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ARTIGO ARTICLE 2131

Saúde bucal no contexto do Programa Saúde da


Família: práticas de prevenção orientadas
ao indivíduo e ao coletivo

Oral health in the context of the Family Health


Program: preventive practices targeting
individual and public health

Gilmara Celli Maia de Almeida 1


Maria Ângela Fernandes Ferreira 1

Abstract Introdução

1Departamento de Professional practices reflect the structuring of Existe uma discussão constante acerca da rees-
Odontologia, Universidade
Federal do Rio Grande do
health services and are related to the underlying truturação dos serviços de saúde baseada nos
Norte, Natal, Brasil. principles of the prevailing health care model. princípios do SUS, emergindo como centro de
This study focused on preventive and educa- transformação nesse contexto o Programa Saúde
Correspondência
G. C. M. Almeida tional practices by dentists in the Family Health da Família (PSF). Apesar disso, ainda se verificam
Departamento de Program in Natal, Rio Grande do Norte State, práticas fundadas em um modelo individualista
Odontologia, Universidade
Brazil. A structured interview was held with 80 e desarticuladas das necessidades da população.
Federal do Rio Grande
do Norte. dentists, in addition to analysis of documents A equipe de saúde bucal, embora inserida
Rua Tertius Rabelo 1730, from the Outpatient Database of the Unified Na- somente em 2001 nesse contexto do PSF, apre-
Natal, RN
tional Health System (SIA-SUS) and the Primary senta-se como parte integrante e importante
59054-520, Brasil.
gilmaracelli@yahoo.com.br Care Database. Individual activities involving para a saúde da população. Nesse sentido, a
orientation for oral hygiene and topical applica- Política Nacional de Saúde Bucal propõe a in-
tion of fluoride were reported by 87.5% and 95% corporação progressiva de ações de promoção e
of dentists, respectively. At the collective level, all proteção em saúde, como fluoretação das águas
the dentists that worked in schools (91.2%) per- de abastecimento, educação em saúde, higiene
formed topical fluoride application, while 86.2% bucal supervisionada e aplicações tópicas de
conducted educational activities. According to flúor 1. Com exceção da fluoretação da água, as
SIA-SUS records, preventive activities accounted demais ações estão diretamente relacionadas
for 41% of all procedures. Among these, topical ao papel do cirurgião-dentista como ator desse
application of fluoride gel per sitting and super- processo.
vised brushing accounted for 24.4% and 31%, Mesmo que se enfatize a integração da pre-
respectively. As for educational activities, 57.4% venção às práticas de saúde, a menor parcela de
were held in the health care unit and 42.6% in the estudos sobre medidas preventivas em Odonto-
community. The findings indicate that the pre- logia são provenientes da América Latina (2,9%) 2.
ventive practices focus on dental caries, particu- A educação em saúde está sendo pouco descrita
larly in schoolchildren, and that they need to be nos estudos de forma isolada, sendo as práticas
expanded to include other oral health problems. mais avaliadas o flúor em dentifrícios e boche-
chos, assim como selantes oclusais 2. Há ainda
Preventive Dentistry; Information Systems; Fam- um direcionamento dos estudos preventivos para
ily Health Program; Oral Health grupos específicos, principalmente escolares 2,3,4.

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A regularidade e freqüência do procedimento A entrevista continha questões sobre as ativi-


