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INTERPRETAÇÃO DE

TEXTOS

Flávia Rita Coutinho Sarmento


Técnicas de Leitura:

 Fazer uma leitura informativa do texto.


Dessa leitura, você deve apenas definir o
tema do texto e o ponto de vista do autor.
 Tema: usar critério da relevância.
 Ponto de vista do autor: otimista,
pessimista, ufanista, alienado, onisciente,
imparcial, irônico, crítico, apático, cético...
 Fazer uma leitura das questões sem se
preocupar em respondê-las. Com isso,
você estará direcionando sua releitura do
texto.
 Reler o texto visando a otimizar as
informações.Para isso:
 Grife trechos relacionados às questões.
 Circule elementos de coesão.
 Resuma blocos do texto a partir de
palavras-chave.
Análise de Alternativas:

 EXTRAPOLAM as informações contidas no


texto.
 LIMITAM as informações contidas no
texto.
 Estão PARCIALMENTE corretas em relação
às informações contidas no texto.
 CONTRADIZEM as informações do texto.
 Não abordam de forma direta o TEMA do
texto.
Dicas Gerais:

 Alternativas iguais se excluem.


 Há enunciados afirmativos que podem ser
usados para responder questões.
 Evite grifar EXCETO nas questões, procure
traduzi-las.
 Lembre-se de que você está procurando a
resposta mais certa ou a mais errada.
 Não mude sua resposta por achar que ela
é muito obvia.
 Não utilize conhecimento de mundo para
responder a qualquer questão de texto.
 Todas as questões devem ser respondidas
exclusivamente com base no texto.
 Em caso de dúvida, procure usar a
conclusão como parâmetro.
Analisando as questões...

Idéia central do texto

 Responda com base na conclusão.

Questões de título

 Elimine títulos gerais ou parciais.


Estrutura do texto

 Bloco I – introdução: introduzir,


apresentar, fornecer contexto...

 Bloco II – desenvolvimento: desenvolver,


argumentar, fundamentar, embasar...

 Bloco III – conclusão: concluir, resumir,


rearticular, reorganizar, fechar,
finalizar...
Estratégia argumentativa

 Enumeração: seqüência de termos


coordenados entre si.
 Gradação: evolução ou involução de
termos relacionados.
 Exemplificação: detalhamento de um
fato.
 Comentário: fato mencionado sem
nível de detalhamento.
 Comparação: pressupõe relação de
igualdade, inferioridade ou
superioridade.
 Contraste: oposição de duas realidades.

 Causa e conseqüência: relação de


causalidade.
 Hipótese: levantamento de
possibilidade.
 Condição: atrelamento de um fato a
outro.
 Previsão: expectativas futuras.
Intencionalidade do texto

 Procure sempre relacionar a


intencionalidade do texto à tipologia.

 Principais: informar, persuadir, criticar,


comover, ironizar, satirizar...
Linguagem formal / culta / padrão

 Nesse caso, trata-se de uma questão de


gramática. Assim, você deve observar se
há construções coloquiais, típicas da
oralidade.
Questões de vocabulário

 Procure referências no texto ou use a


técnica do desmembramento da palavra.

Ambiguidade

 Análise de enunciados com duplo


sentido.
Gêneros Textuais
 Dissertação: normalmente escrita em
terceira pessoa, apresenta
argumentos, é um texto temático e
fechado.
 Artigo de opinião: pode ser escrito em
primeira ou em terceira pessoa,
apresenta ponto de vista claro
embasado em argumentos, é temático,
pode estabelecer diálogo com o leitor.
 Crônica: é um texto narrativo, pode ter
foco em primeira ou terceira pessoa,
apresenta traços minimalistas, pode ter
voz crítica ou irônica.
 Editorial: é um texto pluritemático,
manifesta a opinião do editor sobre a
revista ou sobre matérias nela
veiculadas, estabelece freqüentemente
diálogo com o leitor.
 Ensaio: trata-se de uma crítica a um
fato ou personalidade pública, expressa
a opinião do autor.
TIPOLOGIAS TEXTUAIS
 Dissertação
 Descrição
 Narração
 Exposição
 Injunção
Intertextualidade

