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INTRODUÇÃO AO CURSO “GANBAROU ZE! – GRAMÁTICA
JAPONESA”

Bem­vindo ao curso “Ganbarou Ze!”, caro internauta. Primeiramente, gostaríamos de agradecê­
lo por nos escolher como seu guia no caminho para domínio da língua japonesa. Recomendamos
que você leia atentamente a presente introdução ao curso (não a deixe de lado como muitos
fazem com prefácios de livros). Nela, tentamos expor de maneira clara qual será o nosso intuito,
além de dicas valiosas de como melhorar o aproveitamento de seus estudos. Boa sorte!
I. BEM VINDO AO PAÍS DO SOL NASCENTE!

O  Japão  é  um  país  insular  da  Ásia  Oriental.  Localizado  no  Oceano  Pacífico,  a  leste  do  Mar  do
Japão,  da  República  Popular  da  China,  da  Coreia  do  Norte,  da  Coreia  do  Sul  e  da  Rússia,  se
estendendo  do  Mar  de  Okhotsk,  no  norte,  ao  Mar  da  China  Oriental  e  Taiwan,  ao  sul.  Os
caracteres chineses (日本) (lição 4) que compõem seu nome significam "Origem do Sol", razão
pela qual o Japão é às vezes identificado como a "Terra do Sol Nascente". Essa designação para o
Japão vem da China devido à posição geográfica relativa entre os dois países. Já o nome “Japão”
trata­se  de  uma  aproximação  da  pronúncia  chinesa  para  esses  caracteres  (“rìběn”).  Ouça  a
pronúnicia neste link.

O país é um arquipélago de 6.852 ilhas, cujas quatro maiores são Honshu, Hokkaido, Kyushu e
Shikoku,  representando  em  conjunto  97%  da  área  terrestre  nacional.  A  maior  parte  das  ilhas  é
montanhosa,  com  muitos  vulcões  como,  por  exemplo,  os  Alpes  japoneses  e  o  Monte  Fuji.  O
Japão possui a décima maior população do mundo, com cerca de 128 milhões de habitantes. A
Região  Metropolitana  de  Tóquio,  que  inclui  a  capital  de  fato  de  Tóquio  e  várias  prefeituras
adjacentes, é a maior área metropolitana do mundo, com mais de 30 milhões de habitantes.

Para  melhor  compreender  a  História  do  Japão,  é  comum  dividi­la  por  Períodos  (ou  Eras),  e  a
mudança  entre  eles,  em  geral,  é  ditada  pela  ascensão  de  um  novo  imperador.  Entretanto,  já
houve  mudanças  de  Períodos  ditadas  por  eventos  históricos  ou  desastres.  Desde  1867  na
ascensão do imperador Mutsuhito foi adotado o sistema que muda a era apenas a cada mudança
de reinado, sendo iniciada uma nova era em 1868 denominada era Meiji. A contagem das eras foi
iniciada pelo imperador Kotoku (597­654), sendo que este primeiro Período chamava­se “Taika”.
A tradição não foi mantida, mas foi retomada pelo imperador Mommu (683­707) e, desde então,
tem sido contada até os dias atuais. Vejamos:

Até 8000 a.C. ­ Período "Pré­Cerâmico" ou "Período Paleolítico"

É  difícil  determinar  as  origens  da  civilização  japonesa.  Há  quem  pense  que  a  origem  do  povo
japonês é chinesa. No entanto, graças a vestígios arqueológicos, é possível afirmar que já existiria
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vida  no  arquipélago  há  pelo  menos  100  mil  anos  atrás,  numa  época  em  que  o  Japão  estava
"colado" ao continente asiático.

8000 a.C. a 300 a.C. ­ Período Jomon

É  nesta  época  que  o  territóro  se  torna  um  arquipélago,  devido  ao  aumento  da  temperatura  e  à
consequente  elevação  do  nível  do  mar.  Nesta  altura,  a  população  vivia  em  pequenas
comunidades, dedicando­se  à  caça  (uso  do  arco  e  flecha)  e  à  colheita, à olaria e desenvolvendo
técnicas agrícolas (primeiras tentativas de plantio) para a sobrevivência.

300 a.C. a 300 d.C. ­ Período Yayoi

Foi  um  dos  períodos  onde  ocorreram  mais  mudanças,  graças  ao  contato  com  outros  povos  e
culturas. Dos coreanos, os japoneses receberam algumas técnicas de plantio do arroz e o trabalho
com  o  metal  (bronze  e  ferro).  Já  dos  chineses  receberam  outras  artes  e  técnicas  e  um  regime
alimentar baseado em certo tipo de legumes (soja, azuki e trigo) e de carne de animais (cavalos e
gado).

300 d.C. a 593 d.C. ­ Período Yamato ou Kofun

O  Japão  dividiu­se  em  várias  áreas  com  características  geográficas  e  culturas  próprias.  Novas
artes e tecnologias (ferramentas agrícolas, armas,...) entram no arquipélago, a arte de cerâmica
desenvolveu­se e até a escritura chinesa entrou no país para fins comerciais. Neste período houve
uma invasão mongol, deu­se a unificação do Japão como nação e do budismo que foi introduzido
no país (538 d.C).

593 d.C a 710 d.C­ Período Asuka

Foi  um  período  conturbado,  mas  que  trouxe  muitas  mudanças  (Política,  Filosofia,  Arquitetura)
que  se  deveram,  principalmente,  ao  budismo  e  ao  confucionismo.  Em  604  d.C,  Shotoku  cria  a
primeira  Constituição  do  país.  Neste  período  houve  diversos  atentados  à  família  imperial  e
muitas contendas entre famílias poderosas.

710 d.C a 794 d.C ­ Período Nara

Este período inicia­se com a transferência da capital para Nara. O crescimento cultural e artístico
foi  enorme.  A  escrita  chinesa  (Kanji)  foi  adaptada  para  o  japonês.  A  sociedade  em  sua  maioria
era  agrícola  e  dividida  em  aldeias.  Houve  um  crescimento  do  poder  centralizado  no  país.  O
regime  uji­kabane  (grandes  proprietários)  entra  em  decadência  e  floresce  o  regime  Ritsurio
(administrativo).

