Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
3 (2017)
Revista da Pós-Graduação em Letras – UNIANDRADE
Curitiba, Paraná, Brasil
CRUZ, Lua Gill da. “Elas narravam como soldados. Como mulheres”: a literatura como arquivo
em A guerra não tem rosto de mulher. Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017), p. 103-125.
Curitiba, Paraná, Brasil
Data de edição: 11 dez. 2017.
103
Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017)
Revista da Pós-Graduação em Letras – UNIANDRADE
Curitiba, Paraná, Brasil
CRUZ, Lua Gill da. “Elas narravam como soldados. Como mulheres”: a literatura como arquivo
em A guerra não tem rosto de mulher. Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017), p. 103-125.
Curitiba, Paraná, Brasil
Data de edição: 11 dez. 2017.
104
Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017)
Revista da Pós-Graduação em Letras – UNIANDRADE
Curitiba, Paraná, Brasil
CRUZ, Lua Gill da. “Elas narravam como soldados. Como mulheres”: a literatura como arquivo
em A guerra não tem rosto de mulher. Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017), p. 103-125.
Curitiba, Paraná, Brasil
Data de edição: 11 dez. 2017.
105
Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017)
Revista da Pós-Graduação em Letras – UNIANDRADE
Curitiba, Paraná, Brasil
CRUZ, Lua Gill da. “Elas narravam como soldados. Como mulheres”: a literatura como arquivo
em A guerra não tem rosto de mulher. Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017), p. 103-125.
Curitiba, Paraná, Brasil
Data de edição: 11 dez. 2017.
106
Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017)
Revista da Pós-Graduação em Letras – UNIANDRADE
Curitiba, Paraná, Brasil
tal tipo de história, defendida pelo censor de Svetlana, “[...] engana-nos por meio
de um jogo de analogias, através de semelhança enganadora [que] arrasta o
homem corajoso para a temeridade e o entusiasta para o fanatismo”
(NIETZSCHE, 1976, p. 122). A importância e o elogio ao esquecimento, em
Nietzsche, baseiam-se “em retirar dos conteúdos da memória até que fielmente
preservados, os da formação histórica, a base da motivação e construir o agir,
com a vida e com o futuro, motivação nova e concorrente, a partir da qual deve
se organizar a memória” (WEINRICH, 2001, p. 183).
Walter Benjamin, leitor de Nietzsche, se debruçará em uma crítica
contundente ao historicismo – ou à “grande história” a que se refere o censor da
obra da bielorrussa – na sua obra, especialmente nas teses Sobre o conceito da
História, escritas em 1940, momento em que o filósofo se deparou, um pouco
antes de sua morte, com a experiência do horror e do estado de exceção. De
acordo com o filósofo alemão, a historiografia tradicional baseia-se na
perspectiva dos vencedores. Cabe, portanto, renunciar à lógica positivista de
uma “verdade histórica”, ou de uma cientificidade de “fatos históricos”, que nos
fazem crer em uma “imagem autêntica do passado”, pois estas são construídas
e baseadas nos discursos da classe dominante.
Nesse sentido, compete ao historiador (que aqui se refere também ao
sujeito revolucionário) “articular historicamente o passado” não de forma a
“conhecê-lo ‘como ele de fato foi’”, mas de maneira a “apropriar-se de uma
reminiscência, tal como ela relampeja no momento de um perigo” (BENJAMIN,
1994c, p. 224). O método de “escovar a história a contrapelo” (BENJAMIN,
1994c, p. 225) refere-se à necessidade de articular os eventos históricos de
forma a buscar outras versões da história a partir dos seus restos, de suas
ruínas ou reminiscências, e a opor-se à regra da história de repetição inexorável
da violência e do amontoamento de “escombro sobre escombro”, ou seja, da
série de novas catástrofes que continuam a acontecer.
