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Profa.

Elisa Faria
Administração Pública – UFBA – Extensivo – 2016
Aulas 1 a 28

Administração Pública – UFBA – Extensivo – 2016

Assistente em Administração

Professora: Elisa Faria

Aulas: 00 a 00
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Apresentação

Professora Elisa Faria

Mestre em Administração Pública pela Escola de Governo da Fundação João Pinheiro – Governo do
Estado de Minas Gerais; Mestrado concluído em Direito e Instituições Políticas pela FUMEC;
Especialista em Direito Público Municipal pelo IDM/UNIFENAS; Graduada em Direito pela FUMEC;
Professora de Direito Administrativo II e III e Prática simulada IV da Graduação em Direito da
PUC/MINAS; Professora de Direito Administrativo, de Licitação e Contratos e de Administração
Financeira e Orçamentária – AFO na Graduação em Gestão Pública da UNATEC; Professora de
Direito Administrativo – ênfase em servidores públicos, da Pós Graduação em Advocacia Pública da
ESA da OAB/MG; Professora de Direito Administrativo em cursos preparatórios para concurso e
Exame de Ordem há mais de 10 anos; Advogada e consultora em Direito Público; Professora e
Coordenadora da Pós em Direito Previdenciário do IEPREV; Palestrante; Membro do Instituto
Mineiro de Direito Administrativo - IMDA.

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Aos futuros servidores públicos

Alunos,

O sucesso no concurso pretendido é resultado de um bom planejamento, disciplina, determinação


e uma dose de leveza, de humor: tenha prazer em aprender, use esquemas, mapas mentais,
desenhos, abuse do lúdico! Planeje o estudo de Direito Administrativo/ Administração Pública/
Ética conforme seu edital, sem temer os assuntos, sem resistência... o aprendizado é como uma
escada: degrau por degrau, chegaremos ao topo!

O presente material não é um roteiro para acompanhar as aulas. É um material para apoio aos
estudos. Para a aula, você precisa de: caderno, canetas, marca texto e da Constituição, lei, norma
atualizada, sempre acessada nos sites oficiais do Poder Público, se a legislação for federal, no
www.planalto.gov.br. Ok?

Neste curso, vamos abordar os principais assuntos referentes ao conteúdo programático seguinte:

DIREITO ADMINISTRATIVO | ADMMINISTRAÇÃO PÚBLICA | ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

Principais pontos abordados no edital do concurso.

Vamos juntos!

Professora Elisa Faria

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Orientações iniciais:

Sempre que for estudar Direito Administrativo, comece relembrando ou aprendendo os conceitos
básicos de organização administrativa e agentes públicos. Em seguida, leia as normas
constitucionais relativas à Administração Pública (art. 37 ao 41 da CF). Assista a aula prestando
atenção nos pontos destacados e realizando suas anotações pessoais. É comprovado que quem
escreve a mão aciona no cérebro mais neurônios do aprendizado! Reveja os pontos principais.
Releia as legislações apontadas como importantes, grifando conceitos, prazos, etc. Faça seus
próprios resumos! Qualquer dúvida, envie-me uma mensagem no meu email pessoal
(contato@blogdeaulas.com.br), responderei pessoalmente o quanto antes possível. Bons estudos!

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

1. ADMINISTRAÇÃO DIRETA

A Administração direta ou centralizada é aquela exercida pelos Entes Políticos (União, Estados,
Distrito Federal e Municípios) por meio de departamentos internos, isto é, por meio dos seus
próprios órgãos públicos. Os órgãos públicos são centros de competências, sem personalidade
jurídica, que integram a estrutura interna de uma pessoa jurídica pública. Os órgãos públicos atuam
estabelecendo, entre si, relações de coordenação e subordinação, o que constitui a hierarquia
organizacional da Administração Pública.

No âmbito federal, a Administração direta compreende o Poder Legislativo (Congresso Nacional e


sua subdivisões, etc.); o Poder Judiciário (Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça,
Tribunais superiores, TRTs TRFs, TREs, etc.); e o Poder Executivo (Presidência da República,
Ministérios de Estado, Secretarias e demais subdivisões em unidades administrativas). Cada um
desses órgãos cuida de determinadas atribuições, estabelecidas em lei, e distintas umas em relação
às outras. Desse modo, a soma de atribuições ou competências de todos os órgãos federais
equivale à competência do ente federativo União. Cada Ente político tem sua divisão interna em
Poderes, sendo que os Municípios não possuem o Judiciário.

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Alguns serviços públicos competem exclusivamente à Administração direta. São atividades


indelegáveis em razão da natureza e da importância para a sociedade, a exemplo da segurança
pública, defesa nacional, manutenção da ordem interna e prestação jurisdicional. Esses serviços
não podem ter a sua prestação delegada nem ao particular nem a entidades estatais.

A Administração Pública pode atuar de forma concentrada ou desconcentrada. A desconcentração


consiste na retirada de competências do órgão máximo da hierarquia administrativa para outros
órgãos da mesma entidade governamental de acordo com a sua estrutura organizacional. Na
desconcentração, não há a criação de pessoas jurídicas, mas a repartição de competência ou poder
entre órgãos da mesma entidade centralizada.

Há várias formas para a adoção de estrutura desconcentrada: a) por área de atuação da


Administração Pública. Exemplo: Ministério da Fazenda, Ministério da Saúde, Ministério da
Educação; b) territorial ou geográfica. Nessa hipótese, são criadas representações regionais da
Administração, para atuarem com certa autonomia nos limites de suas competências. São
exemplos as Superintendências Regionais; c) a desconcentração pode ser vertical, observando-se a
rigidez da linha hierárquica da Administração Pública. A desconcentração não se confunde com a
descentralização, que pressupõe a existência de, pelo menos, duas pessoas: a entidade jurídica
centralizada e a pessoa à qual se delega a prestação de certo serviço público ou o desempenho de
certa atividade.

Os órgãos públicos podem se classificar por diversos critérios, quanto à atuação funcional, por
exemplo, os órgãos se dividem em singulares e colegiados:

• órgãos singulares são os que agem e atuam por intermédio de um agente, o seu titular. Apenas
este tem competência para decidir pelo órgão que dirige, a despeito de vários outros agentes
atuarem na condução das atividades do órgão. Internamente, os agentes inferiores podem
manifestar suas opiniões, mas a decisão é do agente superior. As Secretarias de Estado servem de
exemplo. O titular da Pasta é que decide em nome dela. Para isso, normalmente, a autoridade vale-
se de pareceres e informações elaborados por agentes subordinados. Essas manifestações
inferiores não têm validade jurídica enquanto não forem aprovadas pela autoridade máxima do
órgão a que pertencem;

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• órgãos colegiados são os compostos por diversos membros, que decidem em conjunto.
Instalam as suas reuniões com a presença da maioria absoluta dos respectivos membros. As suas
decisões são tomadas pelo voto da maioria dos presentes na reunião. O ato que materializa a
decisão de órgãos dessa espécie denomina-se deliberação. São exemplos dessa modalidade de
órgãos os conselhos, as juntas e as comissões.

2. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

A Administração indireta é a integrada por entidades administrativas dotadas de personalidade


jurídica própria, criadas ou mantidas pelo Ente Político para prestação de serviços públicos ou, em
certos casos, para exploração de atividade econômica. As entidades administrativas podem ser:
autarquias, fundações públicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia
mista ou fundações públicas de direito privado.

As entidades administrativas não possuem relação de subordinação com o Ente Político, isto é, não
integram sua estrutura hierarquizada. Essas pessoas jurídicas vinculam-se à União, aos Estados-
membros, ao Distrito Federal ou aos Municípios, estando sujeitas a um poder de tutela ou controle
finalístico pelo ente que a instituiu. Esta relação é denominada vinculação e liga-se ao princípio da
especialidade. O surgimento ou instituição das entidades administrativas decorre do
estabelecimento de atribuições específicas, definidas pela lei de criação ou pela lei autorizativa da
criação. Veja algumas características das entidades administrativas:

2.1 Autarquias
Nos termos do Decreto-lei n. 200/67, autarquia é o “serviço autônomo, criado por lei, com
personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades da Administração
Pública que requeiram, para o seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira
descentralizadas”. A autarquia, sendo pessoa jurídica distinta do Estado, atua por conta própria e
goza de autonomia administrativa e financeira.

As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, criadas por lei específica, nos termos do art.
37, XIX, da Constituição Federal, com a redação introduzida pela Emenda Constitucional n. 19/98. A
lei de criação, normalmente no primeiro artigo, declara a criação da entidade. Exemplo: “fica criada

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a Autarquia X, com o objetivo de promover e manter o serviço XX, nos termos desta Lei e do seu
Regulamento”.

Com esse dispositivo está criada a entidade. Independe de qualquer registro. O seu funcionamento
dependerá apenas da sua organização, regulamentação, nomeação e posse dos respectivos
dirigentes e servidores. A personalidade jurídica da entidade surge com a publicação da lei criadora.
Não se aplica, portanto à autarquia, a regra do registro em cartório obrigatório a que se sujeitam as
entidades de direito privado, para que adquiram personalidade jurídica.

O capital da autarquia é formado integralmente por bens do Estado e por capital público. Nela,
não há a participação de capital privado. O Estado estabelece na lei de criação da entidade, as
fontes de recursos financeiros e patrimoniais que serão destacados para integrar o capital do novo
ente. As receitas indispensáveis ao funcionamento da autarquia são oriundas das receitas que
arrecadam e de transferência orçamentária feita periodicamente pelo Ente Político criador. No
âmbito da União, serve de exemplo o INSS e as AGÊNCIAS REGULADORAS.

2.2 Fundações Públicas


A Administração Pública, após a reforma administrativa trazida pela E.C. n. 19/98, pode instituir
fundação pública de direito público e fundação pública de direito privado, de acordo com a
conveniência ao interesse público. A instituição de fundação pública com personalidade de Direito
Privado terá por fundamento o disposto no inciso XIX do art. 37 da Constituição Federal com a
redação introduzida pela EC n. 19/98. As fundações públicas instituídas em virtude de lei
autorizativa somente adquirem personalidade com o registro dos instrumentos constitutivos em
cartório. Já as fundações de direito público independem de registro para adquirirem personalidade
jurídica. Esta surge com a publicação da lei instituidora.

