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Objetivos
APRESENTAÇÃO
Prezados alunos,
As discussões por meio dos “chats” farão nosso trabalho mais proveitoso. Contamos com
a participação de todos e esperamos, desse modo, estar de alguma maneira contribuindo
para ampliar seus conhecimentos.
Ascanio Merrighi
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INTRODUÇÃO
Esses são dois pontos de impacto que tratam da qualidade construtiva do objeto
arquitetônico. Os conceitos técnicos relativos à fábrica e à produção terão de ser assimilados
pelos arquitetos e pelos engenheiros, somando-se a condicionantes técnicos próprios, sendo
sempre o principal deles a qualidade arquitetônica do objeto construído.
Já a logística da ação do projeto exige conhecimento de cada uma das seis etapas
descritas no segundo tópico. O pensar arquitetônico, por ser abrangente, absorve com
facilidade os condicionantes de cada etapa. A abordagem do tema das estruturas de aço,
sob o ponto de vista da concepção arquitetônica que a origina, visa ser mais qualitativa que
quantitativa, buscando esclarecer os elos entre o conceito do projeto e sua materialização
na obra.
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HISTÓRICO DAS ESTRUTURAS
METÁLICAS NO BRASIL E NO MUNDO
O ferro fundido foi largamente usado como material estrutural a partir da industrialização
dos processos e da invenção dos maquinários. Um registro de patente de Sir Henry Bessemer
(1813-1898) em 1855, portanto dentro do cenário das invenções industriais, transformou-
o num material com qualidades estruturais ainda mais interessantes, provavelmente já
inseridas nas disciplinas que abordam as características mecânicas do aço. A operação seria
insuflar oxigênio na solução incandescente de ferro fundido retirado dessa grande parte
do carbono presente em sua constituição, trazendo mais “flexibilidade” ou “ductibilidade”
à sua consistência. O aço é basicamente o material resultante desse processo que pode
ser sofisticado e conduzido às mais diversas direções pela metalurgia. Tal direcionamento
origina os diferentes tipos de aço conhecidos.
Ponte Coalbrookdale
Projeto: T. M. Pritchard
Localização: Coalbrookdale,
Inglaterra
Construção: 1775/79
Já nas construções em aço, mantém-se a leveza visual conquistada com o ferro fundido,
e começam a surgir cabos, tubos e vigas respondendo satisfatoriamente às solicitações
mencionadas, o que, anteriormente, era exclusivo da madeira, um material com limitações
literalmente naturais. Os elementos confeccionados em aço traziam a seu favor a grande
resistência mecânica do material, aliada à versatilidade do processo de fabricação. Sua
agilidade de sistema construtivo foi testada em situações de guerra, como nas pontes e
torres de Willian Jenney, e futuramente aplicada em edifícios como o Leiter I e outros,
que veremos a seguir em seus respectivos contextos.
Edifício Leiter I
Projeto: Willian Le Baron Jenney
Localização: Chicago, EUA
Construção: 1879
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estrutural possibilitariam esse feito, mas outras invenções, principalmente o elevador,
tornariam possível sua aplicabilidade e ocupação. A cidade foi reconstruída no ritmo da
necessidade imposta pela catástrofe, e a tipologia arquitetônica originária desse contexto
conquistaria, definitivamente, o cenário das cidades norte-americanas, sendo ainda mais
utilizada em Nova Iorque, tornando-se posteriormente, o ponto comum das paisagens
urbanas de todo o mundo.
Palácio de Cristal
Projeto: Joseph Paxton
Localizações: Londres, Inglaterra /
Sydenham, Inglaterra
Construção: 1851
Remontagem: 1852
Destruição (incêndio): 1936
O destino imediato da construção após a exposição realizada no High Park talvez fosse
parte integrante do pacote de demonstrações tecnológicas que representava. O edifício de
aço e vidro foi desmontado e completamente remontado noutro local (Sydenham),
demonstrando a versatilidade introduzida por aquele sistema na construção civil. Para
além do impacto causado principalmente por sua dimensão e tecnologia construtiva, o
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Palácio de Cristal não introduzia algo de novo no aspecto formal de sua arquitetura. O
conjunto tinha a escala horizontal como predominante, e seus principais elementos formais
eram abóbadas de arcos plenos com numerosos montantes verticais estruturando suas
fachadas sem muito exigir (ao menos, proporcionalmente) das vigas horizontais. Algo
evidenciado na exposição de Londres foi que a tecnologia estava mais avançada que a
apropriação estética de seus recursos, o que seria contornado nas décadas seguintes até
a consolidação da arquitetura moderna especialmente na escola que melhor representou a
interface projeto-indústria-obra, a Bauhaus (1919-1933) na Alemanha. Contudo, vários
elementos (treliças, contraventamentos) comuns às obras de aço hoje foram aplicados
com sucesso no Palácio de Cristal.
Há registros do espanto causado pela torre na época em que foi erguida; o espanto
estético foi acompanhado de protestos contra seu “mau gosto”, sendo talvez a maior prova
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da inovação formal bem sucedida, confirmada ao longo dos tempos por sua permanência.
