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Saudações!
1. Oração Matinal.
(livre adaptação minha da oração 'Moch Maidin' de Robert Kaucher)
Após uma ablução matinal (incluindo da boca), voltado ao nascer do sol, em posição de oração:
Eu me levanto hoje
Com a graça dos deuses,
Que eu seja forte como um touro,
Sábio como um salmão,
Valente como um javali,
Que haja excelência sobre minha casa,
Excelência sobre meus amigos,
E excelência sobre minha parte do trabalho.
Sua biieto.
Logo após, saúda-se os deuses ainda em frente ao Nascente.
Pode ser realizado, antes ao invés ou depois da oração precedente, 3x (no mínimo). Ainda, é
uma prática mais voltada aos que desejam uma rotina mais sacerdotal ou que em certos
casos/dias, precisa de um melhor "alinhamento" - a ideia básica é realizar um canto monotônico
(em C, ou seja dó) do estilo dos Mantras (para ser franco, a inspiração do canto abaixo é do
Gayatri Mantra - clica para ouvir).
Britim magasomī ad vīriām | que eu eleve o juízo à verdade | May I increase judgement towards
truth
Ūsselisetos Sūlī en vārī, | tão alto como o Sol na aurora, | As high as the Sun at the dawn,
Lēstū auios* ver retū srutō, | pela luz da inspiração sobre o reto curso, | By the light of the
inspiration over the fair stream,
Com ariō cridiō indi dānū. | com nobre coração e dom. | With noble heart and craft.
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*'auis' é bem provável, que pela tendência fonética geral em casos deste tipo, o *-w-
intervocálico caísse, daí que *awiC- > *auis > **āis, de onde o genitivo singular **āios (ao
invés de **auios como lá está).
M· Diniz Nemetios
Re: Práticas devocionais matutinas
Uma tradução de uma prática da ADF. Para maiores informações, vd. ADF. Our Own
Druidry: an introduction to Ár nDraíocht and the Druid Path. Phoenix: ADF Press, 2008. p. 37-
38.
Como sempre, há algo de complicado nas (re)construções linguísticas - caso o sujeito se sinta
mais a vontade, é óbvio que deve fazer falar em português mesmo (ou mesmo, reorganizar os
ditos em rima e métrica uniforme - facilita a memorização).
Diante do espaço devocional (no quarto ou no altar doméstico), tendo água e fogo (uma vela
serve) diante de si. Acenda o fogo com estas palavras:
Molha teus dedos na água e toca tua testa e bochechas com estas palavras:
Amō monām* dricām en glana aqua, | Eu banho minha face em água pura,
Amō monām dricām en aqua biotudos, | Eu banho minha face nas águas da vida,
Itasomī glanos sodiu. | Que eu vá limpo por este dia.
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*'monām' – Pronome possessivo feminino da 1ª p. sg. no acusativo. Em Protocéltico se tem –
basicamente – duas bases para a construção de tais pronomes, *mon- (que utilizamos, de onde
**monos -ā -om) ou *mow- (< **mowos -ā -om). É bem provável que tais pronomes no céltico
do ocidente ibérico, devido a sua maior propensão a arcaísmos/ítalo-celtismos, tivesse tais
pronomes na raíz *men- > **menos -ā -om; o português 'minha' pressupõe um arcaico 'minia' <
**meniā < *men-yā que é diferente do latim 'mea'.
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*'bodiā' – PrC: *bodiyā “prazer, contentamento, agradecimento”. Um termo para isto é
complicado, há *φrato- (> **radom) “graça, virtude, bênção, boa fortuna”. No entanto, a noção
aqui parece ser de “reconhecimento” - neste sentido, há *molātu- (< **molādus) “louvor,
homenagem” ou algo com base em *ati-gnāto- “reconhecido, afamado”, do tipo *ati-gnātiom >
“reconhecimento”.