Tânia Mara Guerra

Valquíria Ferreira Dutra

Um passeio
pela classificação
biológica

Universidade Federal do Espírito Santo Biologia

Secretaria de Ensino a Distância Licenciatura
 UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
Secretaria de Ensino a Distância

Tânia Mara Guerra

Bacharela e Licenciada em Ciências Biológicas pela

Universidade Federal de São Carlos (CCBS/UFSCar/
SP). Mestre em Ecologia e Recursos Naturais e
Doutora em Ciências (PPG-ERN /CCBS/UFSCar).
Professora Adjunta do curso de Ciências Biológicas
da Universidade Federal do Espírito Santo (DCBIO/
CCHN/UFES/ES), na área de Zoologia, desde 2010.
Um passeio
Valquíria Ferreira Dutra
pela classificação
Bacharela em Ciências Biológicas pela Universidade
Federal de Ouro Preto (DECBI/UFOP/MG). Mestra e
biológica
Doutora em Botânica pela Universidade Federal de
Viçosa (PPG-Bot/ DBV/UFV/MG). Professora Adjunta
do curso de Ciências Biológicas da Universidade
Tânia Mara Guerra
Federal do Espírito Santo (DCBIO/CCHN/UFES/ES), Valquíria Ferreira Dutra
na área de Botânica, desde 2011.

