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CAMPOS FERNANDES

ADVOGADOS
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Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado do Rio de Janeiro

Apelação Criminal n.º 0118190-94.2012.8.19.0001


Rel.: Des. Siro Darlan de Oliveira
Apelante: Christopher Marcelo de Barros góes
Apelado: Ministério Público

Nos autos do feito acima mencionado, por intermédio de seu


advogado, vem, perante Vossa Excelência, com fundamento legal no 105,
inciso III, alínea “a” da Constituição Federal e art. 26, da Lei 8.038/90, interpor

RECURSO ESPECIAL

ao Egrégio Superior Tribunal de Justiça, eis que a venerável Quarta Câmara


Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, d. v., contrariou lei
federal, qual seja, art. 593, III, “d”, do Código de Prcesso Penal. Tal
contrariedade poderá ser comprovada na análise das razões do presente
recurso, verificando-se que o citado artigo não foi corretamente aplicado, tendo
em vista o fato de o réu ter sido impronunciado pela absoluta ausência de
provas, decisão posteriormente comprovada pelos desembargadores do TJRJ
ao negarem provimento ao recurso em sentido estrito interposto pelo Ministério
Público.

Contudo, nova denuncia foi posteriormente oferecida, baseada


em suposta prova nova, sendo certo que a referida prova jamais foi produzida e
submetida ao crivo do contraditório, tratando-se, pois, de matéria de direito
atinente à prova.

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Além da matéria relativa ao mérito, é importante ressaltar que
existem nulidades suscitadas.

Com efeito, é importante ressaltar que, não se trata de simples


reexame de prova, o que é vedado pela súmula n.º 7 do Superior Tribunal de
Justiça, mas sim, análise restrita de matéria de direito, pré-questionada no
recurso de apelação.

Nobre Julgador, dessa forma, espera o ora recorrente que Vossa


Excelência, recebendo o presente recurso, providencie seu processamento na
forma da lei, para que, seja o mesmo conhecido pelo tribunal ad quem.

Espera deferimento.

Rio de Janeiro, 02 de julho de 2015.

FLÁVIO AUGUSTO CAMPOS FERNANDES


OAB/RJ 113.275

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Excelentíssimo Senhor Ministro Presidente do Egrégio Superior Tribunal de
Justiça. Brasília – DF.

RECURSO ESPECIAL

Apelação Criminal n.º 0001186-69.1999.8.19.0008


Rel.: Des. Cairo Italo França David
Recorrente: Paulo Cesar dos Santos Ferreira
Recorrido: Ministério Público

Paulo Cesar dos Santos Ferreira, nos autos acima em referência,


por intermédio de seu procurador, interpor o presente recurso, com espeque no
art. 105, inciso III, alínea “a” da Constituição Federal, haja vista ter a r. decisão
de fls. , contrariando frontalmente o artigo 593, III, “d”, do Código de Processo
Penal.

Da tempestividade

É certo que a decisão ora guerreada foi publicada no dia 23 de


junho de 2015, sendo o prazo inicial para a interposição do presente recurso o
dia 24 do mesmo mês. Assim, trata-se de recurso interposto no prazo previsto
em lei.

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Do mérito

O ora recorrente foi condenado à pena de 16 anos de reclusão


pela prática do fato típico previsto no art.121, §2º, II e IV, do Código Penal.

Inconformado com a r. decisão exarada pelo i. Conselho de


Sentença, interpôs recurso de apelação objetivando ser submetido a nova
sessão de julgamento, por entender que a decisão dos jurados não refletiu o
conteúdo probatório existente nos autos.

Entretanto, os eminentes desembargadores da quinta câmara


criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro negaram
provimento ao apelo, por unanimidade.

Segundo a acusação, o réu teria participado da prática criminosa


que culminou na morte de Orlando Pereira de Souza, motivado por discussão
travada dias antes.

O pilar de sustentação do parquet em plenário foi o depoimento


prestado pela companheira da vítima, Sandra Lucia Cavalheiro Fernandes,
segundo o qual, teria presenciado a prática que ceifou a vida de Orlando.

Deve ser dito que, além do aludido depoimento, prestado por


Sandra Lucia, não existe nos autos qualquer outro elemento de prova em que
se possa, sequer, especular acerca da participação do ora apelante no crime
em que foi condenado.