794 d.C a 1192 d.C ­ Período Heian
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Com  o  Imperador  Kammu,  a  capital  muda  para  Heian  (atual  Quioto).  No  século  X,  graças  ao
comando do clã Fujiwara, o Japão avançou muito na área cultural. Apesar disso, as guerras pelo
poder que opuseram alguns clãs nipónicos trouxeram instabilidade política e o aparecimento dos
samurais.

1192 d.C – 1333 d.C­ Período Kamakura

A  capital  imperial  passa  a  ser  em  Kamamura.  Nesta  era,  destaca­se  Minamoto  Yoritomo,  o
Xogum,  que  inicia  uma  época  dominada  pelos  samurais  cujo  código  de  honra  é  a  base  do
governo. É nesta altura que se cria o regime militar conhecido como Xogunato (ou bakufu). Com
a família Hojo no poder, o país evolui novamente e as relações com a China melhoram. Em 1274,
o Povo Mongol tenta conquistar o Japão, mas é derrotado pelos samurais.

1333 d.C a 1573 d.C ­ Período Muromachi

Ashikaga Takauji estabelece o Xogunato Muromachi, em Quioto. Apesar de violento, este período
foi  marcado  por  grande  evolução  econômica  e  cultural  (arquitetura,  pintura,  poesia,  canções,  a
cerimônia  do  chá  (Chanoyu),  o  Ikebana  (arte  de  arranjar  flores)  e  o  teatro  (Nô  e  Kyogen).  O
primeiro contato com o Ocidente dá­se com a chegada dos portugueses ao Japão que trazem as
primeiras  armas  de  fogo  e  o  Cristianismo  (graças  ao  jesuíta  Francisco  Xavier).  O  poder
econômico  passa  para  as  mãos  dos  daymios  (senhores  feudais  da  época)  e  ocorrem  grandes
batalhas pela posse de territórios.

1573 d.C a 1603 d.C ­ Período Azuchi­Momoyama

Graças ao armamento fornecido pelos portugueses, o general Oda Nobunaga conquista o poder,
mas  morre  assassinado,  antes  de  unificar  o  Japão  num  único  governo  –  ação  que  só  o  seu
general,  Toyotomi  Hideyoshi,  conseguiu  levar  a  cabo.  O  Japão  conhece  então  uma  grande
evolução econômica e social e até faz duas tentativas (falhadas) para conquistar a Coreia.

1603 d.C a 1868 d.C ­ Período Edo

Pela batalha de Sekigahara (1600), Tokugawa Ieyasu conquista o poder e o controle total do país,
estabelecendo­se na cidade de Edo (Tóquio). Emergem quatro classes socias distintas (samurais,
camponeses,  artesãos  e  comerciantes)  e  os  feudos  são  distribuídos  a  pessoas  de  confiança  do
Xogum. Em 1633, o Cristianismo é proibido e perseguido. O país fecha­se, apenas comunicando­
se  com  o  exterior  através  do  porto  comercial  de  Nagasaki.  Apesar  disso,  o  Japão  conhece  um
florescimento comercial. Em finais do século XVIII, o Xogunato enfrenta contestações políticas
internas.  Devido  à  Revolução  Industrial  do  Ocidente,  o  Japão  muda  a  sua  política  e  reabre  as
portas a outras culturas.

1868 d.C a 1912 d.C ­Período Meiji
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Com  o  Imperador  Meiji  deram­se  grandes  mudanças  que  trouxeram  liberdade  religiosa,
igualdade  social,  a  abolição  do  feudalismo  e  um  grande  nacionalismo.  Em  1880,  devido  ao
investimento  na  industrialização  do  país,  o  Japão  entra  numa  crise  que  só  será  extinta  com  a
criação  do  Banco  do  Japão.  Foi  nesta  época  que  foi  criada  a  primeira  Constituição.  O  Japão
venceu  duas  guerras  territoriais  contra  a  China  (1895)  e  contra  a  Rússia  (1905).  Em  1910,  o
Japão ocupa o território coreano.

1912 d.C a 1926 d.C ­ Período Taisho

Neste  período,  o  governo  democrático  ganhou  grande  força,  o  que  permitiu  que  as  mulheres
fossem socialmente mais participativas. Estando à mercê de tratados anteriormente firmados, o
Japão entrou na Primeira Guerra Mundial, ao lado dos aliados. O fim da Guerra e o terremoto de
1923 agravaram a situação econômica do país.

1926 d.C a 1988 d.C ­ Período Showa

A crise econômica mundial de 1929 impeliu os militares de tomar grande parte do poder e a
conquistar novos territórios, o que implicou a sua retirada da Liga das Nações (1933). Na
Segunda Guerra Mundial, o Japão alia­se à Alemanha e à Itália e ataca a base americana Pearl
Harbor no Havai (1941). Esta ação levou os EUA a lançar bombas atômicas sobre Hiroshima e
Nagasaki, pondo fim à guerra. Cerca de 2 milhões de japoneses morreram, parte do país ficou
destruído e a economia ficou em ruínas. O Japão foi ocupado pelas forças vitoriosas e foi criada
uma nova Constituição (1947). O imperador Hirohito perdeu o poder e surgiu uma nova forma de
governo – a monarquia constitucional, controlada por um parlamento. As relações exteriores são
reatadas em 1951. O Japão tornou­se rapidamente uma das principais potências econômicas do
mundo. Em 1973, a crise de petróleo leva o Japão a investir nas indústrias de alta tecnologia.  
1989 d.C aos dias atuais ­ Período Heisei

Akihito sucedeu ao seu pai, iniciando uma nova era marcada pela prosperidade e tranquilidade.
Apesar  da  catástrofe  provocada  pelo  tsunami  de  2011,  o  país  soube  ultrapassar  a  tragédia  com
estoicismo  e  dedicação,  continuando  a  apresentar  uma  das  mais  altas  taxas  de  crescimento  do
mundo.