preventivo, as ações voltadas aos diferentes pro- dades preventivas e educativas realizadas pelos
blemas bucais e a outras faixas etárias ainda são profissionais em âmbito individual e coletivo.
informações escassas. Em âmbito coletivo, investigou-se a divisão das
Além de identificar algumas limitações na atividades por grupos, assim como a freqüência
abordagem das ações de prevenção e promoção em cada um deles. Além disso, foi verificado se
em saúde, verifica-se que, na saúde bucal, ainda havia utilização de algum instrumento para ava-
são incipientes a utilização de estudos avaliativos liação das mudanças ocorridas após a realização
e levantamento epidemiológico como norteador das ações preventivas.
do planejamento e realização das ações. Assim, Para auxiliar na discussão dos dados coleta-
o Ministério da Saúde 5 expõe que a avaliação é dos nas entrevistas, foi desenvolvida uma pes-
essencial na atenção básica, sendo o Sistema de quisa documental no Sistema de Informação em
Informação da Atenção Básica (SIAB) e o Sistema Saúde através do SIA/SUS e SIAB. O SIA/SUS con-
de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) tém os procedimentos realizados pelas unidades
instrumentos de gestão importantes para subsi- de saúde, inseridas ou não na Estratégia Saúde da
diar as tomadas de decisões e formação dos su- Família. A produção é lançada mensalmente, in-
jeitos envolvidos nos processos. cluindo as atividades em saúde bucal no âmbito
Considerando esses aspectos, objetiva-se ve- da atenção básica. Nos registros do SIA-SUS, foi
rificar não só a incorporação das práticas pre- selecionado o grupo “ações básicas em odontolo-
ventivas e educativas, como também a existência gia” presente na produção ambulatorial do SUS,
de instrumentos de avaliação dessas atividades, de acordo com quantidade apresentada no ano
tanto em âmbito individual, quanto em nível co- de 2006. Além dos procedimentos do grupo de
letivo, desenvolvidos pelo cirurgião-dentista no atenção básica em odontologia, também cole-
contexto do PSF. taram-se no SIA/SUS as “atividades coletivas de
educação em saúde realizadas por profissional
de nível superior”.
Materiais e métodos O SIAB é um sistema de informação da Es-
tratégia Saúde da Família, no qual as equipes de
Tipo de estudo saúde bucal inseridas registram os procedimen-
tos coletivos, atividade educativa em grupo e vi-
Trata-se de um estudo exploratório e descritivo. sitas domiciliares. Ressalta-se que no SIAB não
são fornecidas informações detalhadas sobre as
População de estudo ações coletivas realizadas em saúde bucal, sendo
registrado apenas o total de procedimentos cole-
A população consiste de 91 cirurgiões-dentistas tivos do PSF.
inseridos nas equipes de saúde bucal do PSF, cor- Esses documentos e informações permitem
respondendo a todos aqueles presentes na lista melhor avaliação do que está sendo feito e re-
fornecida pela Secretaria Municipal de Saúde em gistrado no município no que diz respeito aos
março de 2006. Foram excluídos do estudo os procedimentos preventivos e coletivos em saúde
profissionais que estavam inseridos há menos de bucal, apresentando-se como instrumento auxi-
seis meses no PSF. liar em todo processo de planejamento das ações
desenvolvidas pelos profissionais.
Instrumentos de coletas de dados
Análise dos dados
Foram elaboradas e realizadas entrevistas estru-
turadas contendo perguntas abertas e fechadas, Os dados foram apresentados e analisados atra-
as quais foram aplicadas por dois pesquisadores. vés de números absolutos e percentuais. Os da-
A entrevista foi desenvolvida com 80 dentistas do dos percentuais das atividades individuais e no
PSF, com perda de aproximadamente 12%, em grupo dos escolares foram calculados a partir
virtude da exclusão daqueles que apresentavam do total de dentistas entrevistados (n = 80). En-
menos de seis meses de PSF, dos que não acei- tretanto, as atividades desenvolvidas durante a
taram fazer parte da pesquisa ou que estavam visita domiciliar, com a comunidade e os demais
afastados da Unidade durante a coleta de dados. grupos (gestantes, bebês, idosos, adolescentes,
A lista fornecida pela Secretaria Municipal de hipertensos e diabéticos) apresentaram como
Saúde de Natal (SMS-Natal), Estado do Rio Gran- base de cálculo o total de dentistas em cada gru-
de do Norte, Brasil, foi numerada de 1 a 91 para po, e não o total de entrevistados. Para os dados
que os nomes dos dentistas não fossem identi- do SIA-SUS e SIAB, foi feita proporção entre os
ficados. procedimentos considerando como denomina-

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SAÚDE BUCAL NO CONTEXTO DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA 2133

