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Câmara Municipal de Capistrano

LEI ORGÂNICA DO
MUNICÍPIO DE CAPISTRANO

2008
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LEI ORGÂNICA DO
MUNICÍPIO DE CAPISTRANO
TEXTO COSOLIDADO E ATUALIZADO COM A LEI Nº 878,
DE 02 DE DEZEMBRO DE 2008.

ATO PROMULGATÓRIO Nº 001,


DE 23 DE DEZEMBRO DE 2008.

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HOMENAGEM ESPECIAL

O Presidente do Poder Legislativo Municipal, Vereador


Francisco Roberto Martins Menezes e os demais Edis da Casa do
povo, expressam, a título de reconhecimento, HOMENAGEM
ESPECIAL aos vereadores Francisco Warney Barros e José Adahil
Bezerra de Souza, pelos relevantes trabalhos prestados à
concretização da revisão da Lei Orgânica Municipal.

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COMISSÃO ESPECIAL REVISORA DA LEI ORGÂNICA
Francisco Warney Barros
Vereador Presidente

José Adahil Bezerra de Souza


Vereador Relator

Cláudio Bezerra Saraiva


Vereador Membro

Antônio Martins Andrade


Vereador Membro

Inês Nascimento de Oliveira


Vereadora Membro

VEREADORES REVISORES
Francisco Roberto Martins Menezes
Presidente da Câmara

Francisco Flavio Lourenço Freitas


Vice-Presidente

Patrícia de Souza
Vereadora

Maria Alves Braga Sabino


Vereadora

Raimundo Xavier Aguiar


Vereador

COMISSÃO TÉCNICA
Prof. José Humberto Gomes de Oliveira
Revisor Ortográfico

Prof. José Aurilo Barros


Revisor Geral

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ASSEMBLÉIA MUNICIPAL CONSTITUINTE
Francisco Adalberto Correa Lima
Presidente

Sebastião de Jesus
Vice-Presidente

José Távora Costa


1º Secretário

Antônio Araújo
2º Secretário

Francisco de Paula Barros


Presidente e Relator

José Mendes Sousa Sobrinho


Presidente e Relator

José Guilherme Nascimento Filho

Cezar Augusto Hortêncio Cavalcante

Francisco Newton Cavalcante

José Alves Gomes

José Gonçalves de Queiroz

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SUMÁRIO

PREÂMBULO .............................................................................................. 10

TÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL

CAPÍTULO I - Do Município ......................................................................... 11


SEÇÃO I - Disposições Gerais ..................................................................... 11

CAPÍTULO II - Das Competências Municipais ............................................. 13


SEÇÃO I - Da Competência Privativa .......................................................... 13
SEÇÃO II - Da Competência Comum ........................................................... 16
SEÇÃO III - Da Competência Suplementar .................................................. 16

TÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

CAPÍTULO I - Dos Poderes Municipais ........................................................ 17

CAPÍTULO II - Do Poder Legislativo ............................................................ 18


SEÇÃO I – Da Câmara Municipal ................................................................ 18
SEÇÃO II – Da Posse dos Vereadores ........................................................ 18
SEÇÃO III – Das Atribuições da Câmara Municipal ...................................... 19
SEÇÃO IV – Do Exame Público das Contas Municipais ............................... 23
SEÇÃO V – Da Remuneração dos Agentes Políticos ................................... 24
SEÇÃO VI – Da Eleição da Mesa Diretora ................................................... 25
SEÇÃO VII – Das Atribuições da Mesa da Câmara ...................................... 26
SEÇÃO VIII – Das Sessões Legislativas ...................................................... 27
SEÇÃO IX – Das Comissões da Câmara Municipal ..................................... 29
SEÇÃO X – Da Competência do Presidente da Câmara Municipal .............. 30
SEÇÃO XI – Do Vice-Presidente da Câmara Municipal ................................ 32
SEÇÃO XII – Dos Secretários da Câmara Municipal .................................... 32
SEÇÃO XIII – Dos Vereadores .................................................................... 33
SUBSEÇÃO I – Disposições Gerais ............................................................. 33
SUBSEÇÃO II – Das Incompatibilidades ...................................................... 33
SUBSEÇÃO III – Do Vereador servidor Público ........................................... 34
SUBSEÇÃO IV – Das Licenças dos Vereadores .......................................... 34
SUBSEÇÃO V – Da Convocação dos Suplentes de vereadores .................. 35
SEÇÃO XIV – Do Processo Legislativo ........................................................ 36
SUBSEÇÃO I – Disposições Gerais ............................................................. 36
SUBSEÇÃO II – Das Emendas à Lei Orgânica Municipal ............................. 36
SUBSEÇÃO III – Das Leis ........................................................................... 37
SUBSEÇÃO IV – Das Deliberações ............................................................. 38
SUBSEÇÃO V – Da iniciativa Popular ......................................................... 41

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CAPÍTULO III - Do Poder Executivo ............................................................. 42
SEÇÃO I – Do Prefeito e do Vice-Prefeito Municipal ..................................... 42
SEÇÃO II – Das Proibições ao Prefeito e ao Vice-Prefeito ............................ 43
SEÇÃO III – Das Licenças do Prefeito e Presidente da Câmara ................... 45
SEÇÃO IV – Das Atribuições do Prefeito Municipal ....................................... 45
SEÇÃO V – Da Procuradoria-Geral do Município .......................................... 49
SEÇÃO VI – Da Ouvidoria Municipal ............................................................ 50
SEÇÃO VII – Da Assistência Jurídica ........................................................... 51
SEÇÃO VIII – Da Transição Administrativa ................................................... 51
SEÇÃO IX – Dos Auxiliares Diretos do Prefeito Municipal ............................. 52
SEÇÃO X – Da Consulta Popular ................................................................. 53

TÍTULO III
DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

CAPÍTULO I – Disposições Gerais ............................................................... 54


SEÇÃO I – Dos Servidores Públicos ............................................................. 54
SEÇÃO II – Do Regime Previdenciário ......................................................... 61
SEÇÃO III – Disposições Gerais ................................................................... 63

CAPÍTULO II – Dos Atos Municipais ............................................................. 64

CAPÍTULO III – Da Tributação e das Limitações do Poder de Tributar .......... 66


SEÇÃO I - Dos Tributos Municipais .............................................................. 66
SEÇÃO II - Das Limitações do Poder de Tributar .......................................... 69
SEÇÃO III – Das Repartições das Receitas Tributárias ................................. 71

CAPÍTULO IV – Dos Preços Públicos ........................................................... 72

CAPÍTULO V – Dos Orçamentos .................................................................. 72


SEÇÃO I – Disposições Gerais ..................................................................... 72
SEÇÃO II – Das Vedações Orçamentárias ................................................... 74
SEÇÃO III – Das Emendas aos Projetos Orçamentários ............................... 76
SEÇÃO IV – Da Execução Orçamentária ...................................................... 77
SEÇÃO V – Da Gestão de Tesouraria .......................................................... 77
SEÇÃO VI – Da Organização Contábil .......................................................... 78
SEÇÃO VII – Das Contas Municipais ............................................................ 78
SEÇÃO VIII – Da Prestação e Tomada de Contas ........................................ 79
SEÇÃO IX – Do Controle Interno Integrado .................................................. 79

CAPÍTULO VI – Dos Bens Patrimoniais ........................................................ 80

CAPÍTULO VII – Das Obras e Serviços Públicos .......................................... 82

CAPÍTULO VIII – Da Criação e Extinção de Distritos .................................... 85


SEÇÃO I – Disposições Gerais ..................................................................... 85
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CAPÍTULO IX – Do Planejamento Municipal ................................................ 87
SEÇÃO I – Disposições Gerais .................................................................... 87
SEÇÃO II – Da Cooperação das Associações no Planejamento Municipal ... 88
SEÇÃO III – Do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado ...................... 88
SEÇÃO IV – Do Saneamento ...................................................................... 89
SEÇÃO V – Da Habitação ........................................................................... 91

CAPÍTULO X – Das Políticas Municipais ..................................................... 92


SEÇÃO I – Da Política da Saúde ................................................................. 92
SEÇÃO II – Da Política Educacional, Cultural e Desportiva .......................... 96
SUBSEÇÃO I – Da Política Educacional ...................................................... 96
SUBSEÇÃO II – Da Política Cultural ........................................................... 103
SUBSEÇÃO III – Da Política Desportiva ..................................................... 105
SEÇÃO III – Da Política de Assistência Social ............................................ 107
SEÇÃO IV – Da Política do Lazer e do Turismo .......................................... 109
SEÇÃO V – Da Política da Comunicação Social ......................................... 109
SEÇÃO VI – Da Política Econômica ............................................................ 110
SEÇÃO VII – Da Política Urbana ................................................................ 113
SEÇÃO VIII – Da Política dos Transportes .................................................. 117
SEÇÃO IX – Da Política do Meio Ambiente ................................................. 117

TÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
.......... .................................................................................................................... 121

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Câmara Municipal de Capistrano

LEI ORGÂNICA DO
MUNICÍPIO DE CAPISTRANO

PREÂMBULO
Nós, representantes do povo capistranense, no exercício da
atividade emanada pela expressa vontade soberana de nossos munícipes,
em Assembléia Municipal Constituinte, invocando a proteção de Deus,
adotamos e promulgamos a presente Lei Orgânica do Município de
Capistrano.

Capistrano-CE, 05 de abril de 1990.

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TÍTULO I
Da Organização Municipal

CAPÍTULO I
Do Município

SEÇÃO I
Disposições Gerais

Art. 1º. O Município de Capistrano, pessoa jurídica de direito


público interno, entidade básica da República Federativa do Brasil,
incorporado à unidade administrativa do Estado do Ceará, adota, no
exercício de sua autonomia e como definição de sua existência, os
seguintes princípios fundamentais:
I – firme observância da Constituição da República Federativa do
Brasil e da Constituição do Estado do Ceará, ressalvada nesta, qualquer
incompatibilidade com a Carta Magna e com o exercício da autonomia
municipal;
II – absoluto respeito aos direitos humanos, com garantia de
amparo e defesa do idoso, do doente, da criança e da maternidade;
III – absoluto respeito pelos povos indígenas e/ou remanescentes,
com garantia de amparo às pessoas, preservação de suas culturas e
reconhecimento de seus valores sociais como parte (e formadores) do
patrimônio público municipal, estadual e nacional e idêntico
reconhecimento à enorme contribuição da raça negra;
IV – defesa inequívoca do ambiente natural, inclusive dos
mananciais hídricos, com a preservação e o repovoamento da flora e da
fauna e combate aos agentes poluidores, bem como do patrimônio cultural;
V – a intransigente defesa do ambiente nacional, da riqueza e
patrimônio da Nação, do espaço marítimo e aéreo contra o que não
prevalecerão interesses internacionais ou multinacionais;
VI – adoção de medidas desestimuladoras do êxodo involuntário e
negativo, sob qualquer aspecto, da população comunitária, especialmente
a rural, apoiando iniciativas econômicas capazes de propiciar o aumento
da renda familiar, em especial das camadas de baixa renda, e iniciativas
que propiciem a justa distribuição de terras e de condições de uso aos que
nela trabalham;
VII – compromisso de aceleração do acesso da população aos
benefícios da educação, da saúde e do bem-estar social, calcada na
realidade econômica e cultural da comunidade, pelo aumento das
oportunidades de emprego e de renda familiar;
VIII – estímulos financeiros e técnicos diretos e indiretos,
associados com a União, o Estado e entidades publicas e/ou privadas, bem
como incentivos fiscais a empreendimentos econômicos geradores de
mão-de-obra e outros efeitos sociais e financeiros;

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IX – compromisso de integração no processo de desenvolvimento
econômico do País, do Nordeste, do Ceará e da Região do Maciço de
Baturité como fator de melhor distribuição de renda e de alimentação da
condição de pobreza;
X – garantia de austeridade administrativa e de transparência das
ações e de exercício dos poderes municipais, amplamente explicitadas na
legislação codificada e ordinária do Município.
Art. 2º. São Poderes do Município, independentes e harmônicos
entre si, o Legislativo e o Executivo.
§ 1º O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal e
através do povo, na forma estabelecida por esta Lei Orgânica.
§ 2º O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito, auxiliado pelos
Secretários municipais, Diretores equivalentes e órgãos que lhe são
subordinados na forma prevista por esta Lei Orgânica e legislação
infraconstitucional.
§ 3º É vedada a delegação de atribuições de um poder ao outro,
salvo as exceções previstas nesta Lei Orgânica.
Art. 3º. São símbolos oficiais do Município a bandeira, o hino e o
brasão, além de outros representativos de sua cultura e história que sejam
estabelecidos em lei.
Art. 4º. Todo cidadão tem o direito de requerer informações sobre
os atos da administração municipal, sendo parte legítima para pleitear,
perante os poderes públicos competentes, a declaração de nulidade ou
anulação de atos lesivos ao patrimônio público, histórico e cultural.
Art. 5º. A iniciativa popular de lei, o plebiscito, o referendo, o
orçamento participativo e o veto popular são formas de assegurar a efetiva
participação do povo nas definições das questões fundamentais de
interesse coletivo.
Parágrafo único. O veto popular não alcançará matérias que
versem sobre tributos, organização administrativa, servidores públicos e
seu regime jurídico, funções ou empregos públicos, aumento de
remuneração de pessoal, provimento de cargos, estabilidade e
aposentadoria, criação, estruturação e atribuições das secretarias e órgãos
da administração pública.
Art. 6º. Para garantir a gestão democrática da cidade deverão ser
utilizados, entre outros decorrentes do regime e dos princípios adotados
pela Constituição Federal e por ela própria, os seguintes instrumentos:
I – órgãos colegiados de políticas públicas;
II – debates, audiências e consultas públicas;
III – conferência sobre os assuntos de interesse público;
IV – iniciativa popular de planos, programas e projetos de
desenvolvimento;
V – a elaboração e a gestão participativa do plano plurianual, nas
diretrizes orçamentárias e do orçamento anual, como condição obrigatória
para a sua aprovação pela Câmara Municipal.

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Art. 7º. A eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores,
para o mandato de quatro anos, realizar-se-á em pleito direto, na mesma
data estabelecida para todo o País.
Art. 8º. Constituem bens do Município todas as coisas móveis e
imóveis, direitos e ações que a qualquer título lhe pertençam.
Parágrafo único. O Município tem direito à participação do
resultado da exploração de recursos hídricos para fins de geração de
energia elétrica e de outros recursos minerais de seu território.
Art. 9º. O Território do Município poderá ser dividido em Distritos,
criados, organizados e suprimidos por lei municipal, observada a legislação
federal e estadual, a consulta plebiscitária e o disposto nesta Lei Orgânica.

CAPÍTULO II
Das Competências Municipais

SEÇÃO I
Da Competência Privativa

Art. 10. Ao Município compete, privativamente:


I – legislar sobre assuntos de interesse local;
II - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como
aplicar suas rendas;
III – criar, organizar e suprimir Distritos, observada a legislação
estadual e esta Lei Orgânica;
IV – Instituir a guarda municipal destinada à proteção de seus
bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei;
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão
ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluídos o de
transporte coletivo, iluminação pública e o de fornecimento de água
potável, que têm caráter essencial;
VI – manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do
Estado, programas de educação infantil e ensino fundamental;
VII – prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do
Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
VIII – promover a proteção, preservação e recuperação do meio
ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico,
paisagístico e arqueológico, observada a legislação Federal e Estadual;
IX - incentivar a cultura e promover o lazer;
X – fomentar a produção agropecuária e demais atividades
econômicas, inclusive a artesanal;
XI – preservar as florestas, a fauna e a flora;
XII – realizar serviços de assistência social, diretamente, ou por
meio de instituições privadas, conforme critérios e condições fixados em
Lei Municipal;
XIII – realizar programas de apoio às práticas desportivas;
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XIV – realizar programas de alfabetização;
XV – realizar atividades de defesa civil, inclusive as de combate a
incêndios e prevenção de acidentes naturais, em coordenação com a
União e o Estado;
XVI – promover, no que couber, adequado ordenamento territorial,
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação
do solo urbano;
XVII – elaborar e executar o plano diretor de desenvolvimento
integrado;
XVIII – promover os seguintes serviços:
a) mercados, feiras e matadouros;
b) construção e conservação de parques, praças e estradas e
caminhos municipais;
c) transportes coletivos estritamente municipais;
d) iluminação pública;
e) edificação e conservação de prédios públicos municipais;
XIX – fixar:
a) tarifas dos serviços públicos, inclusive dos serviços de táxis;
b) horário de funcionamento dos estabelecimentos industriais,
comerciais e de serviços;
XX - sinalizar as vias públicas urbanas e rurais, regulamentando e
fiscalizando a utilização de vias e logradouros públicos;
XXI – conceder licença para:
a) localização, instalação e funcionamento de estabelecimentos
industriais, comerciais e de serviços;
b) afixação de cartazes, letreiros, anúncios, faixas, emblemas e
utilização de alto-falantes para fins de publicidade e
propaganda;
c) exercícios de comércio eventual ou ambulante;
d) realização de jogos, espetáculos e divertimentos públicos,
observadas as prescrições legais;
e) prestação dos serviços de táxis;
Parágrafo único. Será cassada a licença que houver sido
concedida ao estabelecimento que se tornar prejudicial à saúde, à higiene,
ao sossego, à segurança ou aos bons costumes, ou determinar o
fechamento dele.
XXII – regularizar a utilização dos logradouros públicos,
especialmente no perímetro urbano, determinando o itinerário e os pontos
de parada dos transportes coletivos e de cargas;
XXIII – dispor sobre o registro, vacinação e capturas de animais e
erradicar as moléstias de que possam ser portadores ou transmissores;
XXIV – promover a descentralização, a desconcentração e a
democratização da Administração Pública Municipal;
XXV – elaborar:
a) a lei orçamentária anual;
b) a lei de diretrizes orçamentária;
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c) a lei do plano plurianual;
XXVI – elaborar e votar os Códigos de Postura, de Obras,
Tributário e outros que se fizerem necessários, inclusive, o Estatuto dos
Servidores, quando for o caso;
XXVII – promover a geração de emprego e renda para a população
excluída das atividades econômicas formais, dando prioridade ao
cooperativismo e às demais formas de autogestão econômica;
XXVIII – criar mecanismos que combatam a discriminação à
mulher, à criança e adolescente em situação de risco, às pessoas
portadoras de deficiência e de doenças contagiosas, obesos mórbidos, ao
homossexual, ao idoso, ao índio, ao negro, ao ex-detento e promovam a
igualdade entre cidadãos;.
XXIX – participar de entidades que congreguem os Municípios
brasileiros, os Municípios nordestinos, os Municípios do Estado e/ou
aqueles Municípios de sua própria região fisiográfica, na forma
estabelecida em lei;
XXX – integrar consórcio com outros Municípios para solução de
problemas comuns;.
XXXI – elaborar o orçamento, prevendo a receita federal e fixando
a despesa, com base em planejamento adequado;
XXXII – dispor sobre depósito e venda de animais e mercadorias
apreendidas em decorrência de transgressão de legislação municipal;
XXXIII – estabelecer e impor penalidades por infração de suas leis
e regulamentos;.
XXXIV – prover sobre a limpeza das vias e logradouros públicos,
remoção e destino do lixo domiciliar, hospitalar e de outros resíduos de
qualquer natureza;
XXXV – dispor sobre serviços funerários e cemitérios,
encarregando-se da administração daqueles que forem públicos e
fiscalização dos pertencentes a entidades privadas;
XXXVI – organizar o quadro e estabelecer o regime próprio de
seus servidores;.
XXXVII – dispor sobre a administração, utilização e alienação de
seus bens;
XXXVIII – adquirir bens, inclusive mediante desapropriação por
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social;
XXXIX – estabelecer normas de edificação, de loteamento, de
arruamento e de zoneamento urbano e rural, observada a legislação
federal.

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SEÇÃO II
Da Competência Comum

Art. 11. É da competência administrativa comum do Município,


observando as Constituições Federal e Estadual e leis complementares, o
exercício das seguintes medidas:
I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições
democráticas e conservar o patrimônio público;
II – cuidar da saúde e da assistência social, da proteção e da
garantia das pessoas portadoras de deficiências e dos idosos;
III – impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras
de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
IV – proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à
ciência;
V – promover programa de construção de moradias dignas e a
melhoria das condições habitacionais de saneamento básico;
VI - combater as causas da pobreza e os fatores de
marginalização, promovendo a integração social dos setores
desfavorecidos;
VII – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos
de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais;
VIII – estabelecer e implantar política de educação: para a
segurança do trânsito; direitos humanos e do consumidor; profilaxia
sanitária e efeitos das drogas; ecologia; sexologia; folclore e cultura
cearense; ciências políticas e aspectos histórico-geográficos e sócio-
econômicos do Município.

SEÇÃO III
Da Competência Suplementar

Art. 12. Ao Município compete suplementar, no que couber, a


legislação Federal e a Estadual, no que diz respeito ao peculiar interesse,
visando a adaptá-la à realidade local.

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TÍTULO II
Da Organização dos Poderes

CAPÍTULO I
Dos Poderes Municipais

Art. 13. Todo poder emana do povo, e em seu nome será exercido,
direta ou indiretamente, por meio de seus representantes eleitos para
desempenharem seus respectivos mandatos.
Art. 14. A organização do Município observará os seguintes
princípios e diretrizes:
I - a prática democrática;
II - a soberania e a participação popular;
III - a transparência e o controle popular na ação do governo;
IV - o respeito à autonomia e à independência de atuação das
associações e movimentos sociais;
V - a programação e o planejamento sistemáticos;
VI - o exercício pleno da autonomia municipal;
VII - a garantia de acesso, a todos, de modo justo e igual, sem
distinção de origem, raça, sexo, orientação sexual, cor, idade, condição
econômica, religião, ou qualquer outra discriminação, aos bens, serviços, e
condições de vida indispensáveis a uma existência digna;
VIII - a acolhida e o tratamento igual a todos os que, no respeito da
lei, afluam para o Município.
Art. 15. É dever do Poder Municipal, em cooperação com a União,
o Estado e com outros Municípios, assegurar a todos o exercício dos
direitos individuais, coletivos, difusos e sociais estabelecidos pela
Constituição da República e pela Constituição Estadual, e daqueles
inerentes às condições de vida na cidade, inseridos nas competências
municipais específicas, em especial no que respeita ao:
I - meio ambiente humanizado, sadio e ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo, para as presentes e futuras gerações;
II - abastecimento de gêneros de primeira necessidade;
III - ensino fundamental e educação infantil.
Parágrafo único. A criança e o adolescente são considerados
prioridade absoluta do Município.
Art. 16. O Poder Municipal criará, por lei, conselhos compostos de
representantes eleitos ou designados, a fim de assegurar a adequada
participação de todos os cidadãos em suas decisões.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o modo de participação dos conselhos, bem como das
associações representativas, no processo de planejamento municipal e, em
especial, na elaboração do plano diretor, do plano plurianual, das diretrizes
orçamentárias e do orçamento anual;
II - a fiscalização popular dos atos e decisões do Poder Municipal e
das obras e serviços públicos;
17
III - a participação popular nas audiências públicas promovidas
pelo Legislativo ou pelo Executivo.
Art. 17. O Legislativo e o Executivo tomarão a iniciativa de propor a
convocação de plebiscitos, antes de proceder à discussão e aprovação de
obras de valor elevado ou que tenham significativo impacto ambiental,
segundo estabelecido em lei.

CAPÍTULO II
Do Poder Legislativo

SEÇÃO I
Da Câmara Municipal

Art. 18. O número de Vereadores será fixado pela Câmara


Municipal, observados os limites estabelecidos no art. 29, IV, “b” da
Constituição Federal e as seguintes normas:
I – o número total de sua representação será de 11 (onze)
vereadores, observados os preceitos constitucionais;
II – o número de habitantes a ser utilizado como base de cálculo do
número de Vereadores será aquele fornecido, mediante certidão, pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE;
III – o número de Vereadores será fixado mediante decreto do
Poder Legislativo até o final da sessão legislativa do ano que anteceder as
eleições;
IV – a Mesa da Câmara enviará ao Tribunal Regional Eleitoral, logo
após sua edição, cópia do decreto legislativo de que trata o inciso anterior.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.
Art. 19. O Poder Legislativo tem autonomia administrativa e
financeira.

SEÇÃO II
Da Posse dos Vereadores

Art. 20. A Câmara Municipal de Capistrano reunir-se-á em sessões


preparatórias, a partir de primeiro de janeiro, no primeiro ano da legislatura,
para a posse de seus membros.
§ 1º Sob a presidência do Vereador que mais recentemente tenha
exercido cargo na Mesa ou, na hipótese de inexistir tal situação, do mais
votado entre os presentes, os demais vereadores prestarão compromisso e
tomarão posse, cabendo ao Presidente, prestar o seguinte compromisso:
“Prometo cumprir a Constituição Federal, a Constituição
Estadual e a Lei Orgânica Municipal, observar as leis, desempenhar o
mandato que me foi confiado e trabalhar pelo progresso do Município
e bem-estar de seu povo.”
18
§ 2º Prestado o compromisso pelo Presidente, o Secretário que for
designado para esse fim, fará a chamada nominal de cada Vereador, que
declarará: - “Assim prometo”.
§ 3º O Vereador que não tomar posse, na sessão de instalação,
deverá fazê-lo dentro do prazo de quinze dias, salvo motivo justo,
apresentado por escrito à Câmara, e aceito pela maioria absoluta dos
Vereadores, sob pena de extinção do mandato.
§ 4º No ato da posse, os Vereadores deverão desincompatibilizar-
se e fazer declaração de seus bens, repetida quando do término do
mandato, sendo ambas transcritas em livro próprio, resumidas em ata e
divulgadas para o conhecimento do público.

SEÇÃO III
Das Atribuições da Câmara Municipal

Art. 21. Cabe à Câmara Municipal, com a sanção do Prefeito,


legislar sobre as matérias de competência do Município, especialmente no
que se refere ao seguinte:
I – suplementar a legislação federal e a estadual, inclusive, em
assuntos de interesse local, notadamente, no que diz respeito:
a) à saúde, à assistência pública e à proteção e garantia das
pessoas portadoras de deficiência;
b) à proteção de documentos, obras e outros bens de valor
histórico, artístico e cultural, como os monumentos, as
paisagens naturais, notáveis e os sítios arqueológicos do
Município;
c) impedir a evasão, destruição e descaracterização de obras de
arte e outros bens de valor histórico, artístico e cultural do
Município;
d) à abertura de meios de acesso à cultura, à educação e à
ciência;
e) à proteção do meio ambiente e ao combate à poluição;
f) ao incentivo à industria e ao comércio;
g) à criação de distritos industriais;
h) ao fomento da produção agropecuária e à organização do
abastecimento alimentar;
i) à promoção de programas de construção de moradias,
melhorando as condições habitacionais e de saneamento
básico;
j) ao combate às causas da pobreza e aos fatores de
marginalização, promovendo a integração social dos setores
desfavorecidos;
k) ao registro, ao acompanhamento e à fiscalização das
concessões de pesquisa e exploração dos recursos hídricos e
minerais em seu território;
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l) ao estabelecimento e à implantação da política de educação
para trânsito;
m) à cooperação com a União e o Estado, tendo em vista o
equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar, atendidas as
normas fixadas em lei complementar federal;
n) ao uso e ao armazenamento dos agrotóxicos, seus
componentes e afins;
o) às políticas públicas do Município;
II – instituir e arrecadar tributos de sua competência, bem como
aplicar suas rendas, autorizar isenções e anistias fiscais e a remissão de
dividas;
II - votar o projeto de lei de diretrizes orçamentária, o projeto de lei
orçamentário anual e o projeto de lei do plano plurianual, bem como
autorizar a abertura de créditos suplementares e especiais;
IV – deliberar sobre a concessão de empréstimos, operação ou
acordo externo de qualquer natureza, operações de crédito e aplicações
financeiras em bancos oficiais, pela administração direta e indireta, bem
como as formas e os meios de pagamento;
V - autorizar a concessão de auxílios e subvenções;
VI - autorizar a concessão de serviços públicos;
VII - autorizar a concessão de direito real de uso de bens
municipais;
VIII - autorizar a alienação de bens imóveis;
IX - autorizar a aquisição de bens imóveis, salvo quando se tratar
de doação sem encargo;
X – criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação
federal e estadual;
XI - criar, transformar e extinguir cargos, empregos e funções
públicas e fixar os respectivos vencimentos;
XII - aprovar o plano diretor de desenvolvimento integrado;
XIII – alterar a denominação de próprios, vias e logradouros
públicos;
XIV – aprovar a instituição da guarda municipal, destinada a
proteger bens, serviços e instalações do Município;
XV - estabelecer normas urbanísticas, particularmente relativas a
zoneamento e a loteamento;
XVI - autorizar a concessão, a permissão de uso de bens
municipais;
XVII - criar, estruturar e conferir atribuições aos auxiliares diretos
do Prefeito e órgão da administração municipal;
XVIII - autorizar convênios com entidades públicas ou particulares
e consórcios com outros Municípios;
XIX - delimitar o perímetro urbano;
XX - instituir penalidades administrativas.
Art. 22. Compete ainda à Câmara Municipal:
I - elaborar as normas de receita não tributária;
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II - legislar sobre feriados municipais, nos termos da legislação
federal;
III - legislar acerca da criação dos órgãos permanentes
necessários à execução dos serviços públicos, inclusive, autarquias e
fundações e constituição de empresas públicas e sociedades de economia
mista;
IV - legislar sobre o plano de desenvolvimento urbano.
Art. 23. Compete à Câmara Municipal, privativamente, entre
outras, independente de sanção do Executivo, as seguintes atribuições:
I - eleger a Mesa Diretora e dar posse ao Prefeito e ao Vice-
Prefeito;
II – fixar por lei de sua iniciativa, para viger na legislatura
subseqüente, até trinta dias antes das eleições municipais os subsídios dos
Vereadores, observado para estes, a razão de no máximo, trinta por cento
daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Estaduais e
respeitadas as condições da Constituição Federal, considerando-se
mantido o subsídio vigente na hipótese de não se proceder à respectiva
fixação na época própria, atualizado o valor monetário conforme
estabelecido em lei municipal específica;
Parágrafo único. Compete ainda ao Legislativo fixar, por lei de sua
iniciativa, os subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários
municipais, observado o que dispõem os artigos 29, VI, 37, XI e 39, § 4º da
Constituição Federal.
III – elaborar o seu Regimento Interno;
IV – exercer, com o auxílio do Tribunal de Contas ou órgão
estadual competente, a fiscalização financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial do município;
V - tomar e julgar as contas do Prefeito, deliberando sobre o
parecer do Tribunal de Contas dos Municípios no prazo máximo de
sessenta dias, a contar a partir do seu recebimento, observados os
seguintes preceitos:
a) o parecer do Tribunal de Contas dos Municípios somente
deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara;
b) decorrido o prazo de sessenta dias, sem deliberação pela
Câmara, as contas serão consideradas aprovadas ou rejeitadas, de acordo
com a conclusão do parecer do Tribunal de Contas dos Municípios;
c) rejeitadas as contas, serão estas, imediatamente, remetidas ao
Tribunal de Contas dos Municípios, com prazo não superior a trinta dias,
para os fins de direito;
VI – sustar os atos normativos do Poder Executivo que orbitem do
poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
VII – dispor sobre sua organização, funcionamento, política,
criação, transformação ou extinção de cargos, empregos e funções de
seus serviços e fixar a respectiva remuneração;
VIII – autorizar o Prefeito e o Vice-Prefeito a se ausentarem do
Município;
21
Parágrafo único. Quando a ausência do Prefeito exceder a dez
dias, o cargo deverá ser imediatamente transmitido, salvo quando tratar-se
de viagens ao exterior, caso em que esta far-se-á, automaticamente,
independentemente de prazo.
IX - estabelecer e mudar, temporariamente, o local de suas
reuniões;
X – fiscalizar e controlar, diretamente, os atos do Poder Executivo,
incluídos os da Administração indireta e fundacional;
XI - proceder à tomada de contas do Prefeito, através de comissão
especial, quando não apresentadas à Câmara, dentro de sessenta dias
após a abertura da sessão legislativa;
XII - julgar o Prefeito, o Vice-Prefeito e os Vereadores, nos casos
previstos em lei federal;
XIII – representar ao Procurador Geral da Justiça, mediante
aprovação de dois terços dos seus membros, contra o Prefeito, o Vice-
Prefeito e os Secretários municipais ou ocupantes de cargos da mesma
natureza, pela pratica de crime contra a administração pública que tiver
conhecimento;
XIV – dar posse ao Prefeito e ao Vice-Prefeito, conhecer de sua
renúncia e afastá-los, definitivamente, do cargo, nos termos previstos em
lei;
XV – conceder licença ao Prefeito, ao Vice-Prefeito e aos
Vereadores para afastamento do cargo;
XVI - criar Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI sobre fato
determinado em prazo certo, mediante requerimento de um terço de seus
membros;
XVII – convocar, através da Câmara Municipal, ou de qualquer
uma de suas comissões, mediante requerimento aprovado pela maioria
absoluta dos Vereadores, o Prefeito, os Secretários Municipais e titulares
de concessionárias e permissionárias do serviço público municipal, para
prestar, pessoalmente, informações sobre assuntos previamente
estabelecidos;
XVIII – solicitar informações ao Prefeito Municipal sobre assuntos
referentes à administração;
§ 1º É fixado em quinze dias, prorrogável por igual período, desde
que solicitado e devidamente justificado, o prazo para que os responsáveis
pelos órgãos da administração direta e indireta do Município, prestem as
informações e encaminhem os documentos requisitados pela Câmara
Municipal, na forma desta Lei Orgânica.
§ 2° Desatendendo o Prefeito, sem motivo justo, às convocações
da Câmara, quando feitas a tempo e de forma regular, comete infração
político-administrativa, ficando sujeito ao julgamento pela Câmara de
Vereadores com possível cassação de mandato.
§ 3º Não sendo atendida a convocação por Secretários Municipais,
presidentes ou diretores de órgãos públicos e diretores de sociedade de
economia mista municipais, os mesmos ficarão sujeitos à exoneração.
22
§ 4º Fica garantido às entidades legalmente constituídas e
representativas de segmentos da sociedade e aos partidos políticos o
direito de se pronunciarem nas audiências públicas da Câmara Municipal,
bem como nas reuniões das suas comissões técnicas e no plenário, na
forma que o regimento dispuser, sempre que se tratar de assuntos
relacionados às suas respectivas áreas de atuação.
XIX – autorizar referendo a convocar plebiscito;
XX – decidir sobre a perda do mandato de Vereador, por escrutínio
aberto e pela proposta aprovada por dois terços da composição do
Legislativo, nas hipóteses previstas nesta Lei Orgânica;
XXI – conceder, mediante proposta aprovada por dois terços dos
seus membros, o título de Cidadão Honorário, no máximo de dois por
Vereador, em cada legislatura, ou conferir homenagem a pessoa que
reconhecidamente tenha prestado relevantes serviços aos interesses
públicos ou se tenha destacado no Município pela atuação exemplar da
vida pública e particular;
XXII – prender, pela sua Mesa, em flagrante, qualquer pessoa que
perturbe a ordem dos trabalhos ou que desacate a corporação ou qualquer
dos seus membros, quando em sessão ou no seu recinto, devendo, para
tanto, o auto de flagrante ser lavrado pelo primeiro Secretário ou por
qualquer outro membro da Mesa, assinado pelo Presidente e duas
testemunhas, e encaminhado, juntamente com o preso, à autoridade
competente para o respectivo processo;
XXIII - deliberar sobre o adiamento e a suspensão de suas
reuniões;
XIV - solicitar a intervenção do Estado no Município;
XXV – denominar bairros, praças, vias e logradouros públicos, bem
como sua modificação;
Parágrafo único. O projeto de decreto legislativo que vise alterar a
denominação do bairro, praça, via e logradouros públicos, deverá ser
justificado, previamente, por audiência pública para manifestação da
população.