Benjamin reafirma a necessidade de uma contemplação crítica da
história que submeta a julgamento o que foi anteriormente silenciado e que
precisa ter voz, de forma a reverter e reavaliar “a contrapelo”, inclusive, todos
os documentos em que a nossa cultura se baseia, pois “nunca houve um
monumento da cultura que não fosse também um monumento da barbárie” e
as suas formas de transmissão tampouco são isentas. Assim como a autora
bielorrussa, que afirma procurar “não os grandes feitos e o heroísmo, mas aquilo
que é pequeno e humano” (ALEKSIÉVITCH, 2016a, p.17), Benjamin defende
uma reversão do olhar (e do ouvido) em direção às vozes antes apagadas e
oprimidas pela “locomotiva do progresso” capitalista. De acordo com Seligmann-
Silva (2009), o filósofo alemão, ao traduzir a frase acima para o francês, escreve
que todo o arcabouço cultural testemunha a barbárie, de forma que a própria
cultura, ou seja, a memória e o arquivo são também testemunhas do horror. A
CRUZ, Lua Gill da. “Elas narravam como soldados. Como mulheres”: a literatura como arquivo
em A guerra não tem rosto de mulher. Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017), p. 103-125.
Curitiba, Paraná, Brasil
Data de edição: 11 dez. 2017.
107
Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017)
Revista da Pós-Graduação em Letras – UNIANDRADE
Curitiba, Paraná, Brasil
CRUZ, Lua Gill da. “Elas narravam como soldados. Como mulheres”: a literatura como arquivo
em A guerra não tem rosto de mulher. Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017), p. 103-125.
Curitiba, Paraná, Brasil
Data de edição: 11 dez. 2017.
108
Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017)
Revista da Pós-Graduação em Letras – UNIANDRADE
Curitiba, Paraná, Brasil
CRUZ, Lua Gill da. “Elas narravam como soldados. Como mulheres”: a literatura como arquivo
em A guerra não tem rosto de mulher. Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017), p. 103-125.
Curitiba, Paraná, Brasil
Data de edição: 11 dez. 2017.
109
Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017)
Revista da Pós-Graduação em Letras – UNIANDRADE
Curitiba, Paraná, Brasil
O que quero ouvir dezenas de anos depois? [...] Busco outra coisa. Estou
reunindo algo que chamaria de conhecimento do espírito. Sigo as pistas da vida
interior, faço anotações da alma. [...] Estou escrevendo uma história dos
sentimentos... Uma história da alma. Não é a história da guerra ou do Estado, e
não é a hagiografia dos heróis, mas a história do pequeno ser humano arrancado
da vida comum e jogado na profundeza épica de um acontecimento enorme.
(ALEKSIÉVITCH, 2016a, p. 17)
CRUZ, Lua Gill da. “Elas narravam como soldados. Como mulheres”: a literatura como arquivo
em A guerra não tem rosto de mulher. Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017), p. 103-125.
Curitiba, Paraná, Brasil
Data de edição: 11 dez. 2017.
110
Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017)
Revista da Pós-Graduação em Letras – UNIANDRADE
Curitiba, Paraná, Brasil
After 20 years of work with documentary material and having written five books on their
CRUZ, Lua Gill da. “Elas narravam como soldados. Como mulheres”: a literatura como arquivo
em A guerra não tem rosto de mulher. Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017), p. 103-125.
Curitiba, Paraná, Brasil
Data de edição: 11 dez. 2017.
111
Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017)
Revista da Pós-Graduação em Letras – UNIANDRADE
Curitiba, Paraná, Brasil
basis I declare that art has failed to understand many things about people”
(ALEKSIÉVITCH, website). Tradução da autora.
9 “I chose a genre where human voices speak for themselves. Real people speak in my
books about the main events of the age […] Together they record verbally the history of
the country, their common history, while each person puts into words the story of
his/her life” (ALEKSIÉVITCH, website). Tradução da autora.
CRUZ, Lua Gill da. “Elas narravam como soldados. Como mulheres”: a literatura como arquivo
em A guerra não tem rosto de mulher. Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017), p. 103-125.
Curitiba, Paraná, Brasil
Data de edição: 11 dez. 2017.
