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Aula 07

Direito Financeiro p/ PGM - Fortaleza/CE (Procurador do Município)

Professor: Natalia Riche


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AULA 07

Sumário
1. RECEITA PÚBLICA (LEI 4.320/64 E CF/88) ....................................... 2
1.1 Definição e classificações ........................................................... 2
1.1.1 Classificação quanto à origem, natureza ou previsão
orçamentária ................................................................................. 3
1.1.2 Classificação quanto à regularidade ou periodicidade ........... 4
1.1.3 Classificação quanto à competência do ente ......................... 4
1.1.4 Classificação quanto à natureza legal ou categoria econômica
(Lei 4.320/64)............................................................................... 4
1.1.5 Classificação quanto ao sentido .......................................... 10
1.1.6 Classificação quanto à coercitividade.................................. 10
1.1.7 Classificação quanto à afetação patrimonial ....................... 12
1.2 Estágios da receita pública ........................................................ 14
1.2.1 Previsão ............................................................................. 14
1.2.2 Lançamento ........................................................................ 14
1.2.3 Arrecadação ....................................................................... 15
1.2.4 Recolhimento ...................................................................... 15
1.3 Regime contábil da receita pública ........................................... 15
2. AS RECEITAS PÚBLICAS E A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL .... 17
2.1 Receita corrente líquida ............................................................ 17
2.1.1 Receita corrente líquida como base de cálculo .................... 18
2.2 Responsabilidade na instituição, previsão e arrecadação de
receitas ........................................................................................... 22
2.3 Renúncia de receita ................................................................... 22
2.4 Duodécimos: regras para a entrega de recursos aos demais
poderes. .......................................................................................... 24
3. FUNDOS ............................................................................................ 26
4. BREVE COMPLEMENTO: DESTAQUE DE OUTROS ARTIGOS
IMPORTANTES DA LRF .......................................................................... 28
5. RESUMO DO CONCURSEIRO .............................................................. 29
6. QUESTÕES COMENTADAS ................................................................ 33
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1. RECEITA PÚBLICA (LEI 4.320/64 E CF/88)
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Hoje trataremos das receitas públicas, dando mais um passo para
entendermos melhor a atividade financeira do estado.
Essa aula, assim como a última (sobre despesas públicas) é bem densa e
possui um conteúdo muito detalhado, por isso fiquem atentos à todas as
observações e anotem as dúvidas para falar comigo depois.

1.1 Definição e classificações


A receita pública é imprescindível para a manutenção do estado. É com os
recursos obtidos (por meio de empréstimos ou da coletividade) que se
torna possível fazer face às despesas públicas e atender às diversas
necessidades públicas.
Destaco que que nos termos do art. 13 da LRF, no prazo de 30 dias após
a publicação do orçamento, as receitas previstas serão desdobradas, pelo
Poder Executivo, em metas bimestrais de arrecadação, com a
especificação, em separado, quando cabível, das medidas de combate à
evasão e à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas para
cobrança da dívida ativa, bem como da evolução do montante dos
créditos tributários passíveis de cobrança administrativa.
Em um sentido amplo, as receitas públicas podem ser consideradas como
toda entrada de patrimônio nos cofres públicos, independente se serão
incorporadas definitivamente ou se serão devolvidas a quem de direito
(entradas transitórias). Esse sentido amplo abarca todas as entradas,
mesmo que não ocorra lançamento no passivo e é denominado pela
doutrina de INGRESSO PÚBLICO.
Estão incluídos nesse conceito os empréstimos compulsórios, caução,
fiança, ARO etc.
Entretanto, há uma concepção mais restrita das receitas públicas, que
considera apenas os ingressos com caráter de definitividade, ou seja, que
serão convertidos em bens e serviços. Assim, de acordo com a doutrina,
somente esses tipos de ingresso seriam considerados receita.
É o que se verifica no caso dos impostos, alienação de bens etc.

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Essas duas classificações da receita pública serão mencionadas


novamente logo adiante, juntamente com diversas outras classificações
existentes. Vamos estudar cada uma delas:

1.1.1 Classificação quanto à origem, natureza ou previsão


orçamentária

a) Orçamentárias: são as receitas que, em regra, constam na lei


orçamentária e fazem parte do patrimônio do estado, portanto, poderão
ser convertidas em bens e serviços.
Ex: receita tributária, operações de crédito (exceto ARO).
Embora excepcionalmente, é possível que a receita orçamentária não
esteja prevista no orçamento, conforme art. 57 da Lei 4.320/64:

Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 3º desta lei serão


classificadas como receita orçamentária, sob as rubricas próprias, tôdas as
receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de crédito, ainda
que não previstas no Orçamento.

b)Extraorçamentária: são aquelas que não constam na lei


orçamentária, não integram o orçamento e, portanto, não serão
convertidas em bens e serviços.
Caracterizam-se como compromissos exigíveis do ente (como depositário
ou agente da obrigação) cuja arrecadação não necessita de autorização
legislativa, sendo conhecidas como ingressos financeiros ou créditos de
terceiros.
Ex: ARO, caução, fiança, consignações em folha de pagamento.

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Atenção!!
É possível que a receita extraorçamentária se converta em receita
orçamentária.
Ex: restos a pagar (após o decurso do prazo prescricional- ver aula 06),
caução retida em face da inadimplência perante o estado etc

1.1.2 Classificação quanto à regularidade ou periodicidade


a) Ordinárias: receitas que ocorrem constantemente, de modo periódico,
para atender as despesas previstas no orçamento. Ex: impostos.
b) Extraordinárias: receitas esporádicas, decorrentes de circunstâncias
especiais . Ex: empréstimos compulsórios (art. 148-CF) e IEG (art. 154,
II-CF).
1.1.3 Classificação quanto à competência do ente
a)Federal: pertencentes ao governo federal, embora algumas receitas
sejam repartidas com os demais entes.
b)Estadual (distrital): pertencentes aos Estados ou ao DF.
c)Municipal: pertencentes aos municípios.
1.1.4 Classificação quanto à natureza legal ou categoria
econômica (Lei 4.320/64)
a) Receitas correntes: são as que aumentam a disponibilidade
financeira do estado, servindo para financiar programas voltados à
políticas públicas.
Nos termos do art. 11, §1 da lei 4.320/64, são receitas provenientes de
tributos, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de
serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros
recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando
destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes
(transferências correntes) e outras receitas correntes que não estejam
abarcadas pelos itens anteriores.

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•Receita tributária: decorrem da arrecadação de impostos, taxas
e contribuições de melhoria.
•Receitas de contribuições: resultam das contribuições especiais,
que podem ser sociais (PIS, COFINS, CSLL); de intervenção no domínio
econômico ou de interesse de categorias profissionais.
•Receita patrimonial: decorre da exploração do patrimônio
público. Ex: aluguéis, juros de aplicação financeira, foros, laudêmios.
•Receita agropecuária: resulta da exploração da atividade
agropecuária animal ou vegetal.
•Receita industrial: resulta da exploração das atividades
industriais praticadas diretamente pelo estado. Ex: indústria de
mineração.
•Receita de serviços: decorre da prestação de serviços pelo
estado e , geralmente, são pagas por meio de tarifas Ex: comércio,
telecomunicações, juros de empréstimos concedidos.
•Transferências correntes: são recursos recebidos de outras
pessoas de direito público ou privado, independente de contraprestação
em bens ou serviços, destinadas à atender despesas correntes.
Ex: FPM, FPE.
•Outras receitas correntes: são receitas que não se enquadram
nas definições acima, como recursos recebidos em razão da cobrança de
juros de mora, multa em geral, indenizações, valores inscritos em dívida
ativa, alienação de bens apreendidos, royalties etc.

ROYALTIES
Dentro da classificação outras receitas correntes, os royalties merecem
destaque. Por isso, faremos uma análise mais detalhada desse instituto.

Os royalties são previstos no art. 20,§1 da CF:


Art. 20
§1 É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União,
participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de
recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros
recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar
territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por
essa exploração.

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Tratam-se de receitas originárias que decorrem da participação dos
entes ou da compensação financeira que recebem pela exploração dos
recursos mencionados no artigo acima.
Nesse sentido, o STF já afirmou que “embora os recursos naturais da
plataforma continental e os recursos minerais sejam bens da União (CF,
art. 20, V e IX), a participação ou compensação aos Estados, Distrito
Federal e Municípios no resultado da exploração de petróleo, xisto
betuminoso e gás natural são receitas originárias destes últimos entes
federativos (CF, art. 20, § 1º)” – (STF-MS 24312, DJ em 19/12/03)
Em relação aos royalties, haverá participação quando o ente receber parte
do que é produzido, assim, quanto maior for a produção, maior será a
receita recebida.
Por sua vez, configura-se o royaltie como compensação financeira,
quando sua base de cálculo depender da variável decorrente de um dano
sofrido pelo ente. Ex: o valor pode ser baseado em uma área que fique
inundada.
E onde são empregados os valores recebidos a título de royalties?
Pelos termos da lei 2.004/53, a receita deveria ser empregada em
energia, pavimentação de rodovias, abastecimento de água etc.
A partir da lei 7.990/89, ficou vedada a aplicação no pagamento de
dívidas e no quadro permanente de pessoal.
Posteriormente, essa lei sofreu alterações, de modo que as vedações não
se aplicam a:
§ 1º As vedações constantes do caput não se aplicam: (Redação
dada pela Lei nº 12.858, de 2013)
I - ao pagamento de dívidas para com a União e suas
entidades; (Incluído pela Lei nº 12.858, de 2013)
II - ao custeio de despesas com manutenção e desenvolvimento do
ensino, especialmente na educação básica pública em tempo integral,
inclusive as relativas a pagamento de salários e outras verbas de natureza
remuneratória a profissionais do magistério em efetivo exercício na rede
pública. (Incluído pela Lei nº 12.858, de 2013)
§ 2o Os recursos originários das compensações financeiras a que se
refere este artigo poderão ser utilizados também para capitalização de
fundos de previdência. (Parágrafo inclúido pela Lei nº 10.195, de 14.2.2001).

O art. 9 da Lei 7.990/89 passou a prever ainda que os estados


transferirão aos Municípios 25% (vinte e cinco por cento) da parcela da
compensação financeira que lhes é atribuída pelos arts. 2º, § 1º, 6º, § 3º
e 7º desta Lei, mediante observância dos mesmos critérios de distribuição
de recursos, estabelecidos em decorrência do disposto no art. 158, inciso
IV e respectivo parágrafo único da Constituição, e dos mesmos prazos
fixados para a entrega desses recursos, contados a partir do recebimento
da compensação.

