados pelo todo país: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
No Brasil, a responsabilidade da coleta dos resíduos sólidos urbanos (RSU) é dos
municípios. No Brasil existe um grande número de municípios de pequena
população, e também que a viabilidade técnica e econômica de operação de um
tratamento sanitário requer uma quantidade mínima de resíduos a ser tratada, a
dificuldade no gerenciamento dos RSU nesses pequenos municípios é evidente.
De acordo com Kreling (2006, p. 20):
[...] A definição conceitual, [...] dos termos de resíduos sólidos
para designar o produto de descarte gerado pelas atividades
industriais [...]. A palavra lixo e suas variações assumem idêntica
conotação caindo na preferência de uso e entendimento junto à
população leiga e meio de comunicação social. [...] Campanhas
públicas, promovidas por órgão governamentais e materiais de
didáticos, se utilizam de tal vocábulo para melhorar a abrangência
e a compreensão. Exemplo disso são os jargões que comumente
são utilizados para atingir o público alvo quando o objetivo é
engajar a população em movimentos de cidadania nas questões
ambientais e de saneamento básico, como é o caso de: “jogue o
lixo no lixo”; “lugar de lixo é no lixo”; “coleta seletiva de lixo”;
“lixo seco e lixo orgânico”; “mantenha a cidade limpa, use a
lixeira”; “ajude a manter a escola limpa e coloque o lixo no lixo”;
[...].
Portanto, a população saberá da à destinação final dos resíduos produzido por
ela, por sua vez, “esta população é heterogênea na sua formação cultural e atividade
produtiva, assumiu-se as palavras resíduos sólidos e lixo como sinônimo sem
prejuízo conceitual ou texto” (KRELING, 2006, p. 20).
15
2.1.1 Classificação
No Brasil, os resíduos sólidos são classificados pela Norma NBR no. 10.004 da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2004) da seguinte forma:
2.1.2.1 Reciclagem
Silva e Silva (2007, p.03) citam que “a miséria socioeconômica brasileira faz
com que o lixo acabe se transformando numa fonte de sustento para milhares de
pessoas, adultos e crianças, homens e mulheres”.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2012),
A dificuldade de precisar a quantidade de catadores atuantes no Brasil se
encontra no preconceito social em torno da profissão, disse Igor Ferraz. O
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE alega que existem
atualmente 70 mil, os Institutos Cáritas e Póllis dão conta de 500 mil
pessoas. Já o Pangea/UFBA e o Movimento Nacional dos Catadores de
Materiais Recicláveis afirmam que há no Brasil 800 mil trabalhadores da
catação de recicláveis. O intervalo sugerido no Comunicado, levando em
consideração todas essas fontes, fica em 400 mil e 600 mil catadores. Das
cooperativas existentes, que atendem a apenas 10% dos catadores,
existem as que contam com equipamentos adequados, as de médias
eficiências e as de baixa eficiência. O estudo aponta que 60% dessas
organizações estão nos graus mais baixos de eficiência. A renda média
dessa categoria de trabalhadores, aproximada, fica abaixo do salário
mínimo, entre R$ 420 e R$ 520.
2.1.2.2 Compostagem
Sendo considerada por Pereira Neto (2007, p. 59) um processo nobre, visto
que é comprometido com a proteção do meio ambiente (pelo o tratamento dos
resíduos contaminados), com a saúde pública (pela quebra dos ciclos evolutivos de
vários tipos de doenças), e com o resgate da cidadania (por cria oportunidade de
emprego etc), é a forma mais eficiente de se obter a biodegradação controlada dos
resíduos orgânicos. Os resíduos tem que passar por uma boa mistura, para formar a
massa de compostagem, que é arrumada em montes de forma cônica ou de forma
prismática (leira de compostagem) em pátio, onde o material é submetido a
tratamento e humificação. Esse processo dura em média 110 dias. Durante este
período, observam-se duas fases principais: degradação ativa e maturação. A
primeira dura em média 70 dias, a temperatura fica na faixa de 50°C a 60°C,
diminuindo para menos de 40°C no final; e na segunda, o material sofre o processo
de humificação em média de 30 a 50 dias.