O impacto maior continuava, contudo, por conta da técnica: o detalhamento do projeto
e sua fabricação aliados à experiência precisa da montagem da torre, são provavelmente
seus maiores legados. Além dos elementos treliçados e contraventados, da transparência
e leveza da combinação metal-vidro, as duas principais obras de Paris tinham a conquista
da verticalidade resolvida em seus problemas de estabilização, apoios rotulados de colunas
e arcos ogivais que venciam grandes vãos (as proporções também eram gigantescas na
Galeria das Máquinas).
Edifício Seagram
Projeto: L. Mies van der Rohe
Localização: Nova Iorque, EUA
Construção: 1957
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2.3 A construção metálica no Brasil
A Revolução Industrial chegou ao Brasil e a outros países então colônias quando essa
acontecia na Europa, muitos anos depois de seus efeitos e impactos serem absorvidos no
cotidiano das nações mais avançadas no seu processo. Tentativas de se instalar processos
fabris e desenvolvimento industrial foram reprimidas nas colônias e, posteriormente, em
países recém-independentes da América Latina. O acesso a tecnologias exclusivas dos
países em desenvolvimento industrial só era possível por meio de importação, e isso só
ocorreu no Brasil após a mudança da família real portuguesa em 1808 para o Rio de Janeiro
e posterior abertura dos portos nacionais.
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desse quadro até a consolidação do País como sétimo maior produtor e quinto maior
exportador mundial de aço. Historicamente podemos dizer que as investidas mais incisivas
para desenvolver o mercado nacional da construção em estruturas metálicas só ocorreu
mesmo nessa segunda metade do século XX tornando-se mais evidente nos seus últimos
vinte anos, a partir de fins da década de 1970.
Pavilhão CSN
Projeto: Sérgio Bernardes
Localização: São Paulo, SP
Construção: 1954
Pavilhão do Brasil
Projeto: Sérgio Bernardes
Localização: Bruxelas, Bélgica
Construção: 1958
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optaram pela rigidez da padronização e agilidade construtiva dos sistemas industrializados
para consolidar o eixo monumental com os edifícios da Esplanada dos Ministérios e do
Congresso Nacional. Além das estruturas metálicas, foram desenvolvidos e introduzidos
na obra de Brasília sistemas de pré-fabricados de painéis em argamassa armada e lajes
pré-moldadas que contribuíram para sua inauguração dentro do cronograma previsto.
Esplanada dos
Ministérios e
Congresso Nacional
Projeto: Oscar
Niemeyer
Localização:
Brasília, DF
Construção: 1960
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Hospital Sara Kubitscheck
Projeto: João Filgueiras Lima
Localização: Brasília, DF
Construção: 2000
Habitação Social
projeto: USIMINAS,
COHAB-MG
localização: Juiz de Fora, MG
construção: 1999
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PARTIDO ARQUITETÔNICO
E SOLUÇÃO ESTRUTURAL
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As idéias iniciais definidas nos primeiros estudos da situação de projeto pelo arquiteto
saem das relações por ele levantadas junto ao cliente, a órgãos públicos e a entidades
regulamentadoras. Os principais balizadores dessas decisões são os anseios dos
proprietários; os dados físicos relativos ao lugar/terreno e seu entorno, as necessidades
levantadas na definição dos programas; as expectativas de apresentação daquela tipologia
à sociedade, que serão exploradas; as limitações de legislação e a dimensão e disposição
de investimento no projeto. Os principais viabilizadores dessas definições são as soluções
técnicas que as procedem ou surgem, simultaneamente, no processo inicial de projeto,
sendo, principalmente: a descrição geométrica das formas exploradas, a racionalização
de sua estrutura espacial, a ordem de grandeza dos elementos estruturais aplicados a
cada situação, o modelo de estabilização estrutural a ser utilizado nas situações
específicas de cada projeto.
Ver o Estudo de Caso Número nº1 - Partido arquitetônico e solução estrutural: o Caso
do John Hancock Center.
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Esse é o artifício, entre outros, que permite explorar a transição da estrutura pesada
interna à leveza dos elementos de fachada através de sua profundidade.
Centro Georges
Pompidou
Projeto: Renzo
Piano e Richard
Rogers
Localização: Paris,
França
Construção: 1976
Residência
Projeto: Cid Horta
Localização:
Belo Horizonte
Construção: 1994
Escola Guignard
Projeto:
Gustavo Penna
Localização:
Belo Horizonte
Construção: 1995
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em estratégia semelhante à do escultor consultor da equipe, que definiu a ideologia a
ser apropriada na concepção arquitetônica apresentada no concurso. Esses são conceitos
estéticos (de comunicação e linguagem), ou seja, estratégias de desenvolvimento da
ideologia de um projeto que não pretendemos abordar aqui.