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b)Receitas de capital: são as que não geram aumento no patrimônio
líquido do estado, sendo aplicadas em um bem ou serviço. Nos termos do
art 11,§2 da Lei 4.320/64, se dividem em:

•Operações de crédito: são advindas de recursos obtidos quando


o estado é o tomador, o que ocorre na colocação de títulos ou de
empréstimos públicos ou privados destinados a cobrir desequilíbrios
orçamentários. Incluem-se também nessa classificação os empréstimos
compulsórios.
•Alienação de bens: recursos provenientes da venda de bens
públicos móveis ou imóveis. Ex: privatizações, alienação de prédio
público.
Nesse aspecto, importante ressaltar o artigo 44 da LRF, que veda a
aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos
que integram o patrimônio público para o financiamento de despesa
corrente, salvo se destinada por lei aos regimes de previdência social,
geral e próprio dos servidores públicos.
•Amortização de empréstimos: receitas obtidas quando o estado
cede recursos, ou seja, recebe o valor do principal dos empréstimos que
tenha concedido a outras entidades.
Ressalta-se que os juros decorrentes desses empréstimos estão dentro de
outra classificação: receitas correntes de serviços.
•Transferências de capital: originadas de recursos que são
recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, independente
de contraprestação, para que o estado aplique em despesas de capital.
Ex: contratos de repasse ou convênio entre entes federativos. Para
construção de uma escola.
•Outras receitas de capital: são receitas que não se enquadram
nas definições acima, como receitas de integralização do capital social de
empresas estatais.

Atenção!!
O superávit do orçamento corrente (diferença entre receita corrente que
ultrapassa a despesa corrente) também é incluído nas receitas de capital,
nos termos do art. 11,§2 da lei 4.320/64.
Importante ressaltar que, embora seja receita de capital (com previsão no
orçamento), o superávit do orçamento é receita extraorçamentária, de
acordo com o art. 11, §3 da lei 4.320/64: “O superávit do Orçamento
Corrente resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas
correntes, apurado na demonstração a que se refere o Anexo nº 1, não
constituirá item de receita orçamentária”.

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Isso porque, os valores decorrentes do referido superávit já são
contabilizados no orçamento e são utilizados para as despesas de capital
(obras, aquisição de bens etc), entretanto, como a receita já foi
contabilizada no orçamento uma vez, fará parte da receita
extraorçamentária, evitando-se a duplicidade ( mais de um registro da
mesma receita)

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Cuidado para não confundirem:

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1.1.5 Classificação quanto ao sentido


a)Amplo: como vimos no início da aula, consiste em qualquer entrada de
recursos nos cofres públicos, independente se serão incorporados
definitivamente ou se serão devolvidos a quem de direito (entradas
transitórias). Esse sentido amplo abarca todas as entradas, mesmo que
não ocorra lançamento no passivo e é denominado pela doutrina de
INGRESSO PÚBLICO.
Ex: empréstimos compulsórios, caução, fiança, ARO etc.
É importante salientar que a lei 4.320/64 prevê o conceito amplo de
receita, em seu artigo 11, ao incluir todos os ingressos, sejam correntes
ou de capital, como receitas públicas.
Da mesma forma, a LRF adotou o conceito amplo, ao incluir os
empréstimos (operações de crédito) como receitas.
Portanto, fiquem atentos se a questão da prova se refere ao conceito
legal (receita em sentido amplo) ou ao conceito doutrinário (receita em
sentido estrito).
b) Restrito: considera apenas os ingressos com caráter de definitividade,
ou seja, que serão convertidos em bens e serviços. De acordo com a
doutrina, somente esses tipos de ingresso (definitivos) são considerados
receita.
Ex: impostos, alienação de bens etc.
1.1.6 Classificação quanto à coercitividade
a)Originárias: decorrem da exploração do patrimônio do próprio Estado,
que participa da atividade econômica prestando serviços.
Essa receita poderá decorrer de pagamento de tarifas ou preços
(contraprestação paga pelos serviços prestados pelo estado ou
decorrentes da exploração de seu patrimônio) e ainda de fianças doações,
indenizações, legados, alienações, aforamento etc.

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b) Derivadas: são obtidas por meio do poder de império estatal, sendo
arrecadadas coercitivamente dos particulares.
Ex: tributos, multas etc.

Atualmente, o direito tributário adota uma classificação quinquipartite dos


tributos (impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos
compulsórios e contribuições especiais).
Entretanto, no âmbito do direito financeiro, os empréstimos compulsórios
e contribuições especiais (conforme art. 11 da lei 4.320/64) não se
classificam como receitas tributárias, uma vez que na época de sua
edição ainda não havia sido promulgada a CF de 88 (que possibilitou que
ambos passassem a ser considerados tributos).
Outra importante observação que deve ser destacada nessa parte de
nosso estudo (embora seja abordada também em direito tributário) é a
diferença entre tarifa ou preço e taxa.

TARIFA OU PREÇO (não é TAXA (é tributo)


tributo)

Receita originária (receita corrente) Receita derivada (receita corrente)

Natureza contratual, bilateral Natureza legal

Voluntária coercitiva

Só pode ser cobrada pelo uso O uso potencial ou serviço à


efetivo do serviço disposição autoriza a cobrança

Regido pelo direito do consumidor Regido pelo direito tributário

Pode haver mais de uma relação Só há uma relação jurídica:


jurídica. Ex: estado/ estado/contribuinte
concessionário/ consumidor

Ex: receita de um aluguel de imóvel Ex: taxa de fiscalização ambiental


público

Súmula 545 do STF: preços de serviços públicos e taxas não se


confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e
têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em

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relação à lei que as instituiu.

Destaco, ainda, o seguinte julgado acerca da distinção entre taxa e preço


público:

"Segundo a jurisprudência firmada nessa Corte, o elemento nuclear para


identificar e distinguir taxa e preço público é o da compulsoriedade, presente na
primeira e ausente na segunda espécie, como faz certo, aliás, a Súmula 545:
'Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas,
diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à
prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu'. Esse foi o
critério para determinar, por exemplo, que o fornecimento de água é serviço
remunerado por preço público (...). Em suma, no atual estágio normativo
constitucional, o pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias não tem
natureza tributária, mas sim de preço público, não estando, consequentemente,
sujeita ao princípio da legalidade estrita. 8. Ante o exposto, julgo improcedente
o pedido formulado nesta ação direta de inconstitucionalidade." ( STF- ADI 800,
Relator Ministro Teori Zavascki, , DJe de 1.7.2014)

Portanto:
Serviço de água e esgoto: natureza jurídica da contraprestação,
voluntariedade e não compulsoriedade = TARIFA.
Pedágio: natureza jurídica da contraprestação, voluntariedade e não
compulsoriedade ,cobrado pelo uso efetivo e voluntário do serviço público
prestado= TARIFA.

1.1.7 Classificação quanto à afetação patrimonial

a) Receitas efetivas: aumentam o patrimônio do estado.


Ex: todas as receitas correntes, exceto o recebimento da dívida ativa) e a
receita de capital decorrente do recebimento de transferências de capital.
b) Receitas por mutações patrimoniais: não geram acréscimo
patrimonial, pois se tratam de entradas ou saídas compensatórias.
Ex: todas as receitas de capital (exceto as transferências de capital) e a
receita corrente resultante do recebimento da dívida ativa.

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1.2 Estágios da receita pública
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Haverá quatro estágios para a realização das receitas públicas: previsão,
lançamento, arrecadação e recolhimento.

1.2.1 Previsão
É a estimativa da receita que será arrecadada pelo estado.
Nos termos do art. 12 da LRF as previsões de receita i) observarão as
normas técnicas e legais; ii) considerarão os efeitos das alterações na
legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou
de qualquer outro fator relevante e iii) serão acompanhadas de
demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os
dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e
premissas utilizadas.
Lembrem-se que, embora a previsão seja uma das etapas da receita, uma
receita não prevista pode ser cobrada, nos termos da Súmula 66 do STF.
Ademais, não vigora no Brasil o princípio da anualidade tributária, de
modo que para um tributo ser cobrado, basta o respeito às regras
tributárias , sendo desnecessária sua previsão na LOA.
1.2.2 Lançamento
É o ato que individualiza o montante a ser arrecadado, ou, nos termos do
art. 53 da Lei 4.320/64, é o ato da repartição competente, que verifica a
procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o
débito desta.
O lançamento é definido no artigo 142 do CTN como sendo o
procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato
gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável,
calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e,
sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
De acordo com o art. 52 da Lei 4.320/64, serão objeto de lançamento os
impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento determinado
em lei, regulamento ou contrato.
Registrem que somente as receitas tributárias serão lançadas da forma
descrita no CTN. Para as receitas não tributárias o lançamento significa o
ato de escriturar o valor recebido em livros de escritura própria.
Por fim, nos termos do CTN, existem três tipos de lançamento:
• De ofício: efetuado pela Administração de modo unilateral (art. 149 do
CTN).
• Por declaração ou misto: efetuado pela Administração com a
colaboração do contribuinte ou de uma terceira pessoa obrigada por lei a

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prestar informações sobre a matéria de fato indispensável à sua
efetivação (art. 147 do CTN).
• Por homologaçãoo (ou autolançamento): efetuado pelo próprio
contribuinte e, posteriormente, homologado pela Administração (art. 10
do CTN).
1.2.3 Arrecadação
É a fase na qual o Estado recebe dos contribuintes os valores que lhe são
devidos (tributos, multas e demais créditos). A arrecadação é feita junto
aos agentes arrecadadores, bancos e demais entidades autorizadas,
tesourarias, coletorias ou postos fiscais. ato pelo qual o Estado entrega o
numerário correspondente, recebendo a devida quitação (como acabamos
de ver, será feito após a verificação do cumprimento do contrato).
Essa etapa é mitigada quando os valores são recolhidos diretamente ao
caixa.

1.2.4 Recolhimento

Nessa etapa, haverá a entrega dos valores arrecadados à conta única do


tesouro público (princípio da unidade de caixa- art. 56 da Lei 4.320/64).
Em outras palavras, ocorrerá a entrega do numerário arrecadado pelo
agentes ou bancos aos cofres do governo.

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1.3 Regime contábil da receita pública


A receita que irá ingressar no orçamento público deve ser contabilizada.
Como vimos na aula passada, existem três tipos de regimes contábeis,
sendo que para as receitas adota-se o regime de caixa: segundo o qual
consideram-se como receitas as que tenham sido efetivamente recebidas
ou pagas no exercício, independente de quando ocorreu seu fato gerador
ou de quando era a previsão de seu ingresso.
Assim, conforme dispõe o art. 39 da Lei 4.320/64, os créditos da Fazenda
Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão escriturados como
receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas
orçamentárias.

