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I Maldição – 2017 E.

V
Prenúncio:
Ágios! Em total devoção às Artes Negras, esse material foi idealizado com o
intuito em reunir diversos temas dentro das Filosofias Ocultas, Culturas
Antigas, Luciferianismo, Feitiçaria, Misticismo e temas que abordem o
enigma de nossa existência. São temas que nos proporcionarão sapiência,
proporcionando o Solver e Coagular! Esse tipo de informação e ideologia
não é para todos, por isso deve-se manter entre aqueles que realmente vivem
e admiram. Esse material não deve circular livremente pela internet, em
sites, blogs ou qualquer veículo que qualquer um tenha acesso, mas sim
entre os irmãos e irmãs que adentraram esse mundo obscuro, profano e
anticristão, sendo permitido o repasse entre pessoas. Seres que buscam
evolução, autoconhecimento, o despertar kundalínico, permitindo ser quem
realmente é e não se corrompendo diante a uma sociedade suja, hipócrita e
medíocre. Esse artefato é dedicado a esses seres. Esse material não poderá
ser editado ou alterado e nem usado para fins lucrativos, sob pena de infração
de direitos autorais.

Esse projeto foi postergado por muitos anos. Foram várias as tentativas de
erguê-lo juntamente com outros irmãos e irmãs. Mas para não deixá-lo cair
em esquecimento, resolvi erguê-lo sozinha. E aqui está, a primeira maldição
lançada a esse mundo.

Essa é uma oferenda ao Oculto!

Eu vos saúdo, ó admiradores das filosofias ocultas e desejo - lhes uma


leitura sombria!

Satana Anticristo
(Socialmente: Gilmara Cruz)
satanaanticristo@hotmail.com

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ÍNDICE
Sabedoria Oculta do Tarot................................05

Rasga Mortalha ..........................................07

Paganus e o divino feminino..............................10

Biblioculteca............................................14

Os Chakras e o sistema endócrino.........................17

Dance of Death...........................................23

Filmografia profana......................................26

Hecate ..................................................30

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COLABORADORES:

An Pagan Priestess
(anpaganpriestess@gmail.com)

Shenadorah
(shenadorah666@hotmail.com)

Lux Arcana
(lucy_cage@hotmail.com)

IDEALIZADORA, FUNDADORA E EDITORA:

Satana Anticristo
(satanaanticristo@hotmail.com)

Todos os direitos reservados. Proibida cópia, utilização ou alteração


dos textos e/ou imagens contidas nesta publicação sem expressa
autorização.
As informações e opiniões aqui contidas são de inteira
responsabilidade de seus autores.

© 2017, Oculta: Corpos profanos.

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ARQUÉTIPOS DO INCONSCIENTE COLETIVO HUMANO

Sabedoria oculta do Tarot

Por Shenadorah (Lúcia)


(shenadorah666@hotmail.com)

A sabedoria oculta do Tarot representada pela simbologia,


compatibiliza todos os sentidos aparentemente diferentes
ou contrários a mente humana,e muito além daquilo que as
pessoas pensam que seja, através de seus símbolos
clássicos,onde os humanos projetam anseios e medos sobre o
futuro, seus arquétipos viajam através das três passagens
da mente, consciente, pois o verdadeiro sentido de sua
mensagem é atingir o oculto que se encontra no
subconsciente humano. Representando uma cosmologia,
definida em princípios titulados em seus arcanos.

Os poemas de Crowley referidos aos Arcanos capturam sua


mais primordial essência em forma singular, o tarot guia o
consulente a uma iniciação de consciência centrada, como
ser individual; e nos ensina a ouvir o seu eu
interior,através do auto conhecimento. Nos trazendo á luz
erros e acertos de comportamento ocultos ali, um caminho de

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libertação e
transformação, e uma
identificação com uma
força que tem grande
parte de poder no
universo cósmico. Seu
universo é complexo,
correspondente á
cabala, á holística,á
numerologia as
ciências ocultas.

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RASGA MORTALHA
Aquela que anuncia a morte

Por Satana Anticristo

Rasga Mortalha é uma espécie de Coruja e assim como ela, é


uma ave noturna. Conhecida também como Suindara, a Rasga
Mortalha é conhecida em algumas regiões – principalmente no
nordeste do Brasil – como ave que anuncia a morte.
Acredita-se que quando ela passa por cima de uma casa e
emite um ruído similar a um “pano
rasgando” é um anuncio de morte,
informando que alguém por ali irá
morrer em breve.

As corujas, na mitologia Greco-


romana, são associadas à
sabedoria e clarividência, aquela
que enxerga na escuridão.
Associadas às deusas Minerva ou
Atena, a coruja passa a ser
símbolo da Filosofia. Por serem
noturnas, as corujas também foram
associadas às bruxas que se
transformavam em animais e saiam pela noite para ir até o
Sabá.

A lenda da rasga Mortalha surgiu a partir de uma jovem


chamada Suindara, filha de um feiticeiro conhecido como
Eliel, a jovem era paga para chorar em velórios, um
trabalho conhecido como carpideira. A jovem era branca e
gorda e as pessoas da comunidade onde ela morava a chamava
de “coruja branca”.

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Suindara se apaixonou por um rapaz de nome Ricardo, filho
da Condessa Ruth, mas esta não aceitaria jamais o namoro.
Quando descobriu, fez um convite a Suindara para trabalhar
em um velório e marcou um encontro com ela para acertar.
Quando a moça chegou foi assassinada. Eliel, pai de
Suindara, revoltado, descobriu nas cartas de tarô que sua
filha foi assassinada a mando da Condessa Ruth. E então ele
fez uma magia na sepultura
de Suindara e esta encorpou
numa estátua de uma coruja
que enfeitava sua sepultura
e tomou vida e voou até a
casa da Condessa, onde fez
um canto estranho. No outro
dia a condessa apareceu
morta.

A partir desse dia, sempre


que a uma coruja branca
(rasga mortalha) passava
pela aldeia e entoava seu
canto estranho, alguém
morria em seguida, dando
vida a uma lenda sobre a morte.

