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INTRODUÇÃO AO CURSO “GANBAROU ZE! – GRAMÁTICA
JAPONESA”
Bemvindo ao curso “Ganbarou Ze!”, caro internauta. Primeiramente, gostaríamos de agradecê
lo por nos escolher como seu guia no caminho para domínio da língua japonesa. Recomendamos
que você leia atentamente a presente introdução ao curso (não a deixe de lado como muitos
fazem com prefácios de livros). Nela, tentamos expor de maneira clara qual será o nosso intuito,
além de dicas valiosas de como melhorar o aproveitamento de seus estudos. Boa sorte!
I. BEM VINDO AO PAÍS DO SOL NASCENTE!
O Japão é um país insular da Ásia Oriental. Localizado no Oceano Pacífico, a leste do Mar do
Japão, da República Popular da China, da Coreia do Norte, da Coreia do Sul e da Rússia, se
estendendo do Mar de Okhotsk, no norte, ao Mar da China Oriental e Taiwan, ao sul. Os
caracteres chineses (日本) (lição 4) que compõem seu nome significam "Origem do Sol", razão
pela qual o Japão é às vezes identificado como a "Terra do Sol Nascente". Essa designação para o
Japão vem da China devido à posição geográfica relativa entre os dois países. Já o nome “Japão”
tratase de uma aproximação da pronúncia chinesa para esses caracteres (“rìběn”). Ouça a
pronúnicia neste link.
O país é um arquipélago de 6.852 ilhas, cujas quatro maiores são Honshu, Hokkaido, Kyushu e
Shikoku, representando em conjunto 97% da área terrestre nacional. A maior parte das ilhas é
montanhosa, com muitos vulcões como, por exemplo, os Alpes japoneses e o Monte Fuji. O
Japão possui a décima maior população do mundo, com cerca de 128 milhões de habitantes. A
Região Metropolitana de Tóquio, que inclui a capital de fato de Tóquio e várias prefeituras
adjacentes, é a maior área metropolitana do mundo, com mais de 30 milhões de habitantes.
Para melhor compreender a História do Japão, é comum dividila por Períodos (ou Eras), e a
mudança entre eles, em geral, é ditada pela ascensão de um novo imperador. Entretanto, já
houve mudanças de Períodos ditadas por eventos históricos ou desastres. Desde 1867 na
ascensão do imperador Mutsuhito foi adotado o sistema que muda a era apenas a cada mudança
de reinado, sendo iniciada uma nova era em 1868 denominada era Meiji. A contagem das eras foi
iniciada pelo imperador Kotoku (597654), sendo que este primeiro Período chamavase “Taika”.
A tradição não foi mantida, mas foi retomada pelo imperador Mommu (683707) e, desde então,
tem sido contada até os dias atuais. Vejamos:
Até 8000 a.C. Período "PréCerâmico" ou "Período Paleolítico"
É difícil determinar as origens da civilização japonesa. Há quem pense que a origem do povo
japonês é chinesa. No entanto, graças a vestígios arqueológicos, é possível afirmar que já existiria
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vida no arquipélago há pelo menos 100 mil anos atrás, numa época em que o Japão estava
"colado" ao continente asiático.
8000 a.C. a 300 a.C. Período Jomon
É nesta época que o territóro se torna um arquipélago, devido ao aumento da temperatura e à
consequente elevação do nível do mar. Nesta altura, a população vivia em pequenas
comunidades, dedicandose à caça (uso do arco e flecha) e à colheita, à olaria e desenvolvendo
técnicas agrícolas (primeiras tentativas de plantio) para a sobrevivência.
300 a.C. a 300 d.C. Período Yayoi
Foi um dos períodos onde ocorreram mais mudanças, graças ao contato com outros povos e
culturas. Dos coreanos, os japoneses receberam algumas técnicas de plantio do arroz e o trabalho
com o metal (bronze e ferro). Já dos chineses receberam outras artes e técnicas e um regime
alimentar baseado em certo tipo de legumes (soja, azuki e trigo) e de carne de animais (cavalos e
gado).
300 d.C. a 593 d.C. Período Yamato ou Kofun
O Japão dividiuse em várias áreas com características geográficas e culturas próprias. Novas
artes e tecnologias (ferramentas agrícolas, armas,...) entram no arquipélago, a arte de cerâmica
desenvolveuse e até a escritura chinesa entrou no país para fins comerciais. Neste período houve
uma invasão mongol, deuse a unificação do Japão como nação e do budismo que foi introduzido
no país (538 d.C).
593 d.C a 710 d.C Período Asuka
Foi um período conturbado, mas que trouxe muitas mudanças (Política, Filosofia, Arquitetura)
que se deveram, principalmente, ao budismo e ao confucionismo. Em 604 d.C, Shotoku cria a
primeira Constituição do país. Neste período houve diversos atentados à família imperial e
muitas contendas entre famílias poderosas.
710 d.C a 794 d.C Período Nara
Este período iniciase com a transferência da capital para Nara. O crescimento cultural e artístico
foi enorme. A escrita chinesa (Kanji) foi adaptada para o japonês. A sociedade em sua maioria
era agrícola e dividida em aldeias. Houve um crescimento do poder centralizado no país. O
regime ujikabane (grandes proprietários) entra em decadência e floresce o regime Ritsurio
(administrativo).
