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para PAI,
DINHEIRO
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Índice
Introdução 03
Afinal, quanto custa um filho? 04
Filho, este é o dinheiro 08
Quebrando tabus 09
Não subestime os pequenos 11
A função educativa da remuneração infantil
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Futuro: herança ou legado? 16
Epílogo 20
INTRODUÇÃO
Introdução
“Pai, dinheiro!”. Quem nunca ouviu ou falou essa frase? Repetida ao longo
dos anos entre pais e filhos, tornou-se um daqueles jargões sociais ligados
à paternidade e ao ato de sustentar a prole, na fase em que esta já se rela-
ciona com o “vil metal”.
Resolvi escrever este eBook ao perceber que, entre as muitas neuras que
“vêm de brinde” com a paternidade, as finanças familiares e todos os seus
desdobramentos desempenham um papel de destaque no cerne das cau-
sas de desequilíbrio familiar. Então, por que não desmistificar a coisa toda
e, de quebra, dar dicas de educação financeira para os pequenos e de for-
mação de patrimônio para seu futuro?
Sem mais delongas, convido você para esta viagem à procura do equilíbrio
financeiro familiar – a qual também é, sobretudo, um caminho em direção
à satisfação e ao contentamento da vida em família –, onde o dinheiro é
colocado em seu devido lugar: como um mero objeto de troca.
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Afinal, quanto custa um filho?
A pergunta que não quer calar, de todos os pretendentes ou iminentes
pais, relaciona-se ao tamanho do rombo que será causado por um filho.
Bem, a resposta, além de muito variável, costuma ser decepcionante: DE-
PENDE. Antes de entrar a fundo na questão, esqueça aquele papo batido
sobre fraldas e leitinho. Esses, acredite, são os menores de todos os pro-
blemas. O abandono forçado das baladas, barzinhos e cinemas, facilmente
cobrirá os custos com fraldas, leite e outros apetrechos infantis. A coisa
fica séria, exigindo atenção e muito planejamento, especialmente, quan-
do envolver carro, casa, educação e juventude – etapa da vida em que os
filhos custam, de fato, muito caro.
Como é possível observar, caro amigo, não há uma única resposta sobre o
preço de criar filhos. Tudo depende das escolhas que você e sua esposa
farão, desde onde irão morar até que tipo de educação pretendem dar às
crianças.
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Um excelente exercício é desconstruir seu orçamento ao zero e ir acres-
cendo as despesas por prioridade. Então, se a prioridade máxima for a
melhor escola possível, todo o resto vai ter que se encaixar. Assim, talvez
vocês precisem morar em um local mais em conta. Carro é outra coisa que
faz com que as pessoas queiram gastar mais, principalmente quando têm
filhos – afinal, características chamativas como segurança, espaço e con-
forto são ótimas desculpas na hora em que é tomada a decisão de comprar
um novo veículo. Não entre nessa! Porém, se julgar muito importante, é
preciso também considerar uma reconstrução de orçamento. Assim, para
conseguir bancar os itens prioritários, outros deverão ser repensados ou,
mesmo, excluídos.
Não quero entrar no mérito dos sonhos. Afinal, o que é uma vida sem eles?
Eu mesmo tinha um sonho para a escola dos meus filhos – quis o destino
que nós tivéssemos condições de bancá-lo. Por outro lado, é importante
não confundir “sonhos” com “idealizações”. A escola mais cara não fará
seu filho melhor; é muito mais importante uma educação sólida e presen-
te, dentro de casa, aliada a uma escola decente, que se adeque às possi-
bilidades financeiras. Grandes pessoas derivam de parentais exemplares,
quase nunca de escolas elitizadas.
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No mundo ideal, planejaríamos nossos filhos com antecedência, desde
nosso primeiro salário, já provisionando dinheiro para o parto, vacinas,
fraldas, escola e faculdade. Mas, como sempre repito, “ideal não é real”.
