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TCC Cesumar A
TCC Cesumar A
RESUMO
ABSTRACT
This work has the goal of a better understanding about concept of overcoming the
alienation in the “momentum” according to the philosopher Soren Kierkegaard . He wrote
“Philosophical Fragments” in which this concept is explained, under the pseudonym Johannes
Climacus. Kierkegaard is regarded as the “father” of the existencialist philosophy, and also
became famous for the controversy made for his criticism about the relationship between
Christian Church and the State in Denmark and for his attacks against the hegelian
philosophical system. But the kierkegaardian attack against the idealist hegelian system
became stronger with the “Philosophical Fragments” , which main question is : “How can we
get the True and have a base to our eternal happiness?” Or: How to overcome the alienation
state? Trying to get the answer, under the pseudonym Johannes Climacus, the philosopher
compared the socratic-platonic maieutics with the idealist hegelian philosophy, showing the
mistake inside this two similar philosophical systems in teach us that the man is already in the
true. Climacus understand that the hegelian concept of “true” is a static, and not a dynamic
concept, because It occurs inside the phenomenological conscience of Absolut, without
consider the alienation of human reality and his dynamic history. The human being must to do
a ” jump” from this condition in the momentum, but this “jump” is paradoxical to the
intelligence because has its base on the simultaneity between the Master, the human being and
the message content. The identity of simultaneity consist of a structuring structure of sense,
in which all the presence of the True is rescued through the history, through the faith,
transforming the human being and overcoming the alienation, wich warranty is not an idea, It
is the Master.
INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é pesquisar os desafios que Sorem Kierkegaard enfrentou sob o
pseudônimo Johannes Climacus, sobre a superação do estado de alienação humana, em
particular nas Migalhas Filosóficas. Antes, é necessária especial atenção à vida do autor, para
compreendermos as condições do ambiente de sua produção literária.
melhor compreendidas.
Tentando fundamentar sua crítica, escreve o livro Migalhas Filosóficas em 1844, com
pouco mais de 150 páginas, com estilo um tanto poético para lidar com questões densas, como
a temporalidade e a questão da verdade, a conciliação do ser humano consigo mesmo e a
respostas formuladas frente ao divino incógnito.. Mas principalmente, para a fé cristã, trata
do papel dessa fé frente a filosofia ocidental, dos gregos pré-socráticos até a filosofia
hegeliana e o arcabouço teológico cristão que se desenvolveu em torno dessa teologia.
O livro inicia com uma pergunta aparente simples no Capítulo I: “em que medida pode-
se aprender a verdade? Kierkegaard começa as “migalhas” descrevendo o projeto maiêutico
socrático: ninguém pode aprender algo que já sabe, nem lembrar o que nunca aprendeu, mas
pode ser ajudado a lembrar-se . Isso é a base da didática socrática a partir da qual o mestre na
realidade é um “parteiro” que ajuda o estudante no nascimento do conhecimento que já
possuía. Fazendo-lhe perguntas, Sócrates, o mestre por excelência e coerência, ajuda o
discípulo a encontrar a resposta que já havia em si. Sócrates ensinava, por volta de 400 a.C.
que o ser humano já está na verdade, e pelo método pedagógico conhecido por maiêutica
auxiliava as pessoas a chegar a uma verdade “que já se encontrava neles mesmos, bastando
apenas lembrar do que já sabiam(reminiscência).” Platão, seu discípulo, acrescentou a isso a
idéia de que existe uma realidade transcendental- Mito da Caverna, Fedro e Banquete-, que
realmente importa, e que o que sabemos são sombras da realidade em nossa consciência. A
transcendentalização da verdade e a síntese entre sujeito e objeto pela apreensão desta, tem
como um tipo de continuidade no idealismo hegeliano: em ambas o indivíduo já está na
verdade. Comparando estes dois sistemas com o cristianismo, Sorem percebe que isso
distorce a compreensão do que é o processo de apreensão da verdade , e mais que isso, deixa
de lado a mensagem cristã e o papel de Cristo para com a história humana. Esta percepção
ocorreu antes dos 27 anos, visto que na sua dissertação o Conceito de Ironia esta reserva já se
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O projeto socrático também tem como pano de fundo as provas da imortalidade da alma
segundo a tradição helenística. (Kierkegaard, 1996, p.28) Mas acima de tudo, Kierkegaard
vê de modo arguto como essas suas escolas de pensamento se inter-relacionam: A primeira é
que o Idealismo alemão, consubstanciado na filosofia hegeliana que reinava na Europa, era
uma espécie de platonismo, na medida em que formulava uma construção ideal(mundo das
idéias platônico) da realidade, identificando o finito com o infinito. Nas críticas de Johannes
Clímacus, percebe-se que o conceito hegeliano de verdade é estático, não dinâmico. Isto pois
ocorre dentro da consciência fenomenológica, no Absoluto, e não considera o estado de
alienação da realidade humana nem o dinamismo de sua história. Para o socrático e o
hegeliano o indivíduo já está na verdade, bastando olhar para dentro de si. Assunto
controverso, Climacus traz um olhar ao tema da aquisição da verdade e superação da
alienação, contribuição que lança novas luzes sobre a filosofia e a teologia modernas.
