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Fa r m a c o t e r a p i
a
D i a b e t e s mellitus
FÁRMACOS ANTIDIABÉTICOS NÃO INSULÍNICOS
Isabel Vitória
Figueiredo
Fa cu l d a d e d e Far mácia
Un iversidade d e C o i m br a
i sabel . vi t ori a@net ca bo. pt
PONTOS-CHAVE
n a Tera pê ut i ca d a Di a b etes tipo
2
1) Os alvos glicémicos e as opções terapêuticas devem ser determinados de forma
individualizada.
2) O plano alimentar, a atividade física e a educação terapêutica da pessoa com diabetes
continuam a ser os alicerces de todos os programas de tratamento da diabetes tipo 2.
3) Na ausência de contraindicações, a metformina constitui o fármaco de 1ª linha.
4) Caso a terapêutica com metformina isolada não seja suficiente para obter o controlo
metabólico desejado, a associação com 1-2 agentes orais ou injetáveis é considerada
razoável, com o objetivo de proporcionar melhor controlo glicémico com menos efeitos
secundários.
5) Muitos dos doentes irão necessitar de terapêutica com insulina isoladamente ou em
associação com outros agentes para manter o controlo glicémico adequado.
6) Sempre que possível, todas as decisões terapêuticas, deverão ser tomadas conjuntamente
com o doente, focando as suas preferências, necessidades e valores.
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C la s s e F á r m a c o s disponíveis e m Portugal
Farmacoterapêutica M etformi na
Biguan id as G lib e n c la m id
a Gliclazida
Sulfonilureias
G lim e p irid
a
Inibidores d a Glipizida
An tid ia b é tic o s DPP4 Alogliptina
n ã o Insulínicos Linagliptina
Saxagliptina
Sitagliptina
Tiazolidinedionas Vild a g lip tin
atualmente
Inibidores d a a lf a - a
disponíveis e m
Portugal g lu c o s i d a s es An á lo go s GLP-1 Pio g lita zo n
a
Gliflozinas (Inibidores d a Acarbose
SGLT2) As s o c i a ç õ e s Lira g lu tid
o
Exenetid o
Dapagliflozina
Gl i b e n c l a m i d a +
M etformi na Glimepirida +
Pioglitazona Met formina +
Pioglitazona Met formina +
Saxaglip tina Metformi na +
Orientações
terapêuticas
O tratamento da pessoa com DM2 deve ser individualizado:
1) O nível de HbA1c, sugerido como alvo de controlo metabólico para a maioria das
pessoas com DM2, deve ser ajustado individualmente;
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Representação gráfica dos elementos necessários à tomada de decisão usados para determinar os esforços
apropriados para atingir os alvos glicémicos
10 275 15.5
G. Pós-prandial
<180 <140 <135
mg/dl - 2 horas 11 310 17,5
12 345 19,5
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2) Em indivíduos selecionados (ex: mais jovens, com maior índice de massa corporal,
com menor duração da diabetes e sem complicações cardiovasculares), o objetivo
principal pode ser um valor de HbA1c inferior a 6,5 %, desde que este valor se atinja
sem hipoglicemias significativas (Nível de Evidência C, Grau de Recomendação IIa);
4)Em indivíduos com mais de 75 anos), os objetivos do controlo glicémico podem ser um valor de
(Nível de Evidência C, Grau de recomendação IIa):
a)HbA1C <7% - em indivíduos saudáveis ou com poucos problemas crónicos e sem alterações das
funções cognitivas ou do estado funcional;
b)HbA1C <8,0% - em indivíduos com vários problemas crónicos de complexidade intermédia, ou
alterações ligeiras a moderadas nas funções cognitivas ou perturbações ligeiras das atividades da
vida diária;
c)HbA1C <9% - em indivíduos com vários problemas crónicos, ou alterações moderadas a graves
nas funções cognitivas ou perturbações moderadas a graves das atividades da vida diária.
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NÃ Sulfonilureia
(glicazida ou glimepirida ou glipizida)
O Acarbose ou iDPP4
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Tratamento c o m te r a p i a d u p l a
HbA1c < 9%
SIM
Contraindicação à Sulfonilureia ou
NÃ
Mais de 75 anos e potencial de risco particularmente
O a) comorbilidades
com
b) certas circunstâncias sociais (vg, vulneráveis vivendo sozinhos SI
em que ocorram omissão de refeições) ou M
c) com determinadas profissões (vg, operários que trabalhem em
altura, operadores de maquinaria pesada)
Adicionar
insulina NÃ Adicionar
O :a) Nateglinida - se estilo de vida inconstante com
omissão frequente de refeições
a) ou Acarbose
b) ou iDPP4
Adicionar sulfonilureia (gliclazida
c) ou Pioglitazona – se ocorrer marcada resistência à
ou glimepirida ou glipizida)
insulina
Tratamento c o m te r a p i a tripla
Objetivo reduzir
a HbA1c <1%
NÃ SI
O M
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1ª OPÇÃO –
METFORMINA
Na maioria dos doentes, iniciar com alterações do estilo de vida; a Metformina em monoterapia é
adicionada na altura, ou logo após o diagnóstico ???.
