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Texto Conflitos - Convertido 1
Texto Conflitos - Convertido 1
O fim da Guerra Fria gerou muitas expectativas sobre o início de uma nova era de ordem e
estabilidade nos assuntos mundiais. Todavia, tem-se caracterizado por instabilidade e
violência, especialmente no mundo em desenvolvimento( ou Terceiro Mundo). O fim da
Guerra Fria conduziu, assim à (re)emergência de conflitos regionais.
O ser humano, apesar de racional, envolve-se em lutas com seres da mesma espécie. Nem
todos nós possuímos os mesmos gostos e, até, se costuma dizer que gostos não se discutem,
mas no que toca a questões raciais, linguísticas, religiosas ou culturas com características
diferentes o homem não tem conseguido ao longo do tempo partilhar o mesmo espaço e
recursos referentes a esse território, essenciais à sobrevivência com outros, dando origem a
conflitos.
Os Nacionalismos
Atualmente os conflitos internacionais ocorrem com mais frequência no interior dos próprios
Estados, em resultado de ruturas que se desenvolvem num conceito nacionalista, na defesa
da tal cultura, língua, religião ou território. Os nacionalismos exagerados têm conduzido à
xenofobia, ou seja, ao desenvolvimento de ódios e rejeição por populações de origem
estrangeira ou comunidades étnicas e religosas minoritárias.
No século XX surgiram dois períodos nacionalistas marcantes que deram origem a conflitos:
a descolonização e a desintegração da ex-URSS.
Fundamentalismo
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O fundamentalismo é toda ou qualquer doutrina ou prática social, que busca seguir
determinados fundamentos tradicionais, geralmente baseados em algum livro sagrado ou
práticas habituais, que visa a subjugação de outras doutrinas.
Alguns autores, como o cientista político americano Robert Pape, argumentam que os
terroristas que utilizam de ataques suicidas - uma forma especialmente eficaz de ataque
terrorista - não são impulsionados por qualquer forma de islamismo mas sim por "um objetivo
estratégico claro: forçar as democracias modernas a retirar as suas forças militares do território
que os terroristas veem como suas pátrias." Já outro estudioso americano, no entanto, Martin
Kramer, que debateu com Pape a respeito da origem dos atentados suicidas, opôs-se à posição
de Pape, afirmando que a motivação para os ataques suicidas não seria apenas uma lógica
estratégica mas também uma interpretação do islamismo que fornecia a tais atos uma lógica
moral; como exemplo, ele cita o fato do Hezbollah( partido político) ter iniciado uma
campanha de atentados suicidas após uma reforma complexa do conceito do martírio naquela
religião. Segundo Kramer, a ocupação israelita do Líbano teria aumentado a motivação
necessária para esta interpretação do islamismo, porém apenas a ocupação não teria sido
suficiente para gerar o terrorismo suicida. "A única maneira de colocar um freio no terrorismo
suicida", segundo ele, "é enfraquecer a sua lógica moral, encorajando os muçulmanos a ver a
sua incompatibilidade com seus próprios valores." ou seja promover uma educação de
qualidade.
Alguns académicos argumentam que esta forma de terrorismo deveria ser vista como uma
reação estratégica ao poder americano; que os Estados Unidos seriam um império, e como tal
provocaria esta resistência na forma de terrorismo.
O Islão é uma religião, ou seja, um conjunto de crenças relacionadas com aquilo que os seus
praticantes/crentes consideram como divinas e sagradas. A palavra Islão, que deriva da palavra
arábica 'Silm" / "Salam', cujo significado é paz. 'Salam' pode também significar "saudar um ao
outro com paz". Mas, mais do que isso: submissão a Um só Deus, e viver em paz com o
Criador, consigo mesmo, com outras pessoas e com o ambiente. Assim o Islão constitui, um
sistema, não apenas espiritual religioso, mas também ideológico. O Islão é, por isso, um
sistema compreensivo, com uma lei (Alcorão) que premeia e molda o tecido social. Perante
estas duas definições, concluímos que Terrorismo tem o sinónimo de terror/violência e o Islão
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de paz. Então por definição e significados estas duas palavras são opostas, constituindo sempre
que associadas um oxímoro. Porém, e apesar do Islão significar paz alguns grupos de
terroristas cometem atos violentos e de terror invocando o nome de Deus (Allah) ou a religião
Islâmica.