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Existe uma exceção à adoção desse tipo de regime para as receitas,
prevista no art. 38:
Reverte à dotação a importância de despesa anulada no exercício; quando a
anulação ocorrer após o encerramento deste considerar-se-á receita do ano em
que se efetivar.

Assim, os restos a pagar que tenham sido cancelados, serão


contabilizados como receita orçamentária e o valor será escriturado como
receita do exercício, mesmo que não tenha ingressado nos cofres
públicos.
Por fim, lembrem-se que o regime aplicado às depesas é o de
competência, que inclui as despesas na apuração do resultado do
período em que ocorrerem, independente da previsão de seu pagamento
ou recebimento.

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2. AS RECEITAS PÚBLICAS E A LEI DE
RESPONSABILIDADE FISCAL

Com o intuito de buscar sempre o equilíbrio orçamentário e um


planejamento rigoroso da arrecadação das receitas públicas, a LRF trouxe
inúmeros conceitos relevantes para nossa matéria. Passamos agora à
análise de cada um deles.

2.1 Receita corrente líquida


O conceito de receita corrente líquida é trazido pelo art. 2 da LRF como o
somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais,
industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras
receitas também correntes, deduzidos:
a) na União: as transferências constitucionais (FPE, FPM, SUS); os
valores recebidos a título de contribuição patronal paga pelos
empregadores;a contribuição previdenciária paga pelos
empregados/trabalhadores e as receitas provenientes da compensação
financeira prevista no art. 201, §9 da CF.
b) nos Estados: as transferências constitucionais( ex: 25% do ICMS); a
contribuição previdenciária paga pelos servidores, se houver no estado o
regime próprio de previdência e as receitas provenientes da compensação
financeira prevista no art. 201, §9 da CF.
c) dos municípios: a contribuição previdenciária paga pelos servidores, se
houver no município regime próprio de previdência e as receitas
provenientes da compensação financeira prevista no art. 201, §9 da CF.

1)Não entram no cômputo da RCl, os recursos recebidos da União pelo DF


e pelos estados do Amapá e de Rondônia para atendimento das suas
despesas com pessoal.
2) Entram no cômputo da RCL,os valores pagos e recebidos em
decorrência da LC 87/96 ( Lei Kandir) e do fundo previsto pelo art. 60 do
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (Fundeb).

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Por fim, nos termos do §3, a receita corrente líquida será apurada
somando-se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze
anteriores, excluídas as duplicidades.

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2.1.1 Receita corrente líquida como base de cálculo

O conceito de receita corrente líquida é extremamente importante, pois é


utilizado como parâmetro para vários institutos legais.
Alguns deles ainda não foram estudados em nossas aulas, mas não se
preocupem com os conceitos por enquanto. Basta que deixem registrado
que a receita corrente líquida é utilizada como base de cálculo em todos
os casos abaixo:

Dívida Consolidada dos entes federativos: art. 30, I, II e §3 da


LRF:
I - Senado Federal: proposta de limites globais para o montante da dívida
consolidada da União, Estados e Municípios, cumprindo o que estabelece o inciso
VI do art. 52 da Constituição, bem como de limites e condições relativos aos
incisos VII, VIII e IX do mesmo artigo;
II - Congresso Nacional: projeto de lei que estabeleça limites para o montante
da dívida mobiliária federal a que se refere o inciso XIV do art. 48 da
Constituição, acompanhado da demonstração de sua adequação aos limites
fixados para a dívida consolidada da União, atendido o disposto no inciso I do §
1o deste artigo.
§ 3o Os limites de que tratam os incisos I e II do caput serão fixados em
percentual da receita corrente líquida para cada esfera de governo e aplicados

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igualmente a todos os entes da Federação que a integrem, constituindo, para
cada um deles, limites máximos.

Reserva de contingência: art. 5, III da LRF:


Art. 5o O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com
o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta
Lei Complementar:
III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante,
definido com base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias, destinada ao:

Despesas com pessoal: art 19 da LRF:


Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a
despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da
Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a
seguir discriminados:
I - União: 50% (cinqüenta por cento);
II - Estados: 60% (sessenta por cento);
III - Municípios: 60% (sessenta por cento).
OBS: O art. 166, §13 da CF (EC 86/15) dispõe que as transferências
advindas das emendas constitucionais impositivas não integrarão a base
de cálculo da RCL para fins de observância dos limites de pessoal:
§ 13. Quando a transferência obrigatória da União, para a execução da
programação prevista no §11 deste artigo, for destinada a Estados, ao Distrito
Federal e a Municípios, independerá da adimplência do ente federativo
destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para
fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art.
169.

Parcerias público –privadas: art. 22 e 28 da Lei 11.079/04:


Art. 22. A União somente poderá contratar parceria público-privada quando a
soma das despesas de caráter continuado derivadas do conjunto das parcerias já
contratadas não tiver excedido, no ano anterior, a 1% (um por cento) da receita
corrente líquida do exercício, e as despesas anuais dos contratos vigentes, nos
10 (dez) anos subseqüentes, não excedam a 1% (um por cento) da receita
corrente líquida projetada para os respectivos exercícios.
Art. 28. A União não poderá conceder garantia ou realizar transferência
voluntária aos Estados, Distrito Federal e Municípios se a soma das despesas de
caráter continuado derivadas do conjunto das parcerias já contratadas por esses
entes tiver excedido, no ano anterior, a 5% (cinco por cento) da receita corrente
líquida do exercício ou se as despesas anuais dos contratos vigentes nos 10

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(dez) anos subsequentes excederem a 5% (cinco por cento) da receita corrente
líquida projetada para os respectivos exercícios.

Pagamento de precatórios: art. 100, §15 da CF:


§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta
Constituição Federal poderá estabelecer regime especial para pagamento de
crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios, dispondo sobre
vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação.

Por outro lado, também é necessário diferenciar outras bases de cálculo


previstas na legislação, que constantemente são confundidas com a
receita corrente líquida:

a) Base de cálculo do duodécimo (repasse ao legislativo


municipal):
O art. 29-A da CF dispõe que:
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os
subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá
ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita tributária
e das transferências previstas no § 5o do art. 153 e nos arts. 158 e 159,
efetivamente realizado no exercício anterior: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)
I - oito por cento para Municípios com população de até cem mil
habitantes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000 (cem
mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58,
de 2009) (Produção de efeito)
II - sete por cento para Municípios com população entre cem mil e um e
trezentos mil habitantes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000 (cem
mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda
Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
III - seis por cento para Municípios com população entre trezentos mil e um e
quinhentos mil habitantes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre 300.001
(trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habitantes; (Redação dada pela
Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
IV - cinco por cento para Municípios com população acima de quinhentos mil
habitantes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com
população entre 500.001 (quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de

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habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de
2009)
V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre 3.000.001
(três milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; (Incluído pela
Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com
população acima de 8.000.001 (oito milhões e um) habitantes. (Incluído pela
Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

Observem que a receita a ser observada para o duodécimo da Câmara


não é a RCL, mas sim a soma das transferências previstas no §5 do art.
153 e nos arts. 158 e 159 efetivamente realizado no exercício anterior
com as receitas tributárias.

b) Base de cálculo do índice de educação previsto na CF.


Nesse aspecto, destaco os arts. 198, §2 da e 212, §1 da CF:
Art. 212
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita
resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do ensino.
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos
Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo,
receita do governo que a transferir

c) Base de cálculo do índice de saúde previsto na CF.


Art. 198
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão,
anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados
da aplicação de percentuais calculados sobre:
I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício
financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por cento);
II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos
impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e
159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas
aos respectivos Municípios;
III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação
dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts.
158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.

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No que se refere à saúde, observem que apenas a base de cálculo da
União leva em conta a RCL, sendo que estados e municípios deverão
considerar o produto da arrecadação de determinados impostos.

2.2 Responsabilidade na instituição, previsão e


arrecadação de receitas
Nos termos do art. 11 da LRF, constituem requisitos essenciais da
responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva
arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente
da Federação.
A constitucionalidade desse artigo já foi questionada, sob o fundamento
de que a CF não prevê a obrigatoriedade de criar e exigir tributos, apenas
delegando aos entes as competências, entretanto, o STF ratificou a sua
constitucionalidade.
Além disso, a CF prevê que os resultados da arrecadação deverão ser
divulgados até o último dia do mês subsequente ao da arrecadação (art.
162-CF).
Nos casos em que não houver a exigida eficiência da arrecadação, haverá
sanção alplicável ao gestor e ao ente federativo.

Nos termos do artigo 11, o ente que violar essa regra, em relação aos
IMPOSTOS, não receberá transferências voluntárias (salvo nos casos de
saúde, educação e assistência social).

2.3 Renúncia de receita

Outro tema fundamental para o equilíbrio orçamentário é a renúncia de


receitas.
O art. 150, §6 da CF estabelece que qualquer benefício fiscal deverá ser
concedido por meio de lei específica ( salvo o ICMS).

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Tais benefícios poderão ser concedidos de diversas formas,
compreendendo: anistia, remissão, subsídio, crédito presumido,
concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota
ou modificação de base de cálculo que implique redução
discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que
correspondam a tratamento diferenciado (art. 14, §1 da LRF).
A LRF traz também hipóteses que não serão consideradas renúncia de
receitas:
•às alterações das alíquotas do II, IE, IPI, IOF (impostos extrafiscais).
•ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos
respectivos custos de cobrança.
Para controlar os impactos da renúncia de receitas no orçamento, a LRF
traz alguns requisitos a serem observados nos casos de concessão ou
ampliação de benefícios fiscais:

1) acompanhado de estimativa do impacto orçamentário-financeiro


no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes;
2) atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias;
3) atender a pelo menos uma das seguintes condições:
• demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na
estimativa de receita da lei orçamentária e de que não afetará as metas
de resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de diretrizes
orçamentárias ou;
• estar acompanhada de medidas de compensação, no período
mencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente da
elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou
criação de tributo ou contribuição.
Nesse último caso, quando o ato estiver vinculado a essas medidas
compensatórias, o benefício só entrará em vigor quando referidas
medidas forem implementadas (art. 14, §2 da LRF).

