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INSTITUIÇÕES EDUCACIONAIS COMO MEIO FACILITADOR DO RESPEITO À

DIVERSIDADE E COMBATE À INTOLERÂNCIA RELIGIOSA.

Autores:
Joilza Fernandes
Rafael Mascarenhas
Silas Santos
William Camilo
Graduandos em Psicologia
Cursando o 5º e 7º semestre
Emails: fernandesjo765@gmail.com, rmascarenhascosta@gmail.com,
silaswayne300@gmail.com, williamcamilo.fc@gmail.com
Instituição de Ensino: CUB - Centro Universitário Brasileiro
Local de estágio: Colégio Militar de Salvador
Orientadora: Marta Moreira

Resumo

Diante da diversidade religiosa existente onde segundo o Censo 2010 do IBGE, há


mais de 40 grupos religiosos registrados no País e segundo a resolução 36/55 de
1981 alerta que, a intolerância religiosa é uma das causas direta ou indireta de
guerras e grandes sofrimentos à humanidade, visto que a Bahia é um estado de
diversidade cultural decidiu-se trabalhar com a liberdade religiosa nas instituições
educacionais, visando a conscientização. Buscamos com esse projeto de
intervenção prevenir a intolerância, promover encontros e diálogos com grupos de
gestores e líderes de turma no Colégio Militar de Salvador, como meio de
construção e estratégia de combate à intolerância religiosa, utilizando-se como
método pesquisa bibliográfica, fundamental para compreender a situação problema
e a pesquisa-ação para a resolução do problema de intolerância religiosa de forma
cooperativa juntamente com os gestores, profissionais e outros agentes facilitadores
da aprendizagem na instituição educacional selecionada. A intervenção teve início
com a primeira visita ao colégio explanando nosso objetivo aos responsáveis, em
seguida através dos encontros foram alcançados e capacitados o total de 100
funcionários, entre eles, 4 coordenadores, 2 psicopedagogos, 2 diretores e 92
funcionários em geral, com a nova abordagem do ensino religioso.

Palavras-chave: Intolerância; Religião; Diversidade; Respeito; Psicologia.

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Introdução

Diante da diversidade religiosa existente em nosso país onde segundo o


Censo 2010 do IBGE, há mais de 40 grupos religiosos registrados no País e
segundo a resolução 36/55 de 1981 a qual em suas considerações alerta em outras
palavras que a intolerância religiosa é uma das causas direta ou indiretamente de
guerras e grandes sofrimentos à humanidade, visto que a Bahia é um estado de
diversidade cultural, decidiu-se trabalhar com a liberdade religiosa nas instituições
educacionais, visando a conscientização. Sendo as instituições educacionais
ambientes de promoção de saber, o que tem sido feito para combater a intolerância
religiosa promovendo a liberdade religiosa nestes ambientes? Será que os gestores
se atentam as estatísticas relacionadas aos casos de intolerância religiosa nas suas
imediações?

Baseado em dados apresentados visamos promover uma intervenção como


forma de combate à intolerância religiosa, para isso pretende-se mostrar uma das
maneiras pela qual o âmbito escolar pode favorecer o respeito pela diversidade
religiosa.

Já que o ensino religioso nas escolas poderá promover a intolerância pelo


fato de desde os primórdios favorecer apenas a religião majoritária do país, e muitas
vezes desfavorecendo as outras religiões como vemos em diversos casos na mídia,
e jornais, pensa-se em mesmo que se tenha o ensino religioso nas escolas, esse
possa abranger as diversas religiões para que a multiplicidade religiosa seja
abarcada de forma coesa.

Levando-se em consideração esses aspectos, faz-se necessário uma reflexão


sobre o assunto, para uma melhor compreensão, visando corroborar com o combate
a intolerância e respeito às diversas religiões existentes na contemporaneidade.

Dentre os objetivos deste projeto se destaca o seu principal como foco


principal prevenir a intolerância visando encontros e diálogos em grupos de gestores
e líderes de turma como meio de construção e estratégia de combate à intolerância
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religiosa, perpassando por objetivos mais específicos como: promover um espaço de


diálogo sobre a diversidade e intolerância religiosa; orientar sobre a importância da
abordagem do tema de forma regular visando a promoção da liberdade religiosa;
desmistificar a idéia de que uma religião se faz superior a outra; incentivar a procura
por ajuda, da parte das pessoas que sofreram ou sofrem intolerância; gerar
autonomia na equipe a ser trabalhada para que futuros trabalhos com essa didática
aconteçam após a conclusão desse projeto.

