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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

MODELAGEM DE PAREDES NA ANÁLISE TRIDIMENSIONAL


DE EDIFÍCIOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL

Dissertação submetida à Universidade


Federal de Santa Catarina para obtenção
do grau de mestre em engenharia civil.

GENNYSON GONCHOROVSKI

Florianópolis, Outubro de 2001.


ii

MODELAGEM DE PAREDES NA ANÁLISE TRIDIMENSIONAL


DE EDIFÍCIOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL

GENNYSON GONCHOROVSKI

Esta dissertação foi julgada para obtenção do título de


MESTRE EM ENGENHARIA.
Especialidade ENGENHARIA CIVIL e aprovada em sua forma
final pelo programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil.

Profa. Henriette Lebre La Rovere (PhD) (Orientadora)

Prof. (Dr.) Jucilei Cordini (Coordenador do Curso)

COMISSÃO EXAMINADORA:

Prof. (Dr.) Nelson dos Santos Gomes


(UNICastelo; P&D TECn)

Prof. (Dr.) Daniel Domingues Loriggio (ECV/UFSC)

Prof.(Dr.) Félix Díaz Díaz


(Instituto Superior Politécnico José Antonio Echeverría, Cuba e
Pesquisador Visitante Cnpq/UFSC)
iii

À MINHA MÃE
MARIA DALVA.
iv

AGRADECIMENTOS

À professora Henriette Lebre La Rovere pela orientação, pela amizade e


pelo incentivo sem os quais, certamente, este trabalho não seria possível.

À todos os professores da área de estruturas do Programa de Pós-


Graduação em Engenharia Civil da UFSC, em especial ao professor Daniel D. Loriggio
pelo incentivo e amizade.

Ao colega e amigo Giovani Brisot por trabalhar junto no projeto de pesquisa


onde esta dissertação está inserida, principalmente no desenvolvimento do programa
WINEDALV.

Ao professor Tuing Ching Chang, exemplo de dedicação à área de


estruturas, e também a todos os colegas da Stábile, principalmente aos amigos
Rodrigo Luz Gloria, Alexandre de Araújo Chimello e André da Silva.
v

SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS............................................................................................. viii
LISTA DE TABELAS............................................................................................ xii
RESUMO............................................................................................................... xiii
ABSTRACT........................................................................................................... xiv

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO........................................................................... .. 01

1.1 – CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES..................................................... 01


1.2 – RELEVÂNCIA E JUSTIFICATIVA DO ESTUDO........................................ 03
1.3 – OBJETIVOS DO ESTUDO................................................................... 06
1.3.1 Objetivo Geral............................................................. 06
1.3.2 Objetivos Específicos.................................................. 06
1.4 – ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO...................................... 07

CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................... 08

2.1 – CONCEPÇÃO ESTRUTURAL................................................................ 08


2.2 – SUBESTRUTURAÇÃO......................................................................... 10
2.2.1 Formulação da Condensação Estática Linear ......... 12
2.3 – AÇÕES A CONSIDERAR NAS ESTRUTURAS.......................................... 15
2.3.1 Generalidades............................................................. 15
2.3.2 Cargas Permanentes.................................................. 16
2.3.3 Cargas Acidentais....................................................... 16
2.3.4 Ação do Vento............................................................. 17
2.3.5 Ação Equivalente ao Desaprumo................................ 22

CAPÍTULO 3 – MÉTODOS DE ANÁLISE BIDIMENSIONAL DE PAREDES......... 25

3.1 – MÉTODO DO CONTÍNUO EQUIVALENTE................................................ 25


3.2 – MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS.................................................... 26
3.3 – MÉTODO DAS LIGAÇÕES RÍGIDAS....................................................... 27
3.4 – MÉTODO DAS LIGAÇÕES FLEXÍVEIS.................................................... 28
3.5 – MÉTODO DAS LIGAÇÕES RÍGIDAS MODIFICADO................................... 29
3.6 – COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS DE ANÁLISE DE PAREDES PLANAS. 30
3.6.1 Exemplos Selecionados............................................... 30
3.6.2 Precisão e Eficiência dos Métodos de Análise............. 39
vi

CAPÍTULO 4 – ANÁLISE DAS PAREDES EM MODELOS TRIDIMENSIONAIS


E BIDIMENSIONAIS EQUIVALENTES....................................... 41

4.1 – GENERALIDADES............................................................................ 41
4.2 – EXEMPLO 4.1................................................................................. 43
4.2.1 Descrição, Carregamento e Modelos........................ 43
4.2.2 Resultados das Análises para o exemplo 4.1............ 47
4.2.3 Observações e Comentários...................................... 50
4.3 – EXEMPLO 4.2.................................................................................. 53
4.3.1 Descrição, Carregamento e Modelos......................... 53
4.3.2 Resultados das Análises para o exemplo 4.2........... 55
4.3.3 Observações e Comentários..................................... 56
4.4 – EXEMPLO 4.3.................................................................................. 57
4.4.1 Descrição, Carregamento e Modelos.......................... 57
4.4.2 Resultados das Análises para o exemplo 4.3............. 61
4.4.3 Observações e Comentários....................................... 67

CAPÍTULO 5 – SUPERELEMENTO PAINEL......................................................... 70

5.1 – DEFINIÇÃO DO TIPO DE ANÁLISE........................................................ 70


5.2 – FORMULAÇÃO DO SUPERELEMENTO................................................... 71
5.2.1 Formulação dos Elementos Planos............................. 71
5.2.2 Montagem do Superelemento no Sistema Local......... 75
5.2.3 Condensação Estática Linear...................................... 76
5.2.4 Montagem da Estrutura Global................................... 76
5.2.5 Resolução da Estrutura e Obtenção dos Esforços..... 77

CAPÍTULO 6 – IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL...................................... 78

6.1 – GENERALIDADES............................................................................. 78
6.2 – ESTRUTURA DO PROGRAMA EDALV................................................. 79
6.2.1 Módulo ALVENA......................................................... 80
6.2.2 Módulo DIAFRAGMA.................................................. 88
6.2.3 Módulo PAINEL........................................................... 90
6.2.4 Módulo RESOLVE....................................................... 93
vii

CAPÍTULO 7 – VERIFICAÇÃO DO PROGRAMA E EXEMPLOS......................... 98

7.1 – GENERALIDADES.............................................................................. 98
7.2 – EXEMPLO 7.1................................................................................... 98
7.2.1 Descrição e Posicionamento dos Superelementos..... 98
7.2.2 Resultados das Análises para o exemplo 7.1............ 100
7.2.3 Observações e Comentários...................................... 102
7.3 – EXEMPLO 7.2................................................................................... 103
7.3.1 Descrição..................................................................... 103
7.3.2 Resultados das Análises para o exemplo 7.2............ 104
7.3.3 Observações e Comentários...................................... 105

CAPÍTULO 8 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES......................................... 106

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 109


viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Condensação e aplicação de superelementos..............................................12


Figura 2 - Comparação entre perfíl contínuo e escalonado do fator S2.........................21
Figura 3 - Aplicação da carga de vento nas estruturas..................................................22
Figura 4 - Ação equivalente ao desaprumo....................................................................23
Figura 5 - Modelagem de paredes acopladas pelo Método do Contínuo Equivalente...25
Figura 6 - Modelagem de paredes pelo Método dos Elementos Finitos.......................26
Figura 7 - Modelagem de paredes pelo Método das Ligações Rígidas.........................28
Figura 8 - Modelagem de paredes pelo Método das Ligações Flexíveis.......................29
Figura 9 - Modelagem de paredes pelo Método das Ligações Rigidas Modificado.......30
Figura 10 - Dimensões horizontais e carregamento lateral para os
exemplos 3.1 e 3.2......................................................................................33
Figura 11 - Dimensões horizontais e carregamento lateral para os
exemplos 3.3 e 3.4......................................................................................33
Figura 12 - Dimensões horizontais e carregamento lateral para os
exemplos 3.5 e 3.6. ....................................................................................34
Figura 13 - Dimensões horizontais e carregamento lateral para os
exemplos 3.7 e 3.8. ....................................................................................34
Figura 14 - Gráfico altura X deslocamento para exemplo 3.1A......................................35
Figura 15 - Gráfico altura X deslocamento para exemplo 3.1B......................................35
Figura 16 - Gráfico altura X deslocamento para exemplo 3.2........................................36
Figura 17 - Gráfico altura X deslocamento para exemplo 3.3........................................36
Figura 18 - Gráfico altura X deslocamento para exemplo 3.4........................................37
Figura 19 - Gráfico altura X deslocamento para exemplo 3.5........................................37
Figura 20 - Gráfico altura X deslocamento para exemplo 3.6........................................38
Figura 21 - Gráfico altura X deslocamento para exemplo 3.7........................................38
Figura 22 - Gráfico altura X deslocamento para exemplo 3.8........................................39
Figura 23 - Modelo tridimensional para análise do exemplo 4.1....................................43
Figura 24 - Dimensões e discretização do modelo para exemplo 4.1. ..........................46
Figura 25 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para os Painéis 1 e 2
do Exemplo 4.1 com vento atuando no sentido positivo da direção X........47
ix

Figura 26 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para os Painéis 1 e 2


do Exemplo 4.1 com vento atuando no sentido negativo da direção X.......48
Figura 27 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel 3
do Exemplo 4.1 com vento atuando no sentido positivo da direção Y........48
Figura 28 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel 4
do Exemplo 4.1 com vento atuando no sentido positivo da direção Y........49
Figura 29 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para os Painel 5
do Exemplo 4.1 com vento atuando no sentido positivo da direção Y........49
Figura 30 - Detalhe do Gráfico altura X deslocamento horizontal para os Painéis 1
e 2 do Exemplo 4.1 com vento atuando no sentido positivo da direção X..50
Figura 31 - Modelo tridimensional para análise do exemplo 4.2....................................54
Figura 32 - Disposição das paredes na base (exemplo 4.2) .........................................54
Figura 33 - Gráfico altura X deslocamento horizontal do Exemplo 4.2
com vento na direção X...............................................................................55
Figura 34 - Detalhe do gráfico altura X deslocamento horizontal do Exemplo 4.2 ........55
Figura 35 - Gráfico altura X deslocamento horizontal do Exemplo 4.2
com vento na direção Y...............................................................................56
Figura 36 - Perspectiva frontal do exemplo 4.3..............................................................58
Figura 37 - Perspectiva frontal do exemplo 4.3 sem as lajes.........................................58
Figura 38 - Perspectiva dos fundos do exemplo 4.3 sem as lajes.................................59
Figura 39 - Perspectiva dos painéis isolados XZ nas posições corretas
do exemplo 4.3............................................................................................59
Figura 40 - Perspectiva dos painéis isolados XZ do exemplo 4.3..................................60
Figura 41 - Perspectiva dos painéis isolados YZ do exemplo 4.3..................................60
Figura 42 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painéis 1 e 7
do Exemplo 4.3 com vento atuando no sentido positivo da direção Y........61
Figura 43 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painéis 1 e 7
do Exemplo 4.3 com vento atuando no sentido negativo da direção Y.......62
Figura 44 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painéis 2 e 6
do Exemplo 4.3 com vento atuando no sentido positivo da direção Y........62
Figura 45 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painéis 2 e 6
do Exemplo 4.3 com vento atuando no sentido negativo da direção Y.......63
x

Figura 46 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painéis 3 e 5


do Exemplo 4.3 com vento atuando no sentido positivo da direção Y........63
Figura 47 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painéis 3 e 5
do Exemplo 4.3 com vento atuando no sentido negativo da direção Y.......64
Figura 48 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel 4
do Exemplo 4.3 com vento atuando no sentido positivo da direção Y........64
Figura 49 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel 4
do Exemplo 4.3 com vento atuando no sentido negativo da direção Y.......65
Figura 50 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel 8
do Exemplo 4.3 com vento atuando no sentido positivo da direção X........65
Figura 51 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel 9
do Exemplo 4.3 com vento atuando no sentido positivo da direção X........66
Figura 52 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel 10
do Exemplo 4.3 com vento atuando no sentido positivo da direção X........66
Figura 53 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel 10
do Exemplo 4.3 com vento atuando no sentido positivo da direção X........67
Figura 54 - Conectividade e dimensões de um elemento plano.....................................72
Figura 55 - Conectividade de um superelemento PAINEL.............................................83
Figura 56 – Entrada dos dados dos superelementos DIAFRAGMA...............................84
Figura 57 – Definição e posicionamento dos tipos de superelementos PAINEL............98
Figura 58 – Posicionamento dos superelementos DIAFRAGMA...................................99
Figura 59 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel 1
do Exemplo 7.1 com vento atuando no sentido positivo da direção Y......100
Figura 60 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel 1
do Exemplo 7.1 com vento atuando no sentido negativo da direção Y.....101
Figura 61 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel 8
do Exemplo 7.1 com vento atuando no sentido positivo da direção X......101
Figura 62 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel 11
do Exemplo 7.1 com vento atuando no sentido positivo da direção X......102
Figura 63 – Planta baixa de um pavimento tipo do exemplo 7.2..................................103
Figura 64 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel em XZ
do Exemplo 7.2 com vento atuando no sentido positivo da direção X......104
xi

Figura 65 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel em YZ


do Exemplo 7.2 com vento atuando no sentido positivo da direção Y......105
xii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Dados geométricos e parâmetros para determinação da ação


do vento nas paredes....................................................................................31

Tabela 2 - Fator S2 para cálculo da velocidade característica do vento........................32

Tabela 3 - Forças horizontais devidas a ação do vento para exemplo 4.1....................44


Tabela 4 - Diferenças dos deslocamentos médios no topo das paredes nas
análises bidimensionais para exemplo 4.1....................................................51
Tabela 5 - Diferenças dos deslocamentos médios no topo das paredes entre
análises tridimensionais e bidimensionais para exemplo 4.1........................52

Tabela 6 - Forças devidas a ação do vento para exemplo 4.2.......................................53

Tabela 7 - Cargas devidas a ação do vento para exemplo 4.3......................................57

Tabela 8 - Diferenças dos deslocamentos horizontal médios no topo das


paredes nas análises tridimensionais para exemplo 4.3...............................68

Tabela 9 - Diferenças dos deslocamentos horizontais médios no topo das paredes


entre análises tridimensionais e bidimensionais para exemplo 4.3...............69

Tabela 10 - Módulos e arquivos de saída do programa EDALV....................................80

Tabela 11 - Casos de carregamentos resolvidos no programa EDALV.........................81


xiii

RESUMO

A análise de edifícios de alvenaria estrutural, por ser um sistema laminar,


deve ser feita através de um modelo que represente adequadamente o comportamento
deste, principalmente quando submetido a ações laterais. O método mais indicado
atualmente para analisar-se este tipo de estrutura é o Método dos Elementos Finitos.
Entretanto, devido principalmente às dificuldades na entrada dos dados e visualização
dos resultados, os projetistas usualmente adotam diversas simplificações, seja
considerando as paredes totalmente isoladas ou considerando painéis bidimensionais
isolados nas duas direções do edifício em planta.

Para escolher o modelo de paredes mais adequado para a análise de


edifícios de alvenaria estrutural, apresentam-se inicialmente diversos métodos mais
elaborados de análise de paredes planas, comparando-se a precisão e a eficiência
destes. Também analisam-se edifícios de alvenaria estrutural modelados pelo Método
dos Elementos Finitos, comparando-se a precisão e eficiência de diversos tipos de
elementos finitos em modelos tridimensionais, dando-se ênfase aos modelos de
paredes, e também comparando-se os resultados dos modelos tridimensionais com
modelos bidimensionais equivalentes.

Por fim elaborou-se um programa computacional específico para a análise


tridimensional de edifícios de alvenaria estrutural, denominado EDALV. As paredes e
as lajes dos edifícios são modeladas por elementos finitos de estado plano de tensão e
é utilizada a técnica da subestruturação para otimização da análise, através do uso de
superelementos. O programa possui um pré-processador denominado WINEDALV,
onde é feita a entrada dos dados, através de caixas de diálogo, e a geração automática
da malha dos elementos e dos carregamentos.

Este programa foi verificado comparando-se os resultados com os obtidos


através do programa SAP2000, para diversos exemplos de edifícios de alvenaria
estrutural submetidos a cargas verticais e cargas laterais provocadas pela ação do
vento.
xiv

ABSTRACT

In masonry buildings, the floor slabs and structural walls form a box-type
structural system, which displays a complex behavior, especially when submitted to
lateral loads. The finite element method has proved to be one of the most suitable
methods for the analysis of such structural systems. Nevertheless, due to the large
amount of data and high computational effort required by most finite element softwares,
designers often prefer simplified methods to analyze masonry buildings. In such
methods, the floor diaphragms are either treated as rigid or as flexible, and the shear
walls are either treated independently, neglecting the connecting beams, or analyzed by
means of 2D methods, in the longitudinal and transverse building direction.

To choose the most appropriate wall model for the structural analysis of
masonry buildings, several 2D methods for structural walls, including the Finite Element
Method, are initially investigated and their accuracy and efficiency are compared. For
2D analysis of masonry buildings, different plane stress elements (4 and 8-node) are
also investigated and compared. Moreover, in order to investigate the effect of wall out-
of-plane stiffness, plane stress and shell elements are used to model structural walls in
3D analysis of masonry buildings.

Finally a 3D simplified model, where both walls and slabs are modeled by
plane stress elements, was developed for the analysis of masonry buildings. The
substructure technique is employed, by means of the use of superelements, and the
model is implemented into a specific computer program, named EDALV. A pre-
processor program named WinEDALV, that allows input data and output results via
“Windows”, was also developed. This program also generates the building finite element
mesh from the typical WALL superelement meshes defined by the user.

This computer program has been validated by comparison with SAP2000


program, by analyzing a large number of examples of masonry buildings under both
vertical loads and horizontal loads caused by wind action.
Capítulo 1 - Introdução 1

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

Desde os primórdios da cultura humana, a arte de construir tem evoluído


com base em um processo de tentativa e erro. Muitas técnicas construtivas foram
aprendidas durante este processo, dentre elas está a alvenaria estrutural, que vem
sendo utilizada há milhares e anos.

Antigas civilizações, tais como as dos egípcios, gregos e romanos, fizeram


um amplo uso de alvenaria de pedra. Destaca-se a pirâmide de Quéops, no Egito, que
ainda hoje é uma das maiores estruturas construídas pelo homem e o Farol de
Alexandria, com 167m de altura, que auxiliava os navegadores do mediterrâneo.

As civilações pré-colombianas também utilizaram amplamante a alvenaria de


pedra em suas construções, representadas por templos e palácios. Como exemplo das
construções pode-se citar o Templo do Sol (com formato pirâmidal), construído na
antiga cidade de Teotihuacán (anterior à Tenochtitlán) pela civilização Asteca. Além
desta destaca-se a Pirâmida do Advinho, em Uxmal, um dos centros mais
representativos da civilização Maia. Quanto aos Incas destaca-se a cidade de Machu
Picchu, no Peru, onde foram construídos palácios, praças, fontes, aquedutos e
escadarias com enormes blocos de pedra.

As primeiras construções em alvenarias de tijolos de argila datam do ano


10000 a.C. em construções assírias e persas, nas quais utilizavam-se tijolos
queimados ao sol. Estes mesmos povos já utilizavam os tijolos queimados em fornos
no ano 3000 a.C.. Desde então, inúmeras obras de grande importância tem aparecido
ao longo dos séculos.

Na era pré-moderna, a alvenaria não-armada de tijolos desenvolveu-se


bastante na Europa e nos Estados Unidos. Não obstante, estas estruturas eram
dimensionadas empiricamente, baseadas em experiências anteriores ou na intuição de
projetistas e construtores. Sendo assim, os edifícios construídos possuíam paredes

Modelagem de Paredes na Análise Tridimensional de Edifícios de Alvenaria Estrutural


Autor: Gennyson Gonchorovski Orientação: Henriette Lebre La Rovere
Capítulo 1 - Introdução 2

bastante robustas, o que acabou desencorajando os engenheiros a projetar edifícios


altos em alvenaria estrutural.

Como exemplo de construção desta época, pode-se citar o Edifício


Monadnock, construído em Chicago de 1889 a 1921. Este edifício, com 16 andares,
possuía paredes de 1,80m de espessura na base para resistir as cargas laterais
produzidas pela ação do vento. Deve-se ressaltar que, com os materiais e métodos de
cálculo atuais, estas paredes poderiam ter menos de 30cm.

Com o surgimento do aço e do concreto armado no final do século XIX, e,


posteriormente, do concreto protendido, a alvenaria estrutural passou a ser pouco
utilizada durante certo tempo se comparada aos novos sistemas construtivos.

Após a Segunda Guerra Mundial, houve uma retomada das construções em


alvenaria, principalmente não-armada, com o intuito de reconstrução das cidades. Esta
retomada induziu a evolução dos métodos de cálculo e o desenvolvimento das
industrias de blocos de concreto. Um dos marcos construtivos desta época é um
edifício de 18 pavimentos, construído em Schwamendingen na Suíça em 1957,
construído em alvenaria de tijolos maciços, sendo considerado por alguns autores o
primeiro em alvenaria estrutural não armada.

Em 1966 foi editado o primeiro código americano de alvenaria estrutural


(Recommended Building Code Requirements for Engineered Brick Masonry) e
construiu-se um edifício com 17 pavimentos em alvenaria armada, o “Park Mayfair
East”, que já esteve sujeito a abalos sísmicos sem qualquer efeito prejudicial em sua
estrutura.

No Brasil, a alvenaria estrutural passou a ser discutida na década de 70,


sendo o Conjunto Habitacional Central Parque da Lapa, construído em 1966 em
alvenaria armada, a primeira obra importante desta época. Atualmente já estão sendo
construídos edifícios de até 24 pavimentos em alvenaria estrutural armada de blocos
de concreto.

Quanto à normalização brasileira de componentes e elementos de alvenaria,


segundo Nelson dos Santos Gomes (ABCI, 1990), pode-se considerar que seu inicio

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Capítulo 1 - Introdução 3

ocorreu em 1931 quando o Instituto de Engenharia de São Paulo designou uma


Comissão Especial para elaborar uma tentativa de especificação dos tijolos comuns
(somente maciços) de fabricação manual ou mecânica. Foram realizados diversos
ensaios no Laboratório de Ensaios de Meteriais da Escola Politécnica tendo como
conclusões o estabelecimento das categorias de tijolos maciços em relação a
resistência a compressão. Os valores foram considerados moderados em relação a
algumas normas estrangeiras da época.