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Em meio a um místico crepúsculo
Num entardecer de sábado
A grande rainha da noite
Desponta nas alturas...

Numa ilha da magia


Uma Bruxa invoca seus ritos solitários internamente
Entrando em contato com as mais profundas sensações pagãs
E entidades jamais conhecidas
Emanando sua magia e profanando a sua existência...

A escuridão reinou sobre a mãe natureza


Este rito interno se consolida
Aos hinos e melodias do Altar Pagão
Em um belo e profano sábado negro!

(Satana Anticristo, 08/07/2017, Na ilha da magia/SC)

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PAGANUS E O DIVINO FEMININO
Arte de Walmor de Oliveira

Por Satana Anticristo

Eu não poderia, jamais, deixar de compartilhar esse obscuro


trabalho de fotografia e movimento do Walmor de Oliveira.
Tive a oportunidade de estar presente no vernissage de
exposição e sentir toda a essência pagã e feminina que sua
arte transborda. Além de trazer o universo mágico das
mulheres pagãs na Ilha da Magia (Florianópolis/SC), o
artista traz a tona belíssimas e enriquecedoras reflexões
sobre o ser feminino. Construí essa matéria baseada em sua
fala no dia da exposição, em sua entrevista cedida ao
sitioteca e em minhas compreensões das obras.

A exposição é um convite a reflexão sobre a religiosidade e


espiritualidade das mulheres ao longo do tempo e partiu de
um processo de auto conhecimento do autor. Nesse processo
de reflexão sobre sua própria arte, Walmor recorda-se de

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sua infância numa Florianópolis de 50 anos atrás, cheia de
magia pagã, mas também sofrida, precária, seca e rude, que
criava, na imaginação de nosso artista, um cenário lúgubre,
sombrio e fantasmagórico.

Era nesse cenário que estava inserida as mulheres, vindas


das Ilhas do Açores em Portugal. Muitas fugidas da
inquisição, marcando uma história sofrida de
autossubsistência nessas novas terras.

Sempre pelas sombras, as mulheres, com sua aparência


bruxesca, o chamava a atenção. E então, ele criou um
projeto de fotografia em preto e branco colocando em
destaque a presença feminina com uma nudez orgânica,
primitiva e provocativa em meio à natureza da ilha.

Segundo o autor, a mulher foi o centro da vida espiritual


durante milênios e representou a Deusa Terra, podendo gerar
a vida através de seu sangue menstrual e criando alimento

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de seu próprio corpo. Sempre em sintonia com as fases da
lua, ela tinha facilidade para compreender os sinais
cósmicos e se comunicar com espíritos ancestrais da
natureza em seus cultos. Nas palavras do autor:

"A principal característica da religiosidade pagã é a radical


imanência divina, ou seja, a divindade se encontra na própria
natureza, incluindo os humanos, manifestando-se através dos seus
fenômenos. A ausência da noção de pecado, inferno e mal
absoluto, ou seja, sem noção de pecado, também não há noção de
santidade ou do profano. A sacralidade da Terra também levou à
ausência de templos, a relação mágica com a Natureza se traduz
numa religiosidade mágica, a espiritualidade pode ser atingida
pela manipulação da carne e dos elementos, através do corpo e da
manipulação da natureza."

O autor Walmor acredita que esses resquícios pagãos ainda


se encontram na ilha da magia, antiga ilha do Desterro e
atual cidade de Florianópolis. Para ele, essas raízes foram
fincadas e cultivadas nessas terras, mas com novas mulheres
que mantêm a essência, o misticismo e seus ritos. São essas
mulheres que o autor procura para compor seu projeto,
buscando valorizar e salvaguardar essas tradições culturais
e místicas, a fim de evitar que elas desapareçam na
contemporaneidade.

É realmente um trabalho muito instigante e louvável, onde a


arte compõe um acervo outrora perseguido, demonizado e
inibido pela sociedade cristã. Além de expor ao mundo a
valorização da tradição natural pagã, proporciona também o
trabalho de auto reflexão sobre o ser mulher. Não foi
somente a prática de magia que foi condenada e perseguida,
mas a liberdade feminina também. O autor contribui para um
resgate ao feminino natural, nem profano e nem sagrado,
pois sem consciência de pecado, ambos não podem existir.
Por fim, sua exposição contou com uma plataforma digital de
maneira performática, com imagens, movimentos e sons, com o

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intuito de trazer sensações de calor, frio, vento,
escuridão, estranhamento e fobia.

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BIBLIOCULTECA

LIVRO: PRÁTICAS DE FEITIÇARIA: O CASO DE MARIA GONÇALVES CAJADA

A leitura de Práticas de feitiçaria: o caso de Maria Gonçalves


Cajada, da historiadora Gilmara Cruz de Araújo, nos revela um universo
decerto ainda pouco explorado de nosso passado histórico. Um universo
permeado pelos mistérios de tradições mágicas resistentes ao aparato
opressor da religião e do Estado que se utilizaram dos tribunais
inquisitoriais para caçar, julgar e condenar qualquer dissidência
religiosa, cultural e moral.

O cenário deste livro se desenvolve no primeiro século colonial do


Brasil, no Estado da Bahia. Ao analisar os arquivos contidos no site
da Torre do Tombo de Lisboa, Portugal, relacionados aos processos
perpetrados pela inquisição no Brasil, a autora nos apresenta o caso
de Maria Gonçalves Cajada, mulher portuguesa punida com o exílio, que
chega à Bahia quinhentista trazendo consigo um conhecimento de
práticas mágicas que a populariza como uma feiticeira diabólica. Em
busca de seus passos e das razões que fundamentam sua condenação por
prática de feitiçaria, Gilmara Cruz explora todo um arcabouço de
práticas mágicas ancestrais, pré-cristãs, sobreviventes e resistentes
ao processo cultural normatizador que era impetrado pelos tribunais
inquisitoriais em vários países, consolidando a religião cristã e

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demonizando qualquer liberdade e diversidade religiosa, social, sexual
e consequentemente política.