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2.4 Duodécimos: regras para a entrega de


recursos aos demais poderes.
O artigo que trata dos duodécimos já foi abordado em aula anterior,
entretanto, citarei novamente alguns aspectos importantes, pois
relacionam-se com o tema que estudamos hoje.
De início, lembrem-se que o art. 168 da CF determina que os recursos
correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos
suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo
e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão

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entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da lei
complementar a que se refere o art. 165, § 9º.
A lei complementar ainda não foi editada, mas a LRF já trouxe alguns
apontamentos sobre os duodécimos , no que se refere as depesas com
pessoal, conforme art. 20, §5:
Para os fins previstos no art. 168 da Constituição, a entrega dos recursos
financeiros correspondentes à despesa total com pessoal por Poder e órgão será
a resultante da aplicação dos percentuais definidos neste artigo, ou aqueles
fixados na lei de diretrizes orçamentárias.

Recordem-se, também que a CF caracteriza como crime de


responsabilidade do prefeito, o não repasse até o dia 20 de cada mês ou
o repasse inferior ou superior à proporção prevista na LDO (art. 29-A, §2
da CF).
Por fim,também repito as disposições da LRF acerca da limitação de
empenho, nos casos de frustração da receita:
Art. 9
Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não
comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal
estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público
promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias
subseqüentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os
critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.

Lembrando, ainda, que o §3 desse artigo, que previa a possibilidade de o


executivo promover limitação de empenhos dos outros poderes, foi
considerado inconstitucional pelo STF no julgamento da ADI 2238-5.

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3. FUNDOS
Como estamos tratando das receitas públicas, é salutar que falemos sobre
os fundos.
Nos termos da lei 4.310/64, constitui fundo especial:
i)o produto de receitas especificadas: as receitas serão vinculadas a
determinadas despesas de cunho social, econômico etc.
Lembrem-se que a CF veda a vinculação da receita de impostos aos
fundos, salvo as disposições constitucionais.
ii)que por lei se vinculam à realização de determinados objetivos ou
serviços;
Nesse ponto, destaco a necessidade de vinculação dos fundos à realização
de programas de interesse da Administração.
iii) facultada a adoção de normas peculiares de aplicação.
Outras características dos fundos que merecem destaque:
iv) vinculação a determinado órgão da Administração
v)descentralização do processo decisório
vi) plano de aplicação discrimando as origens dos recursos e prestação de
contas em separado.
LRF
Art. 74. A lei que instituir fundo especial poderá determinar normas
peculiares de controle, prestação e tomada de contas, sem de qualquer modo,
elidir a competência específica do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.

Registrem que os fundos são cruciais para o remanejamento de recursos,


propiciando uma melhor distribuição da riqueza entre regiões mais e
menos desenvolvidas.
Para uma parte da doutrina, esse importante instrumento de política
financeira, não possui personalidade jurídica, mas possui personalidade
judiciária (podendo figurar na relação jurídica processual como autor ou
réu).
Para outros doutrinadores, os fundos não possuem nenhuma das duas
personalidades, pois não assumem obrigações em seu nome, mas tão
somente em nome do ente.

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1) os fundos constituem exceção ao princípio da especificação, já que não


possuem suas despesas especificadas no orçamento. Em outras palavras,
apenas se determina a fonte de suas receitas, mas não são detalhadas as
atividades específicas de sua atuação.
2) os fundos podem ser criados por lei ordinária ou lei complementar,
entretanto, a constituição exige lei complementar para estabelecer
condições para sua instituição e funcionamento.
Nesse contexto, como os artigos 71-74 da Lei 4.320/64 tratam de matéria
de lei complementar, o STF decidiu que referida lei é formalmente
ordinária, mas materialmente complementar.

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4. BREVE COMPLEMENTO: DESTAQUE DE OUTROS
ARTIGOS IMPORTANTES DA LRF
Como vocês puderam perceber ao longos das aulas, optei por abordar a
LRF juntamente com os outros temas, trazendo as inovações da lei em
relação a cada um deles, para que as aulas ficassem mais didáticas.
Entretanto, alguns artigos da LRF não se adequam exatamente a
determinado tema ou acabam se adequando a vários temas ao mesmo
tempo. Por essa razão, resolvi criar esse tópico complementar, para
mencionar os artigos importantes, principalmente no que se refere à
abrangência da LRF. Confiram e tomem nota:
Art. 1
(...)
§ 2o As disposições desta Lei Complementar obrigam a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios.
§ 3o Nas referências:
I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, estão
compreendidos:
a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de
Contas, o Poder Judiciário e o Ministério Público;
b) as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e
empresas estatais dependentes;
II - a Estados entende-se considerado o Distrito Federal;
III - a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da União, Tribunal
de Contas do Estado e, quando houver, Tribunal de Contas dos Municípios e
Tribunal de Contas do Município.

Também destaco definições importantes trazidas para elucidar expressões


que serão utilizadas ao longo dos demais artigos da LRF:
Art. 2o Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como:
I - ente da Federação: a União, cada Estado, o Distrito Federal e cada Município;
II - empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital social com direito a
voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da Federação;
III - empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente
controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de
custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes
de aumento de participação acionária;

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5. RESUMO DO CONCURSEIRO
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TARIFA OU PREÇO (não é TAXA (é tributo)
tributo)
Receita originária Receita derivada
Natureza contratual, bilateral Natureza legal
Voluntária coercitiva
Só pode ser cobrada pelo uso O uso potencial ou serviço à
efetivo do serviço disposição autoriza a cobrança

Regido pelo direito do consumidor Regido pelo direito tributário

Pode haver mais de uma relação Só há uma relação jurídica:


jurídica. Ex: estado/ estado/contribuinte
concessionário/ consumidor

Ex: receita de um aluguel de imóvel Ex: taxa de fiscalização ambiental


público

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Chegamos ao fim de nossa aula!


Grande abraço!
Natália Riche
profnatbfr@gmail.com

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6. QUESTÕES COMENTADAS
1. DNIT-2013–Analista Administrativo-ESAF
Classifica-se como receita extra-orçamentária:
a)doação.
b)tributos relativos a exercícios anteriores.
c)antecipação de receitas orçamentárias.
d)receita de serviços não prevista no orçamento.
e)venda de bens inservíveis.

Comentário:
A classificação em receita orçamentária e extraorçamentária leva em
conta a origem, natureza ou previsão orçamentária.
Orçamentárias: são as receitas que, em regra, constam na lei
orçamentária e fazem parte do patrimônio do estado, portanto, poderão
ser convertidas em bens e serviços.
Ex: receita tributária, operações de crédito (exceto ARO).
Extraorçamentária: são aquelas que não constam na lei orçamentária,
não integram o orçamento e, portanto, não serão convertidas em bens e
serviços.
Caracterizam-se como compromissos exigíveis do ente (como depositário
ou agente da obrigação) cuja arrecadação não necessita
de autorização legislativa, sendo conhecidas como ingressos financeiros
ou créditos de terceiros.
Ex: ARO, garantia, caução, fiança, consignações em folha de pagamento,
depósitos.

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Gabarito: C

2. Prefeitura de Campinas-2016–Procurador -FCC


Em relação às receitas públicas, é correto afirmar:
a) Tanto as taxas, como as tarifas e preços públicos, e as compensações
financeiras são classificadas como receitas originárias devidas ao ente a
título de contraprestação por benefícios por ele proporcionados quando da
utilização do patrimônio público em favor do particular, visando a
remunerar o capital investido.
b) Trata-se de classificação quanto à origem dos recursos, sendo receitas
correntes quando não decorrem de fruição do patrimônio público ou de
capital, quando geradas pela exploração do patrimônio próprio.
c) O superávit do orçamento corrente, que resulta de uma eventual
diferença positiva entre todas as receitas correntes e as despesas
correntes do ente público ao final do exercício, não pode constituir item
de receita orçamentária do respectivo ente, sendo parte da categoria
econômica das receitas de capital, como forma de evitar a contagem
dobrada de recursos públicos.
d) Segundo classificação legal das receitas, a receita de contribuições é
espécie de receita tributária ao lado dos impostos, taxas e contribuições
de melhoria.
e) Consoante o critério de natureza de receita na categoria econômica
pode ser classificada como corrente ou de capital, sendo de capital as
receitas tributárias, de contribuições, patrimonial, agropecuária,
industrial, de serviços, dentre outras, e correntes as receitas provenientes
da realização de recursos financeiros oriundos da constituição de dívidas,
da conversão em espécie de bens e direitos, dentre outros.
Comentário:

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O item A está incorreto. As receitas originárias decorrem da exploração
do patrimônio do próprio Estado, que participa da atividade econômica
prestando serviços.
Essa receita poderá decorrer de pagamento de tarifas ou preços
(contraprestação paga pelos serviços prestados pelo estado ou
decorrentes da exploração de seu patrimônio) e ainda de fianças doações,
indenizações, legados, alienações, aforamento etc.
Reparem que as taxas (espécie de tributos) não estão incluídas nas
receitas originárias, mas sim nas receitas derivadas, que são obtidas por
meio do poder de império estatal, sendo arrecadadas coercitivamente dos
particulares.
O item B está incorreto.
A classificação entre correntes e de capital refere-se à natureza legal ou
categoria econômica:
Receitas correntes: aumentam a disponibilidade financeira do estado,
servindo para financiar programas voltados à políticas públicas.
Receitas de capital: não geram aumento no patrimônio líquido do
estado, sendo aplicadas em um bem ou serviço.
A classificação quanto à coercitividade, vista no item A, é a que trata da
exploração do patrimônio público (originaria) ou do poder de império da
administração (derivada).
O item C está correto. Como vimos, o superávit do orçamento corrente
(diferença entre receita corrente que ultrapassa a despesa corrente)
também é incluído nas receitas de capital, nos termos do art. 11,§2 da lei
4.320/64.
Importante ressaltar que, embora seja receita de capital (com previsão no
orçamento), o superávit do orçamento é receita extraorçamentária, de
acordo com o art. 11, §3 da lei 4.320/64: “O superávit do Orçamento
Corrente resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas
correntes, apurado na demonstração a que se refere o Anexo nº 1, não
constituirá item de receita orçamentária”.
Isso porque, os valores decorrentes do referido superávit já são
contabilizados no orçamento e são utilizados para as despesas de capital
(obras, aquisição de bens etc), entretanto, como a receita já foi
contabilizada no orçamento uma vez, fará parte da receita
extraorçamentária, evitando-se a duplicidade ( mais de um registro da
mesma receita)
O item D está incorreto.
De acordo com a lei 4.320/64, dentro das receitas tributárias encontram-
se os impostos, taxas e contribuições de melhoria.