112
Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017)
Revista da Pós-Graduação em Letras – UNIANDRADE
Curitiba, Paraná, Brasil
[...] Não vai embora, que consegue ouvir a narração insuportável do outro e que
aceita que suas palavras levem adiante, como num revezamento, a história do
outro: não por culpabilidade ou por compaixão, mas porque somente a
transmissão simbólica, assumida apesar e por causa do sofrimento indizível,
somente essa retomada reflexiva do passado pode nos ajudar a não repeti-lo
infinitamente, mas a ousar esboçar uma outra história, a inventar o presente.
(GAGNEBIN, 2006, p. 57)
10 “The level of being a witness to oneself within the experience, the level of being a
witness to the testimonies of others, and the level of being a witness to the process of
witnessing itself”. Tradução da autora.
11 “To a certain extent, the interviewer-listener takes on the responsibility for bearing
witness that previously the narrator felt he bore alone, and therefore could not carry
out. It is the encounter and the coming together between survivor and listener, which
makes possible something like a responsibility is the source of reemerging truth.”
Tradução da autora.
CRUZ, Lua Gill da. “Elas narravam como soldados. Como mulheres”: a literatura como arquivo
em A guerra não tem rosto de mulher. Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017), p. 103-125.
Curitiba, Paraná, Brasil
Data de edição: 11 dez. 2017.
113
Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017)
Revista da Pós-Graduação em Letras – UNIANDRADE
Curitiba, Paraná, Brasil
12 É importante dizer aqui que não há, ainda assim, uma defesa ou um compromisso
por parte da autora, ou da sua leitura crítica, com a metodologia da história oral, ainda
que se configure, assim como o campo da história, em uma mesma busca: colocar o
indivíduo e seu testemunho no centro da construção do discurso histórico acerca dos
eventos e fatos históricos.
13 Cf. denominação da recente obra de Euridice Figueiredo (2017) que procura debater
CRUZ, Lua Gill da. “Elas narravam como soldados. Como mulheres”: a literatura como arquivo
em A guerra não tem rosto de mulher. Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017), p. 103-125.
Curitiba, Paraná, Brasil
Data de edição: 11 dez. 2017.
114
Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017)
Revista da Pós-Graduação em Letras – UNIANDRADE
Curitiba, Paraná, Brasil
CRUZ, Lua Gill da. “Elas narravam como soldados. Como mulheres”: a literatura como arquivo
em A guerra não tem rosto de mulher. Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017), p. 103-125.
Curitiba, Paraná, Brasil
Data de edição: 11 dez. 2017.
115
Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017)
Revista da Pós-Graduação em Letras – UNIANDRADE
Curitiba, Paraná, Brasil
temática da guerra, diante de uma produção tão vasta. A sua resposta gira em
torno da nova perspectiva:
Mas... Foi escrito por homens e sobre homens, isso ficou claro na hora. Tudo o
que sabemos da guerra conhecemos por uma ‘voz masculina’. Somos todos
prisioneiros de representações e sensações ‘masculinas’ da guerra. Somos todos
prisioneiros de representações e sensações ‘masculinas’ da guerra. Das palavras
‘masculinas. Já as mulheres estão caladas. Ninguém, além de mim, fazia
perguntas para a minha avó. Para minha mãe. Até as que estiveram no front
estão caladas. Se de repente começam a lembrar, contam não a guerra
‘feminina’, mas a ‘masculina’. Seguem o cânone. (ALEKSIÉVITCH, 2016a, p. 12)
CRUZ, Lua Gill da. “Elas narravam como soldados. Como mulheres”: a literatura como arquivo
em A guerra não tem rosto de mulher. Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017), p. 103-125.
Curitiba, Paraná, Brasil
Data de edição: 11 dez. 2017.
116
Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017)
Revista da Pós-Graduação em Letras – UNIANDRADE
Curitiba, Paraná, Brasil
CRUZ, Lua Gill da. “Elas narravam como soldados. Como mulheres”: a literatura como arquivo
em A guerra não tem rosto de mulher. Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017), p. 103-125.
Curitiba, Paraná, Brasil
Data de edição: 11 dez. 2017.