A Inquisição no Brasil fez suas vítimas, não tanto como a histeria


persecutória que se alastrou na Europa e que fez arder fogueiras
humanas por seu território, trazendo o horror e espalhando o medo em
seus habitantes. No Brasil, as particularidades e especificidades de
nossa região e de seu povo mestiço, de práticas sincréticas,
trouxeram-nos processos inquisitoriais não tão homicidas, mas
igualmente opressores a comportamentos considerados ameaçadores e
desviantes. Neste contexto tão complexo inserem-se como sempre as
mulheres. Mulheres que se insurgem à sua maneira diante de situações
cotidianas que a submetem, levando- as a uma insatisfação emocional e
existencial. Essa insurgência se manifesta em alguns casos na procura
por práticas mágicas que tragam alívio ou a promessa de resolução de
suas aflições cotidianas. Assim elas encontram na figura da
Feiticeira, uma mediadora entre os mundos físico e sobrenatural,
aquela a quem podem recorrer para resolver seus problemas. E uma
Feiticeira guarda muito bem seus segredos onde nem sempre um tribunal
do Santo Ofício é capaz de extraí-los totalmente. Herdeira de
tradições mágicas orais que muitas vezes ultrapassam limites temporais
e históricos, ela nos apresenta práticas impregnadas de simbolismos e
significados os quais não podemos reduzir a simples superstições. Para
não incorrermos neste erro, Gilmara Cruz desvela o véu de uma magia
documentada em livros outrora considerados herméticos como As
clavículas de Salomão ou Magia de Arbatel, e também através de estudos
de diversos autores que lançaram um olhar sobre os mistérios da magia,
seus simbolismos e a sobrevivência de determinadas práticas através do
tempo, como Carlos Ginzburg, Margaret Murray, Francisco Bethencourt,
entre outros.

Assim conhecemos uma realidade cultural e religiosa da Bahia do


século XVI mais distinta, enriquecida por uma multiplicidade que lhe
confere em determinados aspectos, um caráter híbrido manifestado em
práticas que escapam ao sistema opressor vinculado à Igreja Católica e
à religião cristã. A história de Maria Gonçalves Cajada é a história
de uma mulher acima de tudo, que procura sobreviver ante a uma
realidade predominantemente hostil para com as mulheres e que encontra

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na prática da magia um lugar de poder, de autonomia, dentro de uma
sociedade que constantemente relega às mulheres papel de submissão e
domesticação. O resgate de sua história demonstra que a Inquisição foi
falha em seu objetivo de destruir por completo conhecimentos e
práticas mágicas que não por acaso eram manifestados em sua grande
maioria por mulheres.

An Pagan Priestess

EVOCO COSMOS

Seduzida por algo tão belo e


misterioso, danço e vibro em
homenagem e agradecimento. Desde
que tive consciência da vida,
optei por invocar-te em cantos,
hinos, poesias, danças e ritmos
em fluxos e refluxos... Mesmo sem
te compreender, eu te sentia. Tão
íntimo, tão obscuro, tão
sublime... Ofereço a ti a minha
arte, ó misterioso escuro! A
minha essência é apenas uma
parcela de ti, ó grandioso
universo. Não é algo tão
racional, mas sinto, em minhas
veias, uma ligação profunda, uma parcela mínima da máxima, um
casamento alquímico entre nós. Minhas aspirações são as mais
puras e sinceras. Declaro a ti respeito e admiração e vos digo
este é o ritmo da ascensão e da queda, das nuances que bailam em
exóticos ritmos opostos. Porque eu sou luz, mas também sou
trevas! "O que está acima é como o que está abaixo".

(Satana Anticristo, 05 de agosto 2017 e.v.)

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OS CHAKRAS E O SISTEMA ENDÓCRINO
Lux Arcana
(lucy_cage@hotmail.com)

O corpo humano, além da matéria observável, é composto


também por energia. Energia essa que tem seus pontos de
concentração, onde existe um acúmulo energético que os
torna merecedores de maior atenção.
Esses pontos de maior concentração energética são
conhecidos como os Chakras, trata-se de um conhecimento
milenar explorado a muito pelos orientais. E embora a
resistência dos mais céticos em reconhecê-los, é
interessante poder hoje, com a ciência moderna, conhecermos
a existência das Glândulas Endócrinas, e fazermos uma
análise, correlacionando os Chakras, pontos energéticos
responsáveis pela distribuição e equilíbrio energético em
nosso corpo, com as glândulas endócrinas, pontos materiais
responsáveis pela distribuição e equilíbrio hormonal deste,
firmando assim mais uma vez o axioma hermético de
correspondência tão conhecido entre os estudantes de
ciências ocultas: “O que está em cima é como o que está em
baixo, e o que está em baixo é como o que está em cima.”

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A correlação entre os Chakras e o sistema endócrino vai
desde sua localização, até a função e influência exercida
no corpo e suas emoções, analisar e ilustrar essa relação
são meus objetivos nesse trabalho.

Chakra Coronário
Sua glândula correspondente é a glândula pineal. Esse
Chakra está localizado na região logo a cima da cabeça, cor
de violeta ao branco, é responsável pela distribuição
energética do corpo, está relacionado a consciência,
percepções extrassensoriais, a ligação com o que é elevado,
quando bem desenvolvido, facilita as projeções.
A glândula pineal, por sua vez, está localizada na parte
central do cérebro, sua função é secretar a melatonina,
hormônio responsável pela regulação dos ritmos do corpo,
relógio biológico e o sono.

Chakra Frontal
Sua glândula correspondente é a pituitária ou hipófise.
Está localizado entre os dois olhos, é o famoso terceiro
olho, sua cor é o azul índigo, é responsável pela
capacidade intuitiva, a sensibilidade, quando bem
desenvolvido facilita a concentração e clarividência.
A glândula pituitária está localizada abaixo do hipotálamo
e posteriormente ao quiasma óptico, é por meio dessa
glândula que o sistema nervoso central emite a necessidade
de produção de uma variedade de hormônios em uma
sincronicidade perfeita mantendo ligação com as demais
glândulas de tal forma que ao menor desequilíbrio afetará
todo o sistema. A correlação aqui é observável, além da
localização, a ligação com sistema nervoso, que
energicamente falando está estritamente ligado a
sensibilidade.

