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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA
ENGENHARIA CIVIL

ENGENHARIA AMBIENTAL

O USO DOS AGROTÓXICOS E SEUS IMPACTOS

Aline Teixeira Eleutério


Felipe Alisson de Sousa e Silva
Julien Souto de Vasconcelos Pereira
Lucas Façanha de Oliveira
Vicente de Castro Sanders Neto

Fortaleza,
Novembro de 2008
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO......................................................................................................................................02

TIPOS DE AGROTÓXICOS.................................................................................................................04

NORMAS GERAIS PARA USO DE AGROTÓXICOS.......................................................................06

PRINCIPAIS TÓPICOS DA NORMA..................................................................................................06

ARMAZENAMENTO DE AGROTÓXICOS........................................................................................09

RECEITUÁRIO AGRONÔMICO.........................................................................................................10

AQUISIÇÃO E APLICAÇÃO...............................................................................................................10

IMPACTOS NO USO DE AGROTÓXICOS........................................................................................13

CONCLUSÃO........................................................................................................................................15

BIBLIOGRAFIA....................................................................................................................................16

ANEXO..................................................................................................................................................17
INTRODUÇÃO

Os agrotóxicos foram criados na tentativa de proteger a agricultura contra


pragas que atacam as plantações.

A utilização dos agrotóxicos teve início na década de 20, porém só começaram


a ser usados em escala mundial após a segunda guerra mundial. Vários serviram de arma
química nas guerras da Coréia e do Vietnã, como o Agente Laranja, desfolhante que dizimou
milhares de soldados e civis.

Os países que tinham a agricultura como principal base de sustentação


econômica (África, Ásia e América Latina) sofreram fortes pressões de organismos
financiadores internacionais para adquirir essa substância química. A alegação era que os
agrotóxicos garantiam a produção de alimentos para combater a fome. Com o inofensivo
nome de ‘defensivos agrícolas’, eles eram incluídos compulsoriamente, junto com adubos e
fertilizantes químicos, nos financiamentos agrícolas. Sua utilização na agricultura nacional em
larga escala ocorreu a partir da década de 70.

Os agrotóxicos são substâncias químicas (herbicidas, pesticidas, hormônios e


adubos químicos) utilizados em produtos agrícolas e pastagens, com a finalidade de alterar a
composição destes e, assim, preservá-los da ação danosa de seres vivos ou substâncias
nocivas. Porém, se os agricultores não tiverem o cuidado necessário durante o uso ou
extrapolarem no tempo de ação do produto, este pode afetar ainda mais o meio ambiente e a
saúde.

Eles podem ser encontrados em vegetais (verduras, legumes, frutas e grãos),


açúcar, café e mel. Mas também o leite e os ovos originados de animais que se alimentam da
água ou da ração contaminada podem conter substâncias nocivas que chegam a prejudicar a
musculatura.

Dados da Universidade de Campinas (Unicamp) revelam que os agrotóxicos


são responsáveis pela terceira maior causa de intoxicação do Brasil. Os trabalhadores rurais
são as maiores vítimas: cerca 1,5 milhão estão intoxicados no mundo inteiro. O uso
descontrolado, a propaganda massiva, o medo de perda da produtividade da safra, a cultura
“fruto bonito é aquele que as pessoas gostam de comprar”, a não utilização de equipamentos
de proteção e o pouco conhecimento dos riscos são alguns dos responsáveis pela intoxicação
dos trabalhadores rurais.

Vários estudos feitos com trabalhadores demonstraram que há relação entre a


exposição crônica a agrotóxicos e doenças, principalmente do sistema nervoso (central e
periférico).

O Brasil é um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo, gastando


anualmente cerca de 2,5 bilhões de dólares nessas compras. Infelizmente, pouco se faz para
controlar os impactos sobre a saúde dos que produzem e dos que consomem os alimentos
impregnados por essa substância.

Produtos como carne, leite, cereais e hortaliças não são avaliados


sistematicamente para a detecção de resíduos tóxicos. Entre 1997 e 1998 o Instituto Biológico
de São Paulo encontrou resíduos tóxicos em cerca de 27% das frutas disponíveis no comércio.
Destas, 20% tinham resíduos de produtos proibidos. O mesmo estudo para as hortaliças
mostrou que 44% das amostras estavam contaminadas, sendo que 6% delas com produtos
proibidos.

