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Administração Estratégica - O Desafio Constante

Marcos Thadeu, 17 de janeiro de 2008

Abordagem Conceitual

A administração estratégica é um desafio constante para os administradores. Os ambientes e


suas mudanças constantes exigem rapidez e assertividade para enxergar as mudanças,
tendências e adotar um posicionamento estratégico. Isso determinará o sucesso ou insucesso
da organização, independente de a organização ter ou não fins lucrativos. Não se trata apenas
de se estabelecer objetivos e imputá-los às equipes, uma vez que, são muitos os fatores a
considerar. A análise dos ambientes, dos pontos fracos e fortes da empresa alinhada à missão,
aos objetivos gerais e seus Stakeholders, ou seja, outras empresas, clientes, fornecedores,
funcionários, credores e comunidades, fazem do planejamento e a adoção da estratégia uma
tarefa ainda mais desafiadora.

Definição – Administração Estratégica

“Estratégia refere-se aos planos de Alta-administração para alcançar resultados consistentes


com a missão e os objetivos gerais da organização.” (Wright, Peter L., p.24, 2000). O autor
entende que a administração estratégica pode ser vista como uma série de passos em que a
Alta-administração deve realizar as seguintes tarefas:

1. analisar as oportunidades e ameaças ou limitações que existem no ambiente


externo;

2. analisar os pontos fortes e fracos de seu ambiente interno;

3. estabelecer a missão organizacional e os objetivos gerais;

4. formular estratégias (no nível empresarial, no nível de unidades de negócio e no nível


funcional) que permitam à organização combinar os seus pontos fortes e fracos com as
oportunidades e ameaças do ambiente;

5. implementar as estratégias; e

6. realizar atividades de controle estratégico para assegurar que os objetivos gerais da


organização sejam atingidos.
A interpretação das tarefas demonstra que o processo é seqüencial e que estão diretamente
inter-relacionadas. “ Cada estágio do processo de administração estratégica deve ser
considerado em conjunção com os demais porque uma mudança em um ponto qualquer afetará
outros estágios do processo.” (Singer, A. E., p. 191-213, 1994).

A administração estratégica é um processo constante e a organização deve promover


adaptações articuladas entre seus pontos fortes e fracos com o ambiente para se manter
competitiva. “ A organização é afetada por forças ambientais externas. Mas as organizações
também causam impactos sobre seu ambiente externo.” (Barney, J. B., p. 791-800, 1986). Com
a mesma ótica, porém, de forma mais abrangente esclarece: “ A legislação federal, por exemplo,
é influenciada pela atividade de lobistas; o ambiente ecológico pode ser melhorado por meio de
ações de responsabilidade social empresarial; o comportamento do consumidor pode ser
influenciado via propaganda e promoções de vendas; varejistas grandes e economicamente
poderosos podem afetar as ações de fornecedores; e estratégias de preço e melhorias no
produto certamente influenciam as atividades dos concorrentes.” (Longernecker, J. G., Academy
of Management Review, n. 3, p. 682, 1978).

A estratégia e a sua importância

São muitos os fatores que justificam a importância da “estratégia”, principalmente para o


mundo globalizado. A organização vivencia constantes ameaças por meio das concorrências,
sejam regionais, nacionais ou internacionais e o governo é uma influência constante. Com isso,
entende-se a importância do “líder” numa organização. “Em administração estratégica, pode-se
argumentar que o executivo ideal do futuro será um líder, não um mero administrador.”
(O’Reilly, B., Fortune, p. 37-47, 24 Jan. 1994).

A quem compete às decisões estratégicas

As decisões estratégicas são responsabilidade da Alta-administração da organização, embora, o


porte e o tipo da empresa, diferenciará os envolvidos nas decisões. “Além de envolver mais de
uma área da organização, as decisões estratégicas geralmente requerem a obtenção e alocação
dos recursos dimensionados (humanos, organizacionais e físicos). E depois, as decisões
estratégicas envolvem um longo período de tempo, algo entre alguns anos até uma década. Em
conseqüência, as decisões estratégicas são orientadas para o futuro, com ramificações a longo
prazo. Em outras palavras, as decisões estratégicas requerem comprometimento.” (Ghemawat,
P., The Free press, 1991).

Criando um diferencial e riquezas por meio da administração estratégica

É evidente que se espera bons resultados com a implementação da administração estratégica,


no entanto, conforme mencionado, é importante entender que esse é um processo contínuo e
que necessita de aferições constantes. “Ocasionalmente, é claro, a estratégia pretendida pela
administração é implementada, mas normalmente a estratégia pretendida e a estratégia
realizada (o que a administração implementa na realidade) diferem.” (Mintzberg, H., p. 14-15,
1988). Peter Wright acrescenta: “A razão disso é que ocorrem eventos ambientais ou
organizacionais não previstos que provocam mudanças na estratégia pretendida.” A analogia
demonstra que o planejamento estratégico por si não dá certeza de ótimos resultados, mas
deixa claro que a Alta-administração e todos os envolvidos, devem possuir a sensibilidade
necessária para identificar e promover as mudanças estratégicas necessárias; e para realinhar
as ações da empresa com as mudanças ambientais, mantendo o foco para os macro-objetivos e
para os resultados planejados pela organização.

Portanto, a administração estratégica começa com a determinação de fatores que podem ser
estabelecidos por meio da análise de S.W.O.T., determinando a missão e os objetivos de uma
empresa, identificando os pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças. Após a
implementação, a ênfase e os esforços são direcionados para o controle estratégico como forma
de garantir que as estratégias tenham sucesso para se atingir os objetivos. A administração
estratégica é um grande diferencial para competitividade entre as organizações.

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