1.Iniciar com uma dose baixa d e Metformina (500 mg), uma ou du as vezes por dia, à s refeições (pequeno
almoço e/ou jantar) ou 850 mg uma vez por dia.
2.Após 5 a 7 dias, caso não haja a ocorrência d e efeitos secundários GI, aumentar a dose para 850 mg, ou 500
mg duas vezes ao dia. As tomas deverão ser efetuadas ao pequeno-almoço e/ou jantar.
3 .Caso haja a ocorrência de efeitos GI após aumento d a dose, diminuir para a dose prévia, com tentativa
posterior de aumento d a dose.
4.A d ose máxima poderá ir até 1000 mg três vezes ao dia, ma s normalmente é de 850 a 1000 mg duas vezes
ao dia. Foi observado um aumento modesto d a efetividade com d oses superiores a 2000 mg/dia. Os efeitos
secundários GI poderão limitar a d ose a ser utilizada.
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2ªs
OPÇÕES
Sulfonilureias - são
a opção, atualmente, mais económica mas não são a melhor opção
terapêutica num doente idoso, com maior vulnerabilidade às hipoglicemias ou com
patologia cardiovascular, atendendo ao eventual risco associado.
Preferir as sulfonilureias de 2ª geração (mais seletivas para os recetores pancreáticos:
a Gliclazida
ou a Glimepirida.
Inibidores d a DPP-4 - são uma opção confortável pela quase ausência de efeitos secundários
[pancreatite???]; desvantagem do preço elevado.
O seu uso deve ser considerado sobretudo em determinados grupos de doentes onde a vulnerabilidade à
hipoglicemia ou o excesso de peso constituem fatores adicionais a ponderar para além do controlo da
hiperglicemia.
Recomendações Nacionais da SPD para o Tratamento da Hiperglicemia na Diabetes Tipo 2. Recomendações Nacionais da SPD para o Tratamento da Hiperglicemia na Diabetes Tipo 2
Revista Portuguesa de Diabetes. 2013; 8 (1): 30-41.
2ªs
OPÇÕES
Pioglitazona é uma alternativa dirigida a um grupo mais restrito de doentes, com
evidência de insulinorresistência e esteatose hepática e de acordo com uma avaliação
ponderada de risco/benefício [Edemas/IC; Fraturas ósseas/Carcinoma bexiga].
Acarbose e a nateglinida (secretagogo de ação rápida e curta que pode ser utilizado
como substituto das sulfonilureias) são opções possíveis em determinadas situações:
(Hiperglicemia pós-prandial com HbA1c pouco elevada).
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Se, nas pessoas com DM2 medicadas com 2 AD, ao fim de 3 a 6 meses, o controlo metabólico permanecer
inadequado, e tenha sido confirmada a adesão à terapêutica, deve adicionar-se um terceiro AD ou insulina
dependendo da redução do nível de HbA1c pretendida: (Nível de evidência C, Grau de recomendação I)
Se o objetivo é uma redução de HbA1c <1%: adicionar um 3º AD.
Se o objetivo é uma redução de HbA1c >1%: associar insulina à terapêutica comAD.
DIABETES E IDADE:
IDOSOS
Esp eran ça d e vida m en o r
O principal foco d a escolha de um
Maior p r o b a b i l i d a d e d e hi pogli cemi as fármaco deve ser a s u a segurança,
Maior c a r g a d e D o e n ç a devendo privilegiar s e fármacos
Cardi ovascu lar que minimizem os riscos de
F u n ç ã o renal di mi nu íd a (d imin u ição d a hipoglicemia.
Taxa d e Filtração Glomerular)
P o l i m e d i c a ç ã o / In t e r a ç õ e s
Que tipo d e i d o s o? ??
medicamentosas
1ª Op ç ã o:
Metformina - mas… com atenção à função renal (Taxa de Filtração Glomerular).
2ª Op ç ã o:
Inibidores d e DPP-4 - Preferenciais pois não induzem hipoglicemias.
Ou t ra s Op ç õ es :
Sulfonilureias - Risco d e hipoglicemias. (A nateglinida dado o seu mais fraco potencial hipoglicemiante e
curta duração pode constituir, neste caso, u ma alternativa).
Pioglitazona – Risco d e fraturas ósseas, IC, eventualmente, cancro d a bexiga
Insulina - Risco d e hipoglicemias.
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DIABETES E DOENÇA
1ª Opção: CORONÁRIA
A metformina em monoterapia (no estudo UKPDS demonstrou benefícios cardiovasculares).