117
Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017)
Revista da Pós-Graduação em Letras – UNIANDRADE
Curitiba, Paraná, Brasil
[...] uma certa ascese da atividade historiadora que, em vez de repetir aquilo que
se lembra, abre-se aos brancos, aos buracos, ao esquecido e ao recalcado, para
dizer, com hesitações, solavancos, incompletude, aquilo que ainda não teve
direito nem à lembrança nem às palavras. A rememoração significa uma atenção
precisa ao presente, em particular a estas estranhas ressurgências do passado
no presente, pois não se trata somente de não se esquecer do passado, mas
também agir sobre o presente. A fidelidade ao passado, não sendo um fim em si,
visa à transformação do presente. (GAGNEBIN, 2006, p. 55)
CRUZ, Lua Gill da. “Elas narravam como soldados. Como mulheres”: a literatura como arquivo
em A guerra não tem rosto de mulher. Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017), p. 103-125.
Curitiba, Paraná, Brasil
Data de edição: 11 dez. 2017.
118
Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017)
Revista da Pós-Graduação em Letras – UNIANDRADE
Curitiba, Paraná, Brasil
pode fazer com que o traumatizado não consiga compreendê-lo, essa mesma
imediatez pode gerar um atraso. O trauma é, para Caruth (1996), portanto,
muito mais do que uma patologia ou uma ferida, mas um machucado que quer
contar a sua história, que grita, mas que não consegue, pois se trata de uma
verdade não disponível, seja para quem a viveu, seja para a possibilidade de
descrição através da linguagem, essa tão restrita e resistente frente ao
irrepresentável.
A balança entre a dificuldade do contar diante do indizível, do impossível
do contexto da guerra e a sua necessidade é central nas narrações das
mulheres. Em diversos trechos e em diferentes contextos e/ou profissões, as
entrevistadas reforçam a aporia do testemunho e a intraduzibilidade do trauma.
Os relatos perpassam as dificuldades do dizer, como, por exemplo, nos
seguintes trechos de diferentes mulheres combatentes: “Por onde começar...?”
(ALEKSIÉVITCH, 2016a, p. 121); “Por que fiquei viva? Para quê... Eu acho... Eu
entendo que foi para contar isso...” (ALEKSIÉVITCH, 2016a, p. 132); “Quero
encontrar as palavras... Como posso me expressar?” (ALEKSIÉVITCH, 2016a,
p. 153); “Posso passar muito tempo lembrando... Sem parar... Mas o que é o
mais importante?” (ALEKSIÉVITCH, 2016a, p. 184); “Eu? Eu não quero falar...
Apesar de que... Enfim... Não é possível falar isso...” (ALEKSIÉVITCH, 2016a, p.
61). Diante de tantos exemplos a partir dos relatos das mulheres, a própria
autora se questiona, na introdução de um de seus capítulos: “Será que é
possível falar sobre isso? O que transmitem nossas palavras e sentimentos? E
o que é indizível?” (ALEKSIÉVITCH, 2016a, p. 263).
No capítulo “Sobre o silêncio do horror e a beleza da criação” as
entrevistadas interpelam a autora para que ela escreva sobre o que não
conseguem dizer, descrever, mensurar. Diante de uma figura que escreve pedem
que a matéria narrada se torne menos dura, mais “representável” e mais bonita.
As combatentes Anastassia Ivánovna e Anna Kaliáguina procuram
respectivamente, em algum lugar, as palavras que lhes faltam:
“Será que encontro as palavras? Sobre como eu atirava eu posso contar. Sobre
como chorava, não. Isso continuará não dito. Sei de uma coisa: na guerra, o ser
humano se torna terrível e inconcebível. Como entendê-lo? Você é escritora.
Invente algo você mesmo. Algo bonito. Sem piolhos nem sujeira, sem vômito.
Sem cheiro de vodca e sangue. Que não seja tão terrível quanto a vida”.
(ALEKSIÉVITCH, 2016a, p. 259)
“Não sei... Não, eu entendo o que você está perguntando, mas minha língua não é
suficiente... Minha língua... Como descrever? [...] Em algum lugar, essas palavras
existem... é preciso um poeta... Como Dante”. (ALEKSIÉVITCH, 2016a, p. 260)
CRUZ, Lua Gill da. “Elas narravam como soldados. Como mulheres”: a literatura como arquivo
em A guerra não tem rosto de mulher. Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017), p. 103-125.