Atualmente existem a NBR 8798/85 – Execução e controle de obras em


alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto e a NBR 10837/98 – Cálculo de
obras em alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto.

A possíbilidade de redução de custos levou diversas empresas a adotarem o


sistema construtivo em alvenaria estrutural, em busca de maior competitividade e
qualidade. Isto ocorre, principalmente, devido à racionalização dos projetos e ao fato
das paredes serem utilizadas com várias funções, ou seja, servem como elementos de
vedação e estrutural simultâneamente. Além disso, o sistema apresenta uma maior
industrialização da construção permitindo maior rapidez na execução, menor
desperdício de materiais e, principalmente, maior padronização dos procedimentos na
obra. Desta forma, as estruturas em alvenaria estrutural não ficam restritas a pequenas
obras, passando a ser empregada, também, em edifícios altos.

1.2 RELEVÂNCIA E JUSTIFICATIVA DO ESTUDO

A análise de edifícios de alvenaria estrutural submetidos a cargas laterais,


principalmente no caso de edifícios altos, é fundamental, pois provocam, além de
esforços axiais, esforços de flexão e cisalhamento, principalmente no plano das
paredes, podendo causar tensões de tração que não são resistidas pelas alvenarias,
devendo-se, então, armar a parede ou redimensioná-la, no caso de alvenaria não
armada.

Existem duas maneiras básicas de se modelar e analisar edifícios de


alvenaria estrutural submetidos à cargas laterais (e verticais):

ª através de modelos tridimensionais

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Capítulo 1 - Introdução 4

ª através de modelos bidimensionais equivalentes nas direções X e Y do


sistema estrutural em planta.

Em análises elásticas lineares, um modelo tridimensional no qual tanto as


lajes como as paredes estruturais são modeladas por elementos finitos de casca seria
o ideal e mais realista, pois não é necessária nenhuma hipótese quanto à rigidez dos
diafragmas e obtêm-se tanto os esforços no plano como os fora do plano das lajes e
paredes. Entretanto, este modelo resulta em um número excessivo de graus de
liberdade, principalmente no caso de edifícios altos, o que faz com que nem sempre
análises realizadas em microcomputadores, mais frequentes nos projetos estruturais
atuais, sejam viáveis.

Além disso, existe o problema da entrada e saída de dados que pode ficar
lenta no caso de muitos elementos e exige que o projetista possua embasamento
teórico e experiência neste tipo de análise. Este problema é maior na presença de
paredes com aberturas onde a geração de malhas é ainda mais trabalhosa. Devido a
estes motivos, modelos bidimensionais equivalentes vêm sendo mais utilizados na
análise de edifícios de alvenaria estrutural.

Nos modelos bidimensionais o edifício é idealizado por uma associação de


painéis, em que são desprezados os esforços fora de seu plano e, muitas vezes,
despreza-se também o efeito dos flanges: para diafragmas flexíveis os painéis são
considerados independentes nas direções X e Y e as cargas laterais são distribuídas
pelos painéis de acordo com a área de influência das fachadas; para diafragmas
rígidos as cargas laterais são distribuídas proporcionalmente à rigidez das paredes,
que depende de sua rigidez ao cortante e de sua rigidez polar, de acordo com sua
distância ao centro de torção do sistema estrutural.

Após a distribuição de cargas obtêm-se os esforços no plano das paredes. A


rigidez e os esforços das paredes podem tanto ser obtidos por métodos mais
elaborados como por métodos aproximados. Entre os métodos elaborados
(bidimensionais) pode-se citar o Método dos Elementos Finitos (elementos de estado
plano de tensões), o Método das Ligações Flexíveis, o Método das Ligações Rígidas, o
Método do Contínuo Equivalente e o Método das Ligações Rígidas Modificado. Nos
métodos aproximados admite-se que a parede entre os diafragmas tem suas
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Capítulo 1 - Introdução 5

extremidades engastada e livre (em geral nos pavimentos superiores) ou bi-engastadas


(em geral nos pavimentos inferiores), ou ainda considera-se a parede em toda a sua
altura como engastada e livre. Observa-se que os esforços encontrados diferem
substancialmente, inclusive surgindo ou não tensões de tração, de acordo com a
hipótese escolhida. Além disso, para paredes com aberturas, as vigas de ligações entre
as paredes intermediárias não são levadas em conta na maioria dos métodos
aproximados, desprezando-se, assim, os esforços axiais nas paredes intermediárias
decorrentes do binário resultante das forças cortantes que surgem nas vigas de
ligação.

Apesar dos modelos bidimensionais combinados com métodos aproximados


não serem precisos, sendo os resultados dependentes das hipóteses simplificadoras,
são os mais utilizados atualmente em projetos de alvenaria estrutural, por serem
simples e facilmente implementados em programas computacionais ou em planilhas
eletrônicas, ou mesmo em calculadoras. Os modelos bidimensionais que utilizam o
Método das Ligações Flexíveis ou o Método dos Elementos Finitos são mais precisos e
fornecem, em geral, resultados a favor da segurança em comparação com modelos
tridimensionais. No entanto, sua implementação computacional não é tão simples e a
entrada de dados é bem mais lenta. Uma desvantagem dos modelos bidimensionais
em relação aos tridimensionais ocorre no caso de diafragmas semi-rígidos (como lajes
pré-moldadas e em alguns casos maciças), mais utilizados na prática, pois a
distribuição de cargas laterais depende da rigidez do diafragma (BRISOT, 2001).

Surge assim a necessidade de criar-se um modelo mais realista e eficiente,


que seja ao mesmo tempo simples e forneça resultados precisos e que possa ser
implementado em programas computacionais para rápidas análises em
microcomputadores, de forma a ser utilizado em projetos estruturais de edifícios de
alvenaria estrutural.

Modelagem de Paredes na Análise Tridimensional de Edifícios de Alvenaria Estrutural


Autor: Gennyson Gonchorovski Orientação: Henriette Lebre La Rovere
Capítulo 1 - Introdução 6

1.3 OBJETIVOS DO ESTUDO

1.3.1 Objetivo geral

Esta dissertação está inserida em um projeto de pesquisa que tem como


intuito modernizar e automatizar a análise de edifícios em alvenaria estrutural. Esta
análise será feita através de modelos tridimensionais onde serão utilizados métodos
mais elaborados e, por fim, será desenvolvido um programa computacional eficiente e
de fácil utilização, de forma que possa ser utilizado por projetistas estruturais. Este
programa será denominado EDALV, desenvolvido na linguagem FORTRAN 90 e será
baseado em programas desenvolvidos anteriormente, cuja estrutura interna é similar à
do programa SAP2000. Também será desenvolvido um programa pré-processador
denominado WINEDALV para facilitar a entrada de dados e gerar automaticamente a
malha de elementos finitos dos edifícios.

Este projeto poderá ser estendido posteriormente para o dimensionamento e


detalhamento das paredes, no caso de alvenaria armada, ou então para o
dimensionamento e a verificação de tensões das paredes no caso de alvenaria não-
armada.

1.3.2 Objetivos específicos

Serão abordados nesta dissertação os assuntos referentes à análise de


paredes em um edifício de alvenaria estrutural.

Para isto serão analisados diversos modelos bidimensionais de análise de


paredes, sendo estes comparados entre si no que se refere à eficiência dos resultados,
esforços computacionais e aplicabilidade em um modelo tridimensional.

Finalmente, com base nos estudos supra referidos, será desenvolvido um


modelo de paredes para análise tridimensional de edifícios em alvenaria estrutural,
sendo este modelo implementado utilizando-se a técnica de subestruturação para criar
superelementos em um programa computacional denominado EDALV que fará a
análise tridimensional do edifício como um todo.

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Capítulo 1 - Introdução 7

1.4 ESTRUTURAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

O trabalho será dividido em 7 capítulos, sendo este primeiro o que contém


as considerações iniciais, a justificativa e relevância do trabalho, bem como a definição
do escopo e organização deste.

No Capítulo 2 é feita uma revisão bibliográfica onde aborda-se a concepção


estrutural de edifícios de alvenaria estrutural, a técnica de subestruturação e as ações
que devem ser consideradas nas análise estruturais.

No Capítulo 3 são apresentados divesos métodos de análise de paredes


planas (análise bidimensional). São analisados diversos exemplos de paredes planas,
através destes métodos, sendo comparados a precisão dos resultados e esforços
computacionais.

No Capítulo 4 são analisados edifícios de alvenaria estrutural modelados


pelo Método dos Elementos Finitos, onde são comparados diversos tipos de elementos
em modelos tridimensionais, sendo comparadas também as análises tridimensionais
com análises bidimensionais equivalentes.

No Capítulo 5 é feita a justificativa do tipo de análise que será implementada


no programa computacional para análise de edifícios de alvenaria estrutural sendo
também explicada a formulação dos superelementos PAINEL, incluindo a montagem e
condensação estática das matrizes de rigidez destes.

No Capítulo 6 é explicada a implementação computacional do programa


WINEDALV.

No Capítulo 7 é feita uma verificação do programa comparando-se os


resultados obtidos com os obtidos no programa SAP2000 para elementos iguais aos
utilizados pelo programa EDALV (planos) e para elementos de casca.

E finalmente, no Capítulo 8 apresentam-se as conclusões e recomendações


aos futuros trabalhos sobre o assunto.

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Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica 8

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 CONCEPÇÃO ESTRUTURAL

Desde as mais remotas eras, o homem utiliza a alvenaria das mais diversas
formas estruturais, sempre tirando proveito da capacidade resistente à compresão,
inerente a este material.

Nos edifícios onde é utilizado o sistema estrutural em alvenaria, as paredes


são responsáveis não só pela vedação, mas também, por resistir às cargas verticais e
horizontais. Sendo assim, é essencial que os projetos arquitetônicos sejam
desenvolvidos com a participação efetiva dos projetistas da estrutura e dos sistemas
hidro-sanitário e elétrico.

Um princípio básico a ser considerado ao se projetar um edifício em


alvenaria estrutural é de que os espaços devem ser concebidos por meio de painéis
laminares e não de pórticos de barras. Por outro lado, a criação do homem deve ser
livre para permitir assim a exploração de novas formas estruturais sempre tendo em
mente as propriedades peculiares do material estrutural empregado.

A tipologia estrutural adotada nos projetos de edifícios de alvenaria conduz


quase sempre a estruturas portantes do tipo laminar, ou seja, um sistema em caixão
constituído de painéis, que são as lajes e as paredes estruturais. Portanto, a maneira
ideal e mais realista para se analisar este tipo de estrutura é através de modelos em
elementos finitos, onde, as lajes e as paredes são representadas por elementos de
casca fina. Nestes modelos são contemplados não só os esforços nos planos das lajes
e paredes, mas também os fora destes planos, não sendo necessária a adoção de
hipóteses em relação à rigidez dos diafragmas.

Entretanto, a principal desvantagem da análise tridimensional com


elementos finitos de casca é o excessivo número de graus de liberdade, o que faz com
que esta análise, atualmente, nem sempre seja viável para ser efetuada nos
computadores utilizados nos projetos estruturais. Além disso, nos casos onde seria
possível sua aplicação, existe o problema de que a entrada de dados normalmente é

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Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica 9

extremamente trabalhosa e lenta, devendo ser feita via arquivo de dados e exigindo
que o projetista tenha ampla experiência e esteja habituado à este tipo de análise. Este
problema ainda é agravado quando se trata de paredes com aberturas, pelo fato de
tornar mais difícil a geração automática da malha de elementos finitos.

A visualização e interpretação dos resultados, em uma análise tridimensional


com elementos finitos, também é bastante difícil. Apesar de existirem alguns
programas onde os esforços são esboçados graficamente por curvas de isotensões, é
mister que o analista tenha experiência, formação, fundamentação e sensibilidade para
avaliar criticamente os resultados obtidos e proceder às mudanças necessárias no
modelo quando for conveniente.

Outro fator relevante é que os programas computacionais, com capacidade


de análise por elementos finitos do tipo casca, disponíveis comercialmente exigem um
grande investimento, tornando-se então, de difícil acesso para projetistas de estruturas.
Este problema só será mitigado a partir do momento que os empresários ou mesmo os
engenheiros contratantes dos projetos, conseguirem absorver a idéia de que quanto
maior a qualidade da análise e consequentemente do projeto estrutural, menor será o
custo final da obra e melhor será a funcionalidade do empreendimento. Obviamente
que para isto, os projetistas devem ser mais valorizados, entretanto, estes custos com
os projetos não são proporcionais às vantagens proporcionadas nos custos finais da
obra, sendo estas últimas incomensuravelmente maiores.

Por todos os motivos supra referidos, normalmente os edifícios de alvenaria


estrutural são analisados através de modelos bidimensionais equivalentes, idealizando-
se o edifício por uma associação de diversos painéis sendo muitas vezes as lajes
consideradas como diafragmas rígidos.

A obtenção dos esforços nas paredes pode ser feita através de métodos
aproximados, normalmente com o auxílio de planilhas eletrônicas, sendo que as
aberturas nas paredes são desprezadas ou consideradas aproximadamente, sendo
estas paredes consideradas em geral engastadas na base e livres no topo ou bi-
engastadas dependendo da posição. Geralmente consideram-se as paredes nos
pavimentos superiores engastadas e livres e as paredes nos pavimentos inferiores bi-
engastadas.
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Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica 10

Podem-se também utilizar métodos bidimensionais mais elaborados como o


método dos elementos finitos (com elementos de estado plano de tensões), método
das ligações contínuas, método das ligações rígidas, método das ligações flexiveis e
método das ligações rígidas modificado (ALMEIDA, 1995) para se obter a rigidez e os
esforços nas paredes.

Nestes casos, seja nos métodos aproximados ou mais elaborados de análise


bidimensional equivalente, a distribuição das forças laterais pelas paredes estruturais
depende da rigidez do diafragma e da posição da linha de ação resultante das forças
laterais em relação ao centro de rigidez do sistema estrutural em planta (ALMEIDA,
1995).

Os modelos bidimensionais fornecem em geral resultados a favor da


segurança em relação aos modelos tridimensionais. A adoção de diferentes métodos
bidimensionais conduz, no entanto, a resultados bem diferentes, nem tanto em relação
à distribuição de cargas laterais, mas principalmente no que diz respeito aos esforços
nas paredes.

Nesta dissertação busca-se um modelo para analisar edifícios de alvenaria


estrutural que, além de aproximar melhor o comportamento real da estrutura, seja
eficiente e de fácil utilização, de forma a que seja utilizado por projetistas nos
escritórios de cálculo.

2.2 SUBESTRUTURAÇÃO

Existem diversas situações onde é recomendável dividir-se a análise de uma


estrutura complexa em partes. Estas partes, por serem menores e mais simples,
proporcionam aos projetistas um maior e melhor entendimento do comportamento
destas.

Um exemplo clássico de divisão de estruturas é quando se analisam, de


forma isolada, lajes, vigas e pilares de um edifício, cuja estrutura é um pórtico espacial.
Ao adotar-se este procedimento, analisam-se inicialmente as lajes considerando-se as
vigas em seu entorno indeslocáveis. Após a obtenção das reações das lajes sobre as
vigas, analisam-se estas, em geral, também considerando seus apoios indeslocáveis.

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Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica 11

Por fim é feita a composição das cargas do edifício nos pilares dos diversos
pavimentos chegando-se aos esforços nas fundações.

Nas análises de estruturas reticuladas feitas com o auxílio de computadores,


é possível avaliar seu comportamento como um pórtico espacial, ou em casos
especiais, associar a estes pórticos elementos laminares modelados por elementos
finitos.

Não obstante, em estruturas grandes, devido ao excessivo número de graus


de liberdade, não é recomendável que a análise seja feita em uma única vez, tornando-
se então necessária a divisão da estrutura em partes. Computacionalmente, esta
divisão de uma estrutura em regiões menores é tratada como subestruturação.

Esta divisão pode recursivamente ser estendida para o interior de


determinadas subestruturas, criando-se assim, uma subestruturação em vários níveis.
Cada subestrutura pode ser tratada como um superelemento, ou seja, uma espécie de
elemento finito complexo, conforme mostra a Figura 1. Nestes superelementos devem
ser distinguidos os pontos nodais internos, ou seja, aqueles que pertencem apenas a
este superelemento, dos nós externos ou de contorno que são comuns ao
superelemento e também a outros superelementos ou a estrutura global. Na realidade
esta divisão de nós pode ser extendida para cada grau de liberdade destes, podendo
um mesmo nó possuir graus de liberdade internos e externos.

Inicialmente cada subestrutura é analisada de forma isolada, por meio de um


processo de condensação estática. Mediante este processo, são estabelecidas
relações entre deslocamentos e forças aplicadas em todos seus graus de liberdade,
constituindo-se a matriz de rigidez e o vetor de cargas equivalentes condensados nos
seus graus de liberdade externos.

Uma vez feita a condensação de todas as subestruturas, efetua-se a


montagem da matriz de rigidez e do vetor de cargas nodais equivalentes da estrutura
global. Assim o sistema de equações a ser resolvido tem como incógnitos somente os
deslocamentos dos graus de liberdade externos de cada subestrutura, tendo-se,
portanto, uma quantidade muito menor de incógnitas, se comparada a uma análise sem
subestruturação.

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discretização da malha

superelemento após condensação

aplicação na estrutura global

Figura 1 - Condensação e aplicação de superelementos.

Com a solução do sistema de equações, determinam-se os deslocamentos


dos graus de liberdade externos dos superelementos, podendo-se então se analisar
separadamente estes. Conhecidos os deslocamentos dos graus de liberdade externos,
calculam-se os dos nós internos e, em seguida, os esforços em seus elementos
constituintes.

2.2.1 Formulação da Condensação Estática Linear

A Análise Matricial de Estruturas é um tópico da Análise Estrutural, ou


Mecânica das Estruturas, em que as equações que regem o problema a resolver são
formuladas matricialmente, sejam equações de equilíbrio de forças ou de
compatibilidade de deformações, dependendo do método utilizado.

A maioria das estruturas utilizadas na prática são hiperestáticas, ou seja, são


estaticamente indeterminadas. Estas estruturas podem ser analisadas através de dois
métodos clássicos de análise estrutural: Método das Forças e Método dos

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Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica 13

Deslocamentos. O Método dos deslocamentos com formulação matricial é o mais


adequado para implementação em programas computacionais.

Sendo assim, o sistema de equações a ser resolvido pode ser expresso na


forma:
[S ] ⋅ {D} = {A} (Eq. 1)

onde [S] é a matriz de rigidez da estrutura, {D} é o vetor de deslocamentos nodais e

{A} é o vetor de ações nodais (ações diretamente aplicadas nos nós e ações nos nós
equivalentes a cargas aplicadas ao longo dos elementos).

Nestas análises, as estruturas são divididas em elementos ou


superelementos, sendo as matrizes de rigidez e o vetor de ações de cada elemento
calculado isoladamente e, a partir destes, obtem-se a matriz de rigidez global da
estrutura e o vetor de ações somando-se as contribuições correspondentes aos
mesmos graus de liberdade, ou seja, para um número de elementos igual a nel temos:
nel (Eq. 2)
[S ] = ∑ [S ]i
i =1

nel (Eq. 3)
{A} = ∑ {A}i
i =1

onde [S]i e {A}i são as matrizes de rigidez e os vetores de ações de cada elemento ou
superelemento respectivamente.

A obtenção das matrizes de rigidez e vetores de ações individuais dos


elementos básicos, ou seja, do tipo barras ou elementos finitos simples, é assunto
bastante conhecido sendo extensa a bibliografia. Para o caso de superelementos,
estas matrizes são obtidas através de um processo de condensação estática conforme
segue.

Inicialmente, da mesma forma que para uma estrutura global, deve-se


proceder à soma das contribuições correspondentes aos mesmos graus de liberdade
das rigidezes e ações de todos os elementos que compõe o superelemento. Estes
elementos podem ser básicos ou outros superelementos, sendo que neste caso,
necessáriamente estes já tenham passado pelo processo de condensação da matriz de
rigidez e do vetor de ações.

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Após a soma das contribuições de todos os elementos da região destinada a


constituir o superelemento, ordena-se as equações de equilíbrio de forma a separar os
graus de liberdade externos e internos da seguinte forma:

 S ee S ei   De   Ae  (Eq. 4)
S ⋅ = 
 ie S ii   Di   Ai 

sendo: [See] ⇒ Sub-matriz de [S] que contém os coeficientes de influência dos


deslocamentos dos graus de liberdade externos (e) sobre ações
nos graus de liberdade externos (e);

[Sei] ⇒ Sub-matriz de [S] que contém os coeficientes de influência dos


deslocamentos dos graus de liberdade internos (i) sobre ações nos
graus de liberdade externos (e);

[Sie] ⇒ Sub-matriz de [S] que contém os coeficientes de influência dos


deslocamentos dos graus de liberdade externos (e) sobre ações
nos graus de liberdade internos (i);

[Sii] ⇒ Sub-matriz de [S] que contém os coeficientes de influência dos


deslocamentos dos graus de liberdade internos (i) sobre ações nos
graus de liberdade internos (i);

[De] ⇒ Sub-vetor de [D] que contém deslocamentos dos graus de


liberdade externos (e);

[Di] ⇒ Sub-vetor de [D] que contém deslocamentos dos graus de


liberdade internos (i);

[Ae] ⇒ Sub-vetor de [A] que contém as ações aplicadas nos graus de


liberdade externos (e);

[Ai] ⇒ Sub-vetor de [A] que contém as ações aplicadas nos graus de


liberdade internos (i);

Deve-se observar que a condensação é feita considerando-se que todos os


graus de liberdade da estrutura são livres. Se houverem graus de liberdade restringidos

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Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica 14

na subestrutura estes deverão ser considerados externos e posteriormente será feita a


sua restrição juntamente com as demais da estrutura global.

