Você está na página 1de 5

SUPLEMENTAÇÃO NUTRICIONAL VIA FOLIAR COM EXTRATO

PIROLENHOSO EM SALSA

Pietro Angelo Goulart Trevisan1; Vinícius Rafael de Lima de Moura2; Denice Almeida3

1 Acadêmico do Curso de Agronomia, Centro Universitário Dinâmica das Cataratas, Foz do


Iguaçu, PR e e-mail: pietrotrevisan1305@gmail.com.

2 Acadêmico do Curso de Agronomia, Centro Universitário Dinâmica das Cataratas, Foz do


Iguaçu, PR e e-mail: vinnyrafa77@gmail.com.

3 Professora Orientadora do Curso de Agronomia, Centro Universitário Dinâmica das


Cataratas, Foz do Iguaçu, PR e e-mail: denice@udc.edu.br

RESUMO

A salsa é uma olerícola muito cultivada no Brasil como tempero. O objetivo do presente
trabalho foi avaliar o desempenho do extrato pirolenhoso em plantas de salsa lisa via nutrição
foliar. O experimento em delineamento inteiramente casualizado foi realizado em casa de
vegetação no Centro Universitário Dinâmica das Cataratas em Foz do Iguaçu (PR). Os
tratamentos T1 sem a aplicação do extrato pirolenhoso; T2 com aplicação de 0,2 % ; T3 com
aplicação de 0,4 % ; T4 com aplicação de 0,6 %; T5 com aplicação de 0,8 %; T6 com
aplicação de 1 %. O uso de extrato pirolenhoso na dosagem de 0,4 % se relacionou aos
maiores número de hastes, peso e comprimento de raízes.

PALAVRAS-CHAVE: Nutrição foliar, Fertilizante, Eficiência.


INTRODUÇÃO

A salsa constitui uma hortaliça folhosa que pertence à família das Apiáceas. Esta
planta é muito utilizada como condimento culinário pelo seu aroma e sabor aprazível,
principalmente quando utilizada in natura (ÁLVAREZ, 2006). Quase sempre acompanhada
pela cebolinha (Allium schoenoprasum), constituindo assim o tempero chamado “cheiro-verde”

A maioria das hortaliças necessitam de quantidade relativamente grandes de nutrientes


(FERREIRA, et al., 1993). Tendo essa premissa, o extrato pirolenhoso ganha espaço pela sua
fácil obtenção. Este, se obtém por meio da condensação da fumaça produzida durante o
processo de queima da madeira na produção de carvão vegetal (JÚNIOR et al., 2018).

Visto a carência de artigos utilizando o extrato pirolenhoso como fertilizante foliar, o


presente trabalho teve como intuito avaliar o desempenho do produto em plantas de salsa lisa
via nutrição foliar.

METODOLOGIA

O estudo foi conduzido em casa de vegetação do Centro Universitário Dinâmica das


Cataratas (UDC) na cidade de Foz do Iguaçu, PR. O experimento foi feito em vasos com
capacidade para 5 L, preenchidos com areia e com mudas de salsa. O delineamento
experimental foi completamente casualizado, com 6 tratamentos e 10 repetições perfazendo
60 unidades. Os tratamentos com: T1 sem a aplicação do extrato pirolenhoso; T2 com
aplicação de 0,2 % ; T3 com aplicação de 0,4 % ; T4 com aplicação de 0,6 %; T5 com
aplicação de 0,8 %; T6 com aplicação de 1 % de extrato pirolenhoso.

A adubação foliar foi aplicada em 3 vezes nos respectivos tratamentos com intervalos
de 15 dias. A irrigação por aspersão foi igual para todos os tratamentos. A cultivar utilizada
foi a Salsa Lisa.

Após 50 dias do experimento, realizou-se a avaliação das plantas. As variáveis


resposta medidas ao final do experimento foram: número de folhas, comprimento e peso de
raiz, comprimento e peso da parte aérea. Os dados gerados pelo experimento foram
submetidos análise multivariada de componentes principais pelo programa estatístico Infostat,
versão livre para estudantes.
RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na figura 1 observa-se os resultados dos dados do cultivo da com doses crescentes de


extrato pirolenhoso. Os dados foram separados pela análise multivariada de componentes
principais (ACP) em componente principal 1 (CP1) e componente principal 2 (CP 2). A maior
parte da variabilidade dos dados foi separado pelo CP1 em 50,3%, e o CP2 foi responsável
por 29,8% da variabilidade dos dados. Assim, a maior explicação entre a variação dos
tratamentos se dá pela divisão no CP1.

O uso de extrato pirolenhoso na dose de 0,6% ( L h-1) se relacionou com o maior


comprimento de parte aérea (CP1). Resultado semelhante encontrado por Tsuzuki (2000),
com plantas de arroz.

A utilização da dosagem de 0,4% de extrato pirolenhoso se associou ao maior número


de hastes, peso e comprimento de raiz.

O uso de extrato pirolenhoso a 1% posicionou-se no segundo quadrante da ACP, se


relacionando com maior peso aéreo. De forma oposta, no quarto quadrante, esta mesma
dosagem se relacionou com menor comprimento aéreo. Da Silva e colaboradores (2020)
constataram a diminuição de comprimento aéreo de plantas de milho com o uso de extrato
pirolenhoso via sementes, havendo semelhanças com o resultado do presente trabalho.
Figura 1: Análise Multivariada por Componentes Principais (ACP) dos dados do cultivo
da salsa com e sem nutrição foliar de extrato pirolenhoso sob diferentes doses.

CONCLUSÃO

Nas condições do experimento, o uso de extrato pirolenhoso na dosagem de 0,4 % se


relacionou com os maiores número de hastes, peso e comprimento de raízes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 ALVAREZ, M.; GARCIA, M.; TRETO, E. Los abonos verdes: uma alternativa
natural y econômica para La agricultura. Cultivos Tropicales, La Habana, v.16, n.3,
p.9-24, 1995..
2 DA SILVA, D.W.; CANEPELLE, E.; WRITZL, T.C.; STEFFLER, A. D.; STEIN, J.
E. S.; GUERRA, D.; DA SILVA, D. M.; REDIN, M. Effects of environmental factors
on nitrification during aerobic digestion of activated sludge. Journal of the
Institution of Engineering (India), Part EN: Environmental Engineering Division,
v.68, n.2, p.29-35, Feb. 1988.
3 FERREIRA, M.E.; CASTELANE, P.D.; CRUZ, M.C.P. Nutrição e adubação de
hortaliças. São Paulo: POTAFOS, 1993. 480p.
4 JÚNIOR, A. F. D. et al. Pyrolysis and wood by-products of species from the Brazilian
semi-arid region. Scientia Forestalis, v.46, n.117, p.65-75, 2018.
5 TSUZUKI, E.; MORIMITSU, T.; MATSUI, T. Effects of chemical compounds in
pyroligneous acid on root rice plant. Japan Journal Crop Science, v.66, n.1, p. 15-
16, 2000.

Você também pode gostar