Vamos nos reter e prosseguir concentrando-nos nas teorias por trás da organização
e das soluções técnicas disponíveis para melhor atender a determinadas solicitações
surgidas nas situações de projeto. Ao longo dos demais capítulos, teremos a oportunidade
de associar os projetos usados noutros exemplos às três categorias discutidas neste tópico.
O mais importante a ser reforçado com as informações deste capítulo é que edificações
com estrutura de aço não, necessariamente, têm de expor suas colunas, vigas ou demais
elementos. A escolha do aço como material estrutural pode estar associada, exclusivamente,
às vantagens técnicas e comerciais que essa opção traz consigo.
Posto de Estiva
Projeto: João Filgueiras Lima
Localização: São Luís, MA
Construção: 1998
Escritório de Arquitetura
Projeto: Siegbert Zanettini
Localização: São Paulo, SP
Construção: 1986
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Centro de Arte Corpo
Projeto: Alexandre
Brasil, Carlos Alberto
Maciel, Éolo Maia e Jô
Vasconcelos
Localização:
Nova Lima, MG
Concurso: 2002
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a referência mais importante do projeto. O contraponto dos itens de projeto na definição
das modulações e também do parâmetro “economia” nas construções industrializadas é
a modulação de fabricação e transporte das peças estruturais. Quantificando, podemos
dizer que, enquanto a organização de estacionamentos tende a levar as modulações para
múltiplos e submúltiplos de 5 metros (2,5 m; 7,5 m; 10 m), a modulação que melhor aproveita
o critério de transporte tende aos múltiplos e submúltiplos de 6 metros (4 m; 3 m; 12 m).
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Neufert foi o primeiro a parametrizar medidas humanizadas com uma fração do metro,
mais precisamente, sua oitava parte. Com esse valor, o módulo de 125 mm estabeleceu
o sistema de coordenação modular que serviria de base para a reconstrução urgente da
Alemanha, no pós-guerra, na década de vinte, mediante sistemas industrializados.
Ainda hoje, as medidas propostas pelo alemão são usadas para desenvolvimento
de projetos, sem contudo relacionar os valores apresentados à base que os gerou: um
sistema de coordenação modular com módulo básico de 1/8 metro ou 125 milímetros. O
consenso ocorreu com a interferência da International Organization for Standardization
(ISO), que definiu como “Módulo Fundamental de Norma” a medida de 600 milímetros e
sistemas de coordenação modular baseados em seus múltiplos e submútiplos. Esses valores
abrangeriam as medidas dos itens pesados dos espaços de transporte de 3 metros, 6
metros e 12 metros, as peças de perfis estruturais feitos em série também nessas mesmas
medidas, chegando às medidas mais delicadas do material de acabamento de 100mm x
100mm (por exemplo, nas cerâmicas de fachada) e as várias outras medidas comuns a
esse material, como 150mm x 150mm, 300mm x 300mm ou 400mm x 400mm, passando por
placas industrializadas e painéis pré-moldados. Paralelamente a essa padronização da ISO,
temos o sistema imperial, usado pelos americanos, e o sistema dos japoneses, baseado na
referência histórica local das medidas dos tatamis, com módulo básico de 900mm.
Falamos até agora com foco na medida do módulo básico de projeto ou em sua menor
referência. Ao abrirmos a visão, retornaremos à situação inicial de projeto, na qual se faz
necessário definir a base geométrica a partir da qual o projeto se desenvolverá em relação
aos parâmetros condicionados pelo terreno, pelo programa e
por todas as outras questões com as quais os arquitetos lidam
ao desenvolver seus conceitos preliminares. O módulo
fundamental e o sistema de coordenação modular são as
principais ferramentas e a estruturação, organização e relação
entre a definição das medidas de projeto e as ações logísticas
que tornarão possível sua implementação prática. Um projeto
bem coordenado, concebido dentro da lógica de produção
industrializada, ao entrar em processo de fabricação e
montagem minimiza perdas de material e esforços de
implementação, sendo concebido em direção favorável a sua
viabilidade econômico-financeira. Reforçando o que já foi
descrito, lembramos que modular não significa tornar tudo
igual tampouco significa a garantia de que todos os componentes
serão totalmente aproveitados em suas dimensões de fábrica.
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Simulação de elementos em situação de projeto e suas relações com o módulo fundamental de norma
3,00m x 3,00m
6,00m x 6,00m
6,00m x 12,00m
8,00m x 8,00m
7,50m x 5,00m
7,50m x 7,50m
7,50m x 10,00m
7,50m x 15,00m
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Representação das relações entre elementos de projeto e coordenação modular através dos
eixos estruturais. Fonte: norma Alemã DIN 1800
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Todos esses conceitos são soluções espaciais para o desenvolvimento da estrutura,
respondendo favoravelmente às solicitações do projeto arquitetônico e às ações de forças
que devem ser absorvidas pela estrutura sem abalar sua integridade. A observação é
válida para cada uma das solicitações físicas representadas abaixo: ações verticais como
sobrecarga e peso próprio das estruturas e ações horizontais, como a ação do vento. Toda
solução estrutural é sujeita a esses esforços e, seja em aço ou não, tem necessidade
de um sistema de estabilização que garanta sua performance dentro dos parâmetros
estabelecidos no projeto.
