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Ebook feito de forma gratuita para todos que compraram o Ebook Nutrição Esportiva:
Uma Abordagem Prática ou o Ebook 111 Questões Respondidas sobre Nutrição.
Como muito dos clientes não acessam o grupo secreto do facebook por diversos motivos,
coloquei aqui todos os artigos já publicados lá.
Alguns já foram publicados no ebook 111 Questões Respondidas sobre Nutrição, já
que postei no grupo algumas prévias sobre o mesmo antes do lançamento. Os
compradores deste último podem estranhar, mas saibam que republiquei aqui alguns
destes artigos justamente para atender aqueles que compraram o primeiro ebook Nutrição
Esportiva: Uma Abordagem Prática e não tem acesso ao grupo.
Pretendo fazer outros ebooks gratuitos conforme o conteúdo do grupo for crescendo, de
modo que mais uma vez atenda a todos que compraram.
Sem mais delongas, vamos aos artigos eles.
SUMÁRIO
Esse estudo foi do tipo duplo-cego e seus participantes tinham, em média, 19,8 anos e
88kg, variando 9,5kg para mais e para menos. Eles foram divididos em 2 grupos, com 11
participantes cada e não sabiam se estavam realmente ingerindo a tribulus (por volta de
450mg) ou cápsulas de placebo.
Após essas 5 semanas de treino, não houve diferença entre o aumento de força e da massa
magra entre os grupos. Também não houve aumento de testosterona e epitestosterona
entre os grupos. Dessa forma foi concluído que a tribulus não altera a composição
corporal entre homens já treinados durante 5 semanas.
Fonte: Rogerson S, Riches C.J., Jennings C., Weatherby R.P., Meir R.A., Marshall-
Gradisnik S.M. (2007) The effect of five weeks of Tribulus terrestris supplementation on
muscle strength and body composition during preseason training in elite rugby league
players . J Strength Cond Res. 21(2):348-53.
Uma das poucas pesquisas que evidenciaram o aumento de testosterona, foi feita com
pacientes que sofriam de deficiência nutricional de zinco.
Outra que evidenciou diferenças foi feita por fabricantes deste mesmo suplemento. Para
finalizar, neste estudo alemão, foi verificado que o ZMA aumentava os níveis de zinco,
fazendo com que os pacientes urinassem mais, causando desidratação
Koehler K1, Parr MK, Geyer H, Mester J, Schänzer W. Serum testosterone and urinary
excretion of steroid hormone metabolites after administration of a high-dose zinc
supplement. Eur J Clin Nutr. 2009 Jan;63(1):65-70. Epub 2007 Sep 19.
Glutamina e performance muscular
Alguns atletas podem ter o consumo elevado de L-glutamina devido a grande quantidade
de proteínas que consomem, tanto com alimentos ou suplementos proteicos.
Visando este problema, foram lançados diversos suplementos com L-glutamina, que
prometem tanto o aumento da massa magra, quanto a proteção ao sistema imunológico.
No entanto, vários estudos de intervenção com glutamina recentes indicam que, embora
as concentrações plasmáticas de glutamina possam ser mantidas durante e após exercícios
prologados, a suplementação com glutamina não é capaz de impedir as mudanças que
ocorrem no pós treino quando se analisa o aspecto imunológico.
Ingestões de 20 a 30gr não sugeriram eficiência em adultos saudáveis e nenhum dano foi
relatado em um estudo em que os atletas consumiram 28gr de glutamina todos os dias
durante 14 dias.
Doses de até 0,65gr de glutamina por kg de massa corporal também não demonstram
alterações nas concentrações de glutamina no sangue¹.
Costuma ser consumido pelos enterócitos, sendo usado para essa função na nutrição
enteral e seus resultados via oral para performance muscular tem demonstrado poucos
resultados em dietas equilibradas em indivíduos saudáveis.
Gleeson M1. Dosing and efficacy of glutamine supplementation in human exercise and
sport training. J Nutr. 2008 Oct;138(10):2045S-2049S.