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Chakra Laríngeo
Sua glândula correspondente é a tireóide. Localizado na
região da garganta, sua cor é azul, tem relação com o
concreto, a fala, respiração e expressão. Quando bem
desenvolvido facilita a psicofonia e clariaudiência.
A glândula tireóide está localizada na garganta, logo
abaixo de sua laringe, tem a função de regular importantes
órgãos como coração, cérebro, fígado e rins. Produz os
hormônios triiodotironina e tiroxina, que são distribuídos
pelo corpo e regulam o metabolismo.

Chakra Cardíaco
Sua glândula correspondente é o timo. É o chakra do
coração, localizado no centro do peito, sua cor é verde,
tem importância no desenvolvimento naquilo que tange os
sentimentos, muito afetado pelo desequilíbrio emocional.
Seu desenvolvimento aguça a sensibilidade ao toque,
maturidade emocional e desapego a bens materiais. O Timo
está localizado na parte superior do Tórax, essa glândula é
muito ativa na infância, e tem papel importantíssimo no
desenvolvimento do sistema imunológico, produz células que
asseguram o correto funcionamento do sistema e cuidam dos
desgastes dos órgãos. A medida que a pessoa envelhece, a
glândula Timo diminui seu tamanho e é substituída por
tecido adiposo.

Chakra Esplenico ou Plexo Solar


Glândula correspondente é o pâncreas. Localizado na região
superior esquerda da cavidade abdominal, cor amarela, assim
como todo sistema, está interligado aos outros chakras, e
um desequilíbrio causado na fluidez será mais perceptível
nesse ponto, se tem facilidade em absorver energias
“carregadas” tenderá a sentir sensação de inchaço,
desconforto e fadiga. Se bem equilibrado favorece a

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Vontade, disposição, deixando o aspecto do sujeito
radiante.
O pâncreas fica localizado no meio do abdómen, rodeado pelo
estômago, fígado e baço. Sua função endócrina é a produção
dos hormônios insulina e glucagon. A insulina ajuda o corpo
a absorver a glicose, diminuindo os níveis de açúcar e
permitindo que as células do corpo usem a glicose para
produzir energia. Já a glucagon aumenta os níveis de açúcar
no sangue, a combinação das duas mantém os níveis adequados
para uma ideal manutenção do organismo.

Chakra Sacral
Glândula correspondente são as Gônodas, esse chakra se
localiza próximo a região umbilical, aproximadamente quatro
dedos abaixo do umbigo, tem cor laranja, está ligado aos
órgãos reprodutores, as emoções que movem as pessoas,
inclusive a intuição. Está intimamente ligado a reprodução,
mas não apenas reprodução da espécie, a criatividade,
capacidade de produzir coisas, idéias novas.
As Gônodas se localizam nos ovários das mulheres, ou nos
testículos dos homens, e são responsáveis pela produção de
hormônios sexuais.

Chakra Básico
Glândula correspondente são as supra-renais, este chakra
localiza-se entre o ânus e a genital, também ligado ao
cóccix, cor vermelha, governa a área da coluna vertebral e
rins, este ponto energético se relaciona aos sentidos de
sobrevivência, funções como comer, beber... nos mantém
despertos a importância de questões materiais. A pessoa com
esse chakra bem equilibrado costuma ser alguém bem
sucedido, mantendo sua vida física e mental harmônica.
Sobre as funções dessas glândulas, permitam colar um trecho
de um site, cujo deixarei endereço, aquém interessar,

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possui inclusive exercícios específicos para as supre-
renais:
“Estas glândulas endócrinas têm forma de lua achatada,
situadas uma sobre cada rim e secretam vários hormônios,
entre os quais destacam-se a ldosterona, a adrenalina (ou
epinefrina) e a noradrenalina (ou norepinefrina). Sua
função básica está relacionada à manutenção do equilíbrio
do meio interno, isto é, da homeostase do organismo, frente
a situações diversas de modificação desse equilíbrio
(tensão emocional, jejum, variação de temperatura,
infecções, administração de drogas diversas, exercício
muscular, hemorragias, etc].”

Fonte do Trecho sobre as supra-renais:


http://www.ogrupo.org.br/glandulas_supra-renais.asp

Bom ressaltar, que aqui tratamos dos sete chakras


principais, mas que em nosso corpo há outros pontos de
localização de pequenos chakras, nas
palmas das mãos e na sola dos pés são
exemplos de pequenos pontos de acumulação
energética.
O Universo é todo composto por um campo
de energia universal, deste modo, quando
nos sentimos “abertos”, estamos
literalmente abertos ao campo energético
universal. Todos os pontos dos chakras,
dos maiores aos menores, usados inclusive
em acupuntura, são pontos de abertura e
de troca energética.
Logo, estarmos “abertos” significa
metabolização de grande parte de energia
do campo universal, e de maneira análoga,
nosso corpo irá metabolizar nossas emoções em forma de

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hormônios que regularão nosso corpo. Daí a grande
importância em observarmos nossos pensamentos, nossas
companhias, ambientes, tudo o que possa de certa forma
influir no nosso campo vibracional, um simples aperto de
mão, em quem esteja emocionalmente desestruturado, com seu
chakra da mão “aberto” pode vir a causar uma série de maus
estares indesejáveis.
Enfim, o estudo do Chakras e do nosso sistema endócrino
está longe de ser algo simples, mas extremamente vasto e
complexo, espero que essas linhas possam servir de
introdução a quem deseje se aprofundar.
Beijo de Lua!