II. O NIHONGO, A LÍNGUA FALADA NO JAPÃO

A língua japonesa (nihongo) é falada atualmente por cerca de 125 milhões de pessoas. É oficial no
Japão e é regional em Palau, uma república do Pacífico a leste das Filipinas e administrada pelo
Japão  até  a  Segunda  Guerra  Mundial.  Até  pouco  tempo  atrás,  os  linguistas  classificavam  o
japonês  como  língua  isolada,  mas  atualmente  esta  faz  parte  da  família  japônica,  da  qual  é  a
principal língua.
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As  línguas  japônicas  são  uma  família  de  línguas,  supostamente  proveniente  de  um  idioma
comum chamado proto­japônico. Não há uma prova definitiva universalmente aceita da relação
entre  as  línguas  japônicas  e  outras  línguas,  mas  há  várias  teorias  apoiadas  em  uma  série  de
evidências. A teoria mais aceita relaciona as línguas japônicas com a antiga língua de Goguryeo.
Outros vão mais além e incluem uma família que inclui também os idiomas Fuyu e Baekje. Outra
teoria, também bastante aceita (embora durante muito tempo rechaçada por questões políticas) é
a correlação com o coreano, uma vez que a gramática é praticamente igual, embora o léxico seja
bastante  diferente.  Há  uma  teoria,  aceita,  mas  ainda  controversa,  de  que  as  línguas  japônicas
integram  as  línguas  altaicas.  Por  último,  há  uma  teoria  relacionando  as  línguas  japônicas  às
línguas  do  centro  e  sul  do  Pacífico,  ou  seja,  às  línguas  malaio­polinésias.  Esta  hipótese  é
considerada improvável pela maioria dos linguistas.

Estudos lexico­estatísticos revelaram que o idioma moderno com o léxico mais parecido com as
línguas japônicas é o uigur, idioma aparentado ao turco.

Em  vista  da  ausência  de  provas  incontestáveis,  alguns  vêem  nessas  semelhanças  um  simples
"sprachbund" (do alemão Sprachbund, "união de idiomas") e que essas semelhanças são apenas
resultados da convivência entre esses povos da Ásia Central ao longo de milênios.

Existem  apenas  sete  línguas  japônicas  faladas  atualmente,  e  estão  divididas  em  dois  grupos:  o
japonês, que inclui o japonês oriental e o japonês ocidental (este, a língua japonesa propriamente
dita, falada em Tóquio), e o ryukyu, ao qual pertencem o oquinauano (segunda língua japônica
mais falada, depois do japonês), o miyako, o amami, o yaeyama e o yonaguni.

Um grande número de dialetos locais ainda é utilizado. Enquanto o japonês padrão, baseado na
fala  dos  habitantes  de  Tóquio,  foi  se  expandindo  gradativamente  pelo  país  devido  a  influência
das  mídias  como  o  rádio,  a  televisão  e  o  cinema,  os  dialetos  falados  em  Quioto  e  Osaka,  em
particular, continuam se desenvolvendo e mantêm o seu prestígio. O povo Ainu, baseado na ilha
norte de Hokkaido, possui sua própria linguagem, que constitui um grupo a parte, sem relação
com o japonês.

É comum dividir a língua japonesa quanto a sua evolução em cinco períodos:

­ Japonês Antigo (até o século 8): é a etapa mais antiga atestada do idioma japonês. Através
da propagação do budismo, o sistema de escrita chinesa (Kanji) foi importado para o Japão. O
fim do japonês antigo coincide com o fim do período de Nara em 794;

­  Japonês  Antigo  Tardio  ou  Japonês  Médio  Precoce  (século  9  a  11):  é  o  japonês  do
Período  Heian  (794­1185).  Durante  esse  período  dois  novos  silabários  foram  inventados:
Hiragana  e  Katakana,  que  eram  muito  mais  simples  que  os  Kanjis  e  descreviam  os  sons
existentes  na  língua  japonesa.  Livros  famosos  foram  escritos  durante  este  período,  como  “O
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Conto  de  Genji”,  “O  Conto  do  Cortador  de  Bambu”,  “Os  Contos  de  Ise”  e  muitos  outros.  Vê­se
também  vê  uma  quantidade  significativa  de  influência  chinesa  sobre  a  fonologia  da  língua.  O
termo"Japonês  Médio  Precoce  "  é  preferível,  haja  vista  que  aqui  estamos  situados  mais  perto
Japonês Médio Tardio (depois de 1185) do que do Japonês Antigo (antes 794);

­ Japonês Médio Tardio (século 12 a 16): é normalmente dividido em duas fases, mais ou
menos equivalentes ao Período Kamakura e ao Período Muromachi, respectivamente. As formas
posteriores  são  as  primeiras  a  serem  descritas  por  fontes  não­nativas,  neste  caso,  os  jesuíta  e
missionários franciscanos (por exemplo, na obra “A Arte da Lingoa de Iapam”) . Algumas formas
vez mais familiares aos falantes japoneses modernos começam a aparecer;

­ Japonês Moderno Precoce (século 17 a 19): é um período de transição em que a língua
deixa para trás muitas das suas características medievais e se aproxima de sua forma moderna. O
período durou cerca de 250 anos, estendendo­se do século 17 até a metade do século 19. No início
do século 17, o centro do governo saiu de Kamigata e foi transferida para Edo sob o controle do
shogunato  Tokugawa.  Até  o  período  Edo,  o  dialeto  Kamigata,  o  ancestral  do  dialeto  Kansai
moderno,  foi  o  dialeto  mais  influente.  No  entanto,  mais  tarde,  o  dialeto  Edo  –  o  ancestral  do
dialeto  de  Tóquio  moderno  –  tornou­se  o  dialeto  mais  influente.  Importante  frisar  que,  como
Tokugawa visava a reconstrução do país, após mais de cem anos em guerra, toma medidas duras
entre 1633­1639, expulsando os estrangeiros, no caso portugueses e espanhóis. O cristianismo é
proscrito  e  os  cristãos  perseguidos  pelo  governo.  Por  fim,  o  governo  resolve  fechar  os  portos  a
todos  os  navios  estrangeiros,  exceto  dos  chineses  e  dos  holandeses.  Os  holandeses  só  podiam
ficar  na  ilha  de  Dejima  em  Nagasaki.  Essa  postura  trouxe  muita  estabilidade  e  ficou  conhecida
mais tarde como “Sankoku” (país acorrentado);