Explicitando-se o sistema de equações 4, tem-se que:


(Eq. 5)
[S ee ] ⋅ {De } + [S ei ] ⋅ {Di } = {Ae }
{ [S ie ] ⋅ {De } + [S ii ] ⋅ {Di } = {Ai } (Eq. 6)

Pode-se reescrever a equação 6 da seguinte forma:


{Di } = [S ii ]−1 ⋅ ({Ai } − [S ie ] ⋅ {De }) (Eq. 7)

Substituindo-se a equação 7 na equação 5 obtem-se:


[See ] ⋅ {De } − [Sei ] ⋅ [Sii ]−1 ⋅ [Sie ] ⋅ {De } = {Ae } − [Sei ] ⋅ [Sii ]−1 ⋅ {Ai } (Eq. 8)

Reescrevendo-se a equação 8:
([S ee ] − [Sei ] ⋅ [Sii ]−1 ⋅ [Sie ])⋅ {De } = {Ae } − [Sei ] ⋅ [Sii ]−1 ⋅ {Ai } (Eq. 9)

Tem-se então:
[Scond ] = [See ] − [Sei ] ⋅ [Sii ]−1 ⋅ [Sie ] (Eq. 10)

{Acond } = {Ae } − [Sei ] ⋅ [Sii ]−1 ⋅ {Ai } (Eq. 11)

sendo: [Scond] ⇒ Matriz de rigidez do superelemento condensada em função dos


deslocamento dos graus de liberdade externos deste;
{Acond} ⇒ Vetor de ações do superelemento condensado em função dos
deslocamento dos graus de liberdade externos deste;

A matriz de rigidez e o vetor de ações condensado são os utilizados na


análise global da estrutura para obtenção dos deslocamentos de todos os graus de
liberdade externos. Após esta análise, quando for conveniente a análise dos
deslocamentos e esforços dos nós internos aos superelementos, estes poderão ser
determinados através da expressão 7, sendo agora os deslocamentos dos graus de
liberdade externos já conhecidos.

Outra grande vantagem das análises com utilização da subestruturação é


fato de que a análise local de cada superelemento poder ser feita em qualquer tempo

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após a análise da estrutura principal, o que permite ao analista interagir na modelagem


da estrutura de forma mais dinâmica, ou seja, como o tempo de processamento da
estrutura global é muito menor e não é necessário na fase de lançamento a observação
de todos os deslocamentos e esforços, podendo-se observar estes somente nos
pontos mais importantes e então proceder-se, se necessário, alterações no modelo
sempre em busca de uma otimização da estrutura.

2.3 AÇÕES A CONSIDERAR NAS ESTRUTURAS

2.3.1 Generalidades

O principal objetivo de um projeto estrutural é a disposição e determinação


da forma e tamanho dos elementos estruturais, bem como suas ligações, de forma que
estes sejam capazes de suportar com segurança e economia todas as cargas a que
neles se apliquem. Para que este objetivo seja plenamente alcançado é indispensável
o conhecimento de todas as cargas máximas prováveis na estrutura e suas
combinações.

Cabe aos engenheiros responsáveis pelas estruturas a determinação das


combinações racionais que possam produzir os máximos esforços e deformações nas
diferentes partes da estrutura. Entretanto, não é possível projetar-se uma estrutura
normal que possa resistir a todas as combinações de cargas possíveis, tampouco a
atuação de forças excepcionalmente grandes (como as produzidas em uma explosão,
ou outro tipo de acidente, por exemplo), por este motivo, um projeto estrutural é
necessariamente incerto.

Poderiam ser feitos estudos estatísticos e probabilísticos das intensidades


das cargas e do funcionamento estrutural para cada tipo de edificação, calculando-se
as perdas econômicas e os danos aos seres humanos (sendo que estes podem ser
bastante divergentes), porém, atualmente a magnitude das cargas mínimas a serem
utilizadas nos projetos estruturais é estabelecida por normas específicas.

Para edifícios de alvenaria estrutural, a maioria das normas de cálculo


estrutural (ABNT - NBR 1837 e ACI 530-95 / ASCE 5-95 / TMS 402-95), adotam para o

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dimensionamento das paredes, o critério de tensões admissíveis. Sendo assim, neste


trabalho, serão utilizadas as cargas em serviço provocadas pela ação do peso próprio,
sobrecargas permanentes, sobrecargas acidentais, ação do vento e ação equivalente
ao desaprumo das paredes.

2.3.2 Cargas Permanentes

As cargas permanentes a serem consideradas em um projeto estrutural são


constituídas pelo peso próprio dos componentes estruturais e por todas as demais
cargas fixas das construções.

Portanto, devem ser contemplados os pesos próprios das paredes e das


lajes, bem como os enchimentos e revestimentos sobre as lajes.

Quanto ao peso próprio das paredes, o valor a ser adotado para blocos
estruturais de concreto de 14 cm de espessura é aproximadamente 13,5 kN/m³
(dependendo das espessuras das juntas e revestimentos) para paredes não
grauteadas e 23,5 kN/m³ para paredes grauteadas. No caso de blocos com 19 cm de
espessura estes valores passam a ser 11,0 kN/m³ e 23,0 kN/m³ respectivamente.

O uso ou não de paredes grauteadas depende dos esforços solicitantes das


paredes, pois o grauteamento aumenta a resitência a compressão das paredes e é
essencial para a transmissão dos esforços para as barras de aço no caso das
alvenarias armadas.

Não obstante, usualmente os vazios nos encontros das paredes e junto às


aberturas são armados e grauteados, portanto, mesmo tratando-se de paredes não
grauteadas, é recomendável a adoção de um valor médio para o peso próprio das
paredes como sendo algo entre 19,0 kN/m³ e 20,0 kN/m³ nos projetos.

2.3.3 Cargas Acidentais

As sobrecargas acidentais a serem contempladas nos projetos estruturais


são em geral provenientes de multidão, máquinas e/ou móveis. Em edificações usuais
estas cargas atuam somente em uma parte da vida da estrutura, entretanto é

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Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica 17

plenamente necessária a sua consideração com valores moderadamente elevados


para que quando estiverem atuando não comprometa o seu uso.

Geralmente não existe uma preocupação em se obter uma distribuição


verdadeiramente racional das sobrecargas acidentais. Por simplicidade, são utilizados
nos projetos, valores preconizados em normas específicas. Estes valores, usualmente,
são expressos como cargas distribuídas que variam de acordo com a destinação e uso
da construção. A aplicação destas cargas é feita em todas as áreas dos pavimentos,
desprezando-se o fato destas poderem atuar apenas em uma determinada região.

No Brasil, os valores de cargas acidentais à serem consideradas nos


projetos são preconizados na norma NBR6120 - Cargas para o Cálculo de Estruturas
de Edifícios (ABNT, 1980). Os valores preconizados para edifícios residenciais são 1,5
kN/m² ou 2,0 kN/m² dependendo do uso de cada cômodo. Estes serão os valores
adotados neste trabalho.

2.3.4 Ação do Vento

Dentre as cargas horizontais com possível incidência sobre uma edificação,


certamente, as originadas pela ação do vento são as mais comuns. A magnitude,
frequência e distribuição destas cargas dependem de vários fatores como a velocidade
e direção do vento e a altura, forma e localização geográfica e topográfica da estrutura.

O vento natural consiste em um escoamento de caráter turbulento composto


por uma componente de variação lenta à qual se superpõem flutuações aleatórias. O
movimento do ar deve-se primordialmente a gradientes na pressão atmosférica, que
podem ser determinados a partir das curvas de igual pressão barométrica, as isóbaras.

O movimento de ar em grande escala é afetado pela rotação da Terra, que


provoca dois efeitos. O primeiro deles esta relacionada com a aceleração centrífuga e
pode ser desprezado, uma vez que esta aceleração é muito pequena em presença da
aceleração da gravidade. O segundo efeito não pode ser desprezado: deve-se à
aceleração de Coriolis, que se manifestará sempre que houver massas de ar em
movimento em relação à superfície da Terra. A força correspondente a esta aceleração
é denominada força de Coriolis, e age normalmente à direção do movimento de ar.

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A ação do vento sobre uma estrutura é uma solicitação dinâmica. Segundo a


norma brasileira, NBR6123 - Forças Devidas ao Vento em Edificações (ABNT, 1988), a
consideração dos efeitos dinâmicos é feito da seguinte forma. Admite-se que a
velocidade média do vento mantem-se constante durante um intervalo de dez minutos
ou mais, produzindo nas edificações efeitos puramente estáticos, denominados
resposta média. Já as flutuações da velocidade podem induzir em estruturas muito
flexíveis, especialmente em edificações altas e esbeltas, oscilações importantes na
direção da velocidade média, denominada resposta flutuante.

Para edificações rígidas, cuja frequência fundamental é superior a 1 Hz, ou


seja, o período fundamental (T) é inferior a 1 segundo, a solicitação do vento pode ser
considerada praticamente estática. Edifícios de alvenaria estrutural, além de rigidez
constante, apresentam, em geral, um período fundamental inferior a 1 segundo devido
à rigidez de seu sistema estrutural. Portanto, a ação do vento pode ser considerada
como uma força estática equivalente.

Esta força estática equivalente pode ser determinada a partir dos


coeficientes aerodinâmicos e deve ser calculada separadamente para os elementos de
vedação, partes da estrutura ou para estrutura como um todo. A força global do vento
sobre uma edificação, considerada como um todo, é a soma vetorial das forças de
vento atuantes. A componente desta força na direção do vento é denominada força de
arrasto e é obtida por:

(Eq. 12)
Fa = Ca . q . Ae

sendo: Ca ⇒ Coeficiente de arrasto;


q ⇒ Pressão dinâmica do vento;
Ae ⇒ Área frontal efetiva, ou seja, área da projeção ortogonal da
edificação sobre um plano perpendicular à direção do vento.

Sendo assim, pode-se obter uma componente qualquer de força global pela
expressão:

(Eq. 13)
F = Cf . q . A

onde: Cf ⇒ Coeficiente de força, especificdo em cada caso, sendo por


exemplo coeficientes de arrasto nas direções X e Y, coeficientes
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Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica 19

de forma ou coeficientes de atrito;


q ⇒ Pressão dinâmica do vento atuante na área A;
A ⇒ Área de referência, especificada em cada caso.

A determinação da pressão equivalente à ação dinâmica do vento é feita


conforme segue:

q = 0,613 . Vk² (Eq. 14)

Nesta expressão, q será obtido em N/m² e Vk, velocidade característica do


vento, é dada em m/s. Esta velocidade característica é definida por:

(Eq. 15)
Vk = V0 . S1 . S2 . S3

onde: V0 ⇒ Velocidade básica do vento


S1 ⇒ Fator topográfico;
S2 ⇒ Fator que considera a influência da rugosidade do terreno, das
dimensões da edificação e de sua altura sobre o terreno;

S3 ⇒ Fator estatístico.

A velocidade básica do vento (V0), por definição é a velocidade de uma


rajada de três segundos, excedida em média uma vez a cada 50 anos, a dez metros
acima do terreno, em campo aberto e plano.

Como regra geral, admite-se que o vento básico pode soprar de qualquer
direção horizontal, e sua magnitude é obtida através do gráfico das isopletas da
velocidade básica constante na figura 1 da norma NBR6123.

Ressalta-se que este gráfico tem como origem a tese "Velocidade Básica do
Vento no Brasil", apresentada no Curso de Pós-Graduação em Engenharia Civil da
Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em maio de
1977, sendo o autor Ivo José Padaratz. Os dados disponíveis para o cálculo das
isopletas eram bastante escassos e já na época o autor recomendava que fossem
feitos estudos complementares com uma coleta maior de dados. Entretanto, este
gráfico de isopletas é o que vem sendo utilizado nos projetos correntes.

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Autor: Gennyson Gonchorovski Orientação: Henriette Lebre La Rovere
Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica 20

O fator topográfico S1 leva em conta as variações do relevo do terreno e é


determinado do seguinte modo:
a) terreno plano ou fracamente acidentado: S1 = 1,0 ;
b) Taludes e morros: quando a estrutura estiver situada na base do morro
ou talude ou quando a distância do topo do talude até a estrutura for
maior que 4 vezes a altura do talude, pode-se considerar S1 = 1,0. Caso
contrário, S1 e determinado em função da altura medida a partir da
superfície do terreno no ponto considerado, da diferença de nível entre a
base e o topo do talude e da inclinação média do talude ou encosta do
morro, não se tomando valores inferiores a 1,0 ;
c) Vales profundos, protegidos de ventos de qualquer direção: S1 = 0,9 .

O fator S2 considera o efeito combinado da rugosidade do terreno, da


variação da velocidade do vento com a altura acima do terreno e das dimensões da
edificação ou partes componentes em consideração. Em ventos fortes a sua velocidade
usualmente aumenta com sua altura acima do terreno. Este aumento depende da
rugosidade do terreno e do intervalo de tempo considerado na determinção da
velocidade. Este intervalo de tempo esta relacionado com as dimensões da edificação,
pois edificações pequenas e elementos de edificações são mais afetados por rajadas
de curta duração do que grandes edificações. Para estas é mais adequado considerar
o vento médio calculado em um intervalo de tempo maior.

Para determinação de S2 classifica-se o terreno em cinco categorias, em


função da sua rogusidade, e em três classes, em função das dimensões da edificação
na direção perpendicular a de atuação do vento.

Pode-se derminar S2 por uma expressão em função da altura (perfil


contínuo) ou utilizar os valores tabelados onde S2 é considerado constante para
determinadas faixas de altura (perfil escalonado). A diferença entre estes dois
procedimentos para obtenção de S2 pode ser observado na Figura 2 onde fica evidente
que o erro entre eles é práticamente desprezível visto que na determinação da
velocidade básica do vento já são admitidos erros maiores.

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Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica 21

50

45

40
altura acima do terreno (m)

perfil escalonado
35

30
perfil contínuo
25

20

15

10

0
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1

fator S2

Figura 2 - Comparação entre perfíl contínuo e escalonado do fator S2.

O fator estatístico S3 é baseado em conceitos estatísticos e considera o grau


de segurança requerido e a vida útil da edificação. Segundo definição dada
anteriormente, a velocidade básica V0 é a velocidade do vento que apresenta um
periodo de recorrência médio de 50 anos. A probabilidade de que V0 seja igualada ou
excedida neste período é de 63%.

O nível de probabilidade (0,63) e a vida útil (50 anos) adotado são


considerados adequados para edificações normais destinadas a moradia, hotéis,
escritórios, etc. Para estas edificações o coeficiente S3 vale 1,0. Se houver a
necessidade de utilização de outros períodos de recorrência ou nível de probabilidade,
o fator S3 pode ser determinado como indicado no anexo B da NBR 6123. Pode-se
também utilizar outros valores para S3 em função do uso da edificação ou parte dela.

Para o cálculo dos efeitos globais devidos ao vento em uma edificação, o


coeficiente aerodinâmico a ser utilizado é o coeficiente de arrasto (Ca).

Este coeficiente, aplicável a corpos de seção constante ou fracamente


variável, pode ser determinado através do ábaco encontrado na figura 4 da NBR 6123.
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Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica 22

Este ábaco é aplicável para edificações retangulares com incidência de ventos de baixa
turbulência incidindo perpendicularmente a cada uma das fachadas. Quando desejar-
se avaliar a ação do vento incidindo em outras direções ou se a edificação ou parte
dela não for retangular pode-se determinar o coeficiente de arrasto através da tabela
10 da norma NBR6123.

Visto isto, pode-se calcular a pressão dinâmica do vento em função da altura


e em seguida aplica-se a força estática equivalente ao vento em cada pavimento
(Figura 3). Esta força deve ser aplicada nos níveis das lajes, as quais serão as
responsáveis pela transmissão dos esforços para as demais partes da edificação, no
caso de edifícios de alvenaria estrutural, para as paredes.

Figura 3 - Aplicação da carga de vento nas estruturas.

2.3.5 Ação Equivalente ao Desaprumo.

Devido a excentricidades inevitáveis ao sistema construtivo em alvenaria


estrutural, surgem esforços de flexão nas paredes que devem ser levados em conta.
Algumas normas consideram este efeito isoladamente no cálculo de cada parede. A
norma DIN 1053 recomenda que se adicione às cargas laterais de vento uma carga

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Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica 23

equivalente ao desaprumo. Em seguida apresenta-se como deve ser calculada esta


carga.

ϕ.H ϕ.H
qequiv

ϕ N
e

Figura 4 - Ação equivalente ao desaprumo.

Idealiza-se o edifício como um pilar engastado na base e aplica-se uma


carga horizontal uniformemente distribuída, que produza um momento fletor na base
igual ao momento causado pela resultante das cargas verticais (N) com uma
excentricidade (e) demonstrada na Figura 4, e calculada pelas expressões que
seguem:

ϕ ⋅H (Eq. 16)
e≅
2
1 (Eq. 17)
ϕ=
100 ⋅ H
H2 ϕ⋅H (Eq. 18)
q equiv ⋅ =N⋅
2 2
N (Eq. 19)
q equiv =
100 ⋅ H H
onde: e ⇒ excentricidade;
H ⇒ altura total do edifício (em metros);

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Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica 24

P ⇒ peso do edifício;
ϕ ⇒ desvio angular.

Portanto, a carga horizontal equivalente ao desaprumo (qequiv) deve ser


adicionada a carga horizontal devida ao vento na análise da estrutura.

É importante ressaltar que deve ser respeitado o valor máximo tolerado


como desaprumo pela NBR 10837/98, sendo este igual a 25mm. Portanto, a máxima
excentricidade a ser utilizada será igual a 12,5mm. Sendo então a carga equivalente ao
desaprumo máxima dada por:

(Eq. 20)
H2
qequiv _ máx ⋅ = N ⋅ 0,0125
2
(Eq. 21)
N ⋅ 0,025
qequiv _ máx =
H2

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Capítulo 3 - Métodos de Análise Bidimensional de Paredes 25

3 MÉTODOS DE ANÁLISE BIDIMENSIONAL DE PAREDES

3.1 MÉTODO DO CONTÍNUO EQUIVALENTE

O Método do Contínuo Equivalente, também conhecido como Método das


Ligações Contínuas, foi proposto inicialmente por Coull e Choudbury, 1967, sendo
restrito a paredes com apenas uma fileira de aberturas regulares (paredes acopladas)
submetidas a cargas laterais uniformemente distribuídas ao longo da altura. O método
consiste em substituir as vigas de ligação entre as paredes por uma lâmina equivalente
(Figura 5). Supõe-se que as vigas não se deformam axialmente e que seu ponto de
inflexão ocorre no meio do vão. A solução é expressa em termos de deslocamentos
horizontais ao longo da altura, obtidos a partir da integração da equação diferencial da
elástica da parede, calculada como viga equivalente em balanço.

LÂMINA EQUIVALENTE
x

h
Ip

qt H

ponto de

A2 inflexão
A1
I1 I2

Figura 5 - Modelagem de paredes acopladas pelo Método do Contínuo Equivalente.

Devido à complexidade desta solução, Schneider e Dickey, 1987,


prepararam, a partir das equações deste método, diversos ábacos de fácil utilização
que fornecem os momentos fletores nas paredes acopladas, ao longo da altura, e o

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Capítulo 3 - Métodos de Análise Bidimensional de Paredes 26

deslocamento horizontal no topo da parede. Posteriormente este método foi estendido


para paredes com mais de uma fileira de aberturas, sempre regulares, o que tornou
ainda mais complexas as equações envolvidas.

3.2 MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS

O Método dos Elementos Finitos é um dos métodos mais abrangentes e


precisos utilizados em Análise Estrutural, podendo ser aplicado tanto para sistemas
reticulados como para sistemas contínuos. Paredes estruturais são geralmente
modeladas por elementos de estado plano de tensão, sendo mais utilizados os
elementos isoparamétricos (Cook et al.,1989). Cabe em geral ao analista optar entre
modelar a parede com uma malha fina de elementos de baixa ordem (4 nós) ou com
uma malha mais grossa de elementos de ordem superior (8 ou 9 nós). A solução deste
método é expressa em termos de deslocamentos nodais e de tensões em qualquer
ponto dentro dos elementos.

Além da excelente precisão, a vantagem deste método é que permite


modelar qualquer tipo de parede, com aberturas de forma e disposição genéricas.

elemento de 4 nós

elemento de 8 nós

elemento de 9 nós

Figura 6 - Modelagem de paredes pelo Método dos Elementos Finitos.

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Capítulo 3 - Métodos de Análise Bidimensional de Paredes 27

3.3 MÉTODO DAS LIGAÇÕES RÍGIDAS

Este método é baseado no Método do Pórtico Equivalante, o qual consiste


em modelar as paredes com aberturas como estruturas compostas de barras
(elementos de viga/coluna), cujos eixos coincidem com as linhas médias entre as
aberturas e os nós coincidem com a interseção entre as linhas médias. O modelo
estrutural é, portanto, equivalente a um pórtico plano, em que as vigas resultantes são
altas e curtas e as colunas baixas e largas, devendo-se portanto considerar as
deformações por cisalhamento. O método do pórtico equivalente não fornece bons
resultados (LA ROVERE, 1994), pois não consegue modelar apropriadamente a
ligação entre os elementos: na realidade os nós na ligação não estão livres para se
deslocar devido ao engaste elástico causado pela grande rigidez dos elementos de
viga e coluna.

O Método das Ligações Rígidas surgiu para corrigir esta falha do Método do
Pórtico Equivalente: as ligações entre os elementos são consideradas infinitamente
rígidas. Inicialmente este método foi aplicado a peredes acopladas de concreto
armado, em que as vigas de ligação eram bem flexíveis em comparação com as
colunas; neste caso apenas as extremidades das vigas eram consideradas
infinitamente rígidas. No caso de paredes estruturais de alvenaria, em que a rigidez das
vigas é similar à das colunas, tanto as extremidades das vigas como as das colunas
são consideradas infinitamente rígidas (Figura 7).

Este método é de fácil implementação computacional, devendo-se apenas


modificar a matriz de rigidez do elemento de pórtico plano através de uma matriz de
transformação que relaciona os graus de liberdade da extremidade do elemento
infinitamente rígido com os da extremidade do elemento de pórtico. A solução do
método é expressa em termos de deslocamentos nodais e esforços axial, cortante e de
flexão nos elementos. Nem sempre consegue-se modelar paredes com aberturas
irregulares utilizando-se este método.

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Capítulo 3 - Métodos de Análise Bidimensional de Paredes 28

viga

pilar

trechos rígidos

Figura 7 - Modelagem de paredes pelo Método das Ligações Rígidas.

3.4 MÉTODO DAS LIGAÇÕES FLEXÍVEIS

Este método foi desenvolvido por Saffarini e Wilson, 1983 e também pode
ser considerado como uma modificação do Método de Pórtico Equivalente: a estrutura
é modelada por elementos de viga e coluna ligados ligados por elementos flexíveis,
que são elementos finitos de estado plano de tensão de 4 nós, isoparamétricos,
chamados de elementos de junção (Figura 8).