794 d.C a 1192 d.C Período Heian
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Com o Imperador Kammu, a capital muda para Heian (atual Quioto). No século X, graças ao
comando do clã Fujiwara, o Japão avançou muito na área cultural. Apesar disso, as guerras pelo
poder que opuseram alguns clãs nipónicos trouxeram instabilidade política e o aparecimento dos
samurais.
1192 d.C – 1333 d.C Período Kamakura
A capital imperial passa a ser em Kamamura. Nesta era, destacase Minamoto Yoritomo, o
Xogum, que inicia uma época dominada pelos samurais cujo código de honra é a base do
governo. É nesta altura que se cria o regime militar conhecido como Xogunato (ou bakufu). Com
a família Hojo no poder, o país evolui novamente e as relações com a China melhoram. Em 1274,
o Povo Mongol tenta conquistar o Japão, mas é derrotado pelos samurais.
1333 d.C a 1573 d.C Período Muromachi
Ashikaga Takauji estabelece o Xogunato Muromachi, em Quioto. Apesar de violento, este período
foi marcado por grande evolução econômica e cultural (arquitetura, pintura, poesia, canções, a
cerimônia do chá (Chanoyu), o Ikebana (arte de arranjar flores) e o teatro (Nô e Kyogen). O
primeiro contato com o Ocidente dáse com a chegada dos portugueses ao Japão que trazem as
primeiras armas de fogo e o Cristianismo (graças ao jesuíta Francisco Xavier). O poder
econômico passa para as mãos dos daymios (senhores feudais da época) e ocorrem grandes
batalhas pela posse de territórios.
1573 d.C a 1603 d.C Período AzuchiMomoyama
Graças ao armamento fornecido pelos portugueses, o general Oda Nobunaga conquista o poder,
mas morre assassinado, antes de unificar o Japão num único governo – ação que só o seu
general, Toyotomi Hideyoshi, conseguiu levar a cabo. O Japão conhece então uma grande
evolução econômica e social e até faz duas tentativas (falhadas) para conquistar a Coreia.
1603 d.C a 1868 d.C Período Edo
Pela batalha de Sekigahara (1600), Tokugawa Ieyasu conquista o poder e o controle total do país,
estabelecendose na cidade de Edo (Tóquio). Emergem quatro classes socias distintas (samurais,
camponeses, artesãos e comerciantes) e os feudos são distribuídos a pessoas de confiança do
Xogum. Em 1633, o Cristianismo é proibido e perseguido. O país fechase, apenas comunicando
se com o exterior através do porto comercial de Nagasaki. Apesar disso, o Japão conhece um
florescimento comercial. Em finais do século XVIII, o Xogunato enfrenta contestações políticas
internas. Devido à Revolução Industrial do Ocidente, o Japão muda a sua política e reabre as
portas a outras culturas.
1868 d.C a 1912 d.C Período Meiji
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Com o Imperador Meiji deramse grandes mudanças que trouxeram liberdade religiosa,
igualdade social, a abolição do feudalismo e um grande nacionalismo. Em 1880, devido ao
investimento na industrialização do país, o Japão entra numa crise que só será extinta com a
criação do Banco do Japão. Foi nesta época que foi criada a primeira Constituição. O Japão
venceu duas guerras territoriais contra a China (1895) e contra a Rússia (1905). Em 1910, o
Japão ocupa o território coreano.
1912 d.C a 1926 d.C Período Taisho
Neste período, o governo democrático ganhou grande força, o que permitiu que as mulheres
fossem socialmente mais participativas. Estando à mercê de tratados anteriormente firmados, o
Japão entrou na Primeira Guerra Mundial, ao lado dos aliados. O fim da Guerra e o terremoto de
1923 agravaram a situação econômica do país.
1926 d.C a 1988 d.C Período Showa
A crise econômica mundial de 1929 impeliu os militares de tomar grande parte do poder e a
conquistar novos territórios, o que implicou a sua retirada da Liga das Nações (1933). Na
Segunda Guerra Mundial, o Japão aliase à Alemanha e à Itália e ataca a base americana Pearl
Harbor no Havai (1941). Esta ação levou os EUA a lançar bombas atômicas sobre Hiroshima e
Nagasaki, pondo fim à guerra. Cerca de 2 milhões de japoneses morreram, parte do país ficou
destruído e a economia ficou em ruínas. O Japão foi ocupado pelas forças vitoriosas e foi criada
uma nova Constituição (1947). O imperador Hirohito perdeu o poder e surgiu uma nova forma de
governo – a monarquia constitucional, controlada por um parlamento. As relações exteriores são
reatadas em 1951. O Japão tornouse rapidamente uma das principais potências econômicas do
mundo. Em 1973, a crise de petróleo leva o Japão a investir nas indústrias de alta tecnologia.
1989 d.C aos dias atuais Período Heisei
Akihito sucedeu ao seu pai, iniciando uma nova era marcada pela prosperidade e tranquilidade.
Apesar da catástrofe provocada pelo tsunami de 2011, o país soube ultrapassar a tragédia com
estoicismo e dedicação, continuando a apresentar uma das mais altas taxas de crescimento do
mundo.