Perceber a difícil condição humana se comparada ao otimismo acadêmico idealista levou
nosso filósofo a um mergulho na filosofia grega e iluminista. Comparando a filosofia idealista
platônica e o idealismo alemão, ele identificou uma proximidade conceitual muito grande
entre os dois sistemas filosóficos:
otimismo de “morte da utopia” na medida em que vê com otimismo o mundo em sua forma
de”eschaton realizado” sem melhores perspectivas. Poder-se-ia pensar que o mestre do
idealismo alemão não possuía uma uma compreensão clara existência. Mas Paul Tillich
lembra que Hegel está consciente do estado de alienação do ser humano, porém crê que ela
foi superada e que o ser humano se reconciliou com seu ser( Tillich, 1982, p..320).
2. Pensamento semelhante encontramos em Lutero e Schelling, na medida em que crem na apresentação do Infinito no
verdades diferentes, que para melhor entendê-las podemos compará-las às verdades da arte,
da existência, da música, do teatro, a verdade das experiências estética e existencial. Ao
escrever livros como O Conceito de Angústia, ou Doença Até a Morte- O Desespero Humano,
ele estava, conforme lembra o Dr. Ricardo Quadros Gouveia, nas conversas sobre esse
filósofo, “pinçando fenômenos da realidade” antes mesmo que houvesse desenvolvimento do
método fenomenológico de Edmund Husserl.
Leibnitz, sem uma relação lógica aparente nem dedutível de uma relação de consequência.
Este aspecto “pinçado da realidade”, fenômeno apreendido, verdade existencial, ontológica,
inerente a realidade do Ser-para-Si(consciência) diante do Ser-em-Si mostra-se nas entrelinhas
kierkegaardianas como condição de alienação existencial, discrepância entre o existente e a
consciência dele. Brota, então, deste solo fértil a correlação entre estado de não-verdade e
alienação existencial com relação a si, ao sagrado e ao mundo. É com relação a si mesmo na
compreensão desta realidade, das experiências vividas, daquilo que nos atinge os sentidos e
provoca sensações como a de prazer(estágio estético); é com relação ao outro e as demandas
sociais do certo e do errado, do que é moral mas não é ético(estágio ético); e com relação ao
Sagrado no sentido de reconciliar-se com Este.
O fato de alguém ser contemporâneo do Mestre não o torna discípulo, tampouco leva-o a
uma compreensão de sua situação, velada. A compreensão da verdade existencial, do
indivíduo, e a interpretação da existência, são muito mais complexos do que o apresentado
pela metalinguagem do sistema hegeliano e sua lógica reducionista, que tenta reduzir a
existência a um arcabouço logicamente ligado, mas desligado da experiência do ser. Por isso,
Climacus afirma que “o contemporâneo pode ser não-contemporâneo”, do mesmo modo que
um não contemporâneo pode ter em relação ao mestre sua “contemporaneidade” por dEle ser
conhecido(Kierkegaard, 1995, p.98). O mesmo se aplica ao conhecimento da verdade da
história: a maioria daqueles que foram contemporâneos de eventos que transformaram a
história humana muitas vezes menos compreenderam os fatos, as implicações ou as intenções
dos participantes.
de uma olhada, uma piscadela, um olhar de relance(em fração de segundos). Não remete a
comparação entre dois objetos no tempo e no espaço, mas ao que acontece de relance, em um
momento em que no piscar de olhos deixa-se de perceber algo, ou perde-se a vida em batalha.
Não é de se admirar quão decisivo torna-se tal momento para nosso autor.
“De que maneira aquele que busca aprender torna-se crente ou discípulo? Quando a
inteligência é despedida e ele recebe a condição. Quando é que a recebe? No instante. O que
esta condição condiciona? Que ele compreenda o eterno. Mas uma tal condição só pode ser
uma condição eterna.- Portanto, no instante(momentum) ele recebe a condição ... e a recebe
daquele Mestre mesmo.” (Kikerkegaard, 1996, p.94).
Por conta do texto acima, o tradutor das “Migalhas Filosóficas”, o Dr. Álvaro Valls,
lembra que nos escritos kierkegaardianos “uma diferença fundamental está em que o livro
Conceito de Angústia analisa o espírito como síntese de corpo e alma, enquanto as migalhas
filosóficas descobrem o 'Instante' como síntese de temporalidade e eternidade”.