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A última inclui soluções mais complexas com inserção de placas espessas e maior volume
de solda ou parafusos, aumentando tanto o peso global da estrutura quanto o trabalho
(homens-hora), necessário para confeccioná-la. As ligações mais comuns às estruturas
metálicas são consideradas como semi-rígidas ou semi-rotuladas, podendo também ser
rotuladas.
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Outro aspecto estrutural que deve ser proposto pelo arquiteto, ainda na fase de
anteprojeto, é a ordem de grandeza dos elementos estruturais. A questão é bem abordada
no livro Estruturas de Aço, Conceitos, Técnicas e
Linguagem de autoria do arquiteto Luís Andrade. Ele lista
as dimensões em relação ao vão que devem ser
consideradas quando se usa vigas “I” de almas cheias ou
vazadas (alveolares), treliças fixas e variáveis, arcos
treliçados, vigas vierendeel e vigas mistas. A definição de
orden de grandeza das colunas é menos complexa.
Colunas de aço ocupam área bem inferior que nas demais
soluções estruturais, e sua resistência pode ser ajustada
com a variação da espessura da chapa que as compõe.
Como as vigas, as colunas também podem ser mistas, de
almas cheias ou vazadas e, ainda, treliçadas ou
compostas.
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Ordem de grandeza estrutural
Vigas “I”
a = v/20
Alma cheia
Vigas “I”
Alma vazada a = v/20
(alveolares/castelares)
Treliças
a = v/20 ~ a = v/30
Seção fixa
Treliças
am = v/20 ~ a = v/30
Seção variável
Vigas
a = v/15 ~ a = v/25
vierendeel
Vigas
a = v/25
mistas
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AÇÃO PROJETUAL
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Capela Santana do
Pé-do-Morro
Projeto: Éolo Maia
Localização: Ouro Branco, MG
Construção: 1980
Cabe ressaltar que os aços planos geram produtos para as mais diversas aplicações.
A principal é direcionada à indústria automotiva, com especificações que exigem rígidos
controles de qualidade. Os produtos planos são aplicados, além da construção civil, em
indústrias de linha branca (eletrodomésticos), linha marrom (computadores e componentes
eletroeletrônicos), diversas indústrias de base e bens de capital (naval, ferroviária,
equipamentos pesados, etc.). Mais de 3.000 produtos, com diferentes especificações de
qualidade, espessura e largura são comercializados por usinas como estas.
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Laminação a frio
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A dimensão padronizada desses produtos segue a lógica descrita anteriormente do
módulo fundamental de norma ISO, em múltiplos e submúltiplos de 600 milímetros, com
fortes resquícios das unidades em Sistema Imperial (EUA) pela demanda de exportação. O
exercício da atividade de projeto é estreitamente ligado a essas dimensões na sua interface
com produtos industrializados.
Estoque de bobinas
ESPESSURA LARGURA
TIPOS DE AÇO PRODUTOS APLICAÇÕES
mm mm
LAMINADOS A Tubos, perfis soldados, placas de
900,0 a
QUENTE ESTRUTURAIS: CG chapa grossa 6,00 a 152,00 base de pilares, chapas de ligação,
3900,0
(chapas grossas soldáveis, com enrijecedores.
e tiras a quente) resistência mecânica Tubos, perfis eletrossoldados,
715,0 a
estipulada BQ bobina a quente 1,80 a 5,00 conformados a frio estruturais e não
1870,0
NÃO PATINÁVEIS estruturais.
PATINÁVEIS -
Tubos, perfis soldados,
>resistência à 715,0 a
BG bobina grossa 5,01 a 12,70 eletrossoldados e conformados a frio
corrosão 1870,0
estruturais ou não.
RESISTENTES
A ALTAS CFQ chapa fina a 680,0 a Painéis de revestimento e
1,80 a 5,00
TEMPERATURAS quente 1870,0 detalhamentos diversos.
680,0 a Estampados em padrão xadrez para
NÃO ESTRUTURAIS BP e CP bobina de piso
2,50 a 12,70 1870,0 CP pisos.
e chapa de piso
715,00 BP
LAMINADOS A ESTRUTURAIS e Tubos, perfis conformados a frio
700,0 a
FRIO NÃO ESTRUTURAIS BF bobina a frio 0,38 a 3,00 não estruturais pós pintados para
1850,0
(tiras a frio) soldáveis, boa esquadrias, móveis, etc.
aderência a pintura, Chapas de revestimentos e detalhes
boa capacidade de 700,0 a
CFF chapa fina a frio 0,38 a 3,00 diversos de componentes pós
conformação a frio 1850,0
pintados.