dor o total dos registros no ano de 2006. Realizou- dessas ações (61,2%). De forma menos incipien-
se, ainda, comparação descritiva com os dados te, emergiram realização de teatros (28,7%) e ro-
da análise documental. O programa Excel (Mi- das de conversa (7,5%).
crosoft Corp., Estados Unidos) foi utilizado para Ainda no contexto da prevenção em âmbito
execução de cálculos e construção de tabelas e coletivo, a visita domiciliar e os grupos de gestan-
gráficos. tes, idosos, hipertensos e diabéticos foram referi-
dos por um pouco mais da metade dos dentistas.
Entretanto, de forma menos freqüente, foram
Resultados relatadas ações em grupos na comunidade e nos
diferentes espaços sociais (18,7%).
Dados da entrevista A visita domiciliar foi destacada por parte dos
dentistas (n = 43) como forma de realizar orien-
O primeiro aspecto abordado relaciona-se às ati- tação de higiene e outras atividades, principal-
vidades realizadas em âmbito individual ou de mente voltadas aos indivíduos que não podem
consultório, sendo a aplicação tópica de flúor ir à unidade de saúde. Essa identificação é feita
destacada por 95% dos dentistas e a orientação com auxílio dos agentes de saúde e da equipe de
de higiene bucal, por 87,5%, conforme se verifica enfermagem. Dentre os 43 dentistas que relata-
na Tabela 1. ram a visita domiciliar, 46,5% citaram a orienta-
A orientação de higiene bucal consiste em ção voltada aos acamados/idosos e indivíduos
orientações verbais sobre como escovar os den- sem locomoção; 27,9%, a mães e recém-nasci-
tes e como usar o fio dental, sendo o macromo- dos; 13,9%, a gestantes, e 11,63% não especificou
delo utilizado como instrumento auxiliar de de- grupo.
monstração. Por sua vez, a categoria “controle de No que se refere às atividades desenvolvidas
higiene/intervenção” refere-se à orientação de durante a visita domiciliar, dez dentistas rela-
higiene, mas mediante intervenção, como esco- taram fazer orientação de higiene bucal e dieta
vação supervisionada e/ou utilização de eviden- (23,3%); cinco (11,6%) avaliam as condições e
ciadores. hábitos de vida, evidenciando a orientação sobre
No que concerne às atividades preventivas saúde geral. Além disso, o câncer de boca e estí-
em âmbito coletivo, verifica-se que são realiza- mulo ao auto-exame foi referido por apenas 7%.
das em grupos, sendo os escolares relatados pela Para os demais grupos (gestantes, bebês, ido-
maior parte dos dentistas (91,2%). Todos os den- sos, adolescentes, hipertensos e diabéticos e gru-
tistas que desenvolvem ações preventivas com pos na comunidade), as atividades preventivas
escolares citaram a aplicação tópica de flúor, en- podem ser verificadas na Figura 1. A somatória
quanto a escovação supervisionada foi relatada ultrapassa os 100%, tendo em vista que a maioria
por 36,2% dos profissionais e orientação a pais dos dentistas citou mais de uma atividade por
e/ou professores, por 21,2%. Destacando as ati- grupo.
vidades educativas nas escolas, citadas por 86,2% Além das atividades presentes na Figura 1,
dos dentistas, verificou-se que as palestras des- no grupo das gestantes verificou-se que 15,2%
tacam-se como a principal forma de realização já fazem orientação voltada ao bebê. No grupo

Tabela 1

Atividades preventivas em âmbito individual, segundo dentistas do Programa Saúde da Família de Natal, Rio Grande do Norte,
Brasil, 2006.

Atividades individuais n %

Aplicações tópicas de flúor 76 95,0


Orientação de higiene bucal/Uso do fio dental 70 87,5
Controle de higiene/intervenção 40 50,0
Profilaxia 24 30,0
Orientação sobre dieta 20 25,0
Selantes 8 10,0
Orientação sobre câncer de boca 6 7,5
Orientação sobre hábitos deletérios 3 3,7
Orientação sobre saúde geral 2 2,5

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Figura 1

Atividades preventivas para os grupos na comunidade, gestantes, bebês, idosos, adolescentes, hipertensos e diabéticos, segundo os dentistas do Programa
Saúde da Família de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil, 2006.

0,0 50,0 100,0 150,0 200,0


Orientação de higiene bucal

Palestras
Grupos na comunidade (n = 15)
Rodas de conversa

Integração com a
equipe/Orientações sobre
Adolescentes (n = 11) saúde em geral

Hipertensos e diabéticos (n = 41)

Idosos (n = 46)

Bebês (n = 32)

Gestantes (n = 46)
Grupos

dos bebês, 15,6% fazem acompanhamento da Quanto à utilização de instrumentos de ava-