²Candow DG1, Chilibeck PD, Burke DG, Davison KS, Smith-Palmer T. Effect of
glutamine supplementation combined with resistance training in young adults. Eur J Appl
Physiol. 2001 Dec;86(2):142-9.
Fonte: Ana Paula Trussardi Fayh, Daniel Umpierre, Katiuce Borges Sapata, Fernando
Matos Dourado Neto e Alvaro Reischak de Oliveira. Efeitos da ingestão prévia de
carboidrato de alto índice glicêmico sobre a resposta glicêmica e desempenho durante um
treino de força
Na maioria dos estudos, a ingestão de energia, gordura, gordura saturada e colesterol era
semelhante tanto nas dietas de controle quanto nas contendo soja, sendo a ingestão de
proteína de soja em média 47 g por dia.
Nessa comparação de grupo, a ingestão de proteína de soja foi associada com as seguintes
alterações líquidas nas concentrações de lipídeos séricos:
Lipoproteína de baixa densidade (LDL, colesterol ruim): uma diminuição de 21,7 mg por
decilitro
A ingestão de proteína de soja também foi associada com um aumento de 2,4 por cento
(não significativo) nas concentrações séricas de lipoproteína de alta densidade (HDL,
colesterol bom)
Conclui-se então que consumo de proteína de soja em vez de proteínas animais diminuiu
significativamente as concentrações séricas de colesterol total, colesterol LDL e
triacilglicerídeos.
Fonte: James W. Anderson, M.D., Bryan M. Johnstone, Ph.D., and Margaret E. Cook-
Newell, M.S., R.D.Meta-Analysis of the Effects of Soy Protein Intake on Serum Lipids
N Engl J Med 1995; 333:276-282 August 3, 1995
Os atletas que buscam ganhar massa muscular e força costumam consumir maiores
quantidades de proteína do que os praticantes de treinamento aeróbico.
A principal crença por trás das grandes quantidades de consumo de proteína em atletas
de resistência é que ela é necessária para gerar mais proteína muscular.
Atletas podem exigir proteína para mais do que apenas minimizar o risco de deficiência,
inerente às orientações dietéticas, mas também para ajudar na adaptação ao estímulo do
exercício.
Há uma outra boa razão para recomendar a ingestão de proteína em doses mais altas para
atletas. A leucina, e possivelmente os outros aminoácidos, ajudam a estimular a síntese
proteica muscular.
A ingestão de proteína por volta de de 1,3 a 1,8 gr/kg corporal irão maximizar a síntese
de proteínas do músculo (Ou seja, alguém de 70kg, praticante de musculação, desejando
ganhar mais volume muscular, consumirá cerca de 91 a 126 gr de proteína por dia.
Fonte da qual adaptei e inclui informações: Phillips SM1, Van Loon LJ. Dietary protein
for athletes: from requirements to optimum adaptation. Sports Sci. 2011;29 Suppl 1:S29-
38.
O objetivo foi determinar a resposta à dose síntese proteica muscular (MPS) e a síntese
de proteína albumina (APS), após exercícios de resistência.
A Fosforilação de proteínas sinalizadoras não foi reforçada com qualquer dose de proteína
ingerida, o que sugere que a estimulação da MPSs depois exercício de resistência pode
ser relacionada com a disponibilidade amino ácidos.
Moore DR, Robinson MJ, Fry JL, et al. Ingested protein dose response of muscle and
albumin protein synthesis after resistance exercise in young men. Am. J. Clin. Nutr. 89:
161-8
Creatina causa danos renais?
Uma dúvida muito comum e que alguns anos atrás foi uma das razões da creatina não ser
liberada no Brasil é essa. Graças a diversos estudos e evidências científicas, hoje já é
possível afirmar que a creatina não causa dano renal nem hepático.