As Guerras da Água
A Terra é denominada por “planeta azul” devido ao seu domínio de água, contudo, por ser um
bem de sobrevivência, geram-se conflitos em torno da sua distribuição, pois não é um recurso
que esteja igualmente repartido por todo o mundo em termos de qualidade e quantidade. O
mesmo acontece com recursos valiosos, como por exemplo, ouro ou petróleo.
Estes conflitos estão presentes na gestão das águas (mares e oceanos) e no acesso e na gestão
das águas doces (glaciares, rios e águas subterrâneas), estas são as mais requeridas pelo ser
humano e as que apresentam uma efetiva carência.
Segundo o documento 34 da página 133 do manual existem, 263 rios que atravessam ou
demarcam as fronteiras políticas de dois ou mais países. Sendo a Europa que possuiu o maior
número de bacias internacionais (69), seguindo-se de África, Ásia, América do Norte e do Sul.
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As 263 bacias hidrográficas internacionais cobrem quase metade da superfície terrestre e são
partilhadas por 145 nações, destaca-se a bacia demográfica do Danúbio com 11 países.
Outros dos problemas que se colocam aos rios partilhados ocorrem ou da aridez ou do excesso
de precipitação.
Tomando como exemplos os rios Amudária e Sirdária; o rio Nilo; e ainda os rios Ganges e
Bramaputra.
Na partilha de água existem sempre a relação entre a procura e a oferta (em quantidade e
qualidade) e sempre que esta é desfavorável está criado o clima para se instalar um conflito.
Situada na Ásia central, entre o Mar Cáspio e o Mar de Aral, os rios Amudária e Sirdária têm
uma extrema importância para estas regiões devido ao seu caudal e às características agrícolas
da sua respetiva cultura de irrigação.
Para melhor compreender a “questão da água” nas bacias dos rios Amudária e Sirdária é
necessário ter em conta aspetos de natureza politica, económica e social.
A forma como a água é utilizada pelos diferentes estados continua a ser motivo de conflito,
como por exemplo no Tajiquistão, estado situado a montante, valorizou a sua produção
hidroelétrica através da construção da barragem de Nurek, no entanto, veio alterar o regime
do rio, originando a escassez de água no verão, cheias artificiais no inverno e prejudicou a
prática da agricultura irrigada nos estados situados a jusante.
Mesmo nos países situados a montante a prática da agricultura irrigada continua a ser uma
fonte de discussão, pois estes apresentam-se com uma forte tradição hidráulica e geriram a seu
favor a maior parte das reservas levando a que os outros países tenham caudais cada vez mais
reduzidos e irregulares.
A prática da agricultura irrigada a curto prazo poderá por em causa os perímetros irrigados a
jusante do rio Seravshan e do canal Karakoram.
Estes canais estão também em risco, dado que, o Turquemenistão e o Usbequistão reivindicam
um aumento suplementar dos caudais dos rios Amudária e Sirdária, com o objetivo de elevar
o nível das águas do mar de Aral.
Enquanto esta dupla bacia esteve sob gestão da URSS, a distribuição das águas foi mais
igualitária. Atualmente, com a independência destes Estados, os que se encontram situados a
montante passaram a exercer maior controlo sobre as águas, colocando os Estados a jusante
em situação desfavorável.
O Nilo é o rio mais longo de África, desde o Lago Vitória até ao mar Mediterrâneo.
No Egito, 98% do seu território é ocupado pelo deserto, dado isto, a luta pela água assume
uma importância vital. Podemos constatar pelo documento 37 da página 136 do manual que,
no mês de maio,
Apesar dos “direitos adquiridos” sobre o uso das águas só se ter iniciado nos anos trinta do
século XX, a ligação entre o rio Nilo e o Egito é milenar.
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Em 1929,altura em que os ingleses iniciaram a cultura do algodão no Sudão e impuseram a
seguinte divisão de água: 4km₃ para o Susão e 48km₃para Egito, surgiu o problema da
repartição das águas.
Com a independência do Sudão, em 1959, foi revista a anterior divisão das águas, passando a
ser de 55,5km₃ para o Egito e 18,5km₃ para o Sudão.