)o( Tenebris Lux Lunae Inluminat te )o(

Hecate Enodia
Eu te procuro nos limiares do universo
Na escuridão que silencia ante os mistérios
Na lua Escura ou Brilhante que paira nos céus
No latir de cães inquietos
Eu te procuro nas dores que me cercam
Na senda que revela um abismo interno
Nos Umbrais que se escondem em visões Oníricas que se
perdem
No aperto do Coração ante um futuro incerto
Eu te procuro e imagino cavernas escuras a explorar
Um trono de prata reluzente no alto de uma montanha
E Olhos que me desvendam nos segundos do tempo
Numa linguagem sem palavras que eu entendo
Eu te procuro na certeza de reencontrar
Aquela que toma minhas mãos a me guiar
Que me fortalece a enfrentar
Os caminhos que me levarão

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à morte a encarar...
Por Pagan Priestess

DANCE OF DEATH
Por Satana Anticristo
Entre os séculos XIV e XV o medo, principalmente da morte,
passou a ser expressado através da arte. O terror, o medo
de morrer e a aversão ao cadáver eram grandes elementos que
compuseram o cenário desse momento. Com a Peste Negra
espalhada pela Europa, era realmente difícil lidar com o
medo da morte. Muitas imagens desse período representavam
exatamente essa mentalidade, essas angústias e desejos pela
vida.
A curiosidade sobre o cadáver e seus mistérios exerceu
influência sobre a arte medieval, resultando em imagens e
textos que tratavam do horror
corporal e aspectos de um corpo
deteriorado. É nesse momento que
se acredita ter surgido a Dança
Macabra, ou Dance of Death.
Poesias e imagens surgiram
impressos e pintadas em murais,
apresentando um desfile de pessoas
guiadas por pessoas mortas,
representadas por esqueletos, para
seus próprios túmulos. Segundo
alguns autores, o objetivo dessas
obras era conscientizar que todos
devem estar preparados para a
chegada imprevisível da morte e
que ela tem caráter universal, não
fazendo nenhum tipo de distinções hierárquica ou étnica.

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O caso mais conhecido foi A Dança de Saints-innocents que
foi o afresco pintado no cemitério Saints Innocents, em
Paris, em 1424. É considerada a primeira obra do gênero e
reuniu imagens e textos. Outra que ficou famosa foi a Dança
de Marchand, composta do encontro de três mortos com três
vivos e de uma dança macabra de mulheres e versos de
poemas. De forma geral, “A dança da morte” esteve presente
nas artes principalmente de países como França, Alemanha e
Inglaterra.
Segundo alguns autores, a "dançomania" era um fenômeno de
manifestação cultural que fazia frente a imposição corporal
da igreja e era um reflexo do desespero diante as epidemias
e doenças que assolavam o cenário do século XIV e XV. Numa
espécie de histeria, as pessoas dançavam seu sofrimento e
seu medo freneticamente expressando o pavor da morte. E
essa tendência ficou conhecida como Dance of Death ou Danse
Macabre.
Essa arte traz também uma maravilhosa crítica social de
semelhança entre as pessoas. O próprio esqueleto representa
a igualdade entre os seres humanos, não importando sua
condição financeira, em que posição hierárquica esteja,
qual estilo de vida ou afins... quando ela chega, sem
nenhuma distinção, ela ceifará a sua vida!
O poema
Como um vivente, arrogante de sua nobre estatura
Com o seu grande buquê, seu lenço e suas luvas,
Ela tem a indolência e a desenvoltura
De uma coquete frágil de postura extravagante.

Já se viu alguma vez num baile uma aparência mais delgada?


O seu vestido exagerado, no seu real esplendor,
Se vira abundantemente sobre um pé seco que oprime
Um sapato adornado, belo como uma flor.

O enrugado que joga à beira das clavículas,


Qual arroio lascivo esfregando-se no rochedo
Defende pudicamente das troças ridículas
Os fúnebres encantos que ela sabe ocultar.

Seus olhos profundos são feitos de vazio e trevas,


E o seu crânio, com flores artisticamente penteado,
Oscila apaticamente sobre as suas frágeis vértebras,
Oh, encanto de um nada loucamente enfeitado.

Alguns te tomarão por uma caricatura,

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Sem compreender, amantes ébrios da carne,
A elegância sem nome da tua humana armadura.
Tu respondes, grande esqueleto, com todo o meu prazer!

Vens agora turvar, com a tua imponente careta,


A festa da Vida? Ou algum velho desejo,
Incentivando ainda a tua vivente carcaça,
Impulsando-te, ingenuamente, ao Sabat do Prazer?

Com o cantar dos violinos e as chamas das candeias,


Esperas expulsar o teu pesadelo burlão,
E vens implorar à corrente das orgias,
Que refresque o inferno aceso no teu coração?

Inesgotável poço de necessidade e enganos!


Da antiga dor eterno alambique!
Através do retorcido gradeado das tuas costelas
Eu vejo, ainda errante, o insaciável áspide.

Na verdade, temo que a tua coqueteria


Não alcance um preço digno de seus esforços,
Quem, entre esses corações mortais, alcança o embuste?
Os sortilégios do horror só embebedam os fortes!

O abismo dos teus olhos, cheio de horríveis pensamentos,


Exala a vertigem, e os bailarinos prudentes
Não contemplarão sem amargas náuseas
O sorriso eterno dos teus trinta e dois dentes.

Mas, quem nunca apertou em seus braços um esqueleto,


E quem nunca se nutriu de coisas sepulcrais?
Que importa o perfume, o vestido ou o penteado?
Aquele que se enoja demonstra que se crê belo.

Bailadeira sem nariz, irresistível trotadora,


Diz-lhes, pois, a estes belos bailarinos que se fingem
ofuscados:
“Arrogantes galãs, apesar da arte do pó-de-arroz e do
rouge,
Exalais todos a morte! Oh, esqueletos perfumados!

Antinoos murchos, janotas de rosto suave,


Cadáveres envernizados, lovelaces grisalhos,
O alvoroço universal da dança macabra
Os arrasta até lugares desconhecidos!

Desde os cais frios do Sena até às margens ardentes de

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Ganges,
O tropel mortal salta e se pasma, sem ver
A trompete do Anjo numa cavidade do tecto
Sinistramente boquiaberto como um negro trabuco.