Por isso, caso seja possível começar o planejamento durante a gravidez,
já está mais do que bom. Atenção: não adianta “esperar para ver”, pois as
despesas virão! Assim, um passo de cada vez, comece a pensar nas despe-
sas em ordem cronológica:
Deste modo, vocês conseguirão se planejar um dia de cada vez, partindo das
coisas imediatas para as mais distantes, já que todas são inevitáveis. Junto
a isso, é preciso considerar outras despesas que, embora não tenham efeito
imediato, são fundamentais, tanto para o presente como para o futuro.
Seguro de vida
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Esses dois itens são de suma importância, sendo o primeiro, a meu ver,
indispensável. Não temos como construir uma reserva financeira que
compense a nossa morte de um dia para outro. Este é, justamente, o papel
do seguro de vida: prover aqueles que ficam, até que tenham condição de
fazê-lo por si mesmos.
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Filho, este é o dinheiro
Muita gente evita falar de dinheiro para crianças, sobretudo quando elas
são novas. Ledo engano. Jamais subestime as crianças, elas são mais es-
pertas e mais atentas do que imaginamos. Assim, quanto antes você apre-
sentá-las ao dinheiro, mais natural e saudável será sua relação com o “vil
metal” – o que fará, inclusive, com que elas nem o considerem como “vil”.
Meu filho, com pouco mais de dois anos de idade, já entendia que para “pe-
gar” as coisas de que ele gosta (em supermercados, lojas ou restaurantes),
era preciso “trocá-las” por dinheiro. Não demorou muito para que ele per-
cebesse uma rotina no uso de um tal “cartão de plástico” para essa finali-
dade. Com cerca de três anos e meio, ele já pegava o cartão da minha mão,
esticava para o garçom e falava “crédito, por favor”. Ele é um gênio? Óbvio
que não! Embora, para mim, Einstein seja “fichinha” perto dele. O fato é
que por termos, desde cedo, introduzido o dinheiro em sua vida, sem ro-
deios, ele entendeu sua função e também aprendeu a ver o preço desta
ferramenta de troca. Assim, até nos ensinou que, realmente, compramos o
tal do dinheiro.
Resultado: hoje, com quatro anos e meio, meu filho sabe que o dinheiro
existe, para que serve e como fazemos para comprá-lo – embora ele tam-
bém tenha chegado, inocentemente, à conclusão de que temos muito di-
nheiro, com base apenas na quantidade de tempo que ficamos fora de casa.
Portanto, a pedra fundamental para fazer com que uma pessoa seja bem
relacionada com as finanças é, desde criança, torná-la familiar ao uso do
dinheiro.
Quebrando tabus
Depois da sexualidade, o dinheiro representa um dos principais tabus so-
ciais que existem. O pior disso tudo é saber que esse processo começa
dentro de casa: a maioria dos pais não apresentam seus filhos ao dinheiro
e, mais tarde, não fazem qualquer esforço para educá-los financeiramente.
Outro grande paradigma é sobre “jamais falar das finanças familiares com
os filhos” – este hábito baseia-se na crença de que, fazendo assim, os mais
jovens são poupados das “preocupações de adultos”. Além disso, esse po-
sicionamento defende a ideia de que os pequenos não são dignos de con-
fiança, principalmente quando o tema é receita familiar e patrimônio.
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É claro que ninguém deve falar de dívidas ou outros temas complexos com
uma criança de cinco anos de idade. Contudo, é importante que, com o
passar do tempo, eles passem a participar cada vez mais ativamente da
rotina financeira da família, começando por coisas simples, como planejar
a compra do supermercado ou o orçamento para os presentes de Natal,
até que um dia nada mais seja segredo, nem os “sagrados salários do papai
e da mamãe”.