REVESTIDOS 700,0 a Perfis conformados a frio estruturais
(galvanizados) BZ bobina zincada 0,38 a 2,65 e não estruturais
1830,0
Telhas, painéis de vedação e
ESTRUTURAIS e frigoríficos
NÃO ESTRUTURAIS 750,0 a
CZ chapa zincada 0,40 A 2,30 Calhas, rufos, eletrocalhas,
proteção contra 1605,0
Chapas e detalhamentos diversos
corrosão pela para revestimentos e outras
BEG bobina 750,0 a
camada de zinco, boa 0,40 A 2,00 aplicações com ou sem pós pintura
eletrogalvanizada 1600,0
conformabilidade Bobinas base para pré-pintados
CEG chapa 750,0 a Formas incorporadas a laje (steel
0,40 A 2,00
eletrogalvanizada 1600,0 decks)
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O desenvolvimento de um bom detalhamento, tanto do projeto de fabricação e
montagem quanto do arquitetônico/projeto executivo, parte da dimensão padronizada dos
produtos básicos que saem das usinas. As bobinas, como a da imagem ao lado, são um
exemplo de primeiro elo da cadeia produtiva a ser beneficiado nos diversos componentes
que serão incorporados à obra, no canteiro. Os projetos estruturais (fabricação e montagem)
geralmente seguem perfis normatizados, que
têm seu comprimento desenvolvido de seção
baseado nos padrões mais utilizados de largura
de bobina, sendo 900, 1.000, 1.100, 1.200 e 1.500
mm. Isso garante o melhor aproveitamento das
bobinas quando cortadas longitudinalmente
(pelo Sliter), para terem suas tiras conformadas
a frio, soldadas ou fundidas entre si. O
detalhamento de componentes arquitetônicos
não estruturais, por não seguir normalmente
nenhum padrão preestabelecido, deve ser
especialmente atento a essas dimensões, ao
especificar dobras, soldas, furações e conexões
entre elementos que serão fabricados valendo- Corte longitudinal de bobinas: “Slitter”
se dessas matrizes.
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Geralmente, os perfis são fabricados em seções padronizadas para aplicações diversas,
principalmente estrutural. Os perfis “de prateleira”, produzidos em série pelos clientes diretos
das siderúrgicas, têm padrões de comprimento baseados principalmente nas modulações
de transporte, 3 metros, 6 metros e 12 metros de extensão, independentemente das
seções. Fabricantes de perfis e de estruturas desse elo da cadeia produtiva (primeiro
beneficiador) produzem também perfis por projeto, minimizando as perdas de matéria-
prima na fabricação da estrutura.
Marc Mimram:
posto de pedágio
em auto-estrada ou
porta de entrada a
Paris?
Conceito de Projeto
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Equipamento robotizado:
fabricação de perfis
senoidais em Betim-MG
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componentes, aliadas a dados físicos e necessidades do programa, vão compor, junto com
o conceito explorado no projeto, o resultado da obra.
Desenho técnico do projeto arquitetônico: pacote executivo de um edifício de habitação social com estrutura
independente em perfis formados a frio. Este é o primeiro dos 41 desenhos que compõem o pacote.
Com base nessa mesma referência técnica, o montador erguerá a estrutura no canteiro
de obras. Assim, como é natural essa necessidade de coordenação entre as diferentes
atividades envolvidas na construção de um edifício, se conclui que a melhor estratégia de
desenvolvimento do projeto arquitetônico é considerar, desde seu início, tais referências
como balizadoras da organização e estruturação do projeto. O arquiteto, como ponto
de partida da definição física de qualquer empreendimento ou construção, é quem deve
estabelecer os parâmetros básicos e as referências elementares desse dentro de seus
objetivos. A esses cuidados segue o processo de projeto até atingir sua versão executiva ou
o detalhamento arquitetônico. Esse é um dos diferenciais entre projetos de arquitetura em
sistemas industrializados e convencionais. A precisão industrial permite listas de material
(Figura a seguir) completas com controle total sobre possíveis perdas. Definição precisa
41
dos volumes quantitativos de acabamentos, relações de peças, dados de paginação de
lajes, fechamentos, acabamentos, esquadrias e instalações são partes desse conjunto em
todas as suas disciplinas.
Essas preocupações não são mais restritas às questões diretas como rapidez e precisão
construtiva, redução dos custos indiretos de administração da obra, melhor controle de
qualidade dos itens da construção e de seu resultado global. Recentemente crescem em
importância abordagens de desenvolvimento auto-sustentável e conseqüente controle
dos desperdícios processuais. Conceitos que são totalmente aplicáveis às metodologias de
projeto e construções industrializadas com impacto mais direto que imaginamos em nosso
cotidiano. Basta pensar no impacto do transporte de material para um canteiro de obras
urbano e o posterior transporte de seus resíduos para fora dele. Seu reaproveitamento é
algo a se pensar, mas a medida realmente efetiva para abordá-lo seria sua eliminação,
levando para o mesmo canteiro somente o que será usado na construção, no formato
especificado e detalhado no projeto. Sustentabilidade, baixo impacto ambiental e energia
contida nos processos da construção industrializada são hoje seus principais aliados.
