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O que é um conselho tutelar? Vejamos: ... É isso que nos diz o art. 131 do
Estatuto.
Uma vez que o Conselho foi estabelecido, ele será permanente. Então ele ...
Aí nós temos que tomar um cuidado porque apesar da autonomia, isso não
significa que eles podem praticar atos abusivos ou ter um desvio de finalidade.
Então a gente pode ter um controle judicial... Então isso quer dizer que o
conselho tutelar tem independência, tem autonomia, mas isso não quer dizer que
ele pode agir de maneira abusiva, de maneira que vá além dos limites
estabelecidos pelo Estatuto.
O Conselho Tutelar ganhou uma importância muito grande. Muitas das coisas que
eram feitas pelos antigos juízes de menores, pela Doutrina da Situação Irregular,
passaram a ser agora atribuição não do juiz da Vara da Infância, mas do
Conselho Tutelar. Até que a gente percebe que está previsto lá na parte final do
Estatuto que enquanto o Conselho Tutelar não for instalado, na verdade quem
exerce suas funções é de fato a Vara da Infância e da Juventude. Mas isso é
relativo a uma disposição que era relativa ao começo da implementação do
Estatuto, na década de 90. Hoje a imensa maioria dos municípios já conta com a
presença do Conselho. Aí, então essas atribuições não estão mais com o juiz da
Vara da Infância.
... Não tem caráter jurisdicional. O Conselho Tutelar não é um órgão judicante, ele
não dá sentença, ele não tem poderes jurisdicionais. Então ele tem um caráter
administrativo, mesmo quando impõe algum tipo de medida aos pais ou à criança
ou ao adolescente, como por exemplo nas medidas de proteção.
...Em muitos aspectos é comparada à autoridade judiciária, ainda que não seja e
não tenha as mesmas atribuições. Uma das coisas que ele tem e que é
semelhante ao que um juiz pode fazer é o Poder de Requisição
...Então veja, uma requisição do Conselho Tutelar não é um simples pedido que
alguém atende se quiser ou não, mas é um pedido com uma carga ordenatória.
Se não for atendida, por exemplo, pelos pais poderemos ter uma infração
administrativa do 249 ou por outras pessoas responsáveis por isso, poderemos
ter um crime.
Enquanto o Conselho Tutelar não for instalado, as atribuições que ele deve
exercer, vão ser exercidas pelo juiz da Vara da Infância, conforme já havíamos
falado. Isto está previsto no art. 262 do Estatuto.
... Pode ter mais de 1, dependendo do tamanho do município, vejamos a res. 139
do CONANDA
- Os Conselhos Tutelares são criados por lei municipal (ou distrital) e
podem ser criados tantos quantos forem necessários para atender a
demanda do município.
O art. 136 do ECA traz a lista de atribuições do Conselho Tutelar. E, além da lista
do art. 136, nós temos outras atribuições. Olha só: ...
- Obs.: a lei municipal não pode criar novas competências para o Conselho
Tutelar, mas isso não significa que ele não possa exercer seu “poder de
polícia” ou que não possa fiscalizar possíveis violações de direitos da c/a
por quem quer que seja.
A lei municipal não pode criar outras atribuições além dessas que estão explícitas
e implícitas em Lei Federal (ECA e Lei do Sinase)...
Então o Conselho Tutelar pode, por exemplo, ir em show pra ver se não está
sendo vendido bebida alcoólica para menores de idade, pode ir à lanhouses pra
ver se o menino não está matando aula pra ficar jogando, etc. Esse é o poder de
polícia do Conselho Tutelar. Voltando ao art. 136, aqui está a lista de atribuições
previstas no Estatuto:
...Isso aqui é bem interessante, pois o juiz pode aplicar para o adolescente que
cometeu ato infracional, dependendo do que aconteceu, uma medida
socioeducativa ou uma medida de proteção ou ainda pode cumular as duas.
Então se o juiz, durante a análise do ato infracional, achar que é necessário
aplicar uma medida de proteção, quem vai fiscalizar essa medida de proteção é o
Conselho Tutelar. O juiz passa essa informação ao Conselho Tutelar e ele vai
passar a acompanhar o adolescente no cumprimento dessa medida.
...O ECA traz uma preocupação de manter o vínculo da criança com a sua família
de origem. Ela só vai para a família substituta se isso não for possível. Então...
- Revisão judicial das decisões do Conselho Tutelar: nos termos do art. 137,
pode ser pedida por quem tenha legítimo interesse – particular ou Poder
Público. O descumprimento puro e simples pode resultar na prática de
infração administrativa (art. 249 do ECA) ou até no crime de desobediência
(art. 330, CP).
...
...Então como regra geral, o domicílio dos pais. Se não tiver como definir isso, no
local onde a criança for encontrada. E, em se tratando de ato infracional, no local
em que o ato infracional foi praticado pela criança. Porque se for ato infracional
cometido por adolescente, a competência é da Vara da Infância e Juventude.