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“A democracia rousseauísta da opinião pública não pública acaba postulando, por fim, o exercício
manipulador do poder. A vontade geral sempre tem razão, é dito na famigerada passagem, mas
nem sempre ela é iluminada por um juízo orientador” (Habermas 2011, p. 256)
“Como uma multidão cega que frequentemente não sabe o que deseja porque raramente sabe o
que lhe convém, cumpriria por si mesma empresa tão grande e tão difícil quanto um sistema de
legislação? O povo, por si, quer sempre o bem, mas por si nem sempre o encontra. A vontade geral
é sempre certa, mas o julgamento que a orienta nem sempre é esclarecido” (Rousseau, Os
Pensadores, p. 56)
“A fim de um povo nascente possa compreender as sãs máximas da política, e seguir as regras
fundamentais da razão de Estado, seria necessário que o efeito pudesse tornar-se causa, que o
espírito social - que deve ser obra da instituição - presidisse à própria instituição, e que os homens
fossem antes das leis o que deveriam tornar-se depois delas” (Rousseau, Os Pensadores, p.58-9)
“ A pessoa concreta, que como particular é fim [Zweck] para si, enquanto ela é um todo de
carecimentos [Ganze von Bedürfnisse] e uma mistura de necessidade natural e arbítrio, é um
princípio da sociedade civil, — mas a pessoa particular, enquanto ela está essencialmente em
relação a outra tal particularidade, assim que cada uma se faça valer e se satisfaça mediada pela
outra e, ao mesmo tempo, pura e simplesmente só enquanto mediada pela forma da
universalidade, é o outro princípio” (Hegel, G.W.F. Linhas Fundamentais da Filosofia do Direito
§190)
“Na democracia, o Estado político na medida em que ele se encontra ao lado desse conteúdo e
dele se diferencia, é ele mesmo um conteúdo particular, como uma forma de existência particular
do povo […]. Na democracia o Estado, como particular, é apenas particular, como universal é o
universal real, ou seja, não é uma determinidade em contraste com os outros conteúdos. Os
franceses modernos concluíram, daí, que na verdadeira democracia o Estado político desaparece.
O que está correto, considerando-se que o Estado político, como constituição, deixa de valer pelo
todo”. (K. Marx, Crítica da Filosofia do Direito de Hegel, p. 50-51)
“Na formação de uma classe que tenha cadeias radicais, de uma classe na sociedade civil que não
seja uma classe da sociedade civil […] de uma esfera que possua caráter universal porque os seus
sofrimentos são universais e que não exige uma reparação particular porque o mal que lhe é feito
não é um mal particular, mas o mal em geral […] a perda total da humanidade, portanto, só pode
redimir-se a si mesma por uma redenção total do homem. A dissolução da sociedade, como classe
particular, é o proletariado” (K. Marx, Introdução à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel, p.155-6)