Os elementos de viga/coluna, que são elementos de barra com 2 nós e 3


graus de liberdade por nó, são transformados em elementos planos equivalentes com 4
nós e 2 graus de liberdade por nó. Isto é feito através de uma matriz de transformação
que relaciona os esforços nas extremidades do elemento plano com os esforços nas
extremidades do elemento de barra (viga ou coluna). Além desta transformação, deve
ser mantida a compatibilidade de deformações entre elementos: nos elementos de
junção os deslocamentos variam linearmente ao longo de todos os lados, e nos
elementos de viga e coluna os deslocamentos também variam linearmante nas faces
adjacentes aos elementos de junção (seções planas permanecem planas). Entretanto
devem ser impostas restrições de compatibilidade quando um nó intercepta o meio de
um lado, como ocorre por exemplo nos casos de aberturas irregulares: uma nova

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Capítulo 3 - Métodos de Análise Bidimensional de Paredes 29

matriz de transformação é aplicada à matriz de rigidez dos elementos; a


implementação computacional não é portanto tão simples como no método anterior.

Assim como no Método das Ligações Rígidas, a solução deste método é


expressa em termos de deslocamentos nodais dos elementos e de esforços de flexão,
cortante e axial nos elementos de viga e coluna. Nos elementos de junção as tensões e
deformações são fornecidas no centro do elemento. Este método, pouco difundido,
também pode ser utilizado para analisar paredes com aberturas irregulares, e tem
apresentado ótimos resultados (La Rovere, 1994).

J V J
C C
C
J V J

C C
V J
J V J

C C
C
J V J

C C V elemento de viga
J V J C elemento de coluna
C C
J elemento de junção
J V J

Figura 8 - Modelagem de paredes pelo Método das Ligações Flexíveis.

3.5 MÉTODO DAS LIGAÇÕES RÍGIDAS MODIFICADO

Este método foi desenvolvido por Almeida e La Rovere, 1995 com o intuito
de melhorar a precisão do Método das Ligações Rígidas. Para isto, buscou-se
aproximar a solução do Método das Ligações Rígidas à do Método dos Elementos
Finitos reduzindo-se sucessivamente o comprimento dos elementos infinitamente
rígidos. Supunha-se que o problema estava apenas na modelagem da ligação e que o
comprimento dos elementos rígidos dependeria apenas da rigidez dos elementos de
viga e coluna. Não foi possível, no entanto, obter-se uma redução uniforme para

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Capítulo 3 - Métodos de Análise Bidimensional de Paredes 30

diferentes tipos de paredes, chegando-se, através de tentativas, a 55% de redução


para paredes com uma fileira de aberturas e a 35% para duas fileiras (Figura 9) para os
edifícios analisados.

Redução de 55% nos trechos rígidos

Paredes com uma fileira de aberturas.

Redução de 35% nos trechos rígidos

Paredes com duas fileira de aberturas.

Figura 9 - Modelagem de paredes pelo Método das Ligações Rigidas Modificado.

3.6 COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS DE ANÁLISE DE PAREDES PLANAS

3.6.1 Exemplos Selecionados.

Foram selecionados oito exemplos de paredes com abertutas, variando-se o


número de andares e as fileiras e tipos de aberturas, para comparar os diversos
métodos: Método do Contínuo Equivalente ou das Ligações Contínuas (MLC), Método
das Ligações Flexíveis (MLF), Método dos Elementos Finitos (MLF), Método das
Ligações Rígidas (MLR) e Método das Ligações Rígidas Modificado (MLRM).

Os exemplos 3.1 a 3.4 correspondem a peredes de 4 andares, o exemplo


3.5 a uma parede de 6 andares e os exemplos 3.6 a 3.8, de 8 andares. Todas as
paredes têm uma espessura constante de 20 cm, altura de pé-direito de 2,80 m e
módulo de elasticidade da alvenaria igual a 9000 MPa. Os dados geométricos das

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paredes estão mostrados na Tabela 1 e a disposição e dimensões horizontais das


aberturas, nas Figuras 10 a 13. Considerou-se que as dimensões verticais das janelas
e portas são as mesmas para todos os exemplos, sendo 1,20 m e 2,00 m
respectivamente.

Tabela 1 - Dados geométricos e parâmetros para determinação da ação do vento nas paredes.

Dados Geométricos Coeficientes vento NBR6123


Exemplo Andares H (m) Classe Ca l (m)
1 4 11,2 A 1,27 4,8
2 4 11,2 A 1,27 4,8
3 4 11,2 A 1,27 4,8
4 4 16,8 A 1,20 8,4
5 6 22,4 A 1,34 4,8
6 8 22,4 B 1,34 6,0
7 8 22,4 B 1,34 6,0
8 8 22,4 B 1,33 6,4

Em todos os exemplos as paredes foram submetidas à ação do vento, com


velocidade básica (V0) igual a 40m/s. Com exeção do exemplo 3.1A, considerou-se a
cada andar uma carga vertical uniformemente distribuída de 10 kN/m, proveniente das
lajes. As cargas laterais devidas à ação do vento foram calculadas segundo a norma
brasileira NBR6123 (ABNT,1988). Para todos os exemplos, os fatores S1 e S3 foram
adotados como sendo igual a 1,0, a categoria adotada foi a V sendo a classe, o
coeficiente de arrasto (Ca), e o comprimento de fachada transversal à parede (l)
definidos para cada exemplo na tabela 3.1. O fator S2 esta definido na Tabela 2 para as
classes e alturas utilizadas.

Apenas para o exemplo 1A foi utilizado o Método das Ligações Contínuas


(MLC), uma vez que este método é limitado a peredes com apenas uma fileira de
aberturas e carga lateral constante ao longo da altura. No exemplo 1A a parede possui
4 andares, tendo uma altura total de 11,20 m, e foi desprezada a pequena variação do
parâmetro S2 para H ≥ 10 m. O exemplo 1B é analogo ao 1A acrecentando-se as
cargas verticais provenientes das lajes, não consideradas no primeiro. O MLC poderia

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Capítulo 3 - Métodos de Análise Bidimensional de Paredes 32

ser utilizado em paredes mais altas, tomando-se um valor médio para a carga lateral o
que, no entanto, poderia levar a resultados contra a segurança, ou então tomando-se o
maior valor de F, no topo da parede, constante ao longo da altura o que seria anti-
econômico, principalmente em paredes de alvenaria estrutural, em que esforços de
tração devem ser evitados.

Tabela 2 - Fator S2 para cálculo da velocidade característica do vento.

fator S2 – Categoria V – NBR6123


H≤ Classe A Classe B
5 0,74 0,72
10 0,74 0,72
15 0,79 0,76
20 0,82 0,80
30 0,87 0,85

Para os demais exemplos considerou-se a carga lateral do vento variando


com a altura (Figuras 10 a 13), e foram utilizados 4 métodos de análise das paredes:
MLF, MEF, MLR e MLRM. A solução das análises está expressa em termos de
deslocamentos horizontais na linha média (central) das paredes ao longo da altura das
mesmas, conforme demonstrado nos gráficos das Figuras 14 a 22. Não sendo possível
obter-se uma solução exata para este tipo de problema, considerou-se a solução dada
pelo MEF como a mais precisa, tendo em vista que a malha utilizada é suficientemente
refinada para a modelagam destas paredes e, levando em conta a precisão do MEF em
comparação com soluções exatas e resultados experimentais em problemas de estado
plano de tensão de uma maneira geral.

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Exemplo 3.1A e 3.1B Exemplo 3.2

3,73 kN/m
3,27 kN/m

3,27 kN/m

1,60 1,60 1,60 1,20 1,20


0,80 0,80 0,80

Figura 10 - Dimensões horizontais e carregamento lateral para os exemplos 3.1 e 3.2.

Exemplo 3.3 Exemplo 3.4


3,73 kN/m

6,17 kN/m
3,27 kN/m

5,41 kN/m

1,20 1,20 1,20 1,20 1,20


0,80 0,80 0,80 1,20 1,20 1,20 1,20

Figura 11 - Dimensões horizontais e carregamento lateral para os exemplos 3.3 e 3.4.

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Exemplo 3.6

5,70 kN/m
Exemplo 3.5

5,05 kN/m
4,24 kN/m

3,94 kN/m 4,55 kN/m

3,45 kN/m 4,09 kN/m

1,60 1,60 2,40 2,40


1,60 1,20

Figura 12 - Dimensões horizontais e carregamento lateral para os exemplos 3.5 e 3.6.

Exemplo 3.7 Exemplo 3.8

5,70 kN/m 6,03 kN/m

5,05 kN/m 5,34 kN/m

4,55 kN/m 4,82 kN/m

4,09 kN/m 4,33 kN/m

1,20 1,20 1,20 1,20 1,20 1,20


1,20 1,20 1,60 1,20
Figura 13 - Dimensões horizontais e carregamento lateral para os exemplos 3.7 e 3.8.

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Capítulo 3 - Métodos de Análise Bidimensional de Paredes 35

15,00

Exemplo 3.1A
altura da parede (m)

4 pavimentos
1 fileira de aberturas

10,00

5,00
MLC

MLF

MEF

MLR

MLRM
0,00
0,00 0,20 0,40 0,60

deslocamento horizontal no centro da parede (mm)

Figura 14 - Gráfico altura X deslocamento para exemplo 3.1A.

15,00

Exemplo 3.1B
altura da parede (m)

4 pavimentos
1 fileira de aberturas

10,00

5,00
MLF

MEF

MLR

MLRM

0,00
0,00 0,20 0,40 0,60
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)

Figura 15 - Gráfico altura X deslocamento para exemplo 3.1B.

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Capítulo 3 - Métodos de Análise Bidimensional de Paredes 36

15,00
altura da parede (m)

Exemplo 3.2
4 pavimentos
2 fileiras de aberturas

10,00

5,00
MLF

MEF

MLR

MLRM

0,00
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

deslocamento horizontal no centro da parede (mm)

Figura 16 - Gráfico altura X deslocamento para exemplo 3.2.

15,00
altura da parede (m)

Exemplo 3.3
4 pavimentos
2 fileiras de aberturas
irregulares

10,00

5,00
MLF

MEF

MLR

MLRM

0,00
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20
deslocamento horizontal nocentro da parede (mm)

Figura 17 - Gráfico altura X deslocamento para exemplo 3.3.

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Capítulo 3 - Métodos de Análise Bidimensional de Paredes 37

15,00
altura da parede (m)

Exemplo 3.4
4 pavimentos
3 fileiras de aberturas

10,00

5,00

MLF

MEF

MLR

0,00
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)

Figura 18 - Gráfico altura X deslocamento para exemplo 3.4.

20,00

Exemplo 3.5
altura da parede (m)

6 pavimentos
1 fileira de aberturas
15,00

10,00

5,00
MLF
MEF
MLR
MLRM

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00

deslocamento horizontal no centro da parede (mm)

Figura 19 - Gráfico altura X deslocamento para exemplo 3.5.

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Capítulo 3 - Métodos de Análise Bidimensional de Paredes 38

25,00

Exemplo 3.6
altura da parede (m)

8 pavimentos
20,00 1 fileira de aberturas

15,00

10,00

MLF

MEF
5,00
MLR

MLRM

0,00
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)

Figura 20 - Gráfico altura X deslocamento para exemplo 3.6.

25,00

Exemplo 3.7
altura da parede (m)

8 pavimentos
20,00 2 fileiras de aberturas

15,00

10,00

MLF

MEF
5,00
MLR

MLRM

0,00
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)

Figura 21 - Gráfico altura X deslocamento para exemplo 3.7.

Modelagem de Paredes na Análise Tridimensional de Edifícios de Alvenaria Estrutural


Autor: Gennyson Gonchorovski Orientação: Henriette Lebre La Rovere
Capítulo 3 - Métodos de Análise Bidimensional de Paredes 39

25,00

Exemplo 3.8
altura da parede (m)

8 pavimentos
20,00 2 fileiras de aberutras
irregulares

15,00

10,00

MLF
5,00
MEF
MLR
MLRM

0,00
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)

Figura 22 - Gráfico altura X deslocamento para exemplo 3.8.

3.6.2 Precisão e Eficiência dos Métodos de Análise

Pode-se observar das Figuras 14 a 22 que o MLF e o MLRM foram os que


apresentaram as melhores soluções em comparação com o MEF, em todos os
exemplos analisados. Já o MLR resultou em modelos mais rígidos, não fornecendo
assim, bons resultados na maioria dos casos. O MLC apresentou uma precisão
razoável no Exemplo 3.1A (Figura 14) com uma diferença de aproximadamente 27% no
topo em relação ao MEF.

Observa-se também que a precisão do MLF diminui com o aumento do


número de fileiras de aberturas (Figuras 14 a 18) ou o comprimento da parede.
Entretanto a solução dada pelo MLF melhora aumentando-se a altura da parade
(Figuras 19 a 22). Esta variação pode ser devida ao fato da deformação por
cisalhamento dos painéis de ligação ser mais importante no caso de paredes baixas e
compridas, e apenas um elemento plano é utilizado para modelar cada junta, enquanto
que no MEF vários elementos são utilizados. De qualquer forma a diferença na solução
em relação ao MEF é bem pequena e não chega a ser relevante, sendo a diferença

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Capítulo 3 - Métodos de Análise Bidimensional de Paredes 40

máxima no topo de 11% no Exemplo 3.4 (Figura 18) e para os Exemplos 3.5 a 3.8 a
diferença média é de apenas 5%.

Verificou-se que o MLRM apresenta bons resultados, sendo que sua


precisão diminui quando as aberturas são irregulares (Exemplos 3.3 e 3.8). Para os
demais casos analisados a diferença média na solução em relação ao MEF foi de
apenas 4% no topo e a máxima foi de 13% para o Exemplo 3.3.

O MLC apresenta em geral precisão razoável em relação ao MEF,


principalmente no caso de aberturas pequenas. Também é um método econômico, pois
apresenta uma solução fechada, que apesar de complexa pode ser facilmente
programável. Com a elaboração de ábacos o método torna-se mais prático, no entanto
este método fica limitado a paredes com apenas uma ou duas fileiras de aberturas
regulares e com cargas laterais uniformemente distribuídas ao longo da altura.

Dentre os métodos MEF, MLF, MLR e MLRM, o MLR e o MLRM são os que
apresentam menor número de graus de liberdade e de elementos resultando no menor
esforço computacional (tempo de processamento e armazenamento de memória) nas
análises. O MEF é o que apresenta o maior esforço computacional, sendo que o MLF
apresenta esforço computacional razoável, sendo bem inferior ao MEF.

Sem dúvida o MEF é o método mais preciso e versátil dentre todos, apesar
de resultar em um número excessivo de graus de liberdade. Para análises planas o
MLF juntamente com o MLRM demonstram serem os mais eficientes, por serem
relativamente precisos e versáteis, e esforço computacional bem reduzido em relação
ao MEF. Não obstante, quando a análise for feita através de modelos tridimensionais,
tanto o MLF quanto o MLRM, tornam-se inviáveis por não permitirem um modelamento
correto nos encontros de paredes e encontros de paredes com as lajes como será
tratado adiante.

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Capítulo 4 - Análise das Paredes em Modelos Tridimensionais e Bidimensionais Equivalentes 41

4 ANÁLISE DAS PAREDES EM MODELOS TRIDIMENSIONAIS E


BIDIMENSIONAIS EQUIVALENTES

4.1 GENERALIDADES

Atualmente, no Brasil, os edifícios de alvenaria estrutural não costumam


serem analisados através de modelos tridimensionais, e sim, por modelos
bidimensionais equivalentes. Os motivos pelos quais este procedimento é adotado
estão descritos no Capítulo 2 deste trabalho, onde são feitas considerações sobre a
concepção estrutural de edifícios desta natureza.

Nas análises feitas através de modelos bidimensionais "equivalentes",


supõe-se que o edifício é um sistema laminar formado por painéis: lajes e paredes
estruturais, onde são adotadas diversas simplificações, principalmente em relação à
distribuição das cargas horizontais nas paredes.

As lajes podem ser consideradas como um diafragma rígido ou flexível, e


são as responsáveis pela distribuição das cargas laterais nas paredes. Usualmente,
considera-se a laje como diafragma rígido e a distribuição é feita em função da rigidez
de cada parede isolada. Em paredes com abertura, a rigidez pode ser determinada por
métodos aproximados ou mais elaborados, como os citados no Capítulo 3. Após a
determinação do quinhão de carga horizontal correspondente a cada pardede, estas
são analisadas isoladamente.

A análise tridimensional de edifícios altos, submetidos a cargas laterais pode


ser feita por um método aproximado (STAMATO, M. C. e SMITH, B. S., 1969) através
de uma combinação de painéis bidimensionais compostos por vigas, pilares, paredes
ou uma combinação qualquer destes. Assume-se que as forças verticais são
introduzidas nas interseções entre os painéis em cada pavimento assegurando-se a
compatibilidade dos deslocamentos nas interseções dos painéis. As lajes são
assumidas como diafragmas infinitamente rígidos em seu plano e com rigidez
transversal nula, portanto, transmitindo somente esforços horizontais para os painéis.

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Capítulo 4 - Análise das Paredes em Modelos Tridimensionais e Bidimensionais Equivalentes 42

A estabilidade estática de edifícios compostos por sistemas estruturais


laminares podem também serem analisados pela combinação das matrizes de rigidez
de painéis isolados (SMITH, B. S. e LAU, P. C. M., 1972).

Neste capítulo são estudados diversos modelos tridimensionais e


bidimensionais, sendo todos analisados pelo Método dos Elementos Finitos, através do
programa SAP2000 (WILSON, E.L., 1997). Para isto, foram escolhidos três exemplos
para os quais foram elaborados modelos tridimensionais com intuito principal de
verificar a influência do tipo de elemento utilizado na modelagem das paredes.

Estudou-se também a influência da modelagem das lajes comparadas com a


consideração de diafragma rígido, nos deslocamentos horizontais médios das paredes.
Estes deslocamentos horizontais médios foram obtidos pela média aritmética dos
deslocamentos nas extremidades das paredes (nos casos onde foram apilcadas
restrições de diafragma estes deslocamentos são iguais).

Finalmente, foram analisadas as paredes isoladamente (análise


bidimensional) e comparados seus deslocamentos médios com os obtidos nos modelos
tridimensionais para que fosse possível determinar a equivalência entre estas análises.

Em relação ao tipo de elemento finito utilizado para modelagem das


paredes, foram adotados elementos de casca fina com 4 nós e elementos de estado
plano de tensão, doravante chamados de elementos planos, com 4 e 8 nós. Nos
elementos de casca, são contemplados os graus de liberdade de translação e rotação
em todas as direções e nos elementos planos somente as translações no plano do
elemento. Ressalta-se que para os elementos de casca fina, quando utilizados em
modelos bidimensionais, são consideradas as translações no plano em estudo e a
rotação em torno do eixo perpendicular a este plano.

Para modelagem das lajes, utilizou-se o mesmo tipo de elemento das


paredes no primeiro exemplo e somente elementos planos no terceiro exemplo, por
serem estes os mais adequados nestes tipos de análise (BRISOT,2001). Nos modelos
onde a s lajes foram consideradas rígidas, aplicaram-se nos nós pertencentes aos
planos destas, restrições do tipo diafragma, o que faz com que todos os nós movam-se

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Capítulo 4 - Análise das Paredes em Modelos Tridimensionais e Bidimensionais Equivalentes 43

juntos, ou seja, todas as articulações são conectadas entre si através de ligações


rígidas no plano, sem alteração das deformações fora do plano.

Os resultados para as comparações estão expressos em termos dos


deslocamentos horizontais médios das paredes ao longo da altura.

4.2 EXEMPLO 4.1

4.2.1 Descrição, Carregamento e Modelos.

Figura 23 - Modelo tridimensional para análise do exemplo 4.1.

O primeiro exemplo analisado, trata-se de uma edificação relativamente


simples (Figura 23), de forma a facilitar a interpretação e visualização dos resultados. A
estrutura posui quatro pavimentos com quatro paredes externas e uma interna,
dividindo os pavimentos em dois ambientes. A estrutura é simétrica em relação ao eixo

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Capítulo 4 - Análise das Paredes em Modelos Tridimensionais e Bidimensionais Equivalentes 44

X mas apresenta forte assimetria em relação ao eixo Y (o centro de torção do


diafragma não coincide com o ponto de aplicação da resultante de carga de vento na
direção Y, em cada pavimento). Adotaram-se lajes maciças em concreto armado com
espessura de 10 cm e as paredes em alvenaria estrutural com blocos de concreto de
14 cm de espessura.

A discretização dos paineis está demonstrada na Figura 24, bem como as


dimensões das paredes e aberturas. As cargas laterais consideradas, devidas à ação
do vento, foram calculadas de acordo com as prescrições na norma brasileira
NBR6123, e são apresentadas na Tabela 3. Para determinação destas cargas
considerou-se a área de influência vertical para cada laje, ou seja, a distância entre os
meios dos pavimentos (ver Figura 3).

Tabela 3 - Forças horizontais devidas a ação do vento para exemplo 4.1.

Nível (m) direção X direção Y


11,20 1,36 kN/m 1,85 kN/m
8,40 2,52 kN/m 3,42 kN/m
5,60 2,41 kN/m 3,27 kN/m
2,80 2,13 kN/m 2,88 kN/m
0,00 1,06 kN/m 1,44 kN/m

Neste exemplo foram estudados 4 modelos tridimensionais e 3 modelos


bidimensionais para cada parede, sendo que denominou-se cada um como se segue:

9 3d_cas_laj ⇒ paredes modeladas com elementos de casca;


⇒ lajes modeladas com elementos de casca.
9 3d_cas_diaf ⇒ paredes modeladas com elementos de casca;
⇒ lajes consideradas diafragmas rígidos.
9 3d_pla4_diaf ⇒ paredes modeladas com elementos planos de 4 nós;
⇒ lajes consideradas diafragmas rígidos.
9 3d_pla8_diaf ⇒ paredes modeladas com elementos planos de 8 nós;
⇒ lajes consideradas diafragmas rígidos.
9 2d_cas ⇒ parede isolada modelada com elementos de casca;
9 2d_pla4 ⇒ parede isolada modelada com elementos planos de 4 nós;

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Capítulo 4 - Análise das Paredes em Modelos Tridimensionais e Bidimensionais Equivalentes 45

9 2d_pla8 ⇒ parede isolada modelada com elementos planos de 8 nós.