4.3 Detalhamento
42
Só para mencionar alguns dos mais famosos: Mies Van der Rohe, Renzo Piano, Richard
Rogers, Norman Foster, Glen Murcutt, Piere Koenig, João Filgueiras Lima, Paulo Mendes da
Rocha, entre vários outros - que têm na sua relação direta e expressiva com a tecnologia
e seu refinamento dentro do conceito de projeto como uma marca clara nos respectivos
portfólios. O cuidado em definir detalhes de uma estrutura de aço é, da mesma forma que
os demais aspectos de projeto abordados até aqui, também inerente e imprescindível ao
processo de fabricação das estruturas de aço.
4.4 Fabricação
CORTE: corte a gás ou oxicorte, pode ocorrer por máquinas sofisticadas, com vários
bicos ou por simples maçaricos; processos mais precisos e rápidos são os cortes a plasma
ou, num nível ainda superior de qualidade, o corte em máquinas a laser. Estas últimas
permitem operações do mais variado tipo, em curvas ou formas preestabelecidas, que
operam com informações eletrônicas recebidas diretamente dos arquivos de CAD (máquinas
CNC). Pantógrafos e outros equipamentos são usados para cortes não convencionais como
aqueles em curvas de raios grandes, preestabelecidos.
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SOLDA: também existem vários processos, como arco submerso, eletrodo revestido,
mig-mag com arame contínuo, solda por alta freqüência ou eletrofusão. São basicamente
regidos pelas normas da American Welding Society (AWS). Cada processo têm seu
mecanismo de junção das partes de aço e seu tipo de proteção do cordão de solda durante
a fase de ‘cura’ dela. Existem meios para verificar se uma solda atingiu corretamente seu
objetivo, como testes de líquido penetrante ou radiografias. Basicamente uma solda deve
ligar duas peças de aço, devendo ser de um material compatível com essas, a fim de gerar
um produto acabado de maior resistência que o aço próximo.
Peças fabricadas e inspecionadas, prontas para Furação e marcação: permite rastreabilidade desde
expedição. a chapa.
Perfis sendo cortados por máquina oxicorte Partes de uma peça, já furadas e cortadas, sendo
soldadas.
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4.5 Transporte e montagem
45
dos espaços disponíveis, do peso e da dimensão das peças a ser içadas e locadas nos
pontos de montagem. Gruas e guindastes são os mais usados nessas operações.
O objetivo desta abordagem não é entrar nos inúmeros detalhes pertinentes a cada
uma dessas disciplinas. Ao abordá-las de forma genérica, no contexto da Arquitetura de
Edifícios em Aço, estamos reafirmando a relação de cada uma delas com o processo de
projeto e contribuindo para que um número maior de arquitetos e engenheiros fiquem
conscientes de que cada uma delas pode ser controlada e abordada
desde a fase mais inicial de seu desenvolvimento. A prova dessa
relação direta está em uma simples constatação: o que alimenta
essas etapas da construção industrializada em estruturas de aço
é o projeto.
inúmeras maneiras de agrupar e organizar esses módulos, como Projeto: Sylvio Podestá e
Mateus Pontes
está ilustrado ao lado. Todos os componentes da obra foram Ano: 1999
especificados e definidos junto com a modulação construtiva
desenvolvida no projeto.
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ESPECIFICAÇÕES E ASPECTOS
TÉCNICOS
Na construção civil, podemos fazer duas distinções: aços que fazem parte dos elementos
da estrutura principal do edifício e aqueles que fazem parte de elementos complementares.
Os primeiros são os aços estruturais. Compõem fundações, pilares, vigas, lajes, escadas,
sistemas de estabilização ou paredes estruturais (autoportantes) dentro de um sistema
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estrutural preestabelicido. Os aços estruturais têm algumas características em comum:
comportamento elasto-plástico bem definido (gráficos tensão x deformação), são soldáveis,
conformáveis por processos de dobra e perfilação já mencionados, boa aderência à pintura e
a tratamentos superficiais, e, principalmente, têm suas características estruturais mínimas
como resistência mecânica (fy e fu) e alongamento parametrizados e garantidos pelo seu
fabricante.
A partir daí, cada aço estrutural terá características diferenciadas que terão influência
direta na sua performance ante os processos complementares de proteção e segurança da
aplicação estrutural. A primeira distinção importante são os aços patináiveis ou aclimáveis e
os não-patináveis. Aços patináveis têm melhor resistência diante da corrosão atmosférica,
podendo até ser usados sem proteção superficial extra, desde que dimensionados para
tal. São aços com elementos de liga que provocam a formação, após ciclos alternados de
umidade e secagem, de uma camada de óxidos compacta e aderente que protege o metal
base de agressões ambientais e conseqüente corrosão.