II. O NIHONGO, A LÍNGUA FALADA NO JAPÃO
A língua japonesa (nihongo) é falada atualmente por cerca de 125 milhões de pessoas. É oficial no
Japão e é regional em Palau, uma república do Pacífico a leste das Filipinas e administrada pelo
Japão até a Segunda Guerra Mundial. Até pouco tempo atrás, os linguistas classificavam o
japonês como língua isolada, mas atualmente esta faz parte da família japônica, da qual é a
principal língua.
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As línguas japônicas são uma família de línguas, supostamente proveniente de um idioma
comum chamado protojapônico. Não há uma prova definitiva universalmente aceita da relação
entre as línguas japônicas e outras línguas, mas há várias teorias apoiadas em uma série de
evidências. A teoria mais aceita relaciona as línguas japônicas com a antiga língua de Goguryeo.
Outros vão mais além e incluem uma família que inclui também os idiomas Fuyu e Baekje. Outra
teoria, também bastante aceita (embora durante muito tempo rechaçada por questões políticas) é
a correlação com o coreano, uma vez que a gramática é praticamente igual, embora o léxico seja
bastante diferente. Há uma teoria, aceita, mas ainda controversa, de que as línguas japônicas
integram as línguas altaicas. Por último, há uma teoria relacionando as línguas japônicas às
línguas do centro e sul do Pacífico, ou seja, às línguas malaiopolinésias. Esta hipótese é
considerada improvável pela maioria dos linguistas.
Estudos lexicoestatísticos revelaram que o idioma moderno com o léxico mais parecido com as
línguas japônicas é o uigur, idioma aparentado ao turco.
Em vista da ausência de provas incontestáveis, alguns vêem nessas semelhanças um simples
"sprachbund" (do alemão Sprachbund, "união de idiomas") e que essas semelhanças são apenas
resultados da convivência entre esses povos da Ásia Central ao longo de milênios.
Existem apenas sete línguas japônicas faladas atualmente, e estão divididas em dois grupos: o
japonês, que inclui o japonês oriental e o japonês ocidental (este, a língua japonesa propriamente
dita, falada em Tóquio), e o ryukyu, ao qual pertencem o oquinauano (segunda língua japônica
mais falada, depois do japonês), o miyako, o amami, o yaeyama e o yonaguni.
Um grande número de dialetos locais ainda é utilizado. Enquanto o japonês padrão, baseado na
fala dos habitantes de Tóquio, foi se expandindo gradativamente pelo país devido a influência
das mídias como o rádio, a televisão e o cinema, os dialetos falados em Quioto e Osaka, em
particular, continuam se desenvolvendo e mantêm o seu prestígio. O povo Ainu, baseado na ilha
norte de Hokkaido, possui sua própria linguagem, que constitui um grupo a parte, sem relação
com o japonês.
É comum dividir a língua japonesa quanto a sua evolução em cinco períodos:
Japonês Antigo (até o século 8): é a etapa mais antiga atestada do idioma japonês. Através
da propagação do budismo, o sistema de escrita chinesa (Kanji) foi importado para o Japão. O
fim do japonês antigo coincide com o fim do período de Nara em 794;
Japonês Antigo Tardio ou Japonês Médio Precoce (século 9 a 11): é o japonês do
Período Heian (7941185). Durante esse período dois novos silabários foram inventados:
Hiragana e Katakana, que eram muito mais simples que os Kanjis e descreviam os sons
existentes na língua japonesa. Livros famosos foram escritos durante este período, como “O
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Conto de Genji”, “O Conto do Cortador de Bambu”, “Os Contos de Ise” e muitos outros. Vêse
também vê uma quantidade significativa de influência chinesa sobre a fonologia da língua. O
termo"Japonês Médio Precoce " é preferível, haja vista que aqui estamos situados mais perto
Japonês Médio Tardio (depois de 1185) do que do Japonês Antigo (antes 794);
Japonês Médio Tardio (século 12 a 16): é normalmente dividido em duas fases, mais ou
menos equivalentes ao Período Kamakura e ao Período Muromachi, respectivamente. As formas
posteriores são as primeiras a serem descritas por fontes nãonativas, neste caso, os jesuíta e
missionários franciscanos (por exemplo, na obra “A Arte da Lingoa de Iapam”) . Algumas formas
vez mais familiares aos falantes japoneses modernos começam a aparecer;
Japonês Moderno Precoce (século 17 a 19): é um período de transição em que a língua
deixa para trás muitas das suas características medievais e se aproxima de sua forma moderna. O
período durou cerca de 250 anos, estendendose do século 17 até a metade do século 19. No início
do século 17, o centro do governo saiu de Kamigata e foi transferida para Edo sob o controle do
shogunato Tokugawa. Até o período Edo, o dialeto Kamigata, o ancestral do dialeto Kansai
moderno, foi o dialeto mais influente. No entanto, mais tarde, o dialeto Edo – o ancestral do
dialeto de Tóquio moderno – tornouse o dialeto mais influente. Importante frisar que, como
Tokugawa visava a reconstrução do país, após mais de cem anos em guerra, toma medidas duras
entre 16331639, expulsando os estrangeiros, no caso portugueses e espanhóis. O cristianismo é
proscrito e os cristãos perseguidos pelo governo. Por fim, o governo resolve fechar os portos a
todos os navios estrangeiros, exceto dos chineses e dos holandeses. Os holandeses só podiam
ficar na ilha de Dejima em Nagasaki. Essa postura trouxe muita estabilidade e ficou conhecida
mais tarde como “Sankoku” (país acorrentado);
Japonês moderno (século 19 até o presente): podese dizer que o Sankoku permaneceu
em vigor até 1853, com a chegada dos navios negros do comodoro Matthew Perry e a abertura
forçada do Japão ao comércio ocidental. Contudo, ainda era ilegal deixar o Japão, mas com a
Restauração Meiji (1868) essa restrição acabou. Na época, o almirante Perry tinha a intenção de
compartilhar tecnologia e estimular a concorrência econômica saudável com os países asiáticos.