SEÇÃO IV
Do Exame Público das Contas Municipais

Art. 24. As contas anuais do Município, Poderes Executivo e


Legislativo, deverão ser enviadas à Câmara Municipal até o dia trinta e um
de janeiro do ano subseqüente, ficando à disposição do cidadão, durante
sessenta dias, a partir do dia dez de fevereiro de cada exercício, no horário
de funcionamento da Câmara Municipal e em local de fácil acesso ao
público, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhe a
legitimidade, nos termos da Lei e, decorrido este prazo, as contas serão,
até o dia dez de abril de cada ano, enviadas pela Presidência da Câmara

23
Municipal ao Tribunal de Contas dos Municípios para que este emita o
competente parecer prévio.
§ 1º A consulta às contas municipais poderá ser feita por qualquer
cidadão, independente de requerimento, autorização ou despacho de
qualquer autoridade.
§ 2º A consulta só poderá ser feita no recinto da Câmara Municipal.
§ 3º A reclamação apresentada deverá:
I – ter a identificação e a qualificação do reclamante;
II – ser apresentada em quatro vias no protocolo da Câmara;
III – conter elementos e provas nas quais se fundamenta o
reclame.
§ 4º As vias de reclamação apresentadas no protocolo da Câmara,
terão a seguinte destinação:
I – a primeira via deverá ser encaminhada pela Câmara ao Tribunal
de Contas ou órgão equivalente, mediante oficio;
II – a segunda via deverá ser anexada às contas à disposição do
público, pelo prazo que restar ao exame e apreciação;
III – a terceira via se constituirá em recibo do reclamante e deverá
ser autenticada pelo servidor que a receber no protocolo;
IV – a quarta via será arquivada na Câmara Municipal.
§ 5º A anexação da segunda via, de que trata o inciso II, § 4º deste
artigo, independerá no despacho de qualquer autoridade e deverá ser feita
no prazo de quarenta e oito horas pelo servidor que a tenha recebido, no
protocolo da Câmara, sob pena de suspensão de dois dias.
§ 6º As contas mensais dos Poderes Executivo e Legislativo ficarão
à disposição dos munícipes, durante o horário de funcionamento da
Câmara Municipal e em local de fácil acesso, para livre exame, apreciação
e questionamento, respeitados os ditames dos parágrafos anteriores
contidos neste artigo.
Art. 25. A Câmara Municipal enviará ao reclamante cópia da
correspondência que encaminhou ao Tribunal de Contas ou órgão
equivalente.

SEÇÃO V
Da Remuneração dos Agentes Políticos

Art. 26. Os subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos


Secretários Municipais serão fixados por lei de iniciativa da Câmara
Municipal, até o encerramento do segundo período legislativo do ano das
eleições municipais, vigorando para a legislatura seguinte, observado o
que dispõem os artigos 37, XI, 39, § 4º, 150, II e 153, § 2º, I da
Constituição Federal.
Art. 27. Os subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos
Secretários Municipais serão fixados, determinando-se o valor em moeda
corrente no país, vedada qualquer vinculação.
24
§ 1º O subsídio do Prefeito, fixado pela Câmara Municipal,
obedecerá, obrigatoriamente, o que dispõem os artigos 37, XI, 39, § 4º,
150, II e 153, § 2º, I da Constituição Federal, aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, à
capacidade econômica do Município e a Lei de Responsabilidade Fiscal -
LRF.
§ 2º Os subsídios de que tratam este artigo terão suas expressões
monetárias revisadas anualmente, considerando os mesmos índices e as
mesmas datas observadas para a revisão geral da remuneração dos
servidores do Município.
§ 3º O subsídio do Vice-Prefeito não poderá exceder a dois terços
da remuneração atribuída ao Prefeito Municipal, cabendo-lhe, quando no
exercício deste cargo, por mais de quinze dias, o vencimento integral
assegurado ao titular efetivo do cargo.
§ 4º Os subsídios dos vereadores serão fixados através de
Resolução de competência exclusiva do Poder Legislativo Municipal, até
trinta dias antes das Eleições municipais, vigorando para a legislatura
subseqüente, observado o que dispõem a Constituição Federal, a
Constituição Estadual e esta Lei Orgânica Municipal.
§ 5º O subsídio do Presidente da Câmara Municipal de Capistrano,
desde que, no efetivo exercício, constituirá de parcela única, no valor
nunca superior a dois subsídios concedidos ao Vereador deste Poder.
Art. 28. Os subsídios dos Vereadores terão por limite Máximo trinta
por cento do valor percebido pelos Deputados Estaduais.
Parágrafo único Será concedida pensão vitalícia à(ao) esposa(o)
do(a) Vereador(a), quando do seu falecimento no exercício do cargo,
correspondente à parte fixa de seus subsídios e, à(ao) esposa(o) do(a)
Prefeito(a), em cem por cento de seus subsídios.
Art. 29. Não poderá ser prevista remuneração para as sessões
extraordinárias, solenes e itinerantes. .
Parágrafo único. Aos Vereadores residentes na zona rural do
Município ser-lhe-á concedido o direito à diárias por comparecimento às
sessões ordinárias do Poder Legislativo, como compensação de suas
despesas com transporte e alimentação.
Art. 30. Resolução ou decreto legislativo fixará critérios de
indenização, relativos às despesas de viagem do Prefeito, do Vice-Prefeito,
dos Vereadores e servidores.
Parágrafo único. A indenização de que trata este artigo, não será
considerada como remuneração e nem vencimentos.

SEÇÃO VI
Da Eleição da Mesa Diretora

Art. 31. Imediatamente após a posse, os Vereadores reunir-se-ão


sob a presidência do Vereador que mais recentemente tenha exercido
25
cargo na Mesa, ou, na hipótese de inexistir tal situação, do mais votado
entre os presentes e, havendo maioria absoluta dos membros da Câmara,
elegerão os componentes da Mesa Diretora, que serão automaticamente
empossados.
§ 1º O mandato da Mesa Diretora da Câmara Municipal será de
dois anos, permitida a recondução para o mesmo cargo na eleição
subseqüente, na mesma legislatura, com posse automática em 1º de
janeiro.
§ 2º Não havendo número legal, o vereador que mais
recentemente tenha exercido cargo na Mesa, ou, na hipótese de inexistir
tal situação, do mais votado entre os presentes, permanecerá na
presidência e convocará sessões diárias até que seja eleita a Mesa
Diretora.
§ 3º A eleição da Mesa Diretora, para os dois últimos anos de cada
legislatura, será realizada na última sessão ordinária do segundo período
legislativo, tomando posse no dia primeiro de janeiro do ano subseqüente.
§ 4º Qualquer componente da Mesa Diretora poderá ser destituído
da mesma, pelo voto de dois terços dos membros da Câmara, quando
faltoso, omisso ou ineficiente no desempenho de suas atribuições
regimentais, elegendo-se outro Vereador para a complementação do
mandato.
§ 5º A Mesa Diretora da Câmara compõe-se de um Presidente, um
Vice-Presidente, um primeiro Secretário e um segundo Secretário,
assegurando-se tanto quanto possível, a representação proporcional dos
partidos.

SEÇÃO VII
Das Atribuições da Mesa da Câmara

Art. 32. Compete à Mesa da Câmara Municipal, além de outras


atribuições estipuladas no Regimento Interno:
I – enviar ao Chefe do Executivo Municipal e ao Tribunal de Contas
dos Municípios – TCM, até o dia trinta do mês subseqüente, a
demonstração de como foram aplicados os numerários recebidos à conta
de duodécimos, acompanhada da referida documentação, nos termos da
lei.
II - propor projetos de lei que criem ou extingam cargos nos
serviços da Câmara e fixem os respectivos vencimentos;
III - contratar, na forma da lei, por tempo determinado, para atender
a necessidade temporária de excepcional interesse público.
IV – declarar a perda de mandato de Vereador, de ofício ou
provocação de qualquer dos membros da Câmara, nos casos previstos nos
incisos I a IX do artigo constante das incompatibilidades desta Lei
Orgânica, assegurada ampla defesa, nos termos do Regimento Interno;

26
V – elaborar e encaminhar ao Chefe do Executivo Municipal, até o
dia doze de agosto, após a aprovação do Plenário, a proposta parcial do
Orçamento da Câmara, para ser incluída na proposta geral do Município,
prevalecendo, na hipótese de não aprovação pelo Plenário, a proposta
elaborada pela Mesa.
VI - tomar todas as medidas necessárias à regularidade dos
trabalhos administrativos;
VII - apresentar projetos de lei dispondo sobre abertura de créditos
suplementares ou especiais, através do aproveitamento total ou parcial das
consignações orçamentárias da Câmara;
VIII - promulgar as emendas a esta Lei Orgânica;
IX - representar ao Poder Executivo sobre necessidades de
economia interna;
§ 1º A Mesa decidirá sempre por maioria de seus membros.
§ 2º Nos projetos de lei de competência da Mesa da Câmara, não
serão admitidas emendas que aumentem a despesa prevista, ressalvado o
disposto no inciso II deste artigo, se houver emenda assinada pela maioria
absoluta dos Vereadores.

SEÇÃO VIII
Das Sessões Legislativas

Art. 33. As sessões legislativas anuais desenvolvem-se em dois


períodos legislativos, sendo o primeiro, de primeiro de janeiro a trinta e um
de maio, com recesso em junho, e o segundo período, de primeiro de julho
a trinta de novembro, com recesso em dezembro, independente de
convocação.
§ 1º As reuniões marcadas para as datas estabelecidas no caput,
serão transferidas para o primeiro dia útil subseqüente, quando recaírem
em sábados, domingos ou feriados.
§ 2º A Câmara Municipal reunir-se-á em sessões ordinárias,
extraordinárias, solenes, secretas e itinerantes, conforme dispuser o seu
Regimento Interno, e as remunerará de acordo com o estabelecido nesta
Lei Orgânica e na legislação específica, compostas de expediente, ordem
do dia e votação e as sessões ordinárias terão primeiro e segundo
expedientes.
§ 3º As sessões extraordinárias, solenes, secretas e itinerantes da
Câmara não serão remuneradas, exceto às ordinárias, cuja remuneração
será estabelecida nesta Lei Orgânica e em legislação específica.
Art. 34. As sessões da Câmara Municipal deverão ser realizadas
em recinto destinado ao seu funcionamento, considerando-se nulas as que
se realizarem fora dele.
§ 1º Comprovada a impossibilidade de acesso àquele recinto ou
outra causa que impeça a sua utilização, poderão ser realizadas sessões
em outro local, por decisão da maioria absoluta do Plenário.

27
§ 2º As sessões solenes e itinerantes poderão ser realizadas fora
do recinto da Câmara.
§ 3º As sessões itinerantes acontecerão por convocação da Mesa
Diretora da Câmara ou por requerimento de um terço dos Vereadores, com
aprovação da maioria absoluta do Legislativo Municipal, estabelecendo,
anteriormente, datas e horários das sessões.
Art. 35. As sessões da Câmara poderão ser públicas, salvo
deliberação em contrário, tomada pela maioria absoluta de seus membros,
quando ocorrer motivo relevante de preservação do decoro parlamentar.
Art. 36. As sessões somente poderão ser abertas pelo Presidente
da Câmara ou por outro membro da Mesa com a presença mínima de um
terço dos seus membros.
Parágrafo único. Considerar-se-á presente à sessão, o Vereador
que assinar o livro ou as folhas de presença, até o inicio da leitura do
primeiro expediente.
Art. 37. A convocação extraordinária da Câmara Municipal dar-se-
á:
I – pelo Prefeito Municipal, quando este a entender necessária;
II – pelo Presidente da Câmara, quando julgar necessário;
III – a requerimento da maioria absoluta dos membros da Câmara.
§ 1º Na sessão legislativa extraordinária, a Câmara Municipal
deliberará somente sobre a matéria para a qual foi convocada.
§ 2º Os Vereadores, para as sessões extraordinárias, deverão ser
convocados, devidamente notificados, com antecedência mínima de vinte e
quatro horas.
Art. 38. Fica criada a Tribuna Livre da Câmara Municipal de
Capistrano.
§ 1º Todo cidadão capistranense poderá, após encerrado os
trabalhos da ordem do dia, fazer uso da Tribuna Livre da Câmara
Municipal, por um prazo máximo de cinco minutos, desde que haja
solicitação à secretaria da Mesa antes de iniciada a sessão.
§ 2º Ao se inscrever o cidadão deverá fazer referência à matéria
sobre a qual falará, não lhe sendo permitido abordar temas que não
tenham sido expressivamente mencionados na inscrição.
§ 3º O cidadão que o desejar poderá usar da palavra durante a
primeira discussão dos projetos de lei, para opinar sobre eles, desde que
se inscreva em lista especial na Secretaria da Câmara antes de iniciada a
sessão.
§ 4º Caberá ao Presidente da Câmara fixar o número de cidadãos
que poderão fazer uso da palavra em cada sessão.
§ 5º O Regimento Interno da Câmara estabelecerá as condições e
requisitos para o uso da palavra pelos cidadãos.

28
SEÇÃO IX
Das Comissões da Câmara Municipal

Art. 39. A Câmara Municipal terá Comissões permanentes e


especiais, constituídas na forma e com as atribuições definidas no
Regimento Interno ou em ato que resultar a sua criação.
§ 1º Em cada Comissão será assegurada, tanto quanto possível, a
representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que
participam da Câmara.
§ 2º Às Comissões, em razão da matéria de sua competência,
cabe:
I – discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do
Regimento Interno, à competência do Plenário, salvo se houver recursos
de um terço dos membros da Câmara;
II – realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil e
demais órgãos públicos;
III - convocar secretários municipais, diretores de concessionárias
e permissionárias do serviço público municipal, para prestar informações
sobre assuntos inerentes às suas atribuições;
IV – receber petições, reclamações, representações ou queixa de
qualquer pessoa contra atos ou omissões de autoridade ou entidade
pública municipais, ficando obrigada a manifestar-se sobre a matéria;
V – solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI – discutir e emitir parecer sobre projetos de lei;
§ 3º As Comissões especiais, criadas por deliberação do Plenário,
serão destinadas ao estudo de assuntos específicos e à representação da
Câmara em congressos, solenidades ou outros atos públicos.
§ 4° Durante o recesso, salvo convocação extraordinária, haverá
uma Comissão representativa da Câmara, cuja composição representará,
quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária, eleita na
última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no
Regimento Interno.
Art. 40. As Comissões Parlamentares de Inquérito - CPI, que terão
poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros
previstos no Regimento Interno da Casa, serão criadas pela Câmara
Municipal, mediante requerimento de um terço dos seus membros, para a
apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões,
se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a
responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
§ 1° Os membros das Comissões Parlamentares de Inquérito -
CPI, a que se refere este artigo, no interesse da investigação, poderão, em
conjunto ou isoladamente:
I - proceder às vistorias e aos levantamentos nas repartições
municipais e entidades descentralizadas, onde gozarão livre ingresso e
permanência;

29
II - requisitar de seus responsáveis a exibição de documentos e a
prestação dos esclarecimentos necessários;
III - transportar-se aos lugares onde se fizer mister a sua presença,
ali realizando os atos que Ihe competirem.
§ 2º É fixado em quinze dias, prorrogáveis por igual período, desde
que solicitado e devidamente justificado, o prazo, para que os responsáveis
pelos órgãos da administração direta ou indireta prestem as informações e
encaminhem os documentos requisitados pelas comissões parlamentares
de inquérito.
§ 3º No exercício de suas atribuições, poderão, ainda, as
Comissões Parlamentares de Inquérito, através de seu Presidente:
I - determinar as diligências que reputarem necessárias;
II – proceder a convocação de Secretário Municipal ou de qualquer
auxiliar direto do Prefeito;
III - tomar o depoimento de qualquer autoridade, intimar
testemunhas e inquiri-las sob compromisso;
IV - proceder às verificações contábeis em livros, papéis e
documentos dos órgãos da administração direta e indireta;
V – solicitar informações fiscais do Município, a quebra de sigilo
bancário, convocar quem se fizer necessário para os devidos
esclarecimentos e requerer força da Guarda Municipal para o desempenho
de suas atividades.
§ 4° O não atendimento às determinações contidas nos parágrafos
anteriores, no prazo estipulado, faculta ao Presidente da Comissão,
solicitar, na conformidade da legislação federal, a intervenção do Poder
Judiciário para fazer cumprir a legislação.
§ 5° Nos termos do Art. 3°, da Lei Federal n° 1.579, de 18 de
março de 1952, as testemunhas serão intimadas, de acordo com o
estabelecido nas prescrições da legislação penal e, em caso de não
comparecimento, sem motivo justificado, a intimação será solicitada ao juiz
da comarca onde residem ou se encontram, na forma do Art. 218 do
Código de Processo Penal.
Art. 41. Qualquer entidade da sociedade civil poderá solicitar ao
Presidente da Câmara que lhe permita emitir conceitos ou opiniões, junto
às comissões, sobre projetos que neles se encontrem para estudo.
Parágrafo único. O Presidente da Câmara enviará o pedido ao
Presidente de respectiva Comissão, a quem caberá deferir ou indeferir o
requerimento, indicando, se for o caso, dia e hora para o pronunciamento e
seu tempo de duração.

SEÇÃO X
Da Competência do Presidente da Câmara Municipal

Art. 42. Compete ao Presidente da Câmara, além das outras


atribuições estipuladas no Regimento Interno:
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I – representar a Câmara em Juízo ou fora dele;
II – dirigir, executar e disciplinar os trabalhos legislativos e
administrativos da Câmara;
III – interpretar e fazer cumprir o Regimento Interno;
IV – promulgar as resoluções e os decretos legislativos, como
também promulgar as leis aprovadas com sanção tácita e aquelas, cujo
veto tenha sido rejeitado pelo Plenário, desde que essa decisão não tenha
sido aceita, em tempo hábil, pelo Prefeito;
V – fazer publicar os atos da Mesa, bem como as resoluções, os
decretos legislativos e as leis por ele promulgadas;
VI – declarar extinto o mandato do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos
Vereadores, nos casos previstos em lei;
VII – apresentar aos Vereadores e à população, através do Mural
da Transparência, criado no recinto da Câmara, até o dia dez de cada mês,
o balanço relativo aos recursos recebidos e às despesas realizadas no mês
anterior;
VIII – ordenar as despesas da Câmara em conjunto com o diretor
financeiro;
IX – exercer, em substituição, a chefia do Executivo Municipal nos
casos previstos em lei;
X – designar comissões especiais nos termos regimentais,
observadas as indicações partidárias;
XI – mandar prestar informações por escrito e expedir certidões
requeridas para a defesa de direitos e esclarecimentos de situações;
XII – realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil
e com membros da comunidade;
XIII – administrar os serviços da Câmara Municipal, fazendo lavrar
os atos pertinentes a essa área de gestão;
XIV - representar, por decisão da Câmara, sobre a
inconstitucionalidade de lei ou ato municipal;
XV - solicitar, por decisão da maioria absoluta da Câmara, a
intervenção no Município, nos casos admitidos pela Constituição Federal e
pela Constituição Estadual;
XVI - manter a ordem no recinto da Câmara, podendo solicitar
força necessária para esse fim;
XVII – encaminhar, para julgamento do Tribunal de Contas dos
Municípios - TCM, a prestação de contas anual da Câmara;
XVIII – autorizar despesas da Presidência da Câmara, através de
verba específica, com valor total instituído e atualizado por ato normativo.
Parágrafo único. A Mesa Diretora da Câmara Municipal prestará
contas, mensalmente, aos Vereadores e ao Tribunal de Contas dos
Municípios - TCM, através de balancetes acompanhados da respectiva
documentação comprobatória, até o dia trinta do mês subseqüente.

31
SEÇÃO XI
Do Vice-Presidente da Câmara Municipal

Art. 43. Ao Vice-Presidente compete, além das atribuições


contidas no Regimento, as seguintes:
I – substituir o Presidente da Câmara em suas faltas, ausências,
impedimentos ou licenças, cabendo-lhe, quando no exercício deste cargo,
por mais de quinze dias, o vencimento integral assegurado ao titular efetivo
do cargo;
II – promulgar e fazer publicar, obrigatoriamente, as resoluções e
os decretos legislativos, sempre que o Presidente, ainda que se ache em
exercício, deixar de fazê-lo no prazo estabelecido;
III – promulgar e fazer publicar, obrigatoriamente, as leis, quando o
Prefeito Municipal e o Presidente da Câmara, sucessivamente, tenham
deixado de fazê-lo, sob pena de perda do mandato de membro da Mesa.

SEÇÃO XII
Dos Secretários da Câmara Municipal

Art. 44. Compete ao primeiro Secretário da Câmara, além das


atribuições contidas nesta Lei e no Regimento Interno, as seguintes:
I – redigir a ata das sessões secretas e das reuniões da Mesa;
II – acompanhar e supervisionar a redação das atas das demais
sessões;
III – fazer a chamada dos Vereadores;
IV – registrar, em livro próprio, os precedentes firmados na
aplicação do Regimento Interno;
V – fazer a inscrição dos oradores na pauta dos trabalhos;
VI – substituir os demais membros da Mesa, quando necessário;
VII – dar conhecimento à Câmara dos ofícios do Poder Executivo,
bem como de outros documentos e expedientes que devam ser lidos em
sessão;
VIII – despachar a matéria do expediente;
IX – fazer a inscrição de todo e qualquer cidadão capistranense,
se assim o desejar, para fazer uso da Tribuna Livre da Câmara.
Parágrafo único. Compete ao segundo Secretário, observado
também o que dispuser o Regimento Interno do Legislativo Municipal,
substituir o primeiro Secretário em suas faltas, ausências, impedimentos ou
licenças.

32
SEÇÃO XIII
Dos Vereadores

SUBSEÇÃO I
Disposições Gerais

Art. 45. Os Vereadores gozam de inviolabilidade, por suas


opiniões, palavras e votos, no exercício do mandato e na circunscrição do
Município.
Art. 46. Os Vereadores não serão obrigados a testemunhar,
perante a Câmara, sobre informações recebidas ou prestadas em razão do
exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles
receberam informações.
Art. 47. É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos
definidos no Regimento Interno, o abuso das prerrogativas asseguradas
aos Vereadores, ou percepção, por estes, de vantagens indevidas.
Parágrafo único. A inviolabilidade abrange as repercussões
espaciais das opiniões, palavras e votos veiculados por qualquer tipo de
mídia.

SUBSEÇÃO II
Das Incompatibilidades

Art. 48. Os Vereadores não poderão:


I – desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com o Município, com suas
autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações
ou empresas concessionárias de serviços públicos municipais, salvo
quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado,
inclusive, os de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades constantes
da alínea anterior;
II – desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresas que
gozem de favor decorrente de contrato celebrado com o Município ou nela
exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum,
nas entidades referidas na alínea “a” do inciso I;
c) patrocinar causas em que seja interessada qualquer das
entidades a que se refere a alínea “a” do Inciso I;
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
Art. 49. Perderá o mandato o Vereador:
I – que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo
anterior;
II – cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro
parlamentar ou atentatório às instituições vigentes;
33
III – que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça
parte das sessões ordinárias da Câmara, salvo em caso de licença ou de
missão oficial autorizada;
IV – que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na
Constituição Federal;
VI – que sofrer condenação criminal em sentença transitada em
julgado;
VII – que deixar de residir no Município;
VIII – que deixar de tomar posse, sem motivo justificado, dentro do
prazo estabelecido nesta Lei Orgânica;
IX – que se utilizar do mandato para a prática de atos de
corrupção ou improbidade administrativa.
§ 1º Extingue-se o mandato do Vereador, e assim será declarado
pelo Presidente da Câmara, quando ocorrer falecimento ou renúncia por
escrito do Vereador, com firma reconhecida e, quando deixar de
comparecer, em um período legislativo, sem que esteja licenciado, três
sessões extraordinárias consecutivas, convocadas pelo Prefeito Municipal
ou pela Presidência da Casa, por escrito e mediante assinatura de
recebimento, para apreciação de matéria urgente, sendo assegurada a
ampla defesa.
§ 2º Nos casos dos incisos I, II, VI, VII e IX deste artigo, a perda do
mandato será decidida pela Câmara, por voto aberto, de dois terços dos
Vereadores, mediante provocação da Mesa ou de partido político
representado na Câmara, assegurada ampla defesa.
§ 3º Nos casos dos incisos III, IV, V e VIII, a perda do mandato
será declarada pela Mesa da Câmara, de ofício ou mediante provocação
de qualquer Vereador ou de partido político representado na Câmara,
assegurada ampla defesa.

SUBSEÇÃO III
Do Vereador Servidor Público

Art. 50. O exercício de vereança por servidor público se dará de


acordo com as determinações da Constituição Federal e, no que couber,
da lei Orgânica Municipal.
Parágrafo único. O Vereador ocupante de cargo, emprego ou
função pública municipal é inamovível de oficio pelo tempo de duração de
seu mandato.

SUBSEÇÃO IV
Das Licenças dos Vereadores

Art. 51. O Vereador poderá licenciar-se:


I – por motivos de doença que o obrigue a afastar-se por mais de
quinze dias do exercício do mandato;
34
II – para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde
que, neste caso, o afastamento não exceda a cento e vinte dias por sessão
legislativa;
III - para ocupar os cargos de Secretário de Estado, Secretário
Municipal, diretor de órgão público, titular de concessionária ou
permissionária de serviço público municipal, diretor de sociedade de
economia mista;
§ 1º Para fins de remuneração, considerar-se-á, como em
exercício, o Vereador licenciado nos termos do inciso I.
§ 2º Nos casos dos incisos I e II, não poderá o Vereador reassumir,
antes que se tenha escoado o prazo de sua licença.
§ 3º Na hipótese do inciso III, deste artigo, o Vereador poderá optar
pelo subsídio do mandato.
§ 4º O afastamento para o desempenho de missões temporárias,
de interesse do Município, não será considerado como de licença, fazendo
o Vereador jus à remuneração estabelecida.
§ 5º Ao Vereador licenciado por motivo de doença grave
comprovada, por doença contraída em razão do exercício do mandato e no
caso do § 4º, o Município determinará o pagamento, no valor que
estabelecer e na forma que especificar, de auxílio doença ou auxílio
especial.

SUBSEÇÃO V
Da Convocação dos Suplentes de Vereadores

Art. 52. O suplente de Vereador será convocado nos casos de


vacância e de investidura previstos no inciso III, do art. 51, ou na hipótese
de licença superior a cento e vinte dias.
§ 1º O suplente convocado deverá tomar posse no prazo de quinze
dias, contados da data da convocação, salvo no caso de motivo justo,
apresentado por escrito à Câmara e aceito pela maioria absoluta dos
Vereadores, quando se prorrogará o prazo, por igual período, uma única
vez.
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, o Presidente da
Câmara comunicará o fato, dentro de quarenta e oito horas, ao Tribunal
Regional Eleitoral - TRE.
§ 3º Enquanto a vaga, a que se refere o parágrafo anterior, não for
preenchida, calcular-se-á o quorum em função dos Vereadores
remanescentes.
§ 4º Para efeito de pagamento, o suplente fará jus ao subsídio, a
partir do momento de sua posse.
§ 5º No ato de suas posses e no penúltimo mês de mandato, os
Vereadores apresentarão detalhada declaração de bens, que constará em
ata e ficará em poder da Mesa Diretora.