Não há um horário específico para ingestão, como preconizam alguns instrutores. Seguir
à risca regras como não consumir carboidratos a noite ou consumi-los apenas em horários
próximos ao treino, não se aplicam a todas as pessoas.
Mas há dois fatores importantes para entender quando consumi-los:
Exercer uma atividade física, seja aeróbica, anaeróbica ou de explosão, assim como a
recuperação referente a atividade, exige um aporte energético prévio.
Sendo o carboidrato o micronutriente mais apropriado, metabolicamente falando, para
fornecimento de energia, seu consumo nesses períodos é necessário para grande parte dos
indivíduos, excluindo apenas alguns atletas de elite em dietas restritas e acompanhadas
diariamente.
Um atleta que deseja aumento de massa muscular e/ou performance poderá ter uma dieta
hipercalórica e hiperglicídica, ou seja, composta de altas quantidades de carboidrato.
Como o consumo exagerado de um macronutriente em apenas um período não é uma
estratégia eficaz, é feita uma divisão do macronutriente durante as refeições.
Por exemplo, uma dieta de 3500 calorias, sendo composta de 65% de carboidratos,
alcançaria a quantidade de 2275 calorias desse macronutriente, sendo a ingestão dele
apenas em períodos pré e pós treino, por exemplo, extremamente alta.
Poderíamos então, dividir os carboidratos da seguinte maneira:
Obs: as calorias acima referem-se apenas as aquelas vindas dos carboidratos. Há também
as calorias geradas pela ingestão de proteínas e lipídeos.
Reparem que o período ao acordar, assim como os próximos ao treino, alcançam uma
maior ingestão. Os períodos com menor demanda energética, uma menor ingestão, porém
a quantidade não é zerada, já que a necessidade calórica vinda de carboidratos é alta.
Os casos acima não são regras, apenas exemplos comuns para ajudar o entendimento.
Horários de treinos diferentes, assim como resistência à insulina, rotina de trabalho entre
outros fatores, alteram a tabela, que deve ser sempre individualizada.
P.S. Reparem que dei exemplos de pessoas que se exercitam a noite, justamente para
quebrar o mito de não ingerir carboidratos neste período.
OBJETIVO
Estimar o efeito anti hipertensivo do óleo de peixe usando parâmetros como idade, sexo,
pressão sanguínea e massa corporal.
MÉTODOS:
36 estudos foram analisados, sendo 22 estudos duplo cegos. Os resultados foram baseados
em duração, dose do óleo, mudanças de pressão sanguínea e características das
populações analisadas.
RESULTADOS:
A ingestão de óleo de peixe foi alta na maioria das análises (cerca de 3,7gr/dia). Foi
verificado redução da pressão sistólica em 2,1mmHg e diastólica em 1,6mmHg.
Restringindo a análise para estudos duplo cegos, a redução da pressão sanguínea foi de
1,7mmHG e 1,5mmHG, sendo esses efeitos mais altos em indivíduos mais velhos (>45
anos) e em populações hipertensivas (maior ou igual que 140/90mmHg)
Geleijnse JM1, Giltay EJ, Grobbee DE, Donders AR, Kok FJ. Blood pressure response
to fish oil supplementation: metaregression analysis of randomized trials.J Hypertens.
2002 Aug;20(8):1493-9.
"As injeções de gonadotrofina coriônica humana (HCG) são utilizadas para afirmar que
ajudam na redução de peso, reduzindo a fome, e afetando o humor, bem como auxiliando
na redução de medidas localizadas. Nós testamos estas alegações em um estudo
randomizado, duplo-cego, usando injeções de HCG ou placebo. A perda de peso foi
idêntica entre os dois grupos, e não houve evidência de efeitos diferenciais sobre a fome,
humor ou medidas corporais localizadas. Injeções de placebo parece ser tão eficaz como
a HCG no tratamento da obesidade."
Ou seja, tendo o mesmo efeito que o placebo, qual o sentido de utilizar o hormônio?
Nenhum.