Sua influência teria um impacto muito mais significativo, pois elementos do inglês e outras
línguas ocidentais, como palavras e características linguísticas, começaram a ser introduzidos na
língua japonesa.
Bem, feita essa abordagem histórica, durante o nosso curso, faremos várias referências ao
“Japonês Clássico”, isto é, a forma literária da língua japonesa que era o padrão até os
primórdios do Período Showa (19261989).
O Japonês Clássico é baseado na língua como era falada durante o Período Heian (7941185),
mas apresenta algumas influências posteriores. Seu uso começou a declinar durante o fim do
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Período Meiji (18681912), quando os romancistas começaram a escrever suas obras seguindo o
padrão da língua falada. Eventualmente, este estilo entrou começou a se generalizar, inclusive
nos principais jornais, mas muitos documentos oficiais ainda eram escritos no estilo antigo. Após
a Segunda Guerra Mundial, a maioria dos documentos mudou para o estilo falado, embora o
estilo clássico continua a ser usado em gêneros tradicionais, como Haiku (ou Haicai). Leis
antigas também são escritas no estilo clássico, a menos que totalmente revistas.
III. O ERRO DOS MÉTODOS CONVENCIONAIS
O erro dos métodos convencionais é que geralmente seus autores têm os seguintes objetivos:
1. Que os leitores sejam capazes de usar um japonês funcional e polido o mais rápido possível;
2. Não desencorajar os leitores no estudo do idioma nipônico. Para tanto, muitas vezes evitam
usar os “assustadores” fonemas japoneses (Kana) e os ideogramas chineses (Kanji);
3. Ensinar aos leitores como dizer frases buscando uma “relação de equivalência” entre o
português e o japonês.
Tradicionalmente, se tratarmos de línguas românicas como o espanhol, por exemplo, tais
objetivos não apresentam problemas ou são inexistentes devido a sua similaridade com a língua
portuguesa. No entanto, como o japonês é diferente em quase todos os sentidos – até mesmo nas
formas fundamentais do pensar – esses objetivos acabam por criar muitos dos livros confusos
que vemos atualmente. Eles geralmente são preenchidos com regras complicadas e incontável
número de gramática para frases específicas em português. Também não contêm quase nenhum
Kanji; e então quando finalmente se chega ao Japão, eis que se descobre que não é possível ler os
menus, mapas ou praticamente nada, porque o autor do livro estudado pensou que o leitor não
fosse inteligente o suficiente para memorizar os ideogramas chineses.
Como exposto, a raiz deste problema está no fato de que estes livros tentam ensinar japonês com
o português; ensinase logo na primeira página como dizer: "Oi, meu nome é Paulo", mas não se
expõe todas as decisões arbitrárias que foram feitas por detrás de tudo isso. Muitas vezes, os
autores utilizamse da forma polida mesmo que aprender a forma polida antes da forma do
dicionário não faça sentido. Eles também costumam abordar assuntos que muitas vezes não são
necessários para o aprendizado como um todo.
Na verdade, a maneira mais comum de dizer algo como "Meu nome é Paulo" em japonês é dizer
tão somente "Paulo". Isto porque a maior parte da informação é entendida a partir do contexto e
é, portanto, excluída. Mas será que os autores explicam a maneira como as coisas funcionam na
língua japonesa, essencialmente? Não, pois estão muito ocupados tentando encher o leitor de
frases "úteis". O resultado disto é desastroso: o leitor cairá no “use isto se você quiser dizer
aquilo”, fazendoo ficar com uma sensação de que nada aprendeu quando necessitar ir além
destes padrões. Tudo isso porque não aprendeu como as coisas realmente funcionam.
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A solução para este problema é explicar a língua japonesa a partir de um ponto de vista
japonês; abordar a gramática e explicar como funciona a dinâmica do idioma sem tentar buscar
forçosamente uma tradução equivalente, isto é, que seja “exatamente igual” àquilo que se diz em
português. E, para que o estudo seja proveitoso, também é importante explicar as coisas em uma
ordem que faz sentido em japonês. Se você precisa saber [A] para entender [B], não abordaremos
[B] primeiro só porque você talvez precise aprender uma determinada frase.
IV. UM MÉTODO PARA SE APRENDER A GRAMÁTICA DO IDIOMA NIPÔNICO
Este método é uma tentativa de se construir sistematicamente estruturas gramaticais que irão
aos poucos tecendo a língua japonesa de um modo que faça sentido em japonês. Pode não ser um
instrumento prático para um aprendizado imediato, como na maioria dos métodos
convencionais que visam expressões úteis em japonês, como por exemplo, frases comuns para as
viagens. No entanto, este método tentará, de uma maneira lógica, criar blocos de construções
gramaticais que resultará em uma sólida base de gramática. Para aqueles que aprenderam o
idioma japonês seguindo livros didáticos convencionais, poderá notarse algumas grandes
diferenças na forma como o material é ordenado e apresentado. Isto porque este método não
procura criar forçosamente vínculos artificiais entre o português e o japonês através da
apresentação de um material que faça sentido em português. Pelo contrário, exemplos com
traduções demonstrarão como as ideias são expressas em japonês resultando em simples
explicações que são mais fáceis de entender.