35
SEÇÃO XIV
Do Processo Legislativo

SUBSEÇÃO I
Disposições Gerais

Art. 53. O processo legislativo municipal compreende a elaboração


de:
I – emendas à Lei Orgânica Municipal;
II – leis complementares;
III – leis ordinárias;
IV – leis delegadas;
V – decretos legislativos;
VI – resoluções;
VII – indicação;
VIII – requerimento.

SUBSEÇÃO II
Das Emendas à Lei Orgânica Municipal

Art. 54. A Lei Orgânica Municipal poderá ser emendada mediante


proposta:
I – de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara Municipal;
II – do chefe do Poder Executivo;
III – popular, subscrita por, no mínimo, cinco por cento do
eleitorado do Município.
§ 1º A proposta de emenda à Lei Orgânica Municipal será
discutida e votada em dois turnos, com interstício mínimo de vinte e quatro
horas, considerando-se aprovada quando obtiver, em ambos, dois terços
dos votos dos membros da Câmara Municipal.
§ 2º A emenda à Lei Orgânica Municipal será promulgada pela
Mesa da Câmara, com o respectivo número de ordem.
§ 3º A Lei Orgânica não poderá ser emendada na vigência de
estado de sítio ou de intervenção no Município.
§ 4º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou
havida por prejudicada, só poderá ser objeto de nova proposta, na mesma
sessão legislativa, se subscrita por dois terços dos vereadores ou por cinco
por cento do eleitorado do Município.
Art. 55. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda
tendente a abolir:
I – a autonomia do Município;
II – a independência e harmonia dos Poderes;
III – o direito de participação popular e as formas de exercício da
soberania popular previstas nesta Lei Orgânica.

36
SUBSEÇÃO III
Das Leis

Art. 56. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a


qualquer Vereador ou comissão da Câmara, ao Prefeito Municipal e aos
cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica.
Art. 57. Compete privativamente ao Prefeito Municipal a iniciativa
das leis que versem sobre:
I – servidores públicos, seu regime jurídico, provimento de cargos,
estabilidade e aposentadoria;
II – criação de cargos, empregos e funções públicas na
administração direta, indireta e fundacional, estabelecendo a respectiva
remuneração;
III – organização administrativa, matéria tributária e orçamentária,
serviços públicos;
IV – criação, estruturação e atribuições dos órgãos da
administração direta do Município.
Parágrafo único. Não será admitido aumento da despesa nos
projetos de iniciativa exclusiva do Prefeito.
Art. 58. Serão leis complementares, além de outras previstas nesta
Lei Orgânica:
I – Código Tributário do Município;
II – Código de Posturas;
III – Código de Zoneamento;
IV – Código de Obras ou de Edificações;
V – Lei de Uso e Ocupação do Solo;
VI – Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado;
VII – Regime Jurídico dos Servidores;
VIII – Regimento Interno da Câmara;
IX – Lei de criação de cargos, funções ou empregos públicos;
X - Lei Orgânica da Guarda Municipal;
XI - Código Sanitário Municipal;
XII - Código de Saúde;
XIII - Código de Defesa do Meio Ambiente;
XIV - Lei Orgânica da Procuradoria-Geral do Município.
Parágrafo único. As leis complementares exigem, para a sua
aprovação, o voto favorável da maioria absoluta dos membros da Câmara.
Art. 59. As leis delegadas serão elaboradas pelo Prefeito, que
deverá solicitar a delegação à Câmara Municipal.
§ 1º Não serão de delegação os atos de competência privativa da
Câmara Municipal e a Legislação sobre planos plurianuais, orçamentos e
diretrizes orçamentárias.
§ 2º A delegação ao Prefeito Municipal terá a forma de decreto
legislativo da Câmara Municipal, que especificará seu conteúdo e os
termos de seu exercício.

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§ 3º Se o decreto legislativo determinar a apreciação de lei
delegada pela Câmara, esta o fará em votação única, vedada qualquer
emenda.
Art. 60. Não será admitido aumento da despesa prevista:
I – nos projetos de iniciativa popular e nos de iniciativa exclusiva do
Prefeito Municipal, ressalvados, neste caso, os projetos de leis
orçamentárias;
II – nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da
Câmara Municipal;
Art. 61. O Prefeito Municipal poderá solicitar urgência para
apreciação de projetos de sua iniciativa, considerados relevantes, os quais
deverão ser apreciados no prazo de trinta dias, contados da data em que
for feita a solicitação.
§ 1º Decorrido, sem deliberação, o prazo fixado no caput deste
artigo, o projeto será obrigatoriamente incluído na ordem do dia, para que
se ultime sua votação, sobrestando-se a deliberação sobre qualquer outra
matéria, exceto veto e leis orçamentárias.
§ 2º O prazo referido neste artigo não corre no período de recesso
da Câmara e nem se aplica aos projetos de lei complementar.

SUBSEÇÃO IV
Das Deliberações

Art. 62. O projeto de lei, aprovado pela Câmara, será, no prazo de


dez dias úteis, enviado pelo seu Presidente ao Prefeito Municipal que,
concordando, o sancionará no prazo de dez dias úteis.
§ 1º Decorrido o prazo de dez dias úteis, o silêncio do Prefeito
Municipal importará em sanção.
§ 2º Se o Prefeito Municipal considerar o projeto, no todo ou em
parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou
parcialmente, no prazo de dez dias úteis, contados da data do
recebimento.
§ 3º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de
parágrafo, de inciso ou de alínea.
§ 4º O veto será apreciado pela Câmara, dentro do prazo de
quinze dias, contados de sua leitura em Plenário, e somente com o parecer
da comissão pertinente, em uma única discussão e votação, devendo a
comissão responsável manifestar-se no prazo máximo de quarenta e oito
horas antes da sessão de votação do veto e, não havendo manifestação, o
veto será discutido e votado sem parecer.
§ 5º O veto somente será rejeitado pelo voto da maioria dos
Vereadores presentes em Plenário, com exceção dos projetos de lei
complementar que somente serão rejeitados por maioria absoluta, ambos
em escrutínio aberto.

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§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo previsto no § 4º deste
artigo, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata,
sobrestadas as demais proposições, até sua votação final.
§ 7º Se o veto for rejeitado, o projeto será enviado ao Prefeito
Municipal, em setenta e duas horas, para promulgação.
§ 8º Se o Prefeito Municipal não promulgar a lei nos prazos
previstos, e ainda no caso de sanção tácita, o Presidente da Câmara a
promulgará e, se este não fizer no prazo de quarenta e oito horas, caberá
ao Vice-Presidente, obrigatoriamente, fazê-lo.
§ 9º A manutenção do veto não restaura matéria suprimida ou
modificada pela Câmara.
Art. 63. A matéria constante do projeto de lei rejeitado, somente
poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa,
mediante proposta da maioria absoluta dos membros da Câmara.
Art. 64. A resolução destina-se a regular matéria político-
administrativa da Câmara, de sua competência exclusiva, não dependendo
de sanção ou veto do Prefeito Municipal.
Art. 65. O decreto legislativo destina-se a regular matéria de
competência exclusiva da Câmara que produza efeitos externos, não
dependendo de sanção ou veto do Prefeito Municipal.
Art. 66. O processo legislativo das resoluções e dos decretos
legislativos se dará conforme determinado no Regimento Interno da
Câmara, observado, no que couber, o disposto nesta Lei Orgânica.
Parágrafo único. Nos casos de projetos de resoluções e decreto
legislativo, considerar-se-á encerrada com a votação final a elaboração da
norma jurídica, que será promulgada pelo Presidente da Câmara.
Art. 67. A discussão e a votação da matéria, constante da ordem do
dia, só poderão ser efetuadas com a presença da maioria absoluta dos
membros da Câmara.
§ 1º A aprovação da matéria em discussão, salvo as exceções
previstas nos parágrafos seguintes, dependerá do voto favorável da
maioria dos Vereadores presentes na sessão.
§ 2º Dependerão do voto favorável da maioria absoluta dos
membros da Câmara a aprovação e as alterações das seguintes matérias:
I – Códigos;
II – Estatuto dos servidores municipais;
III – Regimento Interno da Câmara;
IV – Criação de cargos, concessão de abono pecuniário e aumento
de vencimentos de servidores.
V - Lei instituidora do regime jurídico único dos servidores
municipais;
VI - eleição dos membros da Mesa, em primeiro escrutínios;
VII - convocação do Prefeito, dos Secretários Municipais e titulares
de concessionárias e permissionárias do serviço público municipal, para
prestar, pessoalmente, informações sobre assuntos previamente
estabelecidos;
39
VIII – criação de Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI;
IX - autorização para a Câmara reunir-se, temporariamente, em
outro local do Município;
X - criação, estruturação e atribuição das secretarias municipais e
dos demais órgãos da Administração Pública Municipal;
XI - aprovação e alteração do Plano Diretor de Desenvolvimento
Integrado;
XII - realização de Sessão Secreta;
XIII – Lei de Uso e Ocupação do Solo;
§ 3º Dependendo do voto favorável de dois terços dos membros da
Câmara:
I – as leis concernentes à:
a) concessão de serviço público;
b) concessão de direito real de uso de bem imóvel;
c) alienação de bem imóvel;
d) aquisição de bem imóvel, por doação com encargo;
e) alteração de denominação de prédios, vias e logradouros
públicos;
f) aprovação de empréstimo, operação de crédito e acordo externo,
de qualquer natureza, além de outras matérias fixadas em lei;
g) criação e extinção de Distrito;
h) contratação de empréstimo de entidade privada;
i) anistia fiscal ou isenção de tributo;
j) perdão de dívida ativa, somente admitida nos casos de
calamidade, comprovada pobreza do contribuinte e de instituições
legalmente reconhecidas como de utilidade pública, respeitadas as
disposições pertinentes da Lei Federal 101/2000;
II – rejeição do projeto de lei orçamentário;
III – rejeição de parecer prévio do Tribunal de Contas dos
Municípios;
IV – concessão de titulo de cidadão honorário ou qualquer outra
honraria ou homenagem;
V – aprovação de representação solicitando a alteração do nome
do Município;
VI – destituição de componentes da Mesa Diretora.
VII - emenda à Lei Orgânica Municipal;
VIII - cassação do mandato de agente político do Município;
IX - sustação de ato normativo do Poder Executivo.
§ 4º O Presidente da Câmara ou seu substituto só terá voto:
a) na eleição da Mesa;
b) quando a matéria exigir para a sua aprovação o voto favorável
de dois terços ou de maioria absoluta dos membros da Câmara;
c) quando houver empate em qualquer votação no Plenário.
§ 5º A criação de cargos da Câmara Municipal far-se-á, através de
resolução, aprovada pela maioria absoluta dos membros de sua
composição.
40
Art. 68. O Vereador presente à sessão não poderá escusar-se de
votar; deverá, entretanto, abster-se de votar em assunto de interesse
próprio, de pessoa de quem seja procurador ou representante e, de
parente, até terceiro grau civil, sob pena de nulidade da votação.
Art. 69. Em decorrência da soberania do Plenário, todos os atos da
Mesa, da Presidência e das comissões estão sujeitos a seu império.
§ 1º O Plenário pode avocar, pelo voto da maioria absoluta de seus
membros, qualquer matéria ou ato submetidos à Mesa, à Presidência ou às
comissões, para sobre eles deliberar.
§ 2º Os casos omissos no Regimento Interno, bem como a
interpretação de seus diversos dispositivos, serão decididos pelo Plenário
da Câmara, pelo voto da maioria absoluta dos Vereadores.

SUBSEÇÃO V
Da Iniciativa Popular

Art. 70. A soberania popular se manifesta pelo exercício direto do


poder pelo povo e quando a todos são asseguradas condições dignas de
existência e será exercida especialmente:
I – pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor
igual para todos;.
II – pelo plebiscito;
III – pelo referendo;
IV – pela iniciativa popular;
V - pelo veto popular;
VI – pelo orçamento participativo;.
VII – pela participação popular nas decisões do Município e no
aperfeiçoamento democrático de suas instituições;
VIII – pela ação fiscalizadora sobre a administração pública.
Art. 71. A iniciativa popular, no âmbito do Poder Legislativo
Municipal, será tomada por cinco por cento do eleitorado do Município,
mediante apresentação de:.
I – projeto de lei;
II – projeto de emenda à Lei Orgânica;
III – veto popular à execução de lei.
§ 1º Os projetos de lei apresentados através da iniciativa popular
serão inscritos, prioritariamente, na ordem do dia da Câmara.
§ 2º Os projetos de lei de iniciativa popular serão discutidos e
votados no prazo máximo de sessenta dias, garantida a defesa em
Plenário por representantes dos interessados.
§ 3º Decorrido o prazo do § 2º deste artigo, o projeto irá
automaticamente para votação, independente de parecer.
§ 4º Não tendo sido votado até o encerramento da sessão
legislativa, o projeto de iniciativa popular estará inscrito automaticamente
para votação na sessão seguinte da mesma legislatura, ou na primeira
sessão da legislatura subseqüente.
41
§ 5º A alteração ou revogação de uma lei, cujo projeto seja
originário de iniciativa popular, quando feita por lei cujo projeto não teve
iniciativa do povo, deve ser obrigatoriamente submetida a referendo
popular.
§ 6º A lei objeto de veto popular deverá, automaticamente, ser
submetida a referendo popular.
Art. 72. A iniciativa popular, no âmbito do Poder Executivo
Municipal, será tomada por cinco por cento do eleitorado do Município,
mediante apresentação de:
I – planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano;
II – veto popular à obra pública ou privada considerada contrária ao
interesse público ou prejudicial ao meio ambiente.
Parágrafo único. A obra objeto do veto deverá ser submetida a
referendo popular.
Art. 73. Cabe ao cidadão, diante da lesão ao Patrimônio Público,
promover ação popular contra abuso de poder a defesa do meio ambiente,
ficando o infrator ou autoridade envolvida, responsável pelos danos
causados e custos processuais.

CAPÍTULO III
Do Poder Executivo

SEÇÃO I
Do Prefeito e do Vice-Prefeito Municipal

Art. 74. O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito, com o auxílio


dos Secretários Municipais e Diretores de órgãos públicos, com funções
políticas, executivas e administrativas.
Parágrafo único. É assegurada a participação popular nas decisões
do Poder Executivo Municipal, nas formas definidas nesta Lei Orgânica e
na legislação complementar ordinária.
Art. 75. O Prefeito e o Vice-Prefeito serão eleitos simultaneamente,
para cada Legislatura, por eleição direta, em sufrágio universal e secreto.
Art. 76. O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse no dia primeiro
de janeiro do ano subseqüente ao da eleição, em sessão da Câmara
Municipal, prestando o seguinte compromisso:
”Prometo manter, cumprir e fazer cumprir a Constituição da
República, a Constituição do Estado do Ceará, esta Lei Orgânica e a
legislação em vigor, promover o bem geral do povo capistranense, a
gestão democrática e o desenvolvimento sustentável da cidade e defender
a união, a integridade e a autonomia do Município.”
§ 1º Se até o dia dez de janeiro, o Prefeito ou o Vice-Prefeito, salvo
motivo de forca maior devidamente comprovado e aceito pela Câmara
Municipal, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.

42
§ 2º Enquanto não ocorrer a posse do Prefeito, assumirá o cargo o
Vice-Prefeito, e, na falta ou impedimento deste, o Presidente da Câmara
Municipal.
§ 3º No ato de posse a ao término do mandato, o Prefeito e o Vice-
Prefeito farão declaração pública de seus bens, a qual será transcrita em
livro próprio, resumidas em atas e divulgadas para o conhecimento público.
§ 4º O Vice-Prefeito, além de outras atribuições que lhe forem
conferidas pela Legislação local, auxiliará o Prefeito, sempre que por ele
convocado para missões especiais, o substituirá nos casos de licenças e o
sucederá no caso de vacância do cargo.
§ 5º Vice-Prefeito não poderá recusar-se a substituir o Prefeito, sob
pena de extinção do mandato.
§ 6º O Vice-Prefeito, além de outras atribuições que Ihe forem
concedidas por lei, auxiliará o Prefeito, sempre que por ele for convocado
para missões especiais.
Art. 77. Em caso de impedimento do Prefeito e do Vice-Prefeito, ou
vacância do cargo, assumirá a administração municipal o Presidente da
Câmara.
Parágrafo único. Recusando o Presidente da Câmara a chefia do
Poder Executivo, renunciará ou será destituído automaticamente do cargo
de dirigente do Poder Legislativo, procedendo-se assim, na primeira
sessão, à eleição do novo Presidente.
Art. 78. Será declarado vago pelo Presidente da Câmara Municipal
o cargo de Prefeito, quando:
I - ocorrer falecimento, renúncia ou condenação por crime funcional
ou eleitoral transitado em julgado;
II - deixar de tomar posse, sem motivo justo, aceito pela Câmara,
dentro do prazo de dez dias;
III - perder ou estiverem suspensos seus direitos políticos.
Parágrafo único. Vagando os cargos de Prefeito e Vice-Prefeito,
far-se-ão eleições noventa dias após a abertura da última vaga.

SEÇÃO II
Das Proibições ao Prefeito e ao Vice-Prefeito

Art. 79. O Prefeito e o Vice-Prefeito não poderão, desde a posse,


sob pena de perda de mandato:
I – firmar ou manter contrato com o Município ou com suas
autarquias, empresas públicas, sociedade de economia mista, fundações
ou empresas concessionárias de serviço público municipal, salvo quando o
contrato obedecer a cláusulas uniformes;
II – aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado,
inclusive, os de que seja demissível ad nutum, na administração direta ou
indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público, aplicando-se,
nesta hipótese, o disposto no artigo 38 da Constituição Federal;
43
III – ser titular de mais de um mandato eletivo;
IV – patrocinar causas em que seja interessada qualquer das
entidades nacionais no inciso I deste artigo;
V – ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de
favor decorrente de contrato celebrado com o Município, ou nela exercer
função remunerada;
VI – fixar residência fora do Município.
Art. 80. São infrações político-administrativas, sujeitas ao
julgamento pela Câmara Municipal, podendo ocasionar a cassação do
mandato, os atos do Prefeito que atentem contra a Constituição da
República, a Constituição do Estado, e a esta Lei Orgânica e,
especialmente, contra:
I – o livre exercício do Poder Legislativo;
II – o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
III – a probidade na administração;
IV – a lei orçamentária;
V – a segurança interna do Município;
VI – o cumprimento das leis e decisões judiciais.
§ 1º Essas infrações político-administrativas serão definidas em lei
especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento,
assegurando-se ampla defesa e o quorum de dois terços para a cassação
do mandato.
§ 2º Admitida a acusação contra o prefeito por dois terços da
Câmara de Vereadores, será iniciado o processo, ficando o acusado
suspenso de suas funções.
§ 3º Se decorrido o prazo de cento e oitenta dias e o julgamento não
estiver concluído, cessará o afastamento do prefeito, sem prejuízo do
regular procedimento do processo.
§ 4º O Prefeito, na vigência de seu mandato, não pode ser
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.
§ 5º Sobre o Vice-Prefeito, ou a quem vier a substituir o Prefeito,
incidem as infrações político-administrativas de que trata este artigo,
sendo-lhe aplicável o processo pertinente, ainda que cessada a
substituição.
§ 6º Admitir-se-á a denúncia por Vereador, por partido político com
representação municipal, e por qualquer eleitor, na forma a ser
estabelecida no Regimento Interno da Câmara Municipal.
§ 7º Nos crimes comuns e nos de responsabilidade, o Prefeito será
processado e julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado, nos termos da
legislação Federal aplicável.

44
SEÇÃO III
Das Licenças do Prefeito e Presidente da Câmara Municipal

Art. 81. O Prefeito e o Vice-Prefeito, quando no exercício do cargo,


não poderão, sem licença da Câmara Municipal, ausentar-se do Município,
por período superior a dez dias, sob pena de perda do cargo.
§ 1º No período de recesso parlamentar da Câmara Municipal de
Capistrano, o Prefeito e o Vice-Prefeito estarão dispensados da obrigação
constantes neste artigo, desde que comprove ter dado ciência inequívoca
ao Presidente da Câmara Municipal.
§ 2º Quando a ausência do Prefeito e do Vice-Prefeito, no exercício
do cargo, for inferior a dez dias, deverá haver comunicação oficial, através
de ofício, à Câmara Municipal.
Art. 82. O Prefeito e o Presidente da Câmara Municipal, poderão
licenciar-se quando impossibilitados de exercer o cargo, por motivo de
doença devidamente comprovada.
Parágrafo único. No caso deste artigo e de ausência em missão
oficial, o Prefeito e o Presidente da Câmara Municipal, licenciados, farão
jus à sua remuneração, salvo no caso de licença para tratar de interesse
particular.
Art. 83. O Vereador que faltar às sessões ordinárias, sem
justificativas legais, sofrerá deduções correspondentes em seu subsídio
mensal.
Parágrafo único. As justificativas legais de que trata o artigo
anterior, serão representadas por atestado médico.

SEÇÃO IV
Das Atribuições do Prefeito Municipal

Art. 84. Ao Prefeito, como Chefe da administração, compete dar


cumprimento às deliberações da Câmara, dirigir, fiscalizar e defender os
interesses do Município, bem como adotar, de acordo com a lei, todas as
medidas administrativas e de utilidade pública, sem exceder as verbas
orçamentárias.
Parágrafo único. Cabe ao Prefeito a administração dos bens
municipais, respeitada a competência da Câmara quanto àqueles utilizados
em seus serviços.
Art. 85. Compete privativamente ao Prefeito:
I – representar o Município em Juízo e fora dele;
II – exercer, com o auxílio dos Secretários Municipais, a direção
superior da Administração Pública Municipal;
III – iniciar o processo Legislativo, na forma e nos casos previstos
nesta Lei Orgânica;
IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis aprovadas pela
Câmara e expedir decreto, portarias ou outros atos administrativos;
45
V – vetar projetos de lei, total ou parcialmente, aprovados pela
Câmara, por inconstitucionalidade ou no interesse público;
VI - enviar à Câmara Municipal o plano plurianual de investimentos,
o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e o projeto de lei orçamentário
anual do Município;
VII – dispor sobre a organização e o funcionamento da
Administração Municipal, na forma da lei;
VIII - apresentar anualmente à Câmara relatório circunstanciado
sobre o estado das obras e dos serviços municipais, bem como o programa
da Administração para o ano seguinte;
IX – enviar as contas anuais do Município, Poderes Executivo e
Legislativo, à Câmara Municipal até o dia trinta e um de janeiro do ano
subseqüente, ficando, durante sessenta dias, à disposição de qualquer
contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhe a
legitimidade, nos termos da lei e, decorrido este prazo, as contas serão, até
o dia dez de abril de cada ano, enviadas pela Presidência da Câmara
Municipal ao Tribunal de Contas dos Municípios para que este emita o
competente parecer prévio;
§ 1º A não observância do disposto, neste inciso, constitui crime de
responsabilidade.
§ 2º O parecer prévio sobre as contas do Chefe do Executivo
Municipal, emitido pelo Tribunal de Contas dos Municípios, só deixará de
prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.
§ 3º A apreciação das contas do Chefe do Executivo Municipal se
dará no prazo de sessenta dias, após o recebimento do parecer prévio do
Tribunal de Contas ou, estando a Câmara em recesso, durante o primeiro
mês da sessão legislativa imediata, observados os seguintes preceitos:
a) decorrido o prazo para deliberação, sem que essa tenha sido
tomada, as contas serão tidas como aprovadas ou rejeitadas, conforme a
conclusão do parecer do Tribunal;
b) rejeitadas as contas, com ou sem apreciação da Câmara, serão
elas remetidas ao Ministério Público, para os fins da lei;
X – prover os cargos, funções e empregos municipais, e praticar os
atos administrativos referentes aos servidores municipais, salvo os de
competência da Câmara Municipal;
XI – decretar, nos termos legais, a desapropriação por
necessidade, utilidade pública ou interesse social;
XII - celebrar convênios, acordos, contratos e outros ajustes de
interesse do Município, e delegar competência aos Secretários Municipais
para fazê-lo, quando cabível, remetendo cópia fiel do inteiro teor dos
instrumentos respectivos à Câmara Municipal, no prazo constante desta
Lei Orgânica;
XIII - prestar à Câmara, dentro de quinze dias, as informações por
ela solicitadas, salvo quando houver prorrogação a seu pedido e por prazo
determinado, em face da complexidade da matéria ou da dificuldade de
obtenção, nas respectivas fontes, dos dados pleiteados;
46
XIV – publicar, até trinta dias após o encerramento de cada
bimestre, relatório resumido da execução orçamentária - RREO;
XV – entregar à Câmara municipal, até o dia vinte de cada mês, os
recursos correspondentes às suas dotações orçamentárias;
XVI – solicitar, quando necessário, o auxilio das autoridades
policiais do Estado para a garantia do cumprimento dos seus atos, bem
como fazer uso da guarda municipal, na forma da lei;
XVII – decretar calamidade pública quando ocorrerem fatos que a
justifiquem;
XVIII – convocar extraordinariamente a Câmara Municipal,
exclusivamente para deliberar sobre matéria de interesse público relevante
e urgente;
XIX – fixar tarifas dos serviços públicos concedidos e permitidos,
bem como daqueles explorados pelo próprio Município, conforme critérios
estabelecidos na Legislação Municipal;
XX – requerer à autoridade competente a prisão administrativa de
servidor público municipal – omisso ou remisso – na prestação de contas
do dinheiro público;
XXI - oficializar, obedecidas às normas urbanísticas aplicáveis, as
vias e os logradouros públicos, mediante denominação aprovada pela
Câmara e a localização aposta ao projeto de decreto legislativo, aprovado
com croqui anexo, de via, sem denominação definida;
Parágrafo único. A proposta que vise a alterar a denominação de
bairros, praças, vias e logradouros públicos deverá ser justificada,
previamente, por audiência e manifestação da maioria da população
envolvida.
XXII – superintender a arrecadação dos tributos e preços, bem
como a guarda e a aplicação da receita, autorizando as despesas e o
pagamento dentro das disponibilidades orçamentárias ou dos créditos
autorizados pela Câmara Municipal;
XXIII – aplicar multas previstas em lei e contratos, bem como revê-
las, quando impostas irregularmente;
XXIV – realizar audiências públicas com entidades da sociedade
civil e com membros da comunidade;
XXV – comunicar à Câmara a aquiescência ou não das indicações
aprovadas pela Câmara Municipal, no prazo de quinze dias úteis, contados
da data do recebimento;
XXVI - nomear e exonerar os auxiliares diretos;
XXVII - decretar a intervenção em empresas concessionárias de
serviço público;
XXVIII – prestar contas da aplicação dos repasses ou recursos
federais ou estaduais entregues ao Município, na forma da lei;
XXIX - permitir ou autorizar a execução de serviços públicos por
terceiros;
XXX - encaminhar aos órgãos competentes os planos de aplicação
e as prestações de contas exigidas em lei;
47
XXXI – fazer publicar os atos oficiais e as contas públicas do poder
Executivo;
XXXII - prover os serviços e obras da administração pública;
XXXIII - aprovar projetos de edificação e planos de loteamento e
arruamento para fins urbanos;
XXXIV – organizar os serviços internos dos órgãos da
administração pública direta, indireta, autárquica e fundacional;
XXXV - contrair empréstimos e realizar operações de crédito,
mediante prévia autorização da Câmara;
XXXVI – administrar os bens do Município, na forma da lei;
XXXVII - organizar e dirigir, nos termos da lei, os serviços relativos
às terras do Município;
XXXVIII - conceder auxílios, prêmios e subvenções, nos limites das
respectivas verbas orçamentárias e do plano de distribuição, prévia e
anualmente aprovado pela Câmara;
XXXIX – fomentar a educação;
XL - estabelecer a divisão administrativa do Município, de acordo
com a lei;
XLI - solicitar, obrigatoriamente, autorização à Câmara Municipal
para ausentar-se do Município, por tempo superior a dez dias, salvo em
viagens ao exterior, quando a solicitação de autorização se dará em
qualquer tempo;
XLII - adotar providências para a conservação e a salvaguarda do
patrimônio municipal.
§ 1º O Prefeito Municipal poderá delegar as atribuições previstas
nos incisos XII, XXIV e XXV deste artigo.
§ 2º O Prefeito Municipal poderá, a qualquer momento, segundo
seu único critério, avocar a si a competência delegada.
Art. 86. Fica criada a Comissão Municipal de Defesa do Consumidor
– COMDECOM, visando a assegurar os direitos e interesse do consumidor.
§ 1º À Comissão Municipal de Defesa do Consumidor -
COMDECOM compete:
I - formular, coordenar e executar programas e atividades
relacionadas com a defesa do consumidor, buscando, quando for o caso,
apoio e assessoria nos demais órgãos congêneres Estadual ou Federal;
II - fiscalizar os produtos e serviços, inclusive, os públicos;
III - zelar pela qualidade, quantidade, preço, apresentação e
distribuição dos produtos e serviços;
IV - emitir pareceres técnicos sobre os produtos e serviços
consumidos no Município;
V - receber e apurar reclamações de consumidores,
encaminhando-as e acompanhando-as junto aos órgãos competentes;
VI - propor soluções, melhorias e medidas Legislativas de defesa
do consumidor;
VII - por delegação de competência, autuar os infratores, aplicando
sanções de ordem administrativa e pecuniária, inclusive, exercendo o
48
poder de polícia municipal e, encaminhando, quando for o caso, ao
representante local do Ministério Público as eventuais provas de crimes ou
contravenções penais;
VIII - denunciar, publicamente, através da imprensa, as empresas
infratoras;
IX - buscar integração, por meio de convênios, com os Municípios
vizinhos, visando a melhorar a consecução de seus objetivos;
X - orientar e educar os consumidores através de cartilhas,
manuais, folhetos ilustrados, cartazes e de todos os meios de comunicação
de massa (TV, jornal e rádio);
XI - incentivar a organização comunitária e estimular as entidades
existentes.
§ 2º A Comissão Municipal de Defesa do Consumidor -
COMDECOM será vinculada ao gabinete do Prefeito, executando trabalho
de interesse social, em harmonia, e com pronta colaboração dos demais
órgãos municipais.
§ 3º A Comissão Municipal de Defesa do Consumidor -
COMDECOM será dirigida por um presidente designado pelo Prefeito com
as seguintes atribuições:
I – assessorar o Prefeito na formação e execução de política
global, relacionada com a defesa do consumidor;
II – submeter ao Prefeito os programas de trabalho, medidas,
proposições e sugestões objetivando a melhoria das atividades
mencionadas;
III – exercer o poder normativo e a direção superior da Comissão
Municipal de Defesa do Consumidor - COMDECOM, orientando,
supervisionando os seus trabalhos e promovendo as medidas necessárias
ao fiel cumprimento de suas finalidades.