Em todo o clima, baixo todo o sol, a Morte te admira


Nas tuas contorções, risível Humanidade,
E com frequência, como tu, perfumando-se de mirra,
Mistura a sua ironia com a sua insensatez.
(Dança Macabra, Charles Baudelaire)

FILMOGRAFIA PROFANA

ALUCARDA: LA HIJA DE LAS TINIEBLAS

Por Pagan Priestess

1977
México
85 min
Direção:Juan López Moctezuma
Roteiro: Alexis Arroyo,
TitaArroyo, Juan López
Moctezuma, Yolanda López
Moctezuma(baseado na obra de
Sheridan Le Fanu)
Produçã: Max Guefen, Juan
López Moctezuma,
Eduardo Moreno
Elenco: Tina Romero, Susana
Kamini, Claudio Brook, David
Silva.

Estamos aqui diante de um


dos maiores clássicos do
Horror, digamos, mais
underground, já realizado!
Underground porque é um
filme ainda pouco
conhecido, produzido na América Latina, precisamente no
México, cuja cultura é riquíssima; lá temos um culto aos
mortos bem peculiar e toda uma prolífica fonte de poetas,
escritores, diretores, etc. O diretor desta Obra aliás,
Juan López Moctezuma, tem toda uma trajetória ligada ao
cinema fantástico e fundou com dois nomes de peso, o

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dramaturgo Fernando Arrabal e o cineasta Alejandro
Jodoroski, o Teatro Le Panique – um movimento estético
bastante inovador que se concentrava no desempenho caótico
e surreal dos atores... Muitos espetáculos eram chocantes e
ficaram marcados como uma contraposição ao mainstream...

Voltando a nossa obra do Horror, Moctezuma, fez uma


adaptação livre da história da vampira Carmilla de forma
bem original, misturando vários elementos e subgêneros do
Horror. Carmilla inspirou muitos filmes, e quando penso
nesta história sempre me vem à mente a atriz Ingrid Pitt,
sensualíssima, em “The Vampire Lovers” – um dos melhores
filmes da Hammer! Mas em Alucarda vemos algo ainda mais
ousado! Satanismo, muitas profanações, sangue, nudez e
pitadas de nunsexplotation!

A história começa com um bebê cuja mãe é morta no parto...


Este bebê já possui uma maldição e é entregue ao convento
para crescer junto com outras freiras... Ela se chama
Alucarda (Tina Romero) e logo se mostrará diferente das
demais freiras... Aliás, estas freiras desse convento, uma
espécie também de colégio para órfãs, são sinistras,
cobertas dos pés á cabeça, deixando somente o rosto à
vista, com uma aparência bem medieval...

Tudo transcorre na rotina, até a chegada de Justine (Susana


Kamini) uma recém órfã bastante ingênua que logo desperta
uma atração em Alucarda... As duas se aproximam e se
tornam amigas. Em uma das melhores cenas, elas passeiam no
campo e encontram um cigano corcunda que as introduz no
mundo mágico do sobrenatural e consequentemente isto acaba
despertando o lado sombrio e demoníaco em Alucarda... Daí
em diante vemos uma sequência bem onírica com muito
erotismo! As duas estão em uma espécie de ritual vampírico
sexual onde Justine bebe o sangue de Alucarda e após isso,
elas participam de um sabá que lembra bastante o Ritual
existente no filme “Bodas de Satã”, mas aqui há mais
ousadia, com as mulheres todas nuas em uma orgia que
culmina com a aparição de Baphomet...

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Depois disso, elas se transformam e proferem várias
blasfêmias ante as freiras que ficam atordoadas e chocadas.
Entra em cena o Padre Lázaro, um padre muito conservador e
de postura e ideias inquisidoras... Ele submete Justine á
tortura causando a morte da mesma, ao mesmo tempo que
ocorre um transe histérico nas freiras... O caos se
estabelece! Alucarda teria o mesmo destino, se não fosse a
interferência do Dr. Oszek que a livra da tortura... Vemos
aí neste momento, um embate entre a ciência e razão na
figura de Dr. Oszek contra o fanatismo religioso expressado
pelo Padre Lázaro... Dr. Oszek leva Alucarda para sua casa
e a mesma já começa a sentir-se interessada e atraída por
sua filha cega, enquanto isso eventos sobrenaturais ocorrem
no convento, fazendo o Doutor acreditar na interferência de
uma força oculta naquele lugar...

Na sequência final vemos o ressurgir de uma Justine maligna


e ensanguentada atacando uma freira violentamente – o que
nos fez lembrar da violência gráfica dos zumbis devido o
gore abundante! E o “Grand Finale” de Alucarda em um duelo
de forças no convento, onde ela evoca demônios em meio a
crucifixos em chamas!! Muito marcante!

Com orçamento baixíssimo, Moctezuma consegue realizar uma


obra singular, usando de muita criatividade na iluminação,
conseguindo o melhor resultado possível em ambientes de
filmagens não muito favoráveis! Merece menção também o
elenco onde alguns atores interpretaram papéis duplos como
a protagonista Tina Romero interpretando Alucarda e sua mãe

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no início do filme e Carlos Brook como o Dr. Oszek e o
corcunda cigano.

Alucarda é uma pérola do Horror Mexicano! Obra original,


ousada, blasfema, que dificilmente seria o que é se fosse
filmada por um grande estúdio americano. Aos admiradores do
Horror e de um cinema mais maldito e obscuro, se torna de
visão obrigatória!!