No início, as traduções para o português dos exemplos apresentados será o mais próximo
possível do sentido destes em japonês. Por esta razão, o você poderá se deparar com
traduções “gramaticalmente incorretas” em português. Nós esperamos que a explicação dos
exemplos desperte em você um apurado senso de “o que as sentenças significam
realmente do ponto de vista japonês”. Gradativamente, uma vez que você se tornar
familiarizado e, e com isso, começar a pensar confortavelmente em japonês, as traduções serão
menos próximas do sentido em japonês para que a leitura seja mais agradável e centrada nos
tópicos mais avançados.
Esteja ciente de que existem vantagens e desvantagens para a construção sistemática de uma
sólida base gramatical a partir do zero. Em japonês, os conceitos gramaticais fundamentais são
os mais difíceis de assimilar e as palavras mais comuns possuem muitas exceções. Isto significa
que a parte mais difícil do idioma é o que deve ser aprendido primeiro. Os livros didáticos não
costumam ter esta abordagem, temendo talvez que isto assustará ou frustrará os interessados em
aprender a língua. Em vez disso, tentam atrasar o aprofundamento nas regras de conjugação
mais difíceis usando remendos para que possam começar a ensinar expressões úteis
imediatamente. Este é o tipo de abordagem que agrada a alguns, no entanto, pode criar confusão
e problemas ao longo do caminho; seria como construir uma casa sobre a areia. Os conceitos
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mais difíceis devem ser abordados, não importa quais sejam. Se você conseguir assimilar os
tópicos gramaticais mais difíceis logo no início, então, os menos complicados que serão
abordados adiante serão muito mais fáceis porque eles se encaixam perfeitamente sobre a base
que o você construiu. O idioma japonês é sintaticamente muito mais consistente do que o
português. Se você aprender as regras de conjugação mais difíceis, grande parte da gramatica
restante baseiase em regras semelhantes ou idênticas. A única parte difícil a partir daí será
ordenar e lembrar todas as várias expressões e combinações possíveis, a fim de usálas em
situações corretas.
V. COMO REALMENTE APRENDER ALGO?
Iniciar o aprendizado de algo não é tão simples assim. Por melhor que seja o método escolhido,
se você não se utilizar daquilo que chamaremos “ferramentas de aprendizado”, o seu
aproveitamento será quase nulo. Portanto, tenha em mente que sem elas é como querer fazer
limonada sem limões, ou seja, sem o ESSENCIAL para a limonada. Vamos a elas:
1) INTERESSE: isso parece óbvio, mas um dos maiores bloqueios para o aprendizado é a falta
de interesse naquilo que se estuda. Pessoas podem passar horas e horas tentando decorar
fórmulas matemáticas, mas se houver falta de interesse e/ou maus pensamentos, a sua mente
encarará a situação como algo danoso para você e passará a criar mecanismos de autodefesa para
afastálo disso, tais como distração ou sonolência. Portanto, lembrese: “quanto maior o
interesse, maior é o poder da memória para guardar determinada informação”.
“Encontre algo que você ame tanto fazer que você espere o sol nascer só para poder fazer de
novo” (Chris Gardner)
Vamos fazer uma analogia: imaginemos que um rapaz tenha iniciado um emprego novo e logo no
primeiro dia se depara com uma menina que lhe desperta interesse à primeira vista. Vão se
passando os dias, o rapaz fica só a observando e o interesse vai aumentando, mas ainda não
tiveram a oportunidade de conversar. São convidados então para uma dinâmica em duplas na
qual um terá que expor certas informações pessoais ao outro.
Agora, responda com sinceridade: se você estivesse no lugar do rapaz fazendo dupla com a
menina que outrora despertara seu interesse, as chances de você guardar as informações pessoais
que ela expor não são muito maiores do que se você estivesse fazendo dupla com qualquer outra
menina na qual você não estivesse interessado?
2) REPETIÇÃO: outro fator que potencializa o poder da memória é a repetição. Analogamente,
se você consegue digitar rapidamente agora, deve se lembrar de como era um “catador de milho”
no começo. Entretanto, conforme foi repetindo o ato de digitar – e com o desejo, interesse em
dominar a digitação –, gradativamente foi ganhando velocidade, não é mesmo? Ou ainda, já
parou para pensar por que não nos esquecemos da nossa língua materna? Lembrese: “quanto
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mais você revisa, se expõe a algo, mais o cérebro se acostuma com aquela
informação e a fixa na memória”.
3) ASSOCIAÇÃO: nossa memória usa a associação de modo espontâneo, inconsciente. Não nos
apercebemos disto. Associar é vincular uma informação a outra já armazenada. Lembrese: “a
associação facilita a lembrança”.