Vitória
2015

Presidente da República
Dilma Rousseff
Ministro da Educação
José Henrique Paim
Diretoria de Educação a Distância
DED/CAPES/MEC
Jean Marc Georges Mutzig
Laboratório de Design Instrucional
LDI Coordenação
Geyza Dalmásio Muniz
Letícia Pedruzzi Fonseca
Priscilla Garone
Renata Machado
Ricardo Esteves
Gerência
Giulliano Kenzo Costa Pereira
Patrícia Campos Lima
Editoração e Balonização
Filipe Motta
Adaptação de roteiro e Storyboard
Bárbara Fonseca
Ilustração
Hugo Bernardino Rodrigues
Paulo Victor Siqueira
Bárbara Fonseca
Capa
Hugo Bernardino Rodrigues
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
Reitor Diretor do Centro de
Prefácio
Reinaldo Centoducatte Ciências Humanas e Naturais
Renato Rodrigues Neto
Secretária de Ensino a Distância – SEAD
Maria José Campos Rodrigues Coordenador do Curso de Graduação
Licenciatura em Biologia – EAD/UFES
Diretor Acadêmico – SEAD Luciana Dias Thomaz A classificação biológica é um dos temas de maior importância para o enten­
Júlio Francelino Ferreira Filho
dimento da natureza, pois é através dela que a maior parte do conhecimento
Design Gráfico
Coordenadora UAB da UFES LDI – Laboratório de Design Instrucional sobre os seres vivos está indexada. Sem um sistema de classificação biológica
Teresa Cristina Janes Carneiro
SEAD universal e único, não teria como povos de diferentes culturas, regiões e idiomas
Coordenadora Adjunta UAB da UFES Av. Fernando Ferrari, nº 514
“conversarem na mesma língua”, ou, ao menos, essa tarefa seria bastante árdua
Maria José Campos Rodrigues CEP 29075-910, Goiabeiras
Vitória – ES e teria muito mais chances de produzir erros.
(27) 4009-2208
Esta é uma das áreas mais antigas do conhecimento humano, tal sua im­­
portância na transmissão dos saberes relativos aos recursos naturais. A evolução
de seus termos, conceitos e métodos, é sincrônica com o desenvolvimento dos
avanços nas ciências exatas, humanas e biológicas. Assim, conhecer a história
epistemológica da Classificação Biológica é bem mais que simplesmente conhecer
Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP) fatos históricos. É entender a origem e a evolução de seus termos, conceitos,
(Biblioteca Central da Universidade Federal do Espírito Santo, ES, Brasil) métodos e como os mesmos foram e são aplicados atualmente.
Neste contexto, o presente livro traz a Classificação Biológica para o ensino.
Utilizando-se dos recursos das histórias em quadrinhos, os termos, conceitos e
métodos são transmitidos pelos próprios personagens da história, contando os
fatos e a contribuição de seus feitos para a Classificação Biológica. A narração e
as notas complementam a transmissão do conteúdo e permitem o entendimento
dos eventos, termos e conceitos de forma dinâmica, que prendem a atenção e
permitem ao leitor se sentir dentro da história.
Esta obra permite ensinar e aprender a Classificação Biológica, de modo
prático e objetivo, não só para profissionais das Ciências Biológicas, mas
também das áreas da Saúde e Agrárias, e para o nível pré-universitário.
Copyright © 2015. Todos os direitos desta edição estão reservados ao SEAD. Nenhuma parte deste material poderá ser
reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por
escrito, da Direção Administrativa do SEAD – UFES. Marcelo Teixeira Tavares
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acordo com a lei nº 9.610/1998, art. 46, III (citação em livros, jornais, revistas ou qualquer outro meio de comunicação,
de passagens de qualquer obra, para fins de estudo, crítica ou polêmica, na medida justificada para o fim a atingir,
indicando-se o nome do autor e a origem da obra). Toda reprodução foi realizada com amparo legal do regime geral de
direito de autor no Brasil.
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 Apresentação
Este livro se destina a alunos de Ciências Biológicas e áreas afins, a professores
e ao público em geral, interessado na classificação dos seres vivos.
A ideia original do livro surgiu a partir de nossa experiência didática,
como alunas e atualmente como professoras. Entendemos que a história da
classificação biológica é o ponto introdutório das disciplinas da área biológica.
Por isso, seu conhecimento propicia a compreensão do contexto em que as
ideias e argumentos foram formados ou contestados, ao mesmo tempo em
que permite que o conhecimento avance.
Com o foco nesta importância, decidimos recontar esta história. Você,
leitor, verá que nem todos os sujeitos envolvidos na classificação biológica
serão mencionados. Esclarecemos que, com isso não pretendemos minimizar
a contribuição deles para o desenvolvimento da Biologia, mas se deve
exclusivamente à restrição de volume de páginas que o formato escrito impõe.
Com o objetivo de promover a divulgação científica, optamos pela história
ilustrada, baseada em narrações e diálogos sucintos, que segue acompanhado
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das biografias dos pensadores citados em seu contexto histórico e de um
glossário com os termos e conceitos abordados no livro.
O período narrado tem início na Grécia Antiga, com Platão, Aristóteles e
Teofrastos, segue pela Idade Média (assim denominada por estar entre a Idade
Antiga e a Moderna), que se estendeu do século V ao XV (401 a 1500), pelo
Período Renascentista Europeu (1650 a 1700), com Caesalpino, Bauhin e Ray,
e termina na Idade Moderna, com Lineu, Leclerc, Darwin e Hennig.
Somos muito gratas a equipe de design do Laboratório de Design
Instrucional (sead/ufes), que soube transcender o nosso roteiro, e captar
na forma ilustrada a essência de nossa ideia, e nos fazer sugestões que
acreditamos, virão a aumentar em muito o acesso à informação tratada.
Também agradecemos à uab/capes pelo suporte técnico e apoio financeiro.
Desejamos a todos vocês um excelente passeio pela história da classificação.
Divirtam-se!
As autoras
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 Personagens
Platão (428 a.C. – 347 a.C.)
Filósofo e matemático grego, era membro de uma família aristocrática e ilustre.
Fundou por volta de 385 a.C. a Academia, protótipo de todos os colégios e
universidades atuais, dotada de alojamentos, refeitório e salas de leitura, onde
ele e seus alunos passavam o tempo estudando. Juntamente com Sócrates e
Aristóteles, ajudou a construir os alicerces da filosofia natural, da ciência
e da filosofia ocidental.
Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.)
Filósofo grego considerado o criador do pensamento lógico. Seus pensamentos
filosóficos influenciaram a educação e o pensamento ocidental contemporâneo.
Fundou em Atenas, em 335 a.C, a escola Liceu, voltada para o estudo das
ciências naturais. Pensou e escreveu sobre diversas áreas, entre elas: política,
pedagogia e biologia. Valorizava a educação e a considerava uma das formas
de crescimento intelectual e humano.
Teofrastos ou Theophrastus (370 a.C. – 287 a.C.)
Filósofo grego, primeiro a deixar uma classificação escrita e por isso ficou
conhecido como o Pai da Botânica. Descreveu cerca de 500 espécies, na sua
obra Historia Plantarum, usando caracteres morfológicos simples, como altura e
consistência do caule, e outros mais detalhados, como posição do ovário e fusão
da corola. Muitos dos nomes por ele criados foram posteriormente adotados
por Lineu e são usados ainda hoje.
Links: De causis plantarum – http://goo.gl/AOK2mG
Historia Plantarum – http://goo.gl/rpYWuZ
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Andreas Caesalpino (1509–1603)
Botânico e médico italiano, foi considerado o primeiro taxonomista da história
e enunciou um conjunto de atributos desejável para a classificação biológica.
Sua principal obra foi o De Plantis (1583), onde classificou 1.500 espécies. Foi
um cientista aristotélico, e suas conclusões baseavam-se mais na razão que
na observação. Seus pontos de vista influenciaram os conceitos de diversos
estudiosos, inclusive Lineu.
Link: De Plantis – http://goo.gl/Cll9hH
Gaspar Bauhin (1560–1624)
Naturalista e médico suíço, ficou conhecido como o primeiro botânico a
distinguir a categoria de gênero. Foi nomeado professor da Faculdade de
Medicina, em 1582, onde ensinou botânica e anatomia humana. Publicou
diversos livros nestas áreas, mas sua obra mais importante foi o Pinax Theatri
Botanici (1623), contendo 6.000 espécies, com todos os seus sinônimos,
colocando ordem na confusão nomenclatural daquela época.
Link: Pinax Theatri Botanici – http://goo.gl/moiuiq
John Ray (1627–1705)
Filósofo e naturalista inglês conhecido como o pai da história natural inglesa.
Entre suas principais obras estão: Methodus Plantarum Nova (1682), onde
descreveu 18.000 espécies; Historia Plantarum (3 volumes, 1686, 1688, 1704);
e Synopsis Methodica Stirpium Britannicarum (1690), a primeira flora do Reino
Unido. Seu sistema de classificação era complexo e incluía todos os tipos
de informações (caracteres disponíveis).
Link: Historia Plantarum – http://goo.gl/V2ZLCR
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 Carolus Linnaeus – Lineu (1707–1778)
Botânico, zoólogo e médico sueco considerado o pai da taxonomia vegetal e
zoológica. Suas principais obras foram Systema Naturae (1735, animais), Genera
Plantarum (1737) e Species Plantarum (1753, plantas). Foi um cientista talentoso,
observador e de extraordinária capacidade de trabalho. Colocou ordem na
confusão das classificações existentes e ordenou o conhecimento produzido
pelos autores anteriores a ele.
Links: Systema Naturae – http://goo.gl/jfPU4y
Species Plantarum – http://goo.gl/dI3JRC
Genera Plantarum – http://goo.gl/SrYhCn
Emil Hans Willi Hennig (1913–1976)
Entomólogo alemão criador da Sistemática Filogenética – teoria sobre a relação
de parentesco entre espécies. Dedicou-se ao estudo dos dípteros, em programas
de combate à malária. Trabalhou no Museu de Zoologia de Dresden, no Instituto
Entomológico Alemão e na Academia Real de Ciência Sueca. Recebeu muitos
prêmios, como as medalhas de ouro da Sociedade Lineana de Londres e do
Museu de História Natural de Nova Iorque.
Link: Phylogenetic Systematics – http://goo.gl/BzZjSS