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HECATE
Por Pagan Priestess
Falar sobre a titânide Hecate é uma grande honra para mim,
e me sinto como se falasse de alguém que está próximo há um
certo tempo...
Há mais de 20 anos dedico as chamas e hinos de nossa Horda
em seu nome, percebendo a cada ano o seu culto se
aprofundando em meu cotidiano; porém o chamado da grande
Deusa veio a mim com bem mais antecedência! Antes dos 20
anos já o tinha escutado, me impressionando e me encantando
com o seus significados e mistérios... Portanto, não me
estenderei nestas breves linhas, em expor minuciosamente
suas origens e menções históricas, tudo isto se encontra de
forma acessível na internet, pois penso que compreender
Hecate como uma Deusa da feitiçaria e admirá-la ou conhecê-
la de forma teórica, não será jamais suficiente para
estabelecermos uma verdadeira conexão com esta misteriosa
deidade.
Sim, encontrar a Deusa tríplice das encruzilhadas em nossa
existência não é tarefa fácil para ninguém. Hecate – aquela
que observa de soslaio - não se apresenta quando é chamada
ou invocada por nossa vontade...
Ela vem quando quer.... Isto quem a
cultua o sabe. Conhecer a magia e
energia desta antiga entidade pode ser
algo que dure uma vida inteira ou mais.
Ou talvez isto nunca ocorra. Na verdade,
aqueles que verdadeiramente se
identificam com a Rainha das feiticeiras
são convocados por ela. A Deusa Negra
sabe reconhecer um filho ou filha
autêntica de sua magia e haverá sempre
um tempo certo para este encontro, mas
claro, você tem que querer, você tem que
buscá-la, mas o convite parte dela.
Sua origem não é clara, mas comumente
historiadores consideram a mesma advinda
do Titã Perses e de Astéria, vide o “Hino à Hécate” escrito
por Hesíodo em sua “Teogonia”. Hecate manteve todos os seus
Poderes, após a guerra entre os Titãs e os Deuses e se
fortaleceu ainda mais, mantendo domínios sobre a terra, os
céus, os mares e os mundos subterrâneos; Até mesmo Zeus,
Deus dos Deuses, a honra e a teme... hhEcath - o
equivalente em grego para o nome Hekate é “aquela que fere
á distância” ou “aquela que age como lhe apraz”. Como nos
diz Hesíodo

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“Diligente entre os cavaleiros assiste a quem quer,
e aos que lavram o mar de ínvios caminhos
e suplicam a Hécate e ao troante Treme-terra,
fácil a gloriosa Deusa concede muita pesca
ou surge e arranca-a, se o quer no seu ânimo.
Diligente no estábulo com Hermes aumenta
o rebanho de bois e a larga tropa de cabras
e a de ovelhas lanosas, se o quer no seu ânimo,
de poucos avoluma-os e de muitos faz menores.”

Mas muitos estudiosos e cultuadores da Deusa


consideram um equívoco esta associação fácil
com a Magia negra, considerando a Deusa como a
suprema bruxa da Magia de forma geral. Esta
enfatização dos aspectos sombrios veio
fortemente com a tradição patriarcal que se
consolidou com a religião cristã no ocidente,
demonizando deidades femininas principalmente e
valorizando seus aspectos sombrios e escuros,
considerando-os perigosos e demoníacos. Hecate,
para muitos, está extremamente associada a
independência feminina regendo ritos de
proteção, transformação e afirmação femininas. Eu concordo
totalmente com esta visão. Mas seria um grave erro
desconsiderar suas características sombrias – Ela é uma
deusa da noite, das sombras, da morte...
Pois ela age como lhe apraz, pode conceder prosperidade ou
a ruína, pode ser gentil, benevolente e também terrível
como nos fala Hesíodo em seu hino à Deusa, mas seu objetivo
é sempre nos ajudar e iluminar as áreas escuras de nossa
psique para que possamos nos tornar conscientes de nós
mesmos e com real capacidade de mudar e transmutar
energias. Mesmo que não compreendamos os caminhos que ela
nos trace, eles são necessários, devemos trilhá-los.
Obscura em todos os sentidos, difícil encontrar literatura
a seu respeito, sendo muito escassa e em grande parte
estrangeira. Por isso, muito de nossa busca se encaminhará
de forma intuitiva, imaginativa, mas construída com
disciplina e dedicação mediante nosso esforço em encontrar
sua caverna escura, normalmente localizada nos domínios de
nosso subconsciente/inconsciente.

Mas como entrar em contato com esta


parte de nós que está constantemente nas
sombras, envolvida por um véu escuro que
delimita um espaço desconhecido, onde
tememos normalmente sua manifestação?
Sinceridade e ética são como duas
colunas que se apresentam nos portais

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dos seus domínios e serão exigidos como chaves que abrem as
portas destes lugares escuros do inconsciente... Hecate
pode ser nossa guia nestes caminhos tortuosos e não há
regras, fórmulas mágicas ou feitiços prontos de livros que
nos revelem a direção a tomarmos... Por isso, a Magia de
Hecate é para poucos, ela manifesta uma energia forte,
densa que pode nos levar a crises existenciais contínuas,
depressões, sonhos misteriosos e pesadelos... Tudo parte de
uma jornada semelhante à jornada do Louco do Tarô onde
obstáculos estarão à frente e um aprendizado nos submeterá
a lições, sempre necessárias, volto a afirmar... Hecate não
nos poupará aprendizados, mas devemos ter a coragem de
olhar para dentro de nós mesmos, de rasgar nossas máscaras
e véus, pois a suprema Deusa nos desvendará por completo e
nos ajudará em nossos processos psíquicos que clamam por
mudança e transformação. Não há lugar no culto de Hecate
para aqueles que temem se conhecer realmente. Ela rasgará
nossos véus e iluminará com suas tochas os recônditos mais
escuros de nós mesmos desafiando-nos a conhecê-los...

Seus caminhos nos rementem sempre a escolhas, e parecem


encobertos por forte neblina, que embaça o olhar daqueles
que não servem para este culto sombrio... Sim, eu penso
firmemente que a grande Deusa afasta de si aqueles que não
servem ao seu culto... Ela como uma deusa tríplice se
conecta com várias entidades femininas obscuras e
misteriosas. E caso necessite, ela trabalhará com as Moiras
e o que chamamos de Destino, escolherá caminhos que nos
afastarão de seus ritos, de sua energia e estranhamente, de
uma parte de nós mesmos... E esqueça as adaptações de ritos
que querem colocar Hecate como uma Deusa wiccana,
totalmente benévola e inofensiva... Seus aspectos benévolos
incluem a cura, a proteção, o acolhimento, mas a energia de
uma Deusa sombria difere de qualquer entidade de carga