A instituição de fundação de direito público sustenta-se nos dispositivos constitucionais que põem
a fundação ao lado da autarquia. Por exemplo, as fundações e as autarquias sujeitam-se ao regime
próprio de previdência, art. 40 da CF, alterado pela EC n. 20/98. De acordo com esse dispositivo
constitucional, o regime de previdência especial instituído pela União, Estados e Municípios
abrange os servidores da Administração direta e os das fundações e autarquias e se destina apenas
aos servidores estatutários efetivos. No âmbito da União, serve de exemplo de fundação pública de

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direito privado a FUNPRESP e de exemplo de fundação pública de direito público todas as demais:
IBGE, FUNAI, FUNASA, etc.

2.3 Empresas públicas


A empresa pública é outra espécie de pessoa jurídica, integrante da Administração indireta, criada
pelo Estado para prestar serviços públicos remunerados ou atuar no campo da exploração de
atividade econômica nos limites estabelecidos pela lei autorizativa e pela Constituição Federal.
Essa modalidade de empresa surgiu no Direito brasileiro com a edição do Decreto-lei n. 200/67 (art.
5º, II) e possui natureza jurídica de direito privado.

A empresa pública pode revestir-se de qualquer das formas previstas em direito. Assim, o capital
social da empresa pode ser representado por quotas ou por ações. A forma de participação dos
instituidores ou criadores pode ser contratual ou estatutária, de acordo com o Direito
Civil/Comercial. Na prática, tem-se valido mais do contrato social e do capital representado por
quotas de responsabilidade limitada. No âmbito da União, serve de exemplo a CAIXA ECONÔMICA
FEDERAL (explora atividade econômica) e os CORREIOS (prestam serviços remunerados).

2.4 Sociedades de economia mista


A sociedade de economia mista é instituída mediante lei especial autorizativa. A lei, normalmente
de iniciativa do Executivo, autoriza o Estado a associar-se com particulares e instituir determinada
empresa para exercer certa atividade, geralmente, de natureza econômica (o nome da empresa e o
seu objeto são previstos na lei autorizativa).

Editada a lei, o Chefe do Executivo, por intermédio de comissão especial ou de agente designado,
providencia os convites às pessoas privadas (físicas ou jurídicas) para a criação da empresa, elabora
os estatutos de acordo com a lei autorizativa e as normas da Lei das Sociedades Anônimas, e
convoca a Assembleia Geral para aprovação dos instrumentos constitutivos. Em seguida, leva tais
documentos a registro na Junta Comercial. Com a efetivação do registro nasce a sociedade de
economia mista, com seus direitos e deveres previstos no estatuto.

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A sociedade de economia mista deve ter por objeto a atividade econômica, nas condições e limites
contidos do art. 173 da Constituição Federal. Entretanto, admite-se a sua criação para prestação de
serviços públicos ou de utilidade pública. Referido artigo estabelece que, ressalvados os casos
previstos na Constituição Federal, ao Estado é permitido atuar no campo econômico direta ou
indiretamente, se a atividade for necessária aos imperativos da segurança nacional ou de relevante
interesse coletivo.

Os §§ 1º e 2º do mesmo artigo dispõem que as sociedades de economia mista e as empresas


públicas se sujeitarão às mesmas regras de direito a que se submetem as empresas particulares,
inclusive quanto ao regime jurídico do pessoal e tributário. Na sociedade de economia mista, o
capital votante pertence, majoritariamente, ao Estado (sentido amplo). No âmbito da União, serve
de exemplo o BANCO DO BRASIL e a PETROBRÁS.

As pessoas admitidas para o desempenho de atividade de natureza permanente, nas empresas


públicas e nas sociedades de economia mistas são consideradas empregados públicos, regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. Já o regime estatutário destina-se aos servidores da
Administração direta, das autarquias e fundações públicas de direito público.

AGENTES PÚBLICOS

1. Servidores públicos x Empregados públicos

Servidores públicos, espécie do gênero agentes públicos, são pessoas naturais admitidas pelo
Estado, por tempo indeterminado, para a prestação de serviços de natureza permanente,
mediante remuneração e disciplinamento estatutário. Contudo, alguns autores, como Maria Sylvia
Zanella Di Pietro, consideram a expressão “servidores públicos” em sentido amplo, abrangendo
servidores propriamente ditos (estatutários), os empregados públicos (celetistas) e os contratados
temporários (admitidos por tempo determinado, para atender a necessidades temporárias de
excepcional interesse público, nos termos do art. 37, IX, da Constituição Federal, regulamentado
pela Lei n. 8.745/93 no âmbito federal).

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Os empregados públicos pertencem a categoria distinta da de servidores estatutários. Eles são


regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho, enquanto os servidores públicos estatutários
sujeitam-se às normas estatutárias. Os direitos e deveres disciplinados pelos dois regimes são
distintos. Até mesmo o foro para dirimir conflitos decorrentes do vínculo não é o mesmo. A
apuração de faltas ao trabalho, por exemplo, dos servidores estatutários e a sanção daí decorrente
são de competência da Administração diretamente, por meio de órgão próprio subordinado, ou da
Justiça comum (Justiça Federal, no caso da União). Enquanto que o foro para as mesmas funções
relativas a empregado público é o da Justiça do Trabalho. Os empregados públicos, embora possam
ser encontrados na administração direta, são típicos “funcionários” da empresa pública e da
sociedade de economia mista.

A investidura no cargo, função ou emprego público está disciplinada no inciso II do art. 37 da


Constituição. O ingresso no cargo efetivo e no emprego público depende de concurso público de
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
forma prevista em lei. Estão excluídas da exigência do concurso as nomeações para os cargos em
comissão (também chamados cargos comissionados ou cargos de confiança) estabelecidos em lei,
como de livre nomeação e exoneração.

A coisa pública, gerida pelo Estado, é do povo, é da sociedade. Por tais razões, o Estado deve ter as
suas funções exercidas por servidores recrutados na sociedade, entre os interessados. A sociedade
é a detentora do direito de gerir a coisa pública, por meio do grupo de pessoas, agentes públicos,
que integram a Administração na condição de servidores públicos (servidores do público). Todos,
então, têm o direito, nos limites e condições estabelecidos em lei, de ocupar ou desempenhar
funções públicas. Todavia, o Estado não precisa de todos os interessados nessa gestão. O número
de cargos é limitado de acordo com a efetiva necessidade. E, também, nem todos interessados são
portadores das condições mínimas para o exercício do cargo pretendido. Daí a necessidade da
escolha. E o melhor meio para selecionar interessados é o concurso público, no qual se exigem
condições e requisitos idênticos para todos os participantes.

2. Cargos públicos

A Lei Estatutária Federal define: “Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades


previstas na estrutura organizacional que devem ser acometidas a um servidor” (art. 3º da Lei n.

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8.112/90). Os cargos públicos, no Poder Executivo, são criados por lei de iniciativa exclusiva do
respectivo Chefe, em virtude de disposição constitucional (art. 84, III, combinado com o art. 61, §
1º, ambos da Constituição Federal).

Os cargos são criados em número certo, de acordo com a efetiva necessidade do serviço. As
competências básicas de cada cargo são estabelecidas pela norma criadora, lei, ou por regulamento
nos casos de delegação. As atribuições de cada categoria de cargos são estabelecidas de acordo
com a estrutura de cargos dispostos no plano de carreira. Os cargos públicos podem ser de
provimento efetivo, mediante aprovação em concurso público para atender às atividades
permanentes da administração pública, ou podem ser de provimento em comissão.

Cargos em comissão são aqueles destinados às atividades de direção, chefia e assessoramento.


Estes também variam as suas competências de acordo com o grau de responsabilidade funcional do
respectivo titular. Para o preenchimento deles, dispensa-se o prévio concurso público por serem de
livre nomeação e exoneração da autoridade competente nos termos da lei. Eles podem ser de duas
categorias: recrutamento amplo ou limitado. São da primeira categoria aqueles que, para o
respectivo preenchimento, a autoridade tem todo poder de escolha segundo critérios político-
administrativos. Os de recrutamento limitado são os que só podem ser ocupados por servidores
que já integram a carreira pública.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

1. Constituição da República grifada - arts. 37 a 41-

TÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Seção I
Disposições Gerais

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Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Alterado EC19/98)

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Alterado EC19/98)

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público


de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego,
na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de
livre nomeação e exoneração; (Alterado EC19/98)

III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual
período;

IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em


concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos
concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e


os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento;(Alterado EC19/98)

VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; (Alterado
EC19/98)

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público;

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente


poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso,
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; (Alterado
EC19/98) (Regulamento)

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da


administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais

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agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos


cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos
Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos
Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos
por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito
do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e
aos Defensores Públicos; (Redação pela EC 41/03)

XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser
superiores aos pagos pelo Poder Executivo;

XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de


remuneração de pessoal do serviço público; (Alterado EC19/98)

XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores; (Alterado EC19/98)

XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis,


ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, §
2º, I; (Alterado EC19/98)

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver


compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: (Alterado
EC19/98)

a) a de dois cargos de professor; (Alterado EC19/98)

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Alterado EC19/98)

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões


regulamentadas; (Redação EC 34/01)

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações,


empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas,
direta ou indiretamente, pelo poder público; (Alterado EC19/98)

XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de
competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;

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XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste
último caso, definir as áreas de sua atuação; (Alterado EC19/98)

XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades


mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações


serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras
específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma
integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei
ou convênio. (Incluído EC42, de 19.12.2003)

§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá
ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

§ 2º - A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da
autoridade responsável, nos termos da lei.

§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e


indireta, regulando especialmente: (Alterado EC19/98)

I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção


de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos
serviços; (Incluído EC19/98)

II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo,


observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; (Incluído EC19/98)

III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou


função na administração pública. (Incluído EC19/98)

§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a


perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

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§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente,
servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
ressarcimento.

§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços


públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da


administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas. (Incluído
EC19/98)

§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração


direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores
e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou
entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído EC19/98)

I - o prazo de duração do contrato; (Incluído EC19/98)

II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos


dirigentes; (Incluído EC19/98)

III - a remuneração do pessoal. (Incluído EC19/98)

§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e


suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. (Incluído EC19/98)

§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou


dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos
acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados
em lei de livre nomeação e exoneração.(Incluído EC 20, de 1998)

§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do
caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. (Incluído EC 47, de 2005)

§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao
Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica,
como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça,
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros
do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos
Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. (Incluído EC 47, de 2005)

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Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de


mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:(Alterado EC19/98)

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo,
emprego ou função;

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe


facultado optar pela sua remuneração;

III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as


vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de
serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados


como se no exercício estivesse.