Georges-Louis Leclerc – Conde de Buffon (1707–1788)

Naturalista, matemático e filósofo francês. Produziu uma obra de 44 volumes:
a Histoire Naturelle (1749), onde expôs um estudo comparativo das ciências,
analisando os reinos animal e vegetal. Usou uma classificação natural
considerando os princípios de continuidade e de afinidade entre as espécies,
visão oposta à de Lineu, e antecipando ideias evolutivas de Lamarck e Darwin.
Foi nomeado Conde de Buffon, em 1773.
Link: Histoire naturelle – http://goo.gl/ltNHpm

Charles Darwin (1809–1882)

Naturalista e médico britânico, formulou a teoria da evolução e transformou o
pensamento sobre a história natural. Em 1831, participou da viagem do Beagle,
estudando e aprofundando seus conhecimentos. Iniciou a análise de suas
experiências e descobertas, em 1836, e em 1859, publicou a obra A origem das
espécies. Embora sua teoria seja aceita no meio científico, provocou reações
aos adeptos da teoria criacionista.
Link: A origem das espécies – http://goo.gl/P4UaI3

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 Bibliografia Glossário
Aristóteles. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/aristoteles. Acesso em 1. Fixismo consiste em uma teoria que propõe que a formação dos seres
04/02/2015. era constante e imutável, de modo que, as características de cada ser
nunca se alterava, sem que jamais ocorressem mudanças significativas
Barroso, G.M. 2002. Sistemática de Angiospermas do Brasil, volume 1, 2ª edição, na sua descendência.
Editora UFV, Viçosa.
2. Geração Espontânea foi uma teoria na qual acreditava-se que seres vivos
Darwin, Charles. Disponível em: http://www.e-biografias.net/charles_darwin/ poderiam se originar espontaneamente da matéria bruta ou inanimada.
Acesso em 04/02/2015.
3. Espécie, no conceito biológico, são membros de populações que cruzam,
Kluge, A. G. & Hennig, B. Willi Hennig. Disponível em: http://www.cladistics.org/ ou tem potencial para cruzar, naturalmente. No conceito filogenético,
about/hennig.html. Acesso em 02/02/2015. corresponde a todos os descendentes de uma única população de ancestrais.

Leclerc, Georges-Louis. Disponível em: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/
GeorgsLo.html. Acesso em 04/02/2015.
Platão. Disponível em: http://greciantiga.org/arquivo.asp?num=0336. Acesso em
02/02/2015.
Silva, R.M.A. 2001. Evolução da Taxonomia Vegetal: Perspectiva Histórica.
(Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/4517639/
evolucao-da-taxonomia-vegetal).
4. Linnean Society of London é Sociedade Lineana de Londres, Inglaterra, é
uma sociedade científica dedicada ao estudo e a divulgação da taxonomia.
Ela possui a coleção biológica de Lineu, adquirida por Sir James. E. Smith.
5. Jardim do Rei ou Jardin du Roi, hoje chamado de Jardin des Plantes, é um
jardim botânico aberto ao público, localizado em Paris.
6. Alfred Russel Wallace foi um naturalista, geógrafo, antropólogo e biólogo
britânico contemporâneo a Darwin.

7. Sistemática Filogenética é um método que classifica todos os seres vivos

baseando-se em suas relações evolutivas.

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www.neaad.ufes.br
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