Os agrotóxicos podem provocar três tipos de intoxicações: aguda, subaguda e


crônica. Na aguda, os sintomas surgem rapidamente. Na subaguda os sintomas aparecem aos
poucos: dor de cabeça, dor no estômago e sonolência. Já a intoxicação crônica pode surgir
meses ou anos após a exposição e pode levar a paralisias ou doenças como o câncer.
TIPOS DE AGROTÓXICOS

Devido à enorme variedade de aplicação dos agrotóxicos estes foram divididos e


classificados em tipos, os principais tratam-se: inseticidas, fungicidas e herbicidas. É sabido
que para cada tipo de praga, existe um tipo de agrotóxico especifico para seu uso.

Inseticidas: como o próprio nome já diz, este agrotóxico combate insetos, larvas e
formigas. Os inseticidas pertencem a quatro grupos químicos distintos:

Organofosforados: são compostos orgânicos derivados do ácido fosfórico, do


ácido tiofosfórico ou do ácido ditiofosfórico. Ex.: Folidol, Azodrin, Malation, Diazinon,
Nuvacron, Tamaron, Rhodiatox.

Carbamatos: são derivados do ácido carbâmico. Ex.: Carbaril, Temik, Zectram,


Furadan.

Organoclorados: são compostos à base de carbono, com radicais de cloro. São


derivados do clorobenzeno, do ciclo-hexano ou do ciclodieno. Foram muito utilizados na
agricultura, como inseticidas, porém seu emprego tem sido progressivamente restringido ou
mesmo proibido. Ex.: Aldrin, Endrin, BHC, DDT, Endossulfan, Heptacloro, Lindane, Mirex.

Piretróides: são compostos sintéticos que apresentam estruturas semelhantes à


piretrina, substância existente nas flores do Chrysanthemum (Pyrethrun) cinenarialfolium.
Alguns desses compostos são: aletrina, resmetrina, decametrina, cipermetrina e fenpropanato.
Ex.: Decis, Protector, K-Otrine, SBP.

Fungicidas: ação de combate a fungos. Existem muitos fungicidas no mercado. Os


principais grupos químicos são:

Etileno-bis-ditiocarbamatos: Maneb, Mancozeb, Dithane, Zineb, Tiram.

Trifenil estânico: Duter e Brestan.

Captan: Ortocide e Merpan.

Hexaclorobenzeno.
Herbicidas: combatem ervas daninhas. Nas últimas duas décadas, esse grupo tem
tido uma utilização crescente na agricultura. Seus principais representantes são:

Paraquat: comercializado com o nome de Gramoxone.

Glifosato: Round-up.

Pentaclorofenol

Derivados do ácido fenoxiacético: 2,4 diclorofenoxiacético (2,4 D) e 2,4,5


triclorofenoxiacético (2,4,5 T). A mistura de 2, 4 D com 2, 4, 5 T representa o principal
componente do agente laranja, utilizado como desfolhante na Guerra do Vietnã. O nome
comercial dessa mistura é Tordon.

Dinitrofenóis: Dinoseb, DNOC.

Existem ainda outros tipos de agrotóxicos, que embora possuam uma carência de
informação não são menos utilizados que os acima citados. Segue outros exemplos:

Raticidas (Dicumarínicos): utilizados no combate a roedores.

Acaricidas: ação de combate a ácaros diversos.

Nematicidas: ação de combate a nematóides.

Molusquicidas: ação de combate a moluscos, basicamente contra o caramujo da


esquistossomose.

Fumigantes: ação de combate a insetos, bactérias: fosfetos metálicos (Fosfina) e


brometo de metila.

Definições:

Componentes: “Os princípios ativos, os produtos técnicos, suas matérias primas,


os ingredientes inertes e aditivos usados na fabricação de agrotóxicos e afins.”

Afins: “Os produtos e os agentes de processos físicos e biológicos que tenham a


mesma finalidade dos agrotóxicos, bem como outros produtos químicos, físicos e biológicos,
utilizados na defesa fitossanitária e ambiental, não enquadrados no Inciso I.”
NORMAS GERAIS PARA USO DE AGROTÓXICOS

A aplicação de agrotóxicos ainda permanece bem parecida com aquela praticada


há 100 anos, se caracterizando por um grande desperdício de energia e produto químico,
aplicação incorreta e degradação ambiental.

Com a promulgação da Lei 7.802, em 11 de julho de 1989, regulamentada pelo


Decreto 4.074, de 04 de janeiro de 2002, o Brasil deu o passo definitivo no sentido de alinhar-
se às exigências de qualidade e aplicação para produtos agrícolas em âmbito doméstico e
internacional.