Seção II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS
DOS SERVIDORES PÚBLICOS
(Redação do “título” dada pela EC n 18/98)

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua
competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração
pública direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADI nº 2.135-4)

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de
administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos
Poderes. (Alterado EC19/98) (Vide ADIN nº 2.135-4)

§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório


observará: (Alterado EC19/98)

I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada


carreira; (Incluído EC19/98)

II - os requisitos para a investidura; (Incluído EC19/98)

III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído EC19/98)

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§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o


aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos
requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou
contratos entre os entes federados. (Alterado EC19/98)

§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII,
XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de
admissão quando a natureza do cargo o exigir. (Incluído EC19/98)

§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários


Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única,
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou
outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (Incluído
EC19/98)

§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação
entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o
disposto no art. 37, XI. (Incluído EC19/98)

§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e


da remuneração dos cargos e empregos públicos. (Incluído EC19/98)

§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de
recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão,
autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e
produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização
do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade. (Incluído
EC19/98)

§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos
do § 4º. (Incluído EC19/98)

(Aposentadoria)

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e

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inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e
o disposto neste artigo. (Redação pela EC41/03)

§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão
aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e
17: (Redação pela EC41/03)

I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto


se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou
incurável, na forma da lei; (Redação pela EC41/03)

II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de


idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Redação dada pela
EC88/2015)

III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no
serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as
seguintes condições: (Redação pela EC20/98)

a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de
idade e trinta de contribuição, se mulher; (Redação pela EC20/98) (Vide Emenda Constitucional nº
20, de 1998)

b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos
proporcionais ao tempo de contribuição. (Redação pela EC20/98)

§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão


exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou
que serviu de referência para a concessão da pensão. (Redação pela EC20/98)

§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão
consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes
de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. (Redação pela EC41/03)

§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria


aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis
complementares, os casos de servidores: (Redação pela EC. 47/05)

I - portadores de deficiência; (Incluído EC47/05)

II - que exerçam atividades de risco; (Incluído EC47/05)

III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física. (Incluído EC47/05)

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§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em


relação ao disposto no § 1º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente tempo de
efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e
médio. (Redação pela EC 20/98)

§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta


Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de
previdência previsto neste artigo. (Redação pela EC 20/98)

§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual: (Redação pela
EC41/03)

I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para
os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por
cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou (Incluído EC41,
19.12.2003)

II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o


falecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência
social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite,
caso em atividade na data do óbito. (Incluído EC41, 19.12.2003)

§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o


valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. (Redação pela EC41/03)

§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de


aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade. (Incluído EC20,
de 15/12/98)

§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição


fictício. (Incluído EC20, de 15/12/98) (Vide EC 20/98)

§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive
quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras
atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante
resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma
desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de
cargo eletivo. (Incluído EC20, de 15/12/98)

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§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares de
cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de
previdência social. (Incluído EC20, de 15/12/98)

§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre


nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o
regime geral de previdência social. (Incluído EC20, de 15/12/98)

§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de


previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão
fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este
artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de
que trata o art. 201. (Incluído EC20, de 15/12/98)

§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de
iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no
que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de natureza
pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade
de contribuição definida. (Redação pela EC41/03)

§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser
aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de
instituição do correspondente regime de previdência complementar. (Incluído EC20, de 15/12/98)

§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3°


serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Incluído EC41, 19.12.2003)

§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo


regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do
regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido
para os servidores titulares de cargos efetivos. (Incluído EC41, 19.12.2003)

§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para aposentadoria
voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um
abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as
exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II. (Incluído EC41, 19.12.2003)

§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os
servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em
cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. (Incluído EC41, 19.12.2003)

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§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de
aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios
do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o
beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante. (Incluído EC47, de 2005)

(Estabilidade)

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público. (Alterado EC19/98)

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Alterado EC19/98)

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído EC19/98)

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; (Incluído EC19/98)

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei


complementar, assegurada ampla defesa. (Incluído EC19/98)

§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o
eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao
tempo de serviço. (Alterado EC19/98)

§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em


disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo. (Alterado EC19/98)

§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de


desempenho por comissão instituída para essa finalidade. (Incluído EC19/98)

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ATOS ADMINISTRATIVOS

1. Ato administrativo x fato administrativo

A Administração Pública, no sentido geral, edita três tipos fundamentais de atos jurídicos: lei,
sentença e ato administrativo. Pela lei, o Poder Legislativo materializa a sua principal atividade. O
Poder Judiciário faz o mesmo por meio da sentença. O ato administrativo é o meio pelo qual a
Administração Pública estrita exterioriza o seu comportamento no exercício das atribuições que lhe
competem. Desse modo, o ato administrativo está para a Administração Pública assim como a
sentença está para o Judiciário e a lei para o Legislativo.

O ato administrativo é, pois, modalidade de ato jurídico, editado pela Administração no


desempenho das competências conferidas pela Constituição. Nem todos os atos emanados da
Administração são considerados atos jurídicos. Os autores denominam esses atos não jurídicos de
fatos administrativos ou atos materiais da Administração. Eles não produzem efeitos jurídicos, a
não ser por via indireta, nos casos de danos. São exemplos: abertura de vala para a canalização de
água e esgoto, a construção de vias públicas, a construção de prédios públicos, o ministério de
aulas por professor de escolas públicas, o atendimento por médico de órgão público de saúde, a
construção e manutenção de rede de transmissão e distribuição de energia.

Conceito de ato administrativo para Hely Lopes

“Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública,


que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir,
modificar, extinguir e declarar direito, ou impor obrigações aos administrados ou a si
própria.”

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2. Elementos ou requisitos de validade do ato administrativo

Os atos jurídicos próprios do Direito Privado dependem de três requisitos, como assinalado antes,
para que sejam válidos e produzam efeitos válidos. Para que os atos administrativos possam
produzir efeitos jurídicos, condicionam-se à observância de cinco elementos/requisitos:
competência, objeto, forma, motivo e finalidade.

Requisitos Tipo de elemento Características

é O PODER, resultante da lei, que dá ao agente


COMPETÊNCIA Vinculado administrativo a capacidade de praticar o ato
administrativo.

é o bem jurídico OBJETIVADO pelo ato


FINALIDADE Vinculado
administrativo; é ao que o ato se compromete;

é a maneira regrada (escrita em lei) de como o ato


FORMA Vinculado
deve ser praticado; É o revestimento externo do ato.

Vinculado é a situação de direito que autoriza ou exige a prática


MOTIVO
ou Discricionário do ato administrativo; é o porquê do ato!

Vinculado é o conteúdo do ato; é a própria alteração na ordem


OBJETO
ou Discricionário jurídica; é aquilo de que o ato dispõe, trata.

3. Atributos ou características do ato administrativo

PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE:
todo ato administrativo presume-se legítimo, isto é, verdadeiro e conforme o direito; é
presunção relativa (juris tantum).

IMPERATIVIDADE:
é a qualidade pela qual os atos dispõem de força executória e se impõem aos particulares,
independentemente de sua concordância;

AUTO-EXECUTORIEDADE:
é o atributo do ato administrativo pelo qual o Poder Público pode obrigar o administrado a
cumprí-lo, independentemente de ordem judicial;

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TIPICIDADE
é o atributo do ato administrativo pelo qual este deve corresponder a uma figura (tipo)
previamente descrito em lei;

4. Espécies de ato administrativo (NONEP)

Atos Normativos:
aqueles que contêm um comando geral do Executivo, visando a correta aplicação da lei;
estabelecem regras gerais e abstratas, pois visam a explicitar a norma legal. Exs.: Decretos,
Regulamentos, Regimentos, Resoluções, Deliberações, etc.

Atos Ordinatórios:
visam disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes.
Emanam do poder hierárquico da Administração. Exs.: Instruções, Circulares, Avisos, Portarias,
Ordens de Serviço, Ofícios, Despachos.

Atos Negociais:
aqueles que contêm uma declaração de vontade do Poder Público coincidente com a vontade do
particular; visa a concretizar negócios públicos ou atribuir certos direitos ou vantagens ao
particular. Ex.: Licença; Autorização; Permissão; Aprovação; Apreciação; Visto; Homologação;
Dispensa; Renúncia;

Atos Enunciativos:
aqueles que se limitam a certificar ou atestar um fato, ou emitir opinião sobre determinado
assunto; Ex.: Certidões; Atestados; Pareceres.

Atos Punitivos:
atos com que a Administração visa a punir e reprimir as infrações administrativas ou a conduta
irregular dos administrados ou de servidores. É a APLICAÇÃO do Poder de Policia e Poder
Disciplinar. Ex.: Multa; Interdição de atividades; Destruição de coisas; Afastamento de cargo ou
função.

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PODERES ADMINISTRATIVOS

1. Espécies

Vinculado: Quando a lei confere à Administração Pública poder para a prática de determinado
ato, estipulando todos os requisitos e elementos necessários à sua validade.

Discricionário: Quando o Direito concede à Administração, de modo explícito ou implícito, poder


para prática de determinado ato com liberdade de escolha de sua conveniência e oportunidade.
Devem ser praticados com razoabilidade.

Regulamentar: Embora a atividade normativa caiba predominantemente ao Legislativo, nele não se


exaure, cabendo ao Executivo expedir regulamentos e outros atos normativos de caráter geral e de
efeitos externos. É inerente ao Poder Executivo.

Hierárquico: É o meio de que dispõe a Administração Pública para distribuir e escalonar as


funções dos órgãos públicos; estabelecer a relação de subordinação entre seus agentes; ordenar e
rever a atuação de seus agentes.