4) ORGANIZAÇÃO: quanto mais organizada a mensagem, maior será a retenção. A memória
não acumula dados de qualquer maneira. Ela efetua, sem percebermos, um trabalho de
organização. O cérebro opera uma organização inconsciente. Podemos ajudar a memória
organizando a informação de modo consciente fazendo esquemas o que implica em comparar,
selecionar, classificar, ordenar, associar, esquematizar.
5) HUMILDADE: muitos estudantes pecam ao deixar de estudar determinado assunto por
causa do “Ah, isso eu já sei”. Evite isso, usando a ferramenta da “humildade”. Nunca se feche à
oportunidade de conhecer um pouco mais sobre determinado assunto e valorize TODAS as
informações que encontrar. Acredite, você só tem a ganhar: pode ser que você apenas achava que
sabia e na realidade não sabia, mas agora sabe de fato, ou se realmente já sabia, teve a
oportunidade de rever o assunto e fixalo mais – muitas vezes com informações novas a agregar.
Ou ainda, se a fonte não lhe inspirar confiança, terá a oportunidade de buscar informações em
outras fontes e confrontálas. Com isso seu conhecimento tende a aumentar. Lembrese do que
disse Santo Tomás de Aquino: "Temo o homem de um só livro"
6) CONCENTRAÇÃO: possuir interesse não significa necessariamente que você estará focado
sempre quando necessário. Afinal, situações “mais atraentes”, como uma partida de futebol, ou
ainda, questões de ambiente como barulho, pouca ou muita luz, podem surgir durante o seu
tempo de estudo, minando completamente a sua concentração. Outro fator prejudicial é o desvio
de foco por imaginações que podem surgir ao vermos uma palavra ou figura durante a leitura;
acabamos focando mais nessa palavra ou figura e damos as costas para o tema estudado. Atente
se a estes fatos e eviteos. Lembrese: “O homem que quiser conduzir a orquestra tem de
dar as costas ao público”. (Max Lucado)
7) BEMESTAR: estar física e psicologicamente bem só há de potencializar as demais
ferramentas de aprendizado. Portanto, evite estudar se você não estiver bem, pois poderá ser
tempo perdido.
VI. COMO REALMENTE APRENDER UM IDIOMA?
1) AS QUATRO HABILIDADES: Ler, escrever, falar e ouvir. Estas são as habilidades a serem
desenvolvidas no aprendizado de qualquer idioma. E como desenvolvêlas? Vemos muitos
métodos que prometem milagres, mas sinceramente não cremos que exista uma fórmula mágica
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para isto. Ou melhor, a fórmula é simples, porém "trabalhosa":
para aprender a ler, leia bastante;
para aprender a escrever, escreva bastante;
para aprender a falar, fale bastante;
para aprender a ouvir, ouça bastante.
Fazendo dessas atividades uma rotina, sistematicamente, você irá notar que seu cérebro se
acostumará com tudo isso;
2) VOCABULÁRIO: Quais palavras aprender?
Para responder a essa pergunta, vamos considerar como se dá a nossa comunicação no nosso
cotidiano. Ora, com base nele, percebemos facilmente que há palavras que usamos com
mais freqüência, sendo que elas não compreendem TODAS as palavras que conhecemos em
nosso idioma materno. Em outras palavras, na nossa vida prática, usamos apenas um número
restrito de palavras.
Já que não usamos todas as palavras existentes ou que conhecemos para nos comunicarmos,
costumase dividilas em dois grupos: as palavras que você conhece, e utiliza, constituem o seu
vocabulário ativo. As palavras que você conhece, mas não utiliza, no dia a dia, constituem o seu
vocabulário passivo. É de se imaginar, portanto, que o vocabulário passivo é muito maior
que o nosso vocabulário ativo, pois na nossa vida rotineira tendemos a usar as palavras
“mais simples” e comumente usadas.
E isso é realmente verdade se levarmos em conta o modo como aprendemos a falar a nossa
língua materna: primeiro, aprendemos palavras simples e que, de certo modo, são suficientes
para nos comunicarmos e sermos entendidos pelos adultos (aproximadamente 500 palavras
ativas representam o vocabulário de uma criança pronta para aprender a ler e escrever – 5 anos
de idade). A partir daí, com os estudos e conforme as circunstâncias exigem, vamos aprimorando
nosso vocabulário, aprendendo palavras novas e mais complexas, bem como novos sentidos das
que já conhecemos (aproximadamente 2.000 palavras são o vocabulário ativo de um adolescente
em seu idioma materno, no fim do ensino médio). E continuaremos sempre aprendendo
vocabulário até que a nossa vida termine...
Ainda assim, as palavras que usamos no nosso dia a dia, mesmo na vida adulta e
desconsiderando termos específicos dos mundos corporativo e acadêmico, continuam a ser as
“mais simples” e comumente usadas. Não vamos muito além disso. Mesmo que
conheçamos um grande número de palavras, ficamos restritos a este grupo quando falamos com
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amigos, familiares, ou estamos em lojas, restaurantes, etc. Ou você já ouviu alguém usar em
português, palavras como litossolo, coarctar, novedio, nubícogo, olente ou divulsão?
Bem, e vem à mente outra pergunta: afinal, quantas palavras devo aprender?
Costumase dizer que em qualquer idioma as palavras que compõem o vocabulário ativo giram
em torno de 3.000. Ou seja, essas são as palavras mais importantes e mais comuns; aquelas que
de fato serão necessárias no seu dia a dia. Isso deve equivaler ao seu vocabulário ativo em
português. Então, você deve se concentrar primeiramente nelas.
