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Resumo
Este trabalho pretende por meio de revisão de literatura, apresentar uma discussão
sobre a Iniciação Cientifica (IC) com foco no Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação Cientifica para o Ensino Médio (PIBIC-EM). Para tanto, realizou-se uma
busca pela palavra “PIBIC-EM” nas seguintes fontes: banco de dissertações e teses
da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoa Física de Nível Superior),
artigos publicados em periódicos e textos produzidos nas reuniões nacionais da
ANPEd (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação).
Primeiramente analisou-se os títulos dos trabalhos encontrados e depois a análise foi
feita com base nos resumos dos textos cujo tema se coadunava com o programa
PIBIC-EM e, posteriormente examinou-se os textos completos. Os resultados revelam
que o PIBIC-EM oferece contribuições como: possibilidade de constituição de carreira
acadêmica ou cientifica para os bolsistas e maior ambientação do campo universitário;
incentivo a pesquisa na Educação Básica (EB) e as influências positivas para a
inserção desses jovens na universidade; por outro lado, o programa apresenta
fragilidades pois mostra-se pouco abrangente, contemplando apenas alguns alunos
selecionados na escola, necessitando, portanto, de ampliação, para que um maior
número de estudantes possam ser incluídos. Verificou-se também que o programa
apresenta desafios, como a necessidade de maiores investimentos. Evidenciou-se
através desse levantamento bibliográfico, que o tema é pouco explorado, encontrando
poucas pesquisas relacionadas e portanto um campo aberto de temas de estudo.
Introdução
Historicamente a Iniciação Cientifica (IC) no Brasil começou na Educação
Superior (ES). As bolsas de IC começaram com a criação do CNPq (Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), em 1951, a princípio eram
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concedidas aos alunos de graduação. Em continuidade à política para a educação
superior o CNPq lançou, em 1993, o PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação Científica). Apenas em 2003 criou a ICJ (Iniciação Cientifica Junior) para a
concessão de bolsas para estudantes da Educação Básica (EB). Porém, somente em
2010 foi criado o PIBIC-EM (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica
para o Ensino Médio), sendo este foco deste estudo. Considerando esse contexto,
recorremos a fala de Ferreira (2010, p.229) que considera
A temática da iniciação cientifica no âmbito do ensino médio da maior
importância, [...] entendo os vários significados que esse tipo de
atividade acadêmica pode ter na vida de jovens que ainda não
ingressaram na universidade - e que, portanto, ainda não decidiram
acerca de seus futuros profissionais (FERREIRA, 2010, p.229).
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Foi utilizado colchetes e interrogação porque corresponde a indicação de data aproximada, pois, a referência de
data da publicação não foi encontrada na página do site.
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retratando elementos de um círculo virtuoso entre a universidade e as escolas.
Segundo os mesmos autores, um dos motivos para a criação e para a expansão da
ICJ é a necessidade de desenvolver nos jovens o gosto pela ciência, e de fomentar a
vontade de seguir a carreira cientifica e acadêmica nesses jovens alunos de escolas
públicas. Outra questão de acordo com Lima, Souza, Carpes e Mello-Carpes (2017)
é que diante da participação do programa PIBIC-EM os estudantes levam para seu
cotidiano os novos conhecimentos provenientes da experiência que tiveram na
universidade, dessa forma compartilhando e ampliando esses conhecimentos e
experiências com as pessoas que fazem parte de sua vivência. Os autores apontam
também a relevância e o impacto positivo deste programa para a inserção de jovens
estudantes na universidade.
Oliveira e Bianchetti (2017) argumentam que a decisão pela entrada no PIBIC-
EM é composta de racionalidade relacionadas à adequação dos meios a um fim
pretendido, ou seja, a introdução e a permanência no Ensino Superior (ES) além de
uma mais rápida e certa entrada na pós-graduação. Segundo os mesmos autores,
para alguns bolsistas, a participação no Programa possibilita alçar novas e melhores
posições na estrutura social, por causa do acesso a capitais sociais e culturais
prestigiados pela elite, correspondendo para esses estudantes uma ruptura com a
temporalidade da sua condição social de origem. Também, por meio do PIBIC-EM, os
bolsistas revelam que, podem superar o medo do mitificado ambiente universitário,
constituindo o desejo e apreendendo o habitus característico do campo acadêmico,
ou seja, os estudantes antevêem a participação no Programa como uma forma de
preparação para cursar uma faculdade, para entrar em uma universidade.
Almeida e Morais (2016) expõe que na UNICAMP (Universidade Estadual de
Campinas), o projeto PIBIC-EM, cujo objetivo é dar a oportunidade para que alunos
do Ensino Médio da rede pública de Campinas pudessem participar de atividades
acadêmicas, tem sido uma experiência muito enriquecedora tanto para os alunos
quanto para os colaboradores participantes do projeto.
Verificamos, também, as fragilidades e o caráter focal desse programa,
conforme expõe Oliveira (2015), o PIBIC-EM não abrange de maneira geral no ensino
médio, ele privilegia um grupo selecionado, ou seja, as iniciativas são restritas a
alguns estudantes das escolas. O autor expõe a necessidade de ampliação do número
de bolsas e o caráter meritocrático na seleção dos bolsistas. Segundo ele na seleção
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são considerados os requisitos legais, e também é determinante na escolha dos
bolsistas critérios comportamentais e meritocráticos. O autor afirma que nesse
processo ocorre um favorecimento dos já favorecidos o que reproduz as
desigualdades das estruturas sociais, argumenta que prevalece na seleção
competência social substanciada nos critérios comportamentais, no capital
educacional, social e econômico e também na rede de relações do estudante. O
mesmo autor questiona se essa não é mais uma política compensatória, revelando
assim a ausência de uma política de estado de caráter universalista.
Compreendemos, em síntese, que o programa apresenta contribuições,
limites e desafios. Sob um aspecto mais geral o fato que nos chama atenção é o
PIBIC-EM apresentar-se como uma política focal, necessitando de ampliação, tanto
para o atendimento a um maior número de estudantes quanto de escolas.
Considerações Finais
O estudo das pesquisas desenvolvidas sobre o PIBIC-EM evidenciam que o
programa oferece diversificadas contribuições como: possibilidade de constituição de
carreira acadêmica ou cientifica para os bolsistas e maior ambientação do campo
universitário, incentivo a pesquisa na EB e as influências positivas para a inserção
desses jovens na universidade, dentre outros.
Por outro lado, o programa mostra-se pouco abrangente, contemplando apenas
alguns alunos selecionados na escola, necessitando, portanto, de ampliação, para
que um maior número de estudantes possam ser incluídos. Verificou-se também que
o programa apresenta desafios, como a necessidade de maiores investimentos.
Evidenciou-se através desse levantamento bibliográfico, que o tema é pouco
explorado, encontrando poucas pesquisas relacionadas. Verificou-se, portanto, um
campo aberto de temas de estudo.
Referências
ALMEIDA, Maria Aparecida de Andrade. Moraes, Tobias Vilhena de. PIBIC-EM no
Núcleo de História e Arqueologia da Unicamp. Rev. Arqueologia Pública.
Campinas SP; v. 10 n.2 p.60-68 JUN.2016 ISSN 2237-8294. Disponível em:
<http://www-periodicos-capes-gov-
br.ez52.periodicos.capes.gov.br/index.php?option=com_pmetabusca&mn=88&smn=
88&type=m&metalib=aHR0cDovL3JucC1wcmltby5ob3N0ZWQuZXhsaWJyaXNncm9
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&buscaRapidaTermo=%22pibic-em%22>. Acesso em: 28 jun 2018.
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