 Citação: transcrição de trecho integral


de outro texto.
 Alusão: referência explícita ou implícita
a outro autor, texto, personagem...
 Paráfrase: reescrita mantendo-se o
sentido básico.
Linguagem figurada / conotativa /
metafórica

 Nesse caso, você deve observar aspectos


semânticos da sentença, ou seja, se há
palavras empregadas fora do sentido
real.
CONECTIVOS
Os conectivos ou elementos de coesão
são importantes para a compreensão do
texto, pois são responsáveis pelas relações
de sentido produzidas internamente.

É importante que o aluno tenha uma visão


interpretativa em relação aos conectores,
não se limitando a decorá-los.
ELEMENTOS DE COESÃO COORDENATIVOS
01. de adição: e, nem, não só... mas
também, não apenas... como ainda...
Ex.:A economia não apenas se fortaleceu
nas últimas décadas como ainda ampliou
seus indicadores sócio-econômicos.
02. de adversidade
(contraste/oposição): mas, contudo,
entretanto, todavia, porém, no entanto,
não obstante...
Ex.: A economia se desenvolveu muito nas
últimas décadas, mas há ainda
precariedades nesse setor.
03. de explicação: que, porque, pois, porquanto
(anteposto ao verbo)...
Ex.: Os cidadãos são responsáveis pela forma com
que seus governantes conduzem o país, pois são
livres para escolherem seus dirigentes.
04. de alternância: ou, ou...ou, ora...ora, já...já,
quer...quer...
Ex.: Ou o mundo parte para um lado mais social,
ou não sobreviveremos ao individualismo
capitalista.
05. de conclusão: portanto, logo, então, por
isso, pois (posposto ao verbo)...
Ex.: Os cidadãos são responsáveis pelos
candidatos que elegem, são, pois, também
responsáveis pela forma com que os mesmos
conduzem o país.
ELEMENTOS DE COESÃO SUBORDINATIVOS
06. de concessão (exceção à regra):
embora, apesar de, ainda que, mesmo
que, posto que, conquanto, em que
pese...
Ex.:Embora os indicadores econômicos
revelem relativa melhora, os sociais se
mostram estagnados.
07. de causa: visto que, já que, porque,
como (só no início de frase), porquanto...
Ex.: Como os brasileiros se preocupam
pouco com política, julgam-se no direito
de não se responsabilizarem pela
corrupção institucionalizada no país.
08. de consequência: tal que, tanto que,
tão que, de modo que, de sorte que...
Ex.: As causas das desigualdades sociais no
Brasil são tantas que nem é possível
enumerá-las.
09. de conformidade: como, conforme,
segundo, de acordo com...
Ex.: Todos agiam segundo os próprios
objetivos políticos.
10. de condição: se, caso, desde que,
somente se, apenas se...
Ex.: Se os representantes brasileiros não
fossem cleptocratas, haveria menor
desigualdade social.
11. de tempo: já, agora, desde que, logo, assim
que, quando, enquanto...
Ex.: Desde que a imunidade parlamentar foi
regulamentada, ficou fácil ser corrupto no Brasil.
12. de comparação: como, igual a, tanto
quanto, mais...que, menos...que...
Ex.: Assim como nossos cidadãos, nossos políticos
não se julgam responsáveis pelo Brasil.
13. de finalidade: a fim de , para, para que...
Ex.: Para que o Brasil se torne um país
desenvolvido, é necessário se ater a questões
sociais.
14. de proporcionalidade: à medida que, à
proporção que, quanto mais...mais, quanto
mais...menos...
Ex.: A pobreza no Brasil cresce, à medida que a
urbanização evolui.
Funções de Linguagem
 Para entendermos com clareza as
funções da linguagem, é bom
primeiramente conhecermos as etapas
da comunicação.
 Ao contrário do que muitos pensam, a
comunicação não acontece somente
quando falamos, estabelecemos um
diálogo ou redigimos um texto, ela se
faz presente em todos (ou quase todos)
os momentos.
 No ato de comunicação percebemos a
existência de alguns elementos, são eles:

a) emissor: é aquele que envia a


mensagem (pode ser uma única pessoa
ou um grupo de pessoas).
b) receptor: é aquele a quem a
mensagem é endereçada (um indivíduo ou
um grupo), também conhecido como
destinatário.
c) canal de comunicação: é o meio pelo
qual a mensagem é transmitida.
d) código: é o conjunto de signos e de
regras de combinação desses signos
utilizado para elaborar a mensagem: o
emissor codifica aquilo que o receptor irá
descodificar.
e) contexto: é o objeto ou a situação a
que a mensagem se refere.
 Partindo desses seis elementos , existem seis
funções de linguagem, que são:

1. Função referencial: o referente é o


objeto ou situação de que a mensagem
trata. A função referencial privilegia
justamente o referente da mensagem,
buscando transmitir informações objetivas
sobre ele. Essa função predomina nos
textos de caráter científico e é privilegiado
nos textos jornalísticos.
 2. Função emotiva: por meio dessa
função, o emissor imprime no texto as
marcas de sua atitude pessoal: emoções,
avaliações, opiniões. O leitor sente no
texto a presença do emissor.
3. Função conativa: essa função procura
organizar o texto de forma a que se imponha sobre
o receptor da mensagem, persuadindo-o,
seduzindo-o. Nas mensagens em que predomina
essa função, busca-se envolver o leitor com o
conteúdo transmitido, levando-o a adotar este ou
aquele comportamento.
 4.Função fática: a palavra fático significa
“ruído, rumor”. Foi utilizada inicialmente
para designar certas formas que se usam
para chamar a atenção (ruídos como psiu,
ahn, ei). Essa função ocorre quando a
mensagem se orienta sobre o canal de
comunicação ou contato, buscando
verificar e fortalecer sua eficiência.
5. Função metalinguística: quando a
linguagem se volta sobre si mesma,
transformando-se em seu próprio referente,
ocorre a função metalingüística.
 6. Função poética: quando a mensagem
é elaborada de forma inovadora e
imprevista, utilizando combinações
sonoras ou rítmicas, jogos de imagem ou
de idéias, temos a manifestação da função
poética da linguagem. Essa função é
capaz de despertar no leitor prazer
estético e surpresa. É explorado na poesia
e em textos publicitários.
Essas funções não são exploradas
isoladamente, de modo geral, ocorre a
superposição de várias delas. Há, no
entanto, aquela que se sobressai, assim
podemos identificar a finalidade principal
do texto.
Norma culta x Norma coloquial

 Norma culta nada mais é do que a


modalidade lingüística escolhida pela elite
de uma sociedade como modelo de
comunicação verbal. É a língua das
pessoas escolarizadas. Ela comporta dois
padrões: o formal e o coloquial: ·
 Padrão coloquial - É a versão oral da
língua culta e, por ser mais livre e
espontânea, tem um pouco mais de
liberdade e está menos presa à rigidez
das regras gramaticais. Entretanto, a
margem de afastamento dessas regras é
estreita e, embora exista, a
permissividade com relação às
"transgressões" é pequena.
 Padrão formal - É o modelo culto
utilizado na escrita, que segue
rigidamente as regras gramaticais. Essa
linguagem é mais elaborada, tanto
porque o falante tem mais tempo para
se pronunciar de forma refletida como
porque a escrita é supervalorizada na
nossa cultura. É a história do "vale o
que está escrito". ·

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