dentição e seu processo de erupção. Atividades liação para verificar mudanças ou impacto nos
preventivas importantes para a saúde geral, tais indivíduos ou grupos beneficiados com as ações,
como caminhadas, passeios e outras ações vol- a maioria dos dentistas relatou a inexistência
tadas ao lazer das pessoas, foram referenciadas de instrumentos avaliativos (73,7%), enquanto
no grupo de idosos (10,9%) e hipertensos e dia- 15% relataram anotar algo na ficha ou prontu-
béticos (7,3%). Em adição, observou-se maior ário/livro, 7,5% utilizaram o índice 0,1,2 e 3,7%
preocupação com o câncer de boca e uso de pró- realizaram o índice CPO-D/ceo-d. Tanto o índice
tese nesses grupos, sendo orientação sobre essa 0,1,2 como o CPO-D/ceo-d foram desenvolvidos
temática referenciada por 40,0% nos idosos e por apenas nas escolas, sendo mensurados somente
19,5% nos hipertensos e diabéticos. os índices iniciais, pois não houve uma segunda
Ao avaliar regularidade e sistematização das avaliação para comparação dos dados.
atividades em cada grupo, utilizou-se como pa-
râmetro a categoria “freqüência não-estabeleci- Dados da análise documental
da”, a qual caracteriza-se pelo desenvolvimento
de forma pontual ou esporádica das atividades Ao analisar os dados referentes à visita domici-
em cada grupo, ou seja, não existe um período liar no SIAB, foi feita uma relação proporcional
estabelecido para realizar as atividades nova- das visitas realizadas por médicos, enfermeiros
mente. Essa categoria correspondeu a 31,5% nos e outros profissionais de nível superior. Consi-
escolares; 30,4% nas gestantes; 43,9% nos hiper- derando-se os valores encontrados para o ano
tensos e diabéticos; 50% nos bebês; 52,2% nos de 2006, a visita realizada pelos médicos corres-
idosos; 63,6% nos adolescentes e 86,7% na visita ponde a 38,6% do total, por enfermeiros, a 40,8%,
domiciliar. e a categoria “visita por outros profissionais de

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nível superior”, na qual se insere o dentista, re- ponde a aplicações tópicas de flúor em forma de
presentou 20,5% quando comparada às outras gel por sessão, corroborando com a maior cita-
duas categorias. ção desse procedimento em consultório pelos
No que concerne aos dados do SIA-SUS, ve- dentistas.
rificou-se a proporção dos procedimentos com A utilização do flúor gel emergiu fortemen-
caráter coletivo ou preventivo, dentre o total de te no movimento preventivista, perpetuando-se
ações básicas em Odontologia, observando-se até os momentos atuais, em que se evidencia
que as ações preventivas representaram 41% do um modelo reestruturador voltado para a famí-
total de procedimentos para o ano de 2006. Após lia. O preventivismo odontológico destacou-se
avaliar a proporção dos procedimentos preven- na década de 1980 com a criação da Associação
tivos e coletivos em saúde bucal diante do total Brasileira de Odontologia de Promoção de Saúde
da produção ambulatorial, foi feita uma análise (ABOPREV), apresentando-se o flúor gel em es-
proporcional em separado apenas dessas ações colares de 6 a 12 anos como prática corrente 8.
preventivas entre si, como pode ser observado Dentre as outras atividades em âmbito indi-
na Tabela 2. vidual, a orientação de escovação com interven-
Na Tabela 2, verificam-se como principais ção, ou seja, escovação supervisionada e uso de
ações de âmbito individual: “ação terapêutica in- evidenciadores, apresentou-se com discreta di-
tensiva com flúor por sessão” (24,4%) e “controle ferença ao comparar os resultados antes (42%) 7
de placa bacteriana” (17,9%). No que se refere às e após (50%) a implantação do PSF no município.
ações coletivas, destacam-se: “ação coletiva de O trabalho de Costa et al. 7 apresentou metodo-
escovação supervisionada” (31%) e “ação coletiva logia similar à do nosso estudo, diferenciando-se
de aplicação tópica de flúor gel” (18%). A catego- por entrevistar dentistas da rede pública e pri-
ria “ação coletiva de exame bucal com finalidade vada, sendo estes escolhidos de forma aleatória
epidemiológica” apresentou registros menos ex- com base na inscrição no Conselho Regional de
pressivos (5%). Ressalta-se que os procedimen- Odontologia. Portanto, as diferenças metodoló-
tos de ação coletiva foram incluídos nos registros gicas não influenciaram na comparação dos re-
apenas em 14 de fevereiro de 2006 por meio da sultados.
Portaria nº. 95 6. A similaridade da prática profissional rea-
Quanto aos registros do SIA-SUS de “ativida- lizada em consultórios públicos e particulares,
des coletivas de educação em saúde realizadas constatado em alguns estudos 7,9, demonstra
por profissional de nível superior”, a análise pro- que o serviço público está reproduzindo essas
porcional entre as atividades realizadas no esta- atividades, muitas vezes, de forma descontextu-
belecimento de saúde e as realizadas na comuni- alizada das necessidades do paciente. Alguma
dade (fora da unidade de saúde) é verificada na diferença foi constatada acerca de procedimen-
Figura 2. Para o ano de 2006, a educação em saú- tos realizados por dentistas em outros países, os
de realizada na comunidade representou 42,6%, quais, além de darem instrução de higiene oral
em comparação com 57,4% para a realizada no individual, também, com freqüência, participam
estabelecimento. A limitação desses dados é que da orientação sobre câncer oral, verificação de
não existe separação das ações realizadas apenas pressão arterial, aconselhamento sobre fumo e
pelos dentistas. problemas periodontais. Tal procedimento de-
monstra preocupação maior de integrar a saúde
oral à saúde geral e a tentativa de não se limitar à
Discussão cárie dentária 10,11.
Para metade dos dentistas do PSF, o contro-
Apesar do PSF se apresentar como um modelo le do biofilme apresenta-se como atividade em
reestruturador, verifica-se que ainda existe repro- âmbito individual, sendo mais expressivo que
dução de métodos tradicionais. No que tange às em âmbito coletivo. Por outro lado, os registros
ações preventivas individuais, o presente estudo do SIA-SUS refletem uma relação contrária, em
apresentou condutas semelhantes às do estudo que a ação coletiva de escovação supervisionada
de Costa et al. 7, que verificou as atividades rea- ocorreu quase duas vezes mais que o controle do
lizadas no serviço público antes da implantação biofilme em âmbito individual.
do PSF no Município de Natal. O flúor gel é uma Em se tratando da realidade do Município de
prática evidenciada por 90% dos dentistas da re- Natal, a orientação sobre o câncer de boca em
de pública do município antes da inserção no âmbito individual se mostrou pouco presente
PSF, contra os 95% verificados atualmente. no discurso dos dentistas, assim como foram
Fazendo um paralelo com os dados do SIAB, mínimas as referências a hábitos deletérios e à
percebe-se que a atividade preventiva individual saúde geral. Percebe-se que tanto a abordagem
predominante nos registros do SIA-SUS corres- de assuntos além da cárie dentária quanto a as-