A 'cura romana' foi um método utilizado pelo médico britânico A.T.W. Simeons, onde
combinava uma dieta de 500kcal ao dia com injeções de 125UI de HCG.
Após a publicação de vários estudos sobre a 'cura romana', dez demonstraram ser um
método eficaz, enquanto que dez demonstraram resultados negativos quando relacionado
o HCG à perda de peso.
Apenas dois dos estudos positivos foram duplo-cegos, enquanto que a maioria não foi
controlado. Segundo os resultados, esse método é ineficaz e não deve ser utilizado².
¹ Greenway FL, Bray GA. Human chorionic gonadotropin (HCG) in the treatment of
obesity: a critical assessment of the Simeons method. West J Med. 1977 Dec;127(6):461-
3.
O leite de vaca é um alimento proteico do mais alto valor biológico, perdendo apenas para
o ovo de galinha inteiro. O valor biológico é uma escada que define o quanto do conteúdo
proteico será realmente aproveitado pelo organismo humano. Além do alto valor
biológico, o leite também é rico em cálcio, biotina e, na sua forma integral, vitaminas A
e D.
Dar hormônios a animais é uma prática proibida há anos. Antibióticos são aplicados
apenas quando necessários e a extração de leite é feita apenas após a sua metabolização
e excreção. A presença de antibióticos também atrapalharia a indústria, já que podem
impedir o desenvolvimento de bactérias que fazem fermentação, tornando impossível a
criação de queijos e iogurtes.
Por que só o ser humano é o único animal que bebe leite depois de adulto?
Pelo mesmo motivo de ser o único que desenvolveu a pecuária e a agricultura: acesso.
O fato de outros animais não terem acesso não implica no fato do alimento não ser útil.
O desmame não ocorre porque o leite deixou de ser adequado, e sim porque as
necessidades nutricionais não são mais alcançadas apenas pela ingestão de leite. Sem
contar que ele é necessário para poupar energia, tanto para recuperação da amamentação,
processo que demanda necessidades calóricas, quanto para nova gestação em muitas
espécies de mamíferos. É possível obter todos os nutrientes necessários excluindo leites
ou laticínios em geral da dieta, porém é desnecessária a exclusão caso não haja uma real
necessidade, ainda mais baseando-se num argumento tão simplista quanto o da pergunta.
Onde hábitos são adotados, há adaptações fisiológicas durante os milhares de anos
passados, tais como a ingestão de outros produtos, como arroz, feijão, oleaginosas, dentre
tantos outros.
Defensores da dieta sem laticínios alegam que fontes vegetais possuem melhor
biodisponibilidade de cálcio, ou seja, nosso corpo absorve melhor. Já os que defendem a
dieta com laticínios argumentam que a quantidade de cálcio nos leites e derivados é muito
maior.
Olhando a tabela do post notamos que os dois estão corretos
O que vemos é que, mesmo a biodisponibilidade de ouve e brócolis ser maior, é necessário
ingerir uma grande quantidade para alcançar um copo médio de leite ou iogurte.
Mais uma vez, dependerá do seu biotipo e das atividades que fez ou fará quando acordar,
estimulando assim a necessidade energética.
Por exemplo, se você treina a noite e sua última refeição é a pós treino, pode seguir o que
já foi dito no capítulo de refeição pós treino (proteínas vindas de fontes animais junto a
carboidratos de rápida absorção como arroz branco, batata inglesa, tapioca), com atenção
especial a quantidade de carboidratos caso seu objetivo seja emagrecimento.
Ou seja, você pode sim consumi-los, porem o exagero irá virar tecido adiposo.
Como exemplos de refeições sem carboidratos, temos omeletes com queijos lights ou
mesmo vegetais crus (cujo número de carboidratos é ínfimo) junto a uma porção de carnes
magras.
A retirada total de carboidratos antes de dormir não é recomendada para aqueles que, ao
acordarem, farão atividades de algo gasto energético, já que os estoques de glicogênio
estarão muito diminuídos. Recomenda-se pelo menos uma pequena porção de
carboidratos integrais antes do repouso.