2.1.2.3.2 Construção
Monteiro et al. (2001, p. 172), determinam que nas células os resíduos sólidos
devem ser espalhados e compactados (Figura 5), frequentemente, de baixo para cima,
a fim de se obter um melhor resultado, para realização de uma compactação de ótima
qualidade, o espalhamento dos resíduos sólidos deverá ser feito em camadas não
muito grossa de no máximo, 50 cm, com o trator dando de três a seis passadas sobre
a massa de resíduos. A altura da célula deve ser de quatro a seis metros para que a
decomposição do lixo aterrado ocorra em melhores condições, a inclinação dos
taludes é de um metro de base para cada metro de altura nas células em atividade e
de três metros de base para cada metro de altura nas células já encerradas. A camada
de solo de cobertura ideal é de 20 a 30 cm para os recobrimentos diários de lixo
(Figura 6). Uma nova célula será construída no dia seguinte em continuidade à que
foi concluída no dia anterior, o recobrimento final do lixo só deverá acontecer após
um período de cerca de 60 dias, a camada final de material de cobertura deverá ter 50
cm, a largura da célula deverá ser a menor possível.
De acordo com Brito Filho (2005, p. 56), algumas medidas são fundamentais
na construção de um aterro sanitário:
proteger as águas superficiais e subterrâneas de possível contaminação vinda
do aterro, através de camada impermeabilizante e drenagem adequada;
preparar, acumular e compactar diariamente o lixo na forma de células,
utilizando as técnicas corretas para liberar o tráfego de caminhões coletores,
equipamentos e para reduzir recalques futuros do local;
recobrir diariamente o lixo com uma fina camada de terra de 20 cm (selo de
cobertura) para impedir a procriação de vetores e a presença de catadores e animais a
procura de materiais e alimentos;
controlar gases e líquidos que são formados no aterro, através de drenos
específicos;
manter os acessos internos e externos em boas condições;
isolar e tornar indevassável o aterro e evitar incômodos à vizinhança.
com vistas ao fortalecimento da gestão dos resíduos sólidos urbanos, como por
exemplo, a formalização de consórcios públicos regionais proposta no Plano
Estadual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do RN (PEGIRS-RN). Os recursos
vão financiar o diagnóstico para atender 108 municípios com uma população de mais
de 1 milhão de habitantes (ICLEI ..., 2011).
Para garantir a eficácia do Plano Regional de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos o Governo do Estado do Rio Grande do Norte articulou a formação de seis
consórcios intermunicipais, dos quais dois - Alto Oeste e do Seridó, reúnem 44 e 25
municípios. Já os Consórcios do Vale do Açu, Mato Grande, região Metropolitana e
Agreste estão em fase de formalização (GRILO, 2012).
O consórcio do aterro Vale do Assú é formado pelo os municípios de: Assú,
Baraúna, Tibau, Grossos, Areia Branca, Serra do Mel, Porto do Mangue, Carnaubais,
Pendências, Macau, Guamaré, Alto do Rodrigues, Afonso Bezerra, Pedro Avelino,
Pedra Preta, Lajes, Ipanguaçu, Itajá, Angicos, Fernando Pedroza, São Rafael,
Santana do Matos, Paraú e Upanema.
O consórcio do Seridó é formado pelos municípios de: Acari, Bodó, Caicó,
Carnaúba dos Dantas, Cerro Corá, Cruzeta, Currais novos, Equador, Florânia,
Ipueira, Jardim de Piranhas, Jardim do Seridó, Jucurutu, Lagoa Nova, Ouro Branco,
Parelhas, Santana do Seridó, São Fernando, São João do Sabugi, São José do Seridó,
São Vicente, Serra Negra do Norte, Tenente Laurentino Cruz, Timbaúba dos Batistas
e Triunfo Potiguar.
2.1.2.4 Incineração
A primeira lei brasileira que trata dos resíduos sólidos foi a Lei Federal de n.º 2.312,
noticiada em 1954, cujo Artigo 12 diz: “a coleta, o transporte, e o destino final do lixo, deverão
processar-se em condições que não tragam inconvenientes à saúde e ao bem estar públicos”. Em
40
1961, por ocasião da publicação do Código Nacional de Saúde, essa diretriz foi reafirmada pelo
Artigo 40 do Decreto 49.974-A (VALADARES, 2009, p. 51).