Disciplinar: É conferido à Administração para apurar infrações e aplicar penalidades funcionais


a seus agentes e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa, como é o caso das que por ela
são contratados;

Poder de Polícia: É a atividade da Administração Pública que, limitando ou disciplinando bens,


direitos, atividades e liberdades individuais, em razão do interesse público. É aplicado aos
particulares.
- Polícia Administrativa = incide sobre bens, direitos e atividades; é regida pelo Direito
Administrativo
- Policia Judiciária = incide sobre as pessoas; destina-se à responsabilização penal

A) LIMITAÇÕES DO PODER DE POLICIA

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 Necessidade: o Poder de policia só deve ser adotado para evitar ameaças reais ou
prováveis de pertubações ao interesse público;

 Proporcionalidade: é a exigência de uma relação entre a limitação ao direito individual e o


prejuízo a ser evitado;

 Eficácia: a medida deve ser adequada para impedir o dano ao interesse público.

B) ATRIBUTOS DO PODER DE POLICIA

 Discricionariedade: Consiste na livre escolha, pela Administração Pública, dos meios


adequados para exercer o poder de policia, bem como, na opção quanto ao conteúdo, das
normas que cuidam de tal poder.

 Autoexecutoriedade: Possibilidade efetiva que a Administração tem de proceder ao


exercício imediato de seus atos, sem necessidade de recorrer, previamente, ao Poder
Judiciário.

 Coercibilidade: É a imposição imperativa do ato de policia a seu destinatário, admitindo-se


até o emprego da força pública para seu normal cumprimento, quando houver resistência
por parte do administrado.
 Atividade Negativa: Tendo em vista o fato de não pretender uma atuação dos particulares
e sim sua abstenção, são lhes impostas obrigações de não fazer.

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1. Expressos na Constituição da República (art. 37, caput)

Na Administração Pública, existem princípios cuja observância é dever do agente público, sob pena
de incorrer em sanções. Esses princípios são constitucionais, legais e, alguns, doutrinários. A
Constituição Federal de 1988, em sua redação original, elencou quatro princípios aplicáveis à
Administração Pública. São eles: princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e
publicidade. A esses foi acrescentado, pela Emenda Constitucional n. 19/98, o princípio da
eficiência.

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1.1 Princípio da legalidade

O princípio da legalidade, no sistema jurídico positivo, caracteriza o Estado Democrático de Direito.


A observância da legalidade é fundamental na realização administrativa pelo Estado. Esse princípio
é de observância obrigatória para a Administração Pública. Não se deve confundi-lo com a
legalidade imposta ao indivíduo: Há um preceito jurídico, agasalhado no texto constitucional,
segundo o qual “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude
de lei” (art. 5º, II, da Constituição da República de 1988). Entretanto, a posição do particular em
face da lei é distinta da posição do agente público. Ao primeiro é lícito fazer tudo aquilo que a lei
não proíbe. Por sua vez, o agente público somente pode praticar ato que esteja previamente
determinado ou permitido por lei. Atos praticados sem a observância dessa regra são inválidos, não
podendo, por conseguinte, produzir efeitos válidos.

Para Edimur Ferreira de Faria “A Administração, sujeita que está ao princípio da legalidade, não tem
o poder ou a competência para praticar atos em desconformidade com a lei. Dessa forma, a sua
vontade ou a de seu agente é a da lei. O administrador público, agindo nessa condição, não deve
ter vontade própria, nem quando atuar no exercício da faculdade discricionária. A manifestação da
vontade do agente deve espelhar a vontade estatal.”*
A Constituição Federal contém vários dispositivos que asseguram à sociedade meios e
instrumentos, destinados a instrumentalizá-la, para se defender contra atos emanados em
desacordo com a lei. São os seguintes artigos:

Art. 5º

inciso XXXV – prescreve que a lei não poderá excluir da apreciação do judiciário qualquer
lesão de direito ou ameaça de lesão.

inciso LXIX – dispõe sobre mandado de segurança singular e coletivo;

inciso LXXI – trata do mandado de injunção;

inciso LXXII – assegura o habeas data;

inciso LXXIII – legitima qualquer cidadão em gozo de seus poderes políticos, para propor a
ação popular;

inciso XXXIV – este dispositivo garante o direito de petição aos cidadãos perante os poderes
públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.

Art. 49.

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inciso V – por este dispositivo, é conferido ao Congresso Nacional competência para, com
exclusividade, sustar os atos normativos do Poder Executivo quando exorbitarem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.

Art. 84.

inciso IV – confere ao Presidente da República competência para sancionar as leis, publicá-las


e regulamentá-las de modo a dar-lhes condição para plena eficácia;

inciso X – a norma deste dispositivo atribui poderes ao Presidente da República para vetar,
total ou parcialmente, proposição de lei.

Arts. 102 e 103. estes dispositivos tratam do controle da constitucionalidade das leis.

1.2 Princípio da impessoalidade

O princípio da impessoalidade decorre do fato de que o agente público é administrador de bens


alheios. Por essa razão, deve atuar sempre voltado para o coletivo, evitando favoritismo ou
discriminação. O programa de governo, ou ação administrativa, não pode levar em consideração
amigos ou inimigos. O comportamento do agente público direcionado ao atendimento de pessoas
parentes, amigas, correligionárias ou integrantes de grupos contraria o princípio, pois se
desconsideram, nesses casos, elementos objetivos gerais isonômicos, para valorizar os critérios da
pessoalidade ou da personalidade.

1.3 Princípio da moralidade


Os primeiros autores a oferecerem estudos sobre a moral administrativa foram Maurice Hauriou e
Georges Ripert. Esses autores, inicialmente, vinculavam a ideia de moralidade à finalidade do ato
praticado pelo agente público. Dessa forma, o desvio de finalidade e o abuso de poder implicam
comportamento contrário à moral administrativa, visto que se opõe à boa administração.

Para Hely Lopes Meirelles, “a moral administrativa, juntamente com a sua legalidade e a finalidade,
constituem pressupostos de validade, sem os quais toda atividade pública será ilegítima”. É do
mesmo autor a afirmação de que a moral administrativa vincula-se ao conceito do “bom
administrador” e que ela integra o Direito, tornando-se dele elemento componente da legalidade.

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José Afonso da Silva registra que “deve-se partir da idéia de que moralidade administrativa não é
moralidade comum, mas moralidade jurídica. Essa consideração não significa necessariamente que
o ato legal seja honesto. Significa, como disse Hauriou, que a moralidade administrativa consiste no
conjunto de regras de conduta tirada da disciplina da Administração.”

A moralidade administrativa, considerando os posicionamentos transcritos acima, tem pertinência


com a moral social, com a ética, com a honestidade e com o respeito e zelo pela coisa pública.

1.4 Princípio da publicidade

O princípio da publicidade é de fundamental importância para o controle da Administração Pública.


É em virtude dele que a Administração torna-se transparente para que a sociedade e os órgãos de
controle possam tomar conhecimento de seus atos e impugná-los, se viciados ou em desacordo
com a legalidade e a moral administrativa. A Administração, por ser gestora de coisa pública, na
forma republicana de governo, é obrigada a dar publicidade dos seus atos jurídicos e políticos,
exceto aqueles cuja publicação possam pôr em risco a segurança nacional.

Os atos jurídicos da Administração, mesmo emanados da autoridade competente, serão nulos e de


nenhum efeito, se não lhes for dada a publicidade, de conformidade com a lei. A Constituição da
República prevê os casos em que os atos não devem ser publicados, em nome do interesse público.

O art. 5º, XXXIII, da Constituição Federal garante a todos os brasileiros o direito de obter dos órgãos
públicos informações de seu interesse próprio ou de interesse geral ou coletivo, no prazo
estabelecido em lei, ressalvados os casos cujo sigilo for necessário à segurança da sociedade e do
Estado.

1.5 Princípio da eficiência

A globalização econômica, exige da iniciativa privada e da Administração Pública comportamento e


atuação de modo a produzir resultados satisfatórios. A eficiência assumiu papel tão relevante na
atividade econômica e na prestação dos serviços públicos que a Emenda Constitucional n. 19/98, a

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incluiu no rol de princípios expressos no caput do art. 37 da Constituição Federal. A Administração


Pública, embora não atue, em regra, na atividade econômica, deve desenvolver as suas atividades
próprias, com eficiência, produzindo os respectivos efeitos de modo a atender com presteza às
exigências e às necessidades dos administrados.

A eficiência da Administração Pública brasileira, na ordem jurídica positivada, não é novidade. É


evidente que ela adquiriu, com a Emenda Constitucional n. 19/98, status de princípio
constitucional. Entretanto, já vinha sendo tratada em norma infraconstitucional. O Decreto-lei n.
200, de 25 de fevereiro de 1967 – Reforma Administrativa Federal –, submete a atividade do Poder
Executivo ao controle de resultados (arts. 13 e 25, V), no art. 23, inciso VIII, reforça o sistema de
mérito, prevê a dispensa ou demissão de servidor público insuficiente ou desidioso. É a norma
contida no art. 100 do referido diploma legal. Por último, pelo art. 26, inciso III, a Administração
indireta é vinculada ao Ministério pertinente, para efeito de controle inclusive quanto à eficiência
administrativa.

Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a propósito, sustenta: “O princípio da eficiência impõe ao agente
público um modo de atuar que produza resultados favoráveis à consecução dos fins que cabe ao
Estado alcançar.” O atendimento tardio, pela Administração Pública, aos reclames individuais ou
coletivos, ou a má qualidade dos serviços ou de outros benefícios sociais, sem justificado motivo,
pode levar o agente competente a responder por crime de responsabilidade, com as conseqüências
pecuniárias, decorrentes da responsabilidade civil, art. 37, § 6º da Constituição Federal.

2. Outros princípios aplicáveis

2.1 Princípio da supremacia


Os interesses públicos têm supremacia sobre os interesses individuais; é a essência do regime
jurídico administrativo.

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2.2 Princípio da indisponibilidade

A Administração Pública, direta e indireta, está sujeita ao princípio da indisponibilidade. Isto quer
dizer que a Administração, por seus agentes, não tem a disponibilidade dos bens e nem das coisas
que estão sobre o seu domínio ou guarda, por se tratar de coisas públicas. Ora, se são coisas do
público, pertencentes à sociedade, não devem ser dispostas a critério subjetivo e pessoal do
administrador. Assim, ao administrador público é defeso distribuir bens ou valores pertencentes ao
Estado entre particulares: parentes, amigos grupos e outros.