Já não é segredo para muitos que o exercício aumenta a serotonina, causando maiores
sensações de bem-estar. O que poucos sabem é que o triptofano (neurotransmissor
precursor da serotonina) utiliza os mesmos transportadores no cérebro que o BCAA e
pode seu ter número diminuído com a ingestão desses aminoácidos. Os mecanismos que
relacionam o BCAA a diminuição da fadiga, embora controversos, tem como base
justamente essa via, já que a serotonina também é relacionada a fadiga pós treino. Num
estudo com ratos, foi verificado que uma hora após sua ingestão, o BCAA reduziu
triptofano e tirosina e, consequentemente, catecolaminas e serotonina, o que sugere que
talvez o excesso de BCAA não seja indicado para pacientes depressivos, com tendências
a depressão ou baixa serotonina. A ideia aqui não é criar terrorismo nutricional, ainda
mais porque esse estudo nos traz perspectivas e não verdades absolutas, e sim prevenir
quanto ao uso desenfreado de suplementos sem prescrição, ou mesmo uma ingestão alta
e desnecessária de proteínas. Suplementos não são jujubas e dieta é coisa séria. Nosso
metabolismo é muito complexo pra pensarmos apenas em perda de gordura e ganho de
massa muscular. Temos que analisar também as respostas de órgãos e hormônios
exógenos e endógenos, antes de simplesmente prescrever algo. Fica aqui o alerta para
quem pensa que quanto mais, melhor.
Fonte: Choi S, Disilvio B, Fernstrom MH, Fernstrom JD. Oral branched-chain amino acid
supplements that reduce brain serotonin during exercise in rats also lower brain
catecholamines.
- A regulação da glicêmica, dada por alimentos de baixo índice e carga glicêmica, também
melhoram o desempenho intelectual, já que o cérebro consome mais de 50% do
carboidrato da dieta, sendo 80% usados apenas para gerar energia.
Resumindo, uma alimentação repleta de alimentos integrais, com fibras adequadas e com
a correta ingestão de ômega-3, principalmente vinda de peixes já que a biodisponibilidade
neles é maior, é associada a melhor desempenho cognitivo e prevenção de doenças
cerebrais.
Essa planta é geralmente associada a vitalidade e fertilidade. Para testar seus efeitos, um
estudo¹ controlado, randomizado, duplo-cego de 12 semanas testou os efeitos de
diferentes doses da Maca.
Concluindo, tratamento com a Maca pode melhorar o desejo sexual. Mais estudos são
necessários para analisar a dose/resposta.
Introdução
A obesidade é uma doença multifatorial, tendo como causa, além de fatores genéticos (1),
a alimentação pobre em fibras, desbalanceada em macronutrientes e com excessos
calóricos, além do sedentarismo.
O aumento de tecido adiposo corporal pode implicar em uma maior prevalência de outras
doenças, como Diabetes Mellitus tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares(2).
Objetivo
O objetivo deste estudo é determinar se dietas hiperproteicas, com valores acima dos
estabelecidos pela OMS, influenciam na melhora do perfil lipídico, efeito termogênico e
na redução de peso, marcadores importantes para diminuição da obesidade e para sua
prevenção.
Metodologia
Esta pesquisa caracterizou-se por ser uma revisão bibliográfica sistemática. Os dados
foram coletados nas bases de dados científicos Pubmed, Scielo e Licas, com a busca das
seguintes palavras-chave, nos idiomas português e inglês: High Protein, Oxidação de
gordura (fat oxidation), Thermogenesis (termogênse), composição corporal (body
composition) e weight Loss (perda de peso).
Resultados e discussão
Termogênese
Dez mulheres eutrófricas com idade entre 19 e 22 anos participaram de um estudo(4)
randômico comparando o efeito termogênico pós brandial em dietas compostas com alta
proteína e baixa gordura com dietas com hiperglicídicas e baixas em gorduras.