E quanto ao vocabulário passivo? Bem, isso é algo que vamos aprender constantemente durante
nossa vida... mas em termos de números, é bom que você tenha em seu vocabulário passivo em
torno de 3.500 palavras (ou mais), a fim de obter uma boa compreensão do idioma;
Além disso, evite aprender palavras de modo isolado. Ou seja, quando você aprender, por
exemplo, a palavra “porta”, tente encontrar exemplos de orações. Assim, além de enriquecer o
seu vocabulário, você entenderá melhor o sentido de palavras que, isolodamente, podem parecer
meio sombrias.
3) PENSE COMO UM NATIVO: Evite pensar uma língua estrangeira em seu idioma nativo.
Sim, isso é fundamental. Se você está tentando descobrir como dizer algo, mas pensando
primeiramente em português, não conseguirá se expressar de imediato em quase 100% das
vezes. Você deverá ter sempre em mente que “se você já não sabe como dizer algo em
outra língua, então não sabe mesmo”. Portanto, se você puder, pergunte imediatamente a
alguém como dizer a expressão desejada, incluindo uma explicação detalhada do seu uso. Então
comece você a praticar e a pensar do ponto de vista de um falante nativo. Idiomas não são
como problemas matemáticos; você não tem que descobrir a resposta; mas se você praticar a
partir da resposta correta, desenvolverá bons hábitos que lhe ajudarão a formular natura e
corretamente sentenças;
4) ESTUDE A CULTURA: indubitavelmente, o modo de agir de um povo tem reflexos em seu
modo de falar. Conhecer tais aspectos facilita o modo de expressarse, faz com que muitas
expressões tenham sentido e evita que você fale um idioma com “cara de português”;
5) EXEMPLOS E A EXPERIÊNCIA: mesmo que você não consiga entender algum
fundamento gramatical completamente ou mesmo dizer algo corretamente logo na primeira vez,
continue retomando a matéria não assimilada procurando mais exemplos referentes a ela. Isto
permitirá que você adquira uma melhor aptidão em como saber usar tais expressões/construções
gramaticais em contextos diferentes. Nenhum método é capaz de abordar todas as situações
possíveis. Entretanto, para a nossa sorte existem meios como a internet. Lá você encontrará uma
grande variedade de material, incluindo sites, salas de batepapo e artigos específicos. Comprar
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livros no idioma que ser quer aprender ou quadrinhos é também um excelente (e divertido) meio
de aumentar o vocabulário e exercitar as habilidades de leitura;
Conhecer a origem e evolução de algo que você queira aprender é um grande passo para o seu
domínio, pois ao se deparar com o sentido e a lógica que há por trás, você deixa de ser um robô e
passa a pensar. Se você gosta de Matemática, entenderá onde queremos chegar: não adianta você
decorar fórmulas prontas se você não sabe a razão de ser dela. Claro que a gramática não é uma
ciência exata, mas ela busca padronizar uma língua e, embora haja exceções, ela tem sua
lógica de ser.VII. APRENDER GRAMÁTICA É REALMENTE NECESSÁRIO?
Há quem defenda a ideia de que, em termos práticos, aprender gramática é perda de tempo,
afinal o intuito da comunicação é entender e ser entendido, não importando se
gramaticalmente o que é dito está correto ou não. Por exemplo, se alguém dissesse “a gente vamo
embora”, apesar de a oração estar errada GRAMATICALMENTE, o que importaria é o ouvinte
entender a mensagem como “nós vamos embora”.
Sendo assim, você deveria ouvir as coisas até que consiga, naturalmente, dizer o que parece certo
e o que é errado. Segue um dos argumentos “contra a gramática” (usando o inglês como base):
“Você sabe falar português, seu idioma nativo no Brasil, né? Agora será que você sabe todas as
regras gramaticais?
NÃO!
A menos que seja um entusiasta do idioma ou profissional da área, você não sabe nem precisa
conhecer todas as regras. É assim que um idioma deve ser compreendido.
Aprender pelas regras, sem saber falar e ouvir, vai te tornar uma espécie de “analista da
língua”. Só na teoria. Na prática, não funciona! Pode ver com qualquer pessoa que fez cursos
tradicionais: mais de 99% delas não se sentem seguras ao falar, e não compreendem todos os
áudios em inglês, mesmo depois de vários e vários anos estudando – e pagando caro!
Quando alguém te faz uma pergunta, você responde sem pensar em regras. Sem pensar se é no
passado, no futuro, em qual palavra você deve colocar aqui ou ali… Simplesmente
RESPONDE!
Num novo idioma qualquer, deveria ser assim também, pois é o processo natural.
Ao ver um filme, você não tem tempo de ficar traduzindo o que dizem para entender. Se
tentar, perderá muitas falas!
Ao conversar com alguém também. Não há tempo para pesquisar na cabeça as regras, muito
menos na internet ou em livros.” (FONTE: Curso de Inglês na Web)
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A tese acima parece mesmo convincente, mas no fundo é um mau conselho, a menos que você
viva no Japão ou fale / ouça japonês com alguém disposto a corrigir tudo que você diz.
