Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Juscelino Silva1
Resumo
Abstract
1. Introdução
1
Pós-Doutor em Teoria da Justiça: Teoria e Prática na UFMG sob a supervisão do Prof. Dr. Joaquim Carlos
Salgado; Pós-Doutor em Teologia Sistemática na FAJE sob a supervisão do Prof. Dr. João Batista Libânio.
Membro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), membro da Sociedade de Teologia e
Ciências da Religião (SOTER), Coordenador do Centro de Extensão, Pós-Graduação e Pesquisa da Faculdade
Batista de Minas Gerais e Representante institucional do PIBIC e do PIBIT junto ao CNPQ. Doutor em Teoria
do Direito pela PUC MINAS (2013), Doutor em Teologia Sistemática, com ênfase em hermenêutica filosófica
(2012), pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE). Mestre em Teologia Sistemática pela FAJE
(2007), Mestre em Teologia Prática pelo Seminário do Sul do Brasil- STBSB (2004). Pós-graduado em
Psicanálise pela UFMG (2002), Pós-graduado em Terapia de Família pela Universidade Cândido Mendes
(1997). Bacharel em Direito pela Universidade Estácio de Sá (2013), Bacharel em Filosofia pela FAJE (2008),
Bacharel em Psicologia pela Faculdade Maria Teresa (1996), Bacharel em Teologia pelo Seminário Batista de
Niterói (1988), e Bacharel em Música pelo Conservatório de Música de Niterói (1981).
1
2. Natureza do conhecimento científico
A realidade é o princípio que aponta para o objeto material e formal da pesquisa. Entende-se
por objeto material a área de incidência da pesquisa e por objeto formal o elemento estudado
dentro da área de incidência. Pode-se exemplificar a questão, como segue: a Teologia
Sistemática tem como objeto material Deus e como objeto formal as doutrinas, por exemplo, a
soteriologia. O mesmo pode-se dizer do Direito, cujo objeto material são as leis e o objeto
formal dependerá do ramo do Direito em questão. Portanto, a realidade é o lugar da pesquisa
porque instiga o pesquisador a indagar-se sobre a natureza dos fenômenos e o modo de
abordá-lo. Este princípio ajuda a evitar que a pesquisa científica seja contaminada com
especulações de ordem exclusivamente subjetivas (SCHNEIDER, 1999. p. II-4).
2
A organização é o quarto princípio da pesquisa científica. Planejar a pesquisa significa
primeiro ter uma ideia relevante conectada a um objeto. A isto, segue a teoria, ou seja, o
conjunto de leis sistematizadas e que gozam de aceitação pela comunidade científica. Além
disso, deve-se elaborar hipóteses do tipo “se isto [...] então aquilo”, ou então uma pergunta.
Há quem prefere criar a hipótese através de uma afirmação provisória. A primeira fórmula de
criação de hipótese parece mais adequada do que a segunda porque a hipótese sai da situação
problema. Trata-se de hipóteses praxiológicas porque a construção obedece aos estímulos
oriundos da realidade e que clamam por uma solução. A hipótese que se expressa como
afirmação, geralmente, impõe a perspectiva do pesquisador sobre a situação. Pode-se chama-
la de noética. Este tipo de hipótese, geralmente, é mais difícil de ser abandonada e esta
resistência pode impor a vontade do pesquisador sobre o objeto. Isto o levaria a descobrir o
que ele quer e não o que o problema impõe. À hipótese, segue-se o método. Este é o
caminho que se percorre para realizar a pesquisa. Portanto, o princípio da organização (ideia,
objeto, teoria, hipótese e método), na medida em que visa a realização efetiva da pesquisa, é,
dentre todos os princípios, o mais relevante (SCHNEIDER, 1999. p. II-4).
Há pelo menos seis princípios que ajudam o estudante a reconhecer um texto científico. São
eles: a necessidade, a progressão, a realidade, a organização, a generalização e a
sistematização. A posse deste conhecimento é vital por pelo menos duas razões: primeira-
habilita o discente a discernir o conhecimento científico do não científico. Este discernimento
3
é crucial para se fazer a pesquisa científica com sustentação teórica de peso. Segundo-
capacita o discente a produzir textos científicos observando esses princípios. Esta capacitação
é vital para que o discente comece a sua jornada na academia com confiança (SCHNEIDER,
1999. p. II-4).
O conhecimento dos princípios que caracterizam a pesquisa científica deve ser completado
pela identificação da especificidade da pesquisa nas ciências exatas, humanas e aplicadas.
Esta distinção é feita no próximo tópico.
4
A ciência contemporânea, porém, progride para além dessas fronteiras tradicionais. Isto
parece exigir uma classificação das ciências que não seja mais a partir do objeto, como o fez
Jean Piaget. Elas poderiam ser classificadas de acordo com sua finalidade. A ciência a
serviço da ciência é classificada como teórica e a ciência a serviço de uma técnica é chamada
de aplicada. Esta classificação, desde que conserve a visão não-hierarquizada das ciências,
contribui para que as ciências tenham múltiplas circulações e cooperem na construção de um
mundo mais compreensivo e mais humano. Se a classificação, porém, apoia-se na capacidade
de previsão através de medições específicas, então, pode-se falar de ciências “moles” e
“duras”. “Moles” são aquelas cujas previsões são mais difíceis, por ex., as ciências humanas;
“duras” são aquelas de predições mais fáceis, por ex., as ciências da natureza. Todavia, em
1927, Werner Karl Heisenberg demonstrou, através do princípio da incerteza, que mesmo a
natureza não obedece a um determinismo absoluto, mas somente a um determinismo provável
(ROSENFELD, 2013).
De acordo com a classificação das ciências, eles podem ser elencados como segue: às
ciências sociais aplicadas vinculam-se os cursos de Direito, Administração e Ciências
Contábeis, na área de ciências exatas estão os cursos de Banco de Dados e Rede de
Computadores e na área de humanas está o curso de Teologia.
5
relativos ao patrimônio (SÁ, 1999). Ambas estão no campo dos estudos sociais aplicados e
deve-se conhecer bem o objeto de cada uma para poder estudá-los adequadamente. Banco de
Dados estuda as múltiplas formas de armazenamento de informações de uma empresa e Rede
de Computadores estuda o conjunto de módulos processadores capazes de trocar informações
e compartilhar recursos. As ciências cujo objeto é mais abstrato exige uma capacidade mental
intuitiva que se satisfaz com abordagens discursivas; ciências que exigem manuseios exigem
habilidades mentais de soluções de demandas imediatas.
4. Conclusão
6
REFERÊNCIAS
KELSEN, Hans. Teoria pura do Direito. São Paulo : Martins Fonrtes, 1999.
SÁ, Antonio Lopes de. Teoria da Contabilidade. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 1999.