O controle do que foi consumido foi feito por dois dias antes de cada teste. No dia do
teste, o gasto energético em repouso o quociente respiratório não-proteico e a temperatura
corporal foram medidos após 10 horas, e 2 horas e meia após café da manhã, lanche e
jantar. Amostras de sangue foram coletadas na manhã seguinte, além de amostras da urina
no dia do teste.
O resultado demonstrou diferenças significativas entre as duas dietas, com maior balanço
nitrogenado, elevação de ureia e de gasto energético na dieta hiperproteica, associando a
mesma à uma maior eficácia quanto a perda de peso.
Em mais um estudo (6), desta vez com obesos com hiperinsulinemia, o gasto energético
de repouso também foi comparado em dietas hipocalóricas com 45% e 12% de seu total
em proteínas e 30% de seu total em gorduras nas duas. O gasto energético de repouso
decaiu significativamente menos nas dietas altamente proteicas. 26 obesos diabéticos do
tipo 2 foram divididos em grupos que fizeram dietas com 28% de proteína e 16% de
proteína do total energético diário (7). Após 12 semanas de avaliação, o efeito térmico
dos alimentos, medido após duas horas de seu consumo, foi muito maior na dieta
hiperproteica do que na normoproteica.
Composição corporal
No estudo de Skov (5), o grupo de obesos e pré obesos que aderiram a dieta altamente
proteica (25%) obteve uma perda média de 8,9 kg, sendo 7,6kg de gordura
respectivamente, enquanto que o grupo que ingeriu 12% de proteína, uma perda de 5,1kg
sendo 4,3kgs de massa gorda. Mais indivíduos perderam mais que 10kgs (35%) no grupo
com dieta hiperproteica do que no grupo com dieta hiperglicídica (9%).
Já no estudo (6) que comparou dietas com 45% de proteína e 25% de carboidrato à dietas
com 12% de proteína e 58% de carboidrato, os indivíduos obesos com hiperinsulinemia
que aderiram a dieta hiperproteica demonstraram uma perda média de 2,3kg a mais do
que os indivíduos do grupo normoproteico, após 4 semanas.
Já o estudo de Noakes e colaboradores (8), 100 mulheres obesas e pré obesas foram
divididas em dois grupos com dietas com 31% e 17% do VET a base de proteínas. Após
12 semanas de dietas isocalóricas, o grupo hiperproteico perdeu, em média, 5,7kgs, contra
4,5kgs do grupo normoproteico.
Marcadores cardiovasculares
As mulheres com triacilglicerídeos mais altos obtiveram diminuição maior nesse perfil
lipídico com dietas hiperproteicas. As concentrações de vitamina B12 no sangue
aumentaram 9% no grupo hiperproteico, enquanto que no grupo normo, as mesmas
decaíram 13%. Não houve diferença entre folato, vitamina B6 e homocisteína entre os
dois grupos.
A redução de triacilglicerídos também foi maior no grupo hiperproteico do que no grupo
normo, em estudos(10) com mulheres e homens obesos com elevadas taxas de TG. A
perda de peso e a gordura abdominal também foi maior em indivíduos com dietas
hiperproteicas.
Conclusão
Dietas com valores proteicos acima dos recomendados pela OMS podem ajudar a
diminuir circunferência abdominal, triacilglicerídeos e índice de massa corporal. Um dos
possíveis mecanismos para tais reduções é o efeito termogênico maior causado pelas
proteínas, aumentando também o gasto energético em repouso.
Referências bibliográficas
2 Francischi, Rachel Pamfilio Prado de; Pereira, Luciana Oquendo; Freitas, Camila
Sanchez; Klopfer, Mariana; Santos, Rogério Camargo; Vieira, Patrícia; Lancha Junior,
Antônio Herbert. Obesidade: atualização sobre sua etiologia, morbidade e tratamento /
Obesity: updated information about its etiology, morbidity and treatment. Rev.
nutr;13(1):17-28, jan.-abr. 2000. tab, graf.