Para a construção desta intervenção buscou-se como suporte teórico a


Constituição Brasileira de 1988 a qual afirma que todos são iguais perante a lei e
que “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
culto e as suas liturgias”, temos a proteção e garantia pela lei de que poderemos
manifestar as nossas crenças desde que não venhamos a ferir a dignidade do outro.
Todavia o que as manchetes de jornais, a mídia e principalmente a sociedade nos
mostra em pleno século XXI é o desrespeito e a intolerância por parte da população.

Conforme a afirmativa de Jorge Miranda:


A liberdade religiosa não consiste apenas em o Estado a ninguém impor
qualquer religião ou a ninguém impedir de professar determinada crença.
Consiste ainda, por um lado, em o Estado permitir ou propiciar a quem
seguir determinada religião o cumprimento dos deveres que dela decorrem
(em matéria de culto, de família ou de ensino, por exemplo) em termos
razoáveis. E consiste por outro lado (e sem que haja qualquer contradição)
em o Estado não impor ou não garantir com as leis o cumprimento desses
deveres. (MIRANDA, 1993, p. 359)

Embora o Estado seja Laico, pelo menos essa é a lei pelo que nos afirma
Miranda nesta citação, o Estado não poderia impor nem impedir a profissão de
determinada crença, no entanto, somos surpreendidos com mensagens que nos
mostram que nem sempre essa neutralidade existe.
Fatos simples nos fazem enxergar que a influência que tivemos da igreja
católica nos primórdios ainda é evidente na atualidade quando observamos no
nosso dia a dia coisas simples que muitas vezes passa despercebida como, por
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exemplo, a cédula do Real que é a moeda corrente na atualidade que tem a


seguinte frase “Deus seja Louvado”, a própria Constituição Brasileira promulgada
em 5 de outubro de 1988 e republicada em 2016 em Brasília apresenta em seu
preâmbulo a seguinte frase “promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte
Constituição da República Federativa do Brasil.”, ou seja a própria constituição que
institui Direitos e Deveres em favor da igualdade já deixa a desejar, pois no
preâmbulo faz menção ao símbolo principal da religião dominante no país quando
deveria ser neutra.
Contraditório a lei o ensino religioso em algumas escolas públicas ainda tem
como base somente o cristianismo, religião predominante no Brasil que segundo os
dados do IBGE que mostra que no último censo (2010), os Cristãos representam
86,8% da população brasileira, (Azevedo, 2012).
A perseguição contra o povo da religião de matriz africana é notória de forma
absurda aliados ao preconceito e como forma de velar o racismo existente por trás
da atitude de intolerância o que vem como mostra a citação a seguir o que não é
novidade para a sociedade conhecedora de um mínimo da história do Brasil o qual
sabe que os casos de racismos e intolerância ocorre desde os primórdios da
colonização deste país.
“Reconhecemos que o colonialismo levou ao racismo, discriminação racial,
xenofobia e intolerância correlata, e que os Africanos e afrodescendentes,
os povos de origem asiática e os povos indígenas foram vítimas do
colonialismo e continuam a ser vítimas de suas consequências. [..] Ainda
lamentamos que os efeitos e a persistência dessas estruturas e práticas
estejam entre os fatores que contribuem para a continuidade das
desigualdades sociais e econômicas em muitas partes do mundo ainda
hoje” (Parágrafo 14 da Declaração de Durban, adotada na III Conferência
Mundial de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e
Intolerância Correlata – 2001).

O fato é que a sociedade contemporânea ainda vive situações geradas por


influências desse período de colonização onde a subjetividade do outro não era
respeitada, onde muitos foram mortos por conta da religião, como o caso de alguns
países hoje que não são muito diferentes quanto as atitudes daquela época pois

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como podemos ver nos telejornais guerras ainda acontecem com base em questões
políticas e religiosas, no entanto, em nosso país existem leis que embora sejam
desconhecidas por alguns podem favorecê-los com é a lei que defende o direito
constitucional à liberdade de crença e de culto e a lei Nº 7.716, artigo 20, de 05 de
janeiro de 1989:
“Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação
ou preconceito de raça, cor etnia, religião ou procedência nacional. Pena:
reclusão de um a três anos e multa.” (apud SILVA, 2009).