Em 2006, a Embrapa de Londrina começou a desenvolver normas sustentáveis


para a utilização de veneno agrícola nas plantações de todo o país. As normas se baseiam na
racionalização do uso do agrotóxico e do solo, principalmente no que se refere ao manejo
correto do solo e da adubação.

PRINCIPAIS TÓPICOS DA NORMA

• Classificação da toxicidade dos defensivos agrícolas.


A toxicidade da maioria dos defensivos é expressa em termos do valor da Dose
Média Letal (DL50), por via oral, representada por miligramas do produto tóxico por quilo de
peso vivo, necessários para matar 50% de ratos e outros animais testes.

Assim, para fins de prescrição das medidas de segurança contra riscos para a
saúde humana, os produtos são enquadrados em função do DL50, inerente a cada um deles,
conforme mostra a tabela abaixo:
Classificação toxicológica dos agrotóxicos em função do DL50

Classe toxicológica Descrição Faixa indicativa de cor

Extremamente tóxicos
I (DL50 < 50 mg/kg de peso Vermelho vivo
vivo)

Muito tóxicos (DL50 – 50 a


II Amarelo intenso
500 mg/kg de peso vivo)

Moderadamente tóxicos
III (DL50 – 500 a 5000 mg/kg Azul intenso
de peso vivo)

Pouco tóxicos (DL50 >


IV Verde intenso
5000 mg/kg de peso vivo)

• Equipamentos de proteção individual.


São todos os equipamentos a serem utilizados pelo aplicador no momento do
preparo e da utilização do agrotóxico. São indicados nos rótulos dos agrotóxicos e também em
receituários agronômicos.

Os equipamentos obrigatórios são as máscaras protetoras, óculos, luvas


impermeáveis, chapéu impermeável de abas largas, botas impermeáveis, macacão com
mangas compridas e avental impermeável.

Todos esses equipamentos devem estar em boas condições de uso e possuir o


Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho. Além disso, devem ser mantidos em
locais limpos, secos, seguros e longe dos utensílios domésticos.

As luvas a serem utilizadas são resistentes aos solventes dos produtos químicos
e os filtros das máscaras são específicos para defensivos e têm data de validade.

A lavagem dos equipamentos é realizada com luvas e separada da roupa da


família.
• Manutenção e lavagem dos pulverizadores
A manutenção e a lavagem adequada dos aparelhos de aplicação dos agrotóxicos
são bastante importantes para que não ocorram acidentes ou contaminação durante o seu uso,
por isso, devem ser realizadas todos os dias que houver uso ou a cada troca de produto.

Para a preparação da calda (mistura do veneno puro e água) deve-se usar água
limpa sem nenhuma sujeira. Partículas podem entupir o bico da mangueira e provocar
vazamentos.

O bico deve ser trocado sempre que a vazão aumentar em 5 % e também é


necessário verificar, com água, se os aparelhos, tais como bomba, conexões, mangueiras e
bicos, apresentam vazamentos.

Durante a lavagem, colocar detergente nos equipamentos três vezes seguidas, no


mínimo.

Não se deve esquecer de lavar também o tanque, as esponjas, as escovas e os


panos utilizados na limpeza dos pulverizadores e também de utilizar todos os equipamentos
de proteção individual recomendados.

• Transporte.
O transporte dos defensivos agrícolas pode ser perigoso, principalmente quando
as embalagens são frágeis.

Não se deve transportar agrotóxicos juntamente com alimentos, rações, remédios,


pessoas ou animais. Esses defensivos devem ficar na carroceria, em um local separado e
protegido de chuva. Esse local deve então ser coberto com lona impermeável caso a carroceria
seja aberta.

Além disso, não se devem carregar embalagens com vazamentos ou com a


etiqueta danificada.

• Destino final de resíduos e embalagens


As embalagens não podem ser deixadas expostas ao meio ambiente, pois
provocam sérios danos a ele.

As embalagens não devem ser reutilizadas de forma alguma e, após sua utilização,
devem ser lavadas três vezes. Se restar alguma calda, utilizá-la instantaneamente.
Depois do uso, os frascos deverão ser destruídos e enterrados em fosso para lixo
tóxico.

Esse fosso será construído distante de casas, instalações de água, fora do trânsito
de pessoas e animais, porém de fácil acesso à fonte geradora. O local não pode estar sujeito a
inundações ou acúmulo de água.