SEÇÃO V
Da Procuradoria-Geral do Município

Art. 87. A Procuradoria-Geral do Município é uma instituição


permanente, essencial ao exercício das funções administrativas, judiciais e
extrajudiciais do Município, sendo responsável, em toda sua plenitude, pela
defesa de seus interesses em Juízo e fora dele, bem como pelas suas
atividades de consultoria jurídica, à exceção de suas autarquias, sob a
égide dos princípios da legalidade e da indisponibilidade dos interesses
públicos.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a Procuradoria-
Geral do Município, disciplinando as competências e o funcionamento dos
órgãos que a integram, bem como estabelecerá o regime jurídico dos
integrantes da carreira de Procurador do Município, observados os
princípios e regras contidos nesta Lei Orgânica.

49
SEÇÃO VI
Da Ouvidoria Municipal

Art. 88. A Ouvidoria Municipal, órgão autônomo de controle interno


da Administração Pública Municipal sem potestade coercitiva direta,
vinculado ao Poder Executivo, tem por objetivo a defesa dos direitos e
interesses dos cidadãos do Município de Capistrano, competindo, em
especial:
I – receber e apurar as reclamações e denúncias, quanto à atuação
do poder Público Municipal, ou agir de ofício, recomendando às
autoridades administrativas as providências cabíveis, nos casos de
morosidade, ilegalidade, abuso de poder, omissão, negligência, erro ou
violação dos princípios constitucionais e desta Lei Orgânica;
II – orientar e esclarecer a população, em suas relações com a
Administração Pública Municipal, sobre seus direitos e deveres, utilizando-
se para tanto de todos os meios necessários, inclusive os veículos de
comunicação de massa;
III – representar aos órgãos competentes, nos casos sujeitos ao
controle destes, quando constatar irregularidade ou ilegalidade, sob pena
de responsabilidade solidária;
IV – propor ao Chefe do Poder Executivo a criação de seções da
Ouvidoria Municipal em órgãos da administração direta, indireta e
fundacional, quando considerar necessário;
V – apresentar ao Chefe do Poder Executivo e à Câmara Municipal
relatório semestral de atividades, contendo a síntese das reclamações e
denúncias, as providências recomendadas às autoridades administrativas,
bem como as sugestões do órgão para o aperfeiçoamento dos poderes
públicos municipais.
§ 1º A Ouvidoria Municipal tem amplos poderes de investigação,
devendo as informações por ela solicitadas ser prestadas no prazo máximo
de trinta dias.
§ 2º A Ouvidoria Municipal goza de independência, autonomia
administrativa e financeira, estando compreendidos, nos fins para os quais
é instituída, os meios para o cumprimento de suas funções.
§ 3º O titular da Ouvidoria Municipal tem mandato de dois anos,
com direito a uma única recondução, e será indicado pelo chefe do Poder
Executivo entre pessoas de notório conhecimento da Administração
Pública, de idoneidade moral e reputação ilibada, dependendo sua
investidura no cargo de aprovação da Câmara Municipal, pelo voto da
maioria absoluta dos Vereadores, após argüição pública.
§ 4º O indicado para o cargo de titular da Ouvidoria Municipal não
poderá estar filiado a nenhum partido político no ato da posse para o cargo.
§ 5º O cargo do titular da Ouvidoria Municipal terá status de
Secretário Municipal.

50
§ 6º Lei Complementar disciplinará a estrutura interna e
funcionamento da Ouvidoria Municipal e de suas seções em órgãos da
administração municipal direta, indireta e fundacional.

SEÇÃO VII
Da Assistência Jurídica

Art. 89. O Município instituirá serviço público de assistência


jurídica, que deverá ser prestado gratuitamente às pessoas e entidades
sem recursos para prover, por seus próprios meios, a defesa de seus
direitos.

SEÇÃO VIII
Da Transição Administrativa

Art. 90. Imediatamente após a Eleição, depois de declarado eleito o


novo Chefe do Poder Executivo Municipal pela Justiça Eleitoral, o Chefe do
Executivo atual deverá instaurar uma equipe de transição, mediante ato
normativo específico com datas de início e encerramento dos trabalhos,
identificação de finalidade, forma de atuação, que conterá, entre outras, as
informações relativas a:
I – dívidas do Município, por credor, com as datas dos respectivos
vencimentos, inclusive, das dívidas à longo prazo e encargos decorrentes
de operações de crédito de qualquer natureza;
II – prestações de contas de convênios celebrados com
organismos da União e do Estado, bem como do recebimento de
subvenções ou auxílios;
III – valores médios mensais recebidos a título de transferências
constitucionais, efetuadas pelo Banco do Brasil, bem como das
transferências fundo a fundo (FNS e FNAS), FUNDEB, gestão plena da
saúde e relativas ao cumprimento da Emenda Constitucional nº 29;
IV – situação dos contratos com concessionárias e permissionárias
de serviços públicos;
V – estado dos contratos de obras e serviços em execução ou
apenas formalizados, informando sobre o que foi realizado e pago e o que
há por executar e pagar, com os prazos respectivos;
VI – transferências a serem recebidas da União e do Estado por
força de mandamento constitucional ou de convênios;
VII – ações, projetos e programas de governo em execução,
interrompidos, findos ou que aguardam implementação;
VIII – situação dos servidores do Município, seu custo, quantidade
e órgãos em que estão lotados e em exercícios, ou disposições;
IX – relação atualizada dos bens patrimoniais e levantamento de
bens de consumo existentes no almoxarifado;

51
X – relação dos atos expedidos no período de primeiro de julho a
trinta e um de dezembro, que importem na concessão de reajuste de
vencimentos, ou em nomeação, admissão, contratação ou exoneração de
ofício, demissão, dispensa, transferência, designação, readaptação ou
supressão de vantagens de qualquer espécie do servidor público
estatutário.
Parágrafo único. A equipe de transição, devidamente instalada
mediante ato normativo específico, deverá ser composta por
representantes do Chefe do Executivo atual e por representantes do
candidato eleito, com ambos escolhendo os seus respectivos
coordenadores.
Art. 91. Nos dois últimos quadrimestres do último ano da
legislatura e do mandato do chefe do Poder Executivo não poderá ser
assumida obrigação cuja despesa não possa ser paga no mesmo
exercício, a menos que haja igual ou superior disponibilidade de caixa.
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica nos casos comprovados
de calamidade pública.
§ 2º Serão nulos e não produzirão nenhum efeito os empenhos e
atos praticados em desacordo neste artigo, sem prejuízo da
responsabilidade do Prefeito Municipal.

SEÇÃO IX
Dos Auxiliares Diretos do Prefeito Municipal

Art. 92. O Prefeito Municipal, por intermédio de ato administrativo,


estabelecerá as atribuições dos seus auxiliares diretos, definindo-lhes
competências, deveres e responsabilidades.
Parágrafo único. São auxiliares diretos do Prefeito os Secretários
Municipais e os Diretores de órgãos da administração direta, indireta,
autárquica e fundacional, maiores de dezoito anos e no exercício dos seus
direitos políticos.
Art. 93. Os auxiliares diretos do Prefeito Municipal são
solidariamente responsáveis, junto com este, pelos atos que assinarem,
ordenarem ou praticarem.
Art. 94. Os auxiliares diretos do Prefeito Municipal deverão fazer
declaração de bens no ato de sua posse em cargo ou função pública
municipal e quando de sua exoneração.
Parágrafo único. Além das atribuições fixadas em lei ordinária,
compete aos Secretários do Município, auxiliares direto do Prefeito:
I – orientar, coordenar e supervisionar as atividades dos órgãos e
entidades da administração municipal, na área de sua competência;
II – expedir instruções para execuções das leis, decretos e
regulamentos relativos aos assuntos de suas Secretarias;

52
III – apresentar anualmente ao Prefeito, à Câmara Municipal e
conselhos populares, relatórios dos serviços realizados nas suas
Secretarias;
IV – comparecer à Câmara Municipal, quando por estar
convocados e sob justificação específica;
V – praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem
delegadas pelo Prefeito.

SEÇÃO X
Da Consulta Popular

Art. 95. O Prefeito Municipal poderá realizar consultas plebiscitárias


e referendárias sobre atos, autorizações ou concessões do Poder
Executivo e sobre lei ou parte de lei, projeto de lei ou parte de projeto de
lei, cujas medidas deverão ser tomadas diretamente pela administração
Municipal.
Art. 96. A consulta popular poderá ser iniciada pelo Chefe do
Poder Executivo Municipal, por um terço dos vereadores da Câmara
Municipal ou por cinco por cento do eleitorado do Município, neste último,
devendo os eleitores apresentar os títulos eleitorais e a respectiva
proposição sobre o assunto a ser consultado.
Art. 97. A votação será organizada pelo Poder Executivo, no prazo
de dois meses, após a apresentação da proposição, adotando-se cédula
oficial que conterá as palavras SIM e NÃO, indicando, respectivamente,
aprovação ou rejeição da proposição.
§ 1º A proposição será considerada aprovada se o resultado lhe
tiver sido favorável pelo voto da maioria dos eleitores que comparecerem
às urnas, em manifestação a que se tenham apresentado pelo menos
cinqüenta por cento da totalidade dos eleitores envolvidos.
§ 2º Serão realizadas, no máximo, duas consultas por ano.
§ 3º É vedada a realização de consulta popular nos cento e oitenta
dias que antecedem o término da legislatura ou do mandato do Chefe do
Poder Executivo Municipal.
§ 4º O Município assegurará ao Tribunal Regional Eleitoral os
recursos necessários à realização das consultas plebiscitárias e
referendárias.
Art. 98. O Prefeito Municipal proclamará o resultado da consulta
popular, que será considerado como decisão sobre a questão proposta,
devendo o Governo Municipal, quando couber, adotar as providências
legais para a sua consecução.

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TÍTULO III
Da Administração Municipal

CAPÍTULO I
Disposições Gerais

Art. 99. A Administração Municipal poderá ser composta de órgãos


que se caracterizam como administração direta e administração indireta.
§ 1º Compõe-se a administração direta de secretarias ou órgãos
equiparados.
§ 2º Compõe-se a administração indireta de autarquia, fundações,
empresas públicas e sociedades de economia mista.
§ 3º A administração indireta constitui-se como instrumento de
descentralização da execução de serviços e obras públicas.
§ 4º Somente serão criados órgãos de administração indireta em
caso de inequívoca necessidade.
§ 5º A criação de qualquer órgão de administração indireta deve
preceder abalizado estudo de necessidade e viabilidade, inclusive sendo
consultada a população do Município na forma do previsto nesta Lei
Orgânica.
§ 6º As entidades compreendidas na administração indireta devem,
obrigatoriamente, ser criadas por leis específicas e serão vinculadas às
Secretarias, ou órgãos equivalentes, em cuja área de competência estiver
enquadrada sua principal atividade.

SEÇÃO I
Dos Servidores Públicos

Art. 100. Entende-se a concretização do poder público, para ação


e em sua própria forma de organização de estado, como decorrência
natural da formação do quadro de seus funcionários, elemento essencial e
definitivo ao qual se deve preservar e dignificar através:
I – da uniformidade e impessoalidade de critérios, tanto para o
ingresso como para o processo dos servidores em funções, cargos e
empregos que integram a estrutura administrativa dos Poderes Municipais,
adotando-se, privilegiadamente, o sistema de mérito;
II – da prevalência da isonomia substantiva sobre a isonomia
formal, pela qual procurar-se-á dar tratamento igual não apenas pela
igualdade formal de denominação, mas pelo efetivo desempenho de
funções de atribuições iguais, se mesmo grau de complexidade e
responsabilidade e para as quais se exigir a mesma qualificação e
experiência profissional;

54
III – da uniformização gradativa para fins de unificação do regime
jurídico pessoal dos servidores, quanto aos principais institutos que
regulam as relações entre estes e o Poder Público Municipal, reduzindo-se,
tanto que possível, por nivelamento e generalização pela mais favorável ao
servidor as diferenças de tratamento institucionais que entre se observam,
sendo irrelevante, para efeitos salariais, a natureza jurídica do lugar
ocupado pelo servidor, se cargo estatutariamente, ou emprego público
municipal;
IV – da gestão participativa dos planos, programas, projetos e da
política municipal de recursos humanos, pela presença do servidor, por
seus legítimos representantes nos órgãos de deliberação superior do
sistema;
V – do apoio à livre organização da categoria, proibindo tratamentos
discriminatórios e injustos entre Secretarias e entre servidores, sejam
celetistas ou estatutários da administração direta ou da indireta, sejam
aposentados ou estejam em atividade, em fim, não dividindo ou
desagregando em suas formas de associação e representação, para
debilitar seu legítimo poder de conservação enquanto cumpridora das
finalidades públicas;
VI – da preferência aos servidores do quadro para o exercício das
chefias intermediárias, na qualidade de funções gratificadas, deixando, de
forma reduzida e, notadamente, para chefias superiores, a qualificação sob
forma de cargos comissionados.
Art. 101. O Prefeito Municipal, ao prover os cargos em comissão e
as funções de confiança, deverá fazê-lo de forma a assegurar que pelo
menos cinqüenta por cento desses cargos e funções sejam ocupados por
servidores do Município.
Art. 102. Todo cidadão, no gozo de suas prerrogativas
constitucionais, poderá prestar concurso para preenchimento de cargos da
Administração Pública Municipal, na forma que a lei estabelecer.
Parágrafo único. Ficam assegurados o ingresso e o acesso de
pessoas portadoras de deficiência, na forma da lei, aos cargos, empregos
e funções administrativas da administração direta e indireta do Município,
garantindo-se as adaptações necessárias para sua participação nos
concursos públicos.
Art. 103. A política de pessoal do Município terá por base, além do
disposto no art. 100, os seguintes preceitos:
I – valorização e dignidade da função pública, para imprimir-lhe o
máximo de rendimento e utilização social e profissionalizar o servidor
municipal;
II – a função pública municipal, sob qualquer regime jurídico, implica
responsabilidade:
a) pelo desenvolvimento econômico e social das comunidades do
Município;
b) pela harmonia e bem-estar social da coletividade;

55
c) pelo uso adequado e parcimonioso dos bens e recursos
públicos municipais;
d) pelo cumprimento da legislação municipal nos assuntos de
peculiar interesse do Município.
III – os programas relativos à administração de recursos humanos
ajustar-se-ão ao planejamento institucional da organização de cada Poder
Municipal;
IV – o ingresso e a carreira do servidor municipal serão regidos pelo
sistema do mérito através de concursos, e os atos administrativos que
contrariarem princípios serão nulos de pleno direito;
V – a política salarial para a Administração Pública Municipal será
ajustada às diretrizes da política econômico-financeira institucional e,
sempre que possível, às condições do mercado de trabalho, e ainda
referenciando-se na necessidade básica de subsistência do trabalhador
servidor público e de sua família;
VI – as normas de estatuto geral concernentes aos abusos dos
funcionários públicos às proibições a ele impostas aplicam-se a todos os
servidores e dirigentes da Administração Municipal, quaisquer que sejam
os regimes jurídicos pessoais.
Art. 104. Aos servidores públicos cumprem observar as
prescrições legais, regulamentares, executar com zelo e presteza as
tarefas que lhes são cometidas, cumprir ordens, determinações e
instruções superiores, formular sugestões visando ao aperfeiçoamento do
trabalho e assinar documentos quantos for o caso, observando sempre o
compromisso com o público e com o serviço, a ética profissional, o
exercício da cidadania e o direito e dever da dignidade.
Art. 105. Respectivamente observadas suas subordinações
hierárquicas, quando de indagações ou missões a quaisquer deles
cometidas, os secretários, assessores, diretores, chefes ou
administradores e servidores de maneira geral, obrigam-se a oferecer
retorno sobre o cumprimento ou impossibilidade do que lhes foi
determinado.
Parágrafo único. Considera-se falta relevante a ausência de
respostas aos encaminhamentos administrativos, dentro de prazos
suficientes e razoáveis.
Art. 106. Os concursos públicos, para preenchimento de cargos,
empregos ou funções na administração municipal, não poderão ser
realizados antes de decorridos trinta dias do encerramento das inscrições,
as quais deverão estar abertas por pelo menos quinze dias.
Art. 107. O Município, suas entidades da Administração indireta e
fundacional, bem como as concessionárias e as permissionárias de
serviços públicos, responderão pelos danos que seus agentes, nesta
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.
Art. 108. Aos dirigentes e servidores municipais cabe atender, com
urbanidade e eficiência, àqueles que procuram o serviço público,
56
especialmente aos mais carentes, fazendo-se por essencial o
entendimento que a existência do serviço público só faz sentido na razão
direta em que os serviços são, real e satisfatoriamente, prestados ao
público do Município.
Art. 109. A Constituição Municipal deverá assegurar o direito ao
servidor público municipal, de receber contracheque, ou até mesmo um
recibo de vencimentos, no qual declare o valor de seu vencimento mensal,
juntamente com o código de descontos, esclarecendo-lhe, de maneira
integral, o valor real do seu salário.
Art. 110. Para o ingresso no serviço público municipal, terá
prioridade, para ocupação de cargos municipais ou empregos, pessoas
naturais de Capistrano e residentes no Município, com exceção dos cargos
que exijam o nível superior e, mesmo assim, quando o Município não
dispuser, dentre os seus filhos, de cidadãos portadores da qualificação
exigida.
Art. 111. São assegurados ao servidor:
I - afastamento de seu emprego ou função, quando eleito para
diretoria de sua entidade sindical, durante o período do mandato, sem
prejuízo de seus direitos;
II - permissão, na forma da lei, para conclusão de cursos em que
estejam inscritos ou que venham a se inscrever, desde que possa haver
compensação, com a prestação do serviço público;
III - quando investido nas suas funções de direção executiva de
entidades representativas de classe ou conselheiro de entidades de
fiscalização do exercício das profissões liberais, o exercício de suas
funções nestas entidades, sem prejuízos nos seus salários e demais
vantagens na sua instituição de origem;
IV - a carga horária reduzida em até duas horas, a critério da
administração, enquanto perdurar a freqüência a curso de nível superior;
V – a percepção do salário mínimo ou o piso da categoria, na
forma da lei;
VI - dispensa de dois dias úteis de serviço, quando o servidor
funcionar como presidente, mesário ou suplente de mesa receptora em
eleições majoritárias e proporcionais;
VII - dispensa do expediente no dia do aniversário natalício, bem
assim facultado o ponto, na data consagrada à sua categoria;
VIII – o direito de ser readaptado de função por motivo de doença
que o impossibilite de continuar desempenhando as atividades próprias do
seu cargo ou função;
IX - a gratificação adicional por tempo de serviço, à razão de um
por cento por anuênio de serviço público, elevando-se de igual
porcentagem a cada ano;
X – a gratificação de produtividade, que será fixada por lei;
XI – aos servidores municipais da administração direta, indireta e
fundacional, que exerçam cargo ou função de nível superior, fica

57
assegurada a gratificação correspondente a vinte por cento sobre o seu
salário ou vencimento básico;
XII - a garantia dos direitos adquiridos, anteriores à promulgação
desta Lei Orgânica;
XIII – garantia de adaptação funcional à gestante nos casos em
que houver recomendação médica, sem prejuízo de seus vencimentos ou
demais vantagens do cargo.
§ 1° Aos servidores da administração direta, indireta e funcional que
concorram a mandatos eletivos, inclusive nos casos de mandato de
representação profissional e sindical, é garantida a estabilidade a partir da
data do registro do candidato até um ano após o término do mandato, ou
até cento e oitenta dias após a publicação dos resultados em caso de não
serem eleitos, salvo se ocorrer exoneração nos termos da lei.
§ 2° Enquanto durar o mandato dos eleitos, o órgão empregador
recolherá mensalmente as obrigações sociais e garantirá ao servidor ou
empregado os serviços médicos e previdenciários dos quais era
beneficiário antes de se eleger.
§ 3º Nenhum servidor poderá ser diretor ou integrar conselhos de
empresas privadas fornecedoras ou prestadoras de serviços ou que
realizem qualquer contrato com o Município.
Art. 112. É vedado ao Município a permissão de vendas ou
comercialização de chaves de prédios públicos municipais e suas
sublocações pelos inquilinos dos mesmos.
Parágrafo único. Os aluguéis e as transferências de imóveis
públicos municipais, terão prioridade às pessoas naturais do Município, ou,
em segunda hipótese, os que residirem a mais de cinco anos e, em última
hipótese, a qualquer pessoa.
Art. 113. É dever do Município prover Distritos e povoados com
telefones comunitários.
Art. 114. Fica criado um dispositivo tendo em vista a segurança
dos menos favorecidos, posto que os demais abastados se sintam
totalmente protegidos.
Art. 115. Torna-se um dever da segurança municipal, fazer rondas
semanais nas localidades do Município, com prioridade, nos fins de
semana.
Art. 116. O Município, no âmbito de sua competência, instituirá
regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da
administração direta, das autarquias e das fundações públicas, atendendo
aos princípios das Constituições da República e do Estado.
§ 1° O regimento jurídico de que trata o caput deste artigo será o
de direito público administrativo e lei complementar disporá sobre o
Estatuto do funcionário público de Capistrano, observado os princípios e
normas gerais estabelecidas nesta Lei orgânica, na Constituição Estadual
e na Constituição Federal.

58
§ 2º O Estatuto do funcionário público Municipal englobará todos
os servidores, inclusive da área do magistério que poderá ser contemplada
com capítulo especial para atender suas particularidades.
Art. 117. O direito de greve será exercido nos termos e nos limites
definidos em lei complementar federal.
Art. 118. A investidura em cargo público ou emprego público de
entidade municipal depende de prévia aprovação em concurso público de
provas ou de provas títulos, ressalvada as nomeações para cargos em
comissão declarados em lei, de livre nomeação e exoneração.
§ 1° O prazo de validade do concurso público será de dois anos,
prorrogável uma vez, por igual período.
§ 2º Durante o prazo improrrogável previsto no edital de
convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas
e títulos, será convocado com prioridade sobre novos concursados para
assumir cargo ou emprego na carreira.
§ 3º Os cargos em comissão e as funções de confiança serão
exercidos, preferencialmente, por servidores ocupantes de carreira técnica
ou profissional, nos casos e condições previstas em lei.
Art. 119. O Município não poderá atribuir nome de pessoas vivas a
bens e serviços públicos, tais como escolas, avenidas, praças, ruas,
logradouros públicos, pontes, reservatórios de água, viaduto, praça de
esportes, biblioteca, hospitais e maternidades públicas, auditórios, distritos,
salas de aula e bairros.
Art. 120. São direitos dos servidores públicos municipais, entre
outros previstos nas Constituições da República e do Estado:
I – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no
valor da aposentadoria;
II – remuneração do trabalho noturno superior a do diurno;
III – salário-família para os seus dependentes;
IV – duração de trabalho normal não superior a oito horas diárias
ou quarenta e quatro horas semanais;
V – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos
domingos;
VI – gozo de férias remuneradas com, pelo menos, um terço a
mais do que o salário normal;
VII – licença à gestante, sem prejuízo de emprego e do salário,
com duração de cento e oitenta dias;
VIII – licença à paternidade, sem prejuízo do emprego e dos
vencimentos, com duração de dez dias, assistindo igual direito ao pai
adotante;
IX – irredutibilidade de vencimento;
X – remuneração ou proventos não inferiores ao salário mínimo,
inclusive para aposentados;
XI – proteção do salário, na forma de lei, constituindo crime sua
retenção dolosa;

59
XII – remuneração de serviço extraordinário superior, no mínimo,
em cinqüenta por cento, à hora normal;
XIII – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante
incentivos específicos, nos termos da lei;
XIV – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de
normas de saúde, higiene e segurança;
XV – adicional de remuneração para as atividades penosas,
insalubres ou perigosas, na forma da lei;
XVI – proibição de diferença salarial, de exercício de funções e de
critérios de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XVII – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o
nascimento até seis anos de idade em creches e pré-escolas;
XVIII – participação dos servidores nos colegiados dos órgãos
públicos em que seus interesses profissionais e previdenciários sejam
objeto de discussão e deliberação;
XIX – liberdade de filiação político-partidária;
XX – licença de três meses, após a implementação de cada cinco
anos de efetivo exercício;
XXI - Será concedida licença especial ao servidor que adotar
legalmente criança recém nascida ou obtiver guarda judicial para fins de
adoção, nos seguintes termos:
a) no caso de adoção ou guarda judicial de criança até um ano de
idade, o período de licença será de cento e oitenta dias;
b) no caso de adoção ou guarda judicial de criança a partir de um
ano até quatro anos de idade, o período de licença será de sessenta dias;
c) no caso de adoção ou guarda judicial de criança a partir de
quatro anos até oito anos de idade, o período de licença será de trinta dias;
Parágrafo único. A licença especial prevista neste inciso só será
concedida mediante apresentação do termo judicial de guarda à adotante
ou guardiã.
XXII - ao professor regente de sala de aula, licença de até cento e
oitenta dias, quando constatado comprometimento de suas cordas vocais
em função do exercício profissional, devidamente comprovado por perícia
médica.
Parágrafo único. Findo o período de licença para tratamento e
comprovadamente persistindo os sintomas da disfunção vocal, o professor
deverá ser readaptado de sua função, sem qualquer prejuízo dos seus
vencimentos e vantagens, como se na regência de sala de aula estivesse;
XXIII – livre acesso à associação sindical e direito de organização
no local de trabalho.
Art. 121. Os servidores somente serão indicados a participar de
cursos de pós-graduação ou de capacitação técnica e profissional
custeados pelo Município quando houver correlação entre o conteúdo
programático e as atribuições do cargo exercido ou outro da mesma
carreira e em instituições devidamente reconhecidas pelo Poder Público,
além de conveniência para o serviço.
60
§ 1º Quando sem ônus para o Município, o servidor interessado
requererá liberação.
§ 2º Enquanto perdurar a freqüência a curso de nível superior, o
servidor poderá requerer a redução da jornada diária de trabalho em até
duas horas, ficando a critério da administração a concessão do benefício.
Art. 122. Nenhum servidor público municipal poderá perceber
vencimentos superiores à remuneração, em espécie, a qualquer título, do
Prefeito Municipal.
Art. 123. Fica proibido o uso do fumo em todos os
estabelecimentos públicos municipais.

SEÇÃO II
Do Regime Previdenciário

Art. 124. O servidor será aposentado:


I – por invalidez permanente, sendo os proventos integrais, quando
decorrentes de acidentes em serviço, moléstia profissional, ou doença
grave, contagiosa ou incurável, especificadas em lei, e proporcionais nos
demais casos;
II – compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos
proporcionais ao tempo de contribuição;
III – voluntariamente, por idade, com proventos proporcionais ao
tempo de contribuição, calculados na forma prevista em lei específica,
desde que preencha cumulativamente, os seguintes requisitos:
a) tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço
público federal, estadual, distrital e municipal;
b) tempo mínimo de cinco anos de efetivo exercício no cargo em
que se dará a aposentadoria;
c) sessenta e cinco anos de idade, se homem; e sessenta anos de
idade, se mulher.
§ 1º Lei complementar poderá estabelecer exceções ao disposto
no inciso III, “a” e “c”, no caso de exercício de atividades consideradas
penosas, insalubres ou perigosas.
§ 2º Os proventos de aposentadoria serão previstos, na mesma
proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos
servidores em atividades, sendo também estendidos aos inativos,
quaisquer benefícios quando decorrentes da transformação ou
reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria, na
forma da lei.
§ 3º A pensão será devida integralmente aos dependentes do
servidor municipal.
§ 4º Não haverá limite de idade para direito de percepção de pensão
dos dependentes portadores de deficiência sensorial, motora e mental.
§ 5º Lei disporá sobre a concessão de benefício de pensão por
morte, que será igual:
61
I – ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o
limite máximo estabelecido para os benefícios estabelecidos no Regime
Geral de Previdência Social de que trata o art. 201 da Constituição Federal,
acrescentado de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso
em atividade na data do óbito;
II – ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo
efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo estabelecido para
os benefícios estabelecidos no Regime Geral de Previdência Social de que
trata o art. 201 da Constituição Federal, acrescido de setenta por cento da
parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito.
§ 6º É assegurada a antecipação da pensão, correspondente a
setenta por cento do valor da última remuneração aos dependentes do
servidor falecido, até que a pensão definitiva tenha o seu valor definido e a
sua regularidade reconhecida, ou negada, pelos órgãos competentes.
§ 7º A lei disporá sobre concessão de pensão e aposentadoria
especial aos dependentes do servidor municipal, no caso de morte por
acidente de trabalho.
§ 8º Decorridos sessenta dias da data em que tiver protocolado o
requerimento da aposentadoria, o servidor será considerado em licença
especial, podendo afastar-se do serviço, salvo se antes tiver sido
cientificado do indeferimento do pedido.
§ 9º O tempo de serviço público federal, estadual, ou de outros
municípios, será computado integralmente para efeitos de aposentadoria e
de disponibilidade.
§ 10. A forma de compensação dos regimes de previdência será
regida por lei complementar.
§ 11. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro
cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de
previdência social.
§ 12. Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão
reduzidos em cinco anos para o professor que comprove exclusivamente
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil
e no ensino fundamental e médio.
Art. 125. São estáveis, após três anos de efetivo exercício, os
servidores nomeados em virtude de aprovação em concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo, em virtude de
sentença judicial transitada em julgado ou mediante processo
administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga reconduzido
ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo
ou posto em disponibilidade.
§ 3º Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor
estável ficará em disponibilidade remunerada, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo.
62
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória
a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa
finalidade.
Art. 126. Os serviços públicos pertinentes à Previdência e
Assistência Municipal serão prestados através do Instituto de Previdência
do Município, órgão autônomo financeiramente, cuja execução dependerá
de uma receita própria determinada por lei, bem como de plano de custeio
e de programa de desembolso próprios.
§ 1° Para a consecução de suas finalidades será resguardada, com
estrita observância, a autonomia administrativa e financeira do Instituto de
Previdência do Município, estabelecida por lei.
§ 2° Fica mantida a autonomia financeira do Instituto de Previdência
do Município através da exclusão de sua receita do sistema de conta única
da Prefeitura, por ter finalidade própria prevista em lei.
§ 3º É assegurada, na forma e nos prazos da lei, a participação dos
representantes dos servidores públicos municipais e dos aposentados na
gestão administrativa do Instituto de Previdência do Município.
§ 4º O orçamento municipal destinará dotações orçamentárias à
seguridade social.

SEÇÃO III
Disposições Gerais

Art. 127. A despesa com pessoal ativo e inativo do Município não


poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de
remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de
estrutura de carreira, bem como a admissão de pessoal, a qualquer titulo,
pelos órgãos e entidades da Administração direta, indireta e fundações
instituídas e mantidas pelo Município só poderão ser feitas, se houver
prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de
despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes, desde que
previamente contempladas na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 2º Fica assegurado o exercício cumulativo de dois cargos ou
empregos privativos de profissionais de saúde, que estejam sendo
exercidos na Administração Pública Municipal direta, indireta, autarquias e
fundações.
§ 3º Os servidores submetidos a regime de plantão, terão a carga
horária reduzida em vinte por cento sem prejuízo dos direitos da categoria,
a partir de vinte anos de comprovada atividade.
§ 4º Fica o servidor municipal isento do Imposto Predial Territorial
Urbano - IPTU, exclusivamente em relação ao imóvel de sua propriedade,
desde que utilize o bem como residência própria.