3 Pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito
Telefônico (Vigitel). 2014
6 Baba NH, Sawaya S, Torbay N, Habbal Z, Azar S, Hashim SA. High protein vs high
carbohydrate hypoenergetic diet for the treatment of obese hyperinsulinemic subjects. Int
J Obes Relat Metab Disord. 1999 Nov;23(11):1202-6.
9 Stefan M Pasiakos, Harris R Lieberman and Victor L Fulgoni Higher-Protein Diets Are
Associated with Higher HDL Cholesterol and Lower BMI and Waist Circumference in
US Adults. J. Nutr. March 1, 2015 vol. 145 no. 3 605-614.
10 Clifton PM1, Bastiaans K, Keogh JB. High protein diets decrease total and abdominal
fat and improve CVD risk profile in overweight and obese men and women with elevated
triacylglycerol.Nutr Metab Cardiovasc Dis. 2009 Oct;19(8):548-54. doi:
10.1016/j.numecd.2008.10.006. Epub 2009 Jan 29.
Durante o estudo de 7,7 anos, 737 pacientes morreram, sendo 463 de causas cardíacas.
Os pesquisadores associaram as causas da morte aos baixos níveis de vitamina D (em
forma de 25 hidroxivitamina D e de 1,25 dihidroxivitamina D). Esses resultados foram
dosados de forma independente à níveis de atividade física, doença coronal arteriana e
variáveis do metabolismo mineral.
Mais uma vez, a alimentação se mostra mais eficaz em manter os níveis de vitaminas
séricos adequados do que a suplementação. Como fontes alimentares, temos óleos de
fígado e peixes, além de alimentos derivados do leite e ovos.
Na meta análise foram usados alho em pó (até 5,6gr/dia), óleo de alho (até 18mg/dia),
alho envelhecido (até 7,2gr/dia) e alho cru (até 10gr/dia). O excesso de alho pode causar
desconforto gastrointestinal, portanto sua prescrição deve ser feita com cautela.
¹ Reinhart KM, Coleman CI, Teevan C, Vachhani P, White CM. Effects of garlic on blood
pressure in patients with and without systolic hypertension: a meta-analysis. Ann
Pharmacother. 2008 Dec;42(12):1766-71.
FITOTERAPIA
A utilização de plantas para fins medicinais é tão antiga quanto a civilização. O poder de
cada planta provem de suas características e das substâncias que as sintetizam. No
Ocidente, cada vez mais pessoas procuram tratamentos alternativos dados por essas
plantas, que tem o propósito de ampliar os recursos para manutenção e recuperação da
saúde, trabalhando em sinergia com a medicina atual.
Uma das formas de entender os benefícios e colaterais de cada planta, é entender seus
princípios ativos, comparando-os com as informações já presentes na literatura e
entendendo um pouco mais sobre o complexo sistema fitoterápico. São eles:
Alcalóides
Costumam apresentar elevada toxicidade. A principal função é proteção contra insetos,
além de regular o crescimento e de estocar nitrogênio para crescimento da planta.
Glicosídeos
Responsáveis por função protetora, sanitária e de regulação do metabolismo. Podemos
classifica-los também pelas suas características farmacêuticas:
Fito hormônios – Como o nome sugere, agem no organismo como hormônios. Entre eles,
a mais conhecida é a isoflavona, associada a menor incidência de câncer de mama e
doenças cardiovasculares.
Após a planta (ou suas partes) sofrer coleta, secagem e estabilização, ela é considerada
uma droga vegetal.
MODOS DE PREPARO
INFUSÃO
Ferve-se a água e, quando estiver em estado de ebulição, põe-se sobre as plantas, cobrindo
o recipiente e aguardando de 5 a 30 minutos. Após isso, coar o preparo e utilizar de acordo
com o que manda sua posologia.