Em 1979, o Ministério do Interior - MINTER baixou a Portaria MINTER n.º
53, que dispunha sobre o controle dos resíduos sólidos provenientes das atividades humanas,
como forma de prevenir a poluição do solo, do ar e das águas. Essa Portaria
estabelece que os resíduos sólidos de natureza tóxica, os que contêm substâncias inflamáveis,
corrosivas, explosivas, radioativas e outras consideradas prejudiciais, devem passar por
tratamento, no próprio local de geração e nas condições estabelecidas pelo órgão estadual de
controle da poluição e de preservação ambiental (VALADARES, 2009, p. 51).
Em meados do ano 1981, a Lei Federal n.º 6.938 estabeleceu que a Política Nacional do
Meio Ambiente, e o Artigo 2.º, inciso I, estabelece que “é responsabilidade do Poder Público a
manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como patrimônio público a
ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo” (VALADARES,
2009, p. 51).
Porém, o grande marco histórico da gestão ambiental no Brasil foi à lei que
estabeleceu a Política Nacional de Resíduos Sólidos que lança uma visão moderna na
luta contra um dos maiores problemas do Planeta: o lixo urbano. Tendo como
princípio a responsabilidade compartilhada entre governo, empresas e população, a
nova legislação impulsiona o retorno dos produtos às indústrias após o consumo e
obriga o poder público a realizar planos para o gerenciamento do lixo. Entre as
novidades, a lei consagra o viés social da reciclagem, com participação formal dos
catadores organizados em cooperativas. Promulgada no dia 2 de agosto de 2010,
após amplo debate entre o governo, universidades, setor produtivo e entidades civis,
a Política Nacional promoverá mudanças no cenário dos resíduos (CEMPRE, 2010).
Para Lopes e Calixto (2012, p. 1), “o Brasil aprovou após duas décadas de
discussões a PNRS. Essa política procura organizar a forma como o país trata o lixo,
incentivando a reciclagem e a sustentabilidade”.
De acordo com a lei 12.305 PNRS (BRASIL, 2010), os lixões a céu aberto e
aterros controlados ficam proibidos. A Lei, determina que todas as administrações
públicas municipais devem construir aterros sanitários e eliminar as atividades dos
lixões no prazo de 4 (quatro) anos, onde só poderão ser armazenados resíduos sem
qualquer possibilidade de reciclagem e reaproveitamento, forçando também fazer a
compostagem dos resíduos orgânicos. A mudança também para os fabricantes,
distribuidores e comerciantes, eles ficam obrigados a recolher e destinar para a
reciclagem as embalagens de plástico, papel, papelão, de vidro e as metálicas usadas
e etc.
Para Lopes e Calixto (2012, p. 1), a lei dá ênfase a três pontos:
- Todos os lixões a céu no Brasil devem ser ratificados até 2014. No local que
esses lixões estão implantados, devem ser concebidos aterros controlados ou aterros
sanitários. Na construção desses aterros têm que ter um preparo no solo para evitar a
contaminação de lençol freático, capta o chorume que resulta da degradação do lixo e
contam com a queima do metano para gerar energia.
- Só os resíduos que não são reciclados poderão ser encaminhados aos aterros
sanitários, esses rejeitos são os resíduos que não tem como ser reciclado. 10% dos
resíduos sólidos são resíduos que não são reciclados. A maioria dos resíduos é de
origem orgânica, que em compostagem pode ser reaproveitada e transformada em
adubo, e reciclável, que deve ser devidamente separada para a coleta seletiva.
- Todos os municípios tem que ter um plano de resíduos sólidos, os planos
municipais serão criados para ajudar os prefeitos e cidadãos a descartar de forma
correta o lixo.