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§ 5º Quando a incidência na transação inter vivos, a qualquer título,
for de competência do Município, fica o servidor municipal isento deste
tributo, para aquisição de imóvel único que se destine à sua moradia.
§ 6º Nenhum servidor poderá ser diretor ou integrar conselho de
empresa fornecedora ou que realize qualquer modalidade de contrato com
Município, sob pena de demissão do serviço público.
§ 7º Os servidores do Município que exerçam atividades em
unidades de emergência da rede hospitalar, em regime de plantão, farão
jus à gratificação de setenta e cinco por cento sobre seus salários.
§ 8º Entende-se por servidor em atividade de plantão aquele com
jornada de doze horas ininterruptas de trabalho e em regime de
revezamento.
§ 9º O servidor público municipal, quando despedido sem justa
causa e que tenha, aprazadamente, reclamado perante a Justiça do
Trabalho, desde que não tenha recebido nenhuma indenização, poderá ser
readmitido por acordo consensual, celebrado entre o interessado e o poder
público competente.
§ 10 A Procuradoria Geral do Município proporá a competente ação
regressiva contra o servidor público, de qualquer categoria, declarado
culpado por haver causado a terceiro lesão de direito que a Fazenda
Municipal seja obrigada judicialmente a reparar.
§ 11 O prazo legal para ajuizamento da ação regressiva será a da
legislação vigente, a contar da data em que o Procurador Geral do
Município for cientificado de que a Fazenda Municipal efetuou o pagamento
do valor resultante da decisão judicial ou acordo administrativo.
§ 12 O descumprimento, por ação ou omissão, no disposto no
caput deste artigo e no seu parágrafo primeiro, apurado em processo
regular, acarretará a responsabilização civil pelas perdas e danos que daí
resultarem.

CAPÍTULO II
Dos Atos Municipais

Art. 128. A publicação das leis e dos atos municipais far-se-ão em


órgão oficial ou, não havendo, em órgão da imprensa local.
§ 1º No caso de não haver periódicos no Município, a publicação
será feita por fixação, em local próprio e de acesso público, na sede da
Prefeitura Municipal ou Câmara Municipal.
§ 2º A publicação dos atos não normativos, pela imprensa, poderá
ser resumida.
§ 3º A escolha de órgão de imprensa particular para divulgação
dos atos municipais será feita por meio de licitação em que se levarão em
conta, além dos preços, as circunstâncias de periodicidade, tiragem e
produção.

64
Art. 129. A formalização dos atos administrativos da competência
do Prefeito far-se-á:
I – Mediante decreto, numerado, em ordem cronológica, quando se
tratar de:
a) regulamentação de lei;
b) criação ou extinção de gratificação, quando autorizados em lei;
c) abertura de créditos especiais e suplementares, até o limite
autorizado por lei, assim como de créditos extraordinários;
d) declaração de utilidades públicas ou de interesse social para
efeito de desapropriação ou servidão administrativa;
e) criação, alteração ou extinção de órgãos de Prefeitura, quando
autorizadas em lei;
f) definição da competência dos órgãos e das atribuições dos
servidores da Prefeitura, não privativas de lei;
g) aprovação de regulamentos e regimentos dos órgãos da
administração direta;
h) aprovação dos estatutos dos órgãos da administração
descentralizados;
i) fixação e alteração de preços dos serviços prestados pelo
Município e aprovações dos preços dos servidores concedidos, quando
autorizados por lei;
j) permissão para exploração de serviços públicos e para uso de
bens municipais;
k) aprovação de planos de trabalho dos órgãos ou da
administração direta;
l) criação, extinção, declaração ou modificação de direitos dos
administradores, não privativos da lei;
m) medidas executórias do Plano Diretor de Desenvolvimento
Integrado;
n) estabelecimento de normas de efeitos externos, não privativas
de lei.
II – mediante portaria, quando se tratar de:
a) provimento e vacância de cargos públicos e demais atos de
efeito individual, relativos aos servidores municipais;
b) lotação e relotação nos quadros de pessoal;
c) criação de comissão e designação de seus membros;
d) instituição e dissolução de grupos de trabalho;
e) autorização para contratação de servidores por prazo
determinado e dispensa;
f) abertura de sindicâncias e processos administrativos e aplicação
de penalidade;
g) outros atos que, por sua natureza ou finalidade, não sejam
objeto de lei ou decreto.
Parágrafo único. Poderão ser objetos os atos constantes do item II
deste artigo.
III – contrato, nos seguintes casos:
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a) admissão de servidores para serviço de caráter temporário, nos
termos da Constituição Federal;
b) execução de obras e serviços municipais, nos termos da lei.
Parágrafo único. Os atos constantes nos itens II e III deste artigo
poderão ser delegados.
Art. 130. O Município terá os livros que forem necessários aos
seus serviços e, obrigatoriamente, os de:
I – termos de compromissos e posse;
II – declaração de bens;
III – atas das sessões da Câmara;
IV – registros de lei, decretos, resoluções, regulamentos,
instruções e portarias;
V – cópia de correspondência oficial;
VI – protocolo, índice de papéis e livros arquivados;
VII – licitações e contratos para obras e serviços;
VIII – contratos de servidores e em geral;
IX – contabilidade e finanças;
X – concessões e permissões de bens imóveis e de serviços;
XI – tombamento de bens imóveis;
XII – registro de loteamento aprovados.
§ 1º Os livros serão abertos, rubricados e encerrados pelo Prefeito
e pelo Presidente da Câmara, conforme o caso, ou por funcionário
designado pata tal fim.
§ 2 º Os livros referidos neste artigo poderão ser substituídos por
fichas ou outros sistemas, convenientemente autenticados.
§ 3 º Os livros, fichas, ou outro sistema, estarão abertos à consulta
de qualquer cidadão, bastando, para tanto, apresentar requerimento.
§ 4º A Prefeitura e a Câmara são obrigadas a fornecer, a qualquer
interessado, no prazo máximo de quinze dias, certidões de atos, contratos
e decisões, sob pena de responsabilidade da autoridade ou servidor que
negar ou retardar a sua expedição.
§ 5º No mesmo prazo do parágrafo anterior, às requisições
judiciais, se outro não for fixado pelo Juiz.
§ 6º As certidões relativas ao exercício do cargo de Prefeito, serão
fornecidas por Secretário da Prefeitura.

CAPÍTULO III
Da Tributação e das Limitações do Poder de Tributar

SEÇÃO I
Dos Tributos Municipais

Art. 131. Compete ao Município, no esforço de se prover dos meios


para o exercício do poder Público e, de acordo com artigo 145 da
Constituição Federal, instituir os seguintes tributos:
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I – imposto sobre:
a) propriedade predial e territorial urbana;
b) transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de
bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre
imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos à sua
aquisição;
c) serviços de qualquer natureza, não compreendidos no artigo
155, inciso II, da Constituição Federal, definidos em lei complementar
federal.
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o
art. 182, § 4º, inciso II da Constituição Federal, o imposto previsto no inciso
I poderá:
a) ser progressivo em razão do valor do imóvel;
b) ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do
imóvel.
§ 2° O imposto previsto no inciso II:
a) não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados
ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a
transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão
ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade
preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou
direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;
b) compete ao Município em razão de localização do bem.
§ 3° A lei municipal observará as alíquotas máximas, bem como a
exclusão da incidência do imposto previsto no inciso III para as
exportações de serviços para o Exterior, quando estabelecidas em lei
complementar.
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos efetivos ou divisíveis,
prestados ao contribuinte ou posto à sua disposição;
III – contribuição de melhoria decorrente de obras públicas;
IV – contribuição social cobrada de seus servidores para custeio,
em benefício destes, do sistema de previdência social;
V – contribuição para custeio de iluminação pública, facultada a
cobrança na fatura de consumo de energia elétrica.
§ 4º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e
serão graduados, segundo a capacidade econômica do contribuinte,
facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade
a esses objetos, identificar, respeitados os direitos individuais e, nos
termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do
contribuinte.
§ 5° As taxas não poderão ter base de cálculo própria dos
impostos.
Art. 132. O Código tributário do Município, a ser votado e
publicado, retificará e/ou ratificará o já previsto na legislação vigente,
instituirá novos impostos, taxas, contribuição de melhoria, pedágio,
67
cominará penas pecuniárias por infringência da legislação municipal e o
mais que seja considerado conveniente e oportuno dentro da competência
tributante do Município.
Parágrafo único. O Código explicitará, de maneira precisa e justa, o
fato gerador, o valor de cada tributo, os critérios de avaliação, lançamentos
e cobranças, forma e oportunidade de pagamento, bem como instituirá o
redutor monetário municipal variável, unidade fiscal própria, pelo qual será
calculado o valor real do tributo devido e seus acessórios.
Art. 133. O Município é obrigado a divulgar, até o último dia de
cada mês, o montante de cada um dos tributos arrecadados no mês
anterior, bem como dos recursos recebidos, de origem tributária.
Art. 134. O Prefeito Municipal promoverá periodicamente
atualização de base de cálculo dos tributos municipais.
§ 1º A base de cálculo do imposto predial e territorial urbano - IPTU
será atualizada anualmente antes do término do exercício, podendo para
tanto ser criadas comissões da qual participarão, além dos servidores do
Município, representantes dos contribuintes, de acordo com decreto do
Prefeito Municipal.
§ 2º A atualização da base de imposto municipal sobre serviço de
qualquer natureza, cobrado de autônomos e sociedades civis, obedecerá
aos índices oficiais de atualização monetária e poderá ser realizada
mensalmente.
§ 3º A atualização da base de cálculo das taxas decorrentes do
exercício do poder de polícia municipal, obedecerá aos índices oficiais de
atualização monetária e poderá ser realizada mensalmente.
§ 4º A atualização da base de cálculo das taxas de serviços levará
em consideração a variação de custo dos serviços prestados ao
contribuinte ou colocados à sua disposição, observados os seguintes
critérios:
I – quando a variação de custos for inferior ou igual aos índices
oficiais de atualização monetária, poderá ser realizada mensalmente;
II – quando a variação de custos for superior àqueles índices, a
atualização poderá ser feita mensalmente, até esse limite, ficando o
percentual restante para ser atualizado por meio da lei, que deverá estar
em vigor, antes do início do exercício subseqüente.
Art. 135. A concessão de isenção e de anistia de tributos
municipais dependerá de autorização legislativa, aprovada por maioria de
dois terços dos membros da Câmara Municipal.
Art. 136. A remissão de créditos tributários somente poderá ocorrer
nos casos de calamidade pública ou notória pobreza do contribuinte,
devendo a lei que a autorize ser aprovada por maioria de dois terços dos
membros da Câmara Municipal.
Art. 137. O Município, para fins de justo procedimento com os
contribuintes, não concederá isenção de tributos, a não ser depois de
examinado, de per si, cada caso através de lei especifica votada com

68
amplo debate e justificativa inequívoca de sua motivação e possibilidade e
com necessário conhecimento da população.
Art. 138. O Município instituirá e consolidará, no seu Código
Tributário, o sistema de taxa por prestação se serviço, podendo ser tantas
quantas os serviços considerados necessários e prioritários pela própria
comunidade e estabelecerá, com rigorosa justiça fiscal, os valores, as
oportunidades de pagamento e a clara aplicação dos recursos
arrecadados, respeitado o principio de que nenhum tributo será cobrado do
contribuinte no ano fiscal de sua instituição.
Art. 139. Nenhum estabelecimento comercial, bancário, industrial,
independente de seu capital social, da área ocupada, do número de
empregados e da natureza da sua atividade, mesmo da pequena ou micro
empresa, sujeito ou não à tributação municipal, poderá funcionar sem
anterior alvará de localização e funcionamento, tudo conforme disponha ou
venha a dispor o Código Tributário do Município.

SEÇÃO II
Das Limitações do Poder de Tributar

Art. 140. É vedado ao Município, sem prejuízo de outras garantias


ao contribuinte:
I – aumentar ou exigir tributo sem prévia lei que o estabeleça;
II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se
encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão
da ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente
da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
III – estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de
qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino;
IV – cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da
vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei
que os instituiu ou aumentou;
c) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da
vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
d) ou no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a
lei que os instituiu ou aumentou.
V – utilizar tributo com efeito de confisco;
VI – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio
de tributos, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias
conservadas pelo Poder Público;
VII – instituir imposto sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços do Estado e da União;
b) templos de qualquer seita religiosa;

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c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive
suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições
de Educação, Cultura, pesquisa de assistência social e religiosa, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão.
§ 1º Fica extensiva às fundações e às autarquias a vedação do
inciso VII, a, desde quando instituídas e mantidas pelo poder público, no
que tange ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados às suas
finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
§ 2° As vedações do inciso VII, a, e do parágrafo anterior não se
aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com
exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a
empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou
pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente,
comprador da obrigação de pagar impostos relativos ao bem imóvel.
§ 3° As vedações contidas no inciso Vll, alíneas b e c,
compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços relacionados
com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
§ 4° A lei determinará medidas para que os consumidores sejam
esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e
serviços.
§ 5° Ressalve-se que a concessão de quaisquer benefícios
tributários, compreendidos por isenção, anistia ou moratória não gera
direito adquirido e será revogada de ofício, sempre que se apure que o
beneficiário não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições, não
cumpria ou deixou de cumprir os requisitos para sua concessão.
Art. 141. É vedada a cobrança de taxas:
I – pelo exercício do direito de petição ao Poder Público Municipal
em defesa de direitos contra ilegalidade ou abuso de poder;
II – para obtenção de certidões em repartições públicas municipais,
para defesa de direitos e esclarecimentos de interesse pessoal.
Art. 142. Somente ao município compete conceder isenções de
tributos de sua competência, observado a lei, tais como:
I - isenção da cobrança de taxas pela Prefeitura aos cidadãos
capistranenses comprovadamente pobres;
II - isenção às associações, fundações e sociedades sem fins
lucrativos, na prestação de serviços e benefício comunitários;
III) isenção do pagamento do imposto predial e territorial urbano e
suas taxas aos servidores públicos municipais e às viúvas que sejam
possuidoras de um só imóvel residencial;
IV) isenção de impostos federais, estaduais e municipais, às
operações de transferências de imóveis desapropriados para fins
habitacionais.
Parágrafo único. Ao cidadão enquadrado no disposto dos incisos I
deste artigo, fará jus à isenção, se perceber, no máximo, até um salário
mínimo vigente.
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Art. 143. Fica instituída a contribuição de melhoria na forma do
art.131, inciso III, desta Lei Orgânica.
Parágrafo único. A contribuição de melhoria será lançada no ano
seguinte ao da conclusão da obra; o valor total lançado não pode ser
superior à parte da despesa realizada no terreno, e o pagamento pode ser
parcelado até dez parcelas mensais sucessivas, conforme critério uniforme
estabelecido em lei.
Art. 144. O terreno nu, situado na zona definida como zona urbana
do Município, ou na sede de distritos, não usado de modo permanente para
fim econômico ou social, nos termos em que a lei defina ou venha a definir,
fica sujeito aos seguintes critérios de tributação:
I – Imposto territorial integral no primeiro ano da tributação,
progressivo à taxa de dez por cento ao ano por período, enquanto
continuar o desuso;
Parágrafo único. Aumento de vinte por cento sobre o valor bruto do
imposto se o terreno não for totalmente murado e se sua face externa
tenha calçada e fios de pedra.
III – isenção total do acréscimo do tributo quando usado na sua
totalidade conforme disponha a lei, para um fim econômico ou social.
Parágrafo único. A Prefeitura, através de programas, procurará
colaborar com mudas de plantas frutíferas, sementes, adubos e outros
insumos no caso de utilização do terreno em atividade hortifrutícola e
orientação da atividade de criatório de aves e outros pequenos animais,
inclusive com a venda ou cessão gratuita de matrizes e reprodutores, ajuda
para abertura de cacimbas ou poços, conforme venha a ser disposto.

SEÇÃO III
Das Repartições das Receitas Tributárias

Art. 145. Cabe ao Município, através da Secretaria de Finanças,


receber e registrar todos os valores monetários, tais como foram
legalmente repartidos, na conformidade dos artigos 158 e 159 da
Constituição Federal.
§ 1º A Secretaria de Finanças publicará mensalmente o montante
dos valores recebidos com identificação específica das respectivas
transferências indicadas na própria Constituição Federal.
§ 2º Todas as receitas com ingresso no Erário Municipal deverão ser
discriminadas por rubricas nominativas que identifiquem as diferenças
entre impostos, taxas, multas, correção monetária e demais cominações
legais.
§ 3º A obrigatoriedade da discriminação prevista neste artigo tem por
essencialidade a identificação dos recursos orçamentários que encerram
todas as fontes de receita do Erário Municipal.
§ 4º A devolução dos tributos indevidamente pagos, ou pagos a
maior, será feita pelo seu valor corrigido até a sua efetivação com
71
atualização de acordo com o índice legal de correção utilizado pelo
Município.

CAPÍTULO IV
Dos Preços Públicos

Art. 146. Para obter o ressarcimento da prestação de serviços de


natureza comercial ou industrial ou de sua atuação na organização e
exploração de atividades econômicas, o Município poderá cobrar preços
públicos.
Parágrafo único. Os preços devidos pela utilização de bens e
serviços municipais deverão ser fixados, de modo a cobrir os custos dos
respectivos serviços e, reajustados, quando se tornarem deficitários.
Art. 147. Lei Municipal estabelecerá outros critérios para a fixação
de preços públicos.

CAPÍTULO V
Dos Orçamentos

SEÇÃO I
Disposições Gerais

Art. 148. As normas orçamentárias do Município obedecerão às


disposições da Constituição da República, às normas gerais de direito
financeiro e ao disposto nesta Lei Orgânica, devendo o Município
programar suas atividades financeiras mediante leis de iniciativa do Poder
Executivo, abrangendo:
I – o Plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias anuais;
III – os orçamentos anuais.
§1° A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma
regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas de administração pública
municipal direta e indireta, abrangendo os programas de manutenção e
expansão das ações do governo.
§ 2º Fica assegurada a participação da comunidade, a partir das
regiões do Município, nas etapas de elaboração, definição e
acompanhamento da execução do plano plurianual, da lei de diretrizes
orçamentárias e do orçamento anual, observado o que estabelece o art. 6º
desta Lei Orgânica.
§ 3° Nenhum investimento, cuja execução ultrapasse um exercício
financeiro, poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou
sem lei que autorize sua inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
§ 4º A lei de diretrizes orçamentárias de caráter anual
compreenderá:
72
I – as metas e as prioridades da Administração Pública Municipal
direta e indireta;
II – as projeções das receitas e as despesas para o exercício
financeiro subseqüente;
III – os critérios para a distribuição setorial e regional dos recursos
para os órgãos e as entidades administrativas do Município;
IV – as diretrizes relativas à política de pessoal da Administração
direta e indireta do Município;
V – as orientações do planejamento pára elaboração e execução
das normas da lei orçamentária anual;
VI – os ajustamentos do plano plurianual decorrentes de uma
reavaliação da realidade econômica e social do Município;
VII – as disposições sobre as alterações na legislação tributária;
VIII – as políticas de aplicação dos agentes financeiros oficiais de
fomento, apresentando o plano de propriedade das aplicações financeiras
e destacando os projetos de maior relevância;
IX – os demonstrativos dos efeitos sobre as receitas e despesas
públicas decorrentes da concessão de quaisquer benefícios de natureza
financeira, tributária e creditícia pela Administração Pública Municipal.
§ 5° O chefe do Poder Executivo ordenará, até trinta dias após o
encerramento de cada bimestre, a publicação de relatórios resumidos de
execução orçamentária com remessa suficiente da matéria para
apreciação da Câmara Municipal.
§ 6° Os planos de programas municipais, regionais e setoriais
previstos nesta Lei Orgânica serão elaborados em consonância com o
plano plurianual apreciado pela Câmara Municipal.
§ 7° A lei orçamentária anualmente compreenderá:
I – o orçamento fiscal, fixando as despesas referentes aos poderes
do Município, seus fundos, fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público, órgãos e entidades da administração direta e indireta, estimadas
as receitas, efetivas e potenciais, aqui incluídas as renúncias fiscais a
qualquer título;
II – o orçamento de investimento das empresas públicas em que o
Município, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com
direito a voto;
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as
unidades e os órgãos a ela vinculadas, da Administração direta ou indireta,
compreendendo receitas próprias e as receitas de transferência do erário
municipal e suas aplicações relativas às fundações.
§ 8° Os orçamentos previstos no § 6°, itens I, II, III e IV deste artigo,
deverão ser elaborados em consonância com a política de
desenvolvimento urbano e regional, integrante do plano plurianual.
§ 9° O projeto da lei orçamentária será acompanhado de
demonstrativo do efeito sobre receitas e despesas públicas decorrentes de
concessão de quaisquer benefícios de natureza financeira, tributária e

73
creditícia, pela Administração municipal, detalhados de forma regionalizada
e identificando os objetivos de referidas concessões.
§ 10. A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à
previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a
autorização para a abertura de crédito ainda que por antecipação de
receita, nos termos da lei.
§ 11. Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição
do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas
correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante
créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização
legislativa.
§ 12. O Poder Executivo instituirá o orçamento participativo como
força de viabilizar a participação popular na elaboração, definição e
acompanhamento do Plano Plurianual, da Lei de Diretrizes Orçamentárias
e do Orçamento Anual.
§ 13. Os créditos devidamente autorizados deverão ser
demonstrados suas aplicações quadrimestralmente na conformidade da lei
complementar n. 101, de 4 de maio de 2000, Lei de Responsabilidade
Fiscal.
§ 14. A reestimativa por parte do Poder Legislativo, em qualquer
unidade orçamentária, só será admitida se comprovado erro ou omissão de
ordem técnica ou legal.
Art. 149. O plano plurianual do Município, para vigência até o final do
primeiro exercício financeiro do mandato prefeitoral subseqüente deverá
ser remetido para a Câmara Municipal até quatro meses antes do
encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até
o final do primeiro período da Sessão Legislativa.
Art. 150. Deverá ser encaminhado para a Câmara Municipal até oito
meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro, o Projeto de
Lei de Diretrizes Orçamentárias, devendo ser devolvido para a sanção até
o final do primeiro período da Sessão Legislativa.
Parágrafo único. O Projeto de Lei Orçamentária do Município deverá
ser remetido para a Câmara Municipal até o dia primeiro de outubro que
antecede o encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção
até o encerramento da Sessão Legislativa.

SEÇÃO II
Das Vedações Orçamentárias

Art. 151. São vedados:


I - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos
de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro,
sem prévia autorização legislativa;
II – o início de programas ou projetos não incluídos na lei
orçamentária anual;

74
III – a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas
que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
IV – a realização de operações de crédito que excedam o montante
das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos
suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pela
Câmara Municipal por maioria absoluta;
V – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou
despesa, ressalvada a repartição do produto da arrecadação dos impostos
de competência do Município, bem como a repartição das receitas
tributárias transferidas pela União e o Estado, na forma disposta na
Constituição Federal;
VI – a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia
autorização legislativa e sem indicação dos recursos orçamentários;
VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
VIII – a utilização, sem autorização legislativa específica, de
recursos do orçamento fiscal para suprir necessidade ou cobrir déficit de
empresas, fundações e fundos;
IX – a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia
autorização legislativa;
X – a subvenção ou auxilio do poder público municipal às
entidades de previdência privada com fins lucrativos.
§ 1º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no
exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de
autorização for promulgado nos últimos quatro meses do exercício, caso
em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao
orçamento do exercício financeiro subseqüente.
§ 2º Abertura de crédito extraordinário somente será admitida para
atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de
calamidade pública.
Art. 152. A despesa com pessoal ativo e inativo do Município não
poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar federal.
Parágrafo único. A concessão de qualquer vantagem ou aumento
de remuneração, a criação de cargos ou alteração de estrutura de carreira,
bem como a admissão de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e
entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações
instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas:
I – se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender
às projeções de despesas de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
II – se houver autorização específica na lei de diretrizes
orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de
economia mista, que não dependam de recursos financeiros para
pagamento de despesas com pessoal ou de custeio geral ou de capital.
Art. 153. Excluídas as operações de crédito e participação nas
diversas transferências, a Câmara Municipal elaborará sua proposta
orçamentária, cujo montante não poderá exceder as determinações legais
pertinentes à lei complementar que cuide da matéria específica.
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SEÇÃO III
Das Emendas aos Projetos Orçamentários

Art. 154. Os projetos de lei relativos ao Plano Plurianual, às


diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais,
serão obrigatoriamente apreciados pela Câmara Municipal.
§ 1º Caberá às comissões técnicas competentes da Câmara
Municipal:
I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste
artigo e sobre as contas apresentados anualmente pelo chefe do Poder
Executivo Municipal, inclusive com observância aos dispostos no § 3º do
art. 31 da Constituição Federal;
II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas
municipais, acompanhar e fiscalizar as operações resultantes ou não do
orçamento, sem prejuízo das demais comissões criadas pela Câmara
Municipal.
§ 2º As emendas serão apresentadas à comissão competente, que
sobre elas emitirá parecer e apreciadas em Plenário, na forma regimental.
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos
projetos que o modifiquem somente podem ser aprovados nos casos em
que:
I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de
diretrizes orçamentárias;
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os
provenientes de anulação de despesas, excluídas as que indicam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências de recursos para entidades da administração
indireta, na forma da lei.
III – sejam relacionadas:
a)com a correção de erros ou omissões;
b)com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não
poderão ser aprovadas, quando incompatíveis com o plano plurianual.
§ 5º O Prefeito Municipal poderá enviar mensagem à Câmara
Municipal para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo,
enquanto não tiver sido iniciada a votação em Plenário, da parte cuja
alteração é proposta.
§ 6º Sempre que solicitado pela Câmara Municipal por decisão da
maioria dos seus membros, o Tribunal de Contas dos Municípios emitirá,
no prazo nunca superior a quinze dias úteis, parecer prévio sobre a
proposta orçamentária.

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§ 7º Aplicam-se aos projetos referidos neste artigo, no que não
contrariem o disposto quanto a esta matéria, as demais normas relativas
ao processo legislativo.
§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição
do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas
correspondentes, poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante
abertura de créditos, suplementares ou especiais, com prévia e específica
autorização legislativa.

SEÇÃO IV
Da Execução Orçamentária

Art. 155. A execução do orçamento do Município se refletirá na


obtenção das suas receitas próprias, transferidas e outras, bem como na
utilização das dotações consignadas às despesas para a execução dos
programas nele determinados, observado sempre o princípio de equilíbrio.
Art. 156. O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o
encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução
orçamentária, bem como apresentará trimestralmente ao Poder Legislativo
e aos conselhos populares a caracterização sobre o município, suas
finanças públicas, devendo constar dos seguintes demonstrativos:
I – receitas e despesas da administração direta e indireta;
II – valores ocorridos desde o início do exercício até o último mês
do trimestre objeto na análise financeiro;
III – comparação mensal entre os valores do inciso II acima com
seus correspondentes previstos no orçamento já atualizado por suas
alterações;
IV – previsões atualizadas dos seus valores até o final do exercício
financeiro.
Art. 157. As alterações orçamentárias, durante o exercício se
representarão:
I – pelos créditos adicionais, suplementares, especiais e
extraordinários;
II – pelos remanejamentos, transferências e transposições de
recursos de uma categoria de programação para outra.
Parágrafo único. O remanejamento, a transferência e a
transposição somente se realizarão quando autorizados em lei específica
que contenha a justificativa.
Art. 158. Na efetivação dos empenhos sobre as dotações fixadas
para cada despesa, será emitido o documento nota de empenho, que
conterá as características já determinadas nas normas gerais de Direito
Financeiro.

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SEÇÃO V
Da Gestão de Tesouraria

Art. 159. As receitas e as despesas orçamentárias serão


movimentadas através de caixa único, regularmente instituído.
Parágrafo único. A Câmara Municipal deverá ter a sua própria
Tesouraria, por onde movimentará os recursos que lhe forem liberados.
Art. 160. As disponibilidades de caixa do Município e de suas
entidades de Administração indireta, inclusive, dos fundos especiais e
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público Municipal, serão
depositadas em instituições financeiras oficiais.
Parágrafo único. As arrecadações das receitas próprias do Município
e de suas entidades de Administração indireta poderão ser feitas através
da rede bancária privada, mediante convênio.
Art. 161. Poderá ser instituído regime de adiantamento em cada
uma das unidades de Administração direta, nas autarquias, nas fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público Municipal e na Câmara Municipal
para ocorrer as despesas miúdas de pronto pagamento definidas em lei.

SEÇÃO VI
Da Organização Contábil

Art. 162. A contabilidade do Município obedecerá, na organização


do seu sistema administrativo e informativo e nos seus procedimentos, aos
princípios fundamentais de contabilidade e às normas estabelecidas na
legislação pertinente.
Art. 163. A Câmara Municipal deverá ter a sua própria
contabilidade.

SEÇÃO VII
Das Contas Municipais

Art. 164. As contas anuais do Poder Executivo Municipal deverão


ser enviadas à Câmara Municipal até o dia trinta e um de janeiro do ano
subseqüente, ficando à disposição do cidadão, durante sessenta dias, a
partir do dia dez de fevereiro de cada exercício, nos termos da lei e,
decorrido este prazo, as contas serão, até o dia dez de abril de cada ano,
enviadas pela presidência da Câmara Municipal ao Tribunal de Contas dos
Municípios, para que este emita o competente parecer prévio, compondo-
se de:
I – demonstrações contábeis, orçamentárias e financeiras da
Administração direta e indireta, inclusive, dos fundos especiais e das
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

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II – demonstrações contábeis, orçamentárias e financeiras
consolidadas dos órgãos da Administração direta com as dos fundos
especiais, das fundações e das autarquias, instituídos e mantidos pelo
Poder Público Municipal;
III – demonstrações contábeis, orçamentárias e financeiras
consolidadas das empresas municipais;
IV – notas explicativas às demonstrações de que trata este artigo;
V – relatório circunstanciado da gestão dos recursos públicos
municipais no exercício demonstrado.

SEÇÃO VIII
Da Prestação e Tomada de Contas

Art. 165. São sujeitos à tomada ou à prestação de contas os


agentes da Administração Municipal, responsáveis por bens e valores
pertencentes ou confiados, à Fazenda Pública Municipal.
§ 1° O Tesoureiro do Município, ou servidor que exerça a função,
fica obrigado à apresentação do boletim diário de tesouraria, que será
afixado em local próprio, na sede da Prefeitura Municipal.
§ 2° Os demais agentes municipais apresentarão as suas
respectivas prestações de contas, até o dia trinta do mês subseqüente
àquele em que o valor tenha sido recebido.

SEÇÃO IX
Do Controle Interno Integrado

Art. 166. Os Poderes Executivo e Legislativo manterão, de forma


descentralizada, um sistema de controle interno, apoiados nas informações
contábeis, com objetivos de:
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual e
a execução dos programas do Governo e da Câmara Municipal;
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultado, quanto à eficácia
e a eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nas
entidades da Administração municipal, bem como da aplicação de recursos
públicos municipais por entidades de direito privado;
III – exercer o controle dos empréstimos e dos financiamentos,
avais e garantias, bem como dos direitos e haveres do Município.