Para que tenhamos uma noção do que tem, sido feito e dos que acontece
ainda na das ocorrências que são denunciadas atentaremos as palavras de Larissa
Leite assessora de comunicação do ministério da cultura em uma coluna de notícias
no próprio site do ministério em 2015, a qual destaca as informações segundo a
Secretaria de Direitos Humanos (SDH) sobre um debate com a temática aqui
abordada a qual participavam representantes do Ministério da Cultura (MinC), a
Secretaria de Direitos Humanos (SDH) e a Secretaria de Políticas de Promoção da
Igualdade Racial (Seppir):

A SDH acrescentou ao debate dados relativos ao


Disque 100 – Disque Direitos Humanos, que recebe, examina e encaminha
denúncias e reclamações. De 2011 a 2014, a ferramenta recebeu 540
denúncias relacionadas à intolerância religiosa. "Nós recebemos uma
denúncia a cada três dias e o público mais afetado são as religiões de
matriz africana. É preciso pensar políticas públicas de enfrentamento à
intolerância religiosa", reforçou Pepe Vargas. Desde 2014, a SDH mantém o
Comitê Nacional de Respeito à Diversidade Religiosa, com o objetivo de
promover a liberdade religiosa no país e a laicidade do Estado.

Lembramos que esses números não se comparam a realidade pois muitos


casos não são denunciados.
Pensando no papel do psicólogo enquanto facilitador nos diversos âmbitos da
sociedade e promotor do bem estar, entende-se que este poderia auxiliar na tarefa
da inserção de idéias e promoção do conhecimento juntamente com o uma equipe
multidisciplinar visando o respeito à diversidade e combate a intolerância religiosa
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utilizando-se da ética e moral como um dos principais agentes de mudança, levando


os indivíduos a conscientização por meio da percepção dos fatos, direitos e deveres,
trazendo a consciência princípios básicos sobre o respeito ao outro.
Com a prerrogativa de diminuir cada vez mais o sofrimento físico e
psicológico do indivíduo que sofre de intolerância religiosa, faz-se necessário
destacar o tema na tentativa de fazer com que as pessoas se atentem cada vez
mais a importância do seu papel ao combate da intolerância e respeito à
diversidade, esse ato pode se dar através de uma simples ligação anônima ao
disque 100.
Com o intuito de intervir de forma eficaz neste projeto de intervenção utilizou-
se como metodologia a pesquisa bibliográfica para levantamento de dados que
respaldam a intervenção e a pesquisa-ação.
A pesquisa–ação acontece quando há interesse coletivo na
resolução de um problema ou suprimento de uma necessidade (...).
Pesquisadores e pesquisados podem se engajar em pesquisas
bibliográficas, experimentos, etc. Interagindo em função de um resultado
esperado.
Nesse tipo de pesquisa, os pesquisadores e os participantes
envolvem-se no trabalho de forma cooperativa. A pesquisa-ação não se
refere a um simples levantamento de dados ou de relatórios a serem
arquivados. Com a pesquisa-ação os pesquisadores pretendem
desempenhar um papel ativo na própria realidade dos fatos observados.
(Soares, 2011, p.5)

Diante das discussões levantadas pelo grupo, procurou-se uma estratégia


trabalhar com a conscientização através de uma intervenção e sendo as instituições
de ensino um lugar de promoção do saber, entendeu-se que este projeto de
intervenção pudesse ser aplicado aos gestores e líderes de turma por meio de nove
encontros semanais para diálogos e debates os quais seriam expostos assuntos
ligados ao tema em questão. Inicialmente o psicólogo seria um mediador, entretanto,
esse deveria interferir o mínimo possível visando a autonomia do grupo, pois esses
gestores e líderes seriam instruídos a fazer futuras reuniões formais e informais com
os estudantes da escola proporcionando uma ampliação do combate, tornando esse
exercício cada vez mais cotidiano para o Colégio da Polícia Militar.
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Foi percebido a falta de conhecimento de alguns gestores e líderes de turma