Para os modelos bidimensionais, considerou-se em cada direção (X ou Y) os


painéis isoladamente, sendo as cargas laterais distribuídas para os painéis de acordo
com a sua rigidez, admitindo-se que as lajes se comportam como um diafragma rígido.
A rigidez de cada painel poderia ser obtida aplicando-se uma carga horizontal unitária
no seu topo e medindo o deslocamento horizontal correspondente, sendo os nós
pertencentes às lajes restringidos a deslocar-se igualmente na direção horizontal. Para
evitar o cálculo desta rigidez e aproveitar o modelo tridimensional já pronto, as análises
bidimensionais foram realizadas da seguinte maneira: as cargas horizontais foram
aplicadas da mesma forma que nos modelos tridimensionais e foram eliminados os
painéis perpendiculares às direções de atuação das cargas, sendo mantidos os nós
com as restrições de diafragma rígido.

Para a direção X de atuação das cargas, este procedimento é correto, pois,


devido à simetria, não ocorre nenhum carregamento nas paredes devido à rotação do
diafragma. Entretanto, para carga atuando na direção Y, devido à forte assimetria,
existe um certo erro nos deslocamentos dos painéis isolados pelo fato de absorverem
toda a parcela de carga devida ao giro do diafragma, inclusive a parcela que deveria
ser absorvida pelos painéis paralelos à direção de atuação da carga, que não estão
representados neste modelo.

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PAINEL 1

PAINEL 3

PAINEL 4

PAINEL 5
PAINEL 2 x

LOCAÇÃO DOS PAINÉIS


z z z

LAJE 4 LAJE 4 LAJE 4

LAJE 3 LAJE 3 LAJE 3

LAJE 2 LAJE 2 LAJE 2


PAINEL 3

PAINEL 4

PAINEL 5

PAINEL 2

PAINEL 1

PAINEL 2

PAINEL 1
LAJE 1 LAJE 1 LAJE 1
0.80 1.20 0.80

0.80 1.20 0.80

0.80
2.00
x y y
2.00 2.00 1.60 2.40 1.20 1.60 1.20 1.60 0.80 1.60

PAINÉIS 1 E 2 PAINÉIS 3 E 5 PAINEL 4

Figura 24 - Dimensões e discretização do modelo para exemplo 4.1.

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4.2.2 Resultados das Análises para o exemplo 4.1.

As Figuras 25 a 30 apresentam os resultados das análises para o exemplo


4.1, em termos de deslocamento horizontal médio dos painéis, ao longo de sua altura.
A Figura 25 mostra os resultados para os painéis 1 e 2, com carregamanto horizontal
atuando na direção X com sentido positivo e a Figura 26, apresenta os resultados dos
mesmos painéis, porém, com as cargas atuando no sentido negativo de X.
Apresentam-se ainda na Figura 30, os deslocamentos no topo das paredes com o
intuito de explicitar a diferença pequena entre as análises tridimensionais.

Para as análises dos painéis 3, 4 e 5 (Figuras 27 a 29), os resultados são


apresentados somente para as cargas horizontais atuando no sentido positivo da
direção Y, pois, devido à simetria, para o sentido negativo, os deslocamentos são os
mesmos em valores absolutos.

11,20 Exemplo 4.1:


Painéis 1 e 2
altura da parede (m)

Vento X positivo

8,40

ver Figura 30

5,60 3d_cas_diaf

3d_cas_laj

3d_pla4_diaf

3d_pla8_diaf
2,80
2d_cas

2d_pla4

2d_pla8

0,00
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)
Figura 25 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para os Painéis 1 e 2 do Exemplo 4.1 com
vento atuando no sentido positivo da direção X.

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Capítulo 4 - Análise das Paredes em Modelos Tridimensionais e Bidimensionais Equivalentes 48

11,20 Exemplo 4.1:


Painéis 1 e 2
altura da parede (m)

Vento X negativo

8,40

5,60
3d_cas_diaf

3d_cas_laj

3d_pla4_diaf

3d_pla8_diaf
2,80
2d_cas

2d_pla4

2d_pla8

0,00
-1,00 -0,80 -0,60 -0,40 -0,20 0,00
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)
Figura 26 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para os Painéis 1 e 2 do Exemplo 4.1 com
vento atuando no sentido negativo da direção X.

11,20 Exemplo 4.1:


Painel 3
altura da parede (m)

Vento Y

8,40

5,60
3d_cas_diaf

3d_cas_laj

3d_pla4_diaf

3d_pla8_diaf
2,80
2d_cas

2d_pla4

2d_pla8

0,00
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)
Figura 27 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel 3 do Exemplo 4.1 com vento
atuando no sentido positivo da direção Y.

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11,20 Exemplo 4.1:


Painel 4
altura da parede (m)

Vento Y

8,40

5,60
3d_cas_diaf

3d_cas_laj

3d_pla4_diaf

3d_pla8_diaf
2,80
2d_cas

2d_pla4

2d_pla8

0,00
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)
Figura 28 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel 4 do Exemplo 4.1 com vento
atuando no sentido positivo da direção Y.

11,20 Exemplo 4.1:


Painel 4
altura da parede (m)

Vento Y

8,40

5,60
3d_cas_diaf

3d_cas_laj

3d_pla4_diaf

3d_pla8_diaf
2,80
2d_cas

2d_pla4

2d_pla8

0,00
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 10,00 11,00 12,00

deslocamento horizontal no centro da parede (mm)


Figura 29 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para os Painel 5 do Exemplo 4.1 com vento
atuando no sentido positivo da direção Y.

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Exemplo 4.1:
Painéis 1 e 2
Vento X positivo
11,20
altura da parede (m)

3d_cas_diaf

3d_cas_laj

3d_pla4_diaf

3d_pla8_diaf

8,40
0,50 0,70

deslocamento horizontal no centro da parede (mm)


Figura 30 - Detalhe do Gráfico altura X deslocamento horizontal para os Painéis 1 e 2 do Exemplo
4.1 com vento atuando no sentido positivo da direção X.

4.2.3 Observações e Comentários.

Nos modelos tridimensionais, as variações dos resultados com a mudança


dos tipos de elementos é praticamente desprezível, sendo a diferença dos
deslocamentos médios no topo da parede entre os modelos com elementos de casca e
com elementos planos de 4 nós menor que 1% (média igual a 0,578%) e entre os
modelos com elementos de casca e com elementos planos de 8 nós menor que 4%,
sendo que dentre estes os maiores deslocamentos foram os obtidos com elementos
planos de 8 nós, seguido pelos elementos de casca e por fim os planos de 4 nós. Com
relação a estas diferenças, deve-se ressaltar que quando a linha de ação da resultante
de carga lateral em cada pavimento não passar pelo centro de torção do sistema
estrutural ou quando a resultante da carga lateral for excêntrica, o que para e exemplo
analisado ocorre com o vento na direção Y, existe uma rotação do diafragma,
acentuando mais estas diferenças pois haverá flexão fora do plano das paredes, o que
não pode ser capturado por elementos planos.

Outra observação importante em relação a análise tridimensional foi a pouca


influência da modelagem da laje sobre os deslocamentos médios das paredes
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comparando-se com a consideração do diafragma rígido, ou seja, aplicando uma


restrição de diafragma nos nós pertencentes ao plano da laje. A diferença observada
nestes deslocamentos médios foi inferior a 1% no topo, não obstante, no modelo com
modelagem da laje a diferença entre os deslocamentos do canto superior esquerdo
para o canto superior direito dos painéis chegue a 7% (com a consideração de
diafragma rígido esta diferença é igual a zero). Para edifícios com dimensões maiores
em planta esta diferença aumenta, podendo chegar a 40% para edifícios alongados
(BRISOT, 2001)

Tabela 4 - Diferenças dos deslocamentos médios no topo das paredes nas análises
bidimensionais para exemplo 4.1.

Painéis 2d_cas / 2d_pla4 2d_cas / 2d_pla8 2d_pla4 / 2d_pla8


1 e 2 (vxp) 19,19% 15,49% -3,11%
1 e 2 (vxn) -18,47% -20,88% -2,95%
3 -9,58% -12,23% -2,93%
4 -3,02% -6,10% -3,18%
5 12,26% 8,06% -3,74%

Em relação aos modelos bidimensionais, com os painés isolados, as


diferenças de deslocamentos médios das paredes estão mostradas na Tabela 4. Pode-
se observar claramente a influência da não coincidência do centro de torção com o
centro geométrico do sistema estrutural de cada pavimento nos resultados dos painéis
3, 4 e 5. As diferenças nos deslocamentos em função do tipo de elemento, embora
muito mais significativas que nos modelos tridimensionais, é muito inferior às
diferenças destes deslocamentos para os obtidos nos modelos tridimensionais.

Comparando-se os deslocamentos obtidos nos modelos tridimensionais com


os obtidos nos modelos com os painéis isolados (bidimensionais) as diferenças
verificadas são bastante significativas (Tabela 5), sendo em torno de 35% para os
painéis 1 e 2 e em torno de 60 % para os painéis 3, 4 e 5. Para os painéis 3, 4 e 5,
devido ao fato da rotação do diafragma não estar sendo capturada corretamente, a
diferença entre a análise tridimensional e as bidimensionais é majorada para o painel 5
e minorada para o painel 3, portanto a média das diferenças sofre pouca influência,

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sendo aproximadamente 64%. Ressalta-se como são mais conservadoras as análises


bidimensionais em relação às tridimensionais.

Tabela 5 - Diferenças dos deslocamentos médios no topo das paredes entre análises
tridimensionais e bidimensionais para exemplo 4.1.

Painéis 3d_cas_diaf / 2d_cas 3d_pla4_diaf / 2d_pla4 3d_pla8_diaf / 2d_pla8


1 e 2 (vxp) -38,93% -27,69% -27,43%
1 e 2 (vxn) -32,78% -45,55% -45,25%
3 -58,70% -62,78% -62,28%
4 -62,75% -64,11% -63,66%
5 -70,35% -66,91% -66,64%
média -52,71% 53,41% -53,05%

Entre todos os modelos utilizados para analisar a estrutura em questão, o


mais realista é o com os elementos de parede e a laje modelados como elemento de
casca, ou seja, são considerados tanto os esforços no plano como fora do plano dos
elementos não sendo feita nenhuma hipótese quanto a análise elástica da estrutura. No
entanto este modelo é o que possui o maior número de graus de liberdade, acarretando
assim em um maior esforço computacional. Já o modelo em que a lajes são
consideradas como diafragmas rígidos e os elementos utilizados na modelagem das
paredes são de estado plano de tensão, o número de graus de liberdade é muito
inferior (aproximadamente 1/3) e a solução é bastante precisa, apresentando pequenas
diferenças em relação ao modelo em que lajes e paredes são discretizadas por
elementos de casca.

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4.3 EXEMPLO 4.2

4.3.1 Descrição, Carregamento e Modelos.

Este exemplo também possui quatro andares, porém, suas dimensões e o


número de paredes é bastante superior ao exemplo anterior (Figuras 31 e 32). O
edifício possui simetria em relação aos eixos X e Y do sistema de referência, ou seja,
os deslocamentos laterais possuem valores iguais em módulo para os sentidos
positivos e negativos de atuação das cargas. Devido ao fato de tratar-se de um edifício
quadrado, as cargas devidas ao vento são iguais na direção X e Y, sendo
apresentadas na Tabela 6.

Tabela 6 - Forças devidas a ação do vento para exemplo 4.2.

Nível (m) direção X e Y


11,20 1,58 kN/m
8,40 2,93 kN/m
5,60 2,80 kN/m
2,80 2,47 kN/m
0,00 1,24 kN/m

Para este exemplo foram adotados dois modelos tridimensionais, sendo nos
dois as lajes consideradas como diafragmas rígidos, e denominados como se segue:

9 3d_cas_diaf ⇒ paredes modeladas com elementos de casca;

9 3d_pla4_diaf ⇒ paredes modeladas com elementos planos de 4 nós.

O objetivo deste exemplo é somente avaliar a diferença nos deslocamentos


das paredes entre o modelo com elementos de casca e o com elementos planos de 4
nós.

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Figura 31 - Modelo tridimensional para análise do exemplo 4.2.

Figura 32 - Disposição das paredes na base (exemplo 4.2).

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4.3.2 Resultados das Análises para o exemplo 4.2.

As Figuras 33 a 35 apresentam os resultados para o exemplo 4.1.

Devido ao fato deste exemplo possuir simetria em relação aos eixos X e Y,


serão apresentados os resultados dos deslocamentos horizontais das paredes,
somente para os sentidos positivos de X e Y, visto que, para os sentidos negativos os
valores são os mesmos em módulo.

11,20 Exemplo 4.2:


Vento X
altura da parede (m)

ver Figura 34
8,40

5,60

2,80

3d_cas_diaf

3d_pla4_diaf

0,00
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)
Figura 33 - Gráfico altura X deslocamento horizontal do Exemplo 4.2 com vento na direção X.

11,20

3d_cas_diaf

3d_pla4_diaf

8,40
0,060 0,065 0,070 0,075 0,080

Figura 34 - Detalhe do gráfico altura X deslocamento horizontal do Exemplo 4.2 .

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Capítulo 4 - Análise das Paredes em Modelos Tridimensionais e Bidimensionais Equivalentes 56

11,20 Exemplo 4.2:


Vento Y
altura da parede (m)

8,40

5,60

2,80

3d_cas_diaf

3d_pla4_diaf

0,00
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08

deslocamento horizontal no centro da parede (mm)


Figura 35 - Gráfico altura X deslocamento horizontal do Exemplo 4.2 com vento na direção Y.

4.3.3 Observações e Comentários.

Novamente, observou-se a similaridade entre os modelos tridimensionais


com elementos de casca e com elementos planos, sendo a diferença média dos
deslocamentos observada no topo das paredes igual a 0,899% para direção X e
0,649% para a direção Y. Estas diferenças podem certamente ser desconsideradas
visto que existem diferenças muito mais significativas nas análses estruturais, como por
exemplo, a determinação dos Módulos de Elasticidade dos materiais envolvidos, no
caso as paredes de alvenaria e as lajes de concreto.

Ressalta-se, novamente, que o número de graus de liberdade do modelo


contendo elementos planos é muito inferior, o que faz com que o tempo de
processamento seja proporcionalmente reduzido, sendo portanto, um modelo mais
eficiente visto que os resultados são praticamente os mesmos.

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Capítulo 4 - Análise das Paredes em Modelos Tridimensionais e Bidimensionais Equivalentes 57

4.4 EXEMPLO 4.3

4.4.1 Descrição, Carregamento e Modelos.

Tem-se neste exemplo um edifício bastante comum na prática, ou seja,


destaca-se dos exemplos anteriores, os quais tinham um caráter essencialmente
didático. O edifício possui um grande número de paredes nas duas direções e simetria
no eixo paralelo a Y, além de apresentar um vazio na laje devido a presença de uma
escada. As cargas laterais atuantes para análise dos deslocamentos horizontais
encontram-se na Tabela 7.

Tabela 7 - Cargas devidas a ação do vento para exemplo 4.3.

Nível (m) direção X direção Y


11,20 1,21 kN/m 1,64 kN/m
8,40 2,31 kN/m 3,11 kN/m
5,60 2,18 kN/m 2,94 kN/m
2,80 1,94 kN/m 2,61 kN/m
0,00 0,97 kN/m 1,30 kN/m

Para este exemplo foram adotados quatro modelos tridimensionais e dois


bidimensionais, sendo estes:

9 3d_pla_laj ⇒ paredes modeladas com elementos planos de 4 nós;


⇒ lajes modeladas com elementos planos de 4 nós.

9 3d_pla_diaf ⇒ paredes modeladas com elementos planos de 4 nós;


⇒ lajes consideradas diafragmas rígidos.
9 3d_cas_laj ⇒ paredes modeladas com elementos de casca;
⇒ lajes modeladas com elementos planos de 4 nós.

9 3d_cas_diaf ⇒ paredes modeladas com elementos de casca;


⇒ lajes consideradas diafragmas rígidos.
9 2d_pla ⇒ parede isolada modelada com elementos planos de 4 nós.
9 2d_cas ⇒ parede isolada modelada com elementos de casca.

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Capítulo 4 - Análise das Paredes em Modelos Tridimensionais e Bidimensionais Equivalentes 58

Figura 36 - Perspectiva frontal do exemplo 4.3.

Figura 37 - Perspectiva frontal do exemplo 4.3 sem as lajes.

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Capítulo 4 - Análise das Paredes em Modelos Tridimensionais e Bidimensionais Equivalentes 59

Figura 38 - Perspectiva dos fundos do exemplo 4.3 sem as lajes.

Figura 39 - Perspectiva dos painéis isolados XZ nas posições corretas do exemplo 4.3.

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Capítulo 4 - Análise das Paredes em Modelos Tridimensionais e Bidimensionais Equivalentes 60

painel 8 painel 9 painel 10 painel 11

Figura 40 - Perspectiva dos painéis isolados XZ do exemplo 4.3.

painel 4

painel 2

painel 3

painel 1

Figura 41 - Perspectiva dos painéis isolados YZ do exemplo 4.3.

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Capítulo 4 - Análise das Paredes em Modelos Tridimensionais e Bidimensionais Equivalentes 61

Para as análises bidimensionais foi adotado o mesmo procedimento que o


do exemplo 4.1: as cargas horizontais foram aplicadas da mesma forma que nos
modelos tridimensionais, ou seja, como as cargas estão aplicadas nos nós ao longo
dos planos das lajes, estes nós foram mantidos com as restrições de diafragma rígido.
Além disto, na análise dos painéis paralelos ao plano XZ, retirou-se os painéis
paralelos a YZ (Figura 39), sendo o procedimento inverso utilizado para análise dos
painéis em YZ (Figura 41).

4.4.2 Resultados das Análises para o exemplo 4.3.

As Figuras 42 a 53 apresentam os resultados das análises para o exemplo


4.3, novamente, em termos de deslocamento horizontal médio dos painéis, ao longo de
sua altura. Para os painéis 1 a 8 (Figuras 42 a 49), são apresentados os
deslocamentos horizontais ao longo da altura para os sentidos positivos e negativos da
direção X. Para os painéis 8 a 11 (Figuras 50 a 53), os resultados estão apresentados
somente para o sentido positivo de Y.

11,20 Exemplo 4.3:


Painéis 1 e 7
altura da parede (m)

Vento Y positivo

8,40

5,60

3d_pla_laj
3d_pla_diaf
2,80
3d_cas_laj
3d_cas_diaf
2d_pla
2d_cas
0,00
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)
Figura 42 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painéis 1 e 7 do Exemplo 4.3 com
vento atuando no sentido positivo da direção Y.

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Capítulo 4 - Análise das Paredes em Modelos Tridimensionais e Bidimensionais Equivalentes 62

11,20 Exemplo 4.3:


Painéis 1 e 7
altura da parede (m)

Vento Y negativo

8,40

5,60

3d_pla_laj
3d_pla_diaf
2,80 3d_cas_laj
3d_cas_diaf
2d_pla
2d_cas
0,00
-0,65 -0,55 -0,45 -0,35 -0,25 -0,15 -0,05
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)
Figura 43 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painéis 1 e 7 do Exemplo 4.3 com
vento atuando no sentido negativo da direção Y.

11,20 Exemplo 4.3:


Painéis 2 e 6
altura da parede (m)

Vento Y positivo

8,40

5,60

3d_pla_laj
3d_pla_diaf
2,80
3d_cas_laj
3d_cas_diaf
2d_pla
2d_cas
0,00
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)
Figura 44 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painéis 2 e 6 do Exemplo 4.3 com
vento atuando no sentido positivo da direção Y.

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Capítulo 4 - Análise das Paredes em Modelos Tridimensionais e Bidimensionais Equivalentes 63

11,20 Exemplo 4.3:


Painéis 2 e 6
altura da parede (m)

Vento Y negativo

8,40

5,60

3d_pla_laj
3d_pla_diaf
2,80 3d_cas_laj
3d_cas_diaf
2d_pla
2d_cas
0,00
-0,65 -0,55 -0,45 -0,35 -0,25 -0,15 -0,05
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)
Figura 45 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painéis 2 e 6 do Exemplo 4.3 com
vento atuando no sentido negativo da direção Y.

11,20 Exemplo 4.3:


Painéis 3 e 5
altura da parede (m)

Vento Y positivo

8,40

5,60

3d_pla_laj
3d_pla_diaf
2,80
3d_cas_laj
3d_cas_diaf
2d_pla
2d_cas
0,00
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)
Figura 46 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painéis 3 e 5 do Exemplo 4.3 com
vento atuando no sentido positivo da direção Y.

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11,20 Exemplo 4.3:


Painéis 3 e 5
altura da parede (m)

Vento Y negativo

8,40

5,60

3d_pla_laj
3d_pla_diaf
2,80 3d_cas_laj
3d_cas_diaf
2d_pla
2d_cas
0,00
-0,65 -0,55 -0,45 -0,35 -0,25 -0,15 -0,05
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)
Figura 47 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painéis 3 e 5 do Exemplo 4.3 com
vento atuando no sentido negativo da direção Y.

11,20 Exemplo 4.3:


Painel 4
altura da parede (m)

Vento Y positivo

8,40

5,60

3d_pla_laj
3d_pla_diaf
2,80
3d_cas_laj
3d_cas_diaf
2d_pla
2d_cas
0,00
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)
Figura 48 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel 4 do Exemplo 4.3 com vento
atuando no sentido positivo da direção Y.

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11,20 Exemplo 4.3:


Painel 4
altura da parede (m)

Vento Y negativo

8,40

5,60

3d_pla_laj
3d_pla_diaf
2,80 3d_cas_laj
3d_cas_diaf
2d_pla
2d_cas
0,00
-0,65 -0,55 -0,45 -0,35 -0,25 -0,15 -0,05
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)
Figura 49 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel 4 do Exemplo 4.3 com vento
atuando no sentido negativo da direção Y.

11,20 Exemplo 4.3:


Painel 8
altura da parede (m)

Vento X positivo

8,40

5,60

3d_pla_laj
3d_pla_diaf
2,80
3d_cas_laj
3d_cas_diaf
2d_pla
2d_cas
0,00
0,00 0,10 0,20 0,30
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)
Figura 50 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel 8 do Exemplo 4.3 com vento
atuando no sentido positivo da direção X.

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11,20 Exemplo 4.3:


Painel 9
altura da parede (m)

Vento X positivo

8,40

5,60

3d_pla_laj
3d_pla_diaf
2,80
3d_cas_laj
3d_cas_diaf
2d_pla
2d_cas
0,00
0,00 0,10 0,20 0,30
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)
Figura 51 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel 9 do Exemplo 4.3 com vento
atuando no sentido positivo da direção X.