79
CAPÍTULO VI
Dos Bens Patrimoniais

Art. 167. Compete ao Chefe do Poder Executivo a administração


dos bens municipais, respeitada a competência do Poder Legislativo,
quanto àqueles empregados em seus serviços.
§ 1° Constituem bens do Município todas as coisas móveis, imóveis
e semoventes, direitos e ações que a qualquer título lhes pertençam.
§ 2° Os bens públicos municipais, quanto a sua destinação, podem
ser:
I – de uso comum do povo, tais como: estradas municipais, ruas,
praças, logradouros públicos e outros da mesma espécie;
II – de uso especial: os destinados à Administração, tais como os
edifícios das repartições públicas, os terrenos destinados ao serviço
público e outras serventias da mesma espécie;
III – bens dominiais: aqueles sobre os quais o Município exerce os
direitos de proprietário e são considerados como bens patrimoniais
disponíveis.
Art. 168. A alienação de bens municipais, subordinada à existência
de interesse público devidamente justificado, será sempre precedida de
avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I - quando de bens imóveis, dependerá de autorização legislativa e
concorrência pública, somente dispensada no caso de permuta para fins de
urbanização de favelas, obedecidos os requisitos previstos em lei;
II - quando de bens móveis, dependerá apenas de hasta pública,
efetuada privativamente por leiloeiro público, dispensando-se este
procedimento nos casos de doação, que será permitida exclusivamente
para fins assistenciais a instituições filantrópicas sem fins lucrativos, ou
quando houver interesse público relevante, justificado pelo Chefe do Poder
Executivo ou pelo Presidente da Mesa Diretora da Câmara Municipal.
§ 1° Ficam proibidas: a doação, permuta, venda, locação ou
concessão de uso de qualquer fração de áreas dos parques, praças,
jardins ou lagos públicos, admitindo-se apenas a permissão de uso de
pequenos espaços destinados à venda de jornais, revistas, artesanatos ou
lanches, em condições a serem estabelecidas por ato do Prefeito.
§ 2º A concessão de uso das áreas institucionais somente poderá
ser outorgada a entidades assistenciais e sem fins lucrativos e para
implantação de equipamentos comunitários.
Art. 169. Os bens públicos tornar-se-ão indisponíveis ou disponíveis
por meio, respectivamente, da afetação ou desafetação, esta última
dependente de lei.
Parágrafo único. As áreas transferidas ao Município, em
decorrência da aprovação de loteamentos, serão consideradas bens
dominiais, enquanto não se efetivarem benfeitorias que lhes dêem outra
destinação.

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Art. 170. O uso de bens municipais, por terceiros, poderá ser feito
mediante concessão, permissão ou autorização conforme o interesse
público e social o exigir, devidamente justificado.
Parágrafo único. O Município poderá ceder seus bens a outros
entes públicos, inclusive, os da Administração indireta, desde que atendido
o interesse público.
Art. 171. O Município poderá ceder a particulares, para serviços de
caráter transitório, conforme regulamentação a ser expedida pelo Chefe do
Poder Executivo, máquinas e operadores da Prefeitura, desde que os
serviços da municipalidade não sofram prejuízo e o interessado recolha
previamente a remuneração arbitrada e assine termo de responsabilidade
pela conservação e devolução dos bens cedidos.
Art. 172. A concessão administrativa de bens públicos será
formalizada mediante contrato e depende de prévia autorização legislativa
e de licitação, na modalidade de concorrência.
§ 1° A licitação poderá ser dispensada quando o uso se destinar à
concessionárias de serviço público, entidades assistenciais ou filantrópicas
ou nas demais hipóteses legais.
§ 2° A permissão de uso dependerá de licitação sempre que
houver mais de um interessado na utilização do bem e será formalizada
por termo administrativo.
§ 3° A autorização será formalizada por termo administrativo para
atividades ou usos específicos e transitórios pelo prazo máximo de noventa
dias.
Art. 173. Nenhum servidor será dispensado, transferido, exonerado
ou terá aceito o seu pedido de exoneração ou rescisão, sem que o órgão
responsável pelo controle dos bens patrimoniais da Prefeitura ou da
Câmara, ateste que o mesmo devolveu os bens móveis do Município que
estavam sob sua guarda.
Art. 174. O órgão competente do Município será obrigado,
independentemente de despacho de qualquer autoridade, a abrir inquérito
administrativo e a propor, se for o caso, a competente ação civil e penal
contra qualquer servidor, sempre que forem apresentadas denúncias
contra o extravio ou danos de bens municipais.
Art. 175. A venda aos proprietários de imóveis lindeiros de áreas
urbanas remanescentes e inaproveitáveis para edificações resultantes de
obras públicas, dependerá apenas de prévia avaliação e autorização
legislativa, dispensada a licitação, sendo que as áreas resultantes de
modificação de alinhamento serão alienadas nas mesmas condições, quer
sejam aproveitáveis, ou não.
Parágrafo único. Na hipótese de existir mais de um imóvel lindeiro
com proprietários diversos, a venda dependerá de licitação.
Art. 176. Deverá ser feita, anualmente, a conferência da
escrituração patrimonial com bens existentes e, na prestação de contas de
cada exercício, será incluído o inventário de todos os bens móveis e

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imóveis do Município, compreendendo os últimos aqueles de uso especial
e os dominiais.
Parágrafo único. Todos os bens municipais deverão ser
cadastrados, com a identificação respectiva, numerando-se os bens
imóveis aludidos no artigo anterior, segundo o que for estabelecido em
regulamento, ficando esses bens imóveis sob a responsabilidade do chefe
da secretaria ou diretor do órgão a que forem destinados.
Art. 177. As terras públicas não utilizadas ou subutilizadas serão
prioritariamente destinadas a assentamentos de população de baixa renda
e à instalação de equipamentos coletivos.
§ 1° Considerar-se-ão como população de baixa renda as famílias
com renda média não superior a um salário mínimo.
§ 2° Ficam excluídas de qualquer assentamento as terras públicas
destinadas a logradouros públicos.
Art. 178. Todos os bens municipais são imprescritíveis,
impenhoráveis, inalienáveis e inoneráveis, admitidas as exceções que a lei
estabelecer para os bens do patrimônio disponível e sua posse caberá
conjunta e indistintamente a toda a comunidade que exercer seu direito de
uso comum, obedecidas as limitações.
§ 1º A manutenção das áreas verdes, equipamentos de uso público
e unidades de conservação pode ser feita com a participação da
comunidade.
§ 2º Os bens considerados inservíveis deverão ser protegidos da
ação do tempo ou levados a leilão o mais rápido possível, visando à
obtenção do melhor preço, em função de seu estado e utilidade, na forma
da lei.

CAPÍTULO VII
Das Obras e Serviços Públicos

Art. 179. É de responsabilidade do Município, de conformidade


com os interesses e as necessidades da população, prestar serviços
públicos, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão.
Parágrafo único. O Município retomará, sem indenização, os
serviços públicos municipais permitidos ou concedidos, se executados em
desconformidade com o ato ou contrato, destinando, na forma da lei, a
permissão ou a concessão a outra empresa, de forma a garantir a
continuidade dos serviços públicos.
Art. 180. Nenhuma obra pública, salvo os casos de extrema
urgência devidamente justificados, será realizada sem que constem:
I – o respectivo projeto;
II – o orçamento de seu custo;
III – a indicação dos recursos financeiros para o atendimento das
respectivas despesas;

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IV – a viabilidade do empreendimento, sua conveniência e
oportunidade para o interesse público;
V – os prazos para o seu início e término.
Art. 181. A concessão de uso de bens públicos dominiais e dos de
uso especial dependerá de lei e concorrência, e será feita mediante
contrato, sob pena de nulidade do ato.
§ 1° Serão nulas de pleno direito as concessões, as permissões,
bem como quaisquer outros ajustes feitos em desacordo com o
estabelecido na Lei Orgânica e na legislação vigente.
§ 2° Os serviços concedidos ou permitidos ficarão sempre sujeitos
à regulamentação e à fiscalização da Administração Municipal, cabendo ao
Prefeito Municipal, aprovar as tarifas respectivas.
Art. 182. Os usuários estarão representados nas entidades
prestadoras de serviços públicos, na forma que dispuser a legislação
municipal, assegurando-se sua participação em decisões realizadas a:
I – planos e programas de expansão dos serviços;
II – revisão de base de cálculo dos custos operacionais;
III – política tarifária;
IV – nível de atendimento da população em termos de quantidade
e qualidade;
V – mecanismo para atenção de pedidos e reclamações dos
usuários, inclusive, para apuração de danos causados a terceiros.
Parágrafo único. Em se tratando de empresas concessionárias ou
permissionárias de serviços públicos, a obrigatoriedade mencionada neste
artigo deverá constar do contrato de concessão ou permissão.
Art. 183. As entidades prestadoras de serviços públicos são
obrigadas, pelo menos uma vez por ano, a dar ampla divulgação de suas
atividades informando, em especial, sobre planos de expansão, aplicação
de recursos financeiros e realização de programas de trabalho.
Art. 184. Nos contratos de concessão ou permissão de serviços
públicos, serão estabelecidos entre outros:
I – os direitos dos usuários, inclusive, as hipóteses de gratuidade;
II – as regras para a remuneração do capital e para garantir o
equilíbrio econômico e financeiro do contrato;
III – as normas que possam comprovar eficiência no atendimento
do interesse público, bem como permitir a fiscalização pelo Município, de
modo a manter o serviço continuo, adequado e acessível;
IV – as regras para orientar a revisão periódica das bases de
cálculo dos custos operacionais e da remuneração do capital, ainda que
estipulada em contrato anterior;
V – a remuneração dos serviços prestados aos usuários diretos,
assim como a possibilidade de cobertura dos custos por cobrança a outros
agentes beneficiados pela existência dos serviços;
VI – as condições de prorrogação, caducidade, rescisão e reversão
da concessão ou permissão.

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Parágrafo único. Na concessão ou na permissão de serviços
públicos, o Município reprimirá qualquer forma de abuso do Poder
econômico, principalmente as que visem à dominação do mercado, à
exploração monopolística e ao aumento abusivo de lucros.
Art. 185. O Município poderá revogar a concessão ou a permissão
dos serviços que forem executados em desconformidades com o contrato
ou ato pertinente, bem como daqueles que se revelarem manifestamente
insatisfatórios para o atendimento dos usuários.
Art. 186. As licitações para a concessão ou a permissão de
serviços públicos deverão ser procedidas de ampla publicidade, inclusive,
em jornais da capital do Estado, mediante edital ou comunicado resumido.
Art. 187. A fixação dos preços públicos, devidos pela utilização de
bens, serviços e atividades municipais, será feita pelo Chefe do Poder
Executivo mediante edição de decreto, salvo as exceções, previstas nesta
Lei Orgânica.
§ 1° As tarifas dos serviços públicos deverão cobrir os seus custos,
sendo reajustáveis, quando se tornarem deficientes ou excedentes.
§ 2° As obras públicas municipais serão executadas pela Prefeitura,
por administração direta ou indireta, ou contratadas com particulares
através de processo licitatório, na forma da lei, sempre em conformidade
com o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental do Município.
Art. 188. O Município poderá consorciar-se com outros Municípios
para a realização de obras ou prestação de serviços públicos de interesse
comum.
Parágrafo único. O Município poderá propiciar meios para criação,
nos consórcios, de órgão consultivo constituídos por cidadãos não
pertencentes ao serviço público municipal.
Art. 189. Ao Município é facultado conveniar com a União ou com
o Estado, a prestação de serviços públicos de sua competência privativa,
quando lhe faltarem recursos técnicos ou financeiros para a execução do
serviço em padrões adequados, ou quando houver interesse mútuo para a
celebração do convênio.
Parágrafo único. Na celebração de convênio de que trata este
artigo, deverá o Município:
I – propor os planos de expansão dos serviços públicos;
II – propor critérios para a fixação de tarifas;
III – realizar avaliação periódica da prestação dos serviços.
Art. 190. A criação pelo Município de entidades de Administração
indireta para execução de obras ou prestação de serviços públicos só será
permitida caso a entidade possa assegurar sua auto-sustentação
financeira.
Art. 191. Os órgãos colegiados das entidades de administração
indireta do Município terão a participação obrigatória de um representante
de seus servidores, eleito por estes, mediante voto direto e secreto,
conforme regulamentação a ser expedida por ato do Prefeito Municipal.

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Art. 192. O Chefe do Executivo Municipal, ao planejar uma obra
pública, de maior importância, consultará previamente os munícipes e a
Câmara Municipal, sobre a prioridade e a necessidade de sua execução.
§ 1° Se a obra a ser construída, for em localidade da zona rural,
convém que a consulta seja feita com os munícipes dessa localidade.
§ 2° O Prefeito Municipal, ao assumir o Governo do Município, terá
como dever constitucional, dar continuidade às obras consideradas
prioritárias, não concluídas por seu antecessor, seja ele de sua agremiação
partidária ou não.
§ 3° Quem administra os bens públicos, sobretudo, quem chegou à
sua gerência, pelo voto democrático, acha-se no dever cívico e moral de
dar satisfação ao povo.
§ 4° O Prefeito Municipal, com a participação dos Vereadores,
deverá prestar contas, anualmente, aos munícipes, de sua administração.
Art. 193. Os contratos de concessão e os termos de permissão
estabelecerão condições que assegurem ao poder público, nos termos da
lei, a regulamentação e o controle sobre prestação dos serviços delegados,
observado o seguinte:
I – no exercício de suas atribuições, os servidores públicos,
investidos de poder de polícia, terão livre acesso a todos os serviços e
instalações das empresas concessionárias ou permissionárias;
II – estabelecimento de sanções em caso de descumprimento de
obrigações trabalhistas e de normas de saúde, higiene e segurança no
trabalho e de proteção ao meio ambiente.
Art. 194. O Prefeito, o Vice-Prefeito, os Vereadores e os servidores
municipais não poderão contratar com o Município, subsistindo a proibição
até seis meses após findas as respectivas funções.
Parágrafo único. Não se incluem nesta proibição os contratos, cujas
cláusulas e condições sejam uniformes para todos os interessados.
Art. 195. A utilização e a administração dos bens públicos de uso
especial, como mercados, matadouros, estações, recintos de espetáculos
e campos de esporte, serão feitas na forma da lei e dos regulamentos
respectivos.

CAPÍTULO VIII
Da Criação e Extinção dos Distritos

SEÇÃO I
Disposições Gerais

Art. 196. O Município poderá dividir-se, para fins administrativos,


em Distritos a serem criados, organizados, suprimidos ou fundidos por lei,
após consulta plebiscitária à população diretamente interessada,
observada a legislação estadual e o atendimento aos requisitos
estabelecidos no artigo 197 desta Lei Orgânica.
85
§ 1° A criação do Distrito poderá efetuar-se mediante fusão de dois
ou mais povoados, que serão suprimidos, sendo dispensada, nesta
hipótese, a verificação dos requisitos do artigo 178 desta Lei Orgânica.
§ 2° A extinção do Distrito somente se efetuará mediante consulta
plebiscitária à população da área interessada.
§ 3º O Distrito no qual se localiza a sede do Governo Municipal dá
nome ao Município e tem a categoria de cidade; as sedes dos demais
Distritos têm a categoria de vilas.
§ 4º Ao Executivo é facultado instalar administração regional, ou
subprefeitura.
§ 5º A sede do Município dá-lhe o nome e tem categoria de cidade.
§ 6º O topônimo somente poderá ser alterado por lei Estadual
mediante:
I - resolução da Câmara Municipal, aprovada por no mínimo, dois
terços dos seus membros;
II - aprovação da população interessada, em plebiscito, com a
manifestação favorável de no mínimo, metade mais um dos respectivos
eleitores.
Art. 197. A criação e extinção de Distritos dependem de lei
municipal, aprovada por dois terços, no mínimo, dos membros da Câmara,
observados os demais requisitos estabelecidos em lei estadual:
I - existir na respectiva área territorial, população não inferior à
quinta parte exigida para a criação do Município;
II - existência de eleitorado residente na área correspondente a
quinta parte dos eleitores inscritos no Município;
III - arrecadação equivalente à quinta parte daquela exigida para a
criação do Município;
IV - possuir na sede, cinqüenta moradias, pelo menos, edifício para
escola pública, posto de saúde, posto policial e terreno para cemitério.
Parágrafo Único. Os requisitos deste artigo provar-se-ão com:
I - emissão pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de
declaração relativamente à população e ao número de moradias;
II - certidão do Tribunal Regional Eleitoral quanto ao eleitorado;
III - certidão emitida pela Prefeitura, quanto aos edifícios da sede e
terreno para cemitério;
IV - certidão da Secretaria de Estado da Fazenda, quanto à
arrecadação estadual de impostos;
V - certidão do Órgão Fazendário do Município, quanto à
arrecadação municipal da área a desmembrar.
Art. 198. A demarcação das divisas distritais obedecerá as
seguintes normas:
I - evitar-se-ão tanto quanto possíveis formas assimétricas,
estrangulamentos e alongamentos exagerados;
II - dar-se-á preferência para delimitação, às linhas naturais,
facilmente identificadas;

86
III - na inexistência de linhas naturais utilizar-se-á linha reta, cujos
extremos pontos naturais ou não sejam facilmente identificáveis e tenham
condições de fixidez;
IV - é vedada a interrupção de continuidade territorial do Município
ou Distrito de origem.
Parágrafo único. As divisas serão descritas trecho a trecho, salvo,
para evitar duplicidade, nos trechos que coincidirem com os limites
municipais.
Art. 199. Lei Municipal específica disporá sobre a colaboração da
comunidade do Distrito na formulação das diretrizes de sua administração,
e na fiscalização e acompanhamento da execução dos serviços e obras
públicas municipais, no Distrito.
Parágrafo único. A instalação do Distrito se fará perante as
autoridades constituídas do Município, pelo Juiz de Direito da Comarca, na
sede do Distrito.
CAPÍTULO IX
Do Planejamento Municipal

SEÇÃO I
Disposições Gerais

Art. 200. O Governo Municipal manterá processo permanente de


Planejamento, visando a promover o desenvolvimento do Município, o
bem-estar da população e a melhoria da prestação dos serviços públicos
municipais.
Parágrafo único. O desenvolvimento do Município terá por objetivo
a realização plena de seu potencial econômico e a redução das
desigualdades sociais no acesso aos bens e serviços, respeitados as
vocações, as peculiaridades e a cultura local e preservado o seu
patrimônio ambiental, natural e construído.
Art. 201. O processo de Planejamento Municipal deverá considerar
os aspectos técnicos e políticos envolvidos na fixação de objetivos,
diretrizes e metas para a ação municipal, propiciando que autoridades,
técnicas de planejamento, executores e representantes da sociedade civil,
participantes do debate sobre os problemas locais e as alternativas para o
seu enfretamento, buscando conciliar interesses e solucionar conflitos.
Art. 202. O Planejamento Municipal deverá orientar-se pelos
seguintes princípios básicos:
I – democracia e transferência no acesso às informações
disponíveis;
II – eficiência e eficácia na utilização dos recursos financeiros,
técnicos e humanos disponíveis;
III – complementaridade e integração políticas, planos e programas
setoriais;
IV – viabilidade técnica e econômica das proposições, avaliada a
partir do interesse social da solução e dos benefícios públicos;
87
V – respeito e adequação à realidade local e regional e
consonância com os planos e programas estaduais e federais existentes.
Art. 203. A elaboração e a execução dos planos e dos programas
do Governo Municipal obedecerão às diretrizes do plano diretor e terão
acompanhamento e avaliação permanentes, de modo a garantir o seu êxito
e assegurar sua continuidade no horizonte de tempo necessário.
Art. 204. O Planejamento das atividades do Governo Municipal
obedecerá às diretrizes deste capítulo e será feito por meio de elaboração
e manutenção atualizada, entre outros, dos seguintes instrumentos:
I – plano diretor;
II – plano de governo;
III – lei de diretrizes orçamentárias;
IV – orçamento anual;
V – plano plurianual.
Art. 205. Os instrumentos de Planejamento Municipal
mencionados no artigo anterior deverão incorporar as propostas constantes
dos planos e dos programas setoriais do Município, dadas às suas
implicações para o desenvolvimento local.

SEÇÃO II
Da Cooperação das Associações no Planejamento Municipal

Art. 206. O Município buscará, por todos os meios ao seu alcance,


a cooperação das associações representativas no Planejamento Municipal.
Parágrafo único. Para fins deste artigo, entende-se como
associação representativa, qualquer grupo organizado, de fins lícitos, que
tenha legitimidade para representar seus filiados, independentemente de
seus objetivos ou natureza jurídica.
Art. 207. O Município submeterá à apreciação das associações,
antes de encaminhá-los à Câmara Municipal, os projetos de lei de
diretrizes orçamentárias, do plano plurianual, do orçamento anual e do
plano diretor, a fim de receber sugestões quanto à oportunidade e o
estabelecimento de prioridade das medidas propostas.
Parágrafo único. Os projetos de que trata este artigo ficarão à
disposição das associações durante trinta dias, antes das datas fixadas
para sua remessa à Câmara Municipal.
Art. 208. A convocação das entidades mencionadas neste capítulo,
far-se-á por todos os meios à disposição do Governo Municipal.

SEÇÃO III
Do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado

Art. 209. O Município elaborará o seu Plano Diretor de


Desenvolvimento Urbano Integrado, nos limites da competência municipal,
88
considerando a habitação, o trabalho e a recreação com atividades
essenciais à vida coletiva, abrangendo em conjunto os aspectos
econômico, social, administrativo e físico-espacial nos seguintes termos:
I – no tocante ao aspecto econômico, o Plano deverá inscrever
disposições sobre o desenvolvimento econômico e a integração da
economia municipal à regional;
II – no referente ao aspecto social, deverá o Plano conter normas
de promoção social da comunidade e criação de condições de bem-estar
da população;
III – no tocante ao aspecto físico-espacial, o Plano deverá conter
disposições sobre o sistema viário básico da cidade, o zoneamento
ambiental, a rede de equipamentos e os serviços locais;
IV – no que diz respeito ao aspecto administrativo, deverá o Plano
consignar normas de organização institucional que possibilitem a
permanente planificação das atividades públicas municipais e sua
integração aos planos estaduais e nacionais.
§ 1º O Plano Diretor é o instrumento básico da política de
desenvolvimento urbano, devendo, quando de sua elaboração, ser
assegurada, ampla discussão com a comunidade, a participação das
entidades representativas da sociedade civil, nos termos da lei.
§ 2º O plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orçamento
anual devem se adequar às diretrizes e às prioridades contidas no Plano
Diretor.
Art. 210. O Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano é
órgão colegiado, autônomo e de composição paritária entre o Poder
Público e a sociedade.
Parágrafo único. Lei específica disporá sobre a composição,
atribuições, organizações e funcionamento do Conselho a que se refere o
caput deste artigo.

SEÇÃO IV
Do Saneamento

Art. 211. Todos têm direito à vida em ambiente salubre, cuja


promoção e preservação é dever do Poder Público e da coletividade.
Art. 212. O Município, com a colaboração do Estado, instituirá o
Plano Municipal Participativo de Saneamento Ambiental, com o objetivo de
promover a defesa preventiva da saúde pública, garantir a salubridade
ambiental, respeitada a capacidade de suporte do meio ambiente aos
danos causados.
§1º O programa será orientado no sentido de garantir à população:
I – serviço público de abastecimento de água: a captação, a
entrega de água bruta, o tratamento, a entrega de água tratada, a
reservação e a distribuição de água;

89
II – serviços públicos de esgotamento sanitário: a coleta, o
transporte, o tratamento e a disposição final de esgotos sanitários,
incluindo os efluentes industriais compatíveis, bem como de lodos e de
outros resíduos do processo de tratamento, através de concessão
municipal ou de empresa estatal do Município;
III – a varrição, a capina e a poda de árvores em vias e logradouros
públicos e outros eventuais serviços pertinentes à limpeza pública.
§ 2º Caberá ao Poder Executivo Municipal, ouvida a sociedade civil
e com aprovação pela Câmara Municipal, elaborar o plano municipal de
saneamento ambiental, para atender a toda população, priorizando ações
para atividades dos serviços de:
I – abastecimento de água às populações e atividades econômicas;
II – esgotamento sanitário;
III – manejo de resíduos sólidos;
IV – saneamento dos alimentos;
V – controle dos vetores;
Vl – saneamento dos locais de trabalho e de lazer;
VII – controle da poluição atmosférica;
VIII – prevenção e controle da poluição dos recursos hídricos;
IX – prevenção, minimização e gerenciamento das enchentes.
§ 3º Os planos de saneamento ambiental devem ser elaborados e
revisados a cada cinco anos com a participação da comunidade, sendo
obrigatória a realização de audiência e consulta públicas, de saneamento
ambiental, devendo compatibilizar-se com:
I – os objetivos e as diretrizes do plano plurianual;
II – o plano de recurso hídrico;
III – o plano de gerenciamento de resíduos sólidos;
IV – a legislação ambiental.
Art. 213. O Município deverá garantir progressivamente a toda
população de Capistrano, a prestação de serviços públicos de
abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto.
Parágrafo único. O Município criará, por lei, sistema de gestão dos
recursos hídricos, mediante organização, em nível municipal, com a
participação da sociedade civil, e de conselhos de recursos hídricos de
modo a garantir:
I – a utilização racional das águas, superficiais e subterrâneas;
II – o aproveitamento múltiplo dos recursos hídricos, na forma da
lei;
III – a proteção das águas contra ações que possam comprometer
o seu uso, atual ou futuro;
IV – a defesa contra as secas, inundações e outros eventos críticos,
que ofereçam risco à segurança pública e à saúde, e prejuízos econômicos
e sociais.

90
SEÇÃO V
Da Habitação

Art. 214. Caberá ao Poder Público Municipal estabelecer uma


política habitacional integrada à da União e à do Estado, objetivando
solucionar o déficit habitacional, conforme os seguintes princípios e
critérios:
I – oferta de lotes urbanizados;
II – estímulo e incentivo à formação de associação e cooperativas
populares de habitação;
III – atendimento prioritário à família de baixa renda;
IV – formação de programas habitacionais pelo sistema de mutirão e
autoconstrução;
V – garantia da segurança jurídica da posse;
VI – articulação com outras políticas setoriais na efetivação de
políticas públicas inclusivas, com atenção especial aos grupos sociais
vulneráveis;
VII – manutenção de sistema de controle de beneficiários da política
habitacional;
VIII – construção de moradia que atinja o mínimo existencial,
compatível com a dignidade da pessoa humana.
§ 1º As entidades responsáveis pelo setor habitacional deverão
contar com recursos orçamentários próprios e de outras fontes, com vista à
implantação da política habitacional do Município.
§ 2º O Poder Executivo Municipal elaborará planos e programas que
transcendam as gestões administrativas, definindo, segundo critérios e
ampla discussão com as comunidades, áreas prioritárias para os planos
anuais de obras de urbanização e regularização fundiária.
§ 3º O Poder Público estimulará a participação popular na efetivação
da política habitacional, com o desenvolvimento de fóruns, conselhos e
demais instâncias que permitam o acesso da população a informações e
ao processo de tomada de decisões.
§ 4º O Poder Público deverá atuar em parceria com entidades da
sociedade civil, visando à construção de casas populares, devendo ofertar
apoio técnico e financeiro, bem como disponibilizar terrenos públicos ou
desapropriados para construção de novas moradias.
§ 5º Os programas municipais de construção de moradias populares
serão executados, obedecendo aos seguintes critérios:
a) atendimento prioritário às famílias com renda média até um salário
mínimo e submetidos a situação de risco físico;
b) reserva de percentual da oferta de moradia, nos programas
habitacionais da casa própria, para pessoas com deficiência
comprovadamente carentes, nos termos da lei.
§ 6º Nos programas de realização fundiária e loteamentos, o título de
domínio ou de concessão real de uso será conferido prioritariamente à
mulher, independentemente do estado civil.
91
CAPÍTULO X
Das Políticas Municipais

SEÇÃO I
Da Política da Saúde

Art. 215. A saúde é direito de todos os munícipes e dever do Poder


Público Municipal, assegurada mediante políticas sociais e econômicas
que visem à eliminação de riscos de doença e outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e aos serviços para sua promoção,
proteção e recuperação.
Art. 216. Para atingir os objetivos estabelecidos, no artigo anterior,
o Município promoverá por todos os meios ao seu alcance:
I – condições dignas de trabalho, saneamento, moradia,
alimentação, educação, transporte e lazer;
II – respeito ao meio ambiente e controle da poluição ambiental;
III – acesso universal e igualitário de todos os habitantes do
Município às ações e serviços de promoção e recuperação da saúde
conforme necessidade, sem qualquer discriminação;
IV – acesso à educação, à informação e aos métodos de
planejamento familiar que não atentem contra a saúde, respeitando o
direito de opção pessoal;
V – proibição de cobranças ao usuário pela prestação de serviços
de assistência à saúde pública, contratados ou conveniados.
Art. 217. É competência do Município, exercida pela Secretaria da
Saúde:
I – planejar, organizar, gerir, controlar e avaliar as ações e os
serviços de saúde;
II – gerenciar e coordenar o sistema unificado de saúde no âmbito
do Município, em articulação com a Secretaria da Saúde do Estado;
III – planejar e executar as ações de controle das condições do
ambiente de trabalho e dos problemas de saúde com ele relacionados,
inclusive:
a) garantir a participação dos trabalhadores na gestão dos serviços
internos e externos nos locais de trabalho, relacionados à sua segurança e
à saúde, acompanhando a ação fiscalizadora do ambiente;
b) fiscalizar o ingresso nos locais de trabalho, dos representantes
sindicais, para fiscalizar as condições ambientais de trabalho e tratar de
outras questões relacionadas à saúde, à higiene e à segurança do
trabalhador;
IV – executar serviços de:
a) vigilância epidemiológica;
b) vigilância sanitária;
c) alimentação e nutrição.
92
V – planejar e executar as ações de preservação e controle do
meio ambiente e de saneamento básico no âmbito do Município, em
articulação com os demais órgãos governamentais;
VI – executar a política de insumos e equipamentos para a saúde;
VII – fiscalizar as agressões ao meio ambiente que tenham
repercussão sobre a saúde humana e atuar junto aos órgãos estaduais e
federais competentes para controlá-las;
VIII – firmar consórcios intermunicipais de saúde;
IX – gerir laboratórios públicos de saúde;
X – avaliar e controlar e execução de convênios e contratos
celebrados pelo Município com entidades privadas prestadoras de serviços
de saúde;
XI – autorizar a instalação de serviços privados de saúde e
fiscalizar o seu funcionamento;
XII – elaborar e atualizar periodicamente o Plano Municipal de
Saúde, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Municipal
da Saúde, em consonância com o Plano Estadual de Saúde;
XIII – elaborar a proposta orçamentária e complementar do
Sistema Unificado de Saúde para o Município;
XIV – administrar o Fundo Municipal de Saúde;
XV – implementar o sistema de informações em saúde, no âmbito
municipal;
XVI – acompanhar, avaliar e divulgar os indicadores de morbi-
mortalidade no âmbito do Município;
Art. 218. Fica assegurada a descentralização da política de saúde
do Município, tornando-se obrigatório o atendimento nas comunidades,
pelo menos uma vez por semana, fazendo com isto um atendimento
preventivo na área da saúde clínica e odontológica.
Art. 219. Fica criado o Conselho Municipal de Saúde, que avaliará
o desempenho da saúde no Município, o qual será formado por membros
da comunidade, dos sindicatos, da saúde e por demais instituições
municipais.
Art. 220. O Conselho Municipal de Saúde tem como meta
desenvolver um sistema de informação de saúde, sobre o controle público
em todos os setores, comunidades, associações, colégios etc., visando ao
melhor controle das doenças.
Art. 221. É de competência do Conselho Municipal de Saúde fincar
artifícios para a criação de postos de saúde nas localidades onde não
existam e a recuperação dos inativos, deixando-os totalmente equipados.
Art. 222. Fica criada uma Comissão, dentro do Conselho de
Saúde, para estabelecer normas, fiscalizar e controlar estabelecimentos,
produtos e equipamentos utilizados na assistência à saúde.
Art. 223. O Município terá como obrigação a manutenção do
saneamento básico nas áreas centrais e urbanas da cidade, construindo,
com essa finalidade, esgotos, sistemas de escoamentos pluviais, bem
como proibindo o depósito de lixo nos leitos dos rios, dos riachos e em
93
locais com até seis quilômetros, no mínimo, distantes da cidade e zonas
residenciais.
Parágrafo único. Lei ordinária regulamentará o tratamento e o
destino do lixo hospitalar, compreendido como tal os resíduos das
unidades de saúde, incluindo consultórios, farmácias e locais que usem
aparelhos radioativos.
Art. 224. Os canais de escoamentos localizados na área urbana do
Município deverão ser devidamente desobstruídos, saneados e cobertos.
Art. 225. O Município é obrigado a proporcionar aos servidores do
serviço de limpeza pública condições dignas de trabalho, todos munidos de
equipamentos adequados à preservação da sua saúde.
Art. 226. As ações de saúde são de natureza pública, devendo sua
execução ser feita através de serviços oficiais e, complementarmente, por
terceiros, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo
preferência as entidades filantrópicas e as de sem fins lucrativos.
Parágrafo único. É vedado ao Município cobrar do usuário pela
prestação de serviços de assistência à saúde, emitidos pelo Poder Público
ou contratado com terceiros.
Art. 227. As ações e serviços de saúde realizadas no Município
integram uma rede regionalizada e hierarquizada que constituem o Sistema
Unificado de Saúde, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I – universalização da assistência, com acesso igualitário a todos,
nos níveis de complexidade dos serviços de saúde;
II – gerenciamento exercido pela Secretaria Municipal da Saúde ou
órgão equivalente, de acordo com as diretrizes emanadas do Conselho
Municipal da Saúde;
III – integridade na prestação das ações de saúde previstas e
curativas;
IV – descentralização dos recursos financeiros, serviços e ações
de saúde, através da organização de distritos sanitários que constituirão a
unidade básica de planejamento, execução e avaliação do sistema único
de saúde no âmbito do Município;
V – participação paritária de entidades representativas dos
usuários em relação aos demais segmentos nas instâncias de controle
social, como conselhos locais, regionais e municipais e conferências
regionais e municipais;
VI – direito do individuo de obter informação e esclarecimentos
sobre assuntos pertinentes à promoção, proteção e recuperação de sua
saúde e da coletividade;
§ 1° Os limites dos distritos sanitários, referidos no inciso V
constarão do plano diretor de saúde e serão fixados segundo os seguintes
critérios:
a) área geográfica de abrangência;
b) descrição da clientela;
c) rede de serviços à disposição da população.