O fosso, então, deve ter uma profundidade de 1 a 2 metros e com permeabilidade


do solo média para permitir a degradação biológica do agrotóxico. No fundo é necessário ter
uma camada de pedras irregulares e uma camada de brita.

A área do fosso necessita ser isolada com tela para impedir a entrada de animais
ou crianças e colocar na região uma placa de advertência com caveira avisando sobre lixo
tóxico.

Depois que se iniciar o uso desse fosso, uma camada de cal virgem deve ser
jogada a cada 15 cm de material descartado.

Completada a capacidade, cobrir com uma camada de 50 cm de terra e compactar


bem.

Caso o utilizador do agrotóxico não disponha de lugar para fazer um fosso, ele
deve incinerar a 1200ºC as embalagens em um incinerador próprio.

ARMAZENAMENTO DE AGROTÓXICOS

O armazenamento destes produtos deve ser feito em um local coberto, de maneira


que ele fique protegido de qualquer intempérie. Este local deve conter paredes e pisos
impermeáveis, não-inflamáveis, lisos e fáceis de limpar. É também importante que o local
possua uma temperatura ambiente, pois em altas temperaturas, os frascos aumentam sua
pressão interna, podendo assim ocasionar em uma ruptura do mesmo. Junto a cada depósito,
deve haver chuveiros e torneiras, para higiene dos trabalhadores, e uma torneira virada para
cima, para a lavagem de olhos. Os depósitos de agrotóxicos devem se localizar em locais
longe de habitações, ou locais onde haja o consumo de alimentos, bebidas ou qualquer outro
material que possa entrar em contato com pessoas e animais.
Deve ser feito um controle das datas de validade dos produtos regularmente, e
haver uma organização dos produtos dentro do depósito, de modo a haver bastante espaço
para locomoção e arejamento das pilhas de produtos. Essas pilhas devem conter apenas um
tipo de produto, sempre mantendo separados e independentes os diferentes tipos de produtos.
Caso uma embalagem venha a vazar, tomar cuidados para que esse produto não alcance fontes
de água ou culturas, contendo-o em um menos espaço possível. Após isso, guardar a
embalagem rompida em um plástico especial, devidamente protegido, assim como o material
vazado.

RECEITUÁRIO AGRONÔMICO

Essa receita só pode ser emitida por engenheiros agrônomos e florestais, e


técnicos podem assumir a responsabilidade técnica da aplicação, desde que supervisionado
por um engenheiro agrônomo ou florestal. Para isso, o técnico deve ir ao local com problema
para ver, avaliar, medir os fatores ambientais, bem como suas implicações na ocorrência do
problema fitossanitário. As receitas só podem ser emitidas para os defensivos registrados na
Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, que poderá dirimir qualquer dúvida que surja em relação ao registro ou à
recomendação oficial de algum produto.

AQUISIÇÃO E APLICAÇÃO

Aquisição:

Para a aquisição de defensivos, devem-se seguir alguns passos:

• Obter orientação técnica com um engenheiro agrônomo ou florestal.


• Obter um receituário agronômico, e segui-lo atentamente.
• Adquirir o produto em lojas especializadas e de confiança, e verificar se é o
produto recomendado.
• Observar o estado da embalagem, lacre, rótulo, bula, bem como a data de validade
do produto.
Manuseio:

É necessário um cuidado em especial no manuseio de defensivos, pois


principalmente no preparo da calda, onde o produto é manuseado em altas concentrações,
podem ocorrer escorrimentos e respingos. Caso tenha contato com o operador, o solo ou o
sistema hídrico, promoverá a contaminação de organismos não-alvos, principalmente aqueles
que usam a água para a sobrevivência.

Aplicação:

Devemos tomar muito cuidado nessa parte do manuseio dos agrotóxicos, e


podemos dividir a aplicação em três partes menores: Antes, Durante e Depois.

Antes: Inicialmente, temos que procurar um técnico para programar os


tratamentos fitossanitários, e enfim, seguir as instruções contidas no rótulo dos produtos. Nos
rótulos, dentre outras advertências, encontraremos as seguintes:

• A dosagem a ser aplicada, bem como o número e o intervalo de aplicações


• Efeitos colaterais causados nos animais e no meio ambiente
• Precauções a serem tomadas na aplicação
• Recomendações em caso de envenenamento
Também devemos nos lembrar dos cuidados ao abrir o produto, de preferência em
local ventilado, evitando respingos, e mantendo o rosto afastado, para não inspirar o produto.
Por fim, devemos checar os equipamentos e os aparelhos a serem utilizados.