11,20 Exemplo 4.3:


Painel 10
altura da parede (m)

Vento X positivo

8,40

5,60

3d_pla_laj
3d_pla_diaf
2,80
3d_cas_laj
3d_cas_diaf
2d_pla
2d_cas
0,00
0,00 0,10 0,20 0,30
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)
Figura 52 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel 10 do Exemplo 4.3 com vento
atuando no sentido positivo da direção X.

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Capítulo 4 - Análise das Paredes em Modelos Tridimensionais e Bidimensionais Equivalentes 67

11,20 Exemplo 4.3:


Painel 11
altura da parede (m)

Vento X positivo

8,40

5,60

3d_pla_laj
3d_pla_diaf
2,80
3d_cas_laj
3d_cas_diaf
2d_pla
2d_cas
0,00
0,00 0,10 0,20 0,30
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)
Figura 53 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel 10 do Exemplo 4.3 com vento
atuando no sentido positivo da direção X.

4.4.3 Observações e Comentários.

As diferenças entre os deslocamentos médios no topo das paredes para os


modelos tridimensionais estão apresentados na Tabela 8. Estas diferenças
comprovam, mais uma vez, que o tipo de elemento tem influência insignificante sobre
os resultados, sendo que o modelo em que as paredes são modeladas com elementos
planos possui um número de graus de liberdade muito menor, corroborando que este é,
certamente, o modelo mais eficiente para análises de edifícios de alvenaria estrutural.

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Capítulo 4 - Análise das Paredes em Modelos Tridimensionais e Bidimensionais Equivalentes 68

Tabela 8 - Diferenças dos deslocamentos horizontal médios no topo das paredes nas análises
tridimensionais para exemplo 4.3.

Painéis 3d_cas_laj / 3d_pla_laj 3d_cas_diaf / 3d_pla_diaf


1 e 7 (vyp) 0,443% 0,200%
1 e 7 (vyn) 0,579% 0,235%
2 e 6 (vyp) 0,430% 0,200%
2 e 6 (vyn) 0,458% 0,201%
3 e 5 (vyp) 0,428% 0,200%
3 e 5 (vyn) 0,455% 0,201%
4 (vyp) 0,433% 0,200%
4 (vyn) 0,451% 0,201%
8 1,001% 0,734%
9 1,017% 0,757%
10 1,044% 0,714%
11 1,077% 0,722%

Em relação aos modelos bidimensionais, verificou-se diferenças muito


grandes em relação aos modelos tridimensionais (Tabela 9). Ressalta-se que estas
diferenças levam a resultados a favor da segurança, no entanto, anti-econômicos.
Importante salientar que, para que o edifício consiga um comportamento tridimensional,
a ligação entre as paredes deve resistir aos esforços cortantes atuantes. Para isto, é
recomendável que estes encontros sejam contrafiados e grauteados com uma armação
construtiva de forma a solidarizar as paredes.

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Capítulo 4 - Análise das Paredes em Modelos Tridimensionais e Bidimensionais Equivalentes 69

Tabela 9 - Diferenças dos deslocamentos horizontais médios no topo das paredes entre análises
tridimensionais e bidimensionais para exemplo 4.3.

Painéis 3d_cas_diaf / 2d_cas 3d_pla_diaf / 2d_pla


1 e 7 (vyp) -52,08% -51,96%
1 e 7 (vyn) -52,07% -51,97%
2 e 6 (vyp) -52,09% -51,96%
2 e 6 (vyn) -52,07% -51,96%
3 e 5 (vyp) -52,09% -51,96%
3 e 5 (vyn) -52,07% -51,96%
4 (vyp) -52,09% -51,96%
4 (vyn) -52,07% -51,96%
8 -36,36% -23,92%
9 -38,35% -28,57%
10 -39,81% -31,65%
11 -40,47% -33,09%

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Capítulo 5 - Superelemento Painel 70

5 SUPERELEMENTO PAINEL

5.1 DEFINIÇÃO DO TIPO DE ANÁLISE

Este trabalho faz parte de um projeto que visa o desenvolvimento de um


programa para a análise tridimensional de edifícios de alvenaria estrutural. Por ser um
sistema laminar, ou seja, composto por painéis, que são as lajes e as paredes,
obviamente que uma análise por barras seria uma simplificação grosseira. Ressalta-se
ainda que este trabalho desenvolveu-se juntamente com o autor de outra dissertação
(BRISOT, 2001), cabendo a este, a análise das paredes sendo o outro responsável
pelas lajes.

A análise das paredes em um edifício de alvenaria estrutural, como já dito,


muitas vezes é feita considerando-se as paredes isoladas (análise bidimensional),
sendo que estas análises podem ser feitas de forma simplificada ou através de
métodos mais elaborados como os citados no Capítulo 3.

Para elaboração de um modelo tridimensional, inicialmente pensou-se em


utilizar o Método das Ligações Flexíveis, por ser este, dentre os métodos de análise de
paredes planas o mais eficiente, ou seja, apresenta bons resultados com baixo esforço
computacional. O grande problema para a implementação do referido método em um
modelo tridimensional é a definição de como modelar os encontros das paredes entre
si e com as lajes.

Optou-se então pelo Método dos Elementos Finitos, que permite uma
modelagem muito boa das paredes com diferentes tipos de aberturas e, também, a
modelagem correta dos encontros entre as paredes e destas com as lajes. Estando
definido o método, faltava a definição do tipo de elemento finito a ser adotado, sendo
então estudados diversos modelos tridimensionais, no Capítulo 4, com utilização de
elementos de casca com 4 nós e elementos de estado plano de tensão (planos) com 4
e 8 nós. Destes estudos, verificou-se que os modelos em que utilizaram-se elementos
planos de 4 nós foram os mais eficientes, sendo portanto, este elemento o escolhido.

Modelagem de Paredes na Análise Tridimensional de Edifícios de Alvenaria Estrutural


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Capítulo 5 - Superelemento Painel 71

Conforme explicado no Capítulo 2.2, para tornar a análise mais eficiente


será utilizada a técnica de subestruturação, modelando-se as paredes e as lajes dos
edifícios por superelementos, denominados PAINEL para as paredes e DIAFRAGMA
para as lajes. A formulação do superlemento DIAFRAGMA encontra-se em (BRISOT,
2001) e a do superlemento PAINEL está apresentada no que se segue.

5.2 FORMULAÇÃO DO SUPERELEMENTO

5.2.1 Formulação dos elementos planos

Conforme exposto anteriormente, os superelementos PAINEL são


formulados através do Método dos Elementos Finitos com utilização de elementos de
estado plano de tensão com 4 nós. Adota-se a formulação do Método dos Elementos
Finitos baseada nos deslocamentos.

A matriz de rigidez do superelemento PAINEL é obtida mediante a soma das


contribuições de todos os elementos planos que compõe este superelemento, sendo
então, feita uma condensação estática dos nós internos ao superelemento de forma
que a estrutura global seja resolvida somente em função dos graus de liberdade dos
nós de ligação (externos) dos superelementos. Ligações estas, entre superelementos
PAINEL e com os superelementos DIAFRAGMA (BRISOT, 2001).

A matriz de rigidez de um elemento de estado plano de tensão é obtida


atravéz da seguinte expressão:

(Eq. 22)
[s ] = ∫v[B ]T ⋅[D ] ⋅ [B ] ⋅ dv

onde: [s] ⇒ matriz de rigidez local para cada elemento plano;

[B] ⇒ matriz de deformação específica x deslocamentos nodais;

[B]T ⇒ matriz [B] transposta;

[D] ⇒ matriz constitutiva do material.

A numeração dos nós e a definição dos eixos locais e globais estão


esboçados na Figura 54. Pode-se observar também como são definidas as dimensões

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Capítulo 5 - Superelemento Painel 72

de cada elemento, sendo as dimensões no plano do elemento definidas por h e d, e a


espessura por t.

Z
y, η

2 1

h/2 x, ξ

h/2

3 4
d/2 d/2
X ou Y

Figura 54 - Conectividade e dimensões de um elemento plano.

Desenvolveu-se a formulação isoparamétrica dos elementos, onde utiliza-


se o sistema de coordenadas naturais: coordenadas ξ, η, ζ que variam sempre de –1
a +1, ao invés do sistema cartesiano usual x,y,z. A transformação de coordenadas do
sistema usual x,y,z para o sistema de coordenadas naturais ξ, η, ζ é chamada de
Mapeamento

Logo, para um elemento de espessura t constante, a matriz de rigidez será


definida por:
h d (Eq. 23)
[s ] = ∫− h2 ∫− d2 [B ]T ⋅ [D ] ⋅ [B ] ⋅ t ⋅ dx ⋅ dy
2 2

O vetor de deslocamentos no elemento é dado por:

{u}e = [N ]⋅ {u} (Eq. 24)

sendo {u} os deslocamentos nodais e [N] a matriz de funções de interpolação:

(Eq. 25)
[N ] = 
N1 0 N2 0 N3 0 N4 0 
0 N1 0 N2 0 N3 0 N 4 

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Capítulo 5 - Superelemento Painel 73

Para elementos isoparamétricos de 4 nós, as funções de forma são definidas


por:

1
N i = (1 + ξξ i )(1 + ηη i ) (Eq. 26)
4

A matriz [B] que relaciona deformação específica × deslocamentos nodais,


pode ser encontrada a partir das equações 22 a 24, sendo:

 ∂u  (Eq. 27)
 ∂x 
 
{ε } =  ∂v . u} = {∂}.[N ] ⋅ {u} = [B ] ⋅ {u}
= {∂}{
e
∂y 
 

 ∂y + ∂v ∂x 
u
 

Portanto:

 ∂N 1 ∂N 2 ∂N 3 ∂N 4  (Eq. 28)
 0 0 0 0 
 ∂x ∂x ∂x ∂x 
∂N 1 ∂N 2 ∂N 3 ∂N 4 
[B] =  0 0 0 0
∂y ∂y ∂y ∂y 
 ∂N ∂N 1 ∂N 2 ∂N 2 ∂N 3 ∂N 3 ∂N 4 ∂N 4 
 1 
 ∂y ∂x ∂y ∂x ∂y ∂x ∂y ∂x 

Ou seja, para se encontrar as deformações específicas, deve-se derivar os


deslocamentos em relação a x e a y, no entanto, ao utilizar-se a formulação
isoparamétrica, u e v estão expressos em função de ξ e η, devendo-se aplicar a Regra
da Cadeia:
∂ ∂ ∂ξ ∂ ∂η (Eq. 29)
= +
∂x ∂ξ ∂x ∂η ∂x
∂ ∂ ∂ξ ∂ ∂η (Eq. 30)
= +
∂y ∂ξ ∂y ∂η ∂y

Como não se conhecem diretamente as relações entre ξ , η e x , y e sim as


relações inversas x = x(ξ ,η) e y = y(ξ ,η), deve-se fazer inicialmente:

∂ ∂ ∂x ∂ ∂ y (Eq. 31)
= +
∂ξ ∂x ∂ξ ∂ y ∂ξ
∂ ∂ ∂x ∂ ∂ y (Eq. 32)
= +
∂η ∂x ∂η ∂ y ∂η
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Autor: Gennyson Gonchorovski Orientação: Henriette Lebre La Rovere
Capítulo 5 - Superelemento Painel 74

ou, matricialmente:

 ∂   ∂x ∂ y  ∂  ∂  ∂ (Eq. 33)


 ∂ξ   ∂ξ ∂ξ   ∂x   ∂ξ   ∂x 
 ∂  =  ∂x 
∂ y  ∂ 
ou  ∂  = [J ]. ∂ 
        
 ∂η   ∂η ∂η   ∂ y   ∂η   ∂ y 

onde [J] é denominada matriz Jacobiana.

Algumas limitações devem ser impostas à forma dos elementos e à posição


dos nós, de maneira que a matriz Jacobiana não fique singular. Como só serão
utilizados elementos retangulares não haverá problema pois o determinante J fica
sempre positivo. Para avaliar as integrais das expressões da matriz de rigidez e vetor
de cargas consistente do elemento, deve-se fazer também uma mudança de variáveis
com o auxílio do determinante da matriz Jacobiana:

dA = dx ⋅ dy = det[J ] ⋅ dξ . ⋅ dη = J .dξ .dη (Eq. 34)


Logo, pode-se reescrever a equação 21 da seguinte forma:

[s ] = ∫−1 ∫−1 [B ]T ⋅ [D ] ⋅ [B ] ⋅ t ⋅ J ⋅ dξ ⋅ dη
+ 1 +1 (Eq. 35)

Substituindo-se as funções de interpolação (Eq. 24) na expressão dada pela


equação 26, utilizando as expressões 29 e 30, obtem-se a matriz [B]:

 h(1 + η ) 0 − h(1 + η ) 0 h(η − 1) 0 − h(η − 1) 0 


1 
[B ] = 0 d (1 + ξ ) 0 d (1 − ξ ) 0 − d (1 − ξ ) 0 d (1 + ξ ) 
2dh 
d (1 + ξ ) h(1 + η ) d (1 − ξ ) − h(1 + η ) − d (1 − ξ ) h(η − 1) d (1 + ξ ) − h(η − 1)

(Eq.36)

A matriz constitutiva do material para elementos de estado plano de tensão,


dada em função do Módulo de Elasticidade (E) e Coeficiente de Poisson (ν), é igual a:

 
 1 ν 0 
[D] = E 2 ν 1 0  (Eq. 37)
1 −ν  1 −ν 
0 0 
 2 

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Capítulo 5 - Superelemento Painel 75

Os elementos planos utilizados podem estar, em relação ao sistema global,


nos planos XZ ou YZ, sendo portanto, para cada elemento, o vetor de cargas nodais
consistente dado por:

 a1 
a 
 2
a 3 
 
a
{a} =  4  (Eq. 38)
a 5 
a 6 
 
a 7 
a 
 8

Sendo os coeficientes a1 e a2, as ações nos nós equivalentes às cargas


aplicadas nos elementos, nas direções locais x e y respectivamente. Serão
consideradas somente as cargas nos elementos devidas a seu peso próprio, e sendo o
eixo y local equivalente ao eixo Z do sistema global (Figura 54), tem-se que:

a1 = a3 = a5 = a7 = 0 (Eq. 39)

d ⋅ h ⋅ t ⋅W (Eq. 40)
a 2 = a 4 = a 6 = a8 = −
4

onde W é o peso específico do material.

5.2.2 Montagem do superelemento no sistema local

Após a obtenção das matrizes de rigidez e do vetor de cargas dos elementos


planos, é feito o samatório das contribuições de cada elemento nos respectivos graus
de liberdade do superelemento da seguinte forma:
nel (Eq. 41)
[S ] = ∑ [s ]i
i =1

nel (Eq. 42)


{A} = ∑ {a}i
i =1

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Capítulo 5 - Superelemento Painel 76

onde [s]i e {a}i são as matrizes de rigidez e os vetores de carga consistente,


equivalente ao peso próprio, de cada elemento plano ; nel é o número de elementos;
[S] é a matriz de rigidez e {A} é o vetor de cargas nodais consistente do superlemento
PAINEL em relação a todos os graus de liberdade, dos nós externos e internos.

5.2.3 Condensação Estática Linear

É feita a condensação dos graus de liberdade dos nós internos da matriz de


rigidez [S] e do vetor de cargas {A} do superelemento, obtendo-se a matriz de rigidez
“condensada” e o vetor de cargas “condensado”, expressos em função apenas dos
graus de liberdade dos nós externos, ou seja, dos nós de ligação entre os
superelementos PAINEL e entre os superelementos PAINEL e os superelementos
DIAFRAGMA desenvolvidos em (BRISOT, 2001).

A condensação é feita conforme exposto no Capítulo 2.2. sendo dada por:

[Scond ] = [See ] − [Sei ] ⋅ [Sii ]−1 ⋅ [Sie ] (Eq. 43)

{Acond } = {Ae } − [Sei ] ⋅ [Sii ]−1 ⋅ {Ai } (Eq. 44)

sendo: [Scond] ⇒ Matriz de rigidez condensada do superelemento, expressa


em função dos graus de liberdade dos nós externos;
{Acond} ⇒ Vetor de cargas consistente condensado do superelemento,
expresso em função dos graus de liberdade dos nós externos.

5.2.4 Montagem da estrutura global

A montagem da matriz de rigidez global da estrutura e do vetor de ações


total é feita através da soma das contribuições de todos os superelementos PAINEL e
DIAFRAGMA nos respectivos graus de liberdade, sendo dado por:
nsel (Eq. 45)
[S ] = ∑ [S cond . ]i
i =1

nsel (Eq. 46)


{A} = ∑ {Acond }i
i =1

onde nsel é o número de superelementos.

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Capítulo 5 - Superelemento Painel 77

Antes da resolução do sistema de equações para obtenção dos


deslocamentos nodais da estrutura (nós externos dos superelementos apenas),
deverão ser adicionadas ao vetor de cargas consistente as cargas aplicadas
diretamente nos nós.

5.2.5 Resolução da Estrutura e Obtenção dos Esforços

Aplicando-se as condições de contorno, ou seja, restringindo-se a estrutura,


resolve-se o sistema de equações resultante e obtém-se os deslocamentos nodais da
estrutura. A partir destes sabe-se os deslocamentos dos nós externos de cada
superelemento De e os deslocamentos dos nós internos Di são obtidos usando-se a
equação 45:
{Di } = [S ii ]−1 ⋅ ({Ai } − [S ie ] ⋅ {De }) (Eq. 47)

Conhecidos todos os deslocamentos nodais de cada superelemento, sabe-se os


deslocamentos nodais de cada elemento interno {u} e as tensões são obtidas por:
{σ } = [D][. B].{u} (Eq. 48)

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Capítulo 6 - Implementação Computacional 78

6 IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL

6.1 GENERALIDADES

Atualmente existem diversos programas computacionais que permitem a


análise de estruturas continuas através do Método dos Elementos Finitos como
ANSYS, ASKA, ICES, SAP, entre outros. No entanto, na maioria destes programas a
entrada dos dados e a visualização dos resultados é bastante trabalhosa. Não
obstante, estão sendo incorporados a estes programas de análise pré-processadores
com o intuito de facilitar a entrada dos dados e pós-processadores que permitem uma
visualização gráfica dos resultados (deslocamentos e esforços).

Os pré-processadores permitem que seja feita a entrada dos dados


geométricos da estrutura graficamente, além de permitir a geração automática da
malha. Entretanto, esta entrada gráfica e geração de malha é permitida somente para
alguns tipos de elementos, na maioria dos programas comerciais disponíveis.

Os pós-processadores proporcionam uma visualização da estrutura como


um todo, tanto indeformada como deformada, para cada caso de carregamento ou para
uma combinação ponderada de qualquer destes casos. Pode-se também visualizar
apenas partes da estrutura, em um plano qualquer ou tridimensionalmente. Além disso,
os esforços podem ser visualizados através de curvas de isovalores, onde
normalmente é feita uma média dos esforços nas descontinuidades existentes entre os
elementos (esta descontinuidade deve-se ao fato de a estrutura ser resolvida em
função dos deslocamentos, ou seja, pelo Método dos Deslocamentos).

Nesta dissertação foi desenvolvido um programa específico para análise de


edifícios de alvenaria estrutural. Este trabalho foi desenvolvido juntamente com outro
mestrando (BRISOT, 2001) e com a orientadora, sendo o programa dividido em duas
partes.

A primeira parte consiste em um pré-processador, denominado WINEDALV,


com finalidade de faciltar a entrada de dados e visualização dos resultados sendo
também o responsável pela geração da malha e pela interface entre o usuário e o

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Capítulo 6 - Implementação Computacional 79

programa de análise propriamente dito. A entrada dos dados é feita através de caixas
de diálogo "janelas", implementadas no programa utilizando-se as subrotinas
"QuickWin" do compilador Fortran 90 (FORTRAN 90, 1995). Uma descrição mais
detalhada do programa WINEDALV está apresentada em (BRISOT, 2001).

A análise é feita pelo programa EDALV, que é baseado no programa ANEST


(LA ROVERE, GONCHOROVSKI e CHIMELLO, 1995 a 2000), que por sua vez foi
baseado no programa CALSD (SEIBLE, LATHAM e KÜRKCHUBASCHE, 1987). O
programa EDALV tem uma estrutura similar a do programa SAP (WILSON, 1997), onde
o processamento dos dados e o cálculo da estrutura são feitos pelo Método dos
Deslocamentos, com utilização de Superelementos formulados pelo Método dos
Elementos Finitos, conforme explicado no Capítulo 5.

Atualmente o programa resolve a estrutura em termos dos deslocamentos


nodais, para os graus de liberdade externos dos superelementos. O programa será
estendido para permitir a obtenção das tensões nos elementos internos aos
superelementos e das reações de apoio, e, posteriormente, pretende-se também
implementar uma visualização gráfica dos resultados para facilitar sua análise.

6.2 ESTRUTURA DO PROGRAMA EDALV

O programa EDALV é dividido em módulos ou subprogramas, ligados entre


si por três bibliotecas estáticas e diversos arquivos binários para otimizar o
processamento. Os módulos lêem os dados necessários aos cálculos de um arquivo
formatado, gerado pelo programa pré-processador WINEDALV, a partir dos dados
fornecidos pelo usuário através das caixas de diálogo "janelas". A denominação deste
arquivo será formada pelo nome da estrutura (EXEMPLO), fornecido pelo usuário, e
pela extensão "edv" (EXEMPLO.edv). Cada módulo gera também um arquivo
formatado de saída de dados, contendo os resultados respectivos à etapa da estrutura
resolvida por este módulo. O nome módulos atuais de EDALV e de seus respectivos
arquivos de saída estão apresentados na Tabela 10. Nas bibliotecas estão as
subrotinas para gerenciamento dos arquivos, alocação dinâmica de memória e leitura
de dados de arquivo formatado em formato livre, que são utilizados em todos os
módulos.

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Capítulo 6 - Implementação Computacional 80

Tabela 10 - Módulos e arquivos de saída do programa EDALV.