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Atualmente, o direito tributário adota uma classificação quinquipartite dos
tributos (impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos
compulsórios e contribuições especiais).
Entretanto, no âmbito do direito financeiro, os empréstimos compulsórios
e contribuições especiais (conforme art. 11 da lei 4.320/64) não se
classificam como receitas tributárias, uma vez que na época de sua
edição ainda não havia sido promulgada a CF de 88 (que possibilitou que
ambos passassem a ser considerados tributos).
O item E está incorreto. A classificação econômica divide as receitas entre
correntes e de capital.
Entretanto, estão inseridas em cada uma delas as seguintes:

Correntes:
• receita tributária
• receita de contribuições
• receita patrimonial
• receita agropecuária
• receita industrial,
• receita de serviços
• transferências correntes
• outra receitas correntes
De capital:
• operações de crédito
• alienação de bens
• amortização de empréstimos
• transferências de capital
• outras receitas de capital
Gabarito:C

2. Prefeitura de São Luís-2016–Procurador -FCC


Considerando o disposto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LC
101/00), relativamente à receita pública:
a) as previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, e serão
acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos 5 anos, da
projeção para os 5 seguintes àquele a que se referirem, sendo vedada a
divulgação da metodologia de cálculo e premissas utilizadas.

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b) a efetiva arrecadação de todos os tributos de competência do ente
federado é obrigatória, sob pena de bloqueio das transferências
constitucionais para o respectivo ente político.
c) o Poder Executivo deverá especificar, quando cabível, as medidas de
combate à sonegação, a quantidade de ações ajuizadas para cobrança da
dívida ativa e a evolução do montante dos créditos tributários passíveis
de cobrança administrativa.
d) compete ao Poder Legislativo apresentar reestimativa de receita, nas
hipóteses de erro ou de discordância política quanto aos índices de
crescimento econômico futuro.
Comentário:
O item A está incorreto. Nos termos do art. 12 d LRF, as previsões de
receita i) observarão as normas técnicas e legais; ii) considerarão os
efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do
crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e iii) serão
acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos,
da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da
metodologia de cálculo e premissas utilizadas.
O item B está incorreto.
Nos termos do art. 11 da LRF, constituem requisitos essenciais da
responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva
arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente
da Federação.
Lembrem-se que a constitucionalidade desse artigo já foi questionada,
sob o fundamento de que a CF não prevê a obrigatoriedade de criar e
exigir tributos, apenas delegando aos entes as competências, entretanto,
o STF ratificou a sua constitucionalidade.
Atenção com a pegadinha da questão: nos termos do artigo 11, o ente
que violar essa regra, em relação aos IMPOSTOS (e não a qualquer
tributo), deixará de receber transferências voluntárias (salvo nos casos de
saúde, educação e assistência social).
O item C está correto. De acordo com o art. 13 da CF, no prazo previsto
no art. 8° (30 dias após a publicação do orçamento), as receitas previstas
serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de
arrecadação, com a especificação, em separado, quando cabível, das
medidas de combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valores de
ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem como da evolução do
montante dos créditos tributários passíveis de cobrança administrativa.
O item D está incorreto. Como vimos na aula sobre processo legislativo,
a reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida
se comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal.

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Gabarito: C

3. Prefeitura de São Luis-2016–Procurador-FCC


Um Município litorâneo, localizado em região produtora de
petróleo e gás, passou a receber vultosas quantias a título de
participação no resultado da exploração destes minerais.
Tendo em vista esta situação, o Prefeito enviou projeto de lei à
Câmara Municipal, no qual se prevê a isenção do IPTU (imposto
predial e territorial urbano) para alguns dos imóveis localizados
no Município, e que, se convertido em lei, reduziria em 50% a
arrecadação deste tributo no Município.
Conforme a Lei de Responsabilidade fiscal (LC 101/00):
a)se a lei fosse aprovada, o beneficio só entraria em vigor após ter sido
demonstrado, em audiência pública, que a renúncia de receita foi
considerada na estimativa de receita da lei orçamentária.
b)o Município não pode conceder benefício fiscal de natureza tributária,
sob pena de descumprir requisito essencial da responsabilidade na gestão
fiscal.
c)se a lei fosse aprovada, o Estado estaria obrigado a reduzir, na mesma
proporção, a transferência dos valores relativos à arrecadação do IPVA
para o Município.
d)o Poder Legislativo estaria obrigado a elaborar a reestimativa da
receita, para o ano corrente, e para os 5 anos seguintes à aprovação da
lei.
e)o projeto de lei, enviado pelo Poder Executivo, deveria estar
acompanhado de estimativa do impacto orçamentário financeiro, no
exercício de início de sua vigência e nos 2 anos seguintes.
Comentário:
O item E é o correto.
A questão trata da renúncia de receitas, que possui os seguintes
requisitos a serem observados nos casos de concessão ou ampliação de
benefícios fiscais:
1) acompanhado de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no
exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes;
2) atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias;
3) atender a pelo menos uma das seguintes condições:
• demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada
na estimativa de receita da lei orçamentária e de que não afetará as

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metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de diretrizes
orçamentárias ou;
• estar acompanhada de medidas de compensação, no período
mencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente da
elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou
criação de tributo ou contribuição.
Nesse último caso, quando o ato estiver vinculado a essas medidas
compensatórias, o benefício só entrará em vigor quando referidas
medidas forem implementadas (art. 14, §2 da LRF).
Por fim, lembrem-se, ainda, que o art. 150, §6 da CF estabelece que
qualquer benefício fiscal deverá ser concedido por meio de lei específica (
salvo o ICMS).
Tais benefícios poderão ser concedidos de diversas formas,
compreendendo: anistia, remissão, subsídio, crédito presumido,
concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou
modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de
tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a
tratamento diferenciado (art. 14, §1 da LRF).
Gabarito: E

4. TCE-SP- 2015-Fiscalização Financeira -FCC


Nos termos da Lei Complementar nº 101/2000, a receita corrente
líquida será apurada:
a)utilizando-se a receita arrecadada no último mês do ano, acrescida de
estudos técnicos e índices próprios, para se chegar a uma avaliação
criteriosa.
b)somando-se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos seis
meses anteriores, excluídas as duplicidades.
c)utilizando-se apenas a receita arrecadada no mês em referência.
d)somando-se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze
meses anteriores, excluídas as duplicidades.
e)somando-se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos doze
meses anteriores, incluídas as duplicidades.
Comentário:
O conceito de receita corrente líquida é trazido pelo art. 2 da LRF como o
somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais,
industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras
receitas também correntes, deduzidos.

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Nos termos do §3, a receita corrente líquida será apurada somando-se as
receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze anteriores,
excluídas as duplicidades.
Gabarito: D

5. TCE-AM-2015–Auditor-FCC
A Lei Federal n° 4.320 foi promulgada em 1964, vários anos antes,
portanto, da promulgação do Código Tributário Nacional. Por sua
vez, o ato de lançamento definido na referida Lei é essencialmente
diferente, tanto em forma, como em substância, do procedimento
de lançamento definido no CTN.
Sob a óptica do Direito Financeiro, e de acordo com o que
estabelece a Lei Federal n° 4.320/1964, o lançamento da receita
é:
a)ato da repartição competente e tem por finalidade, verificar a
procedência do crédito fiscal, verificar a pessoa que é devedora desse
crédito e inscrever o débito desse devedor.
b)procedimento da repartição competente e tem por finalidade verificar a
procedência do crédito fiscal, verificar a existência de causas extintivas,
suspensivas e excludentes desse crédito, e verificar a pessoa que é dele
devedora.
c)ato do contribuinte ou da repartição competente e tem por finalidade
verificar a procedência do crédito fiscal, verificar a existência de causas
extintivas desse crédito e inscrever o débito desse devedor.
d)procedimento da repartição competente e tem por finalidade, apenas,
verificar a pessoa que é devedora desse crédito e inscrever o débito desse
devedor.
e)procedimento do contribuinte ou da repartição competente e tem por
finalidade verificar a procedência do crédito fiscal, verificar a existência de
causas extintivas, suspensivas e excludentes desse crédito e inscrever o
débito desse devedor.
Comentário:
O item A está correto. Nos termos do art. 53 da Lei 4.320/64, o
lançamento é o ato que individualiza o montante a ser arrecadado, ou,
seja, é o ato da repartição competente, que verifica a procedência do
crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta.
O lançamento é definido no artigo 142 do CTN como sendo o
procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato
gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável,
calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e,
sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

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De acordo com o art. 52 da Lei 4.320/64, serão objeto de lançamento os
impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento determinado
em lei, regulamento ou contrato.
Registrem que somente as receitas tributárias serão lançadas da forma
descrita no CTN. Para as receitas não tributárias o lançamento significa o
ato de escriturar o valor recebido em livros de escritura própria.
Gabarito: A

6. TCM-RJ-2015–Procurador –FCC (adaptada)


Para a doutrina, receita não se confunde com ingresso, porque
ingresso compreende toda quantia recebida pelos cofres públicos,
seja restituível ou não, enquanto que receita é toda entrada ou
ingresso definitivo de dinheiro aos cofres públicos. Levando-se em
consideração tal entendimento, a:
a) Lei n° 4.320/1964 consagrou tal doutrina, dispondo que somente as
entradas definitivas de dinheiro aos cofres públicos são consideradas
receitas públicas.
b) Lei n° 4.320/1964 não acatou tal doutrina, na medida em que
considera receitas públicas as receitas de capital como ingressos ou
entradas de dinheiros de forma definitiva ou não, assim como as receitas
correntes e as de capital, sendo estas provenientes de recursos
financeiros oriundos, inclusive, de constituição de dívidas, empréstimos e
outros ingressos não definitivos.
c) Lei de Responsabilidade Fiscal dispõe que somente as receitas
tributárias, de ingresso definitivo aos cofres públicos, são consideradas
receitas públicas, excluindo-se, assim, os empréstimos compulsórios e as
receitas originárias.
Comentário:
O item A está incorreto e o item B está correto.
A lei 4.320/64 adotou o conceito amplo de receita em seu artigo 11, ao
incluir todos os ingressos, sejam correntes ou de capital, como receitas
públicas.
O item C está incorreto. Assim como a lei. 4.320/64, a LRF adotou o
conceito amplo, ao incluir os empréstimos (operações de crédito) como
receitas.
Gabarito: B

7. TCE-CE-2015–Conselheiro –FCC

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O demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de
receita deve constar:
a) da Lei Orçamentária Anual.
b) do Anexo de Metas Fiscais que integra a Lei de Diretrizes
Orçamentárias.
c) do Plano Plurianual.
d) apenas da lei que está realizando a renúncia de receita.
e) da Constituição Federal, Estadual e Lei Orgânica Municipal.
Comentário:
A questão se relaciona com a aula de leis orçamentárias.
Conforme art. 4, §3 da LRF o demonstrativo deverá constar do Anexo de
metas fiscais da LDO.
Gabarito:B