DECOCÇÃO (usada geralmente em drogas vegetais feitas por sementes, raízes e cascas).
Coloca-se a parte da planta na quantidade prescrita de água fervente. Cobre-se e deixa
ferver em fogo baixo de 10 a 20 minutos. Ao seguir, coa-se e espreme-se a erva com um
pedaço de pano ou coador
Aquiléia: Também conhecida como Mil Folhas, tem ação colerética e colagoga,
aumenta o apetite, diminui febre, inflamação e cólicas. Indivíduos com úlcera ou
oclusão nas vias biliares não devem utilizar.
Nome científico: Achillea millefolium
Parte utilizada: Partes aéreas
Preparação: Infusão. 1 a 2 col chá (1 a 2gr) em uma xícara de chá (150ml)
Limite diário: 1 xícara de chá 3 a 4 vezes ao dia
Hamamélias: Trata inflamações da pele e mucosas. Não deve ser usado continuamente
por mais de 4 semanas. Associá-la com castanha-da-índia.
Nome científico: Hamamelis virginiana
Parte utilizada: Casca
Preparação: Decocção. 1 a 2 col sopa (3 a 6gr) em uma xícara de chá (150ml). Limite
diário: 1 xícara 2 a 3 vezes ao dia
Garra do diabo: Trata dores articulares. Portadores de úlceras não devem utilizá-la.
Nome científico: Harpagophytum Procumbens
Parte utilizada: Raiz
Preparação: Decocção. 1 col chá (1gr) em uma xícara de chá (150ml). Limite diário: 1
xícara de chá 2 a 3 vezes ao dia
Guaco: Trata gripes, resfriados, bronquites. Ação expectorante. (Usar droga vegetal).
Pode interferir na coagulação. Doses acima do recomendado podem provocar vómitos e
diarreias.
Nome científico: Mikania glomerata
Parte utilizada: Folhas
Preparação: Infusão. 1 col sopa (3gr) em uma xícara de chá (150ml). Limite diário: 1
xícara 3 vezes ao dia durante ou após as refeições.
Melão-de-são-caetano: Hipoglicemiante.
Nome científico: Momordica charantia
Parte utilizada: Folhas, frutos e sementes
Preparação: Decocção. 5g em 1 litro.
Maracujá: Trata quadros leves de ansiedade e insônia. Não utilizar com medicamentes
depressores do sistema nervoso nem cronicamente.
Nome científico: Passiflora
Parte utilizada: Folhas
Preparação: Infusão. 1 col sopa (3gr) em uma xícara de chá (150ml). Limite diário: 1
xícara de chá 1 a 2 vezes ao dia.
Guaraná: Estimulante. Trata fadiga. Não deve ser utilizado em hipertensos, portadores
de problemas cardíacos, estomacais, intestinais, com gastrite, cólon irritável,
hipertireoidismo e ansiosos.
Nome científico: Paullinia cupana
Parte utilizada: Sementes
Preparação: 0,5 a 2gr do pó (1 a 4col café). Utilizar puro ou diluído em água.
Sabugueiro: Trata gripes e resfriados. Altas doses causam hipocalemia. Folhas contem
glicosídeos cianogênicos que podem ser tóxicos.
Nome científico: Sambucus nigra
Parte utilizada: Flor
Preparação: Infusão. 1 col sopa (3 gr) em uma xícara de chá (150ml). Limite diário: 2 a 3
xícaras de chá 3 vezes ao dia
Informações retiradas da RDC-10. O intuito do que foi descrito aqui é instruir quanto às
funcionalidades de cada planta, embora o uso sem prescrição de um nutricionista seja
desencorajado dadas as possíveis interações, tanto com os alimentos quanto com as
medicações do paciente.
Este ebook foi feito sem fins lucrativos e registrado com ISBN. Sua venda é proibida
assim como sua divulgação e repasse sem autorização do autor. Maiores contatos:
felipe_q_souza@hotmail.com