Os bens públicos destinam-se ao interesse social ou geral. A administração e os casos de


disponibilidade desses bens são estabelecidos em normas próprias. A atividade do administrador
público está vinculada a tais normas jurídicas e às finalidades nelas previstas. Eventualmente, a lei
confere ao agente administrativo competência discricionária para escolher a finalidade e o motivo.
Essa liberdade está contida nos parâmetros e nos limites da lei e no interesse público. Para o
agente público, prevalece sempre a vontade da lei, enquanto o particular pode agir de acordo com
sua vontade própria, dispondo livremente dos seus bens, desde que não contrarie direitos de
terceiros, nos termos do Código Civil.

Nesse sentido é o entendimento de Cretella Júnior: Os direitos subjetivos privados nada mais são
do que a tradução do poder de vontade do homem, tutelado pela ordem jurídica. Do proprietário
do imóvel depende, exclusivamente, no direito pátrio, vendê-lo ou não, pelo preço que entender,
decidindo-se a operação de compra e venda pelas partes tão-somente. Impera a disponibilidade, no
campo do direito privado, porque está subordinada à voluntas domini. É o princípio da
disponibilidade do interesse privado. No campo do direito público, entretanto, domina a idéia da
indisponibilidade, porque a administração esta vinculada à idéia de fim. É o princípio da indisponibi-
lidade do interesse público onde está presente a idéia de impessoalidade de objetividade.

2.3 Princípio da razoabilidade

O princípio da razoabilidade, defendido na doutrina administrativista, foi erigido ao posto de norma


constitucional em alguns Estados, dentre eles o Estado de Minas Gerais e o Estado de São Paulo.

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Esse princípio vem sendo defendido como meio inibidor do poder discricionário do administrador
público.

O poder discricionário conferido pelo legislador ao administrador público, para que ele, nos casos
concretos, edite o ato que julgar melhor, à vista da vontade legal e nos parâmetros da própria lei,
pode levar a comportamento antijurídico ou viciado juridicamente. O princípio da razoabilidade
tem por finalidade limitar a liberdade do agente ou pautar-lhe a direção a ser seguida. Na
discricionariedade, o agente transita numa faixa legal de margens invisíveis. Por isso, é difícil
conduzir-se no seu leito central sem derivar para as margens não sinalizadas.

A razoabilidade aparece como elemento norteador da Administração, orientando o seu agente à


conduta que melhor atenda à finalidade da lei e aos interesses públicos de acordo com a
conveniência e a oportunidade, núcleo do ato. O comportamento administrativo, em desacordo
com a razoabilidade, conduz, inexoravelmente, ao vício do ato decorrente. Celso Antônio Bandeira
de Mello, quanto a esse particular, ensina: É óbvio que uma providência administrativa
desarrazoada, incapaz de passar com sucesso pelo crivo da razoabilidade, não pode estar conforme
a finalidade da lei. Donde, se padecer deste defeito, será, necessariamente, violadora do princípio
da finalidade. Isto equivale a dizer que será ilegítima, conforme visto, pois a finalidade integra a
própria lei. Em conseqüência será anulável pelo Poder Judiciário, a instância do interessado.

2.4 Princípio da autotutela

A autotutela é o poder conferido à Administração em decorrência da hierarquia organizacional para


controlar a si própria. A Administração, por tal princípio, exerce controle sobre seus órgãos e
agentes, dirigentes ou não, visando à legalidade dos seus atos. Em virtude dessa competência, à
Administração Pública é lícito rever os seus atos, anulando-os por vício ou revogando-os por con-
veniência e oportunidade (Súmula n. 473 do Supremo Tribunal Federal), e para punir os agentes
que infringirem normas legais ou regulamentares. Essas decisões, entretanto, se lesivas a direito,
podem ser revistas pelo Judiciário, por força constitucional.

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2.5 PRINCÍPIOS NA LEI 9.784/99

“Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança
jurídica, interesse público e eficiência.

Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:

I – LEGALIDADE: atuação conforme a lei e o Direito;


II – INDISPONIBILIDADE: atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial
de poderes ou competências, salvo autorização em lei;
III – IMPESSOALIDADE: objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção
pessoal de agentes ou autoridades;
IV – MORALIDADE: atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
V – PUBLICIDADE: divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo
previstas na Constituição;
VI – RAZOABILIDADE/PROPORCIONALIDADE: adequação entre meios e fins, vedada a imposição de
obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao
atendimento do interesse público;
VII – MOTIVAÇÃO: indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
VIII – DEVIDO PROCESSO LEGAL: observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos
dos administrados;
IX – INFORMALISMO/FORMALISMO MODERADO: adoção de formas simples, suficientes para
propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados;
X – AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO: garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de
alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam
resultar sanções e nas situações de litígio;
XI – GRATUIDADE: proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;
XII – OFICIALIDADE: impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos
interessados;
XIII – SEGURANÇA JURÍDICA interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o
atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.”

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LEI N. 8.112/90 – Estatuto dos Servidores da União

1. Acesse a Lei n. 8.112/90 sempre atualizada pelo link abaixo:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8112cons.htm

ou pelo texto compilado (este não mostra os textos revogados)

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8112compilado.htm

Atenção: Recomendo que a aula seja acompanhada pela lei postada no site do planalto,
atualizada até a véspera do edital e não pelo resumo abaixo que serve apenas como
orientação geral. Faça a marcação na sua própria lei, conforme a videoaula e slides de
apoio. Bons estudos!

2. Resumo
Disposições gerais

Art. 1 º - Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da(s):


 União;
 autarquias federais, inclusive as em regime especial;
 fundações públicas federais.

Art. 2º - Servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público.

Art. 3 º e 4 º - Cargo Público: conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura


organizacional que devem ser cometidas a um servidor.

 acessível a todos os brasileiros; ver art. 37, I CF)


 criados por lei;
 denominação própria
 vencimento pago pelos cofres públicos
 provimento efetivo ou em comissão

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 proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo previsão legal.

Art. 5º - requisitos básicos para investidura; reserva de vagas às pessoas portadoras de deficiência
(até 20% ).

Art. 7º - Investidura = posse

Art. 8º - Provimento de cargos(diferente de investidura):


 NOMEAÇÃO
 PROMOÇÃO
 READAPTAÇÃO
 REVERSÃO
 APROVEITAMENTO
 REINTEGRAÇÃO
 RECONDUÇÃO

Art. 9º - A nomeação pode ser:


 em caráter efetivo (cargo efetivo isolado ou de carreira); (concurso público)
 em comissão, inclusive em caráter interino (provisório) para cargos de confiança vagos.

Art. 13 - Prazo para posse: 30 dias contados da nomeação ou do fim de impedimento legal.

Art. 15 - Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público (de provimento efetivo
e em comissão) ou da função de confiança. Prazo: 15 dias contados da posse.

Art. 20 - São estáveis após 3 anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público (Art. 41 CF), mediante aprovação em avaliação
especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

Art. 22 - O servidor estável perderá o cargo:


 em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
 mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
 mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho.
(ver art. 41 da CF)

Provimentos

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Art. 24 Readaptação  o servidor é provido em cargo compatível com as limitações que tenha
sofrido em sua capacidade laborativa. Ex; Professor perde definitivamente a voz e é
readaptado no cargo de bibliotecário.
Art. 25 Reversão  retorno do servidor aposentado ao cargo porque não subsistem mais os
motivos determinantes da aposentadoria por invalidez. (ou da voluntária conforme critérios da
Admnistração)
Art. 28 Reintegração  A demissão de servidor é invalidada por decisão administrativa ou judicial,
gerando o direito de retorno ao cargo.
Art. 29 Recondução Retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado quando não
aprovado em estágio de um novo cargo ou quando era o eventual ocupante de um cargo cujo
titular fora reintegrado.
Art. 30 Aproveitamento  Retorno à atividade do servidor em disponibilidade obrigatoriamente
em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anterior.

Vacância
(surgimento de novas vagas)
Art. 33 Decorrerá de:
 exoneração (mero desligamento)
 demissão; (desligamento por punição)
 promoção;
 readaptação;
 aposentadoria;
 posse em outro cargo inacumulável;
 falecimento.

Movimentação de pessoal

Art. 36 REMOÇÃO: deslocamento do servidor com ou sem mudança de sede, pode ser:
- de ofício, se for interesse da Administração;
- a pedido, a critério da Administração;
- a pedido para outra localidade, independente do interesse da Administração se for:
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro (também servidor público)
b) por motivo de saúde dele mesmo, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas
expensas (e conste no seu assentamento funcional)
c) em virtude de processo seletivo promovido

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Art. 37 REDISTRIBUIÇÃO: (sempre ex officio) é o deslocamento de cargo de provimento efetivo para


outro órgão do mesmo Poder e tem que:
- ser de interesse da Administração;
- ter equivalência de vencimentos;
- ter as mesmas atribuições do cargo antigo.
- vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades;
- mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional.
- compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão.

Direitos e vantagens

Art. 40 - Vencimento é a retribuição pecuniária paga pelo exercício de cargo público com valor
fixado em lei . Não pode ser inferior a um salário-mínimo.

Art. 41 - Remuneração é o vencimento + vantagens pecuniárias permanentes.

Art. 49 - Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:


 indenizações (não são “vantagens” propriamente”
 gratificações
 adicionais

Art. 51 - Indenizações: ajuda de custo, diária, transporte e auxílio moradia.

Art. 61 - Gratificações e adicionais:


- retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento;
- gratificação natalina;
- adicional pelo exercício de atividades insalubres,
perigosas ou penosas;
- adicional pela prestação de serviço extraordinário;
- adicional noturno;
- adicional de férias;
- outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho;
- gratificação por encargo de curso ou concurso.

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Art. 77 - Férias = 30 dias, podendo ser acumulada até no máximo dois períodos, no caso de
necessidade do serviço. Não pode ser descontado nas férias qualquer falta ao serviço, e podem ser
parceladas em até três etapas.
- O servidor que opera direta e permanentemente com Raios X ou substâncias radioativas gozará 20
dias consecutivos de férias, por semestre de atividade profissional, proibida em qualquer hipótese a
acumulação.
- As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de: calamidade pública, comoção
interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço (declarada
pela autoridade máxima do órgão ou entidade). O restante do período interrompido será gozado
de uma só vez.

Art. 81. Licenças: Conceder-se-á ao servidor licença:


- por motivo de doença em pessoa da família;
- por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
- para o serviço militar;
- para atividade política; - para capacitação;
- para tratar de interesses particulares;
- para desempenho de mandato classista.