Como os Estados Ribeirinhos não foram tidos em conta no acordo de 1959, manifestando-se
a Etiópia que fez saber que considerava nulo o acordo de 1959, o conflito estava instalado.
O Egito construiu a barragem de Assuão para superar o dilema de falta de água, conquistou
terras ao deserto, e libertou-se da chantagem exercida pelos países situados a montante.
O Sudão, por sua vez, devido aos laços de compromisso com o Egito, construiu a barragem de
Roseires e o Canal de Jonglei que permitiu a irrigação e a produção de energia hidroelétrica
para ambos os países.
Nos anos 60, com a vaga de independências, a luta pela água tornou-se uma questão de
sobrevivência e de desenvolvimento. O rápido crescimento demográfico, a pobreza extrema,
os movimentos forçados da população, as situações de guerra civil, a instabilidade politica e
as tensões étnicas que se vivem em alguns países da bacia do Nilo apontam para relações de
grande conflito que poderão ser exacerbadas se tivermos em conta os índices de
vulnerabilidade hídrica.
O rio Ganges nasce nos Himalaias e desagua na bacia de Bengala sob a forma de um extenso
delta.
O caudal do Ganges está marcado por uma forte dualidade climática: o período seco de
novembro a abril e a época de maior precipitação de maio a outubro, segundo o documento 32
da página 138 do manual.
A bacia hidrográfica do rio Ganges é considerada uma das áreas com maior densidade
demográfica a nível mundial.
Este rio atravessa bastas áreas urbanas e intensamente povoadas, e assume particular
importância, uma vez que, uma boa parte da população depende das águas do rio.
De salientar também, que o rio Ganges, apresenta um grande potencial hidroelétrico que lhe
confere uma enorme importância económica e ao mesmo tempo causa de discórdia.
O clima de tensão surgiu na India, em 1961, quando esta decidiu construir a barragem de
Farakka, a montante da fronteira com o Bangladesh. A partir desta data Bangladesh não parou
de protestar contra aquela obra hidráulica argumentando que provocava graves danos na
agricultura, na indústria e na ecologia dos pais. Neste projeto incluía também a construção de
um canal de 38km de comprimento que desfavorecia Bangladesh, que ficava sem água
suficiente nem para irrigar as terras, nem para manter o nível da toalha freática.
Em áreas (sub) desérticas como é o caso dos países do Norte de África, existe uma particular
necessidade de extrair água do subsolo.
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Países como a Líbia tentando contornar este problema. Em 1983, apresentou um projeto que
visava na construção de um rio artificial para transferir reservas de água subterrânea que se
encontravam no subsolo desértico, no sul do pais.
A construção deste Grande Rio Artificial demonstrou ser um projeto pouco lucrativo, uma vez
que, a água deste canal seria utilizada para a produção agroalimentar de reduzido valor
acrescentado. Por outro lado, todo o investimento será aplicado em fontes aquíferas que não
poderão renovar-se.
Visto que o aquífero que alimentará o Grande Rio Artificial é transfronteiriço e estende-se em
subsolo argelino, a concretização deste projeto poderá desencadear um conflito líbio-argelino.
Conclusão
Um exemplo de uma das zonas do mundo que engloba esses motivos todos ou quase todos e
que tem dado trabalho à ONU é a região ocupada por palestinianos e por Israel é bem
conhecida pelos constantes conflitos que se sucedem devido a questões religiosas e a diversas
disputas.
Em 1948, a ONU criou o Estado de Israel e muitos palestinianos foram excluídos do território
que habitavam. Este êxodo palestiniano ficou conhecido por Nakba, que significa catástrofe,
e em conjunto com a intenção expansionista de Israel têm contribuído para diversos conflitos
que se realizam diariamente. Os EUA têm intervindo na região apoiando o Estado israelita ..
Porém, os palestinianos tentam afirmar a sua soberania na mesma região.
Este exemplo e outros casos, originam a preocupação por parte da ONU e de outras
organizações pelo reforço da defesa dos Direitos Humanos e à crescente importância da
segurança mundial.
Podemos verificar também que o que origina estas situações de conflitualidade na sua essência
são o poder político e económico por parte das nações.
Fontes:
http://historiageneral.com/2009/01/09/la-guerra-fria-causas-y-consecuencias
http://desconversa.com.br/resumo/qual-o-panorama-da-geopolitica-mundial-e-seus-conflitos/
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