8. TCM-CE-2015–Procurador –FCC
As subvenções sociais:
a) são classificadas como Receitas Correntes.
b) são a regra quando se trata de financiamento de ações de iniciativa
privada relacionadas com esportes.
c) são despesas de custeio com assistência social, saúde e educação.
d) visam, enquanto transferências correntes, a prestação de serviços
essenciais de assistência social, médica e educacional, sempre que a
suplementação de recursos de origem privada aplicados a esses objetivos
revelar-se mais econômica.
e) classificam-se, enquanto ajuda financeira, como despesa corrente
concedida, a qualquer título, para cobertura de déficits de manutenção
das empresas públicas, de natureza autárquica ou não, destinadas a
cobrir a diferença entre os preços de mercado e os preços de revenda.
Comentário:
Como vimos na aula acerca das despesas, as subvenções sociais são
classificadas como despesas correntes e subclassificadas como
transferências correntes: dotações para despesas as quais não
corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para
contribuições e subvenções destinadas a atender à manifestação de
outras entidades de direito público ou privado.
Nos termos do art. 12, §3 da Lei 4.320/64, as subvenções são as
transferências destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades
beneficiadas e as subvenções sociais são as que se destinam a

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instituições públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, sem
finalidade lucrativa.
Gabarito: D

9. TCM-GO-2015–Auditor de Controle Externo- Jurídica –FCC


A renúncia de receita a que se refere a Lei Complementar nº
101/2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, compreende:
a)entre outras figuras, a da anistia, a do subsídio e da modificação de
base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou
contribuições.
b)a remissão, o subsídio, a concessão de isenção em caráter geral ou
não, a alteração de alíquota ou a modificação de base de cálculo que
implique redução discriminada de tributos ou contribuições.
c)apenas a anistia e a remissão.
d)a anistia, a concessão de isenção em caráter geral ou não, a alteração
de alíquota ou a modificação de base de cálculo que implique redução
discriminada de tributos ou contribuições.
e)apenas o subsídio, a concessão de isenção em caráter geral ou não, a
alteração de alíquota ou a modificação de base de cálculo que implique
redução discriminada de tributos ou contribuições
Comentário:
O item A está correto. Nos termos do art. 14, §1 da LRF, são
consideradas renúncia de receita: anistia, remissão, subsídio, crédito
presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de
alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução
discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que
correspondam a tratamento diferenciado.
Atenção para a pegadinha da questão, que colocou em vários itens a
expressão: isenção em caráter geral ou não, enquanto a previsão do
artigo fala de isenção em caráter não geral.
Gabarito: A

10. SEFAZ-PE-2014–Auditor Fiscal –FCC


Em procedimento administrativo específico, contribuinte obtém
isenção para pagamento de IPTU por ter preenchido os requisitos
legais para esta isenção. Considerando esta isenção à luz da Lei de
Responsabilidade Fiscal, é correto afirmar:
a)A única isenção que é considerada renúncia de receita pela Lei de
Responsabilidade Fiscal é a isenção em caráter geral, concedida a todos

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os contribuintes de determinado tributo, hipótese em que deverá atender
ao disposto na Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e na Lei
Orçamentária Anual - LOA, e vir acompanhada de medidas de
compensação por meio de aumento de receita tributária no prazo legal.
b)Dentro dos limites previamente estabelecidos pela Lei de Diretrizes
Orçamentárias - LDO, e desde que não afete as metas de resultados
fiscais do anexo do Plano Plurianual, é perfeitamente possível a concessão
de isenção na forma estabelecida, já que não se trata de renúncia de
receita, pois esta só está caracterizada quando o ente concede isenção
em caráter geral.
c)Esta isenção caracteriza renúncia de receita, devendo, dentre outros
requisitos: atender ao disposto na Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO
e demonstrar que a renúncia foi considerada na estimativa do impacto
orçamentário-financeiro, no exercício em que iniciar sua vigência e nos
dois seguintes, na estimativa de receita da lei orçamentária, e que não
afetará as metas de resultados fiscais do anexo da LDO.
d)Dentro da autonomia municipal e não havendo prejuízo para o
orçamento anual, é possível que o município conceda isenção e outros
benefícios fiscais sem que tenha que se ater a qualquer restrição ou
balizamento pela Lei de Responsabilidade Fiscal, posto que está no pleno
exercício de sua competência tributária constitucional.
e)A Lei de Responsabilidade Fiscal veda expressamente a concessão de
isenção em caráter específico, pois não é possível mensurar o impacto
que esta isenção irá proporcionar no orçamento anual.
Comentário:
O item C está correto. Assim como a questão anterior, exige-se o
conhecimento dos tipos de renúncia de receita trazidos pela LRF, bem
como dos requisitos para tal renúncia.
Para facilitar a compreensão do item, confiram o conteúdo do seguinte
esquema:

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Gabarito: C
11. SEFAZ-PE-2014–Auditor Fiscal –FCC
À luz do Direito Financeiro, o preço público se distingue da taxa porque
a)o preço público é considerado mero ingresso e não receita, não sendo
computado na lei orçamentária anual.
b)o preço público é receita originária e a taxa é receita derivada, pois se
trata de tributo, embora ambos se classifiquem como receitas correntes.
c)apenas serviços públicos monopolizados podem ser remunerados por
taxa, posto que se existe a possibilidade de se contratar o mesmo serviço
prestado por particular, a remuneração do serviço público será por preço
público.
d)preço público tem receita vinculada e taxa, por ser tributo,
necessariamente não tem receita vinculada.

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e)é a disponibilidade do serviço que determina ser ele remunerado por
taxa ou por preço público, ou seja, se está à disposição, será sempre
remunerado por taxa, mas, ao contrário, se depende de provocação do
usuário para ser prestado, será remunerado por preço público.
Comentário:
O item B está correto. A questão exige o conhecimento da distinção entre
taxa e preço público.
Vamos recordar:

TARIFA OU PREÇO (não é TAXA (é tributo)


tributo)

Receita originária (receita corrente) Receita derivada (receita corrente)

Natureza contratual, bilateral Natureza legal

Voluntária coercitiva

Só pode ser cobrada pelo uso O uso potencial ou serviço à


efetivo do serviço disposição autoriza a cobrança

Regido pelo direito do consumidor Regido pelo direito tributário

Pode haver mais de uma relação Só há uma relação jurídica:


jurídica. Ex: estado/ estado/contribuinte
concessionário/ consumidor

Ex: receita de um aluguel de imóvel Ex: taxa de fiscalização ambiental


público

Súmula 545 do STF: preços de serviços públicos e taxas não se


confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e
têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em
relação à lei que as instituiu.

Destaco, ainda, o entendimento do STF, segundo o qual o elemento


nuclear para identificar e distinguir taxa e preço público é o da
compulsoriedade, presente na primeira e ausente na segunda espécie.
Gabarito: B

12. AL-PE-2014–Analista Legislativo –FCC


Em uma situação hipotética, o Presidente da República, com base
no disposto no art. 153, caput, inciso I, combinado com o § 1º

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desse mesmo artigo da Constituição Federal, reduziu a alíquota do
Imposto de Importação.
A referida redução, que representa renúncia de receita tributária,
foi feita sem estimativa do impacto orçamentário-financeiro do
montante de perda de receita e sem atender ao disposto na Lei de
Diretrizes Orçamentárias.
Levando em conta o que a Lei Complementar nº 101/00
estabelece a respeito da responsabilidade na gestão fiscal, essa
redução:
a) não pode ser feita, pois representa renúncia de receita.
b) só pode ser feita se acompanhada de estimativa do impacto
orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e
nos dois seguintes, e atender ao disposto na lei de diretrizes
orçamentárias.
c) pode ser feita, pois, como redução de alíquota não é benefício fiscal,
sua redução, em relação aos tributos de maneira geral e aos impostos de
maneira específica, não representa renúncia de receita.
d) só pode ser feita se o autor da proposta, para sua concessão, houvesse
demonstrado que essa renúncia foi considerada na estimativa de receita
da lei orçamentária e de que não afetará as metas de resultados fiscais
previstas no anexo próprio da Lei de Diretrizes Orçamentárias.
e) pode ser feita, pois, tal como as alíquotas do IOF, as alíquotas do
Imposto de Importação podem ser alteradas por ato do poder executivo,
atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, não estando
sujeitas às limitações contidas no art. 14 da Lei de Responsabilidade
Fiscal.
Comentário:
O item E está correto. Notem como é recorrente o tema renúncia de
receitas ser abordado nas provas das mais diversas formas.
Nessa questão, exigiu-se, também, um pouco de conhecimento de direito
tributário.
Notem que a LRF traz também hipóteses que não serão consideradas
renúncia de receitas, dentre ela estão as alterações das alíquotas do II,
IE, IPI, IOF (impostos extrafiscais).
Ademais, nos termos da CF, as alíquotas desses impostos podem ser
alteradas por ato do executivo.
Gabarito: E

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13. AL-PE-2014–Analista Legislativo –FCC
O Código Tributário Nacional, que abriga uma grande gama de
normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, define tributo, em
seu art. 3º , como sendo toda prestação pecuniária compulsória,
em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.
Paralelamente a essa definição, a Lei Federal nº 4.320/1964, que
estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e
controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal, também traz uma definição de
tributo, sob a óptica do direito financeiro, que define tributo como
sendo a receita:
a)derivada instituída pelas entidades de direito público, compreendendo
os impostos, as taxas e contribuições nos termos da Constituição e das
leis vigentes em matéria financeira, destinando-se o seu produto ao
custeio de atividades gerais ou específicas exercidas por essas entidades.
b)originária instituída pelas entidades de direito público, compreendendo
os impostos, as taxas e contribuições nos termos da Constituição e das
leis vigentes em matéria tributária, destinando-se o seu produto ao
custeio de atividades específicas exercidas por essas entidades.
c)derivada instituída pelas entidades de direito público, compreendendo
os impostos, as taxas, as contribuições de melhoria, as contribuições
sociais e os empréstimos compulsórios nos termos da Constituição e das
leis vigentes em matéria tributária, destinando-se o seu produto ao
custeio de atividades gerais exercidas por essas entidades.
d)originária ou derivada instituída pelas entidades de direito público,
compreendendo os impostos, as taxas, as contribuições de melhoria e as
contribuições sociais nos termos da Constituição e das leis vigentes em
matéria financeira, destinando-se o seu produto ao custeio de atividades
gerais ou especificas exercidas por essas entidades.
e)derivada instituída pelas entidades de direito público, compreendendo
os impostos, as taxas, as contribuições de melhoria e os empréstimos
compulsórios nos termos da Constituição e das leis vigentes em matéria
tributária, destinando-se o seu produto ao custeio de atividades gerais
exercidas por essas entidades.