94
§ 2° Lei complementar regulamentará a matéria do parágrafo
anterior.
§ 3° O Prefeito convocará, anualmente, o Secretário Municipal da
Saúde e o Conselho Municipal de Saúde para avaliar a situação da saúde
do Município, com ampla participação da sociedade, e fixar as diretrizes
gerais da política de saúde do Município.
§ 4° O Sistema Unificado de Saúde, no âmbito do Município, será
gerenciado pela Secretaria Municipal de Saúde ou órgão equivalente, de
acordo com as diretrizes emanadas do Conselho Municipal de Saúde.
§ 5° O Secretário Municipal da Saúde, ou extraordinariamente o
Conselho Municipal da Saúde, convocará, a cada dois anos, uma
conferência municipal de saúde, formada por representações dos vários
segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde no Município e
estabelecer as diretrizes da política municipal de saúde.
Art. 228. A lei disporá sobre organização e o funcionamento do
Conselho Municipal de Saúde que terá as seguintes atribuições:
I – formular a política municipal de saúde, a partir das diretrizes
emanadas da Conferência Municipal de Saúde;
II – aprovar a instalação e o funcionamento de novos serviços
públicos ou privados de saúde, atendidas as diretrizes do Plano Municipal
de Saúde;
III – analisar, aprovar e acompanhar a execução do Plano
Municipal de Saúde, da programação anual e orçamento para o setor;
IV – definir as diretrizes da política municipal de saúde;
V – planejar, fiscalizar e controlar a aplicação dos recursos
financeiros
Art. 229. As ações de saúde são de natureza pública, devendo sua
execução ser feita através de serviços oficiais e, complementarmente, por
terceiros, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo
preferência as entidades sem fins lucrativos e as filantrópicas.
Art. 230. O Sistema Unificado de Saúde, no âmbito municipal será
financiado com recursos do orçamento do Município, do Estado e da
União, além de outras fontes.
§ 1° O volume mínimo dos recursos destinados à saúde pelo
Município corresponderá, anualmente, a quinze por cento de suas receitas.
§ 2° Os recursos destinados às ações e aos serviços de saúde do
Município constituirão de Fundo Municipal de Saúde, conforme disposição
da lei.
§ 3º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou
Subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.
Art. 231. A participação popular se dará pelos representantes da
população usuária do Sistema, por representantes das instituições
públicas, por prestadores de serviços de saúde na sua área de
abrangências e por representantes de trabalhadores de saúde.
que compõem o Fundo Municipal de Saúde;

95
Art. 232. Será destinado orçamento para o setor da saúde, que
possibilite um atendimento capaz de prevenir, promover, manter e
recuperar a saúde da mulher.
§ 1º Será garantida a prevenção do câncer cérvico-uterino e
detecção precoce do câncer da mama, para assegurar a proteção da
população feminina, com garantia de referenciamento para níveis mais
complexos de atenção.
§ 2º Será assegurada na rede pública municipal a assistência
integral às mulheres que necessitem de aborto nos casos previstos em lei.
§ 3º Será assegurada assistência integral à saúde da mulher na
rede municipal, ampliando o atendimento aos aspectos mental e
psicológico.
§ 4º Será garantido atendimento especial à mulher trabalhadora,
na prevenção e cura das doenças profissionais.
§ 5º Serão criados comitês de controle da mortalidade materna e
infantil, na Secretaria Municipal de Saúde, integrados por profissionais da
área e representantes da comunidade.
Art. 233. A assistência farmacêutica integra o Sistema Unificado de
Saúde ao qual cabe garantir o acesso de toda a população aos
medicamentos básicos, bem como controlar e fiscalizar o funcionamento
de postos de manipulação, doação e venda de medicamentos, drogas e
insumos farmacêuticos destinados ao uso humano.
§ 1° O Sistema Unificado de Saúde deverá implantar
procedimentos de farmaco-vigilância que permitam o uso racional de
medicamentos e a verificação dos efeitos causados à população.
§ 2° A coordenação dos serviços de assistência farmacêutica é
privativa do profissional farmacêutico habilitado.

SEÇÃO II
Da Política Educacional, Cultural e Desportiva

SUBSEÇÃO I
Da Política Educacional

Art. 234. A educação é direito de todos e dever do Estado e da


família, sendo de responsabilidade do Poder Público Municipal a garantia
da educação infantil e fundamental pública, gratuita e de qualidade,
respeitados os princípios constitucionais, a todo e qualquer cidadão,
independente de raça, gênero, classe social, credo ou qualquer forma de
preconceito ou discriminação social.
§ 1º Quando os recursos financeiros utilizados forem superiores
aos percentuais mínimos estabelecidos na Constituição Federal para
manutenção e desenvolvimento da educação, o Município poderá atender

96
a outros níveis da educação quando estiverem plenamente atendidas as
necessidades de sua área de competência.
§ 2º O descumprimento do objeto do caput deste artigo importará a
responsabilidade da autoridade competente, na forma da lei.
Art. 235. O dever do Município com a educação será efetivado
mediante as seguintes garantias:
I – atendimento à educação fundamental obrigatória, inclusive,
àqueles que não tiveram acesso na idade própria;
II – atendimento especializado aos alunos com deficiência,
matriculados na rede pública de ensino, sempre que demandado por
profissional legalmente habilitado, através da rede social de apoio;
III – atendimento à educação infantil em creches, pré-escolas ou
centros de educação infantil, a crianças de zero a cinco anos de idade;
IV – educação fundamental, na modalidade jovens e adultos,
adequada às condições de vida do aluno;
V – fornecimento obrigatório e gratuito de material didático
adequado, alimentação escolar, fardamento e identidade estudantil a todos
os alunos da rede pública municipal de educação;
VI – oferta de escola próxima à residência do aluno, assegurado o
transporte escolar gratuito para todos que não encontraram vagas perto de
casa, na forma da lei;
VII – atendimento às pessoas com deficiência pelo Sistema
Municipal de Educação, na rede regular de ensino da primeira e segunda
etapas da educação básica, sempre que demandado por suas famílias ou
responsáveis, respeitadas as suas peculiaridades, adaptada a proposta
didático-pedagógica da instituição e observadas as condições apropriadas
determinadas pela legislação em vigor;
VIII – atendimento às pessoas com deficiência, em instituições de
educação especial mantidas pelo Poder Público, em caráter de exceção,
exclusivamente nos casos em que o processo de desenvolvimento do
educando assim o exija;
IX – implantação progressiva da oferta de escolas em tempo
integral;
X – implantação e implementação de bibliotecas em escolas de
ensino fundamental, creches, pré-escolas ou centros de educação infantil,
com acervo bibliográfico adequado às necessidades de seus usuários;
XI – regulamentação em lei do regime de colaboração entre Estado
e Município para garantia do desenvolvimento da educação infantil e
fundamental;
XII – criação de grupo gestor das escolas públicas municipais,
integrando as funções administrativa, financeira, pedagógica e de
secretariado, assegurado o critério técnico na seleção desses profissionais
entre os servidores públicos municipais, na forma da lei;
XIII – reforma e construção das instituições de educação infantil e
de educação fundamental, conforme padrões de infra-estrutura
estabelecidos em legislação;
97
XIV – ambiente adequado às demandas da educação infantil e
fundamental e em suas modalidades;
XV – realização de chamada pública anual obrigatória, com ampla
divulgação nos meios de comunicação, a ser promovida no período de
matrículas escolares do Sistema Municipal de Educação;
XVI – instituição e fortalecimento de mecanismos de participação
das comunidades escolares e locais, através de conselhos escolares,
grêmios estudantis, dentre outros, assegurada sua plena autonomia e a
disponibilidade das instalações escolares para atividades das organizações
de pais alunos e trabalhadores;
XVII – implantação e implementação da inclusão digital, a partir do
programa municipal de informática educativa;
XVIII – realização regular de censo da educação infantil,
fundamental e especial, com atualização anual e divulgação pública dos
dados da educação municipal;
XIX – aplicação, no mínimo, dos recursos da educação conforme
percentuais estabelecidos pela legislação;
Art. 236. O Município zelará, por todos os meios, ao seu alcance,
pela permanência do educando na escola.
Art. 237. Os currículos escolares serão adequados às
peculiaridades do Município, com iminente valorização de sua cultura e de
seu patrimônio histórico, artístico, cultural e ambiental.
Art. 238. O Município deverá estabelecer e implantar políticas de
educação para a segurança do trânsito, em articulação com o Estado.
Art. 239. O Município promoverá a valorização dos trabalhadores
da educação, com condições dignas de trabalho, assegurados, na forma
da lei, plano de carreira e remuneração, piso salarial profissional, formação
contínua e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e
títulos, com regime jurídico único para todas as instituições mantidas pelo
município.
Parágrafo único. Os recursos a serem gastos proverão do
percentual destinado para as despesas com a educação do Município,
designado pela Constituição Federal.
Art. 240. É considerado difícil acesso aos servidores municipais do
Magistério as distâncias a partir de três quilômetros do local de trabalho às
suas residências.
§ 1º Os servidores enquadrados no caput deste artigo, residentes
no município, farão jus a ajuda de deslocamento pelo trajeto percorrido,
acrescentada em seus vencimentos, quando estiverem em pleno exercício
de suas atividades profissionais.
§ 2º A ajuda de que trata o parágrafo anterior será equivalente, por
quilômetro percorrido, ao valor pago às motos a serviço da Secretaria de
Educação do Município.
Art. 241. A educação municipal desenvolver-se-á mediante os
seguintes princípios:

98
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na
escola;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o
pensamento, a arte e o saber;
III – pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas e
coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV – crença na capacidade de todas as pessoas de aprender, se
desenvolver e interferir nas formas de organização social;
V – reconhecimento dos valores de igualdade, liberdade e
solidariedade;.
VI – valorização das práticas sociais historicamente construídas;
VII – reconhecimento de que a educação é integral e integrada,
construída socialmente, e de que se dá nas diferentes dimensões do
desenvolvimento humano, sob diversas linguagens;
VIII – compreensão de que a pesquisa é uma das condições para a
aprendizagem e desenvolvimento educacional desde a primeira infância;
IX – gestão democrática da educação pública;
X – valorização dos profissionais da educação;
XI – liberdade de organização dos alunos e dos trabalhadores da
educação;
XII – garantia de padrão de qualidade.
Art. 242. A educação será tratada com iguais condições para o
acesso e permanência nas escolas.
§ 1° Será assegurado, por lei, que sejam ministrados nos
estabelecimentos públicos municipais, com o envolvimento da comunidade,
noções de direitos humanos, defesa civil, regras de trânsito, efeitos das
drogas, do álcool, do tabagismo, sexologia, higiene e profilaxia sanitária.
§ 2° Deverá o Município criar cursos profissionalizantes contínuos
e conveniados com outras entidades.
Art. 243. O Município organizará o Sistema Municipal de Educação
(SME), que abrangerá a primeira e a segunda etapas da educação básica,
educação infantil e fundamental, articulando os órgãos e instituições
educacionais no âmbito de sua competência, com a finalidade de
implantação e implementação das políticas educacionais, na forma lei.
§ 1º O Conselho Municipal de Educação, órgão integrante do
Sistema Municipal de Educação, terá funções normativa, fiscalizadora,
consultiva e deliberativa, com estrutura organizacional colegiada composta
por representantes do Poder Público, de trabalhadores da educação, de
alunos, de pais de alunos, de sindicatos, de conselhos tutelar, de família e
da comunidade, segundo as atribuições definidas em lei.
§ 2° A política de distribuição de merenda escolar será fiscalizada
pelo Conselho de Educação.
§ 3º Compete, exclusivamente, ao Sistema Municipal de Educação:
I – estabelecer a organização curricular necessária à unidade da
base nacional comum, incluídos os conhecimentos acumulados
historicamente pela humanidade através de diferentes áreas e temas
99
transversais, ressaltando o reconhecimento da cultura cearense em suas
diferentes linguagens.
II – a definição dos conteúdos curriculares a serem desenvolvidos
nas instituições de educação infantil e de educação fundamental.
§ 4° As escolas só poderão funcionar se vistoriadas pelo Conselho
e se possuírem o mínimo da infra-estrutura básica exigida: sanitários,
material didático, limpeza ambiental e conservação da estrutura do prédio.
§ 5° O Poder Público Municipal garantirá permanente
funcionamento das escolas atuais e garantirá a criação de outras, se
preciso, em localidades diferentes.
§ 6° O não fornecimento do ensino obrigatório gratuito pelo Poder
Público, nos termos da lei, ou sua oferta irregular, importará em
responsabilidade da autoridade competente, suscetível do exercício do
direito de representação por qualquer cidadão e na iniciativa de oficio pelo
Ministério Público.
Art. 244. É obrigação do Município a inclusão, no currículo escolar
municipal, da matéria da História do Município, com a criação de uma
cartilha escolar nas séries do ensino fundamental menor.
Art. 245. Ficam as escolas obrigadas, em todas as segundas-feiras
do ano letivo, à execução de Hino, com todos os seus alunos, quando do
início das aulas nos turnos matutino e vespertino do ensino fundamental.
Parágrafo único. A escola poderá utilizar alternadamente:
I – o Hino Nacional;
II – o Hino do Estado;
III – o Hino do Município.
Art. 246. Serão extintas as escolas que funcionam na residência
do professor.
Art. 247. Será garantido à professora leiga o direito de qualificar-
se.
Art. 248. O Município garantirá a escolha democrática da direção
escolar dentre os profissionais do quadro do magistério público municipal,
com a exigência de nível superior e qualificação técnica, na forma da lei,
assegurada a participação direta de professores, funcionários, alunos e
pais de alunos.
Art. 249. O Município assegurará, anualmente, reajustes salariais
aos profissionais da Educação, em consonância com o Plano de Cargos,
Carreiras e Salários do Magistério.
Art. 250. A lei assegurará, na composição do Conselho Municipal
de Educação, a participação efetiva de todos os segmentos sociais
envolvidos, direta ou indiretamente, no processo educacional do Município.
Parágrafo único. A composição a que se refere este artigo,
observará o critério de representação do ensino privado na razão de um
terço do número de vagas que forem destinadas à representação do
ensino público.
Art. 251. As creches comunitárias existentes que não têm
condições mínimas de funcionamento, segundo as normas do Ministério da
100
Saúde, deverão ser reformadas e equipadas de modo a atender a tais
exigências.
Art. 252. As creches ou centros de educação infantil são
equipamentos sociais que visam estender o direito fundamental à
educação às crianças de zero a cinco de idade, sendo, portanto, dever do
poder público, direito da criança e opção da família.
§ 1º As redes de creches ou centros de educação infantil serão
instaladas, prioritariamente, nas comunidades distritos com maior
densidade populacional.
§ 2º Poderá a família optar pela creche ou centro de educação
infantil que melhor lhe convier, seja perto do local de moradia ou do
trabalho.
§ 3º A instalação de creches ou centros de educação infantil se
fará, prioritariamente, nas áreas habitadas por populações de baixa renda.
Art. 253. As creches ou centro de educação infantil deverão
garantir a saúde, nutrição adequada, alimentação, lazer e segurança social
e afetiva.
Parágrafo único. Com o objetivo de cumprir o disposto neste artigo,
a rede de creches ou centros de educação, deverá articular com os
serviços de saúde e assistência social, de forma a garantir orientação
coletiva e atendimento individual.
Art. 254. O funcionamento das creches ou centros de educação
infantil se dará, prioritariamente, em horário integral.
Parágrafo único. De acordo com as necessidades e demanda da
população, poderão as creches ou centros de educação infantil funcionar
em horários parciais.
Art. 255. As creches ou centros de educação infantil, dentro de
uma política de atendimento integral à criança, contarão com pessoal
capacitado a prevenir e identificar precocemente crianças portadoras de
desnutrição e excepcionalidade, tranferindo-as para centros de
atendimento especializados.
Art. 256. Cada creche ou centro de educação infantil contará com
um Conselho Diretor, de caráter consultivo, constituído de forma
democrática pelos professores, funcionários, alunos e pais de alunos.
Art. 257. Será assegurado às crianças que saem da creche a
continuidade de alfabetização, assim como o ingresso automático na
escola de ensino fundamental da rede do Município.
Art. 258. Os recursos públicos destinados à manutenção e
desenvolvimento da educação municipal somente poderão ser utilizados
em educação pública infantil, fundamental e suas modalidades, exceto em
caráter temporário, em condições estabelecidas pelo Poder Executivo,
mediante a celebração de convênios e/ou contratos que tenham como
objeto a garantia do atendimento ao direito constitucional de crianças e
adolescentes à educação, na forma da lei.
§ 1º Compete ao Poder Público Municipal, na forma da lei, instituir
o Fundo Municipal de Educação, que integrará o Sistema Municipal de
101
Educação, com função gerenciadora de recursos destinados à execução
de políticas públicas.
§ 2º O Poder Público Municipal repassará, pelo menos
trimestralmente, às escolas públicas de sua rede, recursos destinados a
gastos rotineiros de manutenção e custeio, garantindo o princípio de
descentralização da gestão financeira.
Art. 259. Compete ao Poder Público Municipal a elaboração do
Plano Municipal de Educação, de duração decenal, em conjunto com
organismos colegiados da educação, do sistema de defesa e garantia de
direitos, fóruns, comissões de educação da Câmara Municipal de
Capistrano e demais organismos representativos da sociedade civil
organizada, visando à articulação dos diferentes níveis e modalidades da
educação, no sentido da:
I – erradicação do analfabetismo no âmbito de Capistrano;
II – garantia de qualidade da educação no âmbito da competência
municipal;
III – promoção, anual, em parceria com o sindicato da categoria, da
análise e discussão do plano de cargos, carreiras e salários do magistério
público, visando a garantia dos direitos e deveres dos profissionais da
Educação;
IV – organização da jornada de trabalho do professor a partir da
aprovação deste plano, prioritariamente em um único estabelecimento de
ensino e na modalidade de ensino para a qual está habilitado;
V – destinação de vinte por cento da carga horária do professor
para o planejamento das atividades pedagógicas a partir da vigência do
plano;
VI – garantia da efetivação dos princípios estabelecidos nesta Lei
Orgânica.
§ 1º A Secretaria da Educação Municipal apresentará anualmente
plano de metas físicas e qualitativas à Câmara Municipal, bem como os
resultados alcançados no exercício anterior, para monitoramento e
fiscalização da efetivação das políticas públicas de educação.
§ 2º O Município realizará periodicamente a Conferência Municipal
de Educação, com ampla participação popular, objetivando a construção e
acompanhamento coletivo das políticas públicas de educação.
Art. 260. O Município oferecerá transporte para estudantes de
ensino médio e superior e de pós-graduação, obedecendo a critérios
definidos por regulamentação própria.

102
SUBSEÇÃO II
Da Política Cultural

Art. 261. O Município protegerá as expressões e bens de valor


histórico, artístico e cultural, bem como as paisagens naturais e
construídas e seus sítios arqueológicos, nos quais se incluem:
I – as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
II – as obras, objetos, documentos, edificações, lugares de
memória e demais espaços públicos de significado para a história e
memória da cidade;
III – as diversas formas de expressão;
IV – os conjuntos urbanos e sítios de valor arqueológico, histórico,
paisagístico, artístico, ecológico, científico, turístico e arquitetônico;
V – os edifícios e conjuntos arquitetônicos, as áreas verdes e as
naturais, os ajardinamentos, os monumentos e obras escultóricas,
mobiliários urbanos e outros equipamentos detentores de referência
histórico-cultural.
§ 1º É de responsabilidade do poder público municipal garantir a
todo e qualquer cidadão o pleno exercício dos direitos culturais, o acesso
às fontes de cultura e o apoio e incentivo ao conjunto das diversas formas
de expressão, modos de criar, fazer e viver, manifestações artísticas e
culturais, usos e linguagens reconhecidas por nosso povo como
representativos de suas identidades e formadores de seus sentimentos de
pertença.
§ 2º As políticas públicas de cultura do município de Capistrano
serão desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Cultura ou órgão
equivalente.
Art. 262. O Poder Público Municipal garantirá a defesa, proteção,
preservação, valorização e divulgação do patrimônio histórico material e
imaterial, através de:
I – delimitação, na forma da lei, de zonas especiais de patrimônio
histórico;
II – elaboração da legislação específica de proteção aos bens de
valor histórico cultural, que constituam referenciais da história e da
memória municipal;
III – elaboração de legislação, programas e projetos que criem
incentivos e compensações para estimular a proteção e preservação do
patrimônio e da memória pelos cidadãos;
IV – desenvolvimento de ações para dotar o Município de
Capistrano com os equipamentos necessários à guarda, proteção,
conservação, preservação e divulgação do patrimônio e da memória
produzida ao longo da nossa história;
V – criação de estímulos à pesquisa, organização e produção de
registros e a constituição e guarda de acervos sobre a memória histórica e
cultural da cidade;

103
VI – elaboração de programas e ações de proteção, registro e
preservação do patrimônio material e imaterial da cultura cearense em
Capistrano;
VII – elaboração de programas e ações de educação patrimonial,
com o engajamento da sociedade, de forma a sensibilizar e compartilhar
com os diferentes segmentos sociais a tarefa de proteger e preservar a
memória, a história e a cultura locais.
Art. 263. O Município garantirá o cumprimento da legislação
acerca da acessibilidade para as pessoas com deficiência, mediante:
I – supressão de barreiras e obstáculos arquitetônicos nos
equipamentos culturais existentes;
II – construção de equipamentos culturais em conformidade com a
legislação em vigor.
Art. 264. As políticas públicas desenvolvidas pelo Município de
Capistrano para o apoio e incentivo ao exercício das atividades de criação,
produção e difusão artístico-cultural, intelectual, científica e de
comunicação, desenvolver-se-ão mediante os seguintes princípios:
I – equidade de condições de acesso aos meios de fomento para
criação, produção e difusão promovidas pelo Município;
II – reconhecimento de que cultura é uma construção social e que
se dá nas diferentes dimensões do desenvolvimento humano, sob diversas
linguagens e que deve estar integrada aos processos educativos;
III – identificação e valorização das manifestações das culturas
populares referentes aos diferentes grupos formadores de nossa
sociedade;
IV – liberdade de criar, produzir, pesquisar e divulgar o
pensamento, a arte e o saber;
V – pluralismo de idéias e concepções artístico-culturais e
coexistência de instituições públicas e privadas para o fomento à criação e
fruição;
VI – gestão democrática das instituições públicas e de seus
recursos;
VII – reconhecimento da importância do intercâmbio entre as
culturas estrangeira e local como suporte para o desenvolvimento da
cultura local.
Art. 265. O Município organizará o Sistema Municipal de Cultura
(SMC), que abrangerá e articulará todos os órgãos e instituições culturais
no âmbito de sua competência, com a finalidade de implementar e
implantar as políticas públicas de cultura.
§ 1º O Conselho Municipal de Cultura, órgão de assessoramento
integrante do Sistema Municipal de Cultura, terá funções normativa,
deliberativa, fiscalizadora e consultiva, com estrutura organizacional
colegiada composta por representantes do Poder Público e da sociedade
civil, segundo as atribuições definidas em lei.
§ 2º Compete ao Poder Público Municipal constituir o Fundo
Municipal de Cultura, que integrará o Sistema Municipal de Cultura (SMC)
104
com função gerenciadora de recursos destinados à execução das políticas
públicas.
§ 3º Compete ao Poder Público Municipal a elaboração do Plano
Municipal de Cultura, de duração plurianual, em conjunto com organismos
colegiados da cultura e da sociedade civil organizada.
§ 4º O Município realizará periodicamente a Conferência Municipal
de Cultura, com ampla participação popular, objetivando a construção e
acompanhamento coletivo das políticas públicas.
Art. 266. Como instrumento de acesso e fomento à cultura, fica o
Poder Público Municipal incumbido de garantir a meia cultural aos
estudantes regularmente matriculados em estabelecimentos de ensino
oficiais ou reconhecidos oficialmente pelo Poder Público.
Parágrafo único. Entende-se como meia cultural o abatimento de
cinqüenta por cento no preço cobrado pelas casas exibidoras de
espetáculos teatrais, musicais, cinematográficos e circenses.
Art. 267. Os aprendizes de música que pertençam à Banda de
Música da cidade, logo que ultrapassarem três anos de estudos e
completarem sua maioridade e efetivo serviço, sem interrupção, serão
promovidos a músicos, dependendo do aprove-se do chefe da Banda.
Art. 268. Fica o Poder Público Municipal obrigado a instalar a
Biblioteca Pública no centro da cidade.

SUBSEÇÃO III
Da Política Desportiva

Art. 269. È dever do Município fomentar e incentivar as práticas


esportivas formais e não formais, com direito de cada um.
Art. 270. As políticas públicas do esporte no Município desenvolver-
se-ão com base nos seguintes princípios:
I – promoção do esporte enquanto uma das dimensões do
desenvolvimento humano;
II – solidariedade, cooperação e inclusão social;
III – universalização do acesso a oportunidades de prática de
esporte;
IV – compreensão da atividade física como forma de promoção da
saúde;
V – gestão democrática;
VI – desenvolvimento do esporte como atividade de lazer, de
educação e de auto-rendimento.
Art. 271. O dever do Município com o esporte será efetivado
mediante a garantia de:
I – estruturação de órgão competente para elaboração,
desenvolvimento e divulgação das políticas públicas de esporte;
II – promoção de ações intersetoriais envolvendo as secretarias
afins;

105
III - dotação de recursos orçamentários para a realização dos
programas esportivos;
IV – garantia de espaços públicos e unidades esportivas para
atividades de esporte, tendo em vista o atendimento a população de
crianças, adolescentes, adultos, idosos, pessoas com deficiências e com
necessidades especiais;
V – efetivação de parcerias com instituições de ensino superior,
devidamente credenciadas, escolas da educação básica, públicas e
privadas, bem como com associações, clubes e outras instituições do
gênero para o desenvolvimento de atividades e programas esportivos;
VI – valorização dos profissionais do esporte;
VII – desenvolvimento de programas de esporte como atividade de
educação, em articulação com o Sistema Municipal de Educação;
VIII - incentivo da prática esportiva destinada a pessoas com
deficiência e necessidades especiais;
IX - construção, reforma e manutenção de quadras, campos,
instalações e equipamentos esportivos;
X - urbanização de espaços para a realização de atividades
esportivas;
XI - criação de ambientes apropriados para a prática de esportes não
convencionais;
XII – elaboração de diagnóstico sobre o esporte no Município,
objetivando identificar as demandas para definição das políticas públicas;
§ 1º O Município promoverá programas esportivos destinados às
pessoas com deficiência e necessidades especiais, cedendo equipamentos
fixos em horários que lhes permitam vencer as dificuldades do meio.
§ 2º O Poder Público Municipal instalará equipamentos adequados,
conforme legislação vigente, à pratica de exercícios físicos por pessoas
com deficiência e necessidades especiais em centros comunitários,
escolas públicas municipais e nos diversos espaços públicos de práticas
esportivas.
Art. 272. Fica garantida a destinação de áreas de atividades
esportivas nos projetos de urbanização, de habitação e de construção de
unidades escolares no município de Capistrano.
Art. 273. O Município organizará o Sistema Municipal de Esporte,
que compreenderá o esporte educacional, o esporte de lazer e o esporte
de alto rendimento, com a finalidade de implantação e implementação das
políticas públicas de esporte.
Art. 274. O Município criará, na forma da lei, o Conselho Municipal
de Esporte, com funções deliberativa, consultiva e fiscalizadora.
Parágrafo único. O Conselho Municipal de Esporte terá estrutura
organizacional colegiada, composta por representação do poder público
municipal e da sociedade civil.
§ 1º O Município realizará periodicamente a Conferência Municipal
do Esporte, com ampla participação popular, objetivando a construção e
acompanhamento coletivo das políticas públicas de esporte.
106
§ 2º Compete ao Município a elaboração do Plano Municipal de
Esporte, garantida a participação de organismos colegiados do esporte,
comissões de educação, cultura e desporto da Câmara Municipal de
Capistrano e demais representações da sociedade civil.