44
3 MATERIAL E MÉTODOS
São Fernando (leste) e Jardim de Piranhas ao (sul). A distância até a capital é de 280
km.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com relação ao destino dos resíduos sólidos, Costa et al., (2011) reportaram
que:
No município de Angicos/RN, o destino dos resíduos sólidos coletados
(domiciliar, comercial, de feiras livres e de construção civil) é o lixão
municipal, localizado, aproximadamente, a 2 km do município em uma
área de 9 hectares. Os resíduos são depositados em um lixão a céu aberto,
sem obediência a nenhuma técnica operacional de engenharia e sem os
cuidados sanitários e ambientais pertinentes, fazendo com que a área em
estudo esteja submetida a pressões antrópicas. Ressalte-se que, uma
grande parte dos resíduos sólidos do município, é simplesmente
descartada sem qualquer critério ambiental em depósitos espalhados nos
bairros do município. Em determinados pontos do lixão, observou-se a
presença de animais mortos e carcaças de animais, locais onde o cheiro
nauseabundo sugere o alerta, bem como evidências de queima de resíduos
em alguns pontos do lixão.
lixão) e o Rio Sabugí que fica a uma distância de 700 m, aproximadamente, a oeste
do lixão. Uma grande quantidade de resíduos é simplesmente descartada, sem
qualquer critério ambiental, em depósitos espalhados nos bairros do município
(Figura 12).
A maioria dos catadores realiza suas atividades pela manhã e por volta das 4
horas da manhã, em função da temperatura, esse horário, ser mais amena. Os
catadores trabalham em equipe e, à medida que vão coletando os materiais
recicláveis que são encontrados, vão armazenando em um local no próprio lixão. No
fim da manhã, eles armazenam em sacos de 50 e 300 kg (Figura 15) todos os
52
Figura 13 – Imagem do Projeto Reciclagem Cidadã: (A) Setor de triagem; (B) Coleta dos
resíduos; (C) Fazendo a triagem e (D) Empacotamento dos resíduos.
A B
C D
Com relação ao fechamento dos lixões, a Agência Brasil ([2012] apud ABES
INFORMA no. 294, 2012, p. 1) registrou:
O excesso de burocracia é um dos principais entraves que impedem o
cumprimento da determinação de acabar com os lixões até 2014, prevista
na Política Nacional de Resíduos Sólidos. A reclamação dos prefeitos é
que o prazo é apertado para cumprir todas as exigências previstas na lei.
Além de determinar o fim dos lixões em todo o país, a nova legislação
prevê a redução gradual do volume de resíduos sólidos recicláveis que
ainda são enviados aos aterros. A ideia é que, cada vez mais, esse
material seja encaminhado para tratamento e reciclagem adequados. A lei
também determina que, até agosto, os municípios iniciem seus planos de
gestão de resíduos sólidos. “Só receberão recursos para programas de
resíduos os municípios que tiverem, pelo menos, iniciado a elaboração de
seus planos”, explicou o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente
Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Silvano Silvério da Costa. Ele
ressaltou que o Ministério tem diversos programas para incentivar os
municípios na adoção da lei. Entre eles, o que incentiva a chamada
logística reversa, que é o retorno para a indústria de materiais como
embalagens, eletroeletrônicos e pneus, para que possam ser novamente
aproveitados pelo fabricante. Além disso, será lançado um programa para
incrementar a reciclagem em 153 municípios que tenham aterros
sanitários. “Esse programa atingirá 70 milhões de habitantes”, informou
o secretário.
Ainda no contexto do fechamento dos lixões, uma questão que influencia
muito é que o lixo é uma forma de sustento, talvez a única, para muitos dos(as)
catadores(as) como bem expressam Silva e Silva (2007, p.03 ) quando relatam:
[...] percebe-se que a grave crise social existente, caracterizada também
por distribuições de renda totalmente desiguais, tem levado um número
cada vez maior de pessoas a buscar sua sobrevivência através da catação
de materiais recicláveis existentes no lixo domiciliar. A miséria
socioeconômica brasileira faz com que o lixo acabe se transformando
numa fonte de sustento para milhares de pessoas, adultos e crianças,
homens e mulheres, [...].
Em Angicos (Figura 14) e Caicó (Figura 12) a situação não é diferente,
conforme exposto anteriormente.
57
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS