Apresentação da Disciplina: Disciplina Obrigatória, de 04 créditos.
Avaliação:
1ª Prova Bimestral
2ª Prova Bimestral
Simulado
Participação em debates presenciais ou em nossa página no Facebook
“Debates Previdenciário Faceca 2017 1º Semestre”:. Cada intervenção em sala de aula será avaliada em 5 pontos (até 1 por aula) e cada intervenção em nossa página no Facebook em 2 pontos (até 2 por aula, em um total de 4 pontos por semana)
OU trabalho escrito com tem a ser oportunamente divulgado.
Limite de 05 faltas no semestre.
As fontes de estudo da Disciplina serão a Constituição, as Leis 8.213/91,
8.742/93 e 8.212/91 e o projeto de emenda constitucional a respeito do assunto enviado pelo Governo ao Congresso Nacional, em dezembro de 2016.
Roga-se que o material seja trazido em todas as aulas. Excepcionalmente, e
com aviso prévio, será necessária a consulta a regulamentos da Previdência Social, que serão fornecidos com antecedência por email aos alunos.
Será enviado, com antecedência, um resumo de nossa aula, para facilitar as
discussões em sala de aula. O professor encontra-se à disposição de todos os alunos, para discussão de assuntos pertinentes à disciplina, ou qualquer outro assunto jurídico, no endereço eletrônico l.ribeiro.cruz@gmail.com. Todas as perguntas serão respondidas em até 48 horas.
Conceitos iniciais da Disciplina
Seguridade Social: segundo o artigo 194 da Constituição, o conjunto
integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da Sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à Saúde, Assistência Social e Previdência Social.
Integram nossa ementa de curso a Assistência e Previdência Social.
Havendo tempo disponível, poderemos discutir também a questão da Saúde no Brasil, tema objeto da dissertação de mestrado do professor.
O Direito Previdenciário é um direito público, formado pelo conjunto de
princípios e regras destinados a estabelecer um sistema de proteção social aos indivíduos contra eventos que o impeçam de prover as suas necessidades pessoais básicas e de suas famílias.
Direito Público: porque, ao contrário do direito privado, não há autonomia
das partes envolvidas para estabelecerem novas prestações, obrigações e seus respectivos modos de cumprimento não previstas na Constituição e na Lei. Importante notar que, embora possa ter uma origem histórica comum com o Direito do Trabalho, dele se distanciou completamente, tanto em seu estudo quanto em sua prática. Atualmente, o ramo mais próximo do Direito Previdenciário, do qual adota os princípios fundamentais e pode ser considerado mesmo uma especialização, é o direito Administrativo.
Eventos ou contingências: idade avançada, invalidez, morte, enfermidade,
maternidade, acidente do trabalho, prestações familiares, desemprego e tratamento médico.
A Constituição e a Seguridade Social
Diferença entre Previdência Social e Assistência Social
Segundo a Constituição, artigo 203, caput, a Assistência Social será
prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social.
Já a Previdência Social, segundo o artigo 201, caput, demanda a existência
da contrapartida de contribuições ao sistema de seguridade social para a concessão de suas prestações.
Contribuições Sociais: tributos exigidos com suporte nos artigos 149 e
195 da Constituição, que serão objeto de uma aula específica.
Neste momento, é importante destacar que estas contribuições sociais não
são uma poupança de cada trabalhador/contribuinte específico, como em um regime de capitalização previdenciária. Elas formam um patrimônio comum de todos os brasileiros, que será distribuído conforme a previsão constitucional e legal, em regime de repartição.
Princípios Constitucionais da Seguridade Social (artigo 194 da
Constituição)
1. Universalidade da Cobertura: o sistema de seguridade social
pretende proporcionar proteção contra todos os riscos sociais (eventos) que possam vir a gerar um estado de necessidade (supressão ou diminuição acentuada/imprevista da renda do cidadão). Um sistema ideal forneceria esta proteção “do berço ao túmulo”
2. Universalidade do Atendimento: o sistema de seguridade social
pretende atender a todos que dele necessitem;
3. Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações
urbanas e rurais: princípio inscrito na Constituição de 1988 com o objetivo de por fim à discriminação dos trabalhadores rurais, que existia até então; 4. Seletividade na prestação dos benefícios e serviços: princípio que é contrapartida dos dois primeiros. Se a cobertura e o atendimento são universais, não se deve esquecer que os recursos são sempre limitados. Por isso, deve o legislador fixar quais necessidades serão atendidas prioritariamente;
5. Distributividade na prestação dos benefícios e serviços: a
Constituição de 1988 não é uma Constituição Liberal, nem mesmo politicamente neutra. Ela tem a viva preocupação com o rearranjo econômico da sociedade, e esta disposição se encontra neste sentido, para que a Seguridade Social seja um elemento de redistribuição de renda;
6. Irredutibilidade no valor dos benefícios: impossibilidade de se
reduzir o valor real dos benefícios, a que se dá cumprimento com o reajuste anual dos benefícios pela variação da inflação.
7. Equidade na forma de participação no custeio: financiamento da
Seguridade Social segundo os ditames da justiça fiscal, da capacidade contributiva;
8. Diversidade na base de financiamento: divisão do encargo do
financiamento da Seguridade Social por diversas bases de imposição tributária, a serem pagas por setores também diversos da sociedade.
9. Caráter democrático e descentralizado da Administração, mediante
gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, empregados, aposentados e Governos nos órgãos colegiados: a lei deveria prever a administração colegiada dos órgãos executivos da Seguridade Social e Previdência Social. Embora estes órgãos efetivamente existam, sua real influência é diminuta.
A Proposta de Emenda Constitucional 287 traz uma única
proposta de modificação destes princípios, buscando alterar o artigo 195, I, “a” da Constituição, para explicitar que os trabalhadores rurais (segurados especiais, em especial) devem participar mais efetivamente do custeio da Seguridade Social (hoje participam de forma bastante limitada, como veremos nas próximas aulas).