Pode haver pessoas que digam “Ok , já conheci pessoas que estudaram gramática e ainda não
conseguem falar a língua” (pessoa que acha a gramática desnecessária);
Esse argumento não prova nada...
Fato é que a gramática é uma das ferramentas dentre muitas em seu arsenal e não seria bom
ignorála completamente. Você pode não pensar na gramática quando está falando, mas ela é
um trampolim, uma orientação que você pode usar para chegar ao ponto no qual
você não precisará mais dela. Se você aprende somente com frases, você precisa estar
exposto a todo tipo de gramática, conjugação de verbos, e uso de vocabulário para internalizála
naturalmente. Isso é bom para aprender a sua língua materna como uma criança, mas vai
demorar muito tempo para os adultos que procuram a proficiência em uma segunda língua,
especialmente em um ambiente nãoimersivo.
Aliás, você já se perguntou para que serve a gramática, vista por muitos como uma vilã?
Como um idioma é algo comum a todos dentro de uma determinada sociedade, é fácil enxergar
a necessidade de um padrão de linguagem que seja seguido por todos. Visto que o ser
humano é um ser social, que interage com o meio em que vive, imagine a bagunça que seria se
cada habitante ou grupo de habitantes resolvesse adotar o seu próprio padrão de linguagem. Isso
não representaria um grande problema enquanto o indivíduo estivesse dentro de seu grupo, mas
ao interagir com outros, haveria grande confusão.
O site Só Português define bem o que é a gramática:
A Gramática tem como finalidade orientar e regular o uso da língua, estabelecendo um padrão
de escrita e de fala baseado em diversos critérios, tais como:
Exemplo de bons escritores;
Lógica;
Tradição;
Bom senso.
(…) Por ser um organismo vivo, a língua está sempre evoluindo, o que muitas vezes resulta
num distanciamento entre o que se usa efetivamente e o que fixam as normas. Isso não
justifica, porém, o descaso com a Gramática. Imprecisa ou não, existe uma norma culta, a qual
deve ser conhecida e aplicada por todos.
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A gramática pode ajudálo a organizar sistematicamente o idioma de tal forma que você possa
aprender novas palavras, expressões e sentenças e rapidamente incorporálos usando as mesmas
regras que se aplicam a todas as palavras sem ter que encontrálas uma e outra vez. As regras
são simplesmente um meio para um fim. A gramática também pode ajudálo a quebrar
construções que você não entende e fornecer orientações sobre como estruturar suas
próprias sentenças. Não há como negar que há pessoas que conhecem todo o vocabulário que
elas precisam para dizer alguma coisa, mas não conseguem organizálas, montar uma frase para
expressar o que querem dizer.
É claro que você precisa praticar muito a fala e a audição, mas não há motivos para se impedir o
aprendizado da gramática e aplicálo conforme necessário. Eventualmente, com bastante prática,
você chegará a um ponto que não precisará mais pensar na gramática, ela ficará internalizada em
você, mas até então, ela pode ajudálo a descobrir como dizer o que quiser. Claro, pode ser lento,
mas é melhor do que não ser capaz de dizer coisa alguma.
Realmente, muitas vezes se gasta muito tempo com gramática nos cursos convencionais,
abordandose pouquíssimo a conversação como ela é no “mundo real” (mais detalhes na lição 8).
Isso é obviamente um problema, mas isso não significa que você não deve aprender nada de
gramática.
Além disso, banir a gramática ou dar pouca importância a ela e considerar somente o
aprendizado de um idioma pela assimilação natural pode acarretar em vícios de linguagem e
erros graves como nós mesmos fazemos em português como, por exemplo, “Para mim fazer” e
“A gente vamos”. São infinitos erros que adquirimos na linguagem falada e mesmo passando
anos na escola, muitas pessoas não conseguem readequar a linguagem. Isso pode ser um ponto
negativo em situações mais formais, como quando a pessoa participa de uma entrevista de
emprego ou faz algum teste escrito. Para ilustrar, leia esta matéria e perceba o que a falta de
contato com o idioma formal pode ocasionar: 529 mil candidatos tiraram zero na redação do
Enem 2014.
Veja como não aprender gramática limita nosso poder de comunicação e também nosso
intelecto, pois estaremos “enclausurados” no linguajar do cotidiano. Em outras palavras, quem
desconhece a norma culta acaba tendo acesso limitado às obras literárias, artigos de jornal,
discursos políticos, obras teóricas e científicas, enfim, a todo um patrimônio cultural acumulado
durante séculos pela humanidade.
Tal como acontece com a maioria das coisas na vida real, a solução correta é usar uma
abordagem equilibrada e prática, isto é, gramática e o processo de ouvir e falar se
complementam e devem ser considerados desde o início.
Fontes:
www.cliqueapostilas.com.br
Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Main_Page
Guide to Japanese (Tae Kim): http://www.guidetojapanese.org/learn/grammar
Tae Kim’s Blog: http://www.guidetojapanese.org/blog/2012/10/11/whoneedsgrammarwealldo/
Japão – Passado e Presente: http://japaopp.blogspot.com.br/2012/05/historiadojapaodivididaporperiodos.html
Inglês na Ponta da Língua, Denilso de LimaJornal do Comércio: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?
codn=85189Inglês com Rock: http://inglescomrock.com/aprenderinglesestudandogramaticamito/