Módulo Arquivo de Saída


ALVENA EXEMPLO.alv
DIAFRAGMA EXEMPLO.dia
PAINEL EXEMPLO.pai
RESOLVE EXEMPLO.res

6.2.1 Módulo ALVENA

O módulo ALVENA possui 997 linhas e é o responsável pela leitura dos


dados iniciais da estrutura, coordenadas dos nós externos, condições de contorno e
conectividade dos superelementos. Conforme exposto anteriormente, a entrada dos
dados é feita no programa WINEDALV, o qual, gera um arquivo formatado com
extensão "edv". Este arquivo é composto por "separadores" que permitem a leitura dos
dados. O nome da estrutura é lida de um arquivo chamado "problema" (sem extensão),
que também é gerado pelo pré-processador WINEDALV.

O separador “ESTRUTURA” contém o número de nós externos da estrutura,


o número de casos de carregamento e o número de pavimentos do edifício. Estes
dados são escritos no arquivo de dados da seguinte forma:

ESTRUTURA
NOS= 3727 CAR= 6 PAV= 4

O número de nós externos é calculado no programa WINEDALV, em função


da geração da malha. Esta geração é feita com base em dados fornecidos pelo
usuário, o que faz com que este seja o responsável pelo tamanho dos elementos ou
refinamento da malha. Sendo assim, é necessário que o usuário possua conhecimento
e afinidade com o Método dos Elementos Finitos, de forma a poder avaliar
corretamente se a malha utilizada é compatível com as dimensões da estrutura e as
cargas aplicadas sobre esta.

O número de pavimentos é fornecido diretamente pelo usuário e o número


de casos de carregamento é sempre igual a seis, sendo as origens das cargas
correspondentes a cada caso apresentadas na Tabela 11:

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Capítulo 6 - Implementação Computacional 81

Tabela 11 - Casos de carregamentos resolvidos no programa EDALV.

Caso Tipo de Carregamento


1 Peso Próprio da Estrutura e Sobrecargas Permanentes
2 Sobrecargas acidentais devidas ao uso da edificação
3 Forças devidas à ação do vento na direção X no sentido positivo
4 Forças devidas à ação do vento na direção X no sentido negativo
5 Forças devidas à ação do vento na direção Y no sentido positivo
6 Forças devidas à ação do vento na direção Y no sentido negativo

A leitura das coordenadas dos nós externos da estrutura é feita no


separador “COORDENADAS”, as quais são escritas no arquivo de dados da seguinte
forma:

COORDENADAS
1 X= .4140E+01 Y= .0000E+00 Z= .0000E+00
2 X= .4430E+01 Y= .0000E+00 Z= .0000E+00
3 X= .4720E+01 Y= .0000E+00 Z= .0000E+00
4 X= .5010E+01 Y= .0000E+00 Z= .0000E+00
5 X= .5210E+01 Y= .0000E+00 Z= .0000E+00
6 X= .5410E+01 Y= .0000E+00 Z= .0000E+00
7 X= .5677E+01 Y= .0000E+00 Z= .0000E+00
8 X= .5943E+01 Y= .0000E+00 Z= .0000E+00
9 X= .6210E+01 Y= .0000E+00 Z= .0000E+00
10 X= .6410E+01 Y= .0000E+00 Z= .0000E+00
11 X= .6700E+01 Y= .0000E+00 Z= .0000E+00
12 X= .6990E+01 Y= .0000E+00 Z= .0000E+00
:
:
:

Em cada linha abaixo do separador são dados o número do nó e suas


coordenadas nas direções X, Y e Z. Estas coordenadas são calculadas no programa
WINEDALV, com base nos dados referentes à malha dos elementos finitos e nas
posições dos superelementos PAINEL e DIAFRAGMA, fornecidos pelo usuário.

As condições de contorno da estrutura (apoios) estão definidas no separador


“CONTORNO”, e são escritos no arquivo de dados da seguinte forma:

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Capítulo 6 - Implementação Computacional 82

CONTORNO
1 GL=F,F,F
2 GL=F,F,F
3 GL=F,F,F
4 GL=F,F,F
5 GL=F,F,F
:
:
:

É fornecido o número do nó e as condições de contorno dos graus de


liberdade de translação nas direções X, Y e Z, respectivamente, sendo que a letra “F”
significa que o grau de liberdade será restringido (fixo) e se o grau de liberdade for livre
será designado pela letra “L”. Na resolução da estrutura são contemplados somente os
graus de liberdade de translação, pois, os elementos utilizados não capturam os efeitos
referentes a rotação dos nós. A determinação dos nós a serem restringidos é feita no
programa WINEDALV, sendo restringidos todos os nós da base das paredes nos três
graus de liberdade.

O módulo ALVENA, por ser o responsável pela numeração das equações,


deve também ler do arquivo de dados a conectividade dos superelementos e as
restrições dos nós nos encontros dos painéis os quais devem apresentar
deslocamentos iguais. É feita internamente uma renumeração dos nós com a finalidade
de minimizar a largura de banda da matriz de rigidez, nesta renumeração utiliza-se o
algoritmo PFM, que já era utilizado no programa CALSD. Os dados das conectividades
serão lidos nos separadores “PAINEL” e “DIAFRAGMA” e as restrições no separador
“RESTRIÇÕES”.

Para os superelementos PAINEL, a conectividade é dada pelos nós dos


cantos (Figura 55) e escrita no arquivo de dados da seguinte forma:

PAINEL
128
1 1 13 40 28 TIP= 1 PLA= 1 FIC= 0
2 28 40 67 55 TIP= 1 PLA= 1 FIC= 0
3 55 67 94 82 TIP= 1 PLA= 1 FIC= 0
4 82 94 121 109 TIP= 1 PLA= 1 FIC= 0
:
:
:

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Capítulo 6 - Implementação Computacional 83

28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

26 27

24 25

22 23

PAINEL 1

20 21

18 19

16 17

14 15

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Figura 55 - Conectividade de um superelemento PAINEL.

Na primeira linha abaixo do separador é dado o número total de painéis e


nas linhas seguintes são fornecidos os nós necessários para determinação da
conectividade (a partir do canto inferior esquerdo e no sentido anti-horário), sendo que
os outros dados serão utilizados no módulo PAINEL. No módulo ALVENA são
determinados todos os outros nós externos dos superelementos que definem a
conectividade destes.

A conectividade dos superelementos DIAFRAGMA é fornecida pelos


números dos superelementos PAINEL que funcionam como apoio das lajes, sendo que
cada lado de uma laje pode estar apoiado em até três painéis. Os dados são escritos
para o arquivo com extensão edv da seguinte forma:

DIAFRAGMA
40
1 LA= 1, 0, 0 LB= 89, 0, 0 LC= 17, 0, 0 LD= 77, 0, 0
ESP= .10 MAT= 1 PAV= 1
2 LA= 2, 0, 0 LB= 90, 0, 0 LC= 18, 0, 0 LD= 78, 0, 0
ESP= .10 MAT= 1 PAV= 2
3 LA= 3, 0, 0 LB= 91, 0, 0 LC= 19, 0, 0 LD= 79, 0, 0
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Capítulo 6 - Implementação Computacional 84

ESP= .10 MAT= 1 PAV= 3


4 LA= 4, 0, 0 LB= 92, 0, 0 LC= 20, 0, 0 LD= 80, 0, 0
ESP= .10 MAT= 1 PAV= 4
:
:

Na linha seguinte ao separador é fornecido o número total de


superelementos DIAFRAGMA e em seguida os dados de cada um em duas linhas. Na
primeira linha é fornecido o número do superelemento e os números dos painéis no
primeiro pavimento que estão nos lados A, B, C, e D deste diafragma. Estes dados são
fornecidos pelo usuário no programa WINEDALV através da caixa de diálogo da Figura
56. Na segunda linha de dados, para cada superelemento são fornecidos: a espessura
da laje, o número do material e o pavimento, que serão utilizados posteriormente pelo
módulo DIAFRAGMA. O programa ALVENA determina os nós externos do
superelemento DIAFRAGMA através dos dados fornecidos no separador “PAINEL”.

Figura 56 – Entrada dos dados dos superelementos DIAFRAGMA.

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Capítulo 6 - Implementação Computacional 85

Quanto às restrições dos nós situados nos encontros dos painéis, estas
devem ser feitas porque a numeração de cada superelemento PAINEL é realizada de
forma isolada. Sendo assim, quando existirem os encontros de dois, três ou quatro
painéis, os nós nas mesmas posições devem ser restringidos a sofrerem
deslocamentos iguais em todas os seus graus de liberdade. Para isto, estes graus de
liberdade recebem o mesmo número de equação quando é feita a renumeração interna
dos nós para otimização da largura de banda da matriz de rigidez. Os nós que devem
ser restringidos são determinados pelo programa WINEDALV e escritos no arquivo de
dados como se segue:

RESTRIÇÕES
14 R= 2310
15 R= 133, 2638
16 R= 2312
17 R= 135, 2640
18 R= 2314
19 R= 137, 2642
:
:
:
Neste exemplo os nós 14 e 2310 terão os mesmos deslocamentos, da
mesma forma que os nós 15, 133 e 2638.

O módulo ALVENA gera um arquivo de saída (extensão .alv) contendo os


dados lidos pelo programa para que possam ser conferidos pelo usuário e contém
também a numeração das equações da seguinte forma:

**************************************************************
** **
** A L V E N A **
** ===================== **
** **
** VERSAO 1.0 : Agosto 2000 **
**************************************************************

********************************
*** INFORMACOES DA ESTRUTURA ***
********************************

NR. TOTAL DE NOS =3727


NR. TOTAL DE CASOS DE CARREG. = 6
NR. TOTAL DE PAVIMENTOS = 4

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Capítulo 6 - Implementação Computacional 86

O PESO PROPRIO SERA INCLUIDO NO


CASO DE CARREGAMENTO 1.

*** DADOS DOS ELEMENTOS PAINEIS ***

PAINEL = 1 NOS = 1 13 40 28
PAINEL = 2 NOS = 28 40 67 55
PAINEL = 3 NOS = 55 67 94 82
PAINEL = 4 NOS = 82 94 121 109
:
:

*** DADOS DOS ELEMENTOS DIAFRAGMA ***

DIAFRAGMA = 1 PAINEIS = 1 0 0 89 0 0 17 0 0 77 0 0
DIAFRAGMA = 2 PAINEIS = 2 0 0 90 0 0 18 0 0 78 0 0
DIAFRAGMA = 3 PAINEIS = 3 0 0 91 0 0 19 0 0 79 0 0
DIAFRAGMA = 4 PAINEIS = 4 0 0 92 0 0 20 0 0 80 0 0
:
:

*************************************************
**** COORDENADAS NODAIS E NUMERO DE EQUACOES ****
*************************************************

COORDENADAS NODAIS

NO COORD-X COORD-Y COORD-Z

1 4.14 .00 .00


2 4.43 .00 .00
3 4.72 .00 .00
4 5.01 .00 .00
5 5.21 .00 .00
6 5.41 .00 .00
7 5.68 .00 .00
8 5.94 .00 .00
9 6.21 .00 .00
10 6.41 .00 .00
11 6.70 .00 .00
12 6.99 .00 .00
:
:
CONDICOES DE CONTORNO

NO U(X) U(Y) U(Z)

1 F F F
2 F F F
3 F F F
4 F F F
5 F F F
6 F F F
7 F F F
8 F F F
9 F F F
10 F F F
11 F F F

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Capítulo 6 - Implementação Computacional 87

12 F F F
13 F F F
14 L L L
15 L L L
16 L L L
17 L L L
18 L L L
19 L L L
:
:
DADOS SOBRE AS RESTRICOES DOS NOS

NO BASE NO 1 NO 2 NO 3

14 2310 0 0
15 133 2638 0
16 2312 0 0
17 135 2640 0
18 2314 0 0
19 137 2642 0
:
:
CONDICOES DE CONTORNO E NUMERACAO DAS EQUACOES

NO U(X) U(Y) U(Z)

1 0 0 0
2 0 0 0
3 0 0 0
4 0 0 0
5 0 0 0
6 0 0 0
7 0 0 0
8 0 0 0
9 0 0 0
10 0 0 0
11 0 0 0
12 0 0 0
13 0 0 0
14 292 293 294
15 253 254 255
16 289 290 291
17 256 257 258
18 286 287 288
19 259 260 261
:
133 253 254 255
134 190 191 192
135 256 257 258
136 193 194 195
137 259 260 261
138 196 197 198
:
2310 292 293 294
2311 337 338 339
2312 289 290 291
2313 340 341 342
2314 286 287 288
2315 343 344 345
:

Modelagem de Paredes na Análise Tridimensional de Edifícios de Alvenaria Estrutural


Autor: Gennyson Gonchorovski Orientação: Henriette Lebre La Rovere
Capítulo 6 - Implementação Computacional 88

2638 253 254 255


2639 232 233 234
2640 256 257 258
2641 235 236 237
2642 259 260 261
2643 238 239 240

6.2.2 Módulo DIAFRAGMA

O módulo DIAFRAGMA é o responsável pela formação das matrizes de


rigidez dos superelementos DIAFRAGMA e também pela formação dos vetores
apontadores das posições dos graus de liberdade dos superelementos em relação aos
graus de liberdade da estrutura global.

As matrizes de rigidez são calculadas somente para o DIAFRAGMA do


primeiro pavimento de cada posição em planta da estrutura, e são armazenadas em
arquivos binários que serão lidos no módulo RESOLVE quando for feita a montagem
da matriz de rigidez global da estrutura. Estes arquivos recebem o nome da estrutura
(EXEMPLO) com extensão contendo a letra “D” e o número da matriz de rigidez (D01,
D02, D03, ...).

Em outro arquivo, são escritos de forma seqüencial, para todos os


superelementos, o vetor apontador, o número da matriz de rigidez e o número de graus
de liberdade externos. Estes parâmetros também serãm lidos no módulo RESOLVE
para montagem da matriz de rigidez da estrutura global.

O vetor apontador é definido em função da numeração das equações, feita


no módulo ALVENA, e da conectividade dos superelementos. No caso dos diafragmas,
os eixos locais x e y serão sempre coincidentes com os eixos globais X e Y.
Internamente é criado um vetor que relaciona os nós externos do superelemento com
os nós da estrutura global e um outro vetor que relaciona os nós locais internos do
superelemento (que serão condensados) com os nós externos deste.

Para obtenção da matriz de rigidez condensada do superelemento, é


necessário inicialmente a montagem da matriz de rigidez total deste superelemento, ou
seja, o somatório das contribuições em todos os graus de liberdade de todos os
elementos internos ao DIAFRAGMA. Os elementos internos utilizados são elementos
finitos de estado planos de tensão com quatro nós, cuja formulação está explicada no
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Autor: Gennyson Gonchorovski Orientação: Henriette Lebre La Rovere
Capítulo 6 - Implementação Computacional 89

Capítulo 5 e também em (BRISOT, 2001). As justificativas pela escolha do tipo de


elemento utilizado estão em (BRISOT, 2001).

Estando definido o vetor de correspondência entre os nós globais da


estrutura e os nós externos do superelemento e do outro vetor que corresponde os nós
internos com os externos, é feita a determinação das coordenadas de todos os nós do
superelemento, com base nas coordenadas dos nós globais da estrutura lidos no
módulo ALVENA. Em seguida é calculado o vetor que contém a conectividade dos
elementos internos com os nós internos, o que permite que sejam conhecidas as
dimensões de cada elemento interno.

O cálculo da matriz de rigidez de cada elemento interno é feito em função


das propriedades geométricas e mecânicas deste. As propriedades geométricas são
obtidas através das coordenadas nodais e pela leitura no arquivo de dados da
espessura de cada superelemento no separador “DIAFRAGMA”. É lido no arquivo de
dados também o número do material deste, o que permite que sejam determinadas
suas propriedades mecânicas no separador “MATERIAL” do arquivo de dados.

Para cada elemento interno será calculado um vetor apontador dos graus de
liberdade locais deste com os graus de liberdade do superelemento para que seja feita
a montagem da matriz de rigidez total do superelemento.

Feito isto, esta matriz de rigidez é reordenada de forma a permitir a divisão


desta em sub-matrizes contendo as contribuições dos graus de liberdade externos e
internos do superelemento (Capítulo 2, equação 4), sendo então, feita a sua
condensação estática (Capítulo 2 , equação 10).

O módulo DIAFRAGMA gera um arquivo de saída (extensão .dia) contendo


os dados lidos pelo programa, para que possam ser conferidos pelo usuário, da
seguinte forma:

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Capítulo 6 - Implementação Computacional 90

******************************************************
** **
** A L V E N A - D I A F R A G M A **
** =============================== **
** **
** Versao 1.0 : Outubro 2000 **
******************************************************

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
* * * * * D A D O S D E E N T R A D A - D I A F R A G M A * * * * *
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

CONECTIVIDADE DOS DIAFRAGMAS

ELEM A B C D ESP MAT PAV

1 1 0 0 89 0 0 17 0 0 77 0 0 .100 1 1
2 2 0 0 90 0 0 18 0 0 78 0 0 .100 1 2
3 3 0 0 91 0 0 19 0 0 79 0 0 .100 1 3
:
:
37 49 0 0 125 0 0 65 0 0 117 0 0 .100 1 1
38 50 0 0 126 0 0 66 0 0 118 0 0 .100 1 2
39 51 0 0 127 0 0 67 0 0 119 0 0 .100 1 3
40 52 0 0 128 0 0 68 0 0 120 0 0 .100 1 4

NUMERO DE ELEMENTOS PROCESSADOS = 40

6.2.3 Módulo PAINEL

O módulo PAINEL é o responsável pela formação das matrizes de rigidez e


pelo vetor de cargas consistente, que é formado por cargas nodais equivalentes às
cargas aplicadas nos elementos dos superelementos PAINEL e também pela formação
dos vetores apontadores das posições dos graus de liberdade do superelemento em
relação aos graus de liberdade da estrutura global.

O programa está concebido de forma que a entrada dos dados dos painéis é
feita por tipos, permitindo assim, que paredes com geometrias iguais tenham seus
dados fornecidos pelo usuário uma única vez e sejam então colocadas nas posições
onde se encontram. Entretanto, para cada tipo, é possível que as propriedades
mecânicas das paredes sejam diferentes entre um pavimento e outro. Isto é feito

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Capítulo 6 - Implementação Computacional 91

porque usualmente as paredes dos pavimentos inferiores são mais solicitadas e devem
possuir maior resistência, sendo inclusive, muitas vezes grauteadas.

Sendo assim, a entrada dos dados referentes as paredes é feita em duas


etapas: definição dos tipos de painéis e posicionamento destes tipos na estrutura.
Estes dados são fornecidos pelo usuário através de caixas de diálogo no programa pré-
processador WINEDALV (BRISOT, 2001).

A definição de cada tipo de superelemento PAINEL é feita em função do tipo


de material utilizado em cada pavimento, da espessura da parede, do número e
posição das aberturas e da malha horizontal dos elementos internos. As aberturas são
definidas pela distância de seu vértice inferior esquerdo ao mesmo vértice do
superelemento e pelas dimensões desta, sendo permitidas até duas aberturas para
cada tipo de PAINEL.

O lançamento da estrutura é feito somente para o primeiro pavimento em


função do tipo de painel, de sua posição em planta, definida pelo seu vértice inferior
esquerdo, e pelo plano onde se encontra, podendo estar nos planos XZ ou YZ, do
sistema global da estrutura. A numeração dos painéis é feita automaticamente, durante
o lançamento, sendo gerados os painéis dos pavimentos superiores.

As matrizes de rigidez e os vetores de cargas consistentes equivalente a


cargas aplicadas nos elementos dos superelementos PAINEL são calculadas uma
única vez para cada tipo de painel, combinada com o tipo de material utilizado em cada
pavimento. As matrizes de rigidez são armazenadas em um arquivo binário cuja
denominação é composta pelo nome da estrutura (EXEMPLO) com extensão contendo
a letra “P” e um número que permite sua identificação (P01, P02, P03, ...). Os vetores
de cargas consistentes equivalentes a cargas aplicadas nos elementos são
armazendados em arquivos binários com extensão formada pela letra “F” e o número
de identificação para o tipo (F01, F02, F03, ...).. Neste vetor de cargas é que estão
contempladas as cargas devidas ao peso próprio dos painéis.

Da mesma forma que no módulo DIAFRAGMA, são escritos em um arquivo


não-formatado de forma seqüencial e, os vetores apontadores de todos os

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Capítulo 6 - Implementação Computacional 92

superelementos PAINEL, o número que identifica a matriz de rigidez e o vetor de ações


do tipo deste superelemento e o número de graus de liberdade externos.

O vetor apontador é definido em função da numeração das equações,


definida no módulo ALVENA, da conectividade dos superelementos e da posição deste
em relação ao sistema global da estrutura. As direções dos graus de liberdade locais x
e y dos superelementos serão correspondentes às direções X e Z ou Y e Z da
estrutura, respectivamente.

A montagem e a condensação da matriz de rigidez é feita de forma


semelhante ao que é feito no módulo DIAFRAGMA. Juntamente com a matriz de
rigidez, é feita a montagem e a condensação estática do vetor de cargas consistente
dos elementos. A diferença na montagem da matriz de rigidez do superelemento
PAINEL em relação ao superelemento DIAFRAGMA é a presença das aberturas, sendo
eliminados os elementos da malha situados no interior das aberturas.

O módulo PAINEL gera um arquivo de saída (extensão .pai) contendo os


dados lidos, para que possam ser conferidos pelo usuário, da seguinte forma:

******************************************************
** **
** A L V E N A - P A I N E L **
** =============================== **
** **
** Versao 1.0 : Outubro 2000 **
******************************************************

**********************************
***** DADOS DE ENTRADA - PAINEL *****
**********************************

CONECTIVIDADE DOS PAINEIS

ELEMENTO NOS DOS CANTOS TIPO

1 1 13 40 28 1 1
2 28 40 67 55 1 1
3 55 67 94 82 1 1
4 82 94 121 109 1 1
5 122 132 157 147 2 1
6 147 157 182 172 2 1
7 172 182 207 197 2 1

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Capítulo 6 - Implementação Computacional 93

8 197 207 232 222 2 1


9 233 245 272 260 3 1
10 260 272 299 287 3 1
11 287 299 326 314 3 1
12 314 326 353 341 3 1
13 354 367 395 382 4 1
:
:
:
123 3531 3541 3566 3556 14 2
124 3556 3566 3591 3581 14 2
125 3592 3607 3637 3622 15 2
126 3622 3637 3667 3652 15 2
127 3652 3667 3697 3682 15 2
128 3682 3697 3727 3712 15 2

NUMERO DE ELEMENTOS PROCESSADOS = 128

6.2.4 Módulo RESOLVE

O módulo RESOLVE é o responsável pela montagem da matriz de rigidez e


do vetor de cargas global da estrutura, pela resolução do sistema de equações de
equilíbrio de forças da estrutura e obtenção de seus deslocamentos nodais.