Durante:

Deve-se inicialmente checar o local de aplicação dos defensivos, que não pode se
encontrar próximo às lavouras vizinhas, pastagens, habitações, animais desprotegidos ou
fontes de água. Isso deve ser feito para evitar a contaminação de seres ao redor do local de
aplicação. Outros cuidados devem ser tomados durante o processo de aplicação, dentre eles:
• Não aplicar contra o sentido dos ventos, ou quando houver ventos fortes. É melhor
esperar as horas com ventos mais brandos do dia.
• Não fumar, beber ou comer, sem antes lavar o rosto e as mãos com água e sabão.
• Jamais, usar a boca ou qualquer objeto perfurante para desentupir bicos, válvulas ou
qualquer outra parte do equipamento.
• Evitar que operários trabalhem muito próximos uns dos outros.
Todos esses cuidados são tomados visando evitar a propagação dos defensivos
para outros locais, diferentes daquele onde deve ser aplicado.

Depois:

Mesmo depois da aplicação do produto, existem certos cuidados a serem tomados,


sendo eles:

• Quanto às embalagens do produto, caso ainda reste produto, mantê-las bem fechadas,
e jamais utilizar as embalagens para alimentos ou medicamentos, elas devem ser
queimadas ou enterradas.
• Caso sejam enterradas, fazer isso longe de fontes de água.
• Na lavagem dos equipamentos, destacamos o cuidado no local utilizado para lavá-los,
que não pode ser próximo às fontes de água, ou locais onde a água escorra até uma
fonte de água.
• Respeitar o período de carência.
• Ao fim, tomar banho com água fria e sabão, e trocar e lavar a roupa de serviço
diariamente.

Controle Fitossanitário:

O controle fitossanitário pode ser definido como medidas de combater organismos


nocivos ao meio-ambiente, e existem muitas causas de fracassos no controle fitossanitário.
Dentre elas, a aplicação de defensivos deteriorados, que podem ser ocasionados devido às
condições de armazenagem e preparo, o uso de máquinas e técnicas de aplicação inadequadas
e a escolha errônea de defensivos. Também vale enfatizar o fracasso por parte da confiança
excessiva nos métodos de controle químico, ou um início de tratamento depois que grande
parte da produção já estar seriamente comprometida.
IMPACTOS NO USO DE AGROTÓXICOS

Com o desenvolvimento da biotecnologia agrária, vários tipos de agrotóxicos


foram criados. Nisso, vários teores desse produto foram desenvolvidos para melhorar o
desempenho e encontrar melhores resultados no plantio. Porém, o uso indiscriminado causa
complicações tanto para o usuário quanto para a sua produção.

Alguns pequenos agricultores, sem as corretas instruções, usam e estocam os


agrotóxicos de forma inadequada. Dessa forma, a saúde dos produtores e a produção são
prejudicadas. Os impactos causados são notados no meio ambiente e nos seres vivos.

No meio ambiente, a aplicação demasiada pode comprometer o solo e a


vegetação. Nisso, a plantação pode ficar com alta concentração do produto ou até marcado
pelo alto teor de toxidade. O solo também é contaminado, podendo reter o produto até o fim
da sua vida útil. Daí, com a lixiviação e o escoamento superficial, a água da chuva pode
arrastar esse conteúdo por toda a bacia hidrográfica do local.

Com essa possibilidade de arraste pela chuva, o agrotóxico pode se diluir nos
leitos dos rios e contaminar toda a fauna e flora fluvial.

Mas, o pior dos impactos acontece com os seres vivos, onde a genotoxicidade
associada ao uso destes produtos dão fortes evidências eles que são carcinogênicos. Desde o
agricultor, até o consumidor estão sujeitos a esse efeito colateral.

Os efeitos colaterais geram cânceres de vários tipos nos seres humanos. Daí a
grande incidência de mortes em agricultores. As toxinas dos agrotóxicos são encontradas até
em leite materno de mães que nunca entraram em contato com o produto, podendo assim se
comprovar a rápida propagação das toxinas no organismo humano através dos alimentos.

Porém, na guerra do Vietnã, os Estados Unidos contratou a empresa Monsanto


para fabricar um agrotóxico que desfolhasse as árvores da região. Esse agrotóxico foi
chamado de Agente Laranja.