Curitiba, Paraná, Brasil
Data de edição: 11 dez. 2017.
119
Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017)
Revista da Pós-Graduação em Letras – UNIANDRADE
Curitiba, Paraná, Brasil
CRUZ, Lua Gill da. “Elas narravam como soldados. Como mulheres”: a literatura como arquivo
em A guerra não tem rosto de mulher. Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017), p. 103-125.
Curitiba, Paraná, Brasil
Data de edição: 11 dez. 2017.
120
Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017)
Revista da Pós-Graduação em Letras – UNIANDRADE
Curitiba, Paraná, Brasil
CRUZ, Lua Gill da. “Elas narravam como soldados. Como mulheres”: a literatura como arquivo
em A guerra não tem rosto de mulher. Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017), p. 103-125.
Curitiba, Paraná, Brasil
Data de edição: 11 dez. 2017.
121
Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017)
Revista da Pós-Graduação em Letras – UNIANDRADE
Curitiba, Paraná, Brasil
CRUZ, Lua Gill da. “Elas narravam como soldados. Como mulheres”: a literatura como arquivo
em A guerra não tem rosto de mulher. Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017), p. 103-125.
Curitiba, Paraná, Brasil
Data de edição: 11 dez. 2017.
122
Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017)
Revista da Pós-Graduação em Letras – UNIANDRADE
Curitiba, Paraná, Brasil
Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a
fazem sob as circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se
defrontam diariamente, legadas e transmitidas pelo passado. A tradição de todas
as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos. E justamente
quando parecem empenhados em revolucionar-se a si e às coisas, em criar algo que
jamais existiu, precisamente nesses períodos de crise revolucionária, os homens
conjuram ansiosamente em seu auxilio os espíritos do passado. (MARX, 1978, p. 329)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CRUZ, Lua Gill da. “Elas narravam como soldados. Como mulheres”: a literatura como arquivo
em A guerra não tem rosto de mulher. Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017), p. 103-125.
Curitiba, Paraná, Brasil
Data de edição: 11 dez. 2017.
123
Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017)
Revista da Pós-Graduação em Letras – UNIANDRADE
Curitiba, Paraná, Brasil
______. O narrador. In: ______. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre
literatura e história da cultura. Tradução de Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo:
Brasiliense, 1994b.
_____. Rua de mão única. 5. ed. Tradução de Rubens Rodrigues Torres Filho e
João Carlos Martins Barbosa. São Paulo: Brasiliense, 1995.
_____. Sobre o conceito da história. In: ______. Magia e técnica, arte e política:
ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução de Sérgio Paulo
Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1994a.
GAGNEBIN, Jeanne Marie. Lembrar escrever esquecer. São Paulo: Ed. 34, 2006.
GESSEN, Massa. The memory keeper: The oral histories of Belerus's new Nobel
laureate. The New Yorker, 26 Oct. 2015. Disponível em:
http://www.newyorker.com/magazine/2015/10/26/the-memory-keeper.
Acesso em: 2 jun. 2017.
LAUB, Dori. Truth and testimony: the process and the struggle. In: CARUTH,
Cathy. (Org.). Trauma: explorations in memory. Baltimore: The Johns Hopkins
University, 1995.
CRUZ, Lua Gill da. “Elas narravam como soldados. Como mulheres”: a literatura como arquivo
em A guerra não tem rosto de mulher. Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017), p. 103-125.
Curitiba, Paraná, Brasil
Data de edição: 11 dez. 2017.
124
Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017)
Revista da Pós-Graduação em Letras – UNIANDRADE
Curitiba, Paraná, Brasil
CRUZ, Lua Gill da. “Elas narravam como soldados. Como mulheres”: a literatura como arquivo
em A guerra não tem rosto de mulher. Scripta Uniandrade, v. 15, n. 3 (2017), p. 103-125.
Curitiba, Paraná, Brasil
Data de edição: 11 dez. 2017.
125