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Tabela 2

Distribuição percentual dos procedimentos preventivos realizados pelos dentistas do Município de Natal, Rio Grande do Norte,
Brasil, no ano de 2006, segundo registros do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS).

Tabela SIA-SUS (procedimentos após outubro/1999) Ano 2006 (%)

Ação coletiva de escovação dental supervisionada 31,0


Ação coletiva de bochecho fluorado 2,6
Ação coletiva de aplicação tópica de flúor gel 18,0
Ação coletiva de exame bucal com finalidade epidemiológica 5,0
Aplicação terapêutica intensiva com flúor por sessão 24,4
Aplicação de cariostático por dente 0,3
Aplicação de selante por dente 0,8
Controle de placa bacteriana 17,9
Total 100,0

Figura 2

Distribuição percentual das atividades de educação em saúde realizadas por profissional de nível superior na comunidade e
no estabelecimento de saúde, entre os meses de janeiro a dezembro de 2006, segundo registros do Sistema de Informações
Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS). Natal, Rio Grande do Norte, Brasil, 2006.

70

60

50

40

30

20

10

% 0
Educação em saúde/Comunidade Educação em saúde/Estabelecimento

sociação com aspectos acerca da saúde geral são Dentre as atividades preventivas registradas
pouco freqüentes. A própria tabela do SIA-SUS no SIA-SUS, a mais freqüente corresponde à
apresenta lacunas para atividades voltadas a ou- ação coletiva de escovação supervisionada. No
tros problemas bucais. nosso estudo, a realização da escovação super-
Ao contrário das atividades individuais, as visionada em âmbito coletivo foi relatada por
ações em grupos populacionais são expressivas mais de um terço dos dentistas, mas apenas nas
no Saúde da Família, rompendo-se um pouco escolas. A ação coletiva de aplicações tópicas
com as barreiras do consultório e do modelo de flúor em forma de gel no SIA-SUS apresen-
tradicional voltado para o individualismo e cura- ta-se como a segunda atividade mais realizada
tivismo. em âmbito coletivo. Coerentemente, os dentis-

