Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Introdução
2. Resumo:
a)- Trata-se sim de oferecer ao leitor, numa forma acessível e sucinta, uma espécie
de meditação acerca dos principais aspectos do helenismo arcaico e clássico, tal
como hoje surgem a um homem que os estudo desde há umas dezenas de anos -
Pg. 8.
5. Tese (s) do autor (es): nem sempre a tese está explicita, nem mesmo no início do
texto; ela pode estar nas entrelinhas ou no final do texto.
6. Ideias:
a)- A dívida do mundo moderno para com o povo grego é enorme. Foi este povo
quem definiu, pela primeira vez, as categorias de pensamento que continuam a ser
as nossas - Pg. 7
b)- A língua grega está representada por textos literários desde o século VIII a.C.
até aos nossos dias, sem qualquer interrupção...Nenhuma outra língua humana
oeferece ao estudo uma literatura tão rica, repartida por um tão longo período da
história, ou seja, quase três mil e quinhentos anos - Pg. 7
d)- A fraca produção de cereais fazia pesar sobre ela uma constante ameaça de
carência: por pouco que a população crescesse, sofria de falta de terra (em grego,
stenokhoria) que foi uma das principais causas da emigração grega para o
estrangeiro - Pg. 12.
A civilização micênica
e)- É esta opinião tão geralmente admitida que devemos agora abandonar [povo
micênico como pré-helênico]. Ao lerem pela primeira vez os documentos em Linear
B, Ventris e Chadwick demonstram que o povo micênico era grego, ou que pelo
menos falavam grego, o que, na nossa opinião, é o essencial, uma vez que a
pertença ao helenismo manifesta-se, antes de mais, pela língua - Pg. 14.
f)- A língua grega passa desde então a ser conhecida por textos que se estendem
desde o séc. XV antes da nossa era até aos nossos dias - Pg. 14.
g)- Michael Ventris, partindo da hipótese de a língua escrita em Linear B ser grego,
estabeleceu, com a ajuda do seu compatriota John Chadwick [...] Desde então, e
apesar da morte acidental de Ventris, em 1956, a decifração foi prosseguida com
entusiasmo e tenacidade, confirmando, no essencial, a descoberta do jovem
estudioso prematuramente desaparecido - Pg. 15.
h)- Com efeito, verifica-se que os valores atribuídos aos diferentes signos do
silabário devem admitir um certo jogo para se chegar a uma transcrição coerente
num dialecto grego, mesmo de um tipo muito arcaico - Pg. 15.
i)- Neles, podem ler inventários de bens, provisões, arrendamento de gado e objetos
mobiliários; lista de funcionários, de operários ou de soldados; inventário das rendas
ao soberano ou das oferendas às divindades - Pg. 16.
b)- Os gregos desembarcaram na grande ilha por volta de 1450 a.C. e aniquilaram
o Estado minóico para se instalarem em seu lugar - Pg. 18.
d)- É, portanto, no decurso deste período privilegiado, que vai desde o final do século
XV até o final do século XIII antes da nossa era, que devemos considerar a primeira
civilização grega, então no seu apogeu - Pg. 18.
e)- Esta civilização deve o nome de micênica, pelo qual é geralmente conhecida [...]
porque foi toda a civilização helênica do 2º milênio, até então inteiramente
esquecida, que surgiu do solo de Micenas - Pg. 18.
h)- É aqui [Micenas] que vemos aparecer pela primeira vez uma forma arquitectónica
à qual os Gregos iriam ficar ligados: os propileus, ou seja, uma entrada monumental
em que a porta aberta numa parede é precedida em cada um dos lados por um
alpendre de colunas - Pg. 21.
i)- Foi numa sela à esquerda da entrada que foram descobertos os arquivos Linear
B que tornaram célebre esta escavação: as placas de argila mole ficaram cozidas
no incêndio do palácio e foram por isso miraculosamente preservadas - Pg. 21.
j)- O pintor micênico transformou a graciosa visão num puro esquema gráfico que
abraça a curva do vaso com uma soberana elegância [...] O desenho é normalmente
muito tosco nestas obras ousadamente inovadoras; mas, mais do que quaisquer
outras, elas fazem-nos penetrar diretamente no mundo da história, como o célebre
vaso dos guerreiros Micenas, ou no da lenda, como a cratera de Enkomi, em Chipre,
em que alguns dizem reconhecer uma cena mítica de que se teriam conservados
ecos na Ilíada - Pg. 23.
m)- Ainda em tempos recentes se invocava a invasão dórica para explicar a ruína
do mundo micênico e a decadência tão profunda que, entre os séculos XII e X,
marca o período conhecido por Idade Média helênica. Os Dórios eram Gregos
menos evoluídos que, a partir das regiões montanhosas do Noroeste da península,
ocuparam a pouco e pouco a Grécia Central, a maior parte do Peloponeso e, por
fim, as ilhas do Sul do mar Egeu e mesmo Creta, no decurso de uma longa e lenta
progressão que se estendeu por todo o século XI e por uma parte do século X - Pg.
27.
a)- A decadência dos Estados aqueus e a invasão das tribos dorias provocaram,
durante três séculos, movimentações de população que modificaram profundamente
a repartição do povo na bacia do Mar Egeu - Pg. 29
f)- É verdade que a comunhão das tradições religiosas, que, tanto para os jonios
como para os dorios, se juntava à comunhão da língua, teve um importante papel
na conservação do sentimento de seu parentesco original - Pg. 31
g)- No plano da civilização, a diversidade dos dialectos continuou a ser durante muito
tempo um traço essencial do helenismo [...] O exemplo mais notável, e, ao mesmo
tempo, o mais antigo é o da língua épica na qual se combinam, numa síntese tão
complexa quanto harmoniosa, elementos jônicos e elementos eólicos submetidos
às exigências de uma métrica apurada - Pg. 32
h)- Os séculos IX e VIII são habitualmente designados por época geométrica devido
ao caráter original da cerâmica deste tempo [...] linhas retas e motivos geométricos
simples [...] o estilo geométrico destacou-se, de forma lenta e progressiva, da
tradição micênica - Pg. 33
k)- [...] motivo grego - está sempre perfeitamente adaptado à zona que lhe é
atribuída, e as correspondências ou transposições estão sutilmente dispostas numa
ordem ajustada ao mínimo pormenor [...] o elemento humano que está presença
introduz num conjunto puramente abstrato atuará como um fermento de dissolução
que depressa modificará o seu caráter - Pg. 35
n)- Embora o estilo épico, pelo seu caráter formulário, conserve ainda traços do
estilo oral, deve admitir-se que o autor de Ilíada e Odisseia, ainda que uma lenda
tardia o tenha feito passar por cego, transcreveu desde o início as suas grandes
composições [...] A própria perfeição das duas epopeias demonstra que são o
resultado de uma longa tradição [...] é certo que o poeta compôs a sua obra no
mundo das cidades jônicas da Ásia Menor - Pg. 37
p)- Por conseguinte, é com razão que insistimos, desde há alguns anos e por várias
vezes, nas afinidades que a arte de Homero apresenta com a dos mais belos vasos
geométricos [...] as duas grandes epopeias jônicas mostram-nos tudo isto, que
encontramos igualmente nas obras-primas dos oleiros áticos do século VIII - Pg. 38
7. Problematizações principais
Civilização micênica