em relação a religião Candomblé e a religião Espírita num primeiro diálogo pela
equipe a intervir, de acordo com as dificuldades apresentadas iniciou-se um
esclarecimento prévio para que houvesse um esclarecimento mais aprofundado
posteriormente, então depois do momento de diálogo sobre algumas diversidades
existentes, deu-se ao debate fundamentado na Constituição Brasileira e nos dados e
informações apresentados como respaldo para essa intervenção, visando esclarecer
a respeito dos direitos e deveres sociais. Em um momento das reuniões a seguir
vertemos para uma outra diversidade a fim de esclarecer a respeito de mitos e
verdades que cercam essas religiões. Para tanto contamos com a ajuda de um
sacerdote do candomblé, praticante do espiritismo e um pastor conforme houve uma
demanda durante as reuniões abrindo espaço para os gestores e líderes tirarem
suas dúvidas entre outras pautas conforme será apresentada no cronograma.

Público alvo

Gestores de uma instituição de ensino e líderes de turma (Jovens e adultos


do Ensino Médio) na intervenção direta visando alcançar todos os estudantes da
escola de forma indireta.

Cronograma de ações

Reuniões Ações

1ª Encontro Entrar em contato com a Instituição e apresentar a problemática


através dos dados levantados, e então a proposta de
intervenção.
2ª Encontro Visita técnica, para um primeiro contato com responsáveis pela
Instituição e explicação de que a intervenção se dará através de
diálogos que proporcione o conhecimento histórico de algumas
culturas religiosas. Preparar um cronograma junto aos gestores

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com a objetividade de reservar tempo e local para a


apresentação do diálogo acerca de cada cultura religiosa
escolhida para o debate. Ficou acertado que essa ação seria na
sala de professores no período da manhã (07h30min ás
08h30min), as quartas-feiras.
3ª Encontro Realização da intervenção com Gestores: Iniciamos com um bate
papo, nesse papo nós falamos de algumas diversidades
existentes no mundo, como por exemplo, a diversidade de ritmos
e estilos musicais e fazer analogia dessa diversidade com a
diversidade religiosa.
4ª Encontro Realização da intervenção com Gestores: Com ajuda de um
praticante da religião levamos para a pauta o espiritismo, religião
que segundo o censo 2010 abarcava aproximadamente 2% da
população brasileira.
Discorremos sobre os conceitos históricos, os princípios, o
conceito de paraíso e inferno, de que forma se dá a definição de
deidade.
5ª Encontro Realização da intervenção com e Gestores e Líderes de turma:
Chegava a hora de abranger as discussões aos líderes de turma,
porém nós estávamos lá como assessores, pois o proposto é que
os gestores e professores dêem continuidade ao projeto.
Os professores foram os mediadores no processo tendo sempre
como foco principal o respeito à diversidade religiosa.
Ao final foi entregue uma ficha com a seguinte pergunta:
Sobre qual religião você gostaria de discutir?
A mais votada entraria na pauta na semana seguinte.
6ª Encontro Já tínhamos o resultado desde a noite da última quarta-feira, foi a
religião evangélica, então ficou como tarefa dos
professores/gestores estudar o tema para discuti-lo. Como nas
semanas anteriores nós levamos um pastor representando a
mesma e os pontos mais fortes de dúvidas estavam relacionados

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em que ela se diferenciava da religião católica.


7º Encontro No sétimo encontro que aconteceu na semana seguinte nós
procuramos a escola e instruímos os professores da importância
de dar continuidade ao trabalho, a serem replicadores da
liberdade religiosa, que permitam que as expressões fossem
livres em vez de priorizar a cultura religiosa que eles próprios, ou
ainda as maiorias pregam, pois da mesma forma que um estilo
de música não é certo, também não há uma religião que seja a
absoluta ou melhor que outra. O certo é respeitar a decisão do
outro.
O respeito é uma palavra que vem do latim respectus e tem
como significado “olhar outra vez”. Então a partir de um novo
olhar para o que antes era desconhecido é possível entender que
uma religião é tão importante para outra pessoa da mesma forma
que a que eu sigo é importante para mim? Essa é um
questionamento ao seu próprio eu.