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SAÚDE BUCAL NO CONTEXTO DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA 2137

tas destacaram a aplicação tópica de flúor nas A terceira Conferência Nacional de Saúde Bu-
escolas como procedimento mais freqüente em cal 15 propõe a relação com a saúde geral inserida
âmbito coletivo. no processo de qualificação dos profissionais de
Por outro lado, embora as atividades educati- saúde, permitindo que estes sejam capazes de
vas realizadas em âmbito coletivo sejam registra- inter-relacionar alterações bucais com manifes-
das no SIA/SUS, não discriminam a quantidade tações sistêmicas. Essa integração é importante
apresentada apenas pelo dentista. Verifica-se e deveria ser mais expressiva, utilizando fatores
que os profissionais de nível superior realizam de risco comuns entre os diversos problemas de
educação em saúde numa proporção maior no saúde para o desenvolvimento das atividades
estabelecimento de saúde quando se compara educativas. De acordo com a Portaria nº. 648 de
ao trabalho desenvolvido na comunidade. En- 2006 16, acompanhar, apoiar e desenvolver ati-
tretanto, o desenvolvimento das atividades em vidades referentes à saúde bucal com os demais
espaços na comunidade é necessário 5. membros da Equipe de Saúde da Família, bus-
A segunda Conferência Nacional de Saúde cando aproximar e integrar ações de saúde de
Bucal 12 e o Ministério da Saúde 5 enfatizam es- forma multidisciplinar, são atribuições dos cirur-
sa questão, demonstrando que a educação em giões-dentistas do PSF.
saúde deve ser desenvolvida nos diferentes es- A Organização Mundial da Saúde (OMS) 17
paços sociais (centros comunitários, igrejas, as- evidencia a integração da saúde oral com a saúde
sociações de moradores, escolas, fábricas, dentre geral, buscando relacionar as atividades de saúde
outros), expandindo as atividades para além das bucal às políticas públicas e aos programas de
paredes da unidade, característica importante no saúde através de fatores como o consumo do ál-
PSF 13. Apesar da possibilidade de atuação em cool e do tabaco, a dieta e consumo de açúcar, hi-
diversos espaços, em nosso estudo o mais utili- giene corporal como um todo, trabalhos de pre-
zado é a escola, com pouca referência a outros venção de acidentes de trânsito, integração com
ambientes na comunidade. programas HIV/AIDS, trabalhos desenvolvidos
Outro aspecto considerado é a necessidade contra doenças parasitárias, entre outros 16,17,18.
de as ações de promoção serem desenvolvidas O câncer de boca destaca-se nessa relação de
com regularidade para, por meio da rotinização integração dos fatores de risco comuns a proble-
da atenção, buscar o auto-cuidado 14. No presen- mas de saúde geral. No nosso estudo, a preocu-
te estudo, houve menor proporção da categoria pação com essa enfermidade foi expressa no gru-
“freqüência não estabelecida” para escolares e po dos idosos e de hipertensos e diabéticos. Nas
gestantes, o que demonstra maior regularidade visitas domiciliares, a busca de lesões e orienta-
das atividades preventivas/educativas para esses ções sobre auto-exame foram citadas por uma
grupos. pequena proporção dos dentistas que relataram
Os dentistas relataram ações de educação em fazer visita domiciliar. A abrangência ao câncer
saúde em grupos de escolares, idosos, hiperten- bucal deveria ser mais expressiva e não se limi-
sos e diabéticos, gestantes, adolescentes. Com tar a orientações sobre o tema, sendo necessária
exceção do que ocorre com os escolares, as ati- maior parceria com a equipe de saúde da família
vidades nos grupos se dão majoritariamente em nos programas educativos sobre fumo, álcool e
ambientes dentro da própria unidade (salas de exposição solar.
reuniões, quadras), porém a maioria delas tem Além da orientação sobre câncer de boca,
espaços pequenos e não conta com estrutura físi- também são desenvolvidos nos grupos dos ido-
ca para desenvolvimento adequado dessas ações. sos, hipertensos e diabéticos atividades como ca-
Algumas unidades apresentam salas específicas minhadas, passeios e outras relativas ao lazer, as
para realizar educação em saúde, mas normal- quais são específicas desses grupos. Em virtude
mente são pouco espaçosas. Apenas 18,75% dos de esses grupos apresentarem alterações sistê-
dentistas relataram realizar ações preventivas/ micas, existe maior preocupação com a saúde ge-
educativas em diferentes espaços sociais na co- ral e estímulo à auto-estima e qualidade de vida,
munidade, tais como reunir pessoas e desenvol- muitas vezes limitada nessa idade.
ver ações na rua de um bairro (calçada amiga), No que concerne ao grupo de gestantes e be-
em centros ou conselhos comunitários, em am- bês, a orientação de higiene e dieta é a atividade
bientes de trabalho, associações de moradores, mais observada. As palestras destacam-se em
entre outros. As palestras e rodas de conversa são ambos os grupos, mas as rodas de conversa são
as formas mais citadas de realizar educação em expressivas entre as gestantes. A integração com
saúde nos grupos. A integração com a equipe e as a equipe, principalmente com a enfermagem, foi
orientações sobre saúde geral foram citadas nos relatada no grupo de bebês e gestantes.
grupos de gestantes, bebês, idosos e, principal- Além dos grupos anteriormente citados, mais
mente, hipertensos e diabéticos. da metade dos dentistas relataram realizar ati-