­ Japonês moderno (século 19 até o presente): pode­se dizer que o Sankoku permaneceu
em  vigor  até  1853,  com  a  chegada  dos  navios  negros  do  comodoro  Matthew  Perry  e  a  abertura
forçada  do  Japão  ao  comércio  ocidental.  Contudo,  ainda  era  ilegal  deixar  o  Japão,  mas  com  a
Restauração Meiji (1868) essa restrição acabou. Na época, o almirante Perry tinha a intenção de
compartilhar tecnologia e estimular a concorrência econômica saudável com os países asiáticos.
Sua  influência  teria  um  impacto  muito  mais  significativo,  pois  elementos  do  inglês  e  outras
línguas ocidentais, como palavras e características linguísticas, começaram a ser introduzidos na
língua japonesa.

Bem,  feita  essa  abordagem  histórica,  durante  o  nosso  curso,  faremos  várias  referências  ao
“Japonês  Clássico”,  isto  é,  a  forma  literária  da  língua  japonesa  que  era  o  padrão  até  os
primórdios do Período Showa (1926­1989).

O  Japonês  Clássico  é  baseado  na  língua  como  era  falada  durante  o  Período  Heian  (794­1185),
mas  apresenta  algumas  influências  posteriores.  Seu  uso  começou  a  declinar  durante  o  fim  do
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Período Meiji (1868­1912), quando os romancistas começaram a escrever suas obras seguindo o
padrão  da  língua  falada.  Eventualmente,  este  estilo  entrou  começou  a  se  generalizar,  inclusive
nos principais jornais, mas muitos documentos oficiais ainda eram escritos no estilo antigo. Após
a  Segunda  Guerra  Mundial,  a  maioria  dos  documentos  mudou  para  o  estilo  falado,  embora  o
estilo  clássico  continua  a  ser  usado  em  gêneros  tradicionais,  como  Haiku  (ou  Haicai).  Leis
antigas também são escritas no estilo clássico, a menos que totalmente revistas.

III. O ERRO DOS MÉTODOS CONVENCIONAIS

O erro dos métodos convencionais é que geralmente seus autores têm os seguintes objetivos:

1. Que os leitores sejam capazes de usar um japonês funcional e polido o mais rápido possível;
2. Não desencorajar os leitores no estudo do idioma nipônico. Para tanto, muitas vezes evitam
usar os “assustadores” fonemas japoneses (Kana) e os ideogramas chineses (Kanji);
3. Ensinar aos leitores como dizer frases buscando uma “relação de equivalência” entre o
português e o japonês.

Tradicionalmente,  se  tratarmos  de  línguas  românicas  como  o  espanhol,  por  exemplo,  tais
objetivos não apresentam problemas ou são inexistentes devido a sua similaridade com a língua
portuguesa. No entanto, como o japonês é diferente em quase todos os sentidos – até mesmo nas
formas  fundamentais  do  pensar  –  esses  objetivos  acabam  por  criar  muitos  dos  livros  confusos
que  vemos  atualmente.  Eles  geralmente  são  preenchidos  com  regras  complicadas  e  incontável
número de gramática para frases específicas em português. Também não contêm quase nenhum
Kanji; e então quando finalmente se chega ao Japão, eis que se descobre que não é possível ler os
menus, mapas ou praticamente nada, porque o autor do livro estudado pensou que o leitor não
fosse inteligente o suficiente para memorizar os ideogramas chineses.

Como exposto, a raiz deste problema está no fato de que estes livros tentam ensinar japonês com
o português; ensina­se logo na primeira página como dizer: "Oi, meu nome é Paulo", mas não se
expõe  todas  as  decisões  arbitrárias  que  foram  feitas  por  detrás  de  tudo  isso.  Muitas  vezes,  os
autores  utilizam­se  da  forma  polida  mesmo  que  aprender  a  forma  polida  antes  da  forma  do
dicionário não faça sentido. Eles também costumam abordar assuntos que muitas vezes não são
necessários para o aprendizado como um todo.

Na verdade, a maneira mais comum de dizer algo como "Meu nome é Paulo" em japonês é dizer
tão somente "Paulo". Isto porque a maior parte da informação é entendida a partir do contexto e
é, portanto, excluída. Mas será que os autores explicam a maneira como as coisas funcionam na
língua  japonesa,  essencialmente?  Não,  pois  estão  muito  ocupados  tentando  encher  o  leitor  de
frases "úteis". O resultado disto é desastroso: o leitor cairá no “use isto se você quiser dizer
aquilo”,  fazendo­o  ficar  com  uma  sensação  de  que  nada  aprendeu  quando  necessitar  ir  além
destes padrões. Tudo isso porque não aprendeu como as coisas realmente funcionam.
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A solução para este problema é explicar a língua japonesa a partir de um ponto de vista
japonês; abordar a gramática e explicar como funciona a dinâmica do idioma sem tentar buscar
forçosamente uma tradução equivalente, isto é, que seja “exatamente igual” àquilo que se diz em
português. E, para que o estudo seja proveitoso, também é importante explicar as coisas em uma
ordem que faz sentido em japonês. Se você precisa saber [A] para entender [B], não abordaremos
[B] primeiro só porque você talvez precise aprender uma determinada frase.

IV. UM MÉTODO PARA SE APRENDER A GRAMÁTICA DO IDIOMA NIPÔNICO

Este  método  é  uma  tentativa  de  se  construir  sistematicamente  estruturas  gramaticais  que  irão
aos poucos tecendo a língua japonesa de um modo que faça sentido em japonês. Pode não ser um
instrumento  prático  para  um  aprendizado  imediato,  como  na  maioria  dos  métodos
convencionais que visam expressões úteis em japonês, como por exemplo, frases comuns para as
viagens.  No  entanto,  este  método  tentará,  de  uma  maneira  lógica,  criar  blocos  de  construções
gramaticais  que  resultará  em  uma  sólida  base  de  gramática.  Para  aqueles  que  aprenderam  o
idioma  japonês  seguindo  livros  didáticos  convencionais,  poderá  notar­se  algumas  grandes
diferenças  na  forma  como  o  material  é  ordenado  e  apresentado.  Isto  porque  este  método  não
procura  criar  forçosamente  vínculos  artificiais  entre  o  português  e  o  japonês  através  da
apresentação  de  um  material  que  faça  sentido  em  português.  Pelo  contrário,  exemplos  com
traduções  demonstrarão  como  as  ideias  são  expressas  em  japonês  resultando  em  simples
explicações que são mais fáceis de entender.