SEÇÃO III
Da Política da Assistência Social

Art. 275. A Assistência Social é direito de todos e dever do


Município, como política de proteção, visando à inclusão social e à
emancipação humana, e tem por objetivos:
I – a integração do individuo no mercado de trabalho e no meio
social;
II – o amparo às crianças e adolescentes em situação de risco;
III – a proteção da família, maternidade, infância, adolescência e
velhice;
IV – a reabilitação e habilitação da pessoa com deficiência,
promovendo-lhe a melhoria da qualidade de vida e a integração na vida
comunitária e profissional.
Parágrafo único. A Assistência Social, realizada através de um
conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade civil,
dirige-se a quem dela necessita, independentemente de contribuição à
seguridade social.
Art. 276. A Política Municipal de Assistência Social organizar-se-á
em sistema descentralizado e participativo, constituído pela Rede Municipal
Sócio-Assistencial, composta por instâncias públicas, entidades da
sociedade civil e organizações de assistência social na forma da lei, que
articulem meios, esforços e recursos, a partir das seguintes instâncias:
I – a Secretaria Municipal de Assistência Social, órgão gestor que
coordena a Política de Assistência Social através da implementação do
Sistema Único de Assistência Social (SUAS) nos programas, projetos,
serviços, ações e benefícios sócio-assistenciais, em consonância com o
Plano Municipal de Assistência Social baseado na Política Nacional de
Assistência Social;
II – o Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS), órgão
colegiado de caráter permanente, deliberativo, com função de controle
social e integrante da estrutura básica da Secretaria Municipal de
Assistência Social, regido por legislação própria;
III – o Fundo Municipal de Assistência Social, órgão vinculado à
Secretaria Municipal de Assistência Social, dispõe de autonomia
administrativa, financeira e orçamentária, onde serão alocados os recursos
orçamentários destinados à execução de políticas, programas, projetos,
serviços e ações da Assistência Social.
Parágrafo único. O Município realizará, a cada dois anos, a
Conferência Municipal de Assistência Social de Capistrano com ampla
107
participação da sociedade, com o objetivo de discutir, propor e deliberar
sobre a política municipal de assistência social.
Art. 277. O público usuário da política de assistência social
constitui-se de cidadãos e grupos que se encontram em situações de
vulnerabilidade e risco social, na forma da lei.
Art. 278. A Política Municipal de Assistência Social rege-se pelos
seguintes princípios democráticos:
I – supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as
exigências de rentabilidade econômica;
II – universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o
destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas
públicas;
III – respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu
direito a benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência
familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de
necessidade;
IV – igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem
discriminação de qualquer natureza;
V – divulgação ampla dos programas, projetos, serviços, ações e
benefícios assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder
Público e dos critérios para sua concessão.
Art. 279. O Município a adotará medidas com vistas a assegurar o
plano de desenvolvimento e progresso da mulher, com o objetivo de
garantir-lhe o exercício e gozo da cidadania e liberdade fundamentais em
igualdade de condições com o homem.
Art. 280. Esta Lei Orgânica assegurará a criação do Conselho
Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente e o
Conselho Municipal do Idoso.
Art. 281. O Município promoverá condições que assegurem
amparo à pessoa idosa, no que respeite à sua dignidade e ao seu bem-
estar.
§ 1º O amparo ao idoso será, quando possível, exercido no próprio
lugar de moradia.
§ 2º Para assegurar a integração do idoso com a comunidade e na
família, serão criados centros de lazer e amparo à velhice.
§ 3º Criação de programas de integração do idoso ao mercado de
trabalho.
Art. 282. É garantida a gratuidade para os reconhecidamente
pobres na forma da lei:
I – registro civil de nascimento;
II – a certidão de óbito.

108
SEÇÃO IV
Da Política do Lazer e do Turismo

Art. 283. O Lazer é uma forma de promoção social a que se obriga


o Poder Público Municipal, que o desenvolverá e o incentivará,
favorecendo a sua realização individualizada e em grupo.
Parágrafo único. A promoção do Lazer pelo Poder Público voltar-se-
á preferencialmente para os setores da população de mais baixa renda e
visará à humanização da vida no Município.
Art. 284. O município de Capistrano definirá a sua política de
Turismo, buscando propiciar as condições necessárias, para que a
atividade turística se constitua em fator de desenvolvimento social e
econômico, assegurando sempre o respeito ao meio ambiente e à cultura
dos locais, onde vier a ser explorado.
§ 1º Para o cumprimento do disposto neste artigo, o Poder
Executivo promoverá:
I – implementação de ações que visem ao pertinente e ao
permanente controle e fiscalização de qualidade dos bens e serviços
turísticos;
II – inventário e regulamentação de uso, ocupação e fruição dos
bens naturais e culturais de interesse turístico;
III – elaboração de projetos, estudos, programas e cursos
direcionados ao desenvolvimento de recursos humanos para o setor;
IV – estímulo ao intercâmbio com outras cidades e com o exterior;
V – promoção do entretenimento e lazer;
VI – elaboração de convênios com instituições privadas, ONGs ou
qualquer entidade que promova a capacitação de estudantes de ensino
público, para a divulgação da história e cultura do Município;
VII – adequação de atividades relacionadas à exploração do
turismo, à política urbana, contribuindo para o desenvolvimento sócio-
econômico do município;
VIII – combate ao turismo sexual.
§ 2º O Município de Capistrano implantará centros de
documentação e informação turísticas.
§ 3º O Município incentivará as atividades de turismo e artesanato
como fator de desenvolvimento social e econômico, constituindo grupos de
trabalho para estudar formas de apoio e de dinamização desses setores.

SEÇÃO V
Da Política de Comunicação Social

Art. 285. Observados os princípios da Constituição Federal, o


Município promoverá e incentivará a manifestação do pensamento, a
criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou
veículo, dando prioridade à cultura local.
109
§ 1º Lei ou ação do Poder Público Municipal não poderá constituir
embaraço à liberdade e ao direito de informação, devendo reconhecer os
contratos firmados entre empresas e particulares proprietários de terrenos
que tenham por objeto a divulgação publicitária.
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza, ideológica,
política ou artística.
§ 3º As emissoras de rádio criadas ou mantidas pelos Poderes
Executivo e Legislativo do Município reservarão espaço para a divulgação
das idéias e atividades dos movimentos populares locais.
§ 4º O Município, através dos órgãos da administração direta e
fundacional, reservará parte de suas verbas publicitárias para aplicação, na
forma de apoio cultural, em emissoras públicas municipais e comunitárias
de rádio.

SEÇÃO VI
Da Política Econômica

Art. 286. A Ordem Econômica, fundada na valorização do trabalho


humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar existência digna a
todos, conforme os ditames da justiça social e observados o princípio da
função social da propriedade, a defesa do consumidor, a defesa do meio
ambiente e a busca do pleno emprego.
Parágrafo único. O Município, na condição de agente normativo e
regulador da atividade econômica, exercerá, na forma da lei, as funções de
fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este último imperativo para o
setor público e indicativo para o setor privado.
Art. 287. Na organização de sua Economia, além dos princípios
previstos nas Constituições Federal e Estadual, o Município agirá, sem
prejuízo de outras iniciativas, no sentido de:
I – fomentar a livre iniciativa:
II – privilegiar a geração de empregos;
III – utilizar tecnologia de uso intensivo de mão-de-obra;
IV – racionalizar a utilização de recursos naturas:
V – proteger os direitos dos usuários dos serviços públicos e dos
consumidores;
VI – proteger o meio ambiente e a ordenação territorial;
VII – dar tratamento especial à pequena produção artesanal ou
mercantil, às microempresas e às pequenas empresas locais,
considerando sua contribuição para a democratização de oportunidades
econômicas, inclusive, para os grupos sociais mais carentes;
VIII – estimular o associativismo, o cooperativismo e as
microempresas;
IX – eliminar entraves burocráticos que possam limitar o exercício
da atividade econômica;

110
X – desenvolver ação direta, ou reivindicativa junto a outras esferas
de governo, de modo que sejam, entre outros, efetivados a:
a) assistência técnica;
b) crédito especializado ou subsidiado;
c) estímulos fiscais e financeiros;
d) serviços de suporte informativo ou de mercado;
Art. 288. É de responsabilidade do Município, no campo de sua
competência, a realização de investimentos para formar e manter a infra-
estrutura básica capaz de atrair, apoiar ou incentivar o desenvolvimento de
atividades produtivas, seja diretamente ou mediante delegação ao setor
privado para esse fim.
Parágrafo único. A atuação do Município dar-se-á, inclusive, no
meio rural, para fixação de contingentes populacionais, possibilitando-lhes
acesso aos meios de produção e geração de renda e estabelecendo a
necessária infra-estrutura destinada a viabilizar este propósito.
Art. 289. A atuação do Município na zona rural terá como principais
objetivos:
I – oferecer meios para assegurar ao pequeno agricultor, produtor
e trabalhador rural, condições de trabalho e de mercado para os produtos,
rentabilidades dos empreendimentos e a melhoria do padrão de vida da
família rural;
II – garantir o escoamento da produção, sobretudo o
abastecimento alimentar;
III – garantir a utilização racional dos recursos naturais;
IV – utilização da assistência técnica, da extensão rural, do
armazenamento, do transporte, do associativismo, da divulgação das
oportunidades de crédito e dos incentivos fiscais.
Art. 290. O Município poderá consorciar-se com outras
municipalidades com vistas ao desenvolvimento de atividades econômicas
de interesse comum, bem como integrar-se em programas de
desenvolvimento regional a cargo de outras esferas de governo.
§ 1º O Município, observado o que prescreve o artigo 173 da
Constituição Federal, poderá explorar atividade econômica, por meio de
empresa pública ou sociedade de economia mista, com a finalidade de
assegurar o bem-estar da coletividade e a justiça social.
§ 2º O Município definirá normas de incentivo ao investimento e à
fixação de atividades econômicas em seu território, estimulando as formas
associativas e cooperativas, assim como as pequenas e micro-unidades
econômicas e as empresas que estabeleçam, em seus estatutos, a
participação dos trabalhadores nos lucros e em sua gestão, nos termos da
lei complementar.
Art. 291. O Município desenvolverá esforços para proteger o
consumidor através de:
I – orientação e gratuidade de assistência jurídica, independente da
situação social e econômica do reclamante;

111
II – criação de órgãos no âmbito da Prefeitura ou da Câmara
Municipal para a defesa do consumidor;
III – Atuação coordenada com a União e o Estado.
Art. 292. O Município dispensará tratamento jurídico diferenciado à
microempresas e a empresas de pequeno porte, assim definidas em
legislação municipal.
§ 1º Às microempresas e às empresas de pequeno porte
municipais serão concedidos os seguintes favores fiscais:
I - isenção da taxa de licença para localização de estabelecimento;
II - dispensará da escrituração dos livros fiscais estabelecidos pela
legislação tributária do Município, ficando obrigadas a manter arquivada a
documentação relativa aos atos negociais que praticarem ou em que
intervirem;
III - autorização para utilizarem modelo simplificado de notas fiscais
de serviços ou cupom de máquina registradora, na forma definida por
instrução do órgão fazendário da Prefeitura.
§ 2º. O tratamento diferenciado, previsto neste artigo, será dado
aos contribuintes citados, deste que atendam as condições estabelecidas
na legislação especifica.
Art. 293. O Município, em caráter precário e por prazo limitado
definido em ato do Prefeito, permitirá às microempresas se estabelecerem
na residência de seus titulares, desde que não prejudiquem as normas
ambientais, de segurança, de silêncio, de trânsito e de saúde publica.
Parágrafo único. As microempresas, desde que trabalhadas
exclusivamente pela família, não terão seus bens ou de seus proprietários,
sujeitos à penhora pelo Município para pagamento de débito decorrente de
sua atividade produtiva.
Art. 294. Fica assegurada às microempresas ou às empresas de
pequeno porte a simplificação ou a eliminação, através de ato do Prefeito,
de procedimentos administrativos em seu relacionamento com a
Administração Municipal direta ou indireta, especialmente em exigências
relativas às licitações.
Art. 295. Os portadores de deficiência física e de limitação
sensorial, assim como as pessoas idosas, terão prioridades para exercer o
comércio eventual ou ambulante no Município.
Parágrafo único. É assegurado o exercício de atividades aos
vendedores ambulantes e artesãos nos espaços públicos disponíveis, em
conformidade com a lei e os regulamentos municipais.
Art. 296. Aos reconhecidamente pobres será assegurada total
assistência social pelo Poder Público Municipal.
Parágrafo Único. Para isso, poderão fazer uso de recursos próprios
do Município e manter convênios com órgãos de assistência social.
Art. 297. Serão considerados, como prioridade agrícola todas as
regiões agricultáveis do Município.
Parágrafo único. Toda pecuária e criações do Município serão
mantidas em cercados.
112
Art. 298. A Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento terá como
finalidade básica atender os agropecuaristas.
§ 1º A Secretaria deverá acompanhar, junto aos órgãos do
Governo ou independente deles, os pequenos produtores quando
solicitada, devendo ainda dispor de material agrícola e insumos, como
adubos, venenos, pulverizadores etc.; deverá também alocar recursos para
promover empréstimos de sementes a serem plantadas mediante cadastro
feito através das comunidades.
§ 2° O Município, através desta Secretaria, deverá criar dispositivo
de incentivo, visando a difundir outros tipos de cultura, tais como:
caprinocultura, ovinocultura, suinocultura etc.
Art. 299. O orçamento do Município fixará anualmente, no mínimo,
cinco por cento dos recursos financeiros arrecadados pelo Município, para
assistência ao pequeno e médio agricultor.

SEÇÃO VII
Da Política Urbana

Art. 300. A política de desenvolvimento urbano executada pelo


Município de Capistrano tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento
das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes,
mediante as seguintes diretrizes:
I - garantia do direito a cidade sustentável, com direito à moradia,
ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos
serviços públicos, ao trabalho e ao lazer para as presentes e futuras
gerações;
II - gestão democrática por meio de participação da população e de
associações representativas dos vários segmentos da comunidade;
III - cooperação entre os diferentes níveis de governos, a iniciativa
privada e os demais setores da sociedade no processo de urbanização, em
atendimento ao interesse social;
IV - planejamento do desenvolvimento da cidade, da distribuição
espacial da população e das atividades econômicas do Município de modo
a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos sobre
o meio ambiente;
V - ordenação e controle do uso do solo de forma a evitar a
utilização inadequada dos imóveis urbanos, parcelamento do solo,
edificação ou uso inadequado em relação à infra-estrutura, à retenção
especulativa do imóvel urbano que resulte em sua subutilização ou não
utilização e à poluição e/ou degradação ambiental;
VI - oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transportes e
serviços públicos adequados aos interesses e necessidades da população;
VII - o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da
segurança, do bem-estar dos cidadãos e do equilíbrio ambiental.

113
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, é o
instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social, quando
atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade, expressas no
plano diretor.
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com
prévia e justa indenização em dinheiro.
§ 4º O Município poderá, mediante lei específica, para a área
incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do
solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu
adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente de:
I - parcelamento ou edificação compulsória;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana,
progressivo no tempo;
III - desapropriação, com pagamento mediante títulos da divida
pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo
de resgate de ate dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas,
assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
§ 5º As funções sociais da cidade dependem do acesso de todos
os cidadãos aos bens e aos serviços urbanos, assegurando-se-lhes
condições de vida e moradia compatíveis com o estágio de
desenvolvimento do Município.
Art. 301. Aquele que possui, com sua área urbana de até duzentos
e cinqüentas metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem
oposição, utilizado para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o
domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1º O titulo de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao
homem ou à mulher ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor, mais
de uma vez.
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
Art. 302. A política de desenvolvimento urbano, a ser executada
pelo Município, assegurará:
I - a urbanização e a regularização fundiária das áreas, onde esteja
situada a população de baixa renda, sem remoção dos moradores salvo,
em área de risco, tendo, nestes casos, o Governo Municipal a obrigação de
assentar a respectiva população, em condições de moradia digna, sem
ônus para os removidos e com prazos acordados entre a população e a
Administração Municipal;
II – a preservação, a proteção e recuperação do meio ambiente
natural e cultural;
III – a participação ativa das entidades comunitárias no estudo, no
encaminhamento e na solução dos problemas, planos, programas e
projetos que lhes sejam concernentes;

114
IV – às pessoas com deficiência, a acessibilidade a edifícios
públicos e particulares de freqüência aberta ao público, a logradouros
públicos e ao transporte coletivo, na forma da lei;
V – a utilização racional do território e dos recursos naturais,
mediante a implantação e o funcionamento de atividades industriais,
comerciais, viárias e residenciais.
Art. 303. Para a execução da política urbana no município de
Capistrano será utilizado, entre outros instrumentos, o de planejamento
municipal através do plano diretor, parcelamento, uso e ocupação do solo
urbano, zoneamento ambiental, plano plurianual, diretrizes orçamentárias e
orçamento anual, gestão orçamentária participativa e plano de
desenvolvimento econômico-social.
Art. 304. O Poder Público considerará que a propriedade cumpre
sua função social, quando ela:
I – atender às exigências fundamentais de ordenação da cidade
expressas no plano diretor;
II – assegurar a democratização de acesso ao solo urbano e à
moradia;
III – equiparar sua valorização ao interesse social;
IV – não for utilizada para especulação imobiliária.
Art. 305. A urbanização do Município se orientará considerando o
ordenamento territorial estabelecido no plano diretor de Capistrano, que
deverá prever, no mínimo, as seguintes áreas especiais:
I - de interesse social;
II – de interesse ambiental;
III – de dinamização urbanística e sócio-econômica;
IV – de preservação do patrimônio histórico e cultural;
§ 1º As áreas especiais compreendem áreas do território que
exigem tratamento especial na definição de parâmetros de uso e ocupação
do solo.
§ 2º As áreas especiais de interesse social são porções do
território destinadas prioritariamente à habitação da população de baixa
renda, seja por regularização urbanística e fundiária de assentamentos
informais ou implementação de programas habitacionais de produção de
moradia.
Art. 306. Para assegurar as funções sociais da cidade e da
propriedade, o Poder Público utilizará, principalmente, os seguintes
instrumentos:
I – planejamento urbano:
a) plano diretor;
b) disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação do solo;
c) zoneamento ambiental;
d) planos, programas e projetos setoriais;
II - tributários e financeiros:
a) imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, que
poderá ser progressivo no tempo, conforme o plano diretor;
115
b) contribuição de melhoria;
c) incentivos e benefícios fiscais e financeiros;
III - institutos jurídicos e políticos:
a) desapropriação;
b) parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;
c) desapropriação com pagamento em títulos;
d) limitações administrativas;
e) tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano;
f) instituição de unidades de conservação;
g) concessão de direito real de uso;
h) concessão de uso especial para fins de moradia;
i) usucapião especial de imóvel urbano;
j) assistências técnica e jurídica gratuitas para as comunidades
e grupos sociais menos favorecidos;
k) direito de superfície;
l) direito de preempção;
m) outorga onerosa do direito de construir;
n) transferência do direito de construir;
o) operações urbanas consorciadas;
p) regularização fundiária;
q) arrecadação por abandono.
Art. 307. O Município deverá manter articulação permanente com
os demais Municípios de sua região e com o Estado, visando à
racionalização dos recursos hídricos e das bacias hidrográficas,
respeitadas as diretrizes estabelecidas pela União.
Art. 308. Fica criado o Fundo de Terras do município de
Capistrano destinado exclusivamente à implantação de programas
habitacionais para a população de baixa renda.
§ 1° A constituição e a administração do Fundo de Terras serão
regulamentadas por lei.
§ 2° Fica garantida a participação popular no planejamento e no
gerenciamento do Fundo de Terras através do Conselho Municipal de
Habitação Popular, cuja criação e funcionamento serão regulamentados
em lei.
Art. 309. As praças públicas da cidade e seus respectivos
equipamentos devem ser preservados em sua forma original, zelados e
fiscalizados pelo poder público que os assistirá de modo permanente e
cuidadoso.
§ 1° Nos prédios e praças construídas pelo poder público poderão
ser colocadas obras de arte, de artistas plásticos cearenses, de valor
proporcional à construção realizada.
§ 2° Qualquer alteração do projeto arquitetônico ou de denominação
das praças será submetida à apreciação da Câmara Municipal.
§3º O uso e ocupação do solo, através de construção, deverá ser
autorizado previamente pelo Poder Público Municipal, segundo parâmetros
estabelecidos em lei.
116
§ 4º Cabe ao Poder Público, através de seus instrumentos, de
planejamento, tributários e jurídicos coibir a retenção especulativa de
terrenos e imóveis urbanos.
Art. 310. É obrigação do Município elaborar e manter atualizado o
Sistema de Informações Municipais reunindo cadastro georefenrenciado
dos imóveis públicos e particulares municipais, planta genérica de valores,
dados, e cadastros das demais secretarias do Município.
Parágrafo único. Fica assegurado o amplo acesso da população aos
dados do Sistema de Informações Municipais.

SEÇÃO VIII
Da Política de Transportes

Art. 311. O Município, na prestação de serviços de transporte


público, fará obedecer aos seguintes princípios básicos:
I – segurança e conforto dos passageiros, garantindo, em especial,
acesso às pessoas portadoras de deficiências físicas;
II – prioridade a pedestres e usuários dos serviços;
III – Tarifa social, assegurada a meia passagem para os
estudantes e passagem gratuita para as pessoas com mais de sessenta e
cinco anos de idade nas linhas municipais;
IV – proteção ambiental contra a poluição atmosférica e sonora;
V – integração entre sistemas e meios de transportes e
racionalização itinerária;
VI – participação das entidades representativas da comunidade e
dos usuários no planejamento e na fiscalização dos serviços.
Art. 312. O Município, em consonância com sua política urbana e
segundo o disposto em seu plano diretor, deverá promover planos e
programas setoriais destinados a melhorar as condições de transporte
público, na circulação de veículos e da segurança de trânsito.

SEÇÃO IX
Da Política do Meio Ambiente

Art. 313. O Meio Ambiente ecologicamente equilibrado e uma


sadia qualidade de vida são direitos inalienáveis do cidadão, impondo-se
ao Município e comunidade o dever de preservá-los e defendê-los para o
beneficio das gerações atuais e futuras.
Parágrafo único. O Município poderá firmar consórcio
intermunicipal, visando à preservação, conservação e recuperação da vida
ambiental das bacias hídricas que ultrapassem os limites do município de
Capistrano.

117
Art. 314. Cabe ao Poder Público, através de seus órgãos de
Administração Direta e das entidades da Administração indireta, assim
como à coletividade:
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e
prover o manejo ecológico das espécies e dos ecossistemas, de forma a
garantir a preservação da natureza e a melhoria da qualidade de vida das
populações;
II – exigir, na forma da lei, para a instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de degradação do meio ambiente, estudo prévio
de impacto ambiental e o respectivo relatório, a que se dará publicidade,
garantidas as audiências públicas com participação popular, na forma da
lei;
III – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as
práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem extinção
de espécies ou submetam os animais a crueldade;
IV – autorizar e fiscalizar as atividades de pesquisa e exploração
de recursos naturais renováveis e não renováveis em seu território;
V – estimular e promover o reflorestamento ecológico em áreas
degradadas, objetivando especialmente a proteção dos recursos hídricos,
bem como a consecução de índices mínimos de cobertura vegetal;
VI – controlar e fiscalizar em conjunto com os órgãos estadual e
federal, a produção, estocagem, o transporte, a comercialização e o
emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco efetivo
ou potencial para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente, incluindo
materiais geneticamente alterados pela ação humana e fontes de
radioatividade, som, calor e outras;
VII – garantir a educação ambiental em todos os níveis de ensino e
a conscientização pública para a proteção, a preservação e a conservação
do meio ambiente;
VIII – informar sistemática e amplamente à população sobre os
níveis de poluição, qualidade do meio ambiente, as situações de risco de
acidentes e a presença de substancias potencialmente danosas à saúde
na água potável e nos alimentos;
IX – promover medidas judiciais e administrativas de
responsabilidade dos causadores de poluição ou de degradação ambiental;
X – criar parques, reservas ecológicas, áreas de proteção
ambiental e outras unidades de conservação, mantê-los sob especial
proteção e dotá-los da infra-estrutura indispensável às suas finalidades;
XI – promover programas de melhoria das condições habitacionais
e urbanísticas e de saneamento básico;
XII – recuperar a vegetação em áreas urbanas, segundo critérios
definidos por lei.
Art. 315. Cabe ao Município e/ou solidariamente com o Estado e a
União, com a colaboração da comunidade, promover e proteger o ambiente
natural e o patrimônio cultural, por meio de inventário, registros, vigilância,

118
tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e
preservação, observadas a legislação estadual e federal.
Art. 316. A lei de uso e ocupação do solo urbano, integrante do
plano diretor do Município e o código de obras e posturas, terá como
diretriz geral o equilíbrio do meio ambiente, a preservação ecológica e a
defesa da qualidade de vida.
Art. 317. O licenciamento de atividades, de obras, de arruamento
ou de parcelamento do solo, localizados ou lindeiros em áreas de proteção
dos recursos hídricos, dependerá, além do atendimento da legislação em
vigor, da aprovação prévia do órgão municipal competente e de posterior
aprovação do Conselho Municipal de Meio Ambiente.
Art. 318. Aquele a quem o Município fornecer concessão para
exploração dos recursos naturais, fica obrigado a recuperar o meio
ambiente degradado, de acordo com a solução técnica exigida pelo órgão
público competente, na forma da lei.
§ 1º O Município não deverá fornecer concessão para exploração
dos recursos naturais, sempre que essa vier a comprometer, de forma
irreversível, o meio ambiente, no seu todo ou em parte.
§ 2º Quando os danos e as ameaças ao ambiente natural e ao
patrimônio cultural forem perpetuados por servidores municipais ou
concessionários de serviços públicos, as punições serão aplicadas em
dobro, podendo, ao juízo do Poder Público, de acordo com a gravidade da
matéria, ocorrer a perda do cargo, função ou da concessão respectiva.
Art. 319. O Município assegurará a participação das entidades
representativas da comunidade no planejamento e na fiscalização de
proteção ambiental, garantindo o amplo acesso dos interessados às
informações sobre as fontes de poluição e degradação ambiental, ao seu
dispor.
Art. 320. Constituem patrimônio cultural os bens de natureza
material e imaterial, tomadas individualmente ou em conjunto, portadores
de referências à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos
formadores da sociedade, nos quais se incluem:
I – as formas de expressão;
II – os modos de criar, fazer e viver;
III – as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços
destinados às manifestações artístico-culturais;
V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,
artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
§ 1º São declarados de relevante interesse ecológico, paisagístico,
histórico e cultural os rios, os riachos, as lagoas e as faixas de proteção
dos mananciais.
§ 2º O Poder Público desenvolverá programas de urbanização e
despoluição das lagoas, rios e riachos do Município, visando a preservá-las
e transformá-las em equipamento comunitário de lazer.

119
§ 3º A exploração comercial de recursos hídricos na área do
Município deve estar condicionada à autorização pela Câmara Municipal.
§ 4º O Poder Público Municipal, no uso de seu respectivo poder de
polícia administrativa, disporá sobre a proibição de emissão de sons e
ruídos de toda espécie, produzidos por qualquer meio, considerando
sempre os locais, horários e a natureza das atividades emissoras, visando
a compatibilizar o exercício da atividade com a preservação da saúde, da
segurança e do sossego público.
Art. 321. É dever do Poder Público elaborar, implantar e avaliar
periodicamente, através da lei, um Plano Municipal de Conservação,
Preservação e Proteção do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural, que
identificará as características e recursos do meio ambiente, seu aspecto
natural, artificial ou cultural, diagnosticará a situação existente e definirá as
diretrizes para seu melhor aproveitamento, considerando o
desenvolvimento econômico, social e cultural do Município.
§ 1º A elaboração do Plano Municipal de Conservação,
Preservação e Proteção do Meio do Ambiente e Patrimônio Cultural deverá
ocorrer simultaneamente com a preparação do plano diretor de
desenvolvimento integrado.
§ 2º Até à aprovação do Plano Municipal de Conservação,
Preservação e Proteção do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural, o Poder
Público Municipal deverá tomar medidas efetivas concernentes às áreas já
degradas ou sob ameaça de degradação iminente, amparado nas
legislações federal e infraconstitucional.
Art. 322. O Poder Público Municipal criará e manterá,
obrigatoriamente, o Conselho Municipal do Meio Ambiente e Patrimônio
Cultural, órgão colegiado, autônomo e deliberativo, composto
paritariamente por representantes do Poder Público, entidades
ambientalistas, entidades culturais e representantes da sociedade civil.
Art. 323. As condutas e atividades lesivas ao meio ambiente ou ao
patrimônio cultural sujeitarão os infratores a sanções administrativas, com
aplicação de multas diárias e progressivas nos casos de continuidade de
infração ou reincidência, incluídas a redução do nível de atividade e a
interdição, independentemente da obrigação dos infratores de restaurar os
danos causados.
§ 1º Os recursos oriundos de multas administrativas e
condenações judiciais, por atos lesivos ao meio ambiente ou ao patrimônio
cultural, e das taxas incidentes sobre a utilização dos recursos ambientais
ou do patrimônio cultural, serão destinados a um fundo, gerido pelo
Conselho Municipal do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural, na forma da
lei.
§ 2º É obrigação das instituições do Poder Executivo, com
atribuições diretas ou indiretas de proteção e controle ambiental, informar
ao Ministério Público sobre ocorrência de conduta ou atividade considerada
lesiva ao meio ambiente.

120
TÍTULO IV
Disposições Finais e Transitórias

Art. 1º. Os atos normativos praticados pelos Poderes Executivo e


Legislativo para criação de cargos e comissões terão força de lei.
Art. 2º. O Prefeito Municipal é obrigado a publicar, anualmente,
uma relação dos servidores públicos municipais com os respectivos cargos
e salários, encaminhando-a à Câmara Municipal.
Art. 3º. Os recursos do Município poderão ser bloqueados quando
não forem pagos os valores correspondentes ao duodécimo da Câmara
Municipal ou deixar de remeter os balancetes mensais no prazo legal,
suspenso, no entanto, o bloqueio, tão logo sejam atendidas as exigências
legais.
Art. 4º. A Câmara Municipal publicará, sozinha ou em cooperação
com entidades da sociedade civil, a edição de cartilha e a realização de um
programa educativo anual com o propósito de tornar amplamente
conhecidos os mecanismos de participação popular previstos nesta Lei
Orgânica.
Art. 5º. Fica permitida a renumeração de todos os artigos e
unidades inferiores e superiores aos mesmos desta Lei Orgânica e do
Regimento Interno da Câmara Municipal de Capistrano.
Art. 6º. Ficam validados todos os convênios firmados entre a
Câmara Municipal de Capistrano e a União os Vereadores e Câmaras do
Estado do Ceará - UVC, a União dos Vereadores do Brasil - UVB e com as
entidades que venham dar suporte técnico às suas comissões
permanentes.
Art. 7º. O Município publicará edição popular desta Lei Orgânica
para distribuição com movimentos sociais, escolas, bibliotecas e demais
instituições e pessoas interessadas.
Art. 8º. A Lei Orgânica do Município de Capistrano poderá ser
revisada após cinco anos da data de sua promulgação, garantindo-se a
mais ampla participação popular no processo revisional.
Art. 9º. O Poder Público Municipal procederá à revisão e
consolidação da legislação existente e a elaboração de novos diplomas
legais complementares desta Lei Orgânica até o dia 30 de junho de 2009.
Art. 10. A Câmara Municipal deverá proceder, até o dia 30 de
junho de 2009, a revisão de seu Regimento Interno.
Art. 11. Esta Lei Orgânica, aprovada pela Câmara Municipal, será
por ela promulgada e entrará em vigor na data de sua promulgação,
revogadas as disposições em contrário.
Capistrano, 23 de Dezembro de 2008 - Francisco Roberto Martins
Menezes, Presidente - Francisco Flávio Lourenço Freitas, Vice-Presidente,
José Adahil Bezerra de Souza, 1º Secretário - Antonio Martins Andrade, 2º
Secratário - Claudio Bezerra Saraiva – Francisco Warney Barros – Inês
Nascimento de Oliveira – Maria Alves Braga Sabino – Patricia de Souza.

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