O real motivo da utilização desse agrotóxico era para que se identificassem as


bases vietnamitas. A partir daí, o agente laranja foi considerado arma química na visão bélica.
Nisso, foi espalhado por várias áreas cobertas por árvores que logo perderam sua folhagem.
Porém, pessoas entraram em contato diretamente e indiretamente com o agrotóxico. Algumas
morreram imediatamente devido ao alto nível de concentração desse componente.

Outras pessoas sofreram os efeitos colaterais ao longo do tempo. Como


conseqüência, houve alterações genéticas que só foram notadas depois do nascimento de seus
filhos. As maiores características dessas pessoas são deformidades genéticas que variam de
atrofias de membros e de músculos, polidactilia, super-desenvolvimento ósseo e até câncer.
CONCLUSÃO

O Brasil é hoje um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo e as


intoxicações por causa dessas substâncias estão aumentando tanto entre os trabalhadores
rurais que ficam expostos, como entre pessoas que se contaminam através dos alimentos.
Alguns estudos já comprovaram a presença de agrotóxicos no leite materno, o que pode
causar defeitos genéticos nos bebês nascidos de mães contaminadas. Segundo a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o uso intenso de agrotóxicos levou à degradação
dos recursos naturais como água, solo, flora e fauna, em alguns casos de forma irreversível,
levando a desequilíbrios biológicos e ecológicos. Alguns consumidores, não satisfeitos em
consumirem produtos que possam conter resíduos tóxicos, estão exigindo a produção de
alimentos que são fabricados e armazenados sem agrotóxicos. Os alimentos orgânicos (isentos
de agrotóxicos) estão ganhando a atenção dos consumidores interessados neste assunto. Os
produtos orgânicos, em geral, são de menor tamanho e levam mais tempo para serem
produzidos e colhidos. O fato é que quanto mais bonita a fruta ou hortaliça, mais se deve
desconfiar do uso abusivo de agrotóxicos. A ANVISA é responsável por fiscalizar produtos
contaminados por agrotóxicos. Se uma empresa vender produtos com contaminantes em
excesso a ponto de contaminar o meio ambiente ou a saúde, ela sofrerá advertência, multa ou
apreensão do produto. A limpeza das frutas e hortaliças, além de eliminar microorganismos,
reduz a contaminação por produtos tóxicos. As frutas devem ser lavadas com água corrente e
sabão e descascadas quando possível. As hortaliças, além de lavadas, devem ser imersas em
água com limão por vinte minutos.
BIBLIOGRAFIA

• - A URL http://cyberdiet.terra.com.br/cyberdiet/colunas/020412_nut_agrotoxicos.htm,
visitada dia 01 de novembro de 2008, às 10h.
• - A URL www.unimedcl.com.br/figuras/agrotoxico.jpg, visitada dia 01 de novembro
de 2008, às 11h.
• - A URL http://www.ambientebrasil.com.br/, visitada dia 01 de novembro de 2008, às
12h.
• - Ecological Sanitation Revised and Enlarged Edition, 2004

• - A URL http://www.imunizadoraimbituba.com.br/textos/fitossanitario.htm, visitada dia 29 de


outubro de 2008, às 20h34min.

• - A URL http://biblioteca.universia.net/html_bura/ficha/params/id/33821625.html,
visitada dia 25 de outubro de 2008, às 15h30min.

• - A URL http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/20604, visitada dia 25 de


outubro de 2008, às 15h23min.
ANEXO

Alternativa para a Agricultura: ECOSAN

ECOSAN, Ecological Sanitation ou Saneamento Ecológico, é um projeto novo no


Brasil, porém bastante utilizado em países como a Suécia, China, México, entre outros. A
idéia do saneamento ecológico é fechar o ciclo da matéria orgânica, ou seja, tudo o que
tiramos do solo tem que voltar para o solo, porém reciclado e inofensivo ao mesmo.

Um dos maiores ‘trunfos’ do saneamento ecológico é reter os nutrientes


presentes na excreta humana, reciclá-los e então devolvê-los para a agricultura. Por isso, uma
parte desse projeto trata de destruir todos os patógenos antes de reutilizar a excreta.
Resultados de pesquisas e de estudos mostram a eficiência do uso da urina e das fezes como
fertilizantes. Maior eficiência até que alguns agrotóxicos, porém, depois de sanitarizados, não
afetam de forma alguma o meio ambiente nem a saúde humana, pelo contrário, são mais ricos
em matéria orgânica que o solo sem esse adubo, consequentemente produzem frutos mais
saudáveis e mais ricos em nutrientes.

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