Antes que houvesse desenvolvimento da linguística moderna, o projeto aponta para uma
novo aprendizado, uma nova descoberta de valor e sentido da existência a partir da verdade
recebida no instante. É, sim, uma nova forma de compreensão na, e da temporalidade. Esse
salto conceitual no tempo, que leva em conta os dramas do indivíduo e sua superação na
história é prejudicado no sistema de Hegel, que recebeu muitas críticas pelas consequências de
seu projeto, como ressaltou Tillich:
“...Hegel foi criticado por razões lógicas por Tredelenburg e por razões teológicas por
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Essa assertiva tem sua coerência dentro do sistema hegeliano, enquanto “escatologia
realizada” e superação da alienação no Absoluto, nessa consciência transcendental ou síntese
objeto-sujeito, não nas vicissitudes da história. O sistema hegeliano está dentro da história,
não vice-versa; é necessário transpor o estado de não-verdade, de alienação, de desespero
enquanto relação com o mundo e de angústia com relação a si mesmo, dando um “salto” a
partir do tornar-se discípulo.
Para não recair no socrático tem-se uma transformação qualitativa do indivíduo, neste
“momentum”. Esta mudança ocorre por um salto, a partir “dAquele” que se lhe torna
simultâneo por apresentar-se por completo, e por conseguinte nele surge esta situação
paradoxal, aparente contradição, para superar as contradições do ser. No instante o discípulo
recebe a condição do Mestre, e dá esse “Salto” rumo à Verdade, algo atemporal, que envolve
todo o ser, a consciência e, nos dizeres de Bultmann, nesse Mestre, que insere-se na
temporalidade, na história:
...”nele (Cristo segundo a carne conforme Hirsch) experimentamos o senhorio sobre nossa
consciência moral; pois ele 'rege a consciência moral com autoridade régia'. Sua presença se
me torna uma decisão sobre toda a vida anterior e, ao experimentar isto, eu me 'torno
simultâneo' a Ele, ou melhor: ele se me torna presente. Mas será que aqui se trata daquela
'simultaneidade' de que falava Kierkegaard? Trata-se realmente de presença? Não, mas
simplesmente de atemporalidade...” (Bultmann, 2004, p.43).
“O paradoxo da existência cristã corresponde ao paradoxo 'o verbo se fez carne'. Ele está dado
pelo fato de Jesus não poder ser demonstrado como 'Verbo': é no ser humano Jesus de Nazaré que
se apresenta o próprio Deus, sem que se possa legitimar como tal. É o que Kierkegaard chamou de
“incógnito” em Jesus.”(Bultmann, 2004, p.390).
Sem sabermos como, vemos Deus em Jesus de Nazaré, pois é Ele quem nos dá essa
condição. A fé é a condição dada no instante, algo atemporal quando Ele de forma
“simultânea” se nos apresenta por completo enquanto condição da fé, e não confunde-se por
exemplo, com a compreensão de uma proposição considerada verdadeira, que é questão
lógica e linguística, e é diferente da apreensão deste conteúdo da fé. Se fosse o contrário,
recairíamos no socrático e na teologia de fundo platônico do século III e IV, que identificava
Jesus, o Logos Divino enquanto verdade que ensina interiormente, como se o simples amor a
verdade implicasse amor a esse Cristo.
Até que se apresente do indivíduo, no instante, o Divino não pode provado. Ao contrário,
provoca escândalo para a paixão paradoxal da inteligência frente ao Divino desconhecido.
Podemos por fatos e obras apenas provar que coisas existem, não ao Divino; “as obras que
provam a existência de Deus só Deus as pode realizar(Kierkegaard, Vozes, 1995p.66),“ de
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modo que não existem de modo imediato, e O tornam desconhecido. Nosso filósofo diz que
Ele é:
Tambem esse salto da fé não é algo simples como o “sentimento de absoluta dependência”
dos trabalhos de Friedrich Schleiermacher, é algo que toca o indivíduo de forma última,
envolve sua existência e toma-o feito paixão. Sobre este tocar de forma última, incondicional,
Paul Tillich ressalta que :
Essa fé, condição proporcionada no instante, possibilitando o salto, é algo forte o suficiente
para na condição de preocupação incondicional “se manifesta em todas as áreas da realidade e
em todas as áreas da vida da pessoa”, centro integrador que une todos os aspectos da vida da
pessoa. Também é algo que nos toma de forma integradora em todos os aspectos da vida, mas
é incondicional pois não podemos impor-lhe condições, ao mesmo tempo que a própria
condição é dada pelo Mestre.
deles se distancia no tempo, mas não na experiência nem na igualdade de condições. Mistério
em que esbarra a razão humana. Mas Gadamer insiste na pergunta:
“ No desejo, o ser-aí esboça o seu ser em vista de possibilidades, possibilidades que no ato de
providenciar não só são disperdiçadas como também não é sequer cogitada ou esperada(!) sua
realização. Ao contrário: a predominância do ser-adiante-de-si no modo do mero desejo traz
consigo uma incompreensão das possibilidades fáticas... O desejar é uma nadificação existencial
do projetar-se cogitante, o qual, á mercê da condição de estar-lançado- no mundo, limita-se a
cismar em torno das possibilidades.”(Heidegger, 1997, p.382).