No  início,  as  traduções  para  o  português  dos  exemplos  apresentados  será  o  mais  próximo
possível  do  sentido  destes  em  japonês.  Por  esta  razão,  o  você  poderá  se  deparar  com
traduções  “gramaticalmente  incorretas”  em  português.  Nós  esperamos  que  a  explicação  dos
exemplos  desperte  em  você  um  apurado  senso  de  “o  que  as  sentenças  significam
realmente  do  ponto  de  vista  japonês”.  Gradativamente,  uma  vez  que  você  se  tornar
familiarizado e, e com isso, começar a pensar confortavelmente em japonês, as traduções serão
menos  próximas  do  sentido  em  japonês  para  que  a  leitura  seja  mais  agradável  e  centrada  nos
tópicos mais avançados.

Esteja  ciente  de  que  existem  vantagens  e  desvantagens  para  a  construção  sistemática  de  uma
sólida base gramatical a partir do zero. Em japonês, os conceitos gramaticais fundamentais são
os mais difíceis de assimilar e as palavras mais comuns possuem muitas exceções. Isto significa
que a parte mais difícil do idioma é o que deve ser aprendido primeiro. Os livros didáticos não
costumam ter esta abordagem, temendo talvez que isto assustará ou frustrará os interessados   em
aprender  a  língua.  Em  vez  disso,  tentam  atrasar  o  aprofundamento  nas  regras  de  conjugação
mais  difíceis  usando  remendos  para  que  possam  começar  a  ensinar  expressões  úteis
imediatamente. Este é o tipo de abordagem que agrada a alguns, no entanto, pode criar confusão
e  problemas  ao  longo  do  caminho;  seria  como  construir  uma  casa  sobre  a  areia.  Os  conceitos
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mais  difíceis  devem  ser  abordados,  não  importa  quais  sejam.  Se  você  conseguir  assimilar  os
tópicos  gramaticais  mais  difíceis  logo  no  início,  então,  os  menos  complicados  que  serão
abordados adiante serão muito mais fáceis porque eles se encaixam perfeitamente sobre a base
que  o  você  construiu.  O  idioma  japonês  é  sintaticamente  muito  mais  consistente  do  que  o
português.  Se  você  aprender  as  regras  de  conjugação  mais  difíceis,  grande  parte  da  gramatica
restante  baseia­se  em  regras  semelhantes  ou  idênticas.  A  única  parte  difícil  a  partir  daí  será
ordenar  e  lembrar  todas  as  várias  expressões  e  combinações  possíveis,  a  fim  de  usá­las  em
situações corretas.

V. COMO REALMENTE APRENDER ALGO?

Iniciar o aprendizado de algo não é tão simples assim. Por melhor que seja o método escolhido,
se  você  não  se  utilizar  daquilo  que  chamaremos  “ferramentas  de  aprendizado”,  o  seu
aproveitamento  será  quase  nulo.  Portanto,  tenha  em  mente  que  sem  elas  é  como  querer  fazer
limonada sem limões, ou seja, sem o ESSENCIAL para a limonada. Vamos a elas:

1) INTERESSE: isso parece óbvio, mas um dos maiores bloqueios para o aprendizado é a falta
de  interesse  naquilo  que  se  estuda.  Pessoas  podem  passar  horas  e  horas  tentando  decorar
fórmulas  matemáticas,  mas  se  houver  falta  de  interesse  e/ou  maus  pensamentos,  a  sua  mente
encarará a situação como algo danoso para você e passará a criar mecanismos de autodefesa para
afastá­lo  disso,  tais  como  distração  ou  sonolência.  Portanto,  lembre­se:  “quanto  maior  o
interesse,  maior  é  o  poder  da  memória  para  guardar  determinada  informação”.
“Encontre  algo  que  você  ame  tanto  fazer  que  você  espere  o  sol  nascer  só  para  poder  fazer  de
novo” (Chris Gardner)

Vamos fazer uma analogia: imaginemos que um rapaz tenha iniciado um emprego novo e logo no
primeiro  dia  se  depara  com  uma  menina  que  lhe  desperta  interesse  à  primeira  vista.  Vão  se
passando  os  dias,  o  rapaz  fica  só  a  observando  e  o  interesse  vai  aumentando,  mas  ainda  não
tiveram  a  oportunidade  de  conversar.  São  convidados  então  para  uma  dinâmica  em  duplas  na
qual um terá que expor certas informações pessoais ao outro.

Agora,  responda  com  sinceridade:  se  você  estivesse  no  lugar  do  rapaz  fazendo  dupla  com  a
menina que outrora despertara seu interesse, as chances de você guardar as informações pessoais
que ela expor não são muito maiores do que se você estivesse fazendo dupla com qualquer outra
menina na qual você não estivesse interessado?

2) REPETIÇÃO: outro fator que potencializa o poder da memória é a repetição. Analogamente,
se você consegue digitar rapidamente agora, deve se lembrar de como era um “catador de milho”
no  começo.  Entretanto,  conforme  foi  repetindo  o  ato  de  digitar  –  e  com  o  desejo,  interesse  em
dominar  a  digitação  –,  gradativamente  foi  ganhando  velocidade,  não  é  mesmo?  Ou  ainda,  já
parou para pensar por que não nos esquecemos da nossa língua materna?  Lembre­se: “quanto
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mais  você  revisa,  se  expõe  a  algo,  mais  o  cérebro  se  acostuma  com  aquela
informação e a fixa na memória”.