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energética suave e benevolente. Por isso, não misture o
cultos de outros Deuses com o culto a Hecate!
Quem a chama, saiba que não será suficiente fazer um altar,
colocar velas pretas e registrar o mesmo através de fotos
para o facebook... É um trabalho contínuo de
autoconhecimento, de escolhas, de percepções, nada
superficial que se assemelhe a um culto mecânico, teórico e
muito menos algo que possa ser colocado numa vitrine para
que alguns pensem: Olhem, é uma bruxa!... Hecate, Kali,
Lilith – todas estas deusas parecem estar “na moda” para
aqueles que querem se afirmar ante outras pessoas como
cultuadores de Deusas sombrias e destrutivas. O efeito que
provocam é exatamente o contrário ante um olhar mais
cuidadoso... E no caso de Hecate, lembrem-se: a decisão de
se apresentar sempre é dela e não nossa, ela odeia
holofotes e exposição fútil.
Mas o altar é extremamente necessário, a
disciplina que um culto a Hecate exige,
traz todos os elementos de devoção e uma
continuidade e esforço por parte daquele
que a chama... As velas podem ser negras,
roxas, ou de outras cores, dependendo de
nossa finalidade, também devem -se acender
incensos e oferendas devem ladear este
lugar de prece e culto...Estas podem ser
de pães, massas, vinhos, ovos, alho,
cebola, azeitonas (pretas), carnes,
peixes, etc. Sangue e ossos fazem parte
de seu culto, se você se enoja com estes
elementos, falta-lhe algo básico para
construir um verdadeira relação com a
Deusa. Tochas a representam, assim como
instrumentos cortantes como facas,
punhais, muitas cordas, muitas chaves e
claro,., Um caldeirão. Animais como cães, cavalos,
serpentes, corujas, corvos, sapos, touros e cordeiros
pretos entre outros, a representam ... Eu particularmente
penso que gatos também estão intrinsicamente ligados a
grande Deusa Bruxa, por estes também serem associados ao
oculto e a magia. Um dos símbolos mais poderosos de seu
culto é o Strophalos, a chamada Roda de Hecate, que mais
parece um labirinto com suas formas serpentinas, onde três
círculos estão dentro um do outro. Este é um enigma, uma
chave que pode ampliar nossa consciência e estes caminhos
entrelaçados podem nos guiar ou nos desorientar...

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Strophalos

Muitos afirmam que as segundas – feiras são dias propícios


para o seu culto... Realmente, sua energia parece estar
mais perceptível e forte neste dia, mas existirão ocasiões
em que ouviremos o seu chamado e que precisaremos nos
sentir perto da Mãe Negra... Assim mais uma vez, deixe-se
guiar por sua intuição e percepção, além é claro, pelas
urgências de seu trabalho interno em sua psique, guiado por
Hecate. As noites são propícias ao seu culto
definitivamente, mas os dias podem ser utilizados para seus
rituais conforme seja sua disponibilidade. Reserve um
espaço fora de casa para o seu culto – isto é importante!
Ela é uma Deusa de Trânsito, de encruzilhadas, que se faz
acompanhar por fantasmas e entidades astrais, cultuada
antigamente em portas e soleiras de casas, assim, do ponto
de vista, da conexão energética, é importante você dispor
de um espaço fora de sua casa, na entrada, no quintal, em
uma área limítrofe de sua casa...
Os períodos de Lua minguante e principalmente Lua negra e
nova, são especiais e indicados para evocação de suas
energias. Mas eu particularmente já ritualizei em sua honra
em outras luas; como disse, depende de nosso culto e
relação com a grande Deusa. Mas as luas citadas, são muito
identificadas com as características escuras de Hecate...
Além disso, um aspecto peculiar em seu culto, é que não
devemos misturar utensílios, materiais e o espaço de seu
culto com outra entidade, qualquer que seja, como já dito
anteriormente...

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Altar para Hecate
Hecate tem uma energia vibratória que parece não se
relacionar bem com outras entidades... Poderia afirmar que
existe um tipo de possessividade da Deusa em relação a nós
mesmos com outras deidades/entidades, mas na verdade, penso
que os poderes de Hecate são tão abrangentes que deve-se
ter cuidado em se preencher lacunas que poderiam ser
ocupadas por outras entidades em relação a um trabalho
interno psíquico/ espiritual...Enfim, cabe sempre a cada um
escolher com qual Deus, Deusa, Demônio, entidade, se
relacionar... Os caminhos espirituais são como a vida,
cheio de escolhas e passos que podem ser certos ou errados.
De toda forma, sentiremos
sempre as consequências destes
passos. Algumas das máximas do
autoconhecimento é que “o
exterior reflete o interior”,
e “tal como é o macrocosmo é o
microcosmo”...
Assim existe uma
responsabilidade nossa em
relação aos rumos de nossa
vida, não podemos culpar os
deuses, o destino, outras
pessoas, pela forma que nossa
vida caminha. Considero,
portanto, o trabalho de
autoconhecimento essencial em
nossa existência. Mas não são
todos que estão dispostos a
olhar para dentro de si de
forma sincera. Aqueles que não
temem o que irão ver e são sinceros em sua fé, podem contar
com uma das Deidades mais fortes e poderosas entre todos os
panteões existentes...
Hecate...
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Mãe, guia, portadora das chaves, das Tochas, a Enodia dos
Caminhos...Não importa a sua forma - Hecate acompanhará
seus filhos e filhas, até aos infernos...
Por Pagan Priestess

Bibliografia:
WYVERN , Naelyan e SIEGEL, Dylan . A magia de Hécate.
Editora Madras. São Paulo, 2012.
Hecate: Deusa da Feitiçaria. Texto compilação.
HESÍODO. Teogonia
YARA, Carol. Disponível em:
<https://cucinastrega.wordpress.com/culto-a-hecate/. Acesso
em 02 de nov. 2017.
MELO, Maurício. Disponível em:
<http://www.conclaverosadosventos.com.br/pratica/luz-na-
escuridao-uma-jornada-hecatina/. Acesso em: 02 de nov. de
2017.
Oficina das Bruxas. Disponível
em:<http://oficinadasbruxas.com/deusa-hekate/. Acesso em 02
de novembro de 2017.

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