A formação dessa camada ocorre num período mínimo de seis meses de exposição
a ciclos naturais, ou provocados, de umidade e sol. Quando submetidos à abrasão, têm
danificada sua pátina, provocando novo processo de formação desses óxidos. Sempre
que molhado pelas chuvas, estando ou não estável e formada, soltará pigmentação
característica na água. Uma boa aplicação desse material controla essas duas características
com sistema de captação de água que a impeça de manchar outro material e afastamento
das situações que trariam agressões constantes por abrasão. Os aços estruturais não-
patináveis podem e devem ser utilizados com os devidos cuidados e especificações de
proteção superficial contra corrosão, ou seja, galvanização, pintura ou o enclausuramento
total do elemento estrutural. Sempre que especificados, os aços patináveis, nas condições
revestido ou não-revestido, representarão uma proteção extra perante as agressões
permanentes ou eventuais das peças estruturais.
48
e perfis que estruturam bancadas, gradis e janelas. Estes são fabricados com aços não
estruturais, de chamada qualidade comercial ou SAE 1008, SAE 1010, SAE 1020, e têm
também excelente resistência mecânica, mas não têm um número garantido pelo fabricante,
podendo ser avaliados pelo beneficiador. Telhas galvanizadas são também normalmente
fabricadas com aços não estruturais (embora vençam o vão definido no espaçamento
entre terças) estabelecido pela ABNT na NBR 7008 ZC, em espessura mínima de 0,43mm
e revestimento de zinco mínimo de 245g/cm² de chapa. Independentemente da aplicação e
do material utilizado, cuidados de projeto devem sempre ser tomados para evitar situações
que comprometam a longevidade do material, quais sejam: acúmulo de umidade ou sujeira,
contato com metais que provocam pares galvânicos e corrosão induzida, etc.
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Perfis Matéria prima Sistemas estruturais Sistemas específicos
Pilares e vigas independentes, com vãos de até Estruturas muito leves com edifícios de 4
6 metros, mais comuns entre 2,50 metros e 5 pavimentos de até 25kg/m², transporte e montagem
BQ
metros. Treliças e sistemas mistos podem ampliar muito facilitados. Tipologias habitacionais e
muito esses limites. comerciais de pequeno porte.
Formados a frio
Paredes autoportantes, com guias, montantes e Sistemas construtivos totalmente industrializados,
vigotas ao longo dos planos de paredes e lajes. igualmente leves, com paredes estruturais e
BZ
Vãos normais até 4 metros ou 5 metros, com perfis galvanizados. Tipologias habitacionais e
recursos para ser ampliados, como treliças. comerciais de pequeno porte.
Soldados por alta freqüência, sem adição de Flexibilidade para desenvolvimento de seções I,
material. Pilares, vigas, estacas e tirantes em H, T ou seções com abas desiguais. Tipologias
Eletro-soldados BQ modulações com vãos de 3 metros a 12 metros, habitacionais e comerciais de pequeno e médio
podendo ser compostos em treliças e estruturas portes (+/-15 pavimentos).
mistas.
Pilares, vigas, estacas e tirantes em modulações Bom padrão de acabamento. Tipologias
com vãos de 3 metros a 12 metros, podendo habitacionais e comerciais de pequeno e médio
Laminados Tarugos ser compostos em treliças e estruturas mistas. portes (+/-15 pavimentos).
Mais pesados (kg/m) que os eletro-soldados
equivalentes.
Pilares, vigas, tirantes e outros em modulações Tipologias habitacionais e comerciais diferenciadas,
com grandes vãos e suporte de grandes cargas pontes e outros equipamentos. Podem responder
Soldados CG com ou sem composições em treliças e estruturas a qualquer situação customizada de projeto com
mistas. Perfis pesados não atendidos pelos seções variáveis.
anteriores.
Mais adequados a pilares, tirantes, com ótima Tubos sem costura têm bom padrão de acabamento
performance geométrica, e estruturas em e uniformidade, assim como os diversos tipos com
Tarugos
Tubulares treliças planas ou espaciais. Substituem fôrmas costura, praticamente sem limites dimensionais.
BQ/CG
nas soluções mistas quando preenchidos com
concreto.
CARACTERÍSTICAS:
planta modulada em 3,0 x 3,0m (CÉLULA 12 X 3)
colunas e vigas em perfis “caixa”
lajes e fechamentos pré-fabricados
Arquitetos: Sylvio Podestá e Mateus Pontes
Habitação popular
CARACTERÍSTICAS:
perfis laminados
estrutura enclausurada
Projeto: Oscar Niemeyer
Brasília, DF
CARACTERÍSTICAS:
planta modulada em 4 metros x 4 metros
perfis “caixa” 200 x 200 mm
pórticos rígidos
laje maciça e=8cm, por quadros
Arquiteto: Allen Roscoe
localização: Nova Lima, MG
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pesos próprios dos planos para estrutura e evitar a transferência das movimentações
estruturais do grid de sustentação para os outros planos construtivos. Os planos de vedação,
principalmente, têm material de custo elevado e responsabilidades construtivas maiores
que os planos internos das divisórias. A absorção das movimentação estrutural sem um
mecanismo de transição eficiente entre esses componentes pode gerar patologias e danos
físicos que comprometam a performance esperada da edificação.