3) ASSOCIAÇÃO: nossa memória usa a associação de modo espontâneo, inconsciente. Não nos
apercebemos  disto.  Associar  é  vincular  uma  informação  a  outra  já  armazenada.  Lembre­se:  “a
associação facilita a lembrança”.

4) ORGANIZAÇÃO: quanto mais organizada a mensagem, maior será a retenção. A memória
não  acumula  dados  de  qualquer  maneira.  Ela  efetua,  sem  percebermos,  um  trabalho  de
organização.  O  cérebro  opera  uma  organização  inconsciente.  Podemos  ajudar  a  memória
organizando  a  informação  de  modo  consciente  fazendo  esquemas  o  que  implica  em  comparar,
selecionar, classificar, ordenar, associar, esquematizar.

5)  HUMILDADE:  muitos  estudantes  pecam  ao  deixar  de  estudar  determinado  assunto  por
causa do “Ah, isso eu já sei”. Evite isso, usando a ferramenta da “humildade”. Nunca se feche à
oportunidade  de  conhecer  um  pouco  mais  sobre  determinado  assunto  e  valorize  TODAS  as
informações que encontrar. Acredite, você só tem a ganhar: pode ser que você apenas achava que
sabia  e  na  realidade  não  sabia,  mas  agora  sabe  de  fato,  ou  se  realmente  já  sabia,  teve  a
oportunidade de rever o assunto e fixa­lo mais – muitas vezes com informações novas a agregar.
Ou ainda, se a fonte não lhe inspirar confiança, terá a oportunidade de buscar informações em
outras fontes e confrontá­las. Com isso seu conhecimento tende a aumentar. Lembre­se do que
disse Santo Tomás de Aquino: "Temo o homem de um só livro"

6) CONCENTRAÇÃO: possuir interesse não significa necessariamente que você estará focado
sempre quando necessário. Afinal, situações “mais atraentes”, como uma partida de futebol, ou
ainda,  questões  de  ambiente  como  barulho,  pouca  ou  muita  luz,  podem  surgir  durante  o  seu
tempo de estudo, minando completamente a sua concentração. Outro fator prejudicial é o desvio
de  foco  por  imaginações  que  podem  surgir  ao  vermos  uma  palavra  ou  figura  durante  a  leitura;
acabamos focando mais nessa palavra ou figura e damos as costas para o tema estudado. Atente­
se a estes fatos e evite­os. Lembre­se: “O homem que quiser conduzir a orquestra tem de
dar as costas ao público”. (Max Lucado)

7)  BEM­ESTAR:  estar  física  e  psicologicamente  bem  só  há  de  potencializar  as  demais
ferramentas  de  aprendizado.  Portanto,  evite  estudar  se  você  não  estiver  bem,  pois  poderá  ser
tempo perdido.

VI. COMO REALMENTE APRENDER UM IDIOMA?

1) AS QUATRO HABILIDADES: Ler, escrever, falar e ouvir. Estas são as habilidades a serem
desenvolvidas  no  aprendizado  de  qualquer  idioma.  E  como  desenvolvê­las?  Vemos  muitos
métodos que prometem milagres, mas sinceramente não cremos que exista uma fórmula mágica
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para isto. Ou melhor, a fórmula é simples, porém "trabalhosa":

­ para aprender a ler, leia bastante;

­ para aprender a escrever, escreva bastante;

­ para aprender a falar, fale bastante;

­ para aprender a ouvir, ouça bastante.

Fazendo  dessas  atividades  uma  rotina,  sistematicamente,  você  irá  notar  que  seu  cérebro  se
acostumará com tudo isso;

2) VOCABULÁRIO: Quais palavras aprender?

Para  responder  a  essa  pergunta,  vamos  considerar  como  se  dá  a  nossa  comunicação  no  nosso
cotidiano.  Ora,  com  base  nele,  percebemos  facilmente  que  há  palavras  que  usamos  com
mais freqüência,  sendo  que  elas  não  compreendem  TODAS  as  palavras  que  conhecemos  em
nosso idioma materno. Em outras palavras, na nossa vida prática, usamos apenas um número
restrito de palavras.

Já  que  não  usamos  todas  as  palavras  existentes  ou  que  conhecemos  para  nos  comunicarmos,
costuma­se dividi­las em dois grupos: as palavras que você conhece, e utiliza, constituem o seu
vocabulário ativo. As palavras que você conhece, mas não utiliza, no dia a dia, constituem o seu
vocabulário  passivo.  É  de  se  imaginar,  portanto,  que  o  vocabulário  passivo  é  muito  maior
que o nosso vocabulário ativo, pois na nossa vida rotineira tendemos a usar as palavras
“mais simples” e comumente usadas.

E  isso  é  realmente  verdade  se  levarmos  em  conta  o  modo  como  aprendemos  a  falar  a  nossa
língua  materna:  primeiro,  aprendemos  palavras  simples  e  que,  de  certo  modo,  são  suficientes
para  nos  comunicarmos  e  sermos  entendidos  pelos  adultos  (aproximadamente  500  palavras
ativas representam o vocabulário de uma criança pronta para aprender a ler e escrever – 5 anos
de idade). A partir daí, com os estudos e conforme as circunstâncias exigem, vamos aprimorando
nosso vocabulário, aprendendo palavras novas e mais complexas, bem como novos sentidos das
que já conhecemos (aproximadamente 2.000 palavras são o vocabulário ativo de um adolescente
em  seu  idioma  materno,  no  fim  do  ensino  médio).  E  continuaremos  sempre  aprendendo
vocabulário até que a nossa vida termine...

Ainda  assim,  as  palavras  que  usamos  no  nosso  dia  a  dia,  mesmo  na  vida  adulta  e
desconsiderando  termos  específicos  dos  mundos  corporativo  e  acadêmico,  continuam  a  ser  as
“mais  simples”  e  comumente  usadas.  Não  vamos  muito  além  disso.  Mesmo  que
conheçamos um grande número de palavras, ficamos restritos a este grupo quando falamos com
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amigos,  familiares,  ou  estamos  em  lojas,  restaurantes,  etc.  Ou  você  já  ouviu  alguém  usar  em
português, palavras como litossolo, coarctar, novedio, nubícogo, olente ou divulsão?