Art. 97 – Concessões: O servidor pode ausentar-se do serviço por:


- 1 dia, para doação de sangue;
- até 2 dias, para se alistar como eleitor;
- 8 dias consecutivos em razão de casamento ou falecimento do cônjuge, companheiro, pais,
madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.

Art. 102 São considerados como de efetivo exercício os afastamentos:


 1 dia, para doação de sangue;
 2 dias, para se alistar como eleitor;
 8 dias consecutivos em razão de casamento ou falecimento do cônjuge, companheiro, pais,
madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.
 férias;
 exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão ou entidade dos Poderes da
União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal;
 exercício de cargo ou função de governo ou administração, em qualquer parte do território
nacional, por nomeação do Presidente da República;
 participação em programa de treinamento regularmente instituído, conforme dispuser o
regulamento;
 desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, exceto
promoção por merecimento;

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 júri e outros serviços obrigatórios por lei;


 missão ou estudo no exterior
 licença: - à gestante, à adotante e à paternidade
- para tratamento da própria saúde, até o limite de 2 anos, cumulativo ao longo
do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento
efetivo.
- para o desempenho de mandato classista, exceto promoção por merecimento;
- por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;
- para capacitação
- por convocação para o serviço militar
 deslocamento para a nova sede, observando o prazo de 10 a 30 dias para se apresentar na
nova sede;
 participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar
representação desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei específica.
 afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o
qual coopere.

Art. 103 - Serão contados apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade:


 tempo de serviço público prestado aos Estados, Municípios e Distrito Federal;
 a licença para tratamento de saúde de pessoa da família do servidor, com remuneração;
 licença para atividade política (período do registro da candidatura até o 10º dia seguinte ao
da eleição;
 tempo correspondente ao desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou
distrital, anterior ao ingresso no serviço público federal;
 tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Previdência Social
 tempo de serviço relativo a tiro de guerra
 tempo de licença para tratamento da própria saúde que exceder o prazo de 2 anos
cumulativos em serviço público.

Direitos e vantagens

Art. 104 a 115 O servidor tem o direito de requerer aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou
interesse legítimo.

O requerimento encaminhado pelo chefe do servidor que requereu e dirigido à autoridade


competente para decidi-lo. Se esta autoridade proferir decisão desfavorável a ele, pode ser pedido
reconsideração, uma vez. O requerimento e o pedido de reconsideração deverão ser despachados
no prazo de 5 dias e decididos dentro de 30 dias.

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Caberá recurso:
 se o pedido de reconsideração não for aceito (indeferido);
 das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.

 O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou
proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades. E será
encaminhado pelo chefe do servidor que requereu.
 O prazo para entrar em juízo com o pedido de reconsideração ou de recurso é de 30 dias, a
contar da publicação ou da ciência, pelo servidor, da decisão recorrida.

O direito de requerer prescreve:


 em 5 anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria ou
disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de
trabalho;
 em 120 dias, nos demais casos.

Regime disciplinar

Art. 116 São deveres do servidor:


 exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
 ser leal às instituições a que servir;
 observar as normas legais e regulamentares;
 cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
 atender com presteza:
- ao público em geral, prestando as informações requeridas,
ressalvadas as protegidas por sigilo;
- à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou
esclarecimento de situações de interesse pessoal;
- às requisições para a defesa da Fazenda Pública;
 levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver
ciência em razão do cargo;
 zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;
 guardar sigilo sobre assunto da repartição;
 manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
 ser assíduo e pontual ao serviço;
 tratar com urbanidade as pessoas;

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 representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. Esta representação


será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é
formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa.

Art. 117 Ao servidor é proibido:


 ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe
imediato;
 retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou
objeto da repartição;
 recusar fé a documentos públicos;
 opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou
execução de serviço;
 promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
 cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o
desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu
subordinado;
 coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional
ou sindical, ou a partido político;
 manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge,
companheiro ou parente até o segundo grau civil;
 valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da
dignidade da função pública;
 participar de gerência ou administração de empresa privada, de sociedade civil,
ou exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;
 atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo
quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;
 receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão
de suas atribuições;
 aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
 praticar usura sob qualquer de suas formas;
 proceder de forma desidiosa;
 utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades
particulares;
 cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em
situações de emergência e transitórias;
 exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo
ou função e com o horário de trabalho;
 recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

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Art. 118 É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos. Esta proibição estende-se a
cargos, empregos e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de
economia mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios. A
acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à comprovação da compatibilidade de
horários.
 Considera-se acumulação proibida o recebimento de vencimento de cargo ou emprego público
efetivo com proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas
remunerações forem acumuláveis na atividade.

Art. 119 O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão, exceto no caso de cargo em
comissão provisório, nem ser remunerado pela participação em órgão de deliberação coletiva.
 Se o servidor acumular licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de
provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que
houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades
máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.

Responsabilidade do Servidor

121 ao 126 - O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas
atribuições.
A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em
prejuízo ao erário ou a terceiros.
 A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente será liquidada em parcelas
descontadas da remuneração ou provento, na falta de outros bens que assegurem a execução do
débito pela via judicial.
 Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em
ação regressiva (A Fazenda indeniza o terceiro e o servidor indeniza a Fazenda). A obrigação de
reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da
herança recebida.

A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessa


qualidade.

A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no


desempenho do cargo ou função. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no
caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.

A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua
apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao
acusado ampla defesa. E compete ao órgão central do SIPEC supervisionar e fiscalizar o
cumprimento do disposto acima.

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Constatada a omissão no cumprimento dessa obrigação, o titular do órgão central do SIPEC


designará comissão composta de três servidores estáveis designados pela autoridade competente,
observado o disposto abaixo** que indicará, dentre eles, o seu presidente, que deverá ser
ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou
superior ao do indiciado. A Comissão terá como secretário servidor designado pelo seu presidente,
podendo a indicação recair em um de seus membros. Não poderá participar de comissão de
sindicância ou de inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consangüíneo ou afim,
em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.

Processo Disciplinar

Art. 143 ao 182 As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que
contenham a identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito,
confirmada a autenticidade.
Quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia

será arquivada, por falta de objeto.

Art. 145 Da sindicância poderá resultar:


 arquivamento do processo;
 aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30 (trinta) dias;
 instauração de processo disciplinar. (quando constatarem que o negócio é mais
grave cabendo suspensão de mais de 30 dias, demissão, etc)
O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30 dias, podendo ser prorrogado por igual
período, a critério da autoridade superior.

Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão por
mais de 30 dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de
cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo disciplinar.

Art. 147 Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da
irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu
afastamento do exercício do cargo (Afastamento Preventivo), pelo prazo de até 60 dias, sem
prejuízo da remuneração. Este afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual
cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo.

O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor por


infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do
cargo em que se encontre investido. Será conduzido por comissão composta de três servidores
estáveis designados pela autoridade competente, observado o disposto acima**, que indicará,
dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo
nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. A Comissão terá como

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secretário servidor designado pelo seu presidente, podendo a indicação recair em um de seus
membros. Não poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito, cônjuge, companheiro
ou parente do acusado, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau. A
Comissão exercerá suas atividades com independência e imparcialidade, assegurado o sigilo
necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da administração. As reuniões e as
audiências das comissões terão caráter reservado.

Art. 151 O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases:


 instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão;
 inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório;
 julgamento.

O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 60 dias, contados da data de
publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo, quando as
circunstâncias o exigirem. Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo integral aos seus
trabalhos, ficando seus membros dispensados do ponto, até a entrega do relatório final. As
reuniões da comissão serão registradas em atas que deverão detalhar as deliberações adotadas.

O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do contraditório, assegurada ao acusado ampla


defesa, com a utilização dos meios e recursos admitidos em direito. (Art. 153). Os autos da
sindicância integrarão o processo disciplinar, como peça informativa da instrução.

Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que a infração está capitulada como ilícito penal,
a autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público, independentemente
da imediata instauração do processo disciplinar.

Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada de depoimentos, acareações, investigações e


diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a técnicos e
peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos.

É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo pessoalmente ou por intermédio de


procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos,
quando se tratar de prova pericial.

O presidente da comissão poderá denegar pedidos considerados impertinentes, meramente


protelatórios, ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos.

As testemunhas serão intimadas a depor mediante mandado expedido pelo presidente da


comissão, devendo a segunda via, com o ciente do interessado, ser anexado aos autos.

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Se a testemunha for servidor público, a expedição do mandado será imediatamente comunicada ao


chefe da repartição onde serve, com a indicação do dia e hora marcados para inquirição.
As testemunhas serão inquiridas separadamente, mas na hipótese de depoimentos contraditórios
ou que se infirmem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes.

Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão promoverá o interrogatório do acusado. No


caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvido separadamente, e sempre que divergirem
em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação entre eles.

Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a comissão proporá à autoridade
competente que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe pelo menos
um médico psiquiatra. O incidente de sanidade mental será processado em auto apartado e apenso
ao processo principal, após a expedição do laudo pericial.

Tipificada a infração disciplinar, será formulada a indiciação do servidor, com a especificação dos
fatos a ele imputados e das respectivas provas.

O indiciado será citado por mandado expedido pelo presidente da comissão para apresentar defesa
escrita, no prazo de 10 dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição. Havendo dois ou
mais indiciados, o prazo será comum e de 20 dias. No caso de recusa do indiciado em apor o ciente
na cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data declarada, em termo próprio, pelo
membro da comissão que fez a citação, com a assinatura de 2 (duas) testemunhas.

O indiciado que mudar de residência fica obrigado a comunicar à comissão o lugar onde poderá ser
encontrado. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será citado por edital, publicado
no Diário Oficial da União e em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio
conhecido, para apresentar defesa. Nessa, o prazo para defesa será de 15 dias a partir da última
publicação do edital.

Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente citado, não apresentar defesa no prazo legal. A
revelia será declarada, por termo, nos autos do processo e devolverá o prazo para a defesa. Para
defender o indiciado revel, a autoridade instauradora do processo designará um servidor como
defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível
de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório minucioso, onde resumirá as peças principais
dos autos e mencionará as provas em que se baseou para formar a sua convicção. O relatório será
sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor.

Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão indicará o dispositivo legal ou


regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes.

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O processo disciplinar, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade que determinou a
sua instauração, para julgamento.

Julgamento: no prazo de 20 dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora


proferirá a sua decisão. Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autoridade instauradora
do processo, este será encaminhado à autoridade competente, que decidirá em igual prazo.
Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, o julgamento caberá à autoridade
competente para a imposição da pena mais grave.

Reconhecida pela comissão a inocência do servidor, a autoridade instauradora do processo


determinará o seu arquivamento, salvo se flagrantemente contrária à prova dos autos.

O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando contrário às provas dos autos. Quando
o relatório da comissão contrariar as provas dos autos, a autoridade julgadora poderá,
motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de
responsabilidade.

Verificada a ocorrência de vício insanável (quando a comissão fizer alguma coisa errada e que não
tem jeito de consertar), a autoridade que determinou a instauração do processo ou outra de
hierarquia superior declarará a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a
constituição de outra comissão para instauração de novo processo.

O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do processo.

Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora determinará o registro do fato nos
assentamentos individuais do servidor.

Quando a infração estiver capitulada como crime, o processo disciplinar será remetido ao
Ministério Público para instauração da ação penal, ficando trasladado na repartição.

O servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado
voluntariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade, acaso aplicada.

Ocorrida a exoneração de ofício quando não satisfeitas as condições do estágio probatório ou


quando o servidor não entra em exercício no prazo determinado depois da posse, o ato será
convertido em demissão, se for o caso.

O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se
aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a
inadequação da penalidade aplicada. Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do
servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão do processo. No caso de

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incapacidade mental do servidor, a revisão será requerida pelo respectivo curador. No processo
revisional, o ônus da prova cabe ao requerente. A simples alegação de injustiça da penalidade não
constitui fundamento para a revisão, que requer elementos novos, ainda não apreciados no
processo originário.

O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade


equivalente, que, se autorizar a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade
onde se originou o processo disciplinar. Deferida a petição, a autoridade competente providenciará
a constituição de comissão.

A revisão correrá em apenso ao processo originário. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e
hora para a produção de provas e inquirição das testemunhas que arrolar. A comissão revisora terá
60 dias para a conclusão dos trabalhos. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no que
couber, as normas e procedimentos próprios da comissão do processo disciplinar. O julgamento
caberá à autoridade que aplicou a penalidade. O prazo para julgamento será de 20 dias, contados
do recebimento do processo, no curso do qual a autoridade julgadora poderá determinar
diligências. Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada,
restabelecendo-se todos os direito do servidor, exceto em relação à destituição do cargo em
comissão, que será convertida em exoneração.

Art. 182 Da revisão do processo não poderá resultar agravamento de penalidade.

Ps: O capítulo do plano de seguridade só precisa ser estudado se expressamente mencionado no


Edital. Como o texto está ultrapassado, o risco de questões anuláveis é alto.

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LEI N. 8.429/92 – Lei de Improbidade Administrativa

1. Acesse a Lei n. 8.429/92 sempre atualizada pelo link abaixo:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8429.htm

ou pelo texto compilado (este não mostra os textos revogados)

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8429compilado.htm

Atenção: Recomendo que a aula seja acompanhada pela lei postada no site do planalto,
atualizada até a véspera do edital e não pelos resumos eventualmente postados como
orientação geral. Faça a marcação na sua própria lei, conforme a videoaula e slides de
apoio. Bons estudos!

LEI N. 9.784/99 – Lei do Processo Administrativo Federal

1. Acesse a Lei n. 9.784/99 sempre atualizada pelo link abaixo:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9784.htm

Atenção: Recomendo que a aula seja acompanhada pela lei postada no site do planalto,
atualizada até a véspera do edital e não pelos resumos eventualmente postados como
orientação geral. Faça a marcação na sua própria lei, conforme a videoaula e slides de
apoio. Bons estudos!

LEI N. 8.666/93 – Licitação e Contratos e


LEI N. 10.520/02 - Pregão

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1. Acesse a Lei n. 8.666/93 sempre atualizada pelo link abaixo:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8666cons.htm

ou pelo texto compilado (este não mostra os textos revogados)

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8666compilado.htm

2. Acesse a Lei n. 10.520/02 sempre atualizada pelo link abaixo:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10520.htm

outras normas pertinentes ao pregão:

Pregão Eletrônico:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5450.htm

http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_ato2004-2006/2005/Decreto/D5504.htm

3. Outros temas que eventualmente são cobrados sobre licitação (apenas de


expressamente previstos no edital:

Regime Diferenciado de Contratação:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/Lei/L12462.htm

Registro de Preços:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/Decreto/D7892.htm

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Atenção: Recomendo que a aula seja acompanhada pela lei postada no site do planalto,
atualizada até a véspera do edital e não pelos resumos eventualmente postados como
orientação geral. Faça a marcação na sua própria lei, conforme a videoaula e slides de
apoio. Bons estudos!

LEI N. 12.527/11 – Lei de Acesso a Informação

1. Acesse a Lei n. 12.527/11 sempre atualizada pelo link abaixo:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm

Atenção: Recomendo que a aula seja acompanhada pela lei postada no site do planalto,
atualizada até a véspera do edital e não pelos resumos eventualmente postados como
orientação geral. Faça a marcação na sua própria lei, conforme a videoaula e slides de
apoio. Bons estudos!

LEI N. 8.987/95 – Serviços Públicos

1. Acesse a Lei n. 8.987/95 sempre atualizada pelo link abaixo:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8987cons.htm

Atenção: Recomendo que a aula seja acompanhada pela lei postada no site do planalto,
atualizada até a véspera do edital e não pelos resumos eventualmente postados como

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orientação geral. Faça a marcação na sua própria lei, conforme a videoaula e slides de
apoio. Bons estudos!

2. Resumo de serviços públicos

2.1 Conceito: Serviço Público é todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados,
sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da
coletividade ou simples conveniências do Estado.

2.2 SERVIÇO PÚBLICO ADEQUADO É O QUE ATENDE AOS SEGUINTES PRINCÍPIOS:

• Princípio da Permanência ou continuidade - impõe continuidade no serviço; os serviços não


devem sofrer interrupções;
• Princípio da generalidade - impõe serviço igual para todos; devem ser prestados sem
discriminação dos beneficiários;
• Princípio da eficiência - exige atualização do serviço, com presteza e eficiência;
• Princípio da modicidade - exige tarifas razoáveis; os serviços devem ser remunerados a preços
razoáveis;
• Princípio da cortesia - traduz-se em bom tratamento para com o público.

2.3 Características:

Elemento Subjetivo - o serviço público é sempre incumbência do Estado. É permitido ao Estado


delegar determinados serviços públicos, sempre através de lei e sob regime de concessão ou
permissão e por licitação. É o próprio Estado que escolhe os serviços que, em determinado
momento, são considerados serviços públicos. Ex.: Correios; telecomunicações; radiodifusão;
energia elétrica; navegação aérea e infra-estrutura portuária; transporte ferroviário e
marítimo entre portos brasileiros e fronteiras nacionais; transporte rodoviário interestadual e
internacional de passageiros; portos fluviais e lacustres; serviços oficiais de estatística,
geografia e geologia – IBGE; serviços e instalações nucleares; Serviço que compete aos
Estados: distribuição de gás canalizado;

Elemento Formal – o regime jurídico, a princípio, é de Direito Público. Quando, porém, particulares
prestam serviço em colaboração com o Poder Público o regime jurídico é híbrido, podendo
prevalecer o Direito Público ou o Direito Privado, dependendo do que dispuser a lei.
Em ambos os casos, a responsabilidade é objetiva. (os danos causados pelos seus agentes
serão indenizados pelo Estado)

Elemento Material – o serviço público deve corresponder a uma atividade de interesse público.

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2.4 Classificação dos Serviços Públicos

Serviços Públicos: são os que a Administração presta diretamente à comunidade, por reconhecer
sua essencialidade e necessidade para a sobrevivência do grupo social e do próprio Estado. Por
isso mesmo, tais serviços são considerados privativos do Poder Público, no sentido de que só a
Administração deve prestá-los, sem delegação a terceiros.
Ex.: defesa nacional, de polícia, de preservação da saúde pública.

Serviços de Utilidade Pública: Serviços de utilidade pública são os que a Administração,


reconhecendo sua conveniência (não essencialidade, nem necessidade) para os membros da
coletividade, presta-os diretamente ou aquiesce em que sejam prestados por terceiros
(concessionários, permissionários ou autorizatários), nas condições regulamentadas e sob seu
controle, mas por conta e risco dos prestadores, mediante remuneração dos usuários. Ex.: os
serviços de transporte coletivo, energia elétrica, gás, telefone.

Serviços próprios do Estado: são aqueles que se relacionam intimamente com as atribuições do
Poder Público (Ex.: segurança, polícia, higiene e saúde públicas etc.) e para a execução dos
quais a Administração usa da sua supremacia sobre os administrados. Não podem ser
delegados a particulares. Tais serviços, por sua essencialidade, geralmente são gratuitos ou de
baixa remuneração.

Serviços impróprios do Estado: são os que não afetam substancialmente as necessidades da


comunidade, mas satisfazem interesses comuns de seus membros, e, por isso, a Administração
os presta remuneradamente, por seus órgãos ou entidades descentralizadas (Ex.: autarquias,
empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações governamentais), ou delega sua
prestação.

Serviços Gerais ou “uti universi”: são aqueles que a Administração presta sem Ter usuários
determinados, para atender à coletividade no seu todo. Ex.: polícia, iluminação pública,
calçamento. Daí por que, normalmente, os serviços uti universi devem ser mantidos por
imposto (tributo geral), e não por taxa ou tarifa, que é remuneração mensurável e
proporcional ao uso individual do serviço.

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Serviços Individuais ou “uti singuli”: são os que têm usuários determinados e utilização particular e
mensurável para cada destinatário. Ex.: o telefone, a água e a energia elétrica domiciliares. São
sempre serviços de utilização individual, facultativa e mensurável, pelo quê devem ser
remunerados por taxa (tributo) ou tarifa (preço público), e não por imposto.

Serviços Industriais: são os que produzem renda mediante uma remuneração da utilidade usada ou
consumida. Ex.: ITA, CTA.

Serviços Administrativos: são os que a administração executa para atender as suas necessidades
internas. Ex.: Imprensa Oficial.