Comentário:
O item A está correto.

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Nos termos do art. 9 da lei 4.320/64, tributo é a receita derivada
instituída pelas entidades de direito publico, compreendendo os impostos,
as taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes em
matéria financeira, destinando-se o seu produto ao custeio de atividades
gerais ou especificas exercidas por essas entidades.
No âmbito do direito financeiro, o tributo é definido como receita
derivada, pois é obtido por meio do poder de império estatal, sendo
arrecadado coercitivamente dos particulares.
Recordem-se que, para o direito tributário, adota-se uma classificação
quinquipartite dos tributos (impostos, taxas, contribuições de melhoria,
empréstimos compulsórios e contribuições especiais).
Gabarito: A

14. Prefeitura de Recife-2014–Procurador–FCC


Conforme Lei de Responsabilidade Fiscal, a renúncia de receita:
a)compreende a anistia, a remissão e o cancelamento de débito cujo
montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrança.
b)compreende anistia, crédito presumido, concessão de isenção em
caráter geral e outros benefícios que correspondam a tratamento
diferenciado.
c)não compreende a concessão de isenção em caráter não geral e
cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos
custos de cobrança.
d)compreende a alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo
que implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros
benefícios que correspondam a tratamento diferenciado.
e)não compreende a remissão e o cancelamento de débito cujo montante
seja inferior ao dos respectivos custos de cobrança.
Comentário:
Novamente, exige-se o conhecimento dos institutos que entram no
conceito de renúncia de receitas.
Assim, estão incluídos: anistia, remissão, subsídio, crédito presumido,
concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou
modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de
tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a
tratamento diferenciado (art. 14, §1 da LRF).
Entretanto, não estarão incluídas:
•as alterações das alíquotas do II, IE, IPI, IOF (impostos extrafiscais).

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•ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos
respectivos custos de cobrança.
Gabarito: D

15. PGE-SP-2012–Procurador–FCC
Em relação aos royalties recebidos pelos Estados em decorrência da
exploração do petróleo, é correto afirmar:
a)classificam-se como receitas originárias dos Estados Federados e
decorrem da exploração de patrimônio público da União.
b)classificam-se como receitas tributárias derivadas das compensações
financeiras devidas aos Estados pela exploração dos recursos minerais de
seus territórios.
c)a competência para fiscalizar sua arrecadação junto às concessionárias
é exclusiva da Agência Nacional de Petróleo - ANP, que outorga as
concessões.
d)caracterizam-se como transferências voluntárias da União, pagas como
compensação aos danos causados em seus territórios na extração do
petróleo.
e)têm a aplicação dos recursos sujeita à fiscalização do Tribunal de
Contas da União, por se tratarem de receitas originariamente federais.
Comentário:
O item A está correto.
Os royalties são classificados como receitas correntes (outras receitas
correntes) e, também, como receitas originárias, que decorrem da
participação dos entes ou da compensação financeira que recebem pela
exploração dos recursos mencionados no art. 20, §1 da CF:
§1 É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União,
participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de
recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros
recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar
territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por
essa exploração.

Além disso, interessante citar a seguinte passagem do MS 24312 / DF,


julgado pelo STF:
Embora os recursos naturais da plataforma continental e os recursos
minerais sejam bens da União (CF, art. 20, V e IX), a participação ou
compensação aos Estados, Distrito Federal e Municípios no resultado da

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exploração de petróleo, xisto betuminoso e gás natural são receitas
originárias destes últimos entes federativos (CF, art. 20, § 1º).
Gabarito: A

16. PGE-SP-2012–Procurador–FCC
A Receita Corrente Líquida NÃO é utilizada como base de cálculo
na:
a)definição da reserva de contingência, cuja forma de utilização e
montante será estabelecido na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
b)fixação dos limites globais das dívidas consolida das da União, dos
Estados, Distrito Federal e Municípios.
c)apuração do valor de destinação obrigatória pela União, pelos Estados,
Distrito Federal e Municípios para a manutenção e desenvolvimento do
ensino.
d)apuração do limite das despesas de caráter continuado na contratação
de parcerias público-privadas.
e)apuração dos limites das despesas com pessoal ativo e inativo da
União, dos Estados, Distrito Federal e Municípios.
Comentário:
O item C está correto.
Como vimos, a RCL pode ser utilizada como base de cálculo de diversos
institutos, dentre eles: dívida consolidada dos entes federativos: art. 30,
I, II e §3 da LRF; reserva de contingência: art. 5, III da LRF; despesas
com pessoal: art 19 da LRF; parcerias público –privadas: art. 22 e 28 da
Lei 11.079/04; pagamento de precatórios: art. 100, §15 da CF.
Entretanto, no caso citado no item C, a RCL não é utilizada como base de
cálculo. Confiram:
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no
mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente
de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos
respectivos Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo previsto
neste artigo, receita do governo que a transferir.
Gabarito: C

17. TRF-5 Região-2015–Juiz Federal-Cespe

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Considerando que o DETRAN, ao aplicar multa de trânsito ao condutor de
veículo automotor, concede ao Estado o direito de receber tal receita,
assinale a opção correta a respeito da natureza e classificação dessa
receita e da relação dela com a dívida ativa.
a)A multa é uma receita pública, visto que qualquer ingresso de
numerário caracteriza uma receita pública.
b)A multa aplicada pelo DETRAN, por traduzir o poder impositivo do
Estado e por ocorrer esporadicamente, ou seja, sem previsão, é
considerada ingresso temporário de numerário, e não receita pública.
c)A multa paga pelo condutor do veículo automotor é considerada
ingresso de numerário de natureza permanente, sendo, por isso,
classificada como receita originária.
d)A multa paga pelo condutor é considerada receita derivada, pois não é
originada na utilização ou exploração do patrimônio público.

Comentário:
O item E está correto.
Observem que a questão busca a classificação correta para as multas.
Como vimos, tratam-se de receitas derivadas, pois originam-se do poder
de império estatal (são cobradas coercitivamente dos particulares) e não
de receitas originárias (decorrentes da exploração do patrimônio público).
Acerca dos demais itens, cuidado!! Reparem que o item A, que afirma que
qualquer ingresso é considerado receita pública, foi dado pela banca como
errado.

Isso significa que a banca cobrou o entendimento doutrinário, segundo o


qual considera-se apenas os ingressos com caráter de definitividade, ou
seja, que serão convertidos em bens e serviços. De acordo com a
doutrina,portanto, somente esses tipos de ingresso (definitivos) são
considerados receita.
É importante salientar que a lei 4.320/64 prevê o conceito amplo de
receita, em seu artigo 11, ao incluir todos os ingressos, sejam correntes
ou de capital, como receitas públicas, portanto, receita consiste em
qualquer entrada de recursos nos cofres públicos, independente se serão
incorporados definitivamente ou se serão devolvidos a quem de direito
(entradas transitórias). Esse sentido amplo abarca todas as entradas,
mesmo que não ocorra lançamento no passivo e é denominado pela
doutrina de INGRESSO PÚBLICO.

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Como eu já havia mencionado na aula, fiquem atentos se a questão da
prova se refere ao conceito legal (receita em sentido amplo) ou ao
conceito doutrinário (receita em sentido estrito).
Nesse caso, adotou-se o conceito restrito.
Gabarito: E

18. Prefeitura de Salvador-2015–Procurador-Cespe


Acerca das receitas públicas, assinale a opção correta.
a)Constitui receita orçamentária o superávit do orçamento corrente
resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes.
b)Os valores obtidos a partir da venda de imóvel pertencente à União são
classificados como receita de capital.
c)As garantias de execução contratual prestadas por empresa contratada
pela União mediante procedimento licitatório, bem como as multas
aplicadas em decorrência de inadimplemento contratual, não são receita
pública, mas simples ingresso, conforme disposições da Lei n.º
4.320/1964.
d)As receitas patrimoniais constituem receita pública derivada e delas são
exemplos os foros e laudêmios decorrentes do uso de bens públicos.
e)Os tributos são receita pública originária decorrente do exercício do
poder de império estatal.
Comentário:
O item A está incorreto. O superávit do orçamento corrente (diferença
entre receita corrente que ultrapassa a despesa corrente) também é
incluído nas receitas de capital, nos termos do art. 11,§2 da lei 4.320/64.
Ao contrário do que afirma a questão, é importante ressaltar que, embora
seja receita de capital (com previsão no orçamento), o superávit do
orçamento é receita extraorçamentária, de acordo com o art. 11, §3 da
lei 4.320/64: “O superávit do Orçamento Corrente resultante do
balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, apurado na
demonstração a que se refere o Anexo nº 1, não constituirá item de
receita orçamentária”.
Isso porque, os valores decorrentes do referido superávit já são
contabilizados no orçamento e são utilizados para as despesas de capital
(obras, aquisição de bens etc), entretanto, como a receita já foi
contabilizada no orçamento uma vez, fará parte da receita
extraorçamentária, evitando-se a duplicidade ( mais de um registro da
mesma receita)
O item B está correto. As receitas de capital são as que não geram
aumento no patrimônio líquido do estado, sendo aplicadas em um bem

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ou serviço. Nos termos do art 11,§2 da Lei 4.320/64, incluem-se dentre
elas a alienação de bens ( recursos provenientes da venda de bens
públicos móveis ou imóveis).
O item C está incorreto. Conforme vimos na questão anterior, a lei
4.320.64 adotou o conceito amplo de receitas ao incluir todos os
ingressos, sejam correntes ou de capital, como receitas públicas,
portanto, receita consiste em qualquer entrada de recursos nos cofres
públicos, independente se serão incorporados definitivamente ou se serão
devolvidos a quem de direito (entradas transitórias). Esse sentido amplo
abarca todas as entradas, mesmo que não ocorra lançamento no passivo
e é denominado pela doutrina de INGRESSO PÚBLICO.
O item D está incorreto. As receitas patrimoniais são classificadas como
originárias, pois decorrem da exploração do patrimônio público. Ex:
aluguéis, juros de aplicação financeira, foros, laudêmios.
O item E está incorreto. Os tributos são receitas públicas derivadas,
decorrentes do poder de império estatal.
Gabarito:B

19. TRF-1 Região-2015–Juiz Federal-Cespe


Tendo em vista que as receitas públicas podem ser classificadas em
originárias e derivadas, assinale a opção correta.
a)A receita patrimonial é originária, uma vez que decorre da exploração
do patrimônio público.
b)A receita corrente é originária, haja vista a sua tendência de sempre se
repetir.
c)A receita de tributos cujo lançamento se opera de ofício é considerada
originária, porque nasce a partir de ato da administração pública.
d)A receita de capital é, por natureza, derivada, pois decorre da aplicação
do dinheiro público.
e)A receita de lucro de estatais é derivada, pois provém de ente privado
para o poder público.