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vidades preventivas durante a visita domiciliar, Uma baixa proporção dos dentistas citou o
porém esses dados não podem ser constatados uso do CPO-D, ceo-d e dos índices 0,1,2 (0 = sem
pelo SIAB, tendo em vista que os registros não cárie; 1 = uma a cinco cáries; 2 = acima de cin-
apresentam os dentistas em separado, pois estes co cáries) como instrumentos utilizados apenas
se enquadram em “visitas realizadas por outros nas escolas, mas em nenhum dos casos houve
profissionais de nível superior”. Mesmo assim, comparação de dados, com coleta apenas dos
pode ser observado que ocorrem menos visitas índices iniciais. Os índices apresentados estão
por outros profissionais de nível superior, in- relacionados apenas a cárie dentária e a esco-
cluindo o dentista, quando se compara à visita lares, o que demonstra falta de abrangência aos
do médico e enfermeiro. outros problemas bucais e destaca a necessidade
A visita domiciliar poderia ser mais utilizada, de avaliação nos diferentes grupos e faixas etá-
a fim de conhecer o ambiente de vida das famí- rias. Diante disso, é preciso desenvolver levan-
lias, hábitos e condições de moradia, servindo tamentos epidemiológicos e construir outros
de instrumento auxiliar no planejamento das instrumentos capazes de identificar má-oclusão,
ações. Sabe-se que essa atividade é prioritária do lesões na mucosa oral, problemas periodontais e
agente de saúde, mas é importante aproximação outras alterações também importantes no pro-
da realidade das pessoas na prática e não só por cesso avaliativo.
intermédio de outros profissionais. No entanto, Alguns desses aspectos são abordados pelo
existem dificuldades nesse âmbito, haja vista Ministério da Saúde 5, que destaca a importância
a grande quantidade de tempo voltada para o do diagnóstico situacional, com ações dirigidas
atendimento clínico por causa da demanda exis- aos problemas de saúde identificados na família.
tente. A Epidemiologia é importante nesse contexto,
Apesar da atuação do dentista do PSF em tanto para conhecer o perfil da distribuição das
diferentes grupos, verifica-se maior atenção aos principais doenças bucais, como para monitorar
escolares e pré-escolares, com atuação de quase riscos, avaliar o impacto das medidas adotadas,
totalidade dos dentistas nesse grupo e com ên- estimar necessidades de recursos para os pro-
fase em aplicações tópicas de flúor e palestras. gramas e indicar novos caminhos. A importância
A prevenção apropriada, incluindo aplicações de instrumentos epidemiológicos é evidencia-
tópicas de flúor, deve ser feita após identificação da também na tabela do SIA/SUS pela inclusão
de fatores de risco, os quais devem ser reavalia- do procedimento “ação coletiva de exame bucal
dos periodicamente 18,19. No entanto, os dentis- com finalidade epidemiológica”.
tas não referiram a utilização de risco para esta- No entanto, ao se verificarem os registros
belecer a freqüência das atividades em âmbito desse procedimento no SIA/SUS, percebe-se
coletivo nos diferentes grupos, nem os critérios baixo percentual, evidenciando as limitações
diferenciados para o retorno às escolas. nesse caso. O baixo índice pode ser decorrente
Além de fatores de risco, a avaliação deve ser da introdução recente desse procedimento nos
um aspecto considerado para o desenvolvimento registros, o que torna necessário um processo de
e direcionamento das atividades; deve ser ele- capacitação e treinamento profissional, em face
mento central e constante no processo de plane- da sua importância como norteador das ações.
jamento 17,20, estando o acompanhamento siste- Nas entrevistas com os dentistas, verificou-se au-
mático dos resultados alcançados presente entre sência de instrumentos epidemiológicos, sendo
os fundamentos da Atenção Básica 16. Erickson 21 os únicos índices relacionados o CPO-D e ceo-d
destaca a Epidemiologia como um instrumento nas escolas e o índice 0,1,2 já exposto anterior-
importante para se estabelecerem prioridades de mente.
acordo com os grupos e os problemas, de forma Além disso, não se deve ficar restrito a levan-
a direcionar os procedimentos preventivos e a tamentos com escolares, pois as atividades de-
realidade local. vem ser voltadas para toda a família, com iden-
Apesar disso, verifica-se que mais de 70% tificação dos problemas da comunidade como
dos dentistas relataram não ter instrumento de um todo. Watt et al. 22 relataram que uma varie-
avaliação ou não ter como avaliar o impacto das dade de grupos populacionais pode ser alvo de
ações. As fichas ou prontuários são utilizados co- promoção de saúde, mas as revisões sistemáticas
mo instrumento por parte dos cirurgiões dentis- têm mostrado que a maioria das intervenções
tas, mediante anotações sobre nível de higiene, são voltadas a crianças e escolares, seguido da
sangramento gengival, número de cáries. Toda- atenção a idosos.
via, a forma de avaliar as fichas e prontuários foi As medidas de avaliação devem incluir o
pouco descrita pelos profissionais; não existem desenvolvimento de políticas públicas, envolvi-
índices padronizados, e ainda não houve utiliza- mento da comunidade, melhorias no conheci-
ção dos registros como forma de avaliação. mento em saúde, mudanças ambientais, altera-