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essa estratégia diminui os pontos de contato da estrutura com a vedação e protege mais
a estrutura das intempéries, por exemplo. Seja qual for a decisão, as questões técnicas
devem ser abordadas com o especialista responsável em consonância com as intenções de
projeto.
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Exercício semelhante pode ser feito levando-se em conta outros componentes
construtivos, como sistemas de execução de lajes, sistemas de cobertura, galpões pré-
engenheirados, etc.
Quantidade
Vão Velocidade de Fixação na
Composição Peso transportada Acabamento Esquadrias
máximo montagem estrutura
em carreta
Misturas no
375 a 500 Kg/m²
Concreto 12 a concreto; inserts
(e=15cm a 70 m2
maciço 18 m jateamento; metálicos
20cm)
pedras naturais
Diversos
200 a 280 Kg/m² Corte em
(misturas inserts metálicos
Concreto (e=15cm) a 10 a 120 m2/dia fábrica,
120 m2 na massa e e cantoneiras
alveolar 335 a 400 Kg/m² 14 m (4 a 6 pessoas) instalação na
texturas por soldadas
(e=25cm) obra
jateamento)
Jateado, pintura
lisa ou Corte em
Concreto com
120 a 220 Kg/m² 180 m2 texturizada, fábrica,
preenchimento 12 m 6 painéis inserts metálicos
(e=20cm max) (e=14,5cm) grafiatto, instalação na
de isopor/EPS
cerâmica, obra
pedras naturais
Agregados
GFRC* Podem vir
50 a 70 Kg/m² 360 m2 200 m2/dia lavados e parafusos
preenchido 6m instaladas de
(e=12cm) (e=12cm) (6 pessoas) pigmento passantes
com lã de vidro fábrica
(padrão “fulget”)
Fixação: buchas,
Todos os tipos
chumbadores
80 Kg/m² de revestimento,
Concreto 25 a 40 m2/dia fixados com
(e=10cm) a 240 m2 desde que inserts metálicos
celular 3a4m (1 pedreiro + 1 massa ou
120 Kg/m² (e=15cm) aplicados antes / ferros cabelo
autoclavado ajudante) espuma de
(e=15cm) da montagem
poliuretano
expandido
Depois de fabricada, toda estrutura deverá ser sujeita a algum cuidado na preparação
de sua superfície e proteção contra corrosão ou incêndio por processos de revestimento.
Cada situação demanda uma postura técnica. Por exemplo: toda estrutura de aço fabricada
para ser montada a menos de 500 metros da orla marítima deve ter sua superfície limpa
por jateamento e receber pintura com nível mínimo de qualidade e espessura final da
película seca de tinta (epoxídica, alquídica, à base de poliuretano, etc).
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Tintas são dos produtos que mais rapidamente evoluem, desde as básicas
monocomponentes com base e acabamento alquídicos aplicadas sobre peças com limpeza
por banho químico até aquelas que são fundo e acabamento em um só produto e dispensam
qualquer tipo de limpeza prévia para perfeita ancoragem no metal base. Algumas já estão
disponíveis para ser aplicadas diretamente sobre peças em avançado processo de corrosão,
protegendo-as e, simultaneamente, corrigindo a patologia. Outras soluções crescem seu
apelo de mercado e estão sendo desenvolvidas, como aceleração e estabilização de pátinas
nos aços semelhantes aos processos desenvolvidos para chapas de cobre (metal patinável
com pátina em tom verde característico).
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principais questões relativas à construção civil no Brasil? Por que países com melhores
níveis de desenvolvimento socioeconômico e tecnológico têm índices muito maiores de
industrialização de seus sistemas construtivos? As respostas não passam apenas pelos
parâmetros inesquecíveis nas freqüentes vezes em que são respondidas, como baixo custo
e trabalho intenso. Também passam pela qualidade do ambiente de trabalho, redução e
racionalização dos processos, valorização efetiva do trabalhador e redução dos custos de
longo prazo decorrentes de métodos arcaicos e seus impactos ambientais latentes.
Como já foi dito, uma abordagem ambiental correta, só para ficar neste aspecto, não
passa mais pela reciclagem de material especificado ou pelo aproveitamento de energias
e forças naturais presentes em determinadas situações. Sua real abordagem emprega
métodos de controle e transporte eficazes apenas do que será utilizado no canteiro de obras
e preocupa-se com especificação de produtos e processos com baixo consumo energético,
baixa emissão de poluentes e outras condicionantes tão específicas quanto várias outras
disciplinas já mencionadas que devem sempre ser abordadas no âmbito específico de um
projeto.
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Habitação modular, Rio de Janeiro, projeto: Nicholas Grimshaw
construção industrializada, leve, de alta performance ambiental
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DIAS, Luiz Andrade de Mattos. Aço e Arquitetura: Estudo de Edificações de Aço no Brasil.
Editora Zigurate, 2001.
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