2.5 Competências e Titularidades

Podem ser:

• Privativos:

- da União - defesa nacional; a polícia marítima, aérea e de fronteiras; a emissão de moeda; o


serviço postal; os serviços de telecomunicações em geral; de energia elétrica; de navegação
aérea, aeroespacial e de infra-estrutura portuária; os de transporte interestadual e
internacional; de instalação e produção de energia nuclear; e a defesa contra calamidades
públicas.

- dos Estados – distribuição de gás canalizado;

- dos Municípios - o transporte coletivo; a obrigação de manter programas de educação pré-escolar


e de ensino fundamental; os serviços de atendimento à saúde da população; o ordenamento
territorial e o controle do uso, parcelamento e ocupação do solo urbano; a proteção ao
patrimônio histórico-cultural local.

• Comuns:
- serviços de saúde pública (SUS); promoção de programas de construção de moradia; proteção do
meio ambiente;

2.6 Concessão e Permissão de Serviços Públicos

- É incumbência do Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou


permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

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- Existe a necessidade de lei autorizativa

- A lei disporá sobre:


I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter
especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade,
fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.

CONCESSÃO: é a delegação contratual da execução do serviço, na forma autorizada e


regulamentada pelo Executivo. O contrato de Concessão é ajuste de Direito Administrativo,
bilateral, oneroso, comutativo e realizado intuito personae

PERMISSÃO: é tradicionalmente considerada pela doutrina como ato unilateral, discricionário,


precário, intuito personae, podendo ser gratuito ou oneroso. O termo contrato, no que diz
respeito à Permissão de serviço público, tem o sentido de instrumento de delegação,
abrangendo, também, os atos administrativos.

AUTORIZAÇÃO: a Administração autoriza o exercício de atividade que, por sua utilidade pública,
está sujeita ao poder de policia do Estado. É realizada por ato administrativo, discricionário e
precário (ato negocial). É a transferência ao particular, de serviço público de fácil execução,
sendo de regra sem remuneração ou remunerado através de tarifas. Ex.: Despachantes; a
manutenção de canteiros e jardins em troca de placas de publicidade.

2.7 Extinção da Concessão

 Advento do Termo Contratual : ao término do contrato, o serviço é extinto;


 Encampação ou Resgate : é a retomada do serviço pelo Poder Concedente durante o prazo
da concessão, por motivos de interesse público, mediante Lei Autorizativa específica e após
prévio pagamento da indenização.

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 Caducidade: corresponde à rescisão unilateral pela não execução ou descumprimento de


cláusulas contratuais, ou quando por qualquer motivo o concessionário paralisar os
serviços.
 Rescisão: por iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das normas
contratuais pelo Poder Concedente, mediante ação judicial.
 por ilegalidade na licitação ou no contrato administrativo;
 Falência ou Extinção da Concessionária;
 Falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual;

2.8 Convênios e Consórcios Administrativos

Convênios Administrativos: são acordos firmados por entidades públicas de qualquer espécie, ou
entre estas e organizações particulares, para realização de objetivos de interesse comum dos
partícipes.

Consórcios Administrativos: são acordos firmados entre entidades estatais, autárquicas,


fundacionais ou paraestatais, sempre da mesma espécie, para realização de objetivos de
interesse comum dos partícipes. (Lei n. 11.107)

CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Conceito - é a faculdade de vigilância, orientação e correção que UM PODER, ÓRGÃO OU


AUTORIDADE exerce sobre a conduta funcional de outro.

1. Espécies de Controle

1.1 quanto à extensão do controle:

CONTROLE INTERNO- é todo aquele realizado pela entidade ou órgão responsável pela atividade
controlada, no âmbito da própria administração.

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• exercido de forma integrada entre os Poderes


• responsabilidade solidária dos responsáveis pelo controle interno, quando deixarem de dar
ciência ao TCU de qualquer irregularidade ou ilegalidade.

CONTROLE EXTERNO- ocorre quando o órgão fiscalizador se situa em Administração DIVERSA


daquela de onde a conduta administrativa se originou.
• controle do Judiciário sobre os atos do Executivo em ações judiciais;
• sustação de ato normativo do Poder Executivo pelo Legislativo;

CONTROLE EXTERNO POPULAR- As contas dos Municípios ficarão, durante 60 dias,


anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá
questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.

2. quanto ao momento em que se efetua:

CONTROLE PRÉVIO OU PREVENTIVO- é o que é exercido antes de consumar-se a conduta


administrativa, como ocorre, por exemplo, com aprovação prévia, por parte do Senado Federal, do
Presidente e diretores do Banco Central.

CONTROLE CONCOMITANTE- acompanha a situação administrativa no momento em que ela se


verifica. É o que ocorre, por exemplo, com a fiscalização de um contrato em andamento.

CONTROLE POSTERIOR OU CORRETIVO - tem por objetivo a revisão de atos já praticados,


para corrigi-los, desfazê-los ou, somente, confirmá-los. ABRANGE ATOS como os de aprovação,
homologação, anulação, revogação ou convalidação.

3. quanto à natureza do controle:

CONTROLE DE LEGALIDADE - é o que verifica a conformidade da conduta administrativa


com as normas legais que a regem. Esse controle pode ser interno ou externo. Vale dizer que a
Administração exercita-o de ofício ou mediante provocação- o Legislativo só o efetiva nos casos
constitucionalmente previstos; e o Judiciário através da ação adequada. Por esse controle o ato
ilegal e ilegítimo somente pode ser anulado, e não revogado.

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CONTROLE DO MÉRITO - é o que se consuma pela verificação da conveniência e da


oportunidade da conduta administrativa. A competência para exercê-lo é da Administração, e, em
casos excepcionais, expressos na Constituição, ao Legislativo, mas nunca ao Judiciário.

4. quanto ao órgão que o exerce:

• Controle Administrativo;
• Controle Legislativo;
• Controle Judicial

CONTROLE ADMINISTRATIVO- é exercido pelo Executivo e pelos órgãos administrativos do


Legislativo e do Judiciário, sob os ASPECTOS DE LEGALIDADE E MÉRITO, por iniciativa própria ou
mediante provocação.

Meios de Controle:

 Fiscalização Hierárquica - esse meio de controle é inerente ao poder hierárquico.


 Supervisão Ministerial- APLICÁVEL nas entidades de administração indireta vinculadas a um
Ministério; supervisão não é a mesma coisa que subordinação; trata-se de controle
finalístico.
 Recursos Administrativos - são meios hábeis que podem ser utilizados para provocar o
reexame do ato administrativo, pela PRÓPRIA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
 Recursos Administrativos- em regra, o efeito É NÃO SUSPENSIVO.
 Representação- denúncia de irregularidades feita perante a própria Administração;
 Reclamação- oposição expressa a atos da Administração que afetam direitos ou
interesses legítimos do interessado;
 Pedido de Reconsideração- solicitação de reexame dirigida à mesma autoridade que
praticou o ato;
 Recurso Hierárquico próprio- dirigido à autoridade ou instância superior do mesmo órgão
administrativo em que foi praticado o ato; é decorrência da hierarquia;
 Recurso Hierárquico Expresso- dirigido à autoridade ou órgão estranho à repartição que
expediu o ato recorrido, mas com competência julgadora expressa.

CONTROLE LEGISLATIVO- NÃO PODE exorbitar às hipóteses constitucionalmente previstas,


sob pena de ofensa ao princípio da separação de poderes. O controle alcança os órgãos do Poder

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Executivo e suas entidades da Administração Indireta e o Poder Judiciário (quando executa função
administrativa).

Controle Político- tem por base a possibilidade de fiscalização sobre atos ligados à função
administrativa e organizacional.

Controle Financeiro- A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial


da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso
Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

Campo de Controle- Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que
utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais a
União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

TCU- é órgão integrante do Congresso Nacional que tem a FUNÇÃO DE auxiliá-lo no controle
financeiro externo da Administração Pública.
Obs.- No âmbito estadual e municipal, aplicam-se, no que couber, aos respectivos Tribunais e
Conselhos de Contas, as normas sobre fiscalização contábil, financeira e orçamentária.

CONTROLE JUDICIAL- é o poder de fiscalização que o Judiciário exerce ESPECIFICAMENTE sobre a


atividade administrativa do Estado. Alcança, basicamente, os atos administrativos do Executivo,
mas também examina os atos do Legislativo e do próprio Judiciário quando realiza atividade
administrativa.
Obs.- É VEDADO AO JUDICIÁRIO apreciar o mérito administrativo e restringe-se ao controle da
legalidade e da legitimidade do ato impugnado.

Atos sujeitos a controle especial:


- atos políticos;
- atos legislativos;
- atos interna corporis.

REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS (Conceito e considerações)


HABEAS CORPUS - sempre que alguém sofrer (HC Repressivo) ou se achar ameaçado de
sofrer (HC Preventivo) violência ou coação em sua LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO, por ilegalidade ou
abuso de poder. - pode sem impetrado pela própria pessoa, por menor ou por estrangeiro.

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HABEAS DATA - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,


constante de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público; -
serve também para retificação de dados, quando NÃO se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo. - a propositura da ação é gratuita; - é uma ação personalíssima

MANDADO DE SEGURANÇA - para proteger direito líquido e certo não amparado por HC ou HD,
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. - Líquido e Certo- o direito não
desperta dúvidas, está isento de obscuridades. - qualquer pessoa física ou jurídica pode impetrar,
mas somente através de advogado.

MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO - instrumento que visa proteger direito líquido e certo de
uma coletividade, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. - Legitimidade para
impetrar MS Coletivo- Organização Sindical, entidade de classe ou associa legalmente constituída a
pelo menos 1 ano, assim como partidos políticos com representação no Congresso Nacional.-
OBJETIVO- defesa do interesse dos seus membros ou associados.

MANDADO DE INJUNÇÃO - sempre que a falta de norma regulamentadora que torne inviável
o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania. - qualquer pessoa (física ou jurídica) pode impetrar, sempre através
de advogado.

AÇÃO POPULAR - visa a anulação ou à declaração de nulidade de atos lesivos ao-


Patrimônio Público, à moralidade Administrativa, ao Meio Ambiente, ao Patrimônio Histórico e
Cultural. - a propositura cabe a qualquer cidadão (brasileiro) no exercício de seus direitos
políticos.

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