A tentativa de transpor esse abismo do Não-Ser somente vem a afirmar a sua condição
negativa de forma circular, ou em termos sartreanos, o Ser-Para-Si(da consciência) ao
projetar-se no mundo, no Ser-em-Si, encontra neste limitação e condicionamento de seu
próprio projeto e realização. Perante essa negatividade, ao crer, o discípulo consegue transpor
esse obstáculo, pois ao crer, não tem como objeto de fé a doutrina, mas o próprio Mestre;” ...
mas a contradição está em que ele receba a condição no instante, condição que, sendo uma
condição para a compreensão da verdade eterna, é eo ipso a condição eterna. Se as coisas
passam de outra maneira, permanecemos na reminiscência socrática”Kierkegaard, 1996,
pp.91 e 92).
história a da situação do indivíduo com o outro e consigo. Aqui cabe ressaltar essa pérola
kierkegaardiana: conhecer a verdade é ser transformado por ela, em liguagem tillichiana, “na
forma de preocupação última, por aquilo que nos toca incondicionalmente e reestrutura nossa
vida como um todo. Portanto, a condição que é dada transpõe a limitação citada e o “cismar
em torno de possibilidades” heideggeriano, pois ao crer seu projeto torna-se o projeto do
próprio Mestre. Aqui mora a conquista da alienação existencial: o crer que transpõe o querer,
que atinge seu objetivo de superação e nadificação, sem no entanto limitar-se ao mero desejar
e projetar-se no mundo, ou seguir métodos, doutrinas ou caminhos. Por isso Kierkegaard diz
que o objeto na fé tornou-se o próprio Mestre, que é a condição de superação da não-verdade.
Querer, à primeira vista, mostra algo totalmente dependente da condição humana, que é o
caso socrático, mas vimos os frustrantes obstáculos trazidos por esse antropocentrismo. Ao ter
o Mestre como objeto da fé, condição dada no instante, feito o rei que se tornou servo e se
aproximou da camponesa, o discípulo foi elevado, elevação esta que torna-se “um tomar
parte” com o Mestre por meio de Sua verdade que toda ao discípulo se apresenta.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O projeto kierkegaardiano mostrou-se aqui numa bifurcação, na qual o indivíduo tem por
um lado a afirmação de “pecado”, alienação existencial e necessidade humana de
reconciliação com a verdade e consigo mesmo e por outro lado, o resgate da mensagem dos
primeiros cristãos. Johannes Climacus, muito além de ser um opositor do hegelianismo, é um
cristão em sua reafirmação do projeto cristocêntrico do Novo Testamento. Este projeto
concretiza-se no instante, tendo o Mestre como objeto da fé, com o qual pode-se dar um salto,
uma elevação para perto dEle, superando a condição de alienação existencial. O instante,
síntese de tempo e eternidade, tem dimensão escatológica, esse instante tem uma identidade
sintético-estruturante, na medida em que reduz, sintetiza e reestrutura experiências do
passado de outros, por complexas que fosses, na nossa própria experiência, resgatando-as ;
por isso torna-se decisivo, mas é o mestre quem dá a condição.
Enfim Kierkegaard afirmou que o Mestre é condição sine qua non para nossa elevação,
superação da alienação, conhecimento da verdade pelo desvelamento do ser e termos
participação nEle, que é a própria Verdade. Por isso dize-se: “E conhecereis a Verdade, e a
Verdade vos libertará”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRAATEN, Carl E. “Locus 6 – A Pessoa de Jesus Cristo” in: Dogmática Cristã - Vol. 1
BULTMAN, Rudolf. Teologia do Novo Testamento. São Paulo: Editora Teológica, 2004.
GOUVEIA, Ricardo Quadros. Paixão Pelo Paradoxo. São Paulo: Ed. Novo Século, 2000.
Universitarias, 2000.
SCHELLING, Friedrich von. “Do Princípio Divino das Coisas” em: Os Pensadores –
SPONHEIM, Paul. Kierkegaard on Christ and Christian Coherence. New York: Harper
TILLICH, Paul Johannes. Teologia Sistemática. São Paulo & São Leopoldo: Paulinas
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