Comentário:
O item A está correto. As receitas originárias decorrem da exploração do
patrimônio do próprio Estado, que participa da atividade econômica
prestando serviços.
Essa receita poderá decorrer de pagamento de tarifas ou preços
(contraprestação paga pelos serviços prestados pelo estado ou

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decorrentes da exploração de seu patrimônio) e ainda de fianças doações,
indenizações, legados, alienações, aforamento etc.
Portanto, a receita patrimonial (que decorre da exploração do patrimônio
do estado) é receita originária.
O item B está incorreto. A receitas correntes são as que aumentam a
disponibilidade financeira do estado, servindo para financiar programas
voltados à políticas públicas.
Nos termos do art. 11, §1 da lei 4.320/64, são receitas provenientes de
tributos, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de
serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros
recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando
destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes
(transferências correntes) e outras receitas correntes que não estejam
abarcadas pelos itens anteriores.
Reparem, por exemplo, que os tributos e contribuições (receitas
derivadas) estão dentro das receitas correntes, portanto, incorreto dizer
que a receita corrente é receita originária.
O item C está incorreto. Já vimos que a receita dos tributos é
Derivada, pois obtida por meio do poder de império estatal, sendo
arrecadadas coercitivamente dos particulares.
Além disso, a classificação entre originária e derivada se dá pela
coercitividade e não pela origem, como afirma o item.
O item D está incorreto, pelo mesmo motivo explicado no item C.
O item E está incorreto. A classificação entre originária e derivada se dá
pela coercitividade e não pela origem, como já dissemos.

Gabarito: A

20. Câmara dos Deputados-2014–Analista Legislativo-Cespe


( ) Toda renúncia de receita deverá estar acompanhada de medidas
de compensação, por meio do aumento de receita, proveniente da
elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração, criação
de tributo, contribuição, ou da demonstração, pelo proponente, de que a
renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária, e
de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas na lei de
diretrizes orçamentárias.
Comentário:
O item está incorreto. Atenção para a pegadinha da banca.
A LRF exige que seja tomada uma das duas medidas e não ambas:

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(...) atender a pelo menos uma das seguintes condições:
demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na
estimativa de receita da lei orçamentária e de que não afetará as metas
de resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de diretrizes
orçamentárias ou;
estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado
no caput, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de
alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo
ou contribuição.
Gabarito: errado.

21. PGE-BA-2014–Procurador-Cespe
( )Suponha que determinado ente da Federação aja com negligência
no dever de arrecadar os impostos de sua competência devidamente
instituídos e previstos. Nesse caso, fica vedada a realização de
transferências voluntárias ao referido ente, no que se refere aos referidos
impostos.
Comentário:
O item está certo. Nos termos do art. 11 da LRF, constituem requisitos
essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e
efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do
ente da Federação.
Nos termos do artigo 11, o ente que violar essa regra, em relação aos
IMPOSTOS, não receberá transferências voluntárias (salvo nos casos de
saúde, educação e assistência social).
Gabarito: certo.

22. PGE-BA-2014–Procurador-Cespe
( ) A previsão da receita pública deve ser acompanhada de
demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos e de projeção para
os dois seguintes àquele a que se refira.

Comentário:
O item está correto.
Nos termos do art. 12 da LRF as previsões de iii) serão acompanhadas de
demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os
dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e
premissas utilizadas.

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Gabarito: certo

23. PGE-BA-2014–Procurador-Cespe
( ) Os requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal
incluem a instituição, a previsão e a efetiva arrecadação de todos os
tributos da competência constitucional do ente da Federação.

Comentário:
O item está correto. Nos termos do art. 11 da LRF, constituem requisitos
essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e
efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do
ente da Federação.
Lembrando que a sanção é aplicada somente no caso dos impostos!!!
Gabarito: certo.

24. PG-DF-2013–Procurador-Cespe

A respeito das normas que regem o direito financeiro e


orçamentário, julgue os itens a seguir.
( ) O cumprimento de condições e limites para a concessão de
renúncia de receita é um postulado da LRF inserido no conceito de gestão
fiscal responsável.
Comentário:
O item está correto. Conforme art. 1. §1 da LRF:

a responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e


transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de
afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas
de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e
condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com
pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária,
operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de
garantia e inscrição em Restos a Pagar.
Gabarito: certo.

25. PG-DF-2013–Procurador-Cespe

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Considerando que lei editada no DF tenha concedido crédito
presumido para os contribuintes do ICMS, de acordo com convênio
aprovado no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária,
julgue os próximos itens.

I-( )A necessidade de adequação orçamentária com a LDO e a LOA, ou,


se isso não ocorrer, a adoção de medidas de compensação com aumento
de tributos, por exemplo, somente se aplica para renúncias de receita
referentes ao tributo de ICMS.
Comentário:
O item está incorreto.
A adoção das medidas de compensação, bem como a adequação à LDO e
à LOA são requisitos a serem observados em qualquer renúncia de
receita, salvo as hipóteses previstas na LRF:
• alterações das alíquotas do II, IE, IPI, IOF (impostos extrafiscais) e
cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos
custos de cobrança.
Importante lembrar que, ao contrário dos demais, em relação ao ICMS, o
art. 150, §6 da CF estabelece que o benefício fiscal não necessita ser
concedido por meio de lei específica.
Gabarito: errado

II-( )Aos cancelamentos de débitos cujo montante seja inferior ao dos


respectivos custos de cobrança não se aplicam as regras exigidas para a
renúncia de receita prevista na LRF.
Comentário:
O item está correto. Como vimos no item acima, a LRF traz também
hipóteses que não serão consideradas renúncia de receitas:
• alterações das alíquotas do II, IE, IPI, IOF (impostos extrafiscais).
•ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos
respectivos custos de cobrança.
Gabarito: certo.

III-( ) A concessão desse crédito presumido é uma das modalidades de


renúncia de receita.
Comentário:
O item está correto. Conforme art. 14 da LRF e art. 155,§6 da CF, o
crédito presumido está incluído entre as modalidades de renúncia de

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receita, juntamente com anistia, remissão, subsídio, concessão de isenção
em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de
cálculo que implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e
outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado
Gabarito: certo.

IV- ( ) Caso sejam necessárias medidas de compensação para a


validade da renúncia de receita, o benefício somente entrará em vigor
após a efetiva implementação dessas medidas.
Comentário:
O item está correto. O art. 14, §2 da LRF dispõe que quando o ato estiver
vinculado a medidas compensatórias, o benefício só entrará em vigor
quando referidas medidas forem implementadas.
Gabarito: certo

26. AGU- 2013–Procurador Federal-Cespe

À luz das normas constitucionais relativas a matéria tributária,


julgue os itens que se seguem.

( ) Os royalties que são pagos pelas concessionárias em razão da


exploração de petróleo enquadram-se no âmbito constitucional do
Sistema Tributário Nacional.

Comentário:
O item está incorreto.
Embora os recursos naturais da plataforma continental e os recursos
minerais sejam bens da União (CF, art. 20, V e IX), a participação ou
compensação aos Estados, Distrito Federal e Municípios no resultado da
exploração de petróleo, xisto betuminoso e gás natural são receitas
originárias destes últimos entes federativos , nos termos do art. 20, §1 da
CF e do entendimento do STF. Assim, os royalties não se enquadram no
sistema tributário, já que os tributos são receitas derivadas.
Gabarito: errado.

27. TEC-RN-2015–Assessor Jurídico-Cespe


Com base no que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) prevê
sobre transferências voluntárias, julgue o item que se segue.

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( ) O fato de um município não ter instituído o imposto sobre serviços
de qualquer natureza (ISSQN) o impede de receber transferências
voluntárias da União.

Comentário:
O item está correto. Trata-se do disposto no art. 11 da LRF, segundo o
qual constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal
a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da
competência constitucional do ente da Federação, sendo vedada a
realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o
disposto no caput, no que se refere aos impostos.
Gabarito: certo.

28. TCE-ES-2014–Analista-Cespe (adaptada)


Conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal, na receita corrente líquida dos
estados, deve ser considerado o valor bruto da receita.
a)da compensação do ICMS sobre as exportações, incluindo-se o valor
transferido para municípios.
b)da contribuição para o plano de seguridade social dos servidores.
c)do imposto sobre heranças, legados e doações.
d)do imposto sobre a transmissão onerosa de bens imóveis.
Comentário:
Os itens A e B estão incorretos, nos termos do art. 2 da LRF, o conceito
de receita corrente líquida dado como o somatório das receitas
tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de
serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes,
deduzidos:
nos Estados: as transferências constitucionais( ex: 25% do ICMS); a
contribuição previdenciária paga pelos servidores, se houver no estado o
regime próprio de previdência e as receitas provenientes da compensação
financeira prevista no art. 201, §9 da CF.
O item C está correto. O imposto referido na questão é estadual e,
portanto, constitui receita tributária do ente (abarcada pelo conceito de
RCL).
Reparem que a questão exige também o conhecimento da competência
dos entes para instituir impostos (matéria estudada em direito tributário).

O item D está incorreto, pois o imposto mencionado é municipal e não


estadual.

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Gabarito: C

29. TCE-RS-2013–Oficial de Controle Externo-Cespe


No que se refere à Lei n.º 4.320/1964 e ao planejamento
orçamentário, julgue os itens subsequentes.

( ) A diferença entre receita corrente e receitas de capital consiste no


fato de a primeira advir da atividade típica do Estado e a segunda, da
aquisição de bens

Comentário:
O item está incorreto.
A classificação das receitas entre correntes e de capital se dá em razão de
sua natureza legal ou categoria econômica.
Receitas correntes: são as que aumentam a disponibilidade financeira do
estado, servindo para financiar programas voltados à políticas públicas.
Receitas de capital: são as que não geram aumento no patrimônio
líquido do estado, sendo aplicadas em um bem ou serviço. Nos termos do
art 11,§2 da Lei 4.320/64,
Gabarito:errado.

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