Em seu primeiro depoimento, no RO de fls. 03/04, a testemunha


Sandra Lúcia dá a seguinte versão:

Conforme os esclarecimento da
comunicante, estava em casa com o
companheiro, a vítima, quando alguém chamou
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por ORLANDO, este foi atender ao chamado e a
comunicante percebeu que essa pessoa deveria
ser conhecida de ORLANDO. A comunicante
continuou a preparar o amendoim para vender
quando ouviu alguns disparos de arma de fogo,
quatro disparos. Correu pare ver o que
acontecera e deparou com ORLANDO caldo no
cedo. Com a ajuda de vizinhos e um carro que ia
passando a comunicante levou seu amásio
ORLANDO até o Posto de Saúdo NEUZA DE
GOULART BRIZOLA onde o mesmo veio a
falecer. E por ser esta a exata expressão da
verdade a comunicante assina a seguir:

A leitura da declaração acima deixa claro que a testemunha não


chegou a identificar quem teria sido o autor do disparo.

Nesse sentido, é necessário destacar que a testemunha se refere


ao autor do crime como “alguém”, e que “essa pessoa deveria ser conhecida
de Orlando”.

Ora Excelências, a testemunha prestou declarações no dia do


crime, quando os fatos estavam claros em sua memória, sem que tenham sido
corroídos pela ação do tempo.

Porém, na fase judicial a testemunha se contradisse de forma


inexplicável, retirando por completo a credibilidade de suas palavras, na
medida em que narra fatos totalmente diversos dos que havia dito
anteriormente, trazendo aos autos novos elementos.

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Ora Excelências, fatos graves como os que envolvem o presente
caso marcariam aa pessoa que os presenciasse, não deixando dúvidas na
narrativa.

Ao contrário, a única testemunha que supostamente presenciou


os fatos se contradiz de forma inadmissível, narrando uma história nunca
apresentada nos autos.

No mesmo sentido, somente em juízo foram apresentadas


testemunhas que supostamente teriam presenciado os fatos.

Não obstante se tratar de fatos graves, merecedores de uma


resposta por parte do Judiciário, não podemos olvidar que a condenação de um
acusado deverá, sempre, ser balizada no princípio da verdade real.

É inegável que, se na época dos acontecimentos a única


testemunha até então existente nos autos foi firme no sentido de que sequer
chegou a ter contato visual com o assassino de seu marido, deixando, inclusive
de fornecer características físicas essenciais, jamais poderia ter apresentado
nova versão, absolutamente divergente, salvo se não estivesse falando a
verdade.

A análise das declarações da testemunha Sandra nos faz concluir,


sem dar lugar a dúvidas, que no dia dos fatos não foi possível qualquer tipo de
contato visual com o autor dos disparos.

Noutro giro, merece destaque, também, o fato de que não


surgiram outras testemunhas que tivessem visualizado os fatos, pois, do
contrário, teriam comparecido à DP para ajudar a elucidar o ocorrido.

Contudo, convenientemente, com o passar do tempo,


provavelmente após tomar conhecimento da discussão travada entre o
apelante e a vítima, surgiu a versão de que Paulo Casar teria sido o algoz.
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Com efeito, não havia nos autos qualquer elemento minimamente
robusto que pudesse atribuir ao apelante a prática criminosa que lhe gerou
essa injusta condenação, salvo o fato da discussão travada com a vítima.

Nesse diapasão, é de fácil conclusão o fato de que o nome de


Paulo Cesar somente surgiu nos autos após a testemunha ter tomado
conhecimento do entrevero que envolveu o acusado com Orlando.

Na verdade, data vênia, nos presentes autos não emergiram


elementos suficientemente robustos para amparar a condenação ora
guerreada.

Além disso, há que se ressaltar que o fato em apuração é


daqueles cometidos por pessoas extremamente violenta, tipo de crime de
autoria de pessoas ligada a grupos de extermínio, ou cobrança entre
traficantes.

A história de vida do recorrente, primário sem quaisquer


antecedentes, que após sais dos quadros da PMERJ ingressou na carreira de
corretor de imóveis, chegando a exercer o cargo de gerente de uma das
maiores e mais conceituadas imobiliária de nosso Estado, sendo que, hoje, é
proprietários de uma pequena corretora de imóveis, só por si, demonstra que
Paulo Cesar não seria capaz de prática tão hedionda.

No mais, a prova analisada pelo Conselho de Sentença não


contém a robustez necessária para manter a r. decisão, pois, diante das
contradições e incertezas da única testemunha que supostamente visualizou
os fatos, o caminho correto seria submeter o ora apelante a nova sessão de
julgamento.

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Ante o exposto, por estar demonstrado que a decisão do
Conselho de Sentença não reflete o conteúdo probatório dos autos, requer o
provimento do presente recurso, com a reforma da decisão, para submeter
apelante a novo julgamento, por ser medida justa e adequada.

Aguarda deferimento.

Rio de Janeiro, 02 de julho de 2015.

FLÁVIO AUGUSTO CAMPOS FERNANDES


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