8º Encontro Neste encontro buscamos um feedback a respeito da intervenção


e tivemos um feedback positivo. A escola não registrou nenhum
tipo de desavença relacionado à intolerância religiosa, os
professores ficaram satisfeitos com o que foi dito, uma vez que
não houve tratamento de inferiorização das culturas religiosas
durante os diálogos.

9º Encontro No último encontro foi feito com o grupo para discussão dos
resultados obtidos durante a aplicação do trabalho.

Recursos necessários

Para que fosse apresentada a proposta utilizou-se de:

Recursos Humanos
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Um pastor evangélico

Um sacerdote do Candomblé

Um praticante do Espiritismo

2 psicólogos para a apresentação da proposta e mediação do projeto

Gestores que se disponibilizassem a participar do projeto

Todos os líderes de turma da instituição

Recursos ambientais e materiais de trabalho

1 sala.

1 microfone.

1 caixas de som amplificada, cabos de conexão.

Resultados esperados

Diante dos dados apresentados, pensou-se em trabalhar de forma simples e


eficaz para que o modelo de trabalho pudesse ser utilizado mesmo depois que a
intervenção com o acompanhamento dos psicólogos tivesse sido encerrada, pois
cremos que um trabalho dessa importância e impacto social deve acontecer
ocasionalmente em instituições, mas diariamente nas rodas de conversas informais
visando a erradicação da intolerância e o respeito às diferenças.

Espera-se que a equipe possa colaborar de forma eficaz para a propagação


de idéias que visem o respeito à diversidade e o combate a intolerância religiosa,
tendo o âmbito escolar como meio pelo qual essas ideias possam ser propagadas.
Espera-se também que a autonomia empregada pelos psicólogos nos gestores e
líderes de turma possa ser multiplicada dentro do ambiente escolar com formação
de novos líderes seguindo o modelo de intervenção utilizada ou criando novos
modelos, contanto que esse ciclo não seja quebrado, e que o fator principal que é o

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respeito a individualidade do outro e a sua crença torne-se algo a ser discutido


cotidianamente.

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Referências

AZEVEDO, Reinaldo. O IBGE e a religião — Cristãos são 86,8% do Brasil; católicos


caem para 64,6%; evangélicos já são 22,2%. VEJA. 2012 Disponível em:
<https://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/o-ibge-e-a-religiao-cristaos-sao-86-8-do-
brasil-catolicos-caem-para-64-6-evangelicos-ja-sao-22-2/>. Acesso em 01/05/2018.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.
Durban, Declaração. III Conferência Mundial de Combate ao Racismo,
Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata. 2001. Disponível em:
http://www.unfpa.org.br/Arquivos/declaracao_durban.pdf Acesso em 11 /05/2018.

IBGE. Censo 2010: número de católicos cai e aumenta o de evangélicos, espíritas


e sem religião. 2012. Disponível em https://censo2010.ibge.gov.br/noticias-
censo.html?view=noticia&id=3&idnoticia=2170&busca=1&t=censo-2010-numero-
catolicos-cai-aumenta-evangelicos-espiritas-sem-religiao Acesso em 20/05/2018.

LEITE, Larissa. Combate à intolerância religiosa é prioridade, diz Juca


Ferreira. 2015. Disponível em http://www.cultura.gov.br/o-dia-a-dia-da-cultura/-
/asset_publisher/waaE236Oves2/content/combate-a-intolerancia-religiosa-e-
prioridade-diz-juca-ferreira/10883 Acesso em 20/05/2018.

MIRANDA, Jorge. Manual de Direito Constitucional, 2ª Edição, Revista e


actualizada. Coimbra: Coimbra Editora, tomo IV, 1993, p. 359

SILVA, Jorge. Guia de luta contra a intolerância religiosa e racismo. Rio de


Janeiro: CEAP, 2009.
SOARES, J. J.; Metodologia do trabalho científico. Viçosa, MG, p.5, 2011.
Disponivél em: http://www.bemvin.org/unesav--unidade-de-ensino-a-aprendizado-de-
vicosa-prof-marinez.html&gt; Acesso em: 10/04/ 2018.

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