Bem, e vem à mente outra pergunta: afinal, quantas palavras devo aprender?

Costuma­se dizer que em qualquer idioma as palavras que compõem o vocabulário ativo giram
em torno de 3.000. Ou seja, essas são as palavras mais importantes e mais comuns; aquelas que
de  fato  serão  necessárias  no  seu  dia  a  dia.  Isso  deve  equivaler  ao  seu  vocabulário  ativo  em
português. Então, você deve se concentrar primeiramente nelas.

E quanto ao vocabulário passivo? Bem, isso é algo que vamos aprender constantemente durante
nossa vida... mas em termos de números, é bom que você tenha em seu vocabulário passivo em
torno de 3.500 palavras (ou mais), a fim de obter uma boa compreensão do idioma;

Além disso, evite aprender palavras de modo isolado. Ou seja, quando você aprender, por
exemplo,  a  palavra  “porta”,  tente  encontrar  exemplos  de  orações.  Assim,  além  de  enriquecer  o
seu vocabulário, você entenderá melhor o sentido de palavras que, isolodamente, podem parecer
meio sombrias.

3) PENSE COMO UM NATIVO: Evite pensar uma língua estrangeira em seu idioma nativo.
Sim,  isso  é  fundamental.  Se  você  está  tentando  descobrir  como  dizer  algo,  mas  pensando
primeiramente  em  português,  não  conseguirá  se  expressar  de  imediato  em  quase  100%  das
vezes.  Você  deverá  ter  sempre  em  mente  que  “se  você  já  não  sabe  como  dizer  algo  em
outra língua, então não sabe mesmo”. Portanto, se você puder, pergunte imediatamente a
alguém como dizer a expressão desejada, incluindo uma explicação detalhada do seu uso. Então
comece você a praticar e a pensar do ponto de vista de um falante nativo. Idiomas não são
como  problemas  matemáticos;  você  não  tem  que  descobrir  a  resposta;  mas  se  você  praticar  a
partir  da  resposta  correta,  desenvolverá  bons  hábitos  que  lhe  ajudarão  a  formular  natura  e
corretamente sentenças;

4) ESTUDE A CULTURA: indubitavelmente, o modo de agir de um povo tem reflexos em seu
modo  de  falar.  Conhecer  tais  aspectos  facilita  o  modo  de  expressar­se,  faz  com  que  muitas
expressões tenham sentido e evita que você fale um idioma com “cara de português”;

5)  EXEMPLOS  E  A  EXPERIÊNCIA:  mesmo  que  você  não  consiga  entender  algum
fundamento gramatical completamente ou mesmo dizer algo corretamente logo na primeira vez,
continue  retomando  a  matéria  não  assimilada  procurando  mais  exemplos  referentes  a  ela.  Isto
permitirá que você adquira uma melhor aptidão em como saber usar tais expressões/construções
gramaticais  em  contextos  diferentes.  Nenhum  método  é  capaz  de  abordar  todas  as  situações
possíveis. Entretanto, para a nossa sorte existem meios como a internet. Lá você encontrará uma
grande variedade de material, incluindo sites, salas de bate­papo e artigos específicos. Comprar
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livros no idioma que ser quer aprender ou quadrinhos é também um excelente (e divertido) meio
de aumentar o vocabulário e exercitar as habilidades de leitura;

Conhecer a origem e evolução de algo que você queira aprender é um grande passo para o seu
domínio, pois ao se deparar com o sentido e a lógica que há por trás, você deixa de ser um robô e
passa a pensar. Se você gosta de Matemática, entenderá onde queremos chegar: não adianta você
decorar fórmulas prontas se você não sabe a razão de ser dela. Claro que a gramática não é uma
ciência exata, mas ela busca padronizar uma língua e, embora haja exceções, ela tem sua
lógica de ser.VII. APRENDER GRAMÁTICA É REALMENTE NECESSÁRIO?
Há  quem  defenda  a  ideia  de  que,  em  termos  práticos,  aprender  gramática  é  perda  de  tempo,
afinal  o  intuito  da  comunicação  é  entender  e  ser  entendido,  não  importando  se
gramaticalmente o que é dito está correto ou não. Por exemplo, se alguém dissesse “a gente vamo
embora”,  apesar  de  a  oração  estar  errada  GRAMATICALMENTE,  o  que  importaria  é  o  ouvinte
entender a mensagem como “nós vamos embora”.

Sendo assim, você deveria ouvir as coisas até que consiga, naturalmente, dizer o que parece certo
e o que é errado. Segue um dos argumentos “contra a gramática” (usando o inglês como base):

“Você sabe falar português, seu idioma nativo no Brasil, né? Agora será que você sabe todas as
regras gramaticais?

NÃO!

A menos que seja um entusiasta do idioma ou profissional da área, você não sabe nem precisa
conhecer todas as regras. É assim que um idioma deve ser compreendido.

Aprender  pelas  regras,  sem  saber  falar  e  ouvir,  vai  te  tornar  uma  espécie  de  “analista  da
língua”. Só na teoria. Na prática, não funciona! Pode ver com qualquer pessoa que fez cursos
tradicionais: mais de 99% delas não se sentem seguras ao falar, e não compreendem todos os
áudios em inglês, mesmo depois de vários e vários anos estudando – e pagando caro!

Quando alguém te faz uma pergunta, você responde sem pensar em regras. Sem pensar se é no
passado,  no  futuro,  em  qual  palavra  você  deve  colocar  aqui  ou  ali…  Simplesmente
RESPONDE!

Num novo idioma qualquer, deveria ser assim também, pois é o processo natural.

Ao  ver  um  filme,  você  não  tem  tempo  de  ficar  traduzindo  o  que  dizem  para  entender.  Se
tentar, perderá muitas falas!

Ao conversar com alguém também. Não há tempo para pesquisar na cabeça as regras, muito
menos na internet ou em livros.” (FONTE: Curso de Inglês na Web)
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A tese acima parece mesmo convincente, mas no fundo é um mau conselho, a menos que você
viva no Japão ou fale / ouça japonês com alguém disposto a corrigir tudo que você diz.