Não vou sugerir aqui as melhores idades para cada etapa, até porque não
acredito nisso. Crianças são diferentes, cabe aos pais prepará-las e, por
consequência, saberem quando estão prontas para a próxima etapa. Como
disse, uma criança de 5 anos, muito provavelmente, talvez não esteja pre-
parada para falar de dívidas; uma de 10, pode ser que já consiga e, enfim,
dos 15 em diante, o adolescente parece já possuir discernimento suficien-
te para não sair falando por aí quanto papai e mamãe ganham. Repito: cada
um é um. Só você pode saber quando seu filho estará pronto. Lembre-se:
respeito e confiança se conquistam, mostre aos seus filhos que você os
respeita e neles confia. Dessa forma, o princípio da mutualidade funciona-
rá como mágica. Tente!
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Não subestime os pequenos
Algo que jamais deve ser feito com crianças é subestimá-las. Já falei antese
repito: elas são muito mais espertas e observadoras do que um adulto.
Mentir ou omitir a verdade, ao dizer para o filho que você não tem dinheiro,é
repetir uma falácia secular que, além de promover outros desserviços,serve
para quebrar a confiança entre pais e filhos.
Como assim? Simples. Você acaba de sair do cinema, onde pagou pelos in-
gressos, pipocas e bebidas. Em seguida, vocês tomam um sorvete, para, na
sequência, pagar o estacionamento do shopping. Porém, ao passar pela loja
debrinquedos, após o pedido de “compra pai”, você solta aquele sonoro “não,
papai não tem dinheiro!”. Ele pode até não falar por medo, mas dentro da-
quela cabecinha rolou algo como: “Ueeeepaaaa! Tá pensando que sou bobo?
Pagou cinema, pipoca, sorvete e não tem dinheiro para o brinquedo?”.
Como disse, a lógica da criança é binária: sim ou não. Ela não entende ainda
aspectos subjetivos como “caro ou barato”. É aí que entra a maturidade
na relação: a explicação para a negativa deve se embasar em fatos que
possam ser compreendidos e não conflitem com uma mentira óbvia – já
que, pela simples observação, seu filho sabe que você tem dinheiro. Por
exemplo: diga que há datas específicas para ganhar brinquedos, como
Natal e aniversário; mostre que ele tem muitos brinquedos; fale sobre o
acúmulo de lixo no planeta, questione-o, dentro deste tema, se ele quer
viver em um mundo cheio de montanhas de lixo, como no filme Wall-E, da
Disney, entre outras justificativas bem ilustradas, que façam sentido para
a criança.
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Em relação ao que, comumente, as pessoas nomeiam como “mesada” (ou
“semanada”), prefiro chamar este processo de “remuneração infantil” –
esta pode ter frequência mensal, semanal, quinzenal ou de acordo com o
que os pais julgarem mais adequado. O motivo do nome é bem simples:
cumprir o primeiro objetivo de consolidar como valor o conceito do “di-
nheiro trabalhado”. Explico: a primeira noção financeira que os pequenos
devem entender é a de que o dinheiro é fruto de esforço. Assim, podemos
quebrar mais uma estupidez semântica para a nova geração, deixando de
lado a noção de “ganhar dinheiro”. Logo, ao introduzir a “remuneração
infantil”, é preciso que haja uma conversa franca sobre os motivos e obje-
tivos deste posicionamento.
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Quando se tem “tudo”, perde-se a
capacidade de sonhar.
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Por isso, procure optar por proporcionar experiências para seus filhos, as
quais servirão como aprendizado. Pouco adianta morar em uma grande
casa, ter um carro caro, roupas de grife e, como contrapartida, optar pela
escola do seu filho com base no preço desta, uma vez que o orçamento
familiar está comprometido por frivolidades. Investir na formação dos
filhos deve ser a prioridade máxima de toda a família. Se tiver que escolher
entre fazer uma grande festa ou levar seu filho para viajar, a fim de que ele
conheça, naprática, o que vê nos livros, procure fazer o segundo. Mostre o
mundo, leia junto com ele, explorem; invista em experiências.
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Só o conhecimento poderá capacitar
seu filho a fazer as melhores escolhas.
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