2ªs Opções:
Em estudos preliminares as terapêuticas com incretinas (agonistas GLP-1, inibidores DPP-4) demonstraram segurança
cardiovascular e parecem associar-se a diminuição do risco cardiovascular/melhoria dos fatores de risco cardiovascular.
Aguardam estudos a longo prazo.
A pioglitazona, demonstrou algum benefício sobre os eventos cardiovasculares, como resultado secundário num ensaio de
grande dimensão. Atenção – contraindicadas IC.
Algumas sulfonilureias podem agravar a isquemia do miocárdio através da sua ação sobre os canais de potássio a nível
cardíaco e parecem associar-se a maior risco cardiovascular e mortalidade. Por isso , devem ser preferidas:
a gliclazida (que demonstrou ser relativamente segura no estudo ADVANCE)
ou a glimepirida (mais seletiva para os recetores pancreáticos).
Evitar a glibenclamida.
2ªs O p ç õ e s :
Pioglitazona p o d e ser a lt ernat i va o u c o m p l e m e n t o d a Metformina pois c o m b a t e a
insulinorresistência, t e m a t u a ç ã o n o perfil lipídico d a SM e p o d e diminuir a e s t e a t o s e
h e p á t i c a . Em c o n t r a p ar t i d a, a p e s a r d e ter i n d i c a ç ã o p a r a d i a b é t i c os c o m IMC mais
e l e va d o , os g a n h o s p o n d e ra i s regis tados e m a l guns d o e n t e s , p a r a d o x a l m e n t e t orna m-
n a n u m a o p ç ã o m e n o s a t ra t i va nes t es c a s o s .
Agonistas GLP-1 t ê m a v a n t a g e m d e induzir p e r d a s d e p e s o significativas.
inibidores d a DPP4 e os inibidores d a s α- gl i c os i da s es intestinais a p r e s e n t a m g e r a l m e n t e
u m perfil neut ro n o p e s o .
Sulfonilureias/glinidas e a s insulinas induzem, h a b i t u a l m e n t e , a u m e n t o d o p e s o .
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Antidiabéticos
(monoterapia)
Re d u ç ã o d a HbA1c.
Antidiabéticos e m
a sso c i a çã o Re d u çã o
d a HbA1c.
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Po si ci o n a m e nto d o s f á r m a c o s incluídos.
O posicionamento teve como base a Norma da DGS 052/2011,
na sua revisão de 27.04.2015. - Análogos GLP1 (Liraglutido/Exanatido)
- Inibidores SGLT2 (Glifozinas)
Liraglutido/Exanatido
- Tratamento da diabetes tipo 2 (IMC ≥ 35 Kg)
- em 2ª linha (em associação com a metformina, ou sulfonilureia ou glitazona,
se houver intolerância a qualquer um destes fármacos);
- em 3ª linha (após dois dos anteriores e também inibidores das DPP-4).
- Não é recomendada a administração concomitante com pioglitazona e análogos do GLP1
Dapagliflozina
- Tratamento da diabetes tipo 2
- em 2ª linha (em associação a metformina se houver contraindicação ou reação adversa a sulfonilureias);
- em 3ª linha (após metformina e sulfonilureia).
Alternativas Terapêuticas
De acordo com esta definição, consideram-se alternativas terapêuticas para o tratamento farmacológico da
hiperglicemia da diabetes mellitus tipo 2, os seguintes conjuntos de fármacos:
Fármacos constituídos por uma única substância ativa
Biguanidas - não tem alternativa terapêutica.
Sulfonilureias - Glibenclamida, Gliclazida, Glimepirida e Glipizida
Inibidores das alfa-glucosidases - não tem alternativa terapêutica.
Tiazolidinedionas - não tem alternativa terapêutica
iDPP4 – Alogliptina, Linagliptina, Saxagliptina, Sitagliptina e Vildagliptina
Glinidinas - não tem alternativa terapêutica
Agonista GLP1 - Liraglutido e Exenatido.
Inibidores SGLT2 - não tem alternativa terapêutica.
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Equivalentes Terapêuticos
• Consideraram-se equivalentes terapêuticos as associações de substâncias
ativas ou formulações de libertação modificada e os fármacos constituídos
pelas substâncias ativas individuais ou de libertação imediata, quando em
esquemas posológicos equivalentes.
• Exemplos:
Gliclazida LM - equivalente à formulação de libertação não modificada
“ ““
Glibenclamida + Metformina - equivalente
“ ““
às substâncias ativas individuais
Glimepirida + Pioglitazona - “ ““
Metformina + Pioglitazona - “ ““
Metformina + Alogliptina - “ ““
Metformina + Saxagliptina - “ ““
Metformina + Sitagliptina -
Metformina + Vildagliptina -
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