Pode  haver  pessoas  que  digam  “Ok  ,  já  conheci  pessoas  que  estudaram  gramática  e  ainda  não
conseguem falar a língua” (pessoa que acha a gramática desnecessária);

Esse argumento não prova nada...

Fato é que a gramática é uma das ferramentas dentre muitas em seu arsenal e não seria bom
ignorá­la completamente. Você pode não pensar na gramática quando está falando, mas ela é
um  trampolim,  uma  orientação  que  você  pode  usar  para  chegar  ao  ponto  no  qual
você  não  precisará  mais  dela.  Se  você  aprende  somente  com  frases,  você  precisa  estar
exposto a todo tipo de gramática, conjugação de verbos, e uso de vocabulário para internalizá­la
naturalmente.  Isso  é  bom  para  aprender  a  sua  língua  materna  como  uma  criança,  mas  vai
demorar  muito  tempo  para  os  adultos  que  procuram  a  proficiência  em  uma  segunda  língua,
especialmente em um ambiente não­imersivo.

Aliás, você já se perguntou para que serve a gramática, vista por muitos como uma vilã?

Como um idioma é algo comum a todos dentro de uma determinada sociedade, é fácil enxergar
a  necessidade  de  um  padrão  de  linguagem  que  seja  seguido  por  todos.  Visto  que  o  ser
humano é um ser social, que interage com o meio em que vive, imagine a bagunça que seria se
cada habitante ou grupo de habitantes resolvesse adotar o seu próprio padrão de linguagem. Isso
não representaria um grande problema enquanto o indivíduo estivesse dentro de seu grupo, mas
ao interagir com outros, haveria grande confusão.

O site Só Português define bem o que é a gramática:

A Gramática tem como finalidade orientar e regular o uso da língua, estabelecendo um padrão
de escrita e de fala baseado em diversos critérios, tais como:

­ Exemplo de bons escritores;

­ Lógica;

­ Tradição;

­ Bom senso.

(…) Por ser um organismo vivo, a língua está sempre evoluindo, o que muitas vezes resulta
num distanciamento entre o que se usa efetivamente e o que fixam as normas. Isso não
justifica, porém, o descaso com a Gramática. Imprecisa ou não, existe uma norma culta, a qual
deve ser conhecida e aplicada por todos.
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A  gramática  pode  ajudá­lo  a  organizar  sistematicamente  o  idioma  de  tal  forma  que  você  possa
aprender novas palavras, expressões e sentenças e rapidamente incorporá­los usando as mesmas
regras que se aplicam a todas as palavras sem ter que encontrá­las uma e outra vez. As regras
são  simplesmente  um  meio  para  um  fim.  A  gramática  também  pode  ajudá­lo  a  quebrar
construções  que  você  não  entende  e  fornecer  orientações  sobre  como  estruturar  suas
próprias sentenças. Não há como negar que há pessoas que conhecem todo o vocabulário que
elas precisam para dizer alguma coisa, mas não conseguem organizá­las, montar uma frase para
expressar o que querem dizer.

É claro que você precisa praticar muito a fala e a audição, mas não há motivos para se impedir o
aprendizado da gramática e aplicá­lo conforme necessário. Eventualmente, com bastante prática,
você chegará a um ponto que não precisará mais pensar na gramática, ela ficará internalizada em
você, mas até então, ela pode ajudá­lo a descobrir como dizer o que quiser. Claro, pode ser lento,
mas é melhor do que não ser capaz de dizer coisa alguma.

Realmente,  muitas  vezes  se  gasta  muito  tempo  com  gramática  nos  cursos  convencionais,
abordando­se pouquíssimo a conversação como ela é no “mundo real” (mais detalhes na lição 8).
Isso  é  obviamente  um  problema,  mas  isso  não  significa  que  você  não  deve  aprender  nada  de
gramática.

Além  disso,  banir  a  gramática  ou  dar  pouca  importância  a  ela  e  considerar  somente  o
aprendizado de um idioma pela assimilação natural pode acarretar em vícios de linguagem e
erros graves como nós mesmos fazemos em português como, por exemplo, “Para mim fazer” e
“A  gente  vamos”.  São  infinitos  erros  que  adquirimos  na  linguagem  falada  e  mesmo  passando
anos na escola, muitas pessoas não conseguem readequar a linguagem. Isso pode ser um ponto
negativo  em  situações  mais  formais,  como  quando  a  pessoa  participa  de  uma  entrevista  de
emprego  ou  faz  algum  teste  escrito.  Para  ilustrar,  leia  esta  matéria  e  perceba  o  que  a  falta  de
contato  com  o  idioma  formal  pode  ocasionar:    529  mil  candidatos  tiraram  zero  na  redação  do
Enem 2014.

Veja  como  não  aprender  gramática  limita  nosso  poder  de  comunicação  e  também  nosso
intelecto,  pois  estaremos  “enclausurados”  no  linguajar  do  cotidiano.  Em  outras  palavras,  quem
desconhece a norma culta acaba tendo acesso limitado  às  obras  literárias,  artigos  de  jornal,
discursos políticos, obras teóricas e científicas, enfim, a todo um patrimônio cultural acumulado
durante séculos pela humanidade.

Tal  como  acontece  com  a  maioria  das  coisas  na  vida  real,  a  solução  correta  é  usar  uma
abordagem  equilibrada  e  prática,  isto  é,  gramática  e  o  processo    de  ouvir  e  falar  se
complementam e devem ser considerados desde o início.

Fontes:
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Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Main_Page

Guide to Japanese (Tae Kim): http://www.guidetojapanese.org/learn/grammar

Tae Kim’s Blog: http://www.guidetojapanese.org/blog/2012/10/11/who­needs­grammar­we­all­do/
Japão – Passado e Presente: http://japao­pp.blogspot.com.br/2012/05/historia­do­japao­dividida­por­periodos.html

Inglês na Ponta da Língua, Denilso de LimaJornal do Comércio: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?
codn=85189Inglês com Rock: http://inglescomrock.com/aprender­ingles­estudando­gramatica­mito/

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