A montagem da matriz de rigidez global é determinada somando-se as


contribuições de cada superelemento nos graus de liberdade externos da estrutura.
Para isto é feita a leitura dos arquivos binários que contém as matrizes de rigidez dos
superelementos DIAFRAGMA e PAINEL. Esta leitura é feita em função da identificação
da matriz de rigidez e do vetor apontador de cada elemento, que também são escritos
para um arquivo binário nos módulos DIAFRAGMA e PAINEL. O armazenamento da
matriz de rigidez global da estrutura é feito em perfil, sendo então necessário, que
antes da leitura e montagem da matriz seja calculado o vetor apontador das posições
no perfil.

Em seguida é feita a formação do vetor de cargas nodais global da estrutura.


Este vetor é formado separadamente para cada caso de carregamento, sendo que,
para o caso em que são computadas as cargas devidas ao peso próprio dos
superelementos PAINEL, estas serão obtidas pela soma do vetor de carga consistente
com as cargas aplicadas nos nós referentes ao peso próprio dos diafragmas,
calculadas no programa WINEDALV. O vetor de cargas consistente dos painéis é
obtido pela leitura dos arquivos binários criados no módulo PAINEL. As cargas
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Capítulo 6 - Implementação Computacional 94

aplicadas nos nós, para todos os casos de carregamento, são obtidas pela leitura do
arquivo de dados (EXEMPLO.edv), no separador “CARGAS”.

Finalmente o programa resolve o sistema de equações e obtém os


deslocamentos nodais dos nós externos da estrutura, ou seja, os nós dos contornos
dos superelementos DIAFRAGMA e PAINEL. A resolução do sistema é feita com a
utilização do Método de Eliminação de Gauss, através de subrotinas que já estavam
programadas no programa CALSD, e que são similares às utilizadas pelo programa
SAP (WILSON e DOVEY, 1978).

O módulo RESOLVE gera um arquivo de saída (extensão .res) com os


resultados da estrutura analisada na seguinte forma:

******************************************************
** **
** A L V E N A - R E S O L V E **
** =========================== **
** **
** VERSAO 1.0 : Agosto 2000 **
******************************************************

*************************************************************
FORMANDO MATRIZ DE RIGIDEZ E VETOR DE CARGAS DA ESTRUTURA
*************************************************************

------------------------------------------------
D E S L O C A M E N T O S D O S N O S P A R A
C A D A C A S O D E C A R R E G A M E N T O
------------------------------------------------

--- V E T O R D E C A R G A S N O D A I S D A E S T R U T U R A ---

----CARGAS NODAIS EQUIVALENTES AO ----


---PESO PROPRIO DOS ELEMENTOS PAINEIS ---

NO CASO F(X) F(Y) F(Z)


1 1 -.952E-01 .000E+00 -.183E+00
2 1 -.103E+00 .000E+00 -.478E+00
3 1 -.683E-01 .000E+00 -.652E+00
4 1 -.351E-01 .000E+00 -.612E+00
:
:
3724 1 .000E+00 -.870E-01 -.956E+00
3725 1 .000E+00 -.113E+00 -.826E+00
3726 1 .000E+00 -.137E+00 -.589E+00
3727 1 .000E+00 .000E+00 .000E+00

---CARGAS APLICADAS DIRETAMENTES NOS NOS---

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Capítulo 6 - Implementação Computacional 95

NO CASO F(X) F(Y) F(Z)


28 1 .000E+00 .000E+00 -.604E+00
29 1 .000E+00 .000E+00 -.121E+01
30 1 .000E+00 .000E+00 -.121E+01
31 1 .000E+00 .000E+00 -.102E+01
32 1 .000E+00 .000E+00 -.832E+00
:
:
28 2 .000E+00 .000E+00 -.302E+00
29 2 .000E+00 .000E+00 -.604E+00
30 2 .000E+00 .000E+00 -.604E+00
31 2 .000E+00 .000E+00 -.510E+00
32 2 .000E+00 .000E+00 -.416E+00
:
:
2083 3 .314E+00 .000E+00 .000E+00
2084 3 .628E+00 .000E+00 .000E+00
2085 3 .628E+00 .000E+00 .000E+00
2086 3 .628E+00 .000E+00 .000E+00
:
:
3172 4 -.385E+00 .000E+00 .000E+00
3173 4 -.770E+00 .000E+00 .000E+00
3174 4 -.770E+00 .000E+00 .000E+00
3175 4 -.770E+00 .000E+00 .000E+00
:
:
28 5 .000E+00 .290E+00 .000E+00
29 5 .000E+00 .580E+00 .000E+00
30 5 .000E+00 .580E+00 .000E+00
31 5 .000E+00 .490E+00 .000E+00
:
:
1542 6 .000E+00 -.317E+00 .000E+00
1543 6 .000E+00 -.635E+00 .000E+00
1544 6 .000E+00 -.635E+00 .000E+00
1545 6 .000E+00 -.635E+00 .000E+00

--- D E S L O C A M E N T O S D O S N O S ---

_____ CASO DE CARREGAMENTO 1_____

NO U(X) U(Y) U(Z)


1 .0000E+00 .0000E+00 .0000E+00
2 .0000E+00 .0000E+00 .0000E+00
3 .0000E+00 .0000E+00 .0000E+00
4 .0000E+00 .0000E+00 .0000E+00
:
:
3724 .7437E-04 .2530E-03 -.1294E-02
3725 .7600E-04 .2540E-03 -.1304E-02
3726 .7772E-04 .2545E-03 -.1314E-02
3727 .7964E-04 .2547E-03 -.1324E-02

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Capítulo 6 - Implementação Computacional 96

_____ CASO DE CARREGAMENTO 2_____

NO U(X) U(Y) U(Z)


1 .0000E+00 .0000E+00 .0000E+00
2 .0000E+00 .0000E+00 .0000E+00
3 .0000E+00 .0000E+00 .0000E+00
4 .0000E+00 .0000E+00 .0000E+00
:
:
3724 .3823E-04 .1166E-03 -.4276E-03
3725 .3927E-04 .1170E-03 -.4319E-03
3726 .4039E-04 .1172E-03 -.4367E-03
3727 .4168E-04 .1172E-03 -.4410E-03

_____ CASO DE CARREGAMENTO 3_____

NO U(X) U(Y) U(Z)


1 .0000E+00 .0000E+00 .0000E+00
2 .0000E+00 .0000E+00 .0000E+00
3 .0000E+00 .0000E+00 .0000E+00
4 .0000E+00 .0000E+00 .0000E+00
:
:
3724 .1765E-03 -.1163E-04 -.2258E-04
3725 .1770E-03 -.1156E-04 -.2274E-04
3726 .1774E-03 -.1152E-04 -.2291E-04
3727 .1779E-03 -.1151E-04 -.2299E-04

_____ CASO DE CARREGAMENTO 4_____

NO U(X) U(Y) U(Z)


1 .0000E+00 .0000E+00 .0000E+00
2 .0000E+00 .0000E+00 .0000E+00
3 .0000E+00 .0000E+00 .0000E+00
4 .0000E+00 .0000E+00 .0000E+00
:
:
3724 -.1829E-03 .5878E-05 .2380E-04
3725 -.1827E-03 .5834E-05 .2401E-04
3726 -.1823E-03 .5804E-05 .2424E-04
3727 -.1819E-03 .5810E-05 .2447E-04

_____ CASO DE CARREGAMENTO 5_____

NO U(X) U(Y) U(Z)


1 .0000E+00 .0000E+00 .0000E+00
2 .0000E+00 .0000E+00 .0000E+00
3 .0000E+00 .0000E+00 .0000E+00
4 .0000E+00 .0000E+00 .0000E+00
:
:
3724 .2634E-05 .2469E-03 -.4612E-04
3725 .3229E-05 .2468E-03 -.5113E-04
3726 .3895E-05 .2468E-03 -.5621E-04
3727 .4690E-05 .2467E-03 -.6140E-04

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Capítulo 6 - Implementação Computacional 97

_____ CASO DE CARREGAMENTO 6_____

NO U(X) U(Y) U(Z)


1 .0000E+00 .0000E+00 .0000E+00
2 .0000E+00 .0000E+00 .0000E+00
3 .0000E+00 .0000E+00 .0000E+00
4 .0000E+00 .0000E+00 .0000E+00
:
:
3724 -.3016E-05 -.2947E-03 .5511E-04
3725 -.4037E-05 -.2948E-03 .6115E-04
3726 -.5181E-05 -.2950E-03 .6733E-04
3727 -.6570E-05 -.2951E-03 .7384E-04

Para finalizar a análise da estrutura e possibilitar o dimensionamento e


verificação de tensões nas paredes, é necessário que sejam calculadas as tensões nos
elementos, obtidas a partir dos deslocamentos dos nós internos dos superelementos
PAINEL. Para isto, no módulo PAINEL, serão gravadas em um arquivo binário as sub-
matrizes da matriz de rigidez dos superelementos que serão necessárias para a
obtenção dos deslocamentos dos nós internos e conseqüentemente das tensões nos
elementos. Será implementado posteriormente no programa EDALV um módulo
chamado TENSÕES, no qual serão lidas estas submatrizes, calculados os
deslocamentos dos nós internos e obtidas as tensões nos elementos.

Também será implementado posteriormente em EDALV um módulo


denominado REAÇÕES, onde serão obtidas as reações de apoio da estrutura.

No próximo capítulo são apresentados alguns exemplos de edifícios de


alvenaria estrutural onde foi feita uma comparação dos resultados obtidos pelo
programa EDALV com os obtidos pelo programa SAP2000.

Modelagem de Paredes na Análise Tridimensional de Edifícios de Alvenaria Estrutural


Autor: Gennyson Gonchorovski Orientação: Henriette Lebre La Rovere
Capítulo 7 – Verificação do Programa e Exemplos 98

7 VERIFICAÇÃO DO PROGRAMA E EXEMPLOS

7.1 GENERALIDADES

Neste capítulo serão apresentados exemplos para verificação dos resultados


obtidos pelo programa EDALV. Estes resultados serão comparados aos resultados
obtidos no programa SAP2000, com elementos planos (os mesmos utilizados no
programa EDALV) e com elementos de casca.

7.2 EXEMPLO 7.1

7.2.1 Descrição e Posicionamento dos Superelementos

Este exemplo trata-se de um edifício de alvenaria estrutural com quatro


pavimentos de 162,75m2, divididos em dois apartamentos com seis cômodos cada e
pela escada. A definição dos tipos de painéis encontra-se na Figura 57, ressalta-se que
considerou-se que as paredes de fechamento dos banheiros não têm função estrutural,
para que possa ser utilizada para as descidas de água e esgoto.

TP4 TP12 TP13 TP7


TP18
TP15

TP17

TP15
TP17

TP8 TP5 TP9 TP10 TP6 TP11


TP14
TP14

TP14

TP14

TP14
TP14

TP4 TP5 TP6 TP7


TP16

TP16
TP16

TP16

TP1 TP2 TP3


Figura 57 – Definição e posicionamento dos tipos de superelementos PAINEL.

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Capítulo 7 – Verificação do Programa e Exemplos 99

Para esta estrutura foram utilizados apenas 18 tipos diferentes de painéis


para um total de 128 superelementos, demonstrando assim, um grande ganho de
eficiência na entrada dos dados dos painéis.

O posicionamentos dos superelementos DIAFRAGMA está demonstrado na


Figura 58. Neste caso, existem 40 superelementos, e os dados de entrada são
fornecidos apenas para 10 posições, sendo fornecidos os números dos
superelementos PAINEL onde os diafragmas do primeiro pavimento estão apoiados.

D25 D29 D33 D37

D9 D13 D17 D21

D1 D5

Figura 58 – Posicionamento dos superelementos DIAFRAGMA.

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Capítulo 7 – Verificação do Programa e Exemplos 100

7.2.2 Resultados das Análises para o Exemplo 7.1

Nas figuras 59, 60 e 61 estão apresentados os resultados das análises deste


exemplo em termos dos deslocamentos médios das paredes ao longo da altura do
edifício. Estes deslocamentos, assim como no Capítulo 4, foram obtidos fazendo-se a
média dos deslocamentos obtidos nas extremidades das paredes. Estão apresentados
os resultados para o primeiro e último painéis que estão no plano XZ para ação do
vento na direção X com sentido positivo e para o primeiro painel no plano YZ com ação
do vento atuando na direção Y. Estes casos foram escolhidos pelo fato da estrutura
possuir simetria em relação ao eixo paralelo a Y, fazendo com que, sob a ação de
carga lateral uniforme na direção X, ocorra um giro do diafragma que pode ser
observado pela diferença dos deslocamentos entre o primeiro e o último painel do
plano XZ.

11,20 Exemplo 7.1:


Painel 1 (plano YZ)
altura da parede (m)

Vento Y positivo

8,40

5,60

3d_pla_laj
2,80
3d_cas_laj

EDALV

0,00
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)

Figura 59 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel 1 do Exemplo 7.1 com vento
atuando no sentido positivo da direção Y.

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Capítulo 7 – Verificação do Programa e Exemplos 101

11,20 Exemplo 7.1:


Painel 1 (plano YZ)
altura da parede (m)

Vento Y negativo

8,40

5,60

3d_pla_laj

2,80
3d_cas_laj

EDALV

0,00
-0,30 -0,25 -0,20 -0,15 -0,10 -0,05 0,00
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)

Figura 60 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel 1 do Exemplo 7.1 com vento
atuando no sentido negativo da direção Y.

11,20 Exemplo 7.1:


Painel 8 (plano XZ)
altura da parede (m)

Vento X positivo

8,40

5,60

3d_pla_laj

2,80 3d_cas_laj

EDALV

3d_cas_laj_dist

0,00
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)

Figura 61 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel 8 do Exemplo 7.1 com vento
atuando no sentido positivo da direção X.

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Capítulo 7 – Verificação do Programa e Exemplos 102

11,20 Exemplo 7.1:


Painel 11 (plano XZ)
altura da parede (m)

Vento X positivo

8,40

5,60

3d_pla_laj

2,80 3d_cas_laj

EDALV

3d_cas_laj_dist

0,00
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)

Figura 62 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel 11 do Exemplo 7.1 com vento
atuando no sentido positivo da direção X.

7.2.3 Observações e Comentários

Neste exemplo pode-se novamente observar que os deslocamentos no


modelo com elementos planos são bastante próximos dos obtidos com elementos de
casca. Os resultados obtidos no programa EDALV são exatamente conicidentes com
os obtidos no programa SAP2000 com elementos planos.
Neste exemplo, para o modelo com elementos de casca, a ação do vento foi
aplicada também como sendo uma pressão distribuída na fachada para o vento
atuando na direção X (modelo 3d_cas_laj_dist), a diferença máxima dos
deslocamentos em relação ao modelo onde as forças devidas ao vento foram aplicadas
diretamente nos diafragmas foi de aproximadamente 15%. Esta diferença deve-se
principalmente a continuidade das paredes fazendo com que a carga que vai para o
diafragma superior seja menor.

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Capítulo 7 – Verificação do Programa e Exemplos 103

7.3 EXEMPLO 7.2

7.3.1 Descrição

Este exemplo é um edifício cujos pavimentos tipo são compostos por quatro
salas comerciais dispostas em planta conforme Figura 63. Pode-se observar que este
exemplo possui simetria em relação ao eixo X e Y.

100

430
Sala Sala
Comercial
330

Comercial
01 02

80 160 80
160

1180
Sala Sala
Comercial Comercial
04
430

03

170 200 170 220 170 200 170


1300

Figura 63 – Planta baixa de um pavimento tipo do exemplo 7.2

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Capítulo 7 – Verificação do Programa e Exemplos 104

7.3.2 Resultados das Análises para o Exemplo 7.2

Nas figuras 64 e 65 estão apresentados os resultados das análises deste


exemplo em termos dos deslocamentos médios das paredes ao longo da altura do
edifício. Devido a este edifício apresentar simetria nas duas direções principais, estão
apresentados somente os deslocamentos horizontais do painel central no plano XZ e
do primeiro painel do plano YZ, para os sentidos positivos de atuação do vento nas
direções X e Y, respectivamente.

11,20 Exemplo 7.2:


Painel plano XZ
altura da parede (m)

Vento X positivo

8,40

5,60

3d_pla_laj
2,80
3d_cas_laj

EDALV

0,00
0,00 0,01 0,02 0,03
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)
Figura 64 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel em XZ do Exemplo 7.2 com
vento atuando no sentido positivo da direção X.

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Capítulo 7 – Verificação do Programa e Exemplos 105

11,20 Exemplo 7.2:


Painel plano YZ
altura da parede (m)

Vento Y positivo

8,40

5,60

3d_pla_laj

2,80
3d_cas_laj

EDALV

0,00
0,00 0,01 0,02 0,03
deslocamento horizontal no centro da parede (mm)
Figura 65 - Gráfico altura X deslocamento horizontal para o Painel em YZ do Exemplo 7.2 com
vento atuando no sentido positivo da direção Z.

7.3.3 Observações e Comentários

Novamente, os resultados obtidos no programa EDALV coincidem com os


obtidos no SAP2000 para elementos planos e os resultados obtidos com elementos de
casca são bastante próximos dos obtidos no modelo com elementos planos.

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Capítulo 8 – Conclusões e Recomendações 106

8 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Neste trabalho foram feitos diversos estudos para que fosse possível a
definição de um modelo adequado para analisar-se edifícios de alvenaria estrutural.

Inicialmente, foram feitas diversas considerações sobre a concepção


estrutural de edifícios de alvenaria estrutural, das quais, pode-se concluir que, pelo fato
de ser um sistema estrutural laminar, ou seja, composto por painéis, que são as lajes e
as paredes, atualmente, a melhor maneira para análise destes é através do Método
dos Elementos Finitos.

Entretanto, devido a diversas dificuldades encontradas pelos projetistas para


utilizar o Método dos Elementos Finitos em suas análises, normalmente, os edifícios de
alvenaria estrutural são analisados fazendo-se diversas simplificações, como
considerar-se as lajes como diafragmas rígidos e as paredes isoladas.

Apresentou-se, suscintamente, diversos métodos mais elaborados para


análise bidimensional de paredes e foram feitos estudos de diversos exemplos
utilizando-se estes métodos, sendo então, possível concluir-se que o Método das
Ligações Flexíveis e o Método das Ligações Rígidas Modificado são os que
apresentam resultados bastante próximos do Método dos Elementos Finitos e com
esforços computacionais muito abaixo deste. Porém, estes métodos apresentam
limitações que inviabilizam sua aplicação em modelos tridimensionais.

Para que fosse possível a determinação de um modelo preciso e eficiente


para análise de paredes em edifícios de alvenaria estrutural, foram estudados três
exemplos, para os quais foram elaborados diversos modelos tridimensionais e
bidimensionais equivalentes, todos em elementos finitos, onde estudou-se a influência
do tipo de elemento utilizado, a influência da modelagem das lajes nos deslocamentos
médios das paredes e , finalmente, comparou-se os resultados obtidos nos modelos
tridimensionais com os dos bidimensionais equivalentes.

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Capítulo 8 – Conclusões e Recomendações 107

Com base nos estudos supra referidos pôde-se concluir que:

9 Em modelos tridimensionais em elementos finitos, a influência do tipo de


elemento finito utilizado é bastante pequena, sendo que, os elementos
de estado plano de tensão de 4 nós, por apresentarem o menor número
de graus de liberdade, e , conseqüentemente, menor esforço
computacional, com resultados muito bons, são os mais indicado para
ser utilizado na modelagem das paredes em edifícios de alvenaria
estrutural;

9 A modelagem das lajes, para os deslocamentos médios das paredes,


tem pouca influência. Ressalta-se que esta modelagem é muito
importante por representar a diferença entre os deslocamentos nas
extremidades das paredes, e em geral, não podem ser despresadas
(BRISOT, 2001);

9 Os deslocamentos obtidos em modelos bidimensionais são muito


maiores do que os obtidos nos modelos tridimensionais, independente
do tipo de elemento finito utilizado, demonstrando serem mais
conservadoras as análises bidimensionais em relação às tridimensionais.
Estas diferenças devem-se principalmente ao efeito dos flanges, não
consideradas nos modelos bidimensionais estudados e que são
capturadas de uma forma mais realista nos modelos tridimensionais.
Entretanto, para que este efeito efetivamente ocorra, as tensões de
cisalhamento nos cantos das paredes devem estar dentro dos valores
admitidos pela alvenaria.

Portanto, para a elaboração de um programa para análise de edifícios de


alvenaria estrutural, foi utilizado o Método dos Elementos Finitos com formulação
baseada nos deslocamentos, sendo utilizados elementos isoparamétricos de estado
plano de tensão com 4 nós. A implementação foi feita no programa EDALV.

No programa EDALV foi utilizada a técnica de subestruturação para


obtenção de superelementos que representam lajes e as paredes do edifício, sendo
demoninados de DIAFRAGMA e PAINEL. O uso de subestruturas contribuiu
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Capítulo 8 – Conclusões e Recomendações 108

significativamente para facilitar a entrada dos dados e para agilizar o processamento da


estrutura.

A técnica de subestruturação, apesar de pouco utilizada nos programas de


análise estrutural, apresenta grandes vantagens na análise de qualquer tipo de
estrutura, pois nas análises, não é necessário que se conheçam todos os esforços e
deslocamentos na fase de lançamento do modelo estrutural. Pode-se, então, adotar
regiões que serão tratadas como superelementos, nos quais, os deslocamentos e
esforços internos poderão ser calculados em qualquer momento após a definição do
modelo estrutural principal.

Por fim, foi feita a verificação do programa EDALV, comparando-se os


resultados em termos dos deslocamentos com os obtidos no programa SAP2000.
Nestas verificações constatou-se que os resultados são exatamente os mesmos,
atestando, o correto funcionamento do modelo com superelementos e do programa.

Deve ser feita a complementação do programa para o cálculo dos esforços


internos dos superelementos PAINEL e a determinação das reações da estrutura.
Poderão ser implementados ainda pós-processadores que permitam uma visualização
gráfica dos deslocamentos da estrutura e dos esforços através de curvas de isovalores.
A entrada dos dados, feita no pré-processador WINEDALV (BRISOT, 2001), também
poderá ser aperfeiçoada para que seja feita graficamente.

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Referências Bibliográficas 109

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