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SAÚDE BUCAL NO CONTEXTO DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA 2139

ções de estilo de vida e nas práticas das pesso- mentos epidemiológicos e estudos avaliativos no
as. No entanto, a maioria dos estudos refere as processo de trabalho no contexto da saúde pú-
mudanças de conhecimento em saúde e nível de blica. Em adição, as ações não devem limitar-se à
informação (48%), apresentando em seguida as cárie dentária, sendo igualmente importante ha-
alterações quanto ao estilo de vida (13%) 22. ver ampliação das atividades para os diferentes
Diante do exposto, ressalta-se a importância espaços sociais na comunidade, não se restringi-
do acompanhamento constante do SIAB nas di- do ao ambiente da unidade de saúde.
ferentes realidades, além da utilização de instru-

Resumo Colaboradores

As práticas profissionais refletem a estruturação dos G. C. M. Almeida foi responsável pela coleta e análise
serviços de saúde, relacionando-se aos princípios nor- dos dados, elaboração e redação do artigo. M. A. F. Fer-
teadores do modelo de atenção vigente. Nesse sentido, reira participou da coleta e análise dos dados e contri-
objetivou-se conhecer as práticas preventivas e edu- buiu na produção textual, realizando correções e ajus-
cativas em saúde bucal realizadas pelos dentistas do tes para a composição do artigo final.
Programa Saúde da Família de Natal, Rio Grande do
Norte, Brasil. Realizou-se entrevista estruturada com
80 dentistas e análise documental no SIA-SUS (Siste-
ma de Informações Ambulatoriais do SUS) e no Sis-
tema de Informação de Atenção Básica. As atividades
individuais de orientação de higiene bucal e de apli-
cação tópica de flúor, entre todos os entrevistados, cor-
responderam a 87,5% e 95%, respectivamente. Em âm-
bito coletivo, todos que atuavam nas escolas (91,2%)
realizavam aplicação tópica de flúor, enquanto 86,2%
desenvolviam ações educativas. Nos registros do SIA-
SUS, as atividades preventivas representaram 41% do
total de procedimentos. Dentre essas, aplicação tópica
de flúor gel por sessão correspondeu a 24,4% e escova-
ção supervisionada, a 31%. Quanto às atividades edu-
cativas, 57,4% realizaram-se no estabelecimento de
saúde e 42,6%, na comunidade. Diante dos resultados,
constatou-se que as práticas preventivas direcionam-
se à cárie dentária, com maior atenção aos escolares,
sendo necessária ampliação para diferentes problemas
bucais, grupos e espaços sociais.

Odontologia Preventiva; Sistemas de Informação; Pro-


grama Saúde da Família; Saúde Bucal

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2140 Almeida GCM, Ferreira MAF

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Recebido em 06/Jun/2007
Versão final reapresentada em 